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Economia Industrial Prof. Marcelo Matos Aula 10 Visões Alternativas da Firma e da Concorrência Dantas et al. [cap 2 de K&H, 2013]; Pondé [cap 14 de K&H, 2013]; Pondé (2005) Firma Neoclássica Original Firma Neoclássica Abordagem Estruturalista Firma Neoclássica Nova Economia Industrial Estrutura / constituição Unidade coerente e indivisível Unidade coerente e indivisível Unidade coerente e indivisível Objetivos Max. lucro no CP Max.lucro no LP, Max lucro no CP / LP Comportamento mecanismos de coordenação de suas atividades Racional.substantiva Escolha maximizadora Racional.substantiva Escolha maximizadora Princípios práticos não otimizados Racional.substantiva Escolha maximizadora Conjuntos de escolha o que firma sabe fazer Tecnologia como manual Tecnologia disponível p/ todas Mudança tecnológica exógena Tecnologia como manual Tecnologia disponível p/ todas Mudança tecnológica exógena Tecnologia como manual Tecnologia disponível p/ todas Mudança tecnológica exógena Concorrência Via preços Tendência a equilíbrio Via preços, quantidades e diferenciação Tendência a equilíbrio Via preços, quantidades e diferenciação Tendência a equilíbrio Estrutura Exemplo de organograma Estrutura Exemplo de organograma Estrutura Exemplo de organograma Estrutura / Constituição da Empresa Gerencialistas • Grupos (Direções, Gerências, Unidades) com objetivos distintos foco em como decisões são tomadas • Firma como um Nexo de Contratos – Rede de contratos entre proprietários dos recursos produtivos – Artifício criado para centralizar as relações contratuais, ao invés de organizá-la em torno de um agregado de contratos bilaterais • Contratos não podem prever todas as eventualidades • Como induzir que cada unidade aja como deseja o contratante, em um contexto de assimetria de informação e risco moral? • Problemas de agência – Arcabouço neoclássico de otimização por parte de grupos – Legislação e direitos de propriedade estabelecidos em contrato formam uma matriz de custos e benefícios – Estrutura de incentivos que configure solução ótima para coordenar interações de agentes dentro da empresa – Aplicação a empresas de capital aberto minimizar custo de agência Estrutura / Constituição da Empresa Teoria dos custos de transação • Premissas: – racionalidade limitada – complexidade e incerteza • Especificidades de ativos e constância da interação Custos para redigir e garantir cumprimentos de contratos Internalização (integração vertical) como alternativa à contratação no mercado Economiza custos de transação (contratos) mas gera novos custos Hierarquia politização de relações; risco moral Inovações Organizacionais: governança das relações • Empresa como um arranjo institucional que substitui a contratação recorrente de fatores no mercado reforça problema de assimetria de informação e oportunismo Estrutura / Constituição da Empresa A Firma Penrosiana (Edith Penrose) • Empresa enquanto conjunto de recursos organizados administrativamente • Empresa combina recursos não há relação biunívoca entre recurso e serviço que dele se pode obter Firma Neoclássica Original Firma Neoclássica Abordagem Estruturalista Firma Neoclássica Nova Economia Industrial Estrutura / constituição Unidade coerente e indivisível Unidade coerente e indivisível Unidade coerente e indivisível Objetivos Max. lucro no CP Max.lucro no LP, Max lucro no CP / LP Comportamento mecanismos de coordenação de suas atividades Racional.substantiva Escolha maximizadora Racional.substantiva Escolha maximizadora Princípios práticos não otimizados Racional.substantiva Escolha maximizadora Conjuntos de escolha o que firma sabe fazer Tecnologia como manual Tecnologia disponível p/ todas Mudança tecnológica exógena Tecnologia como manual Tecnologia disponível p/ todas Mudança tecnológica exógena Tecnologia como manual Tecnologia disponível p/ todas Mudança tecnológica exógena Concorrência Via preços Tendência a equilíbrio Via preços, quantidades e diferenciação Tendência a equilíbrio Via preços, quantidades e diferenciação Tendência a equilíbrio Objetivos da Firma em abordagens alternativas Schumpeter • Inovações como motor do desenvolvimento do capitalismo • Destruição e criação de estruturas econômicas desequilíbrio • Busca de introduzir inovações e se apropriar de lucros excepcionais Edith Penrose • Vários objetivos perseguidos objetivo amplo de crescimento • Especificidade - capacidades acumuladas ao longo do tempo – Gerente busca melhorar o rendimento dos recursos de que dispõe – Possibilidades de criação de novos serviços