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Intermodalidade no Transporte Aquaviário SEST – Serviço Social do Transporte SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte Fale Conosco 0800 728 2891 ead.sestsenat.org.br Curso on-line – Intermodalidade no Transporte Aquaviário – Brasília: Sest/Senat, 2016. 94 p. : il. – (EaD) 1. Transporte aquático. 2. Hidrovia. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. III. Título. CDU 656.6 3 Sumário Apresentação 6 Módulo 1 8 Unidade 1 | Os Diversos Modos Utilizados no Transporte de Cargas 9 1. Os Diferentes Modos de Transporte 11 1.1 Modo Rodoviário 12 1.2 Modo Ferroviário 13 1.3 Modo Aquaviário 13 1.4 Modo Aéreo 14 1.5 Modo Dutoviário 15 2. A Intermodalidade de Cargas 15 Glossário 16 Atividades 17 Referências 18 Unidade 2 | A Conectividade e o Transporte Aquaviário de Cargas 21 1. O Transporte Aquaviário 23 2. A Utilização do Transporte Marítimo nas Importações e Exportações 25 3. A Navegação de Cabotagem 25 4. A Navegação de Longo Curso 27 5. A Conectividade do Transporte Aquaviário com os Demais Modos 27 Glossário 29 Atividades 30 Referências 31 Unidade 3 | O Sistema Portuário e os Terminais Portuários de Cargas 34 1. Os Terminais Portuários Brasileiros 36 1.1 Os Terminais Portuários 36 4 Glossário 39 Atividades 40 Referências 41 Módulo 2 44 Unidade 4 | Equipamentos Utilizados no Transporte Intermodal 45 1. Dispositivos de Unitização de Cargas 47 2. Os Paletes 48 3. Os Contêineres 48 Glossário 51 Atividades 52 Referências 54 Unidade 5 | A Infraestrutura Portuária e Acessibilidade aos Portos 57 1. Infraestrutura Portuária Brasileira 59 2. Equipamentos para a Movimentação de Contêineres nos Portos 60 3. Acessibilidade aos Portos 61 3.1 O Caso do Porto de Santos 61 3.2 Outros Portos Brasileiros 62 Glossário 63 Atividades 64 Referências 65 Módulo 3 68 Unidade 6 | Problemas na Movimentação de Contêineres nos Portos 69 1. Problemas na Alocação e Movimentação de Contêineres 71 2. Tipos de Movimentação de Contêineres 72 3. Restrições Operacionais na Movimentação de Contêineres 72 Glossário 74 5 Atividades 75 Referências 77 Unidade 7 | A Logística no Transporte de Cargas 80 1. Logística 82 2. O Papel do Transporte na Logística 82 3. Logística no Transporte Aquaviário 83 4. Operadores de Transporte Multimodal 84 5. Tecnologia da Informação Aplicada à Multimodalidade 86 Glossário 88 Atividades 89 Referências 90 Gabarito 93 6 Apresentação Prezado(a) aluno(a), Bem-vindo(a) ao curso Intermodalidade no Transporte Aquaviário! Vamos trabalhar juntos para desenvolver novos conhecimentos e aprofundar as competências que você já possui! No início de cada unidade, você será informado sobre o conteúdo que será abordado e os objetivos que se pretende alcançar. • O curso Intermodalidade no Transporte Aquaviário contém 7 unidades: 6 unidades de 6 horas/aula cada, e 1 de 4 horas/aula, perfazendo um total de 40 horas/aula. Modulo Unidades Carga Horária 1 1 - Os Diversos Modos Utilizados no Transporte de Cargas 6 horas 2 - A Conectividade e o Transporte Aquaviário de Cargas 6 horas 3 - O Sistema Portuário e os Terminais Portuários de Cargas 6 horas 2 4 - Equipamentos Utilizados no Transporte Intermodal 4 horas 5 - A Infraestrutura Portuária e a Acessibilidade aos Portos 6 horas 7 Esperamos que este curso seja muito proveito para você! Nosso intuito maior é o de lhe apresentar dicas, conceitos e soluções práticas para ajudá-lo a resolver os problemas encontrados no seu dia a dia de trabalho. Bom estudo! 3 6 - Problemas na Movimentação de Contêineres nos Portos 6 horas 7 - A Logística no Transporte de Cargas 6 horas Intermodalidade no Transporte Aquaviário MÓDULO 1 9 UNIDADE 1 | OS DIVERSOS MODOS UTILIZADOS NO TRANSPORTE DE CARGAS 10 Unidade 1 | Os Diversos Modos Utilizados no Transporte de Cargas f Você conhece os modos utilizados no transporte de cargas? Sabe quais são as características de cada um? Você tem noção da importância da intermodalidade no transporte? Sabe o que é necessário para que essa intermodalidade exista? O transporte é o deslocamento de bens/mercadorias por intermédio de um meio, possibilitando a integração entre regiões e nações em prol do desenvolvimento econômico. No transporte de mercadorias, podem ser utilizados diversos meios, como caminhões, carretas, trens, navios, aviões, que se valem de vários tipos diferentes de vias, como linhas férreas, estradas, rios e mares. Muitas vezes, existe somente um meio de transporte possível para determinado produto. Esse fato se deve às peculiaridades existentes, porém, na maioria das vezes, existe mais de uma opção para realizar o frete, e até mesmo a necessidade de utilizar mais de um meio no mesmo frete, tornando a conectividade entre os meios bastante importante. 11 Nesta unidade, conheceremos um pouco sobre os diversos meios de transporte existentes e ressaltaremos a importância da conexão entre eles. 1. Os Diferentes Modos de Transporte Existem cinco modos de transporte utilizados para movimentar mercadorias: o rodoviário, o ferroviário, o aquaviário, o aéreo e o dutoviário. Constantemente, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) realiza pesquisas sobre o assunto, e os resultados podem ser obtidos em sua página na internet. b Conheça as pesquisas realizadas pela CNT acessando o link a seguir, que leva ao seu portal oficial. www.cnt.org.br De acordo com a CNT (2015), o transporte brasileiro de cargas é altamente concentrado na modalidade rodoviária, sendo inexpressiva a utilização das modalidades aérea e dutoviária, como se pode observar no gráfico a seguir. Gráfico 1: Transportes utilizados no Brasil Fonte: CNT (2014) 12 A seguir, apresentaremos algumas características importantes desses modos de transporte. 1.1 Modo Rodoviário No modo rodoviário, pode-se encontrar tanto o transporte de passageiros como o transporte de cargas. As vias urbanas e as rodovias compõem a infraestrutura mínima necessária ao deslocamento dos veículos. Além das vias, existem os terminais e os armazéns utilizados no transporte de cargas. Um conjunto de outros equipamentos (centrais de monitoramento, postos de pesagem, centros de fiscalização, postos de contagem e postos da Polícia Rodoviária, entre outros) oferece apoio à infraestrutura básica e são necessários para viabilizar as operações de transporte rodoviário. A rede rodoviária nacional possui uma extensão total de 28.190 quilômetros, segundo o Ministério dos Transportes (2016). Atualmente, mais de 30% da rede rodoviária encontra-se bastante danificada, sobretudo pela falta de conservação. b Conheça mais sobre as condições das vias no Brasil acessando o portal oficial do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. www.dnit.gov.br A situação da malha rodoviária brasileira contribui para a perda de produção e o aumento do custo operacional na movimentação de mercadorias (CAIXETA FILHO, 2001). As condições do transporte rodoviário, segundo a Embrapa (2016), provocam perdas de até 6% da safra de grãos e, além disso, as rodovias em mau estado aumentam em 46% o custo operacional dos veículos, em média. 13 1.2 Modo Ferroviário No modo ferroviário, são transportados passageiros e mercadorias. A infraestrutura é composta basicamente pelas estradas de ferro, e por trilhos e equipamentos que as acompanham, além das estações, terminais e centros de controle e monitoramento das viagens. a De acordo com aAgência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o sistema ferroviário brasileiro totaliza 29.706 quilômetros de ferrovias, concentrado nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. As cargas que têm potencial para utilização do modo ferroviário são aquelas de baixo valor agregado, cujo percurso seja de pelo menos 500 quilômetros (BOWERSOX; COOPER; CLOSS, 2006). Com as privatizações, o modo ferroviário vem apresentando crescimento no seu desempenho e no aumento da participação no transporte de cargas nacionais. O Brasil possui 26 terminais ferroviários para movimentação de contêineres. A grande concentração desses terminais é nas regiões Sul e Sudeste do país. Atualmente, a maior parte dos contêineres transportados em ferrovias nacionais é de 40 pés. Esse tipo de contêiner é utilizado para cargas de menor densidade do que as cargas movimentadas com os contêineres de 20 pés. As operações dos terminais ferroviários são, na sua maioria, realizadas por empresas privadas. 1.3 Modo Aquaviário No modo aquaviário, são também transportados passageiros e cargas. Esse modo pode ser dividido em transporte hidroviário e marítimo. No transporte hidroviário, as vias são os rios e lagoas apoiados pelos portos e terminais fluviais. No transporte marítimo, as vias navegáveis são os oceanos e mares. Os portos marítimos são os pontos de apoio para esse modo de transporte. 