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LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 1 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br CURSO DE LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA BANCO DO BRASIL CARREIRA ADMINISTRATIVA - CARGO ESCRITURÁRIO Professora Tatiana Santos ⎯ Aula 4 ⎯ TEORIA e EXERCÍCIOS Olá, queridos, vamos continuar a nossa jornada! Já estamos nos estudos das garantias do SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL. Nesse ponto da matéria os seguintes tópicos devem ser abordados: ● Aval; ● Penhor Mercantil; ● Alienação fiduciária; ● Hipoteca; ● Fiança Bancária; ● Fundo Garantidor de Crédito – FGC. LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 2 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br Então, o nosso edital está cobrando 6 pontos de garantias relativamente ao Sistema Financeiro Nacional: aval, penhor, alienação fiduciária, hipoteca, fiança, FGC. *** A busca de instrumentos para se garantir o adimplemento (o cumprimento) de dívidas é um instituto jurídico bem antigo. Nos primórdios da civilização, o devedor respondia pelas suas dívidas com o seu próprio corpo. Antigamente, o devedor torna-se escravo do seu credor. Os devedores eram “vendidos” em feiras livres. A família do devedor também respondia por suas dívidas. O primeiro registro histórico de mudança do quadro descrito acima ocorreu no ano de 326 a.C., com a Lex Poetelia Papiria, onde a garantia ao adimplemento das obrigações passou a ser garantido com o patrimônio material do devedor. Séculos se passaram e o direito civil e o direito comercial evoluíram para a criação de institutos jurídicos que aperfeiçoaram o sistema de garantias das obrigações. Nesse sentido, a doutrina divide o sistema de garantias em dois grandes grupos: 9 Garantias pessoais (ou também chamadas de fidejussórias): a garantia é pessoal porque uma terceira pessoa alheia à dívida assume a responsabilidade de sanar essa dívida relativamente ao credor, em nome do devedor principal. Nesse rol de garantias temos a fiança e o aval. LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 3 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br 9 Garantias reais: não leve ao pé da letra o termo “reais”... O termo vem do latim que quer dizer “coisas”. Então, as garantias reais não são pessoais. Não é uma pessoa que garante o adimplemento da dívida. As garantias reais são aquelas as quais recaem diretamente sobre o patrimônio do devedor (ou de alguém por ele). Nessa modalidade de garantia temos: o penhor, a anticrese, a hipoteca e a alienação fiduciária. *** Nesse passo, vamos falar um pouco mais sobre o aval. Definição de aval Segundo a doutrina, o “aval” é um instrumento para a constituição da obrigação cambiária. A obrigação cambiária é aquela que se realiza por meio de “títulos de crédito”. Então, o grande objetivo do aval diz respeito a uma garantia relativamente à letra de câmbio, nota promissória, cheques e duplicatas. A letra de câmbio, a nota promissória, o cheque, a duplicata são institutos jurídicos estudados em especial, no Direito Empresarial, na parte denominada direito cambial. Bem... continuando, o aval é também entendido como sendo uma obrigação de vontade livre do avalista, de forma cartular (sobre a cártula – ou seja, o documento que explicita um título de crédito – o avalista assina no título de crédito), bem como de forma unilateral e abstrata. LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 4 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br O prof. Waldo Jr. diz que o aval é uma declaração cambial de vontade, feito pelo avalista (isto é: firmada por terceiro – o avalista) que garante, total ou parcialmente, o pagamento do título. O prof. Fábio Ulhoa define aval como sendo ato cambiário pelo qual uma pessoa (avalista) se compromete a pagar título de crédito, nas mesmas condições do devedor deste título (avalizado). Características do aval ● A obrigação do avalista é autônoma em relação à obrigação do avalizado. Nesse sentido, ainda que a obrigação do avalizado seja nula ou falsa, permanece intacta a obrigação do avalista; ● Ainda que um contrato social de uma sociedade comercial proíba a prestação do aval, é válido o aval prestado por um dos sócios; ● Conforme a Súmula 26 do STJ, O AVALISTA DO TÍTULO DE CRÉDITO VINCULADO A CONTRATO DE MÚTUO TAMBÉM RESPONDE PELAS OBRIGAÇÕES PACTUADAS, QUANDO NO CONTRATO FIGURAR COMO DEVEDOR SOLIDÁRIO. Em outras palavras, podemos dizer que responde como devedor solidário o avalista de cambial vinculada a contrato de financiamento, quando a este comparece juntamente com o devedor principal... Responde, pois, não somente pela “cártula” (ou seja, pelo título de crédito), mas pelas demais obrigações contratuais; Sobre a Súmula 26 do STJ, veja a seguinte jurisprudência: “(...) 1. Conquanto o aval seja instituto próprio dos títulos LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 5 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br cambiais, a responsabilidade solidária assumida no contrato subsiste, no mínimo, como garantia fidejussória comum (fiança). 