produtivos – Estabelece limite à velocidade de crescimento Objetivos da Firma em abordagens alternativas Abordagens Institucionalistas • Foco: como aspectos institucionais afetam o comportamento econômico Além de visão organizacional, dimensão social (sistema político, social e jurídico) • O ambiente institucional determina as oportunidades de lucro, direcionando as decisões e o processo de acumulação de conhecimentos Trajetórias virtuosas ou viciosas • Firma como entidade complexa Busca genérica de maior "eficiência“ Idiossincrasias - maneiras como agentes organizam e coordenam as diferentes atividades • Importância da trajetória institucional ou path dependency Firma Neoclássica Original Firma Neoclássica Abordagem Estruturalista Firma Neoclássica Nova Economia Industrial Estrutura / constituição Unidade coerente e indivisível Unidade coerente e indivisível Unidade coerente e indivisível Objetivos Max. lucro no CP Max.lucro no LP, Max lucro no CP / LP Comportamento mecanismos de coordenação de suas atividades Racional.substantiva Escolha maximizadora Racional.substantiva Escolha maximizadora Princípios práticos não otimizados Racional.substantiva Escolha maximizadora Conjuntos de escolha o que firma sabe fazer Tecnologia como manual Tecnologia disponível p/ todas Mudança tecnológica exógena Tecnologia como manual Tecnologia disponível p/ todas Mudança tecnológica exógena Tecnologia como manual Tecnologia disponível p/ todas Mudança tecnológica exógena Concorrência Via preços Tendência a equilíbrio Via preços, quantidades e diferenciação Tendência a equilíbrio Via preços, quantidades e diferenciação Tendência a equilíbrio Comportamento e mecanismos de coordenação em abordagens alternativas Behavioristas (Simon, Cyert e March) • Teóricos organizacionais, psicólogos e sociólogos • Relaxamento ou abandono de pressupostos de racionalidade e informação perfeita • Racionalidade Limitada (Bounded rationality) – Necessidade de ‘regras’ ou padrões de procedimento ‘adequados’ para lidar com diferentes circunstâncias – Papel da experiência na conformação destas ‘regras’ ou padrões, emdetrimento da atribuição de probabilidades a diferentes estados possíveis Firma Neoclássica Original Firma Neoclássica Abordagem Estruturalista Firma Neoclássica Nova Economia Industrial Estrutura / constituição Unidade coerente e indivisível Unidade coerente e indivisível Unidade coerente e indivisível Objetivos Max. lucro no CP Max.lucro no LP, Max lucro no CP / LP Comportamento mecanismos de coordenação de suas atividades Racional.substantiva Escolha maximizadora Racional.substantiva Escolha maximizadora Princípios práticos não otimizados Racional.substantiva Escolha maximizadora Conjuntos de escolha o que firma sabe fazer Tecnologia como manual Tecnologia disponível p/ todas Mudança tecnológica exógena Tecnologia como manual Tecnologia disponível p/ todas Mudança tecnológica exógena Tecnologia como manual Tecnologia disponível p/ todas Mudança tecnológica exógena Concorrência Via preços Tendência a equilíbrio Via preços, quantidades e diferenciação Tendência a equilíbrio Via preços, quantidades e diferenciação Tendência a equilíbrio Tecnologia, capacidades da Firma e concorrência em abordagens alternativas A Firma Penrosiana (Edith Penrose) • Empresa enquanto conjunto de recursos organizados administrativamente • Empresa combina recursos não há relação biunívoca entre recurso e serviço que dele se pode obter • Conhecimento dá caráter único a cada firma – Capacidade de gestão – Capacidade de aproveitamento dos serviços que podem prestar os demais recursos • Especificidade - capacidades acumuladas ao longo do tempo – Gerente busca melhorar o rendimento dos recursos de que dispõe – Possibilidades de criação de novos serviços produtivos – Estabelece limite à velocidade de crescimento • Grande parte das habilidades são relacionadas a um contexto específico e tácitas trabalho em equipe Tecnologia, capacidades da Firma e concorrência em abordagens alternativas Visão Neo-schumpeterianos • Espaço de produção, lugar de criação de riqueza e inovação • Função objetivo global clara não é condição para operação - Inovação e busca de posições monopólicas - lucro “excepcional” • Entidade complexa, resultante de trajetória path-dependent • Firma Penrosiana (locus de acumulação de capacitações) • Tecnologias e Capacitações – Tecnologias e capacitações específicas – Capacitações adquiridas em processo cumulativo e path-dependent – Processos inovativos impõem intensas articulações dentro da firma, entre firmas e instituições de pesquisa e ensino aprendizado