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Atualidades Aula 03

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ATUALIDADES PARA O PACOTE DO BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO 
PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 
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Prof. Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br 
Aula 03 – ELEMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL E MUNDIAL
Olá, meus amigos, como foi a semana? De muito estudo eu 
imagino, pois só a minha aula deve ter-lhes consumido um bom tempo, 
não é? (rsrsrs) 
E olha que era pra ter consumido muito mais, já que, eu tinha 
que ter incluído na última aula também as organizações internacionais! 
Todavia, pra não ficar muito cansativo pra vocês optei por trabalhar as 
Organizações Internacionais dentro da aula de hoje sobre aspectos das 
políticas nacionais e internacionais, pois uma coisa está totalmente ligada 
a outra, não é mesmo? 
De qualquer modo, espero que tudo o que foi abordado na nossa 
última aula tenha ficado claro, mas, caso algo não tenha atingido esse 
objetivo, não hesitem em utilizar nosso fórum de dúvidas, ok? Não existe 
dúvida boba, portanto, não há motivos para ter receio de se expor! Ali é o 
espaço que temos, justamente, para tratarmos de pontos que não ficaram 
claros e a sua dúvida também pode ser a do colega, então “usem e 
abusem” do nosso fórum!!! ☺ 
Outra sugestão é que, mesmo que não tenham dúvidas para 
postar, entrem no fórum vez por outra para ler as dúvidas dos colegas, 
pois isso também pode ajudá-los a compreender melhor a matéria! 
Enfim, é bom estar aqui mais uma vez para explorarmos, 
juntos, mais assuntos que contribuirão para o nosso entendimento de 
como funcionam os mais diversos aspectos políticos e econômicos do 
Brasil e do mundo. 
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Na aula passada vimos os conceitos iniciais sobre globalização e 
alguns de seus efeitos. Também trabalhei sobre as crises econômicas 
mundiais e os blocos regionais. Estão lembrados de tudo? Como todos 
esses assuntos estão interligados, eu sugiro que sempre que necessário 
retornem às aulas anteriores para tirar qualquer dúvida, ok? E, é claro, 
recorram ao fórum sempre que necessário! 
Mas, enfim, vamos à aula? 
___X___ ___X___ ___X___ 
1 – A globalização e a nova ordem mundial
Como vimos na aula passada, a globalização é um fenômeno que 
se aprofundou no período após a Segunda Guerra Mundial, o que foi 
motivado, preponderantemente, pelo processo de mundialização do 
capitalismo. Esse processo teve início em virtude da necessidade da 
reconstrução da Europa e do Japão. 
Assim, por meio do plano Marshall (programa de reconstrução da 
Europa) e das fusões entre as empresas industriais americanas e 
europeias, iniciam-se os movimentos internacionais de capitais. 
Passamos, então, a assistir capitais e empresas americanas se deslocando 
para diferentes partes do mundo. Esse processo teve como personagens 
principais a emergência dos Estados Unidos como potência econômica e a 
transformação interna das empresas americanas que se tornavam 
multinacionais. Deste modo, as multinacionais se tornaram a expressão 
mais avançada de um sistema econômico (capitalismo) que moldou as 
novas formas de organização interna e de relações de trabalho. 
A globalização não pode ser entendida também sem outro 
importante contraponto histórico: o surgimento, a expansão e a crise do 
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sistema socialista, que acarretou inúmeras consequências para seu 
opositor capitalismo. 
Após a Segunda Guerra Mundial, a humanidade passou por um 
período conhecido como Guerra Fria. Durante esse período, os países se 
dividiram em dois blocos econômicos distintos. De um lado, liderados 
pelos EUA, estavam os países capitalistas; de outro, liderados pela URSS, 
estavam os países socialistas. Esses dois grupos se lançaram numa 
disputa armamentista e geopolítica, buscando cada um aumentar sua área 
de influência ao redor do mundo. Com arsenais nucleares capazes de 
destruir a Terra em instantes, Estados Unidos e União Soviética, não 
podiam, todavia, agredir-se diretamente. Estava em jogo uma questão de 
sobrevivência! 
Segundo o jornalista José Arbex Jr., a Guerra Fria foi muito além 
de uma disputa armamentista ou geopolítica. Ela teve uma importante 
dimensão cultural, que colocou em movimento um jogo simbólico do Bem
contra o Mal. Ela mexeu com a imaginação das pessoas, criando e 
reforçando preconceitos, ódios e ansiedades. Tenho certeza de que muitos 
de vocês já ouviram falar que comunistas comiam criancinhas, não é 
mesmo? Pois bem, essa é apenas uma das várias ideias anti-socialistas 
que perduraram até os dias atuais, pois ainda hoje meu avô pode jurar 
que eles comiam sim, que eram perigosos e maus! 
A Guerra Fria representou, nesse sentido, a oposição entre dois 
ideais: o socialista e o capitalista. O objetivo dos socialistas era a 
constituição de uma sociedade igualitária, na qual o Estado teria o 
controle dos bancos, das fábricas, do sistema de crédito e das terras e, 
além disso, seria o responsável por distribuir riquezas e garantir uma vida 
decente a todos os cidadãos. Já para os capitalistas, o raciocínio era 
inverso. No ideal capitalista, a felicidade individual era o principal. O 
Estado justo seria aquele que garantisse a cada indivíduo as condições de 
procurar livremente o seu lucro e a sua própria felicidade. Segundo essa 
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lógica, a solução dos problemas sociais viria depois, ou seja, estava em 
segundo plano. 
Nesse contexto, alguns acordos foram firmados entre diferentes 
países que decidiam se alinhar a uma filosofia ou outra como, por 
exemplo, o Pacto de Varsóvia e a OTAN. Considerando que o mundo 
estava dividido, a essa época, em dois grandes pólos, podemos dizer que 
a ordem mundial era ditada pela bipolaridade. 
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) foi criada 
em 1949, em pleno contexto da Guerra Fria. Também denominado 
Tratado de Washington, o acordo que a instituiu estabelecia a manutenção 
de uma defesa coletiva pelas partes. Assim, os Estados-membros da 
OTAN se comprometiam a assegurar defesa mútua, firmando o 
compromisso de que uma agressão a um ou mais aliados seria 
considerada uma agressão a todos. 
Assinado em 14 de maio de 1955, o Pacto de Varsóvia firmava 
uma aliança militar entre os países do Leste Europeu e a URSS, tornando 
real a divisão do mundo em dois blocos. Assim como a OTAN, havia no 
âmbito do Pacto de Varsóvia o compromisso de ajuda mútua em caso de 
agressão armada de outras nações. Dessa forma, esse foi o principal 
instrumento da hegemonia militar da URSS, sendo constituída por União 
Soviética, Alemanha Oriental, Bulgária, Hungria, Polônia, Tchecoslováquia 
e Romênia. 
É, amigos, como podemos perceber, eram dois blocos muito 
diferentes e é por causa de tamanha oposição entre seus princípios que a 
implantação de um deles só seria possível mediante o desaparecimento do 
outro. Nenhum país poderia ser ao mesmo tempo capitalista e comunista. 
Então, para conquistar adeptos de suas ideias, passou a ser utilizado, por 
ambos os blocos, o maior instrumento ideológico da Guerra Fria: a 
propaganda! Foi por meio dela que o mundo foi inundado com as mais 
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diversas imagens que tentavam mostrar a superioridade do modo de vida 
de cada sistema. 
Como vimos, a Guerra Fria permeou os principais fatos políticos 
e sociais no mundo inteiro, desde o término da Segunda Guerra até o final 
dos anos 80. Assim, a lógica que dominou o mundo do século XX foi 
ditada pela expansão geográfica do socialismo, que se contrapunha à 
formação dos monopólios capitalistas. Com a decadência dos regimes 
socialistas, que perderam espaço para o capitalismo no final do século XX 
e início do século XXI, a globalização se tornou mais profunda. 
Nos anos 80, começava a se configurar o quadro político 
internacional que viria a culminar no fim da Guerra Fria, simbolizado, 
mormente, pela queda do Muro de Berlim, em 1989 – resultado do 
intenso processo de reformas na União Soviética, iniciado em 1985 pelo 
dirigente Mikhail Gorbatchev. 
Em meio às muitas reformas propostas pelo presidente da União 
Soviética, podemos destacar, primeiramente, as mudanças pretendidas 
por Gorbatchev no plano econômico. Ao instituir a Perestroika 
(reestruturação da economia), ele admitia a necessidade de se buscar 
novas formas de conduzir a economia daquele país. 
No plano político, Gorbatchev retomou negociações para dar fim 
à corrida armamentista. No plano interno, libertou opositores do regime, 
viabilizou o abrandamento da censura e permitiu que os problemas 
fossem discutidos abertamente pela população. As reformas iniciadas na 
URSS logo se refletiram na Europa socialista, onde os movimentos 
democráticos ganharam força para mudar o panorama político do antigo 
bloco comunista. 