2. "O avalista do título de crédito vinculado a contrato de mútuo também responde pelas obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como devedor solidário" (Súmula 26/STJ). (...)”. (AC 200338000411075, JUIZ FEDERAL MARCELO ALBERNAZ (CONV.), TRF1 - QUINTA TURMA, e-DJF1 DATA: 20/06/2008 PÁGINA: 95) ● O aval é instituto jurídico que se destina a maximizar a garantia de realização (pagamento) de um dado valor no título de crédito; ● O aval é obrigação típica de direito cambiário, ou seja, a garantia tem que ser prestada no título – fora do título não é aval, ainda que a garantia seja dada por escritura pública; ● O aval é uma obrigação cambiária especialíssima; ● O aval garante o título e não o avalizado (o devedor principal); ● O aval pode ser dado por procurador (desde que por instrumento de procuração específico); ● O avalista é responsável da mesma maneira que a pessoa por ele avalizada – a obrigação jurídica não é exatamente a mesma, é a obrigação que o avalista assume é do MESMO TIPO que a obrigação do avalizado em relação ao seu credor; ● O avalista não emite o título, apenas garante o título – quem emite o título é o avalizado (o avalizado é o devedor da obrigação principal); ● Quanto ao conteúdo, a obrigação do avalista é diferente da obrigação do devedor, mas o avalista responde da mesma forma que o devedor... o LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 6 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br avalista não assume a obrigação do avalizado (do devedor), mas uma IGUAL A DESTE. Regras jurídicas relativas ao aval A assinatura do avalista deve ser feita no anverso do título, ou seja, na face anterior do título; O aval deve indicar claramente a pessoa do avalista; Para se materializar o aval, o avalista deve assinar no título; Se a assinatura do aval for no verso do título, deve fazer menção clara da expressão “por aval”; Se a assinatura for feita na face anterior do título, o aval é presumido; Se a pessoa do avalista não puder ser identificada claramente no título, presume-se que o sacador é o avalizado. Nesse sentido, o aval pode ser “em preto” (onde se indica o avalizado) ou “em branco” (presume-se em favor do sacador da letra de câmbio ou do emitente da nota promissória ou do emitente do cheque ou do sacado na duplicata); Se o avalista paga o título, fica legalmente sub-rogado nos direitos oriundos da cártula contra o avalizado e demais co-avalistas.LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 7 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br Diferenças e semelhanças entre aval e fiança AVAL FIANÇA Pertence à família cambiária. Pertence à família contratual. Garantia pessoal de um terceiro em favor do devedor. Garantia pessoal de um terceiro em favor do devedor. O avalista não entra na obrigação do avalizado, cria-se uma nova obrigação. O fiador entra na obrigação do afiançado, a obrigação assumida pelo fiador não é uma nova obrigação. O aval é válido mesmo se anulada a obrigação do avalizado. A fiança não é mais válida se anulada a obrigação do afiançado. Os vícios internos da obrigação não paralisam a obrigação do avalista. Os vícios internos1 da obrigação paralisam a obrigação do fiador. É garantia objetiva de pagamento. É garantia subjetiva de pagamento. Não se aplica o benefício de ordem. Aplica-se o benefício de ordem, ou seja, a obrigação do fiador só se concretiza depois de cobrado do afiançado. A obrigação do avalista é autônoma em relação a do avalizado. A obrigação do fiador é acessória em relação à do afiançado. O aval deve ser lançado no próprio título de crédito. A fiança pode ser lançada em documento em separado. É obrigação autônoma e independente. É obrigação acessória. 1 Exemplos de vícios internos da obrigação são: erro, dolo, coação, falsidade da assinatura, incapacidade civil do devedor etc... Na fiança, tais vícios podem gerar ineficácia da obrigação de garantia pessoal. No aval, tais vícios não afetam a obrigação de garantia assumida pelo avalista. LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 8 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br A partir daqui seguem algumas regras que vamos, na próxima aula, explicar melhor... não se preocupe... se necessário para cobrirmos a matária, vamos lançar aulas extras!... Regras legais da fiança Pelo contrato de fiança, uma terceira pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra; A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva; Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimento do devedor ou contra a sua vontade; As dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas o fiador, neste caso, não será demandado senão depois que se fizer certa e líquida a obrigação do principal devedor; Não sendo limitada, a fiança compreenderá todos os acessórios da dívida principal, inclusive as despesas judiciais, desde a citação do fiador; A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação principal e contraída em condições menos onerosas, e, quando exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que ela, não valerá senão até ao limite da obrigação afiançada; As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de incapacidade pessoal do devedor; LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 9 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br Quando alguém houver de oferecer fiador, o credor não pode ser obrigado a aceitá-lo se não for pessoa idônea, domiciliada no município onde tenha de prestar a fiança, e não possua bens suficientes para cumprir a obrigação; Se o fiador se tornar insolvente ou incapaz, poderá o credor exigir que seja substituído; Características da hipoteca • A hipoteca é, via de regra, uma garantia real que recai sobre bens imóveis (por determinação legal, a hipoteca pode recair, em alguns casos, excepcionalmente, sobre bens móveis); • A grande diferença entre “penhor” e “hipoteca” é que no PENHOR SE TRANSFERE A POSSE DO BEM EM GARANTIA AO CREDOR; enquanto que na hipoteca a posse do bem dado em garantia continua com o devedor; • Podem ser objeto de hipoteca: I - os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente com eles; II - o domínio direto; III - o domínio útil; IV - as estradas de ferro; V - os recursos naturais, independentemente do solo onde se acham; VI - os navios; VII - as aeronaves; VIII - o direito de uso especial para fins de moradia; IX - o direito real de uso; • É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado; • O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do mesmo ou de outro credor; LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 10 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br • A hipoteca pode ser constituída para garantia de dívida futura ou condicionada, desde que determinado o valor máximo do crédito a ser garantido. Características do penhor Î O penhor, via de regra, é um direito real em garantia que recai sobre bens móveis e, excepcionalmente, em alguns casos, sobre bens imóveis; Î A grande diferença entre “penhor” e “hipoteca” é que no PENHOR SE TRANSFERE A POSSE DO BEM EM GARANTIA AO CREDOR; enquanto que na hipoteca a posse do bem dado em garantia continua com o devedor; Î Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que, em garantia do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação; Î No penhor rural, industrial, mercantil e de veículos, as coisas empenhadas continuam em poder do devedor, que as deve guardar e conservar. Do penhor mercantil Podem ser objeto de penhor máquinas, aparelhos, materiais, instrumentos, instalados e em funcionamento, com os acessórios ou sem eles; animais, utilizados na indústria; sal e bens destinados à exploração das salinas; LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 11 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br produtos de suinocultura, animais destinados à industrialização de carnes e derivados; matérias-primas e produtos industrializados; Constitui-se o penhor industrial, ou o mercantil, mediante instrumento público ou particular, registrado no Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição onde estiverem situadas as coisas empenhadas; Prometendo pagar em dinheiro a dívida, que garante com penhor industrial ou mercantil, o devedor poderá emitir, em favor do credor, cédula do respectivo crédito, na forma e para os fins que a lei especial determinar; Da alienação fiduciária } A alienação fiduciária gera a propriedade fiduciária; } Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor; } Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do contrato, celebrado por instrumento público ou particular, que lhe serve de título, no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do devedor, ou, em se tratando de veículos, na repartição competente para o licenciamento, fazendo-se a anotação no certificado de registro; } Com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o desdobramento da posse, tornando-se o devedor possuidor direto da coisa; LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 12 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br } A propriedade superveniente, adquirida pelo devedor, torna eficaz, desde o arquivamento, a transferência da propriedade fiduciária; } Antes de vencida a dívida, o devedor, a suas expensas e risco, pode usar a coisa segundo sua destinação, sendo obrigado, como depositário: I - a empregar na guarda da coisa a diligência exigida por sua natureza; II - a entregá-la ao credor, se a dívida não for paga no vencimento; } Vencida a dívida, e não paga, fica o credor obrigado a vender, judicial ou extrajudicialmente, a coisa a terceiros, a aplicar o preçono pagamento de seu crédito e das despesas de cobrança, e a entregar o saldo, se houver, ao devedor; } É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no vencimento. O devedor pode, com a anuência do credor, dar seu direito eventual à coisa em pagamento da dívida, após o vencimento desta; *** EXERCÍCIOS 1. (CESPE, Fiscal