14 e O Brasil dispõe de uma rede hidroviária potencialmente navegável com 40.000 km de vias interiores, além da extensão de 7.500 km da costa nacional para navegação de cabotagem (transporte entre os portos ao longo da costa brasileira) e de longo curso (transporte marítimo internacional). No Brasil, os granéis sólidos (minérios, grãos) são os produtos que mais utilizam o transporte hidroviário. Em 2015, o transporte aquaviário de cargas movimentou 1.007.542.986 toneladas pelo transporte marítimo de longo curso e de cabotagem, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ, 2016). b Conheça mais sobre as estatísticas relacionadas ao transporte de cargas por aquavias no Brasil. Acesse o portal oficial da ANTAQ no link a seguir. www.antaq.gov.br 1.4 Modo Aéreo No modo aeroviário, os aviões e os aeroportos são os responsáveis pelo transporte e pela movimentação de passageiros e cargas, respectivamente. As rotas aéreas constituem- se de vias pelas quais as aeronaves trafegam, sendo tecnicamente conhecidas como aerovias. Os aeroportos são os terminais de decolagem e aterrissagem dos aviões. Devido ao alto custo alto, a movimentação de cargas utiliza pouco o modo aéreo, que fica restrito ao transporte de cargas de grande valor agregado. Além disto, ainda existe a impossibilidade do transporte de determinados produtos por meio do transporte aéreo como, explosivos, produtos químicos, alguns tipos de armas, entre outros. 15 Os aeroportos no Brasil estão em processo de transferência de controle para a iniciativa privada, com a concessão por trinta anos a empresas interessadas, com a obrigatoriedade da promoção de melhorias na infraestrutura e superestrutura existente. 1.5 Modo Dutoviário O transporte dutoviário é o único dos modos existentes que movimenta exclusivamente cargas. Ele é composto por dutos, uma espécie de tubulação, que são as vias por onde são movimentadas as cargas. De acordo com a ANTT, o transporte dutoviário pode ser classificado em: • Oleodutos: os produtos transportados são, em sua grande maioria, petróleo, óleo combustível, gasolina, diesel, álcool, GLP, querosene e nafta. • Minerodutos: os produtos transportados são: sal-gema, minério de ferro e concentrado fosfático. • Gasodutos: transportam gás natural. O transporte dutoviário pode ser um tanto quanto complexo, já que se exigem determinadas ações de segurança, além de acordos com proprietários de terras por onde os dutos passam. Além disso, são poucos os itens (mercadorias) que podem ser transportadas por essa modalidade. 2. A Intermodalidade de Cargas O transporte intermodal é aquele realizado por mais de um modo, entre os quais são realizadas operações de transbordo. Para o transporte intermodal que utiliza contêiner, por exemplo, a carga permanece no mesmo contêiner por toda a viagem, sendo apenas transferida de um meio para outro. 16 A principal vantagem do transporte intermodal consiste em combinar as potencialidades dos diferentes modos de transporte em termos de custos, rapidez e segurança, principalmente. Novamente, desta combinação podem resultar importantes reduções dos custos, melhoria na segurança, redução na poluição e no consumo de energia, redução do tráfego rodoviário, entre outras coisas. O transporte intermodal só poderá ser competitivo se o processo de transferência de cargas for eficaz e de baixo custo. Se mal executado, tal processo poderá tornar menos eficiente todo o sistema, implicando em aumento dos custos, avarias, demoras e redução na confiabilidade quanto aos prazos de entrega. Resumindo O transporte é um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento do país. No Brasil, o modo rodoviário ainda é o mais utilizado no transporte de cargas. O transporte aquaviário vem crescendo devido ao aumento das transações comerciais do Brasil. Glossário Concessão: consentimento, permissão, transigência. 17 d 1) As cargas que têm potencial para utilização do modo ferroviário são aquelas de baixo valor agregado, cujo percurso seja entre dois pontos muito distantes. ( ) Certo ( ) Errado 2) De acordo com a ANTT, o transporte dutoviário pode ser de: a. ( ) Petroleodutos, terrodutos e gasodutos. b. ( ) Oleodutos, minerodutos e aquadutos. c. ( ) Oleodutos, minerodutos e gasodutos. d. ( ) Petroleodutos, minerodutos e gasodutos. 3) A principal vantagem do transporte intermodal é a combinação das potencialidades dos modos de transporte, com consequente redução dos custos, melhoria da segurança, diminuição da poluição e do consumo de energia etc. ( ) Certo ( ) Errado 4) As rotas aéreas constituem-se de vias pelas quais as aeronaves trafegam. ( ) Certo ( ) Errado 5) As vias urbanas, com exceção das rodovias, compõem a infraestrutura mínima necessária ao deslocamento dos veículos. ( ) Certo ( ) Errado Atividades 18 Referências ALVARENGA, A. C.; NOVAES, A. G. N. Logística Aplicada: Suprimentos e Distribuição Física. 3 ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2000. ANTAQ. Movimentação de contêineres: quadro comparativo. Disponível em: <http:// www.antaq.gov.br>. Acesso em: 4 out. 2016. ARNOLD, J. R. T. Administração de materiais: uma introdução. São Paulo: Atlas, 1999. BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2001. BARAT, J. Logística e transporte no processo de Globalização: oportunidades para o Brasil. Org. São Paulo: Editora UNESP, 2007 BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logistical management: the integrated supply chain process. London: McGraw Hill, 1996. BOWERSOX, D. J., COOPER, M. B; CLOSS, D. J. Gestão logística de cadeias de suprimento. Porto Alegre: Bookman, 2006. BRASIL. Decreto n° 4.543/2002, de 26 de dezembro de 2002. Regulamenta a administração das atividades aduaneiras, e a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio exterior. Brasília, 2002. _______. Ministério dos Transportes. A reforma portuária brasileira. GEIPOT - Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes, 2001. BROOKS, M. R.; BUTTON, K.; NIJKAMP, P. Maritime transport: classics in transport analysis. Vol. 1. Cheltenham, U.K: Edward Elgar, 2002. CAIXETA FILHO,J. V. Sistemas de gerenciamento de transportes. São Paulo: Atlas, 2001. CAMPOS, N. S. A indústria brasileira de navegação de cabotagem e suas fragilidades, uma análise através da teoria de Michael Porter. Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Transportes da Universidade de Brasília – UnB, 2016. 19 ________. Abertura de capital como alternativa para o financiamento da infraestrutura portuária brasileira. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Transportes da Universidade de Brasília – UnB, 2002. CNT. Pesquisa CNT do transporte aquaviário: cabotagem. Brasília: Confederação Nacional dos Transportes, 2013. DATZ, D. Contribuição ao estudo dos custos em terminais intermodais de contêineres. Dissertação de Mestrado. Programa de pós-graduação de engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2004. EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Perda na safra de grãos no transporte. Portal da internet, 2016. Disponível em: <www.embrapa.br>. Acesso em: 4 out. 2016. FACHINELLO, A. L.; NASCIMENTO, S. P. Cabotagem como Alternativa para o transporte de Carnes da Região Sul para o Norte/Nordeste Brasileiro: um estudo de caso. XLIII CONGRESSO DA SOBER, Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural, 2005. FIALHO, F. A. B. Anuário Estatístico 2006. Portal da internet, 2006. Disponível em: <http://www.antaq.gov.br/portal/Anuarios/Portuario2006/Index.htm>. Acesso em: 4 out. 2016. HAPAG-LLOYD AG. Special Cargo/Cargas Especiais. Estufagem de Contêineres. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://tinyurl.com/zssrgrb>. Acesso em: 4 out. 2016. HIJJAR, M. F.; ALEXIM, F. M. B. Avaliação do acesso aos terminais portuários e ferroviários de contêineres no Brasil. Instituto Coppead de Administração — UFRJ, 2006. KEEDI, S. Roteiro Básico de Transportes e Seguro no Exterior. Portal da internet, 2008. Disponível em: <www.aduaneiras.com.br>. Acesso em: 4 out. 2016. LAI, K. K.; LAM, K.; CHAN, W. K. Shipping container logistics and allocation. Journal of the Operational Research Society, 1995. LOPEZ, J. M. C. Os Custos Logísticos do Comércio Exterior Brasileiro. São Paulo: Aduaneiras, 2000. NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição – estratégia, operação e avaliação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 20 NUNES, R. S.; NANCASSA, B. P.; SEEFELD, R.; NIEDZIELUK Filho, P.; FREITAS, B. C. O transporte marítimo de cabotagem e suas perspectivas no Brasil. Congresso Internacional de Administração. IBGE, 2008. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/ Nunes>. Acesso em: 4 out. 2016. REVELEY, J.; TULL, M. Introduction: port reform in the Asia-Pacific Region. In: REVELEY, J.; TULL, M. (Org.) Port privatisation: the asia-pacific experience. Cheltenham (UK): Edward Elgar, 2009. RIOS, L. R.; MAÇADA, A. C. G.; BECKER, J. L. Análise da Eficiência das Operações nos Terminais de Contêineres do Mercosul. XXVIII ENAMPAD – Encontro Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração, 2004. TALLEY, W. K. Port economics. New York: Routledge, 2009. 