Esse processo iniciado por Gorbatchev culminou no fim da 
própria União Soviética, em 1991. Os Estados Unidos tornaram-se, assim, 
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a única superpotência mundial, o que marcou o fim da bipolaridade. 
Atualmente, pode-se dizer que o mundo é multipolar, com a organização 
da economia girando em torno de vários centros, marcados pela presença 
de blocos econômicos. 
Mas vocês podem estar pensando: “será que eu preciso saber 
tudo isso pra fazer uma prova de Conhecimentos Gerais / Atualidades?” 
Na verdade, é importante relembrarmos esses acontecimentos para que 
vocês possam entender o mundo em que vivemos agora, compreender as 
reportagens que lêem e, como consequência disso, fazer uma boa prova. 
Além disso, é bom lembrar que o edital também cobrou alguns desses 
pontos, não é mesmo? 
Quando ainda estávamos no colégio, decorávamos que o estudo 
da História tinha como objetivo “compreender o passado para melhorar o 
futuro”. Apesar de durante a graduação em História eu ter mudado muito 
minha compreensão, a frase que a professora me fez decorar no primário 
cabe perfeitamente agora! Porque se vocês tiverem uma boa 
compreensão do passado, certamente o SEU futuro melhorará. Isso 
porque, além de fazer uma ótima prova, vocês também estarão aptos a 
compreender os mais diversos temas atuais. 
Bem, voltando à aula, o fim do período de Guerra Fria foi 
impulsionado principalmente por diversos movimentos pela 
democratização e pacificação que pipocaram por todo mundo. Dentre 
esses movimentos, alguns são bastante conhecidos por nós, como o 
Festival de Woodstock, ocorrido em agosto de 1969 nos EUA e os 
movimentos pelas “Diretas Já!”, que tiveram início em 1983 no Brasil e 
em outros países sul-americanos, como o Paraguai, o Chile, o Uruguai e a 
Argentina. 
A partir da década de 90, os países emergentes vivenciaram um 
período de abertura de suas economias, integrando-as de maneira mais 
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intensa ao cenário global. A China tornou-se um dos gigantes econômicos 
da atualidade, evidenciando alto grau de abertura econômica e 
conduzindo uma política comercial baseada na competitividade das 
exportações. A Índia, por sua vez, começou a registrar forte crescimento 
econômico a partir de 1991, quando o Estado deu início a amplo processo 
de liberalização econômica, incentivando o investimento estrangeiro e 
reduzindo barreiras comerciais. 
Ainda em relação à Ásia, os países denominados “Tigres 
Asiáticos” também devem ser citados como exemplos de alto nível de 
integração à economia mundial. Esses países conseguiram ascender a 
altos níveis de desenvolvimento econômico, por meio de um modelo de 
industrialização voltado para as exportações, o qual incentiva o 
aperfeiçoamento tecnológico e competitividade dos produtos. Na década 
de 90, o Brasil também experimentou um processo de abertura comercial, 
o qual teve início no governo do Presidente Fernando Collor de Mello. 
Se durante a Guerra Fria, nós tínhamos o mundo dividido em 
dois blocos econômicos antagônicos, um capitalista e outro socialista, o 
que se vê na nova ordem mundial é uma grande segmentação do espaço 
econômico, expressa na constituição de diversas comunidades. Assim, é 
correto afirmar que, junto com a globalização, ocorreu uma forte 
tendência entre os países da mesma região a se organizarem em blocos, 
derrubando fronteiras econômicas para negociar seus produtos e serviços 
entre si. Dessa forma, ocorre um fortalecimento dos mercados regionais. 
Estão lembrados dos blocos econômicos regionais que vimos na aula 
passada? 
Pois então, esses mercados nada mais são do que "mega-
blocos", que se formaram em torno dos novos pólos de poder econômico 
mundial: um europeu, sob o comando da Comunidade Econômica 
Européia (CEE); outro asiático, liderado pelo Japão; e na América do 
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Norte, um terceiro formado pelo Canadá e o México em volta dos Estados 
Unidos. Pra ficar mais claro ainda... 
Blocos Econômicos são reuniões de países que têm como 
objetivo principal a obtenção de crescimento econômico 
conjunto. 
Mas isso nos já vimos bem na aula anterior, não é mesmo? 
Por hora, basta lembrarmos que estes surgiram como uma das 
consequências da liberalização e representam a principal 
característica da nova ordem mundial. (Importante!!!) 
No cenário da globalização, há uma política econômica 
dominante em escala mundial chamada neoliberalismo, também 
conhecida por Consenso de Washington. Trata-se de medidas destinadas a 
promover o reajustamento macroeconômico de países em 
desenvolvimento que estivessem atravessando dificuldades. Segundo o 
entendimento dos neoliberalistas, o Estado deveria reduzir os gastos 
públicos e permitir a abertura comercial por meio da liberalização 
comercial e da eliminação das restrições aos investimentos estrangeiros 
diretos. O governo deveria intervir o mínimo possível, sendo estimuladas 
as privatizações e a redução dos gastos sociais. O FMI adota o ideal 
neoliberal, impondo tais medidas aos países aos quais concede 
empréstimos. 
Se forçarmos um pouco a memória, nos lembraremos que, até 
alguns anos atrás, a esquerda política brasileira fazia duras críticas ao 
governo em razão de algumas medidas que estavam sendo adotadas, 
como a privatização de empresas estatais. Essas medidas adotadas pelo 
governo nada mais eram do que o aceite às políticas impositivas do FMI 
para realizar empréstimos ao Brasil. 
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Sintetizando, o neoliberalismo tem como principais 
características: 
¾ Amplas privatizações; 
¾ Redução de subsídios e gastos sociais por parte dos governos; 
¾ Abertura da economia e eliminação de restrições aos investimentos 
estrangeiros; 
¾ Desregulamentação do mercado de trabalho, permitindo formas de 
contratação que reduzam custos das empresas. 
Vejamos mais algumas questões de prova a respeito destes 
temas vinculados à globalização e à nova ordem mundial! 
1) (FGV / Professor de Geografia–Campinas / 2008) A 
globalização teve um forte impulso, a partir dos anos 90, com a 
integração da China, Índia e outros países emergentes ao 
processo produtivo global. 
Assinale a alternativa que não apresente uma consequência dessa 
integração. 
a) Aumentou a demanda por commodities agrícolas e minerais. 
b) Estimulou os investimentos diretos externos (IDEs) entre países. 
c) Provocou uma queda expressiva no custo de produção de bens 
industrializados. 
d) Promoveu a expansão da terceirização internacional como a dos call 
centers. 
e) Desarticulou as cadeias produtivas de bens materiais e serviços. 
COMENTÁRIOS
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A letra A está errada, pois a integração de outros países ao 
processo produtivo global aumentou a demanda por commodities 
agrícolas e minerais para sustento de suas indústrias. Esse novo processo 
industrial em que mais países passam a participar ativamente do comércio 
mundial faz com que esses novos “atores” necessitem de mais produtos 
agrícolas e minerais, aumentando assim, a demanda por estes produtos. 
A letra B está errada. No processo de integração promovido pela 
globalização, investimentos externos são imprescindíveis para que esses 
outros países possam entrar no “jogo” e participar ativamente do 
comercio internacional. 
A letra C está errada. Com o aumento do número de produtores 
de bens industrializados pelo mundo, houve uma queda expressiva no 
custo de produção de bens industrializados. 
A letra D está errada. Devido aos baixos preços de mão de obra 
nesses outros países, houve um significativo aumento da terceirização 
internacional de serviços, como a dos call centers. A Índia é o país que 
mais se destaca na prestação de serviços de call centers, fornecendo-os 
para diversas empresas ao redor do mundo. 
A letra E esta correta. Não foi uma consequência da integração 
desses países à economia mundial a desarticulação nas cadeias 
produtivas. Pelo contrário, foi a partir dela que bens materiais e serviços 
adquiriram um novo formato como o que vemos hoje. Gabarito: E 
___X___ 
2 – Organizações Internacionais
As Organizações Internacionais são hoje em dia importantes 
sujeitos de direito internacional público e sua importância no mundo 
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globalizado cresce cada vez mais, fruto do aumento das relações 
internacionais e da cooperação entre os Estados. 
Mas o que seriam essas organizações? Qual o seu papel no 
cenário internacional? Quais as principais? Como funcionam? 
Bem, quando se trata de definir uma organização internacional 
temos conceitos elucubradíssimos e conceitos mais simples. Como nós 
não precisamos ser mestres em Direito Internacional para fazer uma 
prova, ficaremos com o mais simples. A Convenção de Viena sobre o 
Direito dos Tratados entende que organizações internacionais são nada 
mais, nada menos, que organizações intergovernamentais, ou seja, 
os Estados formam uma entidade com personalidade jurídica para tratar 
de um interesse comum. 
Segundo Accioly, as organizações internacionais multiplicam-se à 
medida que aumenta a conscientização a respeito dos problemas 
especificamente internacionais. Tais problemas, por não poderem ser 
enfrentados por um só Estado, exigem a cooperação internacional. É 
assim que surgem as organizações internacionais! 