do INSS) O aval pode ser entendido como o ato por meio do qual determinada pessoa passa a responder, em face de determinado título de crédito, nas mesmas condições que a pessoa por ela avalizada. Observa- LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 13 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br se, portanto, certa semelhança em seu funcionamento, quando comparado à fiança. A propósito das peculiaridades desses dois institutos, julgue os itens a seguir (V ou F): a) O aval possui natureza de ato unilateral de vontade. b) O benefício de ordem é comum a ambos os institutos. c) O aval, assim como a fiança, possui natureza contratual. d) O avalista pode ser demandado independentemente de o avalizado ter sido demandado. Comentários: a) CERTO: o aval é ato unilateral porque independe de concordância expressa do avalizado. b) ERRADO: o “benefício de ordem” só vale para a fiança. Nesse sentido, só na fiança há a obrigação de se cobrar primeiro do afiançado para depois cobrar o cumprimento da obrigação do fiador. O benefício de ordem é isto: cobrar-se primeiro do beneficiário, para, só então, poder atingir o outro. Isso só vale para a fiança, porque, no aval, o avalista pode ser demandado independentemente do avalizado. c) ERRADO: sendo o aval ato unilateral não pode ser contrato. A fiança é sim contrato. d) CERTO: a obrigação do avalista é autônoma em relação à obrigação do avalizado. Assim sendo, o avalista pode sim ser demandado independentemente do avalizado. Gabarito: V F F V 2. (OAB, FGV) Passando por dificuldades financeiras, Alexandre instituiu uma hipoteca sobre imóvel de sua propriedade, onde reside com sua família. Posteriormente, foi procurado por Amanda, que estaria disposta a adquirir o referido imóvel por um valor bem acima do mercado. Consultando seu advogado, Alexandre ouviu dele que não poderia alienar o imóvel, já que havia uma cláusula na escritura de instituição da hipoteca que o proibia de alienar o bem hipotecado. A opinião do advogado de Alexandre a) está incorreta, porque a hipoteca instituída não produz efeitos, pois, na hipótese, o direito real em garantia a ser instituído deveria ser o penhor. b) está incorreta, porque Alexandre está livre para alienar o imóvel, pois a cláusula que proíbe o proprietário de alienar o bem hipotecado é nula. c) está incorreta, uma vez que a hipoteca é nula, pois não é possível instituir hipoteca sobre bem de família do devedor hipotecário. d) está correta, porque em virtude da proibição contratual, Alexandre não poderia alienar o imóvel enquanto recaísse sobre ele a garantia hipotecária. LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 14 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br Comentários: o item “a” está errado, pois, na regra, a hipoteca é garantia real que recai sobre bens imóveis, enquanto que o penhor recai sobre bens móveis. A garantia correta, no caso, é mesmo a hipoteca. Os itens “B” e “C” SE RESOLVEM nos termos do Código Civil, no seu art. 1.475: é nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado. Nesse sentido, um contrato ou uma escritura não podem proibir o proprietário de instituir sobre o seu bem a hipoteca. O erro da letra C está no fato de que a lei não proíbe hipotecar bem de família, dado que a escolha do bem em garantia é de livre disposição do devedor. Gabarito: letra “b”. 3. (OAB – FGV) A fiança é uma garantia pessoal e fidejussória e pode ser dada em contrato ou em título de crédito. A responsabilidade do fiador é solidária e direta, transmitindo-se aos herdeiros. Comentários: de fato, a fiança é uma garantia pessoal e, como tal, é fidejussória, ou seja, a pessoa do fiador garante, com seus bens, o adimplemento da dívida. O problema da questão é que a fiança não pode ser dada no título de crédito (nesse caso, a garantia dada no título é o aval). Quanto aos herdeiros, está correta a afirmação. Gabarito: ERRADA. 4. (OAB SP – FCC) Quanto ao título de crédito, é correto afirmar que é possível o aval parcial. Comentários: conforme o art. 897 do CC, o pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval. Parágrafo único desse mesmo dispositivo: é vedado o aval parcial. Gabarito: ERRADO. 5. (OAB – FGV) A fiança é uma garantia de natureza acessória e subsidiária, sendo assegurado ao fiador o benefício de ordem, segundo o qual primeiro executam-se os bens do devedor, e se não for suficiente, executam-se os bens do fiador. LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 15 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br Comentários: Art. 827 do CC: “O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor”. Essa é a regra do “benefício de ordem”, ou seja, devem ser buscados em primeiro lugar os bens do afiançado, ou seja, do devedor principal. Caso não encontrados, aí sim, pode ser “acionado” o fiador. Gabarito: CERTO. 