21 UNIDADE 2 | A CONECTIVIDADE E O TRANSPORTE AQUAVIÁRIO DE CARGAS 22 Unidade 2 | A Conectividade e o Transporte Aquaviário de Cargas f Você conhece as principais características do transporte aquaviário? Sabe distinguir navegação de cabotagem e de longo curso? Pode compreender a importância da conectividade desse modo de transporte com outros? A utilização de contêineres, mundialmente, no transporte aquaviário possibilitou maior agilidade na movimentação de cargas, reduzindo o tempo de entrega e facilitando o transporte intermodal. Afirma-se que doze dos 20 maiores portos em movimentação de contêineres do mundo estão na Ásia do Pacífico (REVELEY; TULL, 2008). 23 A padronização das dimensões das cargas fez com que a conectividade do modo aquaviário com os demais modos se tornasse mais fácil, propiciando o seu desenvolvimento. Para isso, é necessário conhecer melhor o transporte aquaviário e as características relacionadas à sua conectividade com os demais modos. 1. O Transporte Aquaviário O modo de transporte aquaviário é fundamental para o crescimento nacional e para a integração doméstica e também com o exterior. Conforme dito anteriormente, o Brasil possui uma costa com extensão de mais de sete mil quilômetros, no entanto, o país utiliza pouco o transporte aquaviário. A partir da década de 1990, os custos de transporte rodoviário aumentaram significativamente devido ao aumento da criminalidade nas estradas e vias urbanas, bem como em função do número de acidentes de trânsito, criando assim, oportunidades de desenvolvimento de outros modos de transporte. Com isso, o modo aquaviário tornou-se uma alternativa economicamente viável e mais segura para a movimentação de cargas (CNT, 2013). O transporte aquaviário é dividido em (CAMPOS, 2016): • Cabotagem Entende-se cabotagem no Brasil como a navegação entre portos de um mesmo país ou a distâncias pequenas, dentro das águas costeiras. • Longo curso A navegação de longo curso pode ser entendida como o transporte de bens ou passageiros entre portos de diferentes países. • Navegação interior A navegação interior acontece por meio das hidrovias interiores, e pode ocorrer em um mesmo país ou em países diferentes. • Apoio marítimo e apoio portuário 24 É o tipo de navegação realizada para o apoio logístico a embarcações e instalações em águas territoriais nacionais, que atuem nas atividades de pesquisa e lavra de minerais e hidrocarbonetos. Ainda pode-se salientar que esse transporte é amplamente utilizado tanto nas importações como nas exportações de mercadorias, divididas como demonstrado no Gráfico 2 a seguir. Gráfico 2: Dados do transporte aquaviário Fonte: ANTAQ, 2016. h A insuficiência de estrutura nos terminais portuários e a dificuldade do acesso a eles, seja por falta de ferrovias ou de rodovias adequadas, são os principais problemas do transporte aquaviário, gerando barreiras e a cobrança de tarifas relativamente altas. Mesmo com essas dificuldades, em 2015, o Brasil movimentou cerca de um milhão de toneladas de carga por esse modo, sendo que grande parte desse total foram movimentados por meio de terminais privados. Outro problema do transporte aquaviário é a burocracia para utilização dos portos. A falta de integração de diversos agentes torna lento o embarque e o desembarque das cargas em contêineres, o que acaba desencorajando o dono da carga a utilizar esse modo, principalmente na cabotagem (CAMPOS, 2016). 25 2. A Utilização do Transporte Marítimo nas Importações e Exportações O comércio internacional utiliza majoritariamente o transporte marítimo, movimentando cerca de 90% das cargas mundiais. No Brasil, o longo curso é a modalidade mais utilizada no transporte de mercadorias e suprimentos para o exterior e do estrangeiro. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em 2015, as exportações brasileiras superaram a marca dos US$ 191 bilhões e as importações abateram os US$ 171 bilhões. Segundo Barat (2007), as maiores vantagens da utilização do transporte marítimo são a flexibilidade da carga e os custos. Os veículos possuem maior capacidade de carga e apresentam mais facilidade para transportar qualquer de seus tipos. No entanto, as alternativas de rota são restritas devido ao limitado número de portos e pontos alfandegários para sair ou entrar no país (BALLOU, 2001). Os custos do transporte marítimo são determinados pelas características da carga, tais como peso, volume, fragilidade, tipo de embalagem, valor agregado, e também pelas características do transporte, tais como a distância entre os portos de embarquee a localização da carga em terra. 3. A Navegação de Cabotagem A navegação de cabotagem também ocorre no mar, no entanto, tem como origem e destino os portos de um mesmo país. No Brasil, a sua utilização é facilitada pela grande extensão da costa brasileira e pela concentração de polos industriais e centros consumidores em cidades litorâneas ou próximas ao litoral. Podem ser ressaltadas algumas vantagens da cabotagem, como, por exemplo: a redução nos custos de transporte, menor incidência de avarias, menores riscos de acidente e baixa poluição. Além disso, o custo do frete pode ter redução de 15% a 50% com relação ao modo rodoviário, dependendo do produto, da origem e do destino das cargas. 26 A cabotagem também favorece a integração e o desenvolvimento das regiões litorâneas e ribeirinhas. Além disso, permite maior precisão no tempo das viagens e incentivo adicional às atividades de turismo. No Brasil, esse tipo de navegação é mais utilizado no transporte de granéis, petróleo e seus derivados, sal e produtos químicos. De acordo com a ANTAQ (2016), os granéis líquidos correspondem a 78,3% das cargas transportadas na cabotagem, enquanto os granéis sólidos são responsáveis por 10,9%. Os outros 4% são de carga geral e 6,8% de contêineres. O transporte de granéis sólidos na cabotagem tem crescido por dois motivos principais: aumento da safra e maior demanda por grãos em todo o país. Isso tem levado as empresas de navegação a destinarem mais navios para o transporte de cabotagem (CAMPOS, 2016). Os fatores que podem contribuir para o baixo desenvolvimento da cabotagem no Brasil são (CAMPOS, 2016): • falta de operadores (não há competitividade); • elevado tempo de espera para atracação dos navios; • tributação sobre combustível e suprimentos na navegação da cabotagem; • altos custos de encargos sociais e tributos incidentes sobre a atividade; • distância entre centros de produção e os portos; • exigência de embalagens apropriadas e específicas; • infraestrutura portuária próxima da saturação na maioria dos portos; • restrições de acesso marítimo (profundidade para os calados dos navios); • restrições de acesso terrestre (interface rodoviária e ferroviária). 27 4. A Navegação de Longo Curso A navegação de longo curso é aquela entre países, utilizada nas importações e exportações de mercadorias. Os principais produtos transportados por esse meio são os minérios, combustíveis, grãos, e commodities em geral. O total de cargas transportadas pela navegação de longo curso chegou a cerca de 752 milhões de toneladas, segundo a ANTAQ (2016). As cargas transportadas pela navegação de longo curso seguem a seguinte distribuição: Gráfico 3: Cargas transportadas pela navegação de longo curso Fonte: ANTAQ, 2016. 5. A Conectividade do Transporte Aquaviário com os Demais Modos A integração de diferentes modos de transporte necessita, por sua própria definição, de pontos de ligação entre os modos. A existência dessa conectividade é fator fundamental para o transbordo das cargas entre os modos, permitindo a intermodalidade. Tecnicamente, a integração entre modais pode ocorrer entre a junção de dois modos: aéreo-rodoviário, ferroviário-rodoviário, aquaviário-ferroviário, aquaviário-rodoviário; ou, ainda, entre mais de dois modos. 28 h Para viabilizar economicamente a conectividade do modo aquaviário com os demais modos, os terminais possuem papel fundamental. Sob esse aspecto, o fator preocupante é que são justamente os terminais uma das principais barreiras ao desenvolvimento da intermodalidade no Brasil. Quando falamos de eficiência na conectividade estamos falando de um aperfeiçoamento em todo o processo, melhorando a competitividade dessa alternativa. Ou seja, a forma e a velocidade com que as cargas são transbordadas de um modo de transporte para outro é fundamental no sucesso desse processo. Um dos pontos mais importantes na questão do transbordo é a acessibilidade aos terminais intermodais. Como o volume de movimentação de contêineres nos portos vem crescendo ano a ano no Brasil, esse tipo de terminal intermodal tem se mostrado crítico na questão de acessibilidade. No tocante à infraestrutura portuária brasileira, o principal problema que afeta o transporte aquaviário é o pequeno número de terminais especializados, associado aos elevados custos de operações, se comparados aos custos em grandes complexos portuários mundiais. A dificuldade de acesso aos portos e a falta de estacionamento para os caminhões são também considerados obstáculos. h Congestionamentos nas vias de acesso aos portos, ausência de dragagem que propiciam maiores profundidades nos cais e má conservação de linhas férreas são pontos críticos na realidade portuária nacional, dificultando a conectividade com o modo aquaviário. Enfim, a duplicação e a construção de linhas férreas, a pavimentação de rodovias, a criação de estacionamentos para o transporte rodoviário nos terminais, a dragagem de portos etc. são obras necessárias para melhorar as condições de conectividade entre o modo aquaviário e os demais modos de transporte. No futuro próximo, a conectividade dependerá em boa medida do tamanho dos navios porta-contêineres e do tamanho dos próprios contêineres, observa Talley (2009). 