Essas organizações são extremamente heterogêneas, ou seja, 
elas não necessariamente visam uma finalidade comum. Segundo Rezek, 
seus objetivos variam entre a suprema ambição da ONU – manter a paz 
entre os povos, preservar-lhes a segurança, e fomentar seu 
desenvolvimento econômico – até o modestíssimo objetivo de uma UPU – 
ordenar o trânsito postal extrafronteiras. É claro que não vou falar aqui 
dessa tal de UPU, mas, é de suma importância conhecermos aquelas que 
têm maior repercussão mundial. 
Bem, antes de falarmos quais são as mais importantes, é 
necessário saber que elas possuem uma estrutura comum e percebermos 
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dois órgãos essenciais em sua constituição: a Assembléia Geral e a
Secretaria. 
A Assembléia Geral é o foro onde os Estados-membros 
participam efetivamente da organização internacional, expressando seus 
pontos de vista através do voto. Na Assembléia Geral, são adotadas as 
decisões mais relevantes das organizações internacionais. Este órgão não 
é permanente, mas temporário, reunindo-se ordinariamente – de forma 
periódica – ou ainda em caráter excepcional. 
Já a Secretaria é o órgão responsável pela operacionalidade da 
organização internacional, ou seja, funciona permanentemente e seus 
funcionários estão desvinculados dos seus Estados-membros – princípio 
da neutralidade. 
Logicamente, a estrutura dessas organizações é definida pelo seu 
próprio acordo constitutivo, não havendo uma regra para determiná-la. Se 
observarmos, por exemplo, a OMC ou a ONU, veremos o quão complexas 
são suas estruturas institucionais. 
Um órgão que é muito comum em organizações internacionais de 
abrangência universal, como a ONU e a OMC, é um Conselho 
Permanente, que exerce competências executivas e de maneira 
ininterrupta. Esse conselho pode ser integrado por representantes de 
todos os Estados-membros ou por representantes de apenas alguns. O 
Conselho de Segurança da ONU, por exemplo, se trata de um conselho 
permanente, sendo constituído por representantes apenas de alguns 
Estados-membros. 
As organizações internacionais são entidades com objetivos e 
áreas de atuação diferenciadas. Algumas delas exercem suas funções 
somente em âmbito regional, outras têm alcance universal, não 
ficando sua atuação limitada a uma região. 
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Organizações internacionais de alcance universal seriam aquelas 
que têm uma propensão para reunir em torno de si a totalidade dos 
Estados soberanos. Como exemplos de organizações internacionais de 
alcance universal, podemos citar a ONU (Organização das Nações 
Unidas), a OMC (Organização Mundial de Comércio), a OMA (Organização 
Mundial de Aduanas) e a OIT (Organização Internacional do Trabalho). 
Organizações internacionais de alcance regional, ao contrário, 
são aquelas que reúnem unicamente países de uma determinada região, 
como por exemplo, a UE (União Europeia), a OEA (Organização dos 
Estados Americanos), o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) 
e o MERCOSUL. 
Pois bem, feita essa rápida introdução, vamos agora nos ater ao 
exame das principais organizações internacionais para fins de prova: ONU, 
OEA, OMC. 
2.1 – Organizaçãodas Nações Unidas (ONU)
A Organização das Nações Unidas (ONU) foi criada após a 
Segunda Guerra Mundial em substituição à Liga das Nações, organização 
internacional que funcionou em Genebra após a Primeira Guerra Mundial. 
Após um período de tanta turbulência como o vivido durante a Segunda 
Guerra Mundial, os países se reuniram em torno de uma organização que 
buscasse a manutenção da paz e da harmonia internacional. 
Assim, surgiu a ONU, que nada mais é do que uma associação de 
Estados reunidos com os seguintes objetivos: 
9 Manter a paz e a segurança internacionais; 
9 Desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas 
no respeito ao princípio da igualdade e de autodeterminação 
dos povos; 
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9 Conseguir uma cooperação internacional para resolver os 
problemas internacionais de caráter econômico, social, 
cultural ou humanitário e para promover e estimular o 
respeito aos direitos humanos e as liberdades fundamentais 
para todos; 
9 Ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações 
para a consecução desses objetivos. 
Como podemos perceber, a atuação da ONU não se limita a um 
determinado tema, mas sim estende-se por diversas áreas. Dizemos, 
assim, que trata-se de uma organização de vocação política, 
constituindo-se no mais importante fórum internacional. 
O estatuto da ONU é a Carta das Nações Unidas, assinada em 
São Francisco em 26 de junho de 1945. Segundo o referido diploma, 
poderão ser admitidos como membros todos os Estados “amantes da paz” 
que aceitem as obrigações contidas na Carta e que a juízo da Organização 
estiverem aptos e dispostos a cumprir tais obrigações. 
São seis os órgãos especiais das Nações Unidas: Assembléia 
Geral, Conselho de Segurança, Corte Internacional de Justiça, 
Secretariado, Conselho Econômico e Social e o Conselho de Tutela. 
O mais importante de seus órgãos (e também sobre o qual mais 
se fala nos jornais e revistas) é o Conselho de Segurança. Mas quais 
seriam suas funções? Por que ele é tão importante? 
De acordo com o art.39 da Carta da ONU, o Conselho de 
Segurança determinará a existência de qualquer ameaça à paz, ruptura da 
paz ou ato de agressão, e fará recomendações ou decidirá que medidas 
deverão ser tomadas a fim de manter ou restabelecer a paz e a segurança 
internacionais. 
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Assim, as principais decisões da ONU são tomadas pelo seu 
Conselho de Segurança. Quando se trata de aplicar sanções, por exemplo, 
é o Conselho de Segurança da ONU quem irá decidir. Daí a grande 
importância desse órgão! 
Atualmente, o Conselho de Segurança da ONU possui 10 
membros não-permanentes e 5 membros permanentes (China, Estados 
Unidos, França, Reino Unido e Rússia). Uma decisão não-processual 
(decisão importante) é tomada por esse órgão com base em um quórum 
de 9 votos, aí incluídos, necessariamente, votos afirmativos de 
todos os seus membros permanentes. 
Essa obrigatoriedade do voto afirmativo dos membros 
permanentes representa o chamado “poder de veto”, segundo o qual 
qualquer dos membros permanentes pode impedir que uma decisão seja 
tomada. Se 14 membros do Conselho de Segurança da ONU votarem a 
favor de uma questão, mas um membro permanente votar 
negativamente, a decisão não será adotada. 
Em outras palavras, os 5 membros permanentes têm poder de 
voto e de veto, já os demais apenas de voto. E o que isso significa na 
prática? Que todos os membros permanentes têm que concordar com 
a medida em pauta, ou ela não será aprovada. Assim, ainda que 4 
membros permanentes e os 10 temporários julguem válida determinada 
resolução ela não poderá ser aprovada porque um membro permanente 
não aprovou! 
Conforme percebemos, a estrutura decisória no âmbito da ONU 
reflete uma completa assimetria de poder, que faz com o que o voto dos 
membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU tenha peso 
muito maior. 
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Com efeito, quando a ONU foi criada em 1945, a ordem 
internacional era completamente diferente do que é hoje em dia. 
Assim, sua estrutura institucional e o processo decisório refletem um 
cenário ultrapassado. Nota-se que há uma desigualdade de fato no âmbito 
da ONU, conferindo supremacia a alguns países em detrimento de outros. 
É justamente por isso que se reclama por uma reforma do 
Conselho de Segurança da ONU. Objetiva-se estruturar, dessa forma, 
um sistema multilateral condizente com a nova ordem internacional, 
caracterizada pela cada vez maior participação dos países em 
desenvolvimento. 
Nesse sentido, há países que pleiteiam um assento permanente 
no Conselho de Segurança da ONU, particularmente Alemanha, Japão, 
Brasil e Índia. Vejam só que interessante: Japão e Alemanha são duas das 
maiores economias do mundo, mas por terem perdido a Segunda Guerra 
Mundial, ficaram de fora da estrutura do Conselho de Segurança! 
Todavia, apesar dessas intenções, há algumas resistências 
regionais: o Paquistão se opõe à entrada da Índia; a Itália se opõe à 
Alemanha; Argentina e México se opõem ao Brasil; e China e Coreia do 
Sul se opõem ao Japão. 
Recentemente, há alguns assuntos de extrema importância 
relacionados à ONU. Ao longo do curso teremos a oportunidade de 
comentar cada um deles de forma mais detalhada. Todavia, já que estou 
falando de ONU, vale a pena enumerarmos esses assuntos para que vocês 
já tenham uma ideia sobre o que está em voga no momento! 
9 O primeiro deles diz respeito às negociações desenvolvidas no 
âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças 
Climáticas (COP-15 em 2009, COP-16 em 2010 e COP-17), assunto 
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sobre o qual falaremos de forma mais detalhada na aula sobre “Meio 
Ambiente”. 
