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26/03/2018 Lira dos Vinte Anos | Resumos de livros | Literatura | Educação
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Lira dos Vinte Anos
Lira dos Vinte Anos
autor: Álvares de Azevedo
movimento: Romantismo - Segunda Geração
Por Fernando Marcílio
Mestre em Teoria Literária pela Unicamp
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RESUMO CONTEXTO ANÁLISE
ENEM BIOLOGIA FÍSICA GEOGRAFIA HISTÓRIA LITERATURA MATEMÁTICA PORTUGUÊS QUÍMICA PROVAS TELECURSO
26/03/2018 Lira dos Vinte Anos | Resumos de livros | Literatura | Educação
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Os poemas do livro Lira dos Vinte Anos estão distribuídos em três partes.
Aparentemente, a última parte foi acrescentada ao projeto original do autor, já que é a
única a não trazer um prefácio. Como a obra foi publicada postumamente, a hipótese
ganha reforço. De uma forma geral, essa terceira parte retoma os princípios e
parâmetros da primeira. 
No prefácio da primeira parte, o autor avisa: “É uma lira, mas sem cordas; uma
primavera, mas sem flores; uma coroa de folhas, mas sem viço. // Cantos espontâneos
do coração, vibrações doridas da lira interna que agitava um sonho, notas que o vento
levou – como isso dou a lume essas harmonias”. A poesia aparece aqui como
expressão de um estado de espírito marcado pela tristeza e pela melancolia. Ela
funciona como um registro de vida, daí sua espontaneidade – sugestão de que não
teria passado pelo crivo da razão, originando-se diretamente do coração e da alma do
poeta. O anseio de algo que acabou por não se realizar, graças à morte prematura do
autor, está prenunciado na referência ao “sonho”. 
“Lembrança de morrer” é, significativamente, o texto que encerra essa primeira parte.
Poema emblemático de toda a poesia ultrarromântica, trata-se de uma verdadeira
súmula temática da estética: referências à morte (“Quando em meu peito rebentar-se a
fibra, / Que o espírito enlaça à dor vivente”), o desprezo pela vida (“Eu deixo a vida
como deixa o tédio / Do deserto o poento caminheiro”), a saudade materna (“De ti, ó
minha mãe! pobre coitada / Que por minha tristeza te definhas!”) e a figura feminina,
virginal, veículo de um amor platônico (“É pela virgem que sonhei... que nunca / Aos
lábios me encostou a face linda!”). 
Já o prefácio da segunda parte avisa o leitor sobre o que esperar dela: “[O poeta] Tem
nervos, tem fibra e tem artérias – isto é, antes e depois de ser um ente idealista, é um
ente que tem corpo. E, digam o que quiserem, sem esses elementos, que sou o
primeiro a reconhecer, muito prosaicos, não há poesia”. De fato, os poemas se
distanciam do idealismo para tratar de aspectos corriqueiros da existência humana. O
tratamento temático é ainda romântico, mas a nota cômica que salta aos olhos aqui e
ali permite perceber alguma diferença. 
Destaca-se “Namoro a cavalo”, que relata um desastrado encontro amoroso que foge
em tudo da média romântica. O próprio enamorado registra o momento final do
episódio: “Circunstância agravante. A calça inglesa / Rasgou-se no cair de meio a
meio, / O sangue pelas ventas me corria / Em paga do amoroso devaneio!”. Como se
vê, nada que faça lembrar os abraços e beijos – mesmo que sonhados – das
aventuras amorosas do romantismo. 
Sobre o autor 
Álvares de Azevedo foi um poeta romântico típico. Jovem e tuberculoso, fez da poesia
uma válvula de escape para seus anseios e frustrações. Mesmo que haja algo de
fictício em sua biografia, o fato é que sua poesia reúne o que há de mais propriamente
romântico: o sentimentalismo, a morbidez e o pessimismo que caracterizaram a
geração que teve no poeta inglês Byron seu maior modelo. 
Importância do livro 
Lira dos vinte anos é uma súmula dos elementos convencionais da literatura
romântica, conforme esta se manifestou entre nós, tratados com talento incomum,
principalmente se levarmos em conta a juventude do autor. Ao lado do sentimentalismo
melancólico e pessimista, temos o humor como demonstração da capacidade do
romântico rir de si mesmo. 