29 b Saiba mais sobre transporte aquaviário acessando o portal a seguir. www.portogente.com.br Resumindo Os investimentos necessários para a melhoria da acessibilidade aos terminais portuários são de alto valor de execução e baixo retorno financeiro no curto prazo. A melhoria na infraestrutura existente é essencial para que o modo aquaviário seja mais utilizado para o transporte de cargas no Brasil. Glossário Criminalidade: caracterização ou qualificação de um crime. Salientar: notável; distinguir (-se), evidenciar (-se). Majoritariamente: em maioria; que pertencente à maioria Dragagem: ato ou efeito de dragar; limpeza, desobstrução. 30 d 1) Podem ser considerados como fatores que dificultam o crescimento da cabotagem no transporte de cargas no Brasil: a. ( ) Infraestrutura portuária muito distante da saturação na maioria dos portos. b. ( ) Elevado tempo de espera para atracação dos navios. c. ( ) Elevada disponibilidade de acessos terrestres. d. ( ) Distância entre centros de produção e os portos. 2) O transporte de cargas por cabotagem é bastante utilizado no transporte de granéis sólidos e petróleo. ( ) Certo ( ) Errado 3) No tocante à infraestrutura portuária, o principal problema que afeta o transporte aquaviário é o pequeno número de terminais especializados, associado aos elevados custos de operações. ( ) Certo ( ) Errado 4) A navegação de longo curso é aquela entre países, utilizada nas importações e exportações de mercadorias. ( ) Certo ( ) Errado 5) As maiores vantagens da utilização do transporte marítimo são a flexibilidade da carga e os custos. ( ) Certo ( ) Errado Atividades 31 Referências ALVARENGA, A. C.; NOVAES, A. G. N. Logística Aplicada: Suprimentos e Distribuição Física. 3 ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2000. ANTAQ. Movimentação de contêineres: quadro comparativo. Disponível em: <http:// www.antaq.gov.br>. Acesso em: 4 out. 2016. ARNOLD, J. R. T. Administração de materiais: uma introdução. São Paulo: Atlas, 1999. BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2001. BARAT, J. Logística e transporte no processo de Globalização: oportunidades para o Brasil. Org. São Paulo: Editora UNESP, 2007 BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logisticalmanagement: the integrated supply chain process. London: McGraw Hill, 1996. BOWERSOX, D. J., COOPER, M. B; CLOSS, D. J. Gestão logística de cadeias de suprimento. Porto Alegre: Bookman, 2006. BRASIL. Decreto n° 4.543/2002, de 26 de dezembro de 2002. Regulamenta a administração das atividades aduaneiras, e a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio exterior. Brasília, 2002. _______. Ministério dos Transportes. A reforma portuária brasileira. GEIPOT - Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes, 2001. BROOKS, M. R.; BUTTON, K.; NIJKAMP, P. Maritime transport: classics in transport analysis. Vol. 1. Cheltenham, U.K: Edward Elgar, 2002. CAIXETA FILHO, J. V. Sistemas de gerenciamento de transportes. São Paulo: Atlas, 2001. CAMPOS, N. S. A indústria brasileira de navegação de cabotagem e suas fragilidades, uma análise através da teoria de Michael Porter. Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Transportes da Universidade de Brasília – UnB, 2016. 32 ________. Abertura de capital como alternativa para o financiamento da infraestrutura portuária brasileira. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Transportes da Universidade de Brasília – UnB, 2002. CNT. Pesquisa CNT do transporte aquaviário: cabotagem. Brasília: Confederação Nacional dos Transportes, 2013. DATZ, D. Contribuição ao estudo dos custos em terminais intermodais de contêineres. Dissertação de Mestrado. Programa de pós-graduação de engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2004. EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Perda na safra de grãos no transporte. Portal da internet, 2016. Disponível em: <www.embrapa.br>. Acesso em: 4 out. 2016. FACHINELLO, A. L.; NASCIMENTO, S. P. Cabotagem como Alternativa para o transporte de Carnes da Região Sul para o Norte/Nordeste Brasileiro: um estudo de caso. XLIII CONGRESSO DA SOBER, Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural, 2005. FIALHO, F. A. B. Anuário Estatístico 2006. Portal da internet, 2006. Disponível em: <http://www.antaq.gov.br/portal/Anuarios/Portuario2006/Index.htm>. Acesso em: 4 out. 2016. HAPAG-LLOYD AG. Special Cargo/Cargas Especiais. Estufagem de Contêineres. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://tinyurl.com/zssrgrb>. Acesso em: 4 out. 2016. HIJJAR, M. F.; ALEXIM, F. M. B. Avaliação do acesso aos terminais portuários e ferroviários de contêineres no Brasil. Instituto Coppead de Administração — UFRJ, 2006. KEEDI, S. Roteiro Básico de Transportes e Seguro no Exterior. Portal da internet, 2008. Disponível em: <www.aduaneiras.com.br>. Acesso em: 4 out. 2016. LAI, K. K.; LAM, K.; CHAN, W. K. Shipping container logistics and allocation. Journal of the Operational Research Society, 1995. LOPEZ, J. M. C. Os Custos Logísticos do Comércio Exterior Brasileiro. São Paulo: Aduaneiras, 2000. NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição – estratégia, operação e avaliação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 33 NUNES, R. S.; NANCASSA, B. P.; SEEFELD, R.; NIEDZIELUK Filho, P.; FREITAS, B. C. O transporte marítimo de cabotagem e suas perspectivas no Brasil. Congresso Internacional de Administração. IBGE, 2008. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/ Nunes>. Acesso em: 4 out. 2016. REVELEY, J.; TULL, M. Introduction: port reform in the Asia-Pacific Region. In: REVELEY, J.; TULL, M. (Org.) Port privatisation: the asia-pacific experience. Cheltenham (UK): Edward Elgar, 2009. RIOS, L. R.; MAÇADA, A. C. G.; BECKER, J. L. Análise da Eficiência das Operações nos Terminais de Contêineres do Mercosul. XXVIII ENAMPAD – Encontro Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração, 2004. TALLEY, W. K. Port economics. New York: Routledge, 2009. 34 UNIDADE 3 | O SISTEMA PORTUÁRIO E OS TERMINAIS PORTUÁRIOS DE CARGAS 35 Unidade 3 | O Sistema Portuário e os Terminais Portuários de Cargas f Você tem conhecimento sobre o sistema portuário brasileiro? Sabe da importância dos portos para o transporte marítimo de cargas? No transporte de cargas, as características dos terminais portuários devem ser consideradas, pois constituem o meio pelo qual o comércio intermodal é realizado. Nesta unidade, vamos conhecer melhor esses terminais, essenciais à intermodalidade e à conectividade do modo aquaviário com outros modos. 36 1. Os Terminais Portuários Brasileiros A movimentação portuária brasileira de cargas tem crescido a passos largos nos últimos anos (CAMPOS, 2012). Essa movimentação pode ser exposta pelo seguinte gráfico em milhões de toneladas no ano de 2015. Gráfico 4: Movimentação portuária brasileira de cargas Fonte: ANTAQ, 2016. 1.1 Os Terminais Portuários A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD) adota uma classificação que vincula o tipo de terminal portuário com as características socioeconômicas de seu entorno, dividindo os terminais em três grupos: I) Primeira geração: utilizados apenas para as operações de carga, descarga e estocagem, restringindo-se a oferecer somente acesso. II) Segunda geração: também chamados de terminais polarizadores, pois procuram desenvolver em seu entorno usuários comerciais e industriais, tornando-se um centro portuário regional. 