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1 Física Mecânica Aula 5 Prof. Me. Cristiano Cruz Momento Linear e Impulso Momento Linear Considere que as renas puxam uma massa total m, dada pela massa corporal do papai Noel, somado a massa do trenó e a massa do saco de presentes A força resultante aplicada pelas renas é dada por ܨԦ De acordo com a segunda lei de Newton ܨԦ ൌ ݉ · Ԧܽ Considerando que a aceleração é dada por: Ԧܽ ൌ ݀ݒԦ݀ݐ Podemos escrever: ܨԦ ൌ ݉ · ݀ݒԦ݀ݐ ܨԦ ൌ ݀ ݉ · ݒԦ݀ݐ A quantidade entre parênteses (݉ · ݒԦ) é uma grandeza vetorial chamada de momento linear, designado por ܲ 2 ܲ ൌ ݉. ݒԦ Sendo o momento linear uma grandeza vetorial, sua direção e sentido é o mesmo da velocidade da partícula Escrevendo em função de suas componentes retangulares, temos: ௫ ൌ ݉ݒ௫ ௬ ൌ ݉ݒ௬ ௭ ൌ ݉ݒ௭ A unidade do momento linear no sistema internacional de unidades (S.I.) é: ݇݃ · ݉ݏ Conhecendo-se o momento linear pode-se escrever a segunda Lei de Newton como: ܨԦோ ൌ ݀Ԧ݀ݐ A soma vetorial de todas as forças que atuam sobre uma partícula (força resultante) é dada pela derivada do momento linear da partícula em relação ao tempo Teorema Impulso – Momento Linear Considere o movimento do trenó pela ação da força resultante constante ܨԦோ produzida pela renas, agindo da posição xi até a posição xf, no intervalo de tempo t = tf – ti xo x t Impulso ࡶԦ É definido pelo produto da força resultante multiplicada pelo intervalo de tempo no qual houve ação da força ܬԦ ൌ ܨԦ ݐ െ ݐ ܬԦ ൌ ܨԦோ∆ݐ 3 A unidade de impulso no sistema internacional de unidades (S.I.) é: Newton ∙ segundo (N∙s) substituindo 1 ܰ ൌ 1 · ௦మ , A unidade alternativa de impulso é: (ࢍ · ࢙ ) A mesma unidade de momento linear A segunda Lei de Newton escrita em função do momento linear: ܨԦோ ൌܨԦ ൌ ݀Ԧ݀ݐ Se a força resultante é constante, a derivada do momento linear ௗԦௗ௧ também é constante e resulta: ݀Ԧ ݀ݐ ൌ Ԧ െ Ԧ ݐ െ ݐ Então a força resultante será dada por: ܨԦோ ൌ Ԧ െ Ԧ ݐ െ ݐ Reescrevendo ܨԦோ · ݐ െ ݐ ൌ Ԧ െ Ԧ ܨԦோ · ∆ݐ ൌ Ԧ െ Ԧ Lembrando que ܬԦ ൌ ܨԦோ∆ݐ Teorema Impulso – Momento Linear Combinando as equações obtemos o teorema do impulso – momento linear ܬԦ ൌ Ԧ െ Ԧ A variação do momento linear, durante um intervalo de tempo, é igual ao impulso da força resultante que atua sobre a partícula durante esse intervalo de tempo Teorema Impulso – Momento Linear Força Variável Vamos integrar a segunda Lei de Newton em relação ao tempo entre os limites ti e tf න ܨԦ ௧ ௧ ݀ݐ ൌ න ݀Ԧ݀ݐ ௧ ௧ ݀ݐ න ܨԦ ௧ ௧ ݀ݐ ൌ න ݀Ԧ ݀ݐ ൌ Ԧ െ Ԧ ൌ ܬԦ ܬԦ ൌ න ܨԦ ௧ ௧ ݀ݐ Essa equação é