9 O segundo diz respeito às novas sanções aplicadas pela ONU 
contra o Irã. Falaremos mais sobre isso ainda nesta aula, mais à 
Frente! 
9 O terceiro diz respeito à falta de uma posição firme da ONU em 
relação ao ataque israelense a navios de ajuda humanitária em 
favor dos palestinos na Faixa de Gaza. 
9 O quarto se refere à autorização do Conselho de Segurança da ONU 
para a intervenção militar na Líbia, que foi dado com vistas a 
impedir a violação de direitos humanos pelo antigo regime ditatorial 
que existia naquele país. Também falaremos sobre isso ainda nesta 
aula! 
Vejam a seguir uma questão sobre a ONU! 
2) (CESPE / Assistente Social–TJ-RR / 2011 / com adaptações) Ao 
chegar ao Brasil para uma visita ofuscada pela intervenção militar na 
Líbia, o presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Barack Obama, 
prometeu atuar para que o Conselho de Segurança da Organização das 
Nações Unidas (ONU) seja mais “representativo” e manifestou “apreço à 
aspiração” brasileira de obter assento permanente no órgão. A declaração 
foi celebrada pelo Itamaraty, mas o Planalto esperava um apoio mais 
explícito, como o que Obama deu a Índia em 2010. 
Folha de São Paulo, março/2011, capa (com adaptações) 
Considerando o texto acima e a amplitude dos temas nele 
abordados, julgue Certo ou Errado os itens de I a IV. 
I – Infere-se do texto que o presidentenorte-americano desaprova, nas 
atuais circunstancias da política mundial, a reestruturação da ONU, 
defendida pelo Brasil e por outros países, sobretudo por envolver o setor 
que trata da segurança e da paz no mundo. 
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II – Surgida no imediato pós-Segunda Guerra Mundial, a ONU é uma 
organização multilateral que, criada no contexto de rígida bipolarização 
ideológica em que se defrontavam os projetos capitalista e socialista, 
sobreviveu à Guerra Fria e, a despeito dos problemas e dos 
questionamentos a que está sujeita, permanece atuante. 
III – A Índia, referida no texto, consiste em um país de contrastes, em 
que miséria e riqueza convivem em um mesmo e extenso território, 
portador de grandes potencialidades e reconhecido como uma das 
economias emergentes no cenário global contemporâneo, integrando o 
grupo conhecido como BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). 
IV – Depreende-se do texto que o Brasil almeja participar do Conselho de 
Segurança da ONU não mais na condição de membro temporário, o que 
tem acontecido muitas vezes, mas com direito a voto e veto, tal como 
hoje ocorre com os cinco membros permanentes desse Conselho – EUA, 
Rússia, China, França e Reino Unido. 
Marque a alternativa correta 
a) Todas as afirmativas estão corretas. 
b) Somente I está correta. 
c) Apenas I e IV estão corretas. 
d) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. 
e) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas. 
COMENTÁRIOS
A assertiva I está errada. Ao contrário do que diz essa afirmativa, 
podemos inferir do texto que o presidente norte-americano defende que a 
ONU seja “mais representativa”. Ou seja, não há, manifestadamente, 
desaprovação de Obama à uma reestruturação do organismo 
internacional. 
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O que se pode inferir do texto é que o presidente do EUA não 
demonstrou tanto interesse em que o Brasil se torne membro permanente 
do Conselho de Segurança da ONU, ao contrário de sua manifestação 
positiva ao interesse da Índia, que é um país muito mais estratégico para 
os EUA que o Brasil. A Índia tem se mostrado uma grande potência em 
desenvolvimento de software, está localizada na Ásia – importante região 
para influência política e econômica dos EUA – e, além disso, possui 
muitos indianos que ocupam postos importantes no mercado norte-
americano de engenharia de software e na medicina. 
Até o momento, as maiores manifestações positivas de Obama 
com relação à reestruturação da ONU e a entrada de novos membros no 
Conselho estão relacionadas com a Índia e com o Japão. Os outros países 
que aspiram a uma vaga, como já vimos, são Brasil e Alemanha, mas não 
contam com tanto apoio dos norte-americanos. 
A afirmativa II está correta. Fica fácil responder esta depois do 
que foi visto na aula, não é? Reveja: a Organização das Nações Unidas, 
ONU, foi criada em 1945, após a Segunda Guerra Mundial para substituir 
a Liga das Nações e tinha como objetivo fornecer uma plataforma de 
diálogo internacional e evitar conflitos e guerras, promovendo assim a paz 
mundial. 
O período em que foi criada era marcado pela bipolarização 
ideológica do mundo. De um lado, sob liderança dos EUA, o sistema 
capitalista defendendo o livre comércio e sustentando o argumento que o 
capitalismo era a melhor forma econômica e social, que garantia a 
liberdade das pessoas, etc. Por outro lado, estava a União Soviética, 
defendendo o socialismo, a intervenção estatal na economia e a ideia de 
maior igualdade social. 
As áreas de influência de cada um dos lados estavam sob 
permanente propaganda, a favor do sistema em que estavam inseridas e, 
também, contrária ao sistema existente no pólo oposto. 
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A ONU atuou durante todo o período da Guerra Fria, muitas 
vezes de maneira contraditória ao objetivo de manutenção da paz. Desde 
sua criação tem passado por críticas, mas, ainda hoje permanece como o 
organismo de referência em termos internacionais. 
A afirmativa III está correta. A Índia é o sétimo maior país em 
área geográfica e o segundo mais populoso do mundo. É um país 
identificado por sua riqueza comercial e cultural e, atualmente, desponta 
no cenário internacional como potência em desenvolvimento. É uma 
república que adota o sistema de democracia parlamentar. Ocupa, 
contemporaneamente, o quarto e o décimo segundo lugares, 
respectivamente, em poder de compra e maior economia do mundo em 
taxa de câmbio. 
Desde 1991 tem apresentado grande crescimento econômico, 
mas, por outro lado, ainda apresenta altos níveis de pobreza, 
analfabetismo, doenças e desnutrição; marcas contraditórias do mundo 
indiano. 
A Índia faz parte do BRIC, que se refere a Brasil, Rússia, Índia e 
China, países que têm apresentado rápido crescimento em suas 
economias em desenvolvimento. Diante de tudo isso, podemos afirmar 
que a questão está correta. 
A assertiva IV também está correta. Como já vimos, Alemanha, 
Japão, Índia e Brasil sãos os países que almejam fazer parte, como 
membros permanentes, do Conselho de Segurança da ONU. 
Atualmente o Conselho da organização internacional é formado 
por 15 membros: 5 são membros permanentes: EUA, França, Reino 
Unido, China e Rússia; e os outros 10 são votados para mandato de 2 
anos, sendo 50% substituídos ao final de cada ano. 
Por exemplo, ao final de 2009 foram escolhidos como membros 
temporários, para atuar de 01 de janeiro de 2010 a 31 de dezembro de 
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2011: Bósnia e Herzegovina, Brasil, Gabão, Líbano e Nigéria. Estes países 
foram substituídos a partir de 01 de janeiro de 2012 por novos 5 
membros escolhidos ao final de 2011, que foram: Guatemala, Marrocos, 
Paquistão, Togo e Eslovênia. A partir de 01 de janeiro de 2011, os 5 
membros que faziam parte do Conselho anteriormente foram substituídos 
por: África do Sul, Alemanha, Colômbia, Índia e Portugal, estes 
permanecerão até 31 de dezembro de 2012, quando serão substituídos. 
Gabarito: E ___X___ 
2.2 – Organização dos Estados Americanos (OEA)
A Organização dos Estados Americanos (OEA) é uma organização 
internacional criada em 1948 com o objetivo de obter “uma ordem de paz 
e de justiça, para promover sua solidariedade, intensificar sua colaboração 
e defender sua soberania, sua integridade territorial e sua independência”. 
A OEA é uma organização internacional de caráter regional e de 
vocação política, sendo um organismo regional das Nações Unidas. A 
Carta da OEA define quais são seus propósitos enquanto organização 
internacional que atua no continente americano e ainda os princípios em 
que se baseia e sua estrutura jurídica. 
De acordo com sua Carta, os propósitos essenciais da OEA são: 
9 Garantir a paz e a segurança continentais; 
9 Promover e consolidar a democracia representativa, respeitado o 
princípio da não-intervenção; 
9 Prevenir as possíveis causas de dificuldades e assegurar a solução 
pacífica das controvérsias que surjam entre seus membros; 
9 Organizar a ação solidária destes em caso de agressão; 
9 Procurar a solução dos problemas políticos, jurídicose econômicos que 
surgirem entre os Estados membros; 
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9 Promover, por meio da ação cooperativa, seu desenvolvimento 
econômico, social e cultural; 
9 Erradicar a pobreza crítica, que constitui um obstáculo ao pleno 
desenvolvimento democrático dos povos do Hemisfério; e 
9 Alcançar uma efetiva limitação de armamentos convencionais que 
permita dedicar a maior soma de recursos ao desenvolvimento 
econômico-social dos Estados membros. 