37 III) Terceira geração: também chamados de terminais logísticos, pois atuam como um centro de serviços logísticos para a comunidade envolvida. A composição de um terminal portuário é dada por diversos componentes, que podem ser classificados em quatro principais grupos (NUNES et al., 2008): • Anteporto: constituído de canal de acesso e fundeadouros. • Porto: consiste na bacia de evolução, cais (com faixa de atracação e movimentação terrestre) e estação de serviços (local de atracação de rebocadores e embarcações de polícia e de bombeiros). • Retroporto: consiste na armazenagem, acessos terrestres, manutenção, estiva, capatazia e administração (autoridades portuária, fazendária, naval, policial, trabalhista e sanitária). • Obras complementares: balizamento das rotas, quebra-mares e marégrafos (para registro da amplitude das marés ao longo dos anos). Muitos portos brasileiros não apresentam suas instalações portuárias compatíveis com o nível de desenvolvimento da economia, nem com as necessidades do comércio exterior. No Brasil, existem atualmente trinta e sete portos públicos organizados, compreendidos nesta categoria os portos administrados pela União, no caso das Companhias Docas, ou delegados a municípios, estados ou consórcios públicos. A área desses portos está determinada pelo art. 2º da Lei nº 12.815 de 5 de junho de 2013 e, no que concerne à Secretaria de Portos, suas atribuições são definidas no art. 65 da Lei nº 12.815/ 2013. Os 37 portos marítimos organizados no Brasil, segundo a Secretaria de Portos, estão representados na figura a seguir. 38 Figura 2: Portos marítimos do Brasil Fonte: SEP, 2012. É importante ressaltar que a Secretaria de Portos classifica o porto em marítimo ou fluvial, dependendo do tipo de navegação que costuma utilizá-lo – longo curso ou interior, e não por localização geográfica. Um exemplo disso é o Porto de Manaus, que seria fluvial de acordo com suas coordenadas geográficas, porém, a sua classificação é porto marítimo para a SEP por receber embarcações de linhas oceânicas, em sua maioria. 39 Quanto às responsabilidades sobre os portos, entende-se que a prestação dos serviços portuários no Brasil é atribuída ao poder público de acordo com o artigo 175 da Constituição Federal de 1988, porém, o Estado brasileiro pode prestar esses serviços de forma direta, pelos seus próprios órgãos, ou pode transferir a sua titularidade, ou sua execução para terceiros. Ainda nessescasos, o poder público não pode se eximir da responsabilidade pela prestação do serviço adequado à população, ele apenas passa a ter uma atuação indireta, ou apenas de supervisão. b Saiba mais sobre os portos do Brasil acessando o portal oficial de portos do governo brasileiro. Confira! www.portosdobrasil.gov.br Resumindo O sistema portuário brasileiro é ineficiente e sofre com uma infraestrutura defasada e deficitária. Os portos exercem um papel fundamental no transporte aquaviário por concentrar todas as cargas transportadas. Glossário Fundeadouros: Onde os navios fundeiam; ancoradouro. Concerne: ato de possuir uma relação com; ação de se adequar para 40 d 1) A composição de um terminal portuário é dada pelo(s) seguinte(s) componente(s): a. ( ) Anteporto. b. ( ) Porto. c. ( ) Retroporto. d. ( ) Obras complementares. e. ( ) Todas as anteriores. 2) Os terminais da segunda geração são também chamados de terminais polarizadores, pois procuram desenvolver em seu entorno usuários comerciais e industriais, tornando-se um centro portuário regional. ( ) Certo ( ) Errado 3) No Brasil, existem atualmente 37 portos públicos organizados. ( ) Certo ( ) Errado 4) Entende-se que a prestação dos serviços portuários no Brasil é exclusivamente atribuída ao poder público de acordo com o artigo 175 da Constituição Federal de 1988. ( ) Certo ( ) Errado 5) O Estado brasileiro não pode prestar serviços portuários de forma direta, pelos seus próprios órgãos, e não pode transferir sua titularidade ou sua execução para terceiros. ( ) Certo ( ) Errado Atividades 41 Referências ALVARENGA, A. C.; NOVAES, A. G. N. Logística Aplicada: Suprimentos e Distribuição Física. 3 ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2000. ANTAQ. Movimentação de contêineres: quadro comparativo. Disponível em: <http:// www.antaq.gov.br>. Acesso em: 4 out. 2016. ARNOLD, J. R. T. Administração de materiais: uma introdução. São Paulo: Atlas, 1999. BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2001. BARAT, J. Logística e transporte no processo de Globalização: oportunidades para o Brasil. Org. São Paulo: Editora UNESP, 2007 BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logistical management: the integrated supply chain process. London: McGraw Hill, 1996. BOWERSOX, D. J., COOPER, M. B; CLOSS, D. J. Gestão logística de cadeias de suprimento. Porto Alegre: Bookman, 2006. BRASIL. Decreto n° 4.543/2002, de 26 de dezembro de 2002. Regulamenta a administração das atividades aduaneiras, e a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio exterior. Brasília, 2002. _______. Ministério dos Transportes. A reforma portuária brasileira. GEIPOT - Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes, 2001. BROOKS, M. R.; BUTTON, K.; NIJKAMP, P. Maritime transport: classics in transport analysis. Vol. 1. Cheltenham, U.K: Edward Elgar, 2002. CAIXETA FILHO, J. V. Sistemas de gerenciamento de transportes. São Paulo: Atlas, 2001. CAMPOS, N. S. A indústria brasileira de navegação de cabotagem e suas fragilidades, uma análise através da teoria de Michael Porter. Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Transportes da Universidade de Brasília – UnB, 2016. 42 ________. Abertura de capital como alternativa para o financiamento da infraestrutura portuária brasileira. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Transportes da Universidade de Brasília – UnB, 2002. CNT. Pesquisa CNT do transporte aquaviário: cabotagem. Brasília: Confederação Nacional dos Transportes, 2013. DATZ, D. Contribuição ao estudo dos custos em terminais intermodais de contêineres. Dissertação de Mestrado. Programa de pós-graduação de engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2004. EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Perda na safra de grãos no transporte. Portal da internet, 2016. Disponível em: <www.embrapa.br>. Acesso em: 4 out. 2016. FACHINELLO, A. L.; NASCIMENTO, S. P. Cabotagem como Alternativa para o transporte de Carnes da Região Sul para o Norte/Nordeste Brasileiro: um estudo de caso. XLIII CONGRESSO DA SOBER, Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural, 2005. FIALHO, F. A. B. Anuário Estatístico 2006. Portal da internet, 2006. Disponível em: <http://www.antaq.gov.br/portal/Anuarios/Portuario2006/Index.htm>. Acesso em: 4 out. 2016. HAPAG-LLOYD AG. Special Cargo/Cargas Especiais. Estufagem de Contêineres. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://tinyurl.com/zssrgrb>. Acesso em: 4 out. 2016. HIJJAR, M. F.; ALEXIM, F. M. B. Avaliação do acesso aos terminais portuários e ferroviários de contêineres no Brasil. Instituto Coppead de Administração — UFRJ, 2006. KEEDI, S. Roteiro Básico de Transportes e Seguro no Exterior. Portal da internet, 2008. Disponível em: <www.aduaneiras.com.br>. Acesso em: 4 out. 2016. LAI, K. K.; LAM, K.; CHAN, W. K. Shipping container logistics and allocation. Journal of the Operational Research Society, 1995. LOPEZ, J. M. C. Os Custos Logísticos do Comércio Exterior Brasileiro. São Paulo: Aduaneiras, 2000. NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição – estratégia, operação e avaliação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 43 NUNES, R. S.; NANCASSA, B. P.; SEEFELD, R.; NIEDZIELUK Filho, P.; FREITAS, B. C. O transporte marítimo de cabotagem e suas perspectivas no Brasil. Congresso Internacional de Administração. IBGE, 2008. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/ Nunes>. Acesso em: 4 out. 2016. REVELEY, J.; TULL, M. Introduction: port reform in the Asia-Pacific Region. In: REVELEY, J.; TULL, M. (Org.) Port privatisation: the asia-pacific experience. Cheltenham (UK): Edward Elgar, 2009. RIOS, L. R.; MAÇADA, A. C. G.; BECKER, J. L. Análise da Eficiência das Operações nos Terminais de Contêineres do Mercosul. XXVIII ENAMPAD – Encontro Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração, 2004. TALLEY, W. K. Port economics. New York: Routledge, 2009. Intermodalidade no Transporte Aquaviário MÓDULO 2 45 UNIDADE 4 | EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO TRANSPORTE INTERMODAL 46 Unidade 4 | Equipamentos Utilizados no Transporte Intermodal f Você sabe o que é superestrutura portuária? Tem noção dos equipamentos utilizados na intermodalidade? Conhece a importância desses equipamentos para o setor de transportes? Os elementos de unitização de cargas são fundamentais para dar maior agilidade às operações de carregamento e descarregamento no transporte intermodal. Eles oferecem segurança à carga na movimentação e proteção contra possíveis avarias, além de permitir melhor ocupação dos espaços nos navios. Vamos aprender mais sobre esses dispositivos! Nesta unidade do curso, conheceremos os dispositivos de unitização de cargas, especialmente paletes e contêineres. Além disso, estudaremos as características e os usos desses equipamentos. 