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DIREITOS HUMANOS Daniel Martins Vaz UNIVERSALISMO E RELATIVISMO CULTURAL Dilema sobre o alcance das normas de Direitos Humanos: Podem ter um sentido universal ou são culturalmente relativas Para os relativistas, a noção de Direito está estritamente relacionada ao sistema político, econômico, cultural, social e moral vigente em determinada sociedade O pluralismo cultural impede a formação de uma moral universal, tornando-se necessário que se respeitem as diferenças culturais adstritas a cada sociedade e o seu peculiar sistema moral Para os universalistas, o fundamento dos Direitos Humanos é a dignidade humana, como valor intrínseco à própria condição humana Qualquer afronta ao mínimo ético irredutível que comprometa a dignidade humana, ainda que em nome da cultura, acarreta em violação a Direitos Humanos Declaração de Direitos Humanos de Viena – 1993 Logrou-se conferir caráter efetivamente universal à Declaração de 1948, porquanto a universalidade é enriquecida pela diversidade cultural A Declaração acolheu a corrente do forte universalismo ou fraco relativismo cultural Artigo 5° “Todos os Direitos Humanos são universais, indivisíveis, interdependentes e inter-relacionados. A comunidade internacional deve tratar os Direitos Humanos globalmente, de maneira justa e equânime, com os mesmo parâmetros e com a mesma ênfase. As particularidades nacionais e religiosas e bases históricas, culturais e religiosas devem ser consideradas, mas é obrigação dos Estados, independentemente de seu sistema político, econômico e cultural, promover e proteger todos os Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais”. A proteção internacional O Tribunal Penal Internacional Com sede em Haia, o Tribunal Penal Internacional (TPI), criado em junho de 1998, regulado pelo Estatuto de Roma é uma corte de caráter permanente e independente, integrada ao sistema das Nações Unidas, com jurisdição sobre as violações de maior gravidade a afetar a comunidade internacional no seu conjunto. O TPI distingue-se da Corte Internacional de Justiça (CIJ), integrante da estrutura das Nações Unidas, cuja jurisdição é restrita a Estados. A jurisdição do TPI recai sobre as pessoas responsáveis pelos crimes de maior gravidade com alcance internacional, na forma do Estatuto de Roma, artigo 1º. O TPI distingue-se dos tribunais criados para os casos de Iugoslávia e de Ruanda, com jurisdição restrita a uma situação específica. Problemática dos Direitos Humanos no Mundo Globalizado Universalização do desequilíbrio social e aprofundamento das assimetrias regionais Evolução tecnológica e dos meios de comunicação em contraponto com a intensificação das desigualdades sociais Explosão dos índices de desemprego e subemprego Questão dos combustíveis Crise em termos de abastecimento e produção de bens alimentares Terrorismo internacional Intolerância religiosa e xenofobia Subordinação da humanidade aos interesses hegemônicos Ruína dos grandes ideais Desafios do Século XXI Abolição do caráter oligárquico do Conselho de Segurança, através da supressão dos cargos permanentes com poder de veto Atribuição de competência decisória ao Conselho Econômico e Social, dotando-o de poder de supervisão e direcionamento de organismos especializados da ONU, em particular de Banco Mundial e FMI No plano da OMC, requer-se a reformulação de conceitos internacionais no que tange à supressão de barreiras comerciais com vista ao desenvolvimento harmônico dos povos Democratizar a ONU, abolindo-se a cláusula de reconhecimento facultativo da jurisdição da CIJ Dar eficácia plena ao TPI