Como se pode perceber, os propósitos da OEA são bastante 
semelhantes aos da ONU e giram em torno de uma mentalidade de paz e 
segurança, cooperação interamericana, solução pacífica das 
controvérsias e promoção de desenvolvimento econômico, social e 
cultural. 
Mas afinal, quem são os membros dessa organização? 
Bem, todos os Estados Americanos que ratificaram a Carta da 
OEA, passaram a constituir essa organização, ou seja, as 35 nações 
independentes do continente americano. 
A Carta da OEA, ao contrário da Carta da ONU, não prevê a 
possibilidade de expulsão de um Estado-membro quando este 
viole os seus princípios. Todavia, um membro cujo governo 
democraticamente constituído seja deposto pela força, poderá ter 
suspenso o seu direito de participação nas atividades da organização. 
Como exemplo, posso citar o caso ocorrido em 31 de janeiro de 
1962 em Cuba. Após o governo cubano afirmar o caráter socialista da 
Revolução e se aliar à URSS, esse país foi suspenso da Organização, tendo 
seus direitos recuperados somente em junho de 2009. Todavia, podemos 
dizer que Cuba não está nem aí pra OEA! Apesar de sua suspensão 
dessa organização internacional ter sido revogada, o governo 
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cubano é firme na posição de que não deseja retornar a essa 
organização. 
Outro país que, recentemente, teve a suspensão do direito de 
participação nas atividades da OEA foi Honduras. Vamos entender, de 
forma rápida, o que ocorreu neste país! 
Manoel Zelaya governava Honduras desde 2006, sendo seu 
governo marcado pelo populismo de esquerda, o que desagradava as 
camadas mais conservadoras. Sendo acusado de corrupção e, ainda, de 
querer se perpetuar no poder mediante reformas na Constituição de 
Honduras, ele foi deposto por um golpe militar no dia 28 de junho de 
2009. 
A deposição de Zelaya pelo golpe militar causou ampla 
repercussão na comunidade internacional, que condenou a atitude dos 
militares. Uma das consequências disso foi o não reconhecimento da 
legitimidade do novo governo de Honduras pela comunidade internacional 
e a suspensão desse país da OEA. 
No plano interno, o golpe militar teve como efeito manifestações 
de rua e embates entre partidários de Zelaya e aqueles que eram a favor 
de sua deposição. 
Tendo sido expulso de Honduras por ocasião do golpe, Manoel 
Zelaya retornou ao país e pediu asilo diplomático na embaixada brasileira 
naquele país, onde ficou por cerca de 4 meses. Após esse período, Zelaya 
deixou o país rumo à República Dominicana. Atualmente, Honduras já tem 
um novo governo, com o presidente Porfírio “Pepe” Lobo Sosa, que 
assumiu no início de 2010, colocando um fim no regime provisório 
instaurado pelo golpe militar. 
Em meados de 2011, o presidente Pepe assinou acordo 
permitindo o retorno de Zelaya ao país. Pouco tempo depois, a OEA 
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readmitiu Honduras entre seus membros. O país estava suspenso desde 
2009 e teve a aprovação de 32 membros para o seu retorno, somente o 
Equador votou contra, alegando que a reintegração de Honduras à OEA foi 
prematura. 
Vejamos algumas questões sobre a OEA! 
3) (CESPE / INMETRO-2009 / com adaptações) Em decisão 
histórica, a reunião da Assembléia Geral da Organização dos 
Estados Americanos (OEA), em junho de 2009, tornou sem efeito a 
resolução que excluía Cuba do Sistema Interamericano de Nações. 
Passaram-se 47 anos de isolamento desde a reunião de Punta Del 
Este (Uruguai), em 1962, quando foi oficializado o afastamento da 
ilha. A referida decisão histórica deve ser entendida como o 
retorno, ainda que de forma atenuada, aos tempos da polarização 
ideológica que caracterizava a Guerra Fria. 
COMENTÁRIOS
A decisão histórica a que a questão faz a alusão é a revogação da 
decisão que suspendeu o direito de participação de Cuba da OEA. A 
suspensão de Cuba dessa organização ocorreu após ter ocorrido naquele 
país uma revolução socialista. 
Com efeito, a revogação da suspensão de Cuba representa o 
entendimento político de que a Guerra Fria é coisa do passado e 
demonstra que não há mais a polarização do mundo que existia 
durante aquele período. Logo, a questão está errada. Gabarito: Errado 
___X___ 
2.3 – Organização Mundial do Comércio (OMC)
O surgimento dessa organização está diretamente ligado a dois 
fenômenos modernos. O primeiro deles é o aumento do número e volume 
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de transações comerciais entre diferentes países e regiões. O segundo é o 
intenso processo de integração trazido pela globalização, seja de capitais, 
mercadorias ou da própria produção. 
Com efeito, as relações comerciais entre os países aumentaram 
de forma exponencial na segunda metade do século XX, o que passou a 
exigir a criação de normas que as regulassem em nível multilateral. E 
nada mais natural do que criar uma organização internacional que 
administrasse todo esse arcabouço jurídico. 
Para falarmos da OMC e de sua criação, precisamos fazer uma 
rápida regressão temporal e voltar ao final da Segunda Guerra Mundial 
(mais uma vez!). 
Terminado esse grande conflito mundial, os países reuniram-se 
naquela que ficou conhecida como Conferência de Bretton Woods. O 
objetivo era instaurar um novo sistema para reger as relações econômicas 
internacionais. Para cumprir esse objetivo, decidiram criar três 
organizações internacionais: o FMI (Fundo Monetário Internacional), o 
BIRD (Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento) e a OIC
(Organização Internacional do Comércio). 
Cada uma delas teria um objetivo diferente, sendo que a OIC
seria responsável por fiscalizar as políticas comerciais dos países e evitar 
medidas protecionistas por eles utilizadas. Todavia, essa instituição nunca 
se concretizou diferentemente do BIRD e do FMI, que ganharam vida 
rapidamente. 
Enfim, a iniciativa de criação da OIC não logrou êxito, 
principalmente, devido a posição adotada pelos EUA, que temiam perder 
sua soberania nas questões comerciais. 
Assim, mesmo que essa organização não tenha sido criada, em 
1947, os países celebram um acordo internacional denominado GATT 
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(General Agreement on Tariffs and Trade). Ao criar o GATT, os países 
buscaram estabelecer medidas que evitassem práticas protecionistas, 
buscando a liberalização do comércio internacional, considerado por 
muitos teóricos como o grande motor do desenvolvimento econômico. 
Os países reconheciam, todavia, que a liberalização docomércio 
internacional não ocorreria da noite para o dia, mas sim de forma 
progressiva. Desta forma, foram realizadas diversas Rodadas de 
Negociações Comerciais, as quais culminaram na criação da OMC 
em 1994, ao fim da Rodada Uruguai. 
Podemos dizer que o principal objetivo da OMC é promover o 
desenvolvimento econômico de seus países-membros, o que resulta em 
melhoria da qualidade de vida de suas populações. Mas qual seria o meio 
adequado para isso? 
Segundo o que prega essa organização internacional, 
fundamentada em teóricos como Adam Smith e David Ricardo, o 
desenvolvimento econômico será alcançado por meio da liberalização do 
comércio internacional. Buscando liberalizar o comércio internacional, a 
OMC possui as seguintes funções: 
9 Servir como fórum para negociações comerciais; 
9 Administrar os diversos acordos firmados em seu âmbito pelos 
países-membros; 
9 Fiscalizar as políticas comerciais de seus membros; 
9 Servir como fórum para solução de controvérsias. 
Vários acordos foram firmados no âmbito da OMC, os quais 
tratam de variados temas: comércio de mercadorias, comércio de 
serviços, direitos de propriedade intelectual relacionados ao 
comércio, dumping, subsídios, medidas sanitárias e fitossanitárias, 
barreiras técnicas ao comércio, etc. 
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Como podemos perceber, a gama de assuntos é bastante variada 
e complexa. Vale destacar, todavia, que na busca pela liberalização do 
comércio internacional, os acordos comerciais firmados no âmbito da OMC 
tratam tanto das questões tarifárias quanto das não-tarifárias. 
É importante termos a noção de que as barreiras comerciais 
podem ser impostas em formas diferentes das tarifas. Muitas das vezes, 
essas medidas começam a ser utilizadas pelos países como uma forma de 
restrição velada ao comércio internacional. Imagine, por exemplo, se a 
União Europeia disser o seguinte: “Só entram no meu território laranjas 
com 15 cm de diâmetro?” Meu Deus, assim seria impossível exportar 
laranjas para a UE! 15 cm de diâmetro só se a laranja for uma melancia! 
rsrsrs... Justamente para evitar situações como essas é que foram feitos 
os acordos da OMC! 