47 1. Dispositivos de Unitização de Cargas A unitização é o agrupamento das embalagens em uma unidade de carga maior, ou seja, é a arrumação de pequenos volumes em unidades maiores padronizadas, para que possam ser movimentadas mecanicamente, de uma só vez. Você já imaginou a dificuldade de realizar o carregamento de navios se tivéssemos volumes não padronizados de produtos para transportar, por exemplo? Ficaria muito mais difícil calcular o peso e o volume da carga e, com isso, a avaliação do custo do transporte, além de possíveis prejuízos na previsão do tempo gasto para carregamento e descarregamento. O processo de unitizar cargas traz muitas vantagens para o transporte e para a logística. Vamosconhecer algumas delas: • permite movimentação de cargas maiores; • reduz o tempo de carga e descarga; • reduz o custo de movimentação e armazenamento de materiais; • permite maior ocupação volumétrica de armazéns e veículos; • melhora a organização do armazenamento; • facilita a localização de itens estocados; • facilita o inventário de materiais; • reduz a probabilidade de danos aos materiais estocados; • dificulta o furto de materiais estocados. 48 2. Os Paletes A movimentação de paletes pode ser feita através de empilhadeiras ou paleteiras manuais. Esse é o elemento unitizador mais utilizado para as cargas e pode ser construído de madeira, aço, alumínio, plástico e papelão. Palete de madeira, alumínio e plástico Suas dimensões também podem variar, sendo que as mais utilizadas são: • 0,80 m x 1,00 m • 1,00 m x 1,00 m • 1,00 m x 1,20 m • 1,20 m x 1,20 m 3. Os Contêineres Os contêineres são equipamentos de grande porte utilizados para o transporte de cargas. São construídos de material resistente e destinados a conter a carga com segurança. Permitem fácil carregamento e descarregamento e destinam-se principalmente ao transporte intermodal. Os contêineres possuem dimensões padronizadas, que seguem a norma da International Standard Organization (ISO). Os tamanhos mais utilizados possuem comprimento de 20 pés ou 1 TEU (twenty-feet-equivalent-unit), e de 40 pés ou 2 TEUs. 49 O contêiner é também conhecido como cofre de carga, contentor ou contenedor. É uma estrutura em geral metálica que permite acomodar, estabilizar e proteger certa quantidade de mercadorias em seu interior. Existem contêineres para transporte terrestre, aéreo e marítimo/fluvial, sendo o marítimo o mais utilizado. Podem ser refrigerados ou não, dependendo do produto a ser transportado. As principais características de um contêiner de 40’ são: Medidas Externas Comprimento 12,192 mm Largura 2,438 mm Altura 2,895 mm Medidas Internas Comprimento 12,032 mm Largura 2,350 mm Altura 2,695 mm Entradas Largura 2,338 mm Altura 2,585 mm Capacidade Cúbica Total 76,2 m³ Pesos Máximo 30,480 kg Tara 4,150 kg Carga 26,330 kg 50 Os contêineres oferecem muitas vantagens para o transporte, entre as quais: • redução de danos, perdas e roubos de cargas; • redução nos custos com embalagem e rotulagem dos produtos; • possibilidade de estocagem de mercadorias em áreas descobertas; • maior rapidez nas operações de carga e descarga. O uso dos contêineres apresenta também algumas desvantagens. São necessários altos investimentos em equipamentos para a sua movimentação, além de apresentarem elevados custos para reparo, reposição e retorno, incluindo os custos de transporte dos contêineres vazios. O aumento na utilização de contêineres para movimentação de cargas é uma tendência mundial, porém, o Brasil ainda não conta com um sistema consolidado de transporte intermodal utilizando contêineres. e A falta de infraestrutura, disponibilidade e frequência dos meios de transporte alternativos ao caminhão, assim como os baixos preços do frete rodoviário, são motivos para que a intermodalidade com contêineres seja pouco representativa. Entretanto, o fluxo de contêineres vem apresentando crescimento no país, especialmente devido ao incremento do comércio internacional. Esse aumento pode trazer maior escala de movimentação, permitindo que modais tipicamente utilizados para transporte de grandes volumes, como é o caso do aquaviário, intensifiquem o volume de movimentação dos contêineres. 51 b Saiba mais sobre unitização de mercadorias, acesse o site oficial da empresa de transporte portuária Porto Gente. www.portogente.com.br Resumindo A unitização é o agrupamento das embalagens em uma unidade de carga maior, ou seja, é a arrumação de pequenos volumes em unidades maiores padronizadas, para que possam ser movimentadas mecanicamente de uma só vez. O processo de unitizar cargas traz muitas vantagens para o transporte e para a logística. Os contêineres são equipamentos de grande porte utilizados para o transporte de cargas. Glossário Unitizar: Reunir cargas de naturezas diversas em um só volume, para fins de transporte. 52 d 1) Assinale a alternativa incorreta São consideradas vantagens oferecidas pelos contêineres ao transporte: a. ( ) Aumento nos custos com embalagem e rotulagem dos produtos. b. ( ) Redução de danos, perdas e roubos de cargas. c. ( ) Viabilização da estocagem de mercadorias em áreas descobertas. d. ( ) Maior rapidez nas operações de carga e descarga. 2) Os contêineres oferecem muitas vantagens para o transporte. ( ) Certo ( ) Errado 3) Assinale a alternativa incorreta A unitização de cargas pode trazer vantagens, como: a. ( ) Permitir a movimentação de cargas maiores. b. ( ) Facilitar a localização de itens estocados. c. ( ) Reduzir a probabilidade de danos aos materiais estocados. d. ( ) Impedir a movimentação de cargas de tamanhos maiores. Atividades 53 4) O uso dos contêineres requer altos investimentos em equipamentos utilizados para sua movimentação, além de apresentarem elevados custos para reparos, reposição e retornos. ( ) Certo ( ) Errado 5) A movimentação de paletes pode ser feita por meio de empilhadeiras ou paleteiras manuais. ( ) Certo ( ) Errado 54 Referências ALVARENGA, A. C.; NOVAES, A. G. N. Logística Aplicada: Suprimentos e Distribuição Física. 3 ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2000. ANTAQ. Movimentação de contêineres: quadro comparativo. Disponível em: <http:// www.antaq.gov.br>. Acesso em: 4 out. 2016. ARNOLD, J. R. T. Administração de materiais: uma introdução. São Paulo: Atlas, 1999. BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2001. BARAT, J. Logística e transporte no processo de Globalização: oportunidades para o Brasil. Org. São Paulo: Editora UNESP, 2007 BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logistical management: the integrated supply chain process. London: McGraw Hill, 1996. BOWERSOX, D. J., COOPER, M. B; CLOSS, D. J. Gestão logística de cadeias de suprimento. Porto Alegre: Bookman, 2006. BRASIL. Decreto n° 4.543/2002, de 26 de dezembro de 2002. Regulamenta a administração das atividades aduaneiras, e a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio exterior. Brasília, 2002. _______. Ministério dos Transportes. A reforma portuária brasileira. GEIPOT - Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes, 2001. BROOKS, M. R.; BUTTON, K.; NIJKAMP, P. Maritime transport: classics in transport analysis. Vol. 1. Cheltenham, U.K: Edward Elgar, 2002. CAIXETA FILHO, J. V. Sistemas de gerenciamento de transportes. São Paulo: Atlas, 2001. CAMPOS, N. S. A indústria brasileira de navegação de cabotagem e suas fragilidades, uma análise através da teoria de Michael Porter. Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Transportes da Universidade de Brasília – UnB, 2016. 55 ________. Abertura de capital como alternativa para o financiamento da infraestrutura portuária brasileira. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Transportes da Universidade de Brasília – UnB, 2002. CNT. Pesquisa CNT do transporte aquaviário: cabotagem. Brasília: Confederação Nacional dos Transportes, 2013. DATZ, D. Contribuição ao estudo dos custos em terminais intermodais de contêineres. Dissertação de Mestrado. Programa de pós-graduação de engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2004.EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Perda na safra de grãos no transporte. Portal da internet, 2016. Disponível em: <www.embrapa.br>. Acesso em: 4 out. 2016. FACHINELLO, A. L.; NASCIMENTO, S. P. Cabotagem como Alternativa para o transporte de Carnes da Região Sul para o Norte/Nordeste Brasileiro: um estudo de caso. XLIII CONGRESSO DA SOBER, Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural, 2005. FIALHO, F. A. B. Anuário Estatístico 2006. Portal da internet, 2006. Disponível em: <http://www.antaq.gov.br/portal/Anuarios/Portuario2006/Index.htm>. Acesso em: 4 out. 2016. HAPAG-LLOYD AG. Special Cargo/Cargas Especiais. Estufagem de Contêineres. Portal da internet, 2016. 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Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/ Nunes>. Acesso em: 4 out. 2016. REVELEY, J.; TULL, M. Introduction: port reform in the Asia-Pacific Region. In: REVELEY, J.; TULL, M. (Org.) Port privatisation: the asia-pacific experience. Cheltenham (UK): Edward Elgar, 2009. RIOS, L. R.; MAÇADA, A. C. G.; BECKER, J. L. Análise da Eficiência das Operações nos Terminais de Contêineres do Mercosul. XXVIII ENAMPAD – Encontro Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração, 2004. TALLEY, W. K. Port economics. New York: Routledge, 2009. 