Período histórico 
Álvares de Azevedo viveu e escreveu – o que, no seu caso, parecia ser a mesma coisa
– em meados do século XIX. O Rio de Janeiro era a capital brasileira, tanto no plano
ver página do autor 
RESUMO
CONTEXTO
Álvares de
Azevedo
AUTOR
12 de Setembro de 1831
25 de Abril de 1852 (20 anos)
26/03/2018 Lira dos Vinte Anos | Resumos de livros | Literatura | Educação
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político quanto no cultural. Mas a cidade de São Paulo, transformada em centro
estudantil por causa da Faculdade de Direito, aos poucos assumia a posição de polo
inovador, como demonstra a segunda geração romântica brasileira, a que pertencia o
poeta. 
A marca mais saliente da poética romântica, a expressão do sentimentalismo, está
presente na Lira dos Vinte Anos. A solidão é concebida como condição fundamental
para a imersão do indivíduo na reflexão melancólica: “Ai! Quando de noite, sozinha à
janela, / Co’a face na mão eu te vejo ao luar, / Por que, suspirando, tu sonhas,
donzela?”, em “Cismar”. É o momento da tristeza provocada pelo saudosismo: “Foi
esse o amor primeiro – requeimou-me / As artérias febris de juventude”, em
“Saudades”. 
Quase sempre, o objeto dessa saudade e a razão da melancolia que assalta o poeta é
a amada. A imagem da mulher dormindo é bastante explorada na poesia de Álvares de
Azevedo, como se vê em “No mar” e “Quando a noite no leito perfumado”, por
exemplo. Assim como a atmosfera de sonho que parece envolver toda a relação
amorosa. Esses dados conferem à mulher certa aura inacessível, o que conduz ao
amor platônico, realizado apenas nos sonhos ou previsto para depois da morte, como
nos versos de “Cantiga”: “Acorda, minha donzela, / Soltemos da infância o véu... / Se
nós morrermos num beijo, / Acordaremos no céu”. 
Nesse sentido, pode-se dizer que Álvares de Azevedo é mais o poeta dos sentimentos
que das sensações físicas propriamente ditas: “Não era um sonho mentido; / Meu
coração iludido / O sentiu e não sonhou: / E sentiu que se perdia / Numa dor que não
sabia... / Nem ao menos a beijou!”, versos de “O poeta”. A possibilidade de realização
amorosa após a morte sugere que, para o poeta romântico, esta experiência pode não
ser tão infeliz: “Chora – e sonha – e espera: a negra sina / Talvez no céu se apague
em purpurina / Alvorada de amor...”, em “Esperanças”. 
As bases da estrutura romântica são propositalmente desconstruídas na segunda
parte do livro. O poeta, desprovido de sua condição sagrada, especial (como em “Um
cadáver de poeta”), é inserido em um grupo – portanto, destituído da solidão –
marcado pela vida boêmia estudantil, na qual predomina o tédio existencial. Tal
condição pode ser percebido em poemas como “Um mancebo no jogo se descora”. 
A recusa do espírito romântico aparece na descrição de elementos prosaicos do
quarto, como em “Idéias íntimas”. E na coleção de imagens antirromânticas, como
esta, por exemplo, extraída de “Spleen e charutos”: “Eu morro qual nas mãos da
cozinheira / O marreco piando na agonia... / Como o cisne de outrora... que gemendo /
Entre os hinos de amor se enternecia”. Ou ainda na referência pouco lírica às
necessidades materiais, como se vê em “Minha desgraça”: “Minha desgraça, ó candida
donzela, / o que faz que o meu peito assim blasfema / É ter para escrever todo um
poema / E não ter um vintém para uma vela”. O ponto culminante é o humor deslavadode poemas como “É ela! É ela! É ela! É ela!”. 
A terceira parte apresenta o mesmo tom sentimental da primeira, apenas ressaltando
com um pouco mais de veemência a nota erótica em poemas que tratam do desejo
sublimado (“Meu desejo”) ou reprimido (“Seio de virgem”). 
As Vítimas-Algozes: Quadros da Escravidão
Memórias Póstumas de Brás Cubas
ANÁLISE
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