Além de administrar os acordos comerciais firmados sob sua 
égide, a OMC serve como um importante fórum para solução de 
controvérsias entre seus membros. Sempre que um membro da OMC 
julgar que está sendo prejudicado por uma medida imposta por outro 
membro, ele poderá levar o caso à apreciação do Órgão de Solução de 
Controvérsias. Ao final da disputa comercial, o país “perdedor” deverá 
implementar as recomendações feitas pela OMC. Caso não o faça, o país 
vencedor poderá ser autorizado a retaliá-lo. 
Em dezembro de 2009, o Brasil foi autorizado pela OMC a 
aplicar retaliações comerciais em US$ 830 milhões contra os 
Estados Unidos por causa dos subsídios americanos à produção de 
algodão. A retaliação começou a ser imposta, mas em junho de 
2010 o Brasil decidiu suspendê-la por mais 2 anos e meio, em 
razão de um acordo provisório com os EUA, o qual prevê a 
diminuição dos subsídios ilegais ao algodão. 
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Em março de 2011, o Brasil saiu novamente vitorioso no 
sistema de solução de controvérsias da OMC. A disputa comercial se 
referia agora à aplicação ilegal de direitos antidumping pelos EUA 
sobre o suco de laranja brasileiro. Cabe destacar que ainda cabe 
recurso dessa decisão perante o Órgão de Apelação. 
As negociações comerciais desencadeadas no âmbito da OMC são 
a forma que os países encontram para aperfeiçoar o processo de 
liberalização comercial, o qual é feito de forma progressiva. 
Em 1947, quando os países criaram um acordo para regular o 
comércio internacional – o GATT 47 (General Agreement on Tariffs and 
Trade) – eles decidiram que buscariam a liberalização do comércio 
internacional de forma progressiva, por meio de sucessivas rodadas de 
negociações. Dessa forma, várias Rodadas de Negociação se sucederam! 
Chegamos, então, ao ano de 2001, quando foi lançada a Rodada 
Doha também conhecida por Rodada do Desenvolvimento. Mas por 
que esse nome? A atual rodada de negociações foi lançada com esse 
nome porque tem como maior objetivo “olhar o lado” dos países em 
desenvolvimento, como forma de inseri-los de forma mais efetiva na 
economia internacional. 
O grande problema é que as negociações de Doha se arrastam 
desde 2001. Chegamos ao ano de 2011 e, mesmo assim, ainda não se 
tem um consenso final. Mas afinal, por que tanta dificuldade para se 
chegar a um acordo? 
Em primeiro lugar, é relevante destacar a pluralidade de temas 
que é tratada no âmbito dessa Rodada de Negociações: comércio de 
mercadorias, comércio de serviços, defesa comercial, medidas de 
investimento relacionadas ao comércio, agricultura, etc. Em segundo 
lugar, é preciso destacar o processo decisório no âmbito da OMC, 
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onde somente se chega a um denominador comum pelo consenso 
entre seus membros. Por fim, há o impasse instaurado entre países 
desenvolvidos e países em desenvolvimento. Enquanto os países 
desenvolvidos desejam obter redução de tarifas em produtos 
industrializados, os países em desenvolvimento querem que os 
desenvolvidos reduzam o protecionismo na área agrícola, 
particularmente no que se refere à concessão de subsídios. 
Vejamos, a seguir, como podem ser cobrados na prova 
conhecimentos sobre a Organização Mundial do Comércio (OMC)! 
4) (FCC / APOFP / 2010) Embora a Rodada de Doha, criada em 
2001 para diminuir as barreiras comerciais no mundo, não tenha 
ainda sido finalizada, a OMC dispõe de mecanismos, baseados em 
alguns acordos multilaterais já estabelecidos, para regulamentar a 
matéria da concessão de subsídios às exportações agrícolas. Em 
2002, o Brasil recorreu à OMC para investigar e questionar 
subsídios acima do permitido à produção de algodão nos EUA. A 
OMC considerou justa a demanda brasileira. O não cumprimento 
pelo governo norte-americano da determinação da OMC para 
redução dos subsídios culminou com a autorização para o Brasil 
aplicar sanções comerciais retaliatórias contra os EUA, sobre as 
quais é correto afirmar: 
a) O Brasil pode aplicar US$ 829 milhões em retaliações, que incluem 
produtos, direitos de propriedade intelectual e serviços. 
b) A OMC autorizou retaliações apenas sobre o algodão exportado dos 
EUA para o Brasil. 
c) As retaliações autorizadas pela OMC foram rejeitadas pelo governo 
brasileiro, para evitar a “guerra comercial” com os EUA. 
d) A OMC excluiu das retaliações os direitos de propriedade intelectual. 
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e) As retaliações, conforme determinação da OMC, não podem envolver 
aumento de tarifas de importação. 
COMENTÁRIOS
A OMC autorizou o Brasil a retaliar os EUA em cerca de US$ 830 
milhões. Segundo a decisão que autorizou o Brasil a aplicar tal 
retaliação, esta pode ser feita em relação a bens, serviços e 
direitos de propriedade intelectual. Logo, a letra A é a alternativa 
correta. Gabarito: A 
___X___ 
3 – A inserção do Brasil no cenário internacional
3.1– Política Externa Brasileira
Ao conjunto de objetivos políticos que um determinado país 
busca alcançar nas suas relações com os demais estados do mundo, 
denominamos política externa. Mas, afinal, quais são os objetivos do 
Brasil diante do mundo? 
Bem, atualmente, todo o empenho do governo brasileiro tem 
girando em torno de obter maior voz no cenário internacional, com vistas 
a tornar-se um membro permanente do Conselho de Segurança das 
Nações Unidas. Isso garantiria ao Brasil poder de veto nas decisões mais 
importantes no cenário mundial em onde este órgão atua. 
Além disso, o Brasil busca ampliar sua participação na discussão 
das principais questões globais, como as mudanças climáticas, o 
desenvolvimento sustentável, a Rodada Doha, e o combate à pobreza. 
Para isso, tem atuado de forma significativa nos mais importantes fóruns 
internacionais – ONU, OMC e G20. 
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Seguindo, ainda, essa mesma estratégia, o Brasil tem como uma 
de suas principais prioridades promover a integração na América do Sul, 
ainda que essa não seja uma tarefa fácil. 
Embora os governos dos países sul-americanos sejam, 
predominantemente, de esquerda – o que favorece o ambiente político – 
há pensamentos econômicos divergentes entre os países. De um lado, há 
aqueles que buscam acordos de livre comércio com os EUA – Colômbia, 
Chile e Equador; e de outro os que têm uma visão mais industrial e 
desenvolvimentista e buscam o comércio com seus vizinhos – Argentina, 
Brasil e Venezuela. 
Bem, o fato é que o Brasil ocupa uma posição privilegiada no 
cenário mundial, pois apesar de ser um grande país em desenvolvimento 
ele está bem longe dos principais pólos de poder mundial. Assim, ele 
adentrou ao novo cenário criado pela globalização se utilizando dos 
recursos naturais que possui. Além disso, a tecnologia do Brasil contribuiu 
para que sua agricultura empresarial se tornasse uma das mais eficientes 
do mundo. 
Com isso, o Brasil procura se transformar num personagem 
global e reforçar a sua presença nas mais diversas organizações 
internacionais como ONU, OMC, G8, G20 e todo tipo de Conferências 
sobre assuntos mundiais, como o clima, por exemplo. Vamos às questões? 
5) (CESPE / IRB / 2009) O Brasil restringe sua participação a 
missões conduzidas em países em que não existam quaisquer 
interesses brasileiros em questão. 
COMENTÁRIOS 
Essa questão está errada porque, ainda que o Brasil participe de 
muitas missões em que não há interesses políticos ou econômicos 
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envolvidos, sua participação não se restringe apenas a esse tipo de 
missão! Gabarito: Errado 
6) (CESPE / IRB-Bolsa / 2008) O Brasil tem historicamente uma 
política externa com ênfase nos objetivos de paz, desenvolvimento 
e participação do país nos grandes temas do mundo. 
COMENTÁRIOS 
Atualmente, o Brasil tem ganhado, cada vez mais, o 
reconhecimento mundial sobre seus objetivos de paz. Tanto que no 
conflito entre Colômbia e Venezuela, ele estava sendo cotado como o mais 
indicado para servir como mediador. Portanto, a questão está correta. 
Gabarito: Certo ___X___ 
3.2 – G20 (Maiores Economias)
O Grupo dos 20 é um grupo constituído por ministros da 
economia e presidentes de bancos centrais dos 19 países de economias 
mais desenvolvidas do mundo mais a União Européia. 
Pertencem a esse grupo Brasil, China, Paquistão, Indonésia, 
Argentina, Chile, Venezuela, Egito e África do Sul, dentre outros. Por que 
citei esses países em especial? Bem, é preciso perceber que esse grupo 
agrega países que estão mais ou menos no mesmo patamar de 
desenvolvimento. A partir disso, podemos compreender com mais clareza 
os objetivos que o grupo possui. 
Deste modo, a finalidade principal do G20 é reunir as mais 
importantes economias do mundo (seja países desenvolvidos ou em 
desenvolvimento) para que possam discutir questões fundamentais na 
economia global. 