cumulativo (indivíduo, organizações e da sociedade) Tecnologia, capacidades da Firma e concorrência em abordagens alternativas Visão Neo-schumpeterianos • Racionalidade limitada: agentes com limitada capacidade computacional e cognitiva em ambiente de constante mudança • Rotinas como padrão de reação e adaptação da ação a situações • Processos de rotinização das suas atividades – que se constituem na forma mais importante de armazenagem de conhecimentos operacionais específicos • Exploração rotinizada de oportunidades de transformação de rotinas Questões para discussão • Qual é a melhor opção para analisar firmas e o processo concorrencial: – Abordagens neoclássicas? – Abordagens alternativas? • Qual, dentre as linhas de abordagem alternativas são mais relevantes/úteis para a análise? • Contribuições de abordagens alternativas podem ser vistas como complementares? Visões Institucionalistas da Firma Teoria dos Custos de Transação Fiani [cap 13 de K&H, 2013] Petrobras • Mudanças de caráter institucional no setor petrolífero brasileiro: – i) a Emenda Constitucional n.º 09 de 1995 que eliminou a exclusividade da empresa estatal (Petrobras) de extração e produção de petróleo no território nacional; e – ii) a Lei n.º 9478 de 1997 que instituiu uma regulação setorial com a implantação da Agência Nacional de Petróleo (ANP) • Quebra do monopólio estatal criou uma mudança institucional, permitindo a entrada de novos agentes no setor • Perfil dos custos de transação começaram a ser definidos a partir da inserção estratégica e funcional da Petrobras no Brasil • Inserção estratégica da Petrobras reside no fato do desenvolvimento do aparato tecnológico para prospecção de petróleo em águas profundas • Intensificação e ampliação relativa da especialização dos ativos transacionados a partir da concentração espacial da atividade de exploração de petróleo Petrobras • Para a estrutura de governança buscar a redução dos custos de transação, a Petrobras depende de uma arbitragem externa que coordena e regula as transações no mercado; esta arbitragem é efetivada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) • Conforme destaca Dalla Costa (2006, p. 15), dentro do contexto da exploração offshore, a Petrobrás formou uma aliança vertical com os estaleiros nacionais para a produção local dos barcos de sonda. Houve parcerias com muitas empresas privadas que desenvolveram tecnologia conjuntamente com a Petrobrás. Assim, ao se considerar a inovação como algo que substitui padrões de produtos ou processos estabelecidos no mercado, necessariamente estarão se alterando as formas de relacionamento vertical, sobretudo no que diz respeito a especificidade dos produtos (ativos) que suportam as transações no mercado. Contratos de manutenção de equip. estáticos em refinarias Azevedo, 2015 Contratos de manutenção de equip. estáticos em refinarias • Desempenho contratual superior de terceirizadas de manutenção, no âmbito das refinarias, associado aos fatores Esforço Negocial, Prazo do Processo de Contratação, Detalhamento da Especificação dos Serviços, Salvaguardas Contratuais e Experiência Anterior. • Contratos que obtiveram os melhores desempenhos foram os que demandaram menores esforços durante a sua fase ex-ante Experiência Anterior. • O elevado poder de barganha: a despeito da teoria preconizar que a parte responsável pelo investimento específico em uma transação ser a interessada em negociar salvaguardas, Petrobras é quem impõe as cláusulas, exigências e salvaguardas de seus contratos • Obrigatoriedade de realizar licitações (mesmo serviços relacionados à parcerias de sucesso) influencia os custos de suas transações Azevedo, 2015 Principais Referências – Coase, "The nature of the firm", Economica, v.4, p.386-405, 1937 • Why firms? • Why markets? – Williamson, "Markets and Hierarchies", New York, Free Press, 1975; 1985 ; The Economic Institutions of Capitalism, New York: The Free Press, 1985 • “Economizing” • Structures of Governance 1 – Características de transações e contratos Mercados: instituições com a função de coordenação de atividades econômicas – Transmitindo informações (através de preços) – Fazendo convergir crenças, interesses e planos individuais – Selecionando (e rejeitando) decisões dos agentes • Mercado como instituição especificamente criada com o intuito de possibilitar a troca: surgimento e organização historicamente determinados • Fricção inerente às transações: custos de transação A dimensão “institucional dos Mercados” => elementos: • Condições de infra-estrutura • Práticas regulatórias vigentes • Regras