57 UNIDADE 5 | A INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA E ACESSIBILIDADE AOS PORTOS 58 Unidade 5 | A Infraestrutura Portuária e Acessibilidade aos Portos f Você sabe o quanto a acessibilidade aos portos pode interferir no escoamento das cargas? Você consegue dimensionar a importância das vias de acesso para o bom andamento das atividades portuárias? A infraestrutura disponível nos terminais portuários de cargas pode representar um entrave às operações de movimentação de cargas, dependendo das condições que apresenta e da facilidade para integrar-se com os outros modos de transporte. Além da infraestrutura interna, o acesso aos terminais também determina o quanto eles estão disponíveis para os demais modos de transporte. Agora que já sabemos o que são os terminais portuários e já conhecemos um pouco mais sobre a evolução do sistema portuário brasileiro, vamos conhecer melhor a infraestrutura portuária nacional. 59 Os terminais de contêineres são um dos elementos logísticos de maior importância na cadeia de suprimentos e no comércio internacional de mercadorias, pois constituem uma fronteira entre os países e são responsáveis pelo escoamento de grande parte das cargas. São estruturas localizadas nos portos marítimos cuja principal função é a transferência dos contêineres do modo aquaviário (principalmente navios) para o modo rodoviário (caminhões) ou ferroviário (trens), e vice-versa. Muitas vezes, os contêineres são depositados em pátios para posterior embarque em navios, caminhões ou trens. 1. Infraestrutura Portuária Brasileira Atualmente, segundo a ANTAQ (2016), os portos brasileiros são públicos, ou seja, de propriedade estatal, e contam com terminais privados (já concedidos a empresas privadas). O sistema portuário brasileiro é administrado pelas sete companhias de docas existentes, são elas: • Companhia Docas do Pará (CDP) – Portos de Belém, Santarém e Vila do Conde • Companhia Docas do Ceará (CDC) – Porto de Fortaleza • Companhia Docas do Rio Grande do Norte (CODERN) – Portos de Natal e Maceió, além do Terminal Salineiro de Areia Branca • Companhia Docas do Estado da Bahia (CODEBA) – Portos de Salvador, Ilhéus e Aratu • Companhia Docas do Espírito Santo (CODESA) – Portos de Vitória e Barra do Riacho • Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ) – Portos do Rio de Janeiro, Niterói, Angra dos Reis e Itaguaí • Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) – Porto de Santos 60 Essas companhias estão sob o regime jurídico de firmas de sociedade anônima e de capital aberto, em que qualquer pessoa, física ou jurídica, pode se tornar sócia, respeitando a prerrogativa legal da manutenção do governo como o principal acionista. Também de acordo com a ANTAQ, em 2008 existiam 123 terminais de uso privativo no país, entre marítimos e fluviais. 2. Equipamentos para a Movimentação de Contêineres nos Portos Os terminais, de maneira geral, costumam ser especializados na operação de apenas um tipo de carga, visando possuir vantagem competitiva por meio de ganhos de escala e, consequentemente, de produtividade. Os principais equipamentos e estruturas disponíveis são: • Portêineres: também conhecidos como guindastes pórticos de cais, são utilizados para embarque e desembarque dos contêineres nos navios. • Transtêineres: são utilizados para movimentação de contêineres no pátio dos terminais. Existem dois tipos destes equipamentos, os que se movem sobre trilhos (RMG) e os que se movem sobre pneus (RTG). • Reachstackers: equipamentos utilizados para movimentar e empilhar contêineres no pátio dos terminais. • Shiploaders: equipamentos utilizados para movimentar e empilhar contêineres no pátio dos terminais. • Guindastes: equipamentos utilizados normalmente em portos para descarregar grandes e pequenos contêineres, ou embalagens-padrão para transporte de cargas. 61 Os equipamentos utilizados de movimentação de contêineres são muito caros e, por isso, os terminais necessitam movimentar grandes volumes para atingir ganhos financeiros. Para o carregamento de cargas em navios os portêineres são os equipamentos mais utilizados. 3. Acessibilidade aos Portos A acessibilidade aos portos é um problema constante no Brasil. Sua localização, muitas vezes no interior de grandes cidades, faz com que seja difícil o acesso por meio rodoviário, bem como para a construção de ferrovias até os locais apropriados. 3.1 O Caso do Porto de Santos Devido às precárias condições de acesso, as entradas e saídas de cargas no porto de Santos por via férrea representam uma pequena parte da movimentação total. A carga transportada por ferrovia é constituída principalmente por granéis sólidos, como farelo de soja e soja em grãos, cítricos e enxofre. A capacidade operacional das ferrovias conectadas ao porto de Santos poderia ser ampliada significativamente por intermédio de investimentos em material rodante, e na recuperação, modernização e sinalização das vias férreas. O porto de Santos, em seu acesso ferroviário, é servido por linhas de bitola larga e de bitola mista. Saindo do porto de Santos pelo modo ferroviário é possível atingir os estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e o Triângulo Mineiro. Com relação aos acessos rodoviários, o porto de Santos conta com rodovias estaduais que se interligam ao restante da malha rodoviária do país, apresentam pista dupla em sua maioria, e estão concedidas à iniciativa privada. 62 3.2 Outros Portos Brasileiros No porto do Rio deJaneiro, grande parte das cargas chega ou sai pelo modo ferroviário, principalmente os produtos siderúrgicos, açúcar e parte dos contêineres. O restante é normalmente transportado por meio de rodovias. Essas cargas são constituídas principalmente por carga geral e contêineres. No porto de Sepetiba, atualmente porto de Itaguaí, o percentual de carga transportada pelo modo ferroviário é bastante grande, atingindo quase sua totalidade. Os produtos transportados são principalmente o carvão e minério de ferro. O acesso ferroviário ao porto de Itaguaí utiliza linhas férreas de bitola larga que se interligam à Malha Sudeste. Embora a linha de bitola larga sirva à parte mais importante do porto, são necessárias mudanças de bitola para que esse porto possa servir ao restante do país. O acesso rodoviário ao porto de Itaguaí é feito pela BR-101, no qual se espera o surgimento de gargalos quando a capacidade operacional plena do porto for atingida. Assim, será necessário realizar grandes investimentos em rodovias, principalmente a implantação de uma ligação entre a BR-101 e a BR-116, desviando o fluxo da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Para finalizarmos a unidade, podemos ressaltar que o debate sobre a infraestrutura portuária tem como objetivo a busca por soluções para os gargalos que impedem o desenvolvimento do comércio exterior brasileiro. Conhecer a infraestrutura disponível permite selecionar a melhor combinação de modos de transporte, e compreender a situação atual da conectividade do modo aquaviário com outros modos de transporte. b Saiba mais sobre a infraestrutura portuária no Brasil, acesse o portal do Departemento Nacional de Infraestrutura de Transportes. www.dnit.gov.br 63 Resumindo A infraestrutura disponível nos terminais portuários de cargas pode significar um entrave às operações de movimentação de cargas, dependendo das condições que apresenta e da facilidade de integrar-se com os outros modos de transporte. Os terminais de contêineres são um dos elementos logísticos de maior importância na cadeia de suprimentos e no comércio internacional de mercadorias, pois constituem uma fronteira entre os países e são responsáveis pelo escoamento de grande parte das cargas. De maneira geral, os terminais costumam ser especializados na operação de apenas um tipo de carga, de forma a possuir vantagem competitiva por meio de ganhos de escala. Glossário Prerrogativas: Uma prerrogativa é uma autorização, um benefício ou uma dispensa que se outorga a uma pessoa relativamente a um determinado assunto. Bitola: é a largura determinada pela distância medida entre as faces interiores das cabeças de dois trilhos. 64 d 1) Assinale a alternativa incorreta São exemplos de equipamentos portuários utilizados para a movimentação de contêineres: a. ( ) Triciclo b. ( ) Transtêiner c. ( ) Shiploader d. ( ) Reachstacker 2) O sistema portuário brasileiro é administrado pelas sete companhias docas existentes. ( ) Certo ( ) Errado 3) As companhias docas estão sob o regime jurídico de firmas de sociedade anônima e de capital aberto, em que qualquer pessoa, física ou jurídica, pode se tornar sócia, respeitando a prerrogativa legal de manutenção do governo como principal acionista. ( ) Certo ( ) Errado 4) Conhecer a infraestrutura disponível não nos permite selecionar a melhor combinação de modos de transporte e compreender a situação atual da conectividade do modo aquaviário com os outros modos de transporte. ( ) Certo ( ) Errado 5) Os terminais de contêineres são um dos elementos logísticos de maior importância na cadeia de suprimentos e no comércio internacional de mercadorias. ( ) Certo ( ) Errado Atividades 65 Referências ALVARENGA, A. C.; NOVAES, A. G. N. Logística Aplicada: Suprimentos e Distribuição Física. 