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Com a cada vez maior participação dos países em 
desenvolvimento na economia internacional, o G20 tem aumentado 
gradativamente sua importância como fórum de discussões. 
3.3 – G8 e Conselho de Segurança da ONU
Esse grupo é composto por quase todos os membros 
permanentes do conselho de segurança da ONU (com exceção da China) 
mais Japão, Canadá, e Itália. Ele funciona basicamente, como um foro 
informal de discussão de grandes temas da política internacional como 
terrorismo, meio ambiente, energia etc. 
Apesar de não fazer parte da composição do G-8, a diplomacia 
brasileira estabeleceu como meta conquistar uma cadeira permanente no 
Conselho de Segurança da ONU, juntamente com Alemanha, Japão e 
Índia. Entretanto, apesar da reivindicação de que seja ampliado o grupo, 
com a inclusão dos principais economias emergentes, a proposta 
enfrentou oposição de vários países. 
No entanto, o Brasil segue no caminho de conciliador e ganha, 
cada vez mais, visibilidade mundial pelo seu sucesso diplomático, como no 
caso do Irã, vocês estão lembrados? 
Em 2010, o Brasil mediou um acordo firmado entre Turquia 
e Irã, pelo qual o governo iraniano concordou em remeter à 
Turquia 1,2 mil quilos de urânio a 3,5% e receber urânio 
enriquecido a 20% para ser usado em reatores de energia.
(Importante!) A troca dessa quantidade de urânio com baixo nível de 
enriquecimento por urânio já enriquecido representaria um primeiro passo 
na solução de um antigo impasse entre esse país e a ONU. 
Apesar do acordo, o Conselho de Segurança da ONU 
aprovou novas sanções contra o Irã, mesmo sem a aprovação, ou o 
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apoio, de Brasil e da Turquia, que atualmente são membros temporários 
do Conselho de Segurança. 
Além da questão nuclear, o Irã é acusado de dar apoio a grupos 
fundamentalistas como o libanês Hezbollah e o palestino Hamas. O Irã se 
posiciona totalmente contra Israel e influencia partidos xiitas no Iraque, 
contra quem impôs uma das mais sangrentas guerras das últimas 
décadas. 
Apesar disso, o grande impasse envolvendo o Irã nos últimos 
anos diz respeito à denúncia de que o país planeja produzir armas 
nucleares secretamente. O governo nega esse objetivo e mantém seu 
programa de enriquecimento de urânio sob a justificativa de geração de 
energia. 
Ao ser classificado por George W. Bush como pertencente ao 
eixo do mal, o Irã passou a sofrer sanções econômicas impostas pela ONU 
há aproximadamente 4 anos. No entanto, essas sanções não tiveram 
ressonância e não modificaram em nada a postura de Ahmadinejad, que 
não recuou nas atividades nucleares. Assim, essa nação tornou-se uma 
das principais preocupações dos Estados Unidos e de outras grandes 
potências que aspiravam algum interesse político ou econômico na região. 
(CESPE / Analista Judiciário – TJ-ES / 2011 – com adaptações) O 
Irã está envolvido em polêmicas relacionadas ao uso de energia nuclear e 
à possibilidade de uso dessa energia para a construção de uma bomba 
atômica. Com relação a essa polêmica e aos desdobramentos por ela 
suscitados, julgue os próximos itens. 
Julgueas questões 7 e 8 tendo o texto acima como referência. 
7) Acompanhando a decisão norte-americana, o Brasil votou a 
favor de sanções contra o Irã. 
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COMENTÁRIOS
Afirmativa errada. Essa questão tem tudo para confundir o 
candidato e levá-lo a respondê-la incorretamente. No que se refere às 
sanções contra o Irã, o Brasil votou contra a aplicação destas sanções. No 
entanto, em 2011, o Brasil votou a favor de enviar relator da ONU para 
investigar o Irã a respeito de questões sobre direitos humanos. Viram 
como é fácil confundir-se?! 
Em junho de 2010, o Conselho de Segurança da ONU votou um 
pacote de sanções contra o Irã por conta do projeto nuclear daquele país. 
Dos 15 votos, apenas dois foram contrários ao pacote de sanções: Brasil e 
Turquia. E teve a abstenção do Líbano (vimos isso na explicação anterior). 
O pacote de sanções foi feito sob a suspeita de que o país pretendia 
desenvolver armas atômicas. As resoluções aprovadas giram em torno de 
restrições às operações de bancos iranianos no exterior, justificadas pela 
suspeita destes bancos estarem envolvidos com programas nucleares e 
bélicos no país. Além disso, houve endurecimento do embargo às armas 
no Irã e controle sobre empresas iranianas suspeitas de também estarem 
envolvidas com o programa nuclear. 
Por outro lado, em março de 2011, a presidente Dilma votou a 
favor da proposta norte-americana apresentada ao Conselho de Direitos 
Humanos das Nações Unidas de enviar relatoria especial para investigar o 
Irã sobre questões de violação dos direitos humanos. Essa foi uma 
mudança de posicionamento do Brasil em relação ao país, pois até 
então ou o Brasil se abstinha de votar ou, como foi o caso de 2010, 
votava contra as propostas restritivas e/ou punitivas ao Irã. 
Deste modo, quando a afirmativa diz que o Brasil votou a favor 
das sanções contra o Irã, ela torna-se incorreta. E ainda permite que os 
candidatos se confundam, pois existe o voto favorável que foi dado pelo 
Brasil em 2011. Gabarito: Errado 
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8) Brasil e Turquia selaram acordo com o Irã, mediante o qual este 
país se comprometeu a enviar urânio em troca de combustível 
enriquecido para uso em aplicações de natureza pacífica. 
COMENTÁRIOS
Afirmativa correta. Esse acordo foi firmado no dia 17 de maio de 
2010. Estiveram presentes os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e 
Mahmoud Ahmadinejad (do Irã) e o primeiro ministro turco, Tayyip 
Erdogan. Nessa ocasião foi fechado o acordo que garantia o envio de 
urânio levemente enriquecido do Irã para a Turquia e o retorno do 
material nuclear para ser usado em reator de pesquisa médicas iranianas. 
Portanto, a afirmativa está correta. Gabarito: Certo 
3.4 – BRIC’s - O Brasil no sistema internacional 
A expressão BRIC’s se refere as cinco grandes potências 
emergentes do mundo: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Com a 
perspectiva de desbancar, até 2050, o poderio econômico de EUA, Japão, 
Alemanha, Grã-Bretanha, França e Itália, os BRIC’s geraram alguns mitos 
em torno de si. 
Embora todos os países que pertencem a esse “seleto” grupo 
venham apresentando taxas de crescimento maiores que a média 
mundial, ainda há muito que ser feito. Com exceção do Brasil, que teve 
um crescimento médio anual de apenas 2,5% nos últimos 25 anos, os três 
demais países contam com a média de 6,5%, o que lhes tem dado um 
importante diferencial. 
No entanto, essa é apenas uma entre as muitas diferenças 
encontradas entre os países que pertencem a esse grupo que exibem 
estruturas econômicas muito diferente umas das outras. 
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A China, por exemplo, é um grande exportador de 
manufaturados, ao passo que a Índia se insere na economia internacional 
por meio de serviços especializados no setor de tecnologia da informação. 
Por outro lado, a Rússia se destaca no fornecimento de combustíveis 
fósseis e matérias primas minerais, enquanto o Brasil desponta como 
potência agrícola e dos biocombustíveis. 
Em abril de 2010, os principais países emergentes do mundo 
encontraram pouca coisa sobre as quais concordar durante sua cúpula 
anual, no Brasil. Todavia, um importante acerto foi defender mais 
influência nas instituições financeiras globais, estabelecendo prazos para 
as reformas desejadas. O tom do pedido só vem evidenciar a coesão 
desses países como grupo que, gradualmente, vem ganhando forças no 
cenário mundial. Agora, questões sobre o tema. 
9) (FMP / Auditor Público Externo – TCE-RS / 2011) Economistas 
e analistas de mercado criaram o termo “BRICS” para se referir a 
alguns países que se destacaram no cenário mundial pelo rápido 
crescimento das suas economias em desenvolvimento. Os países 
que compõe esta expressão são: 
(A) Brasil, Rússia, Indonésia, China e Coréia do Sul. 
(B) Bulgária, Reino Unido, Índia e Coréia do Sul. 
(C) Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. 
(D) Brasil, Rússia, Índia e Colômbia e África do Sul. 
(E) Brasil, República da China, Indonésia, Chile e Coréia do Sul. 
COMENTÁRIOS
A resposta correta é a letra C (Brasil, Rússia, Índia, China e 
África do Sul). 
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Originalmente os países fundadores do “BRIC” eram Brasil, 
Rússia, Índia e China, mas, em abril de 2011, com a admissão da África 
do Sul ao grupo, acrescentou-se o “S”. Como dito no enunciado da 
questão este grupo engloba países que estão em um estágio similar de 
desenvolvimento econômico, sendo países emergentes. 