legais que afetam direitos e obrigações de agentes envolvidos em transações. • Arcabouço contratualde relacionamentos Produção industrial: • Conjunto particular de transações, que envolvem uma interface tecnológica particular e requerem um arranjo organizacional adequado à sua realização de forma eficaz. Questão fundamental • discussão da eficiência de diversas formas organizacionais e institucionais • Redução (economizing) dos custos de transação é o principal fator responsável pela escolha de uma forma de organização capitalista em relação a outra. Mercados e o processo de contratação Visão neoclássica tradicional • Toda informação necessária está disponível antes do envolvimento dos agentes com a transação • Identidade dos agentes não é importante • Acordo está bem definido • Atores conhecem sanções que serão utilizadas caso termos do acordo não sejam cumpridos Quando processo neoclássico de contratação pode não funcionar • Especificidade de ativos e complexidade • Condições de incerteza • Dificuldades para mensurar contribuições dos agentes para o acordo • Quando acordo necessita ser frequentemente re-negociado Custos de Transação • Elementos Constituintes: (1) Custos de busca e informação (2) Custos de negociação e tomada de decisão (3) Custos de controle e monitoramento (enforcement) (4) Custos de má-adaptação (maladaptation) • Tipos: – CTex ante: elaboração, negociação e salvaguarda – CTex post: geração, adaptação, manutenção, revisão, fortalecimento e modificação de relacionamentos Elementos constituintes de custos de transação • Fatores motivacionais: interesses das partes • Ausência ou assimetrias de informação • Compromissos imperfeitos, que ocorrem quando as partes são incapazes de estabelecer um compromisso mútuo que permita seguir e implementar um contrato entre elas • Possibilidade dos agentes não cumprirem compromissos ou promessas • Possibilidade recorrente de comportamentos oportunistas (para obtenção de lucros decorrentes do maior poder de barganha) • Custos de negociação e sustentação (enforcement) do relacionamento podem ser proibitivos • Poder de barganha pode fazer com que repartição ex-post do excedente gerado tenha pouco a ver com investimentos realizados ex-ante (gerando incentivos insatisfatórios à continuidade dos mesmos) Problemas de Contratos de Longo Prazo 2 – A Natureza Específica da Firma O que determina limites da firma? Ronald Coase : “The Nature of the Firm” (1937) utilização do mercado como instrumento de alocação de recursos implica custos Mercado: - alocação de recursos via mecanismos de preços Firma: - alocação de recursos através do uso de autoridade Origem da Firma na Teoria dos Custos de Transação • Se direitos de propriedade estão perfeitamente estabelecidos (excluindo situações em que existem externalidades ou bens públicos), porque existem empresas ? • As trocas no mercado estão sujeitas a um ônus: os custos de transação • Quando os custos de transação são muito elevados, a empresa pode assumir a função de coordenação que normalmente é desempenhada pelo mercado: • CT > CI (custos de internalização) internaliza atividade • CT < CI a coordenação continua via mercado Vantagens da Coordenação Via Firmas • Que vantagens podem decorre da coordenação via firmas? • Relações internas á firma são mais flexíveis e menos custosos que contratos via mercado • Delimitação do campo da autoridade melhora coordenação e reduz custos • Adaptação a incerteza potencial e possibilidade de prospecção (forecasting) • Eliminação de custos relacionados à operação do mercado com possibilidade recorrente de reversão. • Adequação a fatores regulatórios • Possibilidade direcionamento no uso de recursos Limites à coordenação via firmas Por que as transações via mercado permanecem, sem a formação de uma ”big firm”? • Custos de organização de transações no interior da firma: distribuição espacial dispersa ou dissimilaridade de transações reduzem eficiência do processo de coordenação • Retornos decrescentes da função empresarial (organizing) • Redução da produtividade dos fatores de produção (rendimentos decrescentes) • Aumento do preço (custo) dos fatores de produção 3 – A Natureza Específica dos Relacionamentos Razões para envolvimento de compradores em relacionamentos 1. Preço e custo total vinculado à compra e entrega de bem ou serviço 2. Assegurar fontes confiáveis de suprimento 3. Desejo em influenciar qualidade do fornecedor 4. Desejo de influenciar e melhorar condições de entrega 5. Desejo de influenciar ou ter acesso à tecnologia do fornecedor 6. Reduzir procedimentos e custos de