6. (Defensor Público PA – FCC) Em relação ao título de crédito, é correto afirmar que o pagamento que contenha obrigação de pagar soma determinada pode ser garantido por aval, ainda que parcial. Comentários: observe que esse tipo de questão é muito recorrente em prova! Repito: conforme o art. 897 do CC, o pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval. Parágrafo único desse mesmo dispositivo: é vedado o aval parcial. Gabarito: ERRADO. 7. (OAB – FGV) A fiança é formalizada por meio de contrato pelo qual uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra. A fiança se concretiza independentemente da aceitação do credor em relação à pessoa do fiador. Comentários: o erro da questão está em afirmar que a fiança independe da vontade do credor. O credor tem sim que “concordar” com a indicação do fiador. Gabarito: ERRADO. 8. (Defensor Público SP – FCC) Sobre os títulos de crédito, é correto afirmar que o aval posterior ao vencimento não produz efeitos. Comentários: o disposto no art. 900 do CC diz exatamente o contrário do que afirmado no comando desta questão. Veja só: o aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente dado. LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 16 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br Gabarito: ERRADO. 9. BADESC/SC-ADVOGADO-2010) Semprônio realiza contrato de mútuo com Terêncio, emprestando a quantia de R$20.000,00 para pagamento em dez prestações, incidentes juros legais, sem correção monetária. Para garantir a avença, intercede Esculápio, na condição de fiador, pelo período do contrato, renunciando ao benefício de ordem. No curso da avença, o devedor, por motivos de doença da família, deixa de quitar algumas prestações. Após o período de dificuldades, credor e devedor ajustam a prorrogação do contrato, não informando tal situação ao fiador. Diante do exposto, analise as afirmativas a seguir. I. O contrato de fiança somente estabelece a responsabilidade do fiador no período avençado no contrato. II. Mediante aquiescência do credor, do devedor e do fiador, a fiança pode se prorrogada. III. Não concordando o devedor com a fiança,credor e fiador estão proibidos de estabelecer a referida garantia no contrato. Assinale: a) se somente a afirmativa I for verdadeira. b) se somente a afirmativa II for verdadeira. c) se somente as afirmativas I e II forem verdadeiras. d) se somente as afirmativas I e III forem verdadeiras. e) se todas as afirmativas forem verdadeiras. Comentários: o item I está certo, pois a fiança não admite interpretação extensiva e se dá sempre por escrito. Assim, eventual prorrogação sem anuência do fiador a ele não obriga (art. 819 do CC). O item II também está correto, pois com a anuência (concordância de todas as partes, inclusive do fiador, todos se obrigam com a prorrogação da garantia). O item III está errado, pois ao contrário do que foi afirmado no item, o art. 820 do CC diz que pode o fiador estipular a fiança, ainda que sem consentimento do devedor ou contra a sua vontade. Gabarito: letra “c”. LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 17 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br 10. (Ministério Público do Amapá – FCC) É correto afirmar que o aval é um ato jurídico benéfico, interpretado de forma restritiva, sendo uma promessa de adimplir a obrigação principal, vedado, porém, o aval parcial, exceto na Letra de Câmbio. Comentários: de fato, o CC (Código Civil) veda (proíbe) o aval parcial de um título de crédito. Mas, a doutrina entende que o CC é lei geral e pode admitir exceções numa lei especial. A lei especial é lei específica, é o detalhamento e pode sim criar exceções às normas gerais. Nessa matéria, a chamada Lei Uniforme, a respeito dos títulos de crédito, é considerada uma lei especial. A Lei Uniforme permite o aval parcial na letra de câmbio e na nota promissória. Gabarito: CERTO. 11. (Juiz de Direito Substituto do Estado do Pará – FGV) Mévio realiza, com a instituição financeira K e K S/A, contrato de mútuo no valor de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais), sendo que Túlio figura como fiador, pela quantia total ajustada. O devedor possuía vasto patrimônio à época do negócio jurídico referido. Posteriormente, faltando o pagamento de dez prestações, o devedor tem sua insolvência decretada, fato que foi comunicado ao fiador e à instituição financeira. Após isso, a instituição financeira pretende cobrar a dívida do fiador. Túlio não renunciou ao beneficio de ordem. Diante do narrado, analise as afirmativas a seguir. I. O fiador poderá requerer, antes de ser cobrado, que o credor busque bens do devedor para satisfazer o seu crédito. II. O credor pode optar por cobrar do devedor ou do fiador ou, ainda, de ambos, a dívida. O benefício de ordem cede diante da declaração de insolvência do devedor afiançado. O patrimônio do fiador está protegido diante da inexistência de renúncia ao beneficio de ordem. O fiador, ao pagar a dívida do afiançado, sub-roga-se nos direitos do credor. Assinale: (A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (B) se somente as afirmativas I, II e IV estiverem corretas. (C) se somente as afirmativas II, III e V estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas I, II e III estiverem corretas. LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 18 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br (E) se somente as afirmativas II, III, IV e V estiverem corretas. Comentários: o item I está errado, pois o art. 828, III, do CC diz que o benefício de ordem deixa de existir, em relação ao fiador, quando o devedor principal entra na insolvência. O item II está correto, pois há solidariedade passiva no caso de fiança sem benefício de ordem, por acordo das partes (art. 265 do CC). O item III está certo, sob o mesmo fundamento do comentado no item I, ou seja, quando o devedor principal é declarado insolvente, desaparece o benefício de ordem. O item IV está errado, pois se uma pessoa aceitou ser fiador, seu patrimônio não fica protegido. O item V está correto, pois se o fiador paga a dívida, o fiador “ganha” (sub-roga) os direitos do credor. Gabarito: letra “c”. 12. (Ministério Público do Amapá – FCC) É correto afirmar que por ser o aval uma garantia autônoma que se dá ao pagamento de uma cambial e sendo nula a obrigação do avalizado, ou perdendo suas características, o aval deixa de existir. Comentários: JUSTAMENTE pelo fato de que o aval é garantia autônoma é que se houver “algum problema” na obrigação ou no título do avalizado não afeta a obrigação do avalista. Noutras palavras, podemos dizer que em razão do princípio da autonomia das obrigações cambiais, uma eventual nulidade argüida na cártula avalizada não prejudica a obrigação assumida pelo avalista. Gabarito: ERRADO. 13. (OAB – FGV) O contrato de fiança, inserido em contrato formulário, que contenha cláusula de renúncia antecipada de benefício de ordem é nulo. Comentários: o art. 424 do CC diz que nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio. NÃO SE PODE COLOCAR NOS CONTRATOS DE FIANÇA RENÚNCIA ANTECIPADA DE BENEFÍCIO DE ORDEM... Gabarito: CERTO. LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 19 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br 14. (Ministério Público do Amapá – FCC) É correto afirmar que o inadimplemento do avalizado torna concreta a obrigação do avalista, estabelecendo-se entre os dois, pelas particularidades do Direito Cambiário, uma relação de subsidiariedade passiva diante do credor. Comentários: o item não está correto, pois a relação entre o avalista e o avalizado é de pura solidariedade. Não há “benefício de ordem”. Não há subsidiariedade. A obrigação solidária é aquela equivalente para ambas as partes. Ambos são igualmente responsáveis. Assim é o aval. O avalista e o avalizado são igualmente responsáveis pelo adimplemento (cumprimento) das obrigações. Gabarito: ERRADO. 15. (Juiz de Direito Substituto, TJ PI – FCC) É correto afirmar que a Lei Uniforme proíbe o aval limitado ou parcial que consiste na garantia prestada a apenas uma parte da obrigação. Comentários: a Lei Uniforme, ao contrário do que foi dito, permite o aval parcial da letra de câmbio. Gabarito: ERRADO. 16. (Juiz de Direito Substituto, TJDFT) É correto afirmar que o aval é instituto do direito cambiário, garantia prestada em título de crédito, obrigação acessória e confere a qualidade de devedor solidário com o devedor principal. Comentários: o erro da questão está em dizer que o aval é obrigação acessória. Não é... na verdade, o aval é obrigação autônoma e independente. A fiança sim é obrigação acessória. Gabarito: ERRADO. 17. (Juiz de Direito Substituto, TJDFT) É correto afirmar que o aval prestado em favor de devedor incapaz atribui responsabilidade solidária ao avalista pela obrigação representada pelo título. LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 20 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br Comentários: a autonomia e a independência do aval geram importantes consequências... De fato, se o credor não puder exercer a obrigação contra o avalizado, não haverá prejuízo contra a obrigação do avalista. Então, se o credor não puder cobrar o título do devedor incapaz, certamente cobrará do avalista. Gabarito: CERTO. 18. (Banco do Brasil, Escriturário) O aval é um título de crédito que deve ser prestado por meio de documento específico para essa finalidade. Comentários: o aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título (vide o art. 898 do Código Civil). Assim, não há aval por meio de documento específico para essa finalidade. Gabarito: ERRADO. 19. (Banco do Brasil, Escriturário) A prestação de aval requer a entregada posse de bens móveis do avalista, em valor correspondente ao da obrigação garantida. Comentários: em princípio, no aval, não podemos falar na entrega de bens. A obrigação que o avalista assume, em favor do devedor-avalizado, de forma conjunta e solidária, é a responsabilidade pelo pagamento (adimplemento) do título de crédito. Gabarito: ERRADO. 20. (Banco do Brasil, Escriturário) Se o avalista pagar um título em lugar do avalizado, poderá exigir deste último o ressarcimento dos valores pagos. Comentários: quando o avalista paga o título, tem o avalista o direito de ação de regresso contra seu avalizado e demais coobrigados anteriores (art. 899, §1º, do Código Civil). Gabarito: CERTO. LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 21 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br 21. (Banco do Brasil, Escriturário) Do ponto de vista formal, não há diferenças entre aval, fiança, caução, hipoteca e alienação fiduciária como instrumentos de garantia de operações de crédito. Comentários: temos aqui uma informação muito importante. O aval e a fiança são “garantias pessoais”, também chamadas de “garantias fidejussórias”. As garantias pessoais são aquelas prestadas por pessoas e não por meio de bens. No aval (garantia cambiária) e na fiança (garantia contratual) se o devedor da obrigação principal não adimplir (não pagar), a satisfação do crédito é garantida por uma “terceira pessoa”, no caso o avalista ou fiador. Por sua vez, a caução, a hipoteca, a alienação fiduciária são garantias reais, ou seja, prestada por meio de bens. Nesses últimos casos, a garantia não se dá por meio de pessoas, mas de bens. A chamada garantia real é aquela prestada por meio de bens. Tanto assim que o termo “real”, em direito, não pode ser levado ao “pé-da-letra”... Real = rés = coisa. O Direito Real é o direito sobre as coisas... A garantia real é aquela garantida pelas coisas... Gabarito: ERRADO. *** LISTA DE QUESTÕES DESENVOLVIDAS NA AULA DE HOJE 1. (CESPE, Fiscal do INSS) O aval pode ser entendido como o ato por meio do qual determinada pessoa passa a responder, em face de determinado título de crédito, nas mesmas condições que a pessoa por ela avalizada. Observa- se, portanto, certa semelhança em seu funcionamento, quando comparado à fiança. A propósito das peculiaridades desses dois institutos, julgue os itens a seguir (V ou F): e) O aval possui natureza de ato unilateral de vontade. LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 22 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br f) O benefício de ordem é comum a ambos os institutos. g) O aval, assim como a fiança, possui natureza contratual. h) O avalista pode ser demandado independentemente de o avalizado ter sido demandado. 2. (OAB, FGV) Passando por dificuldades financeiras, Alexandre instituiu uma hipoteca sobre imóvel de sua propriedade, onde reside com sua família. Posteriormente, foi procurado por Amanda, que estaria disposta a adquirir o referido imóvel por um valor bem acima do mercado. Consultando seu advogado, Alexandre ouviu dele que não poderia alienar o imóvel, já que havia uma cláusula na escritura de instituição da hipoteca que o proibia de alienar o bem hipotecado. A opinião do advogado de Alexandre e) está incorreta, porque a hipoteca instituída não produz efeitos, pois, na hipótese, o direito real em garantia a ser instituído deveria ser o penhor. f) está incorreta, porque Alexandre está livre para alienar o imóvel, pois a cláusula que proíbe o proprietário de alienar o bem hipotecado é nula. g) está incorreta, uma vez que a hipoteca é nula, pois não é possível instituir hipoteca sobre bem de família do devedor hipotecário. h) está correta, porque em virtude da proibição contratual, Alexandre não poderia alienar o imóvel enquanto recaísse sobre ele a garantia hipotecária. LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 23 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br 3. (OAB – FGV) A fiança é uma garantia pessoal e fidejussória e pode ser dada em contrato ou em título de crédito. A responsabilidade do fiador é solidária e direta, transmitindo-se aos herdeiros. 4. (OAB SP – FCC) Quanto ao título de crédito, é correto afirmar que é possível o aval parcial. 5. (OAB – FGV) A fiança é uma garantia de natureza acessória e subsidiária, sendo assegurado ao fiador o benefício de ordem, segundo o qual primeiro executam-se os bens do devedor, e se não for suficiente, executam-se os bens do fiador. 6. (Defensor Público PA – FCC) Em relação ao título de crédito, é correto afirmar que o pagamento que contenha obrigação de pagar soma determinada pode ser garantido por aval, ainda que parcial. 7. (OAB – FGV) A fiança é formalizada por meio de contrato pelo qual uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra. A fiança se concretiza independentemente da aceitação do credor em relação à pessoa do fiador. 8. (Defensor Público SP – FCC) Sobre os títulos de crédito, é correto afirmar que o aval posterior ao vencimento não produz efeitos. LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 24 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br 9. BADESC/SC-ADVOGADO-2010) Semprônio realiza contrato de mútuo com Terêncio, emprestando a quantia de R$20.000,00 para pagamento em dez prestações, incidentes juros legais, sem correção monetária. Para garantir a avença, intercede Esculápio, na condição de fiador, pelo período do contrato, renunciando ao benefício de ordem. No curso da avença, o devedor, por motivos de doença da família, deixa de quitar algumas prestações. Após o período de dificuldades, credor e devedor ajustam a prorrogação do contrato, não informando tal situação ao fiador. Diante do exposto, analise as afirmativas a seguir. I. O contrato de fiança somente estabelece a responsabilidade do fiador no período avençado no contrato. II. Mediante aquiescência do credor, do devedor e do fiador, a fiança pode se prorrogada. III. Não concordando o devedor com a fiança, credor e fiador estão proibidos de estabelecer a referida garantia no contrato. Assinale: a) se somente a afirmativa I for verdadeira. b) se somente a afirmativa II for verdadeira. c) se somente as afirmativas I e II forem verdadeiras. d) se somente as afirmativas I e III forem verdadeiras. e) se todas as afirmativas forem verdadeiras. LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 25 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br 10. (Ministério Público do Amapá – FCC) É correto afirmar que o aval é um ato jurídico benéfico, interpretado de forma restritiva, sendo uma promessa de adimplir a obrigação principal, vedado, porém, o aval parcial, exceto na Letra de Câmbio. 11. (Juiz de Direito Substituto do Estado do Pará – FGV) Mévio realiza, com a instituição financeira K e K S/A, contrato de mútuo no valor de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais), sendo que Túlio figura como fiador, pela quantia total ajustada. O devedor possuía vasto patrimônio à época do negócio jurídico referido. Posteriormente, faltando o pagamento de dez prestações, o devedor tem sua insolvência decretada, fato que foi comunicado ao fiador e à instituição financeira. Após isso, a instituição financeira pretende cobrar a dívida do fiador. Túlio não renunciou ao beneficio de ordem. Diante do narrado, analise as afirmativas a seguir. I. O fiador poderá requerer, antes de ser cobrado, que o credor busque bens do devedor para satisfazer o seu crédito. II. O credor pode optar por cobrar do devedorou do fiador ou, ainda, de ambos, a dívida. O benefício de ordem cede diante da declaração de insolvência do devedor afiançado. O patrimônio do fiador está protegido diante da inexistência de renúncia ao beneficio de ordem. LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 26 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br O fiador, ao pagar a dívida do afiançado, sub-roga-se nos direitos do credor. Assinale: (A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (B) se somente as afirmativas I, II e IV estiverem corretas. (C) se somente as afirmativas II, III e V estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas I, II e III estiverem corretas. (E) se somente as afirmativas II, III, IV e V estiverem corretas. 12. (Ministério Público do Amapá – FCC) É correto afirmar que por ser o aval uma garantia autônoma que se dá ao pagamento de uma cambial e sendo nula a obrigação do avalizado, ou perdendo suas características, o aval deixa de existir. 13. (OAB – FGV) O contrato de fiança, inserido em contrato formulário, que contenha cláusula de renúncia antecipada de benefício de ordem é nulo. 14. (Ministério Público do Amapá – FCC) É correto afirmar que o inadimplemento do avalizado torna concreta a obrigação do avalista, estabelecendo-se entre os dois, pelas particularidades do Direito Cambiário, uma relação de subsidiariedade passiva diante do credor. LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 27 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br 15. (Juiz de Direito Substituto, TJ PI – FCC) É correto afirmar que a Lei Uniforme proíbe o aval limitado ou parcial que consiste na garantia prestada a apenas uma parte da obrigação. 16. (Juiz de Direito Substituto, TJDFT) É correto afirmar que o aval é instituto do direito cambiário, garantia prestada em título de crédito, obrigação acessória e confere a qualidade de devedor solidário com o devedor principal. 17. (Juiz de Direito Substituto, TJDFT) É correto afirmar que o aval prestado em favor de devedor incapaz atribui responsabilidade solidária ao avalista pela obrigação representada pelo título. 18. (Banco do Brasil, Escriturário) O aval é um título de crédito que deve ser prestado por meio de documento específico para essa finalidade. 19. (Banco do Brasil, Escriturário) A prestação de aval requer a entrega da posse de bens móveis do avalista, em valor correspondente ao da obrigação garantida. 20. (Banco do Brasil, Escriturário) Se o avalista pagar um título em lugar do avalizado, poderá exigir deste último o ressarcimento dos valores pagos. LEGISLAÇÃO PARA O BANCO DO BRASIL PROFESSORA TATIANA SANTOS 28 Professora Tatiana Santos www.pontodosconcursos.com.br 21. (Banco do Brasil, Escriturário) Do ponto de vista formal, não há diferenças entre aval, fiança, caução, hipoteca e alienação fiduciária como instrumentos de garantia de operações de crédito. *** Com isso, finalizamos esta aula... Despeço-me de vocês com um abraço grande!... E vejo você em nosso curso, na próxima aula e nos fóruns. Bons estudos pra você. Obrigada! Professora Tatiana Santos.
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