Não se pode dizer que esses países formam um bloco 
econômico, como é o caso da UE (União Européia), mas há uma tendência 
à formação de alianças, com o objetivo de fortalecer as respectivas 
economias e aumentar a influência geopolítica do grupo. Por exemplo, em 
setembro de 2011, os ministros de finanças do Brics reiteraram a 
preocupação dos países membros em ajudar na resolução da crise 
econômica que assola o mundo, principalmente a Europa. Nesta mesma 
ocasião, foram reforçados os objetivos do Brics de conseguir maior espaço 
de influência nas decisões do FMI e outros órgãos internacionais. 
Gabarito: C ___X___ 
4 – Conflitos Geopolíticos
4.1 – A Guerra do Afeganistão (1979-1989) 
Bem, pessoal, sobretudo nesse momento, que vemos algumas 
transformações nas relações internacionais daquele país, principalmente 
no que diz respeito à retirada das tropas norte-americanas (de forma 
gradual, é bom lembrar!) de lá, seria impossível não falarmos da guerra 
no Afeganistão, não é mesmo? 
Como a maior parte dos conflitos que veremos, este também 
não possui origens atuais, entretanto, elas não são tão antigas quanto a 
dos que se iniciaram ainda na Guerra Fria. Assim, devemos ter bem claro 
que a violência que atinge o Afeganistão se desencadeou num conflito 
étnico iniciado há mais ou menos 30 anos. 
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O Afeganistão é um dos países mais pobres do mundo e tem 
vivido grande instabilidadenas últimas décadas contando com uma 
economia e infra-estrutura extremamente precárias. Essa região, além de 
sofrer com guerras e conflitos internos também foi abalada por desastres 
naturais como terremotos e secas, piorando ainda mais as condições de 
vida da população. 
Apesar disso, esse país ocupa uma posição estratégica! 
Espremido entre o Oriente Médio, a Ásia Central e a Índia, ao longo da 
antiga "Rota da Seda", o Afeganistão foi disputado por vários países 
durante longo tempo. Pra vocês terem uma ideia, no século XIX, o país foi 
disputado tanto pela Rússia Imperial como pelo império britânico na Índia. 
No final da década de 70, esse país se tornou um importante 
campo de batalha da Guerra Fria, sobretudo após o envio de milhares de 
soldados soviéticos ao país para garantir a permanência do regime pró-
comunista. 
Mas num território com tanta diversidade e disputa de poder 
como o que estava situado este país, um grande confronto era iminente e 
logo ele eclodiu, envolvendo os Estados Unidos e os vizinhos do 
Afeganistão. Vamos entender melhor essa questão? 
Em fins da década de 70, quando a União Soviética invadiu o 
país, diversos grupos que recebiam o nome genérico de mujahedin
combateram o governo comunista, com o objetivo comum de instaurar 
um Estado muçulmano regido pela Sharia. 
A “lei Sharia”, em rápidas palavras, é a doutrina dos direitos e 
deveres religiosos do Islã, é baseada no Alcorão (livro sagrado do 
islamismo) e na biografia do profeta Maomé. Deste modo, os exemplos 
mais fortes de aplicação dessa lei é a proibição do governo ao uso de 
roupas ocidentais e a imposição às mulheres do uso do véu sobre a 
cabeça em locais públicos. Outra característica bem marcante é a 
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ressonância que a Sharia tem sobre a população, já que apesar de ser 
oriunda de uma religião, ela rege o comportamento civil de toda a 
sociedade, sendo aplicada de forma mais ou menos integral (ou seja, com 
maior ou menor intensidade) em cada governo que opta por adotá-la 
constitucionalmente. 
Pois bem, após a retirada soviética, em 1989, e a queda do 
governo comunista, em 1992, os mujahedin se dividiram. De um lado 
estava o Talibã, que se estabeleceu ao sul do país, sendo composto pela 
etnia Pashtun, predominante no Afeganistão. Do outro lado ficou a 
Aliança do Norte, liderada pelo segundo maior grupo étnico do país, os
tadjiques, e pelos uzbeques, um grupo minoritário. 
Estou certa de que, desses dois grupos, vocês todos já ouviram 
falar do primeiro, não é mesmo? Enquanto o Talibã é um grupo 
fundamentalista bastante ativo, a Aliança do Norte é uma organização 
político-militar criada pelo Estado afegão com o objetivo de reunir os 
diversos grupos afegãos a fim de combater o Talibã. 
A situação interna ainda é agravada pelo fato de as várias tribos 
pashtuns terem grandes divisões internas. Essas divisões explicam a 
hostilidade do Talibã aos candidatos pashtuns Hamid Karzai e Ashraf 
Ghani, e a Abdullah Abdullah, um tajique. Esses três eram candidatos à 
presidência no pleito eleitoral de 2009, sendo que Hamid Karzai foi eleito. 
Apesar do conflito mais famoso ocorrido no Afeganistão ser o 
que se iniciou em 1979, este país foi invadido diversas vezes ao longo de 
sua história, tendo suas fronteiras e governo como alvo constante de 
disputas. 
Alexandre, o Grande; Czares russos e comunistas foram alguns 
dos predecessores dos Estados Unidos na invasão deste local. Entretanto, 
se os americanos não obtiveram sucesso na Guerra do Vietnã, no 
Afeganistão quem não se deu bem foram os soviéticos! 
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A invasão soviética ao Afeganistão aconteceu em 1979 e teve 
consequências imediatas quando, um ano depois, durante os Jogos 
Olímpicos de Moscou, foi organizado pelos EUA um boicote dos principais 
países do ocidente aos Jogos. Mas a grande questão que não quer calar é: 
porque essa área sempre foi tão invadida e cobiçada por diferentes 
governos e em diferentes tempos? 
Bem, se observarmos atentamente o mapa deste país veremos 
que o Afeganistão é um país asiático, localizado ao centro desse 
continente e fazendo fronteira com o Turcomenistão, Uzbequistão, 
Tadjiquistão, China, Paquistão e Irã. Então, pessoal, se refletirmos sobre 
os vizinhos, perceberemos que apesar de não possuir saída para o mar a 
localização geográfica do Afeganistão é privilegiada por dois motivos. 
Primeiro, porque é um ponto estratégico para o estabelecimento de 
relações comerciais, já que se situa entre alguns dos mais importantes 
países da Ásia. O segundo é que trata-se de uma área estratégica de 
fundamental importância para estabelecer qualquer tipo de domínio na 
Ásia Central. 
Mais uma vez, é preciso perceber quais são as forças políticas 
efetivamente engajadas no conflito. E, por favor, prestem bastante 
atenção! De um lado, estavam os EUA (apoiando os rebeldes mujahidins
na tentativa de derrubada do regime comunista); do outro lado, estava a 
Mas vamos voltemos ao conflito 
iniciado em 1979, certo? 
A Guerra do Afeganistão
consistiu em um conflito militar 
entre a União Soviética (que 
apoiava o governo comunista 
instalado no Afeganistão) e os 
mujahidins afegãos (rebeldes 
que lutavam contra o regime 
comunista). 
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URSS (tentando manter o status quo político da região, ou seja, o regime 
comunista). 
A URSS invadiu o Afeganistão em 1979, logo após um golpe de 
Estado que objetivava destituir o governo comunista. Opondo-se à URSS 
estavam os mujahidins, que se inspiravam na Revolução Xiita do Irã para 
lutar pelo controle do Afeganistão. Agora um pequeno parêntese: O Irã, 
também em 1979, vivenciou a Revolução Xiita, por meio da qual ascendeu 
ao poder o fundamentalismo islâmico. Os mujahidins, igualmente de 
origem muçulmana, visavam, dessa forma, seguir o exemplo iraniano e 
chegar ao poder. 
Perceba-se, todavia, que no caso iraniano os 
fundamentalistas islâmicos lutaram contra um regime pró-EUA; já 
no Afeganistão, os fundamentalistas lutavam para derrubar um 
regime pró-URSS. Como percebemos, já na época da Guerra Fria, o 
Oriente Médio era considerado uma região estratégica no cenário 
geopolítico, e por isso EUA e URSS corriam para se alinhar aos grupos que 
lhes interessavam naquele momento. 
Assim, além do boicote aos jogos Olímpicos, o governo dos EUA 
passou a financiar grupos radicais armados islâmicos, na figura dos 
mujahidins, que conseguiram forçar a retirada dos soviéticos do 
Afeganistão. 
Com efeito, a Al Qaeda (organização terrorista altamente 
conhecida) tem suas raízes nos “guerreiros da fé” mujahidins. Vocês já 
ouviram dizer que Osama Bin Laden foi treinado pelos EUA? Pois é, não se 
pode dizer que essa história seja absolutamente verdadeira. No entanto, 
ela também não pode ser totalmente descartada, pois, deriva do apoio 
dado pelos EUA aos mujahidins durante a Guerra do Afeganistão. 
Em 1989, a URSS se retirou do Afeganistão e, logo em seguida, 
instalou-se na região um governo islâmico ligado aos mujahidins. Numa 
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