procura de bens e serviços críticos 7. Fornecer suporte para inciativas de otimização de logística 8. Reduzir procedimentos e custos administrativos Razões para envolvimento de fornecedores em relacionamentos 1. Assegurar mercado éstável para produto ou serviço gerado 2. Desejo de influenciar qualidade de consumidores 3. Suoporte a iniciativas de consumidores quanto à adoção de otimização em logística 4. Desejo de incrementar práticas de prospecção quanto a condições de normalização 5. Reduzir procedimentos e custos administrativos 6. Reduzir procedimentos e custos associados a atividade de comercialização e marketing 7. Preço e custo total vinculado à venda e entrega de bem ou serviço 8. Desejo de influenciar ou ter acesso à tecnologia do comprador Razões para o não envolvimento em relacionamentos • Risco de dependência – Aprisionamento (efeito lock-in) – Comportamento oportunista – Ausência de controle • Fornecedor (ou comprador) não possui recursos nem competências requeridas • Mudanças tecnológicas desruptivas • Barrreiras regulatórias Características de relacionamentos • Extrapolam a simples troca de bens e/ou serviços por poder de compra • Orientação de longo prazo • Repartição de informações • Repartição de recursos • Realização de investimentos conjuntos • Fortalecimento da reputação das partes • Possibilidade de consolidação de confiança mútua 4. Natureza e objeto de Transações Atributos de Transações • Especificidade dos ativos envolvidos • Complexidade e Incerteza: dificuldade para mensuração de performance • Freqüência • Conectividade com outras transações • Formas de Especificidade de Ativos – Localização Espacial: site specificity – Características Físicas: physical asset specificity – Recursos Humanos: human assets specificity (ex: learning by doing) – Ativos Dedicados (investimentos realizados em função de um cliente particular) – Ativos vinculados a determinado tipo de marca (brand name) Especificidade de Ativos Impactos • Envolvimento de comprador e vendedor em relacionamento duradouro • Investimento em ativos específicos por parte do vendedor (customização) • Investimento assume maior valor dentro do relacionamento do que fora do mesmo • Investimentos realizados são específicos ao relacionamento • Barganha baseada em “pequenos números” e geração de efeito lock-in • Necessidade de salvaguardar investimentos específicos 5. A Racionalidade dos Agentes Econômicos – O conceito de "racionalidade limitada“ refere-se a uma competência cognitiva que, ao se consolidar, reforça paulatinamente o caráter "racional" da condutados agentes econômicos, a partir de critérios para tomada de decisões distintos dos procedimentos tradicionais de maximização. – Apesar das limitações inerentes à capacidade cognitiva dos agentes, supõe-se que eles são capazes de selecionar as formas organizacionais mais “eficientes”, com base num comportamento reativo face ao mercado – Princípio geral: first order economizing Racionalidade Limitada (Bounded rationality) Oportunismo • Face à existência de racionalidade limitada, é impossível estabelecer um contrato que inclua todas as possibilidades • Este fato, aliado à circunstância dos indivíduos serem egoístas faz com que se procure identificar “buracos” no contrato estabelecido • Adiciona um componente a mais de incerteza à transação (a "incerteza comportamental“) • Racionalidade limitada + comportamentos oportunistas + especificidade de ativos aumento risco/custo de transação O conceito de confiança Fatores comportamentais que afetam a dinâmica transacional entre agentes, neutralizam o oportunismo potencialmente presente, facilitando a realização de transações 1) Pré-requisito para a realização de transações sistemáticas que envolvem ativos específicos. Concepção ex-ante, como uma espécie de “motor” da relação 2) Elemento socialmente construído a partir da experiência acumulada pelos agentes ao longo do processo. Reflexo de “aprendizado relacional” que se estabelece entre agentes engajados em relações. Criação de “reputação” especificamente vinculada à sustentabilidade do relacionamento em questão. 