3 ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2000. ANTAQ. Movimentação de contêineres: quadro comparativo. Disponível em: <http:// www.antaq.gov.br>. Acesso em: 4 out. 2016. ARNOLD, J. R. T. Administração de materiais: uma introdução. São Paulo: Atlas, 1999. BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2001. BARAT, J. 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A indústria brasileira de navegação de cabotagem e suas fragilidades, uma análise através da teoria de Michael Porter. Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Transportes da Universidade de Brasília – UnB, 2016. 66 ________. Abertura de capital como alternativa para o financiamento da infraestrutura portuária brasileira. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Transportes da Universidade de Brasília – UnB, 2002. CNT. Pesquisa CNT do transporte aquaviário: cabotagem. Brasília: Confederação Nacional dos Transportes, 2013. DATZ, D. Contribuição ao estudo dos custos em terminais intermodais de contêineres. Dissertação de Mestrado. Programa de pós-graduação de engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2004. EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Perda na safra de grãos no transporte. Portal da internet, 2016. Disponível em: <www.embrapa.br>. Acesso em: 4 out. 2016. FACHINELLO, A. L.; NASCIMENTO, S. P. 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Intermodalidade no Transporte Aquaviário MÓDULO 3 69 UNIDADE 6 | PROBLEMAS NA MOVIMENTAÇÃO DE CONTÊINERES NOS PORTOS 70 Unidade 6 | Problemas na Movimentação de Contêineres nos Portos f Você sabe quais são os principais problemas na movimentação de contêineres? Sabe as opções de acondicionamento dos contêineres nos portos? É capaz de julgar alternativas para a solução desses problemas? No Brasil, mesmo sendo um país cujo maior volume em toneladas exportadas é de granéis sem acondicionamento, a importância dos produtos acondicionados em contêineres vem crescendo de forma significativa. Gerenciar as operações de movimentação de contêineres para exportação nos terminais portuários requer elevado grau de conhecimento. Nesta unidade, você conhecerá as principais dificuldades enfrentadas para a movimentação de contêineres nos portos. 71 1. Problemas na Alocação e Movimentação de Contêineres A padronização das cargas em contêineres trouxe inúmeras vantagens sob o ponto de vista econômico e de segurança no transporte. Essa evolução incrementou o volume de cargas transportadas, o que acarretou a necessidade de obter formas eficientes de integração entre os diversos modos de transporte, e de otimizar a distribuição dos contêineres, tanto cheios como vazios. Essa otimização envolve gerenciar a distribuição dos contêineres em terra (modo rodoviário e ferroviário), as operações de transferência intermodal no transporte, despachar contêineres vazios, reposicionar contêineres em depósitos ou portos para armazenagem, antecipar demandas futuras, entre outras ações. e Como o faturamento do transporte é realizado por contêineres cheios, é natural que eles sejam tratados com prioridade. Apesar disso, os contêineres vazios não podem ficar parados, pois são necessários para novos carregamentos. Assim, a gestão de contêineres vazios consiste em realocar contêineres disponíveis e determinar a quantidade que deve ser arrendada, atendendo à demanda de clientes, dentro de um determinado período de tempo. Diferentemente dos contêineres vazios, os cheios possuem origem e destino fixos, e é raro que um operador rejeite contêineres cheios. No entanto, os contêineres vazios são necessários ao balanceamento dos fluxos. Se os fluxos de contêineres vazios não forem gerenciados, toda a rede operará de forma ineficiente. A movimentação de contêineres cheios é mais simples de gerenciar. Uma vez definidos, a origem e o destino, o problema é encontrar a melhor rota (menor custo ou menor tempo). A movimentação de contêineres vazios é mais complexa, pois envolve, além da movimentação, a alocação e envio dos contêineres para outros pontos de demanda mundo afora. Se os contêineres vazios não forem suficientes para atender à demanda é necessário arrendar contêineres ou realocar contêineres vazios de outros terminais portuários. Estas situações acarretam perda de eficiência e possíveis prejuízos. 72 2. Tipos de Movimentação de Contêineres Os contêineres podem ser transportados sob condições diversas. Os principais tipos de movimentação de contêineres são: 3. Restrições Operacionais na Movimentação de Contêineres Existem algumas restrições operacionais que devem ser observadas para uma movimentação mais eficaz dos contêineres nos portos: Tipo de movimentação Características House to House (H/H) Transporte de contêineres porta a porta, no qual a responsabilidade de colocar ou retirar a carga do contêiner recai sobre o embarcador/consignatário. Pier to Pier (P/P) Transporte de contêineres porto a porto, no qual a responsabilidade de colocar ou retirar a carga do contêiner, no porto de destino, recai sobre o transportador. House to Pier (H/P) A responsabilidade de colocar a carga no contêiner recai sobre o embarcador e a retirada da carga no porto de destino fica a cargo do transportador. Pier to House (P/H) A carga do contêiner pertence a um único remetente e a um único destinatário. Less than Container Load (LCL) Fluxo em que o conteúdo do contêiner pertence a mais de um remetente e/ou destinatário Full Container Load (FCL) Fluxo no qual a carga do contêiner pertence a um único remetente e a um único destinatário. 73 • Limitação de espaço – quando o espaço do navio não puder contemplar todos os contêineres vazios necessários, o operador precisará arrendá-los. Os contêineres vazios que os navios puderem transportar devem ser alocados. • Limitação de devolução – o número total de contêineres retornado por mês pode ser limitado pelo contrato de leasing. Locações diferentes podem ter limites de retorno diferentes. • Incerteza de obtenção – apesar de a companhia ter opção de arrendar contêineres por curto prazo e a qualquer hora, existe a possibilidade de os contêineres não estarem disponíveis ou não serem suficientes. • Desvio na demanda projetada – os relatórios de projeção são fornecidos com antecedência, antes da data real de partida, e existe uma discrepância entre a demanda projetada e a demanda real por contêineres. Algumas causas possíveis são: flutuação de cargas exportadas entre portos e alterações inesperadas de demandas de clientes. e Na movimentação de contêineres outros parâmetros devem ser observados, tais como: manutenção de estoques de segurança (ou de reserva), fator de correção de segurança para alocação dos contêineres, ponto crítico de alocação (quantidade mínima necessária), prioridade para alocação de contêineres nos portos dependendo de seu custo para a manipulação, carga e descarga. O gerenciamento das operações e a total utilização dos recursos disponíveis, segundo Campos (2012), são as duas principais metas de qualquer terminal de contêineres. Por meio dessas metas, objetivos como aumento da movimentação, melhor utilização dos recursos, redução do retrabalho e minimização do congestionamento do tráfico e da operação podem ser alcançados com mais facilidade. b Entenda mais sobre movimentação de contêineres acessando o site oficial do Porto de Santos. www.portodesantos.com.br 74 Resumindo A padronização das cargas em contêineres trouxe inúmeras vantagens sob o ponto de vista econômico e de segurança no transporte. Diferentemente dos contêineres vazios, os cheios possuem origem e destino fixos, e é raro que um operador rejeite contêineres cheios. A movimentação de contêineres cheios é mais simples de gerenciar. Uma vez definidos a origem e o destino, o problema é encontrar a melhor rota (menor custo ou menor tempo). Glossário Discrepância: diferença; discordância, divergência. 75 d 1) Assinale a alternativa incorreta São exemplos de tipos de movimentação de contêineres: a. ( ) House to Pier (H/P) b. ( ) Less than Container Pier (LP) c. ( ) Pier to Pier (P/P) d. ( ) Full Container Load (FCL) 2) A padronização das cargas em contêineres trouxe inúmeras vantagens para o transporte. No entanto, essa evolução acarretou a necessidade de obter formas eficientes de integração entre os diversos modos de transporte. ( ) Certo ( ) Errado 3) A movimentação de contêineres cheios é mais simples de gerenciar.
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