6. A Lógica de Contratação Elementos de TCT Características de Agentes • Racionalidade Limitada • Oportunismo Características de Transações • Complexidade/ Incerteza • Pequenos Números/ Dependência Bilateral Lógica de Contratação • Incerteza – Nem toda informação relevante está disponível no momento de estabelecimento do contrato – Incerteza não é problema se agentes são capazes de promover continuamente ajustes de curto prazo nos contratos • Racionalidade Limitada (+ incerteza) – RL: não é possível especificar todas as contigência relevantes para contrato – Contratos intrinsecamente incompletos – Contudo, é possível confiar no parceiro Lógica de Contratação (cont) • Oportunismo + (RL+ incerteza) – Parceiro pode atuar de forma oportunista – Contudo, é sempre possível trocar parceiro – Investimentos adquirem maior valor no âmbito da transação (efeito lock-in) • Pequenos números – Mercado não funciona satisfatoriamente-> outros parceiros potenciais não são capazes de resolver problemas – Criação de salvaguardas ou então a integração vertical é requerida Rationalidade Limitada + Complexidade/ Incerteza Contratos Incompletos Contratos Incompletos + Oportunismo + Pequenos Números Dificuldades Transacionais Fatores Ambientais Atmosfera Dignidade Questões Fundamentais • Quais atividades/transações devem ser realizadas dentro dos limites da firma? • Quais atividades/transações devem ser realizadas em estreita cooperação com outras firmas? • Quais atividades/transações devem ser realizadas no mercado? • Quais os limites do processo de integração vertical (vertical boundaries)? Mercados e formas alternativas de organização de atividades • Governança Trilateral: estrutura de governança adotada para transações ocasionais com ativos mistos ou específicos. Como a transação é ocasional há um certo incentivo para o ‘comportamento oportunista’; o fato do ativo ser misto ou específico ainda ressalta a tendência de aplicação de uma ‘seleção adversa’. Faz-se necessário à existência de um “árbitro” para resolver disputas e avaliar as performances dos envolvidos na transação. • Governança Bilateral: a autonomia dos agentes é mantida, entretanto, as transações possuem ativos altamente específicos; sendo que, se as partes envolvidas não efetuarem a transação entre si, elas não poderão vender (com um custo de transação menor) para outros agentes. • Governaça Unilateral: na estrutura de governança unificada, a transação é removida do mercado e organizada internamente. F re q u ê n c ia Especificidade de Ativos Baixa Média Alta Baixa Alta Governaça De Mercado Governança De Mercado Governança Trilateral Governança Trilateral Governança Bilateral Governança Unificada Alternativas em Termos de Formas Eficientes de Governança Perspectiva Institucional Comparativa – Custos de Transação criam “fricção” (impacto sobre condições de equilíbrio) – Existência de um conjunto variado de soluções institucionais que podem ser utilizados para coordenar transações – Soluções institucionais (firmas, mercados e formas híbridas) surgem em resposta à busca de minimização de custos de transação – Firmas podem assumir diferentes estruturas de organização (integração vertical, links verticais, integração horizontal, conglomeração) – Mercados como forma de organização de transações também podem assumir diferentes formas (desde “spot markets” até contratos de longo-prazo complexos) Características de Hierarquias Fatores Positivos Informação completa não é requerida Um ator possui o direito de tomar decisões Incerteza pode ser atenuada via autoridade Oportunismo é menos importante Transações são recorrentes Atores oportunistas podem ser punidos Fatores Negativos Presença de custos administrativos Possibilidade de perda de flexibilidade Possibilidade de incentivos fracos ATRIBUTOS MERCADOS HIERARQUIAS FORMAS HÍBRIDAS (REDES) Base Normativa Contratos e direitos de propriedade Relações de trabalho Forças complementares Meios de Comunicação Preços Rotinas organizacionais Relações consolidadas entre firmas Métodos de Solução de Conflitos Barganha e justiça Supervisão administrativa Reciprocidade e reputação Grau de Flexibilidade Alto Baixo Médio para alto Comprometimento Entre as Partes Baixo Médio para alto Médio para alto Clima do Relacionamento Precisão e/ou suspeição Formal e burocrático Aberto, com benefícios mútuos Ações Entre os Agentes Independentes Dependentes Interdependentes Princípio Básico de Coordenação Preços Autoridade hierárquica Confiança mútua Atributos Específicos de Formas de Governança Aplicações da Análise • Integração Vertical – Integração “à frente” ou “para trás” – Equipes de vendas integradas ou independentes – Estratégias de entrada em mercados externos • Diversificação • Outsourcing • Canais de Distribuição • Relacionamentos de longo prazo cliente-fornecedor – Formas contratuais de relacionamentos • Estratégias de P&D: “in house” x externo • Relacionamentos horizontais – Cooperação tecnológica – Alianças de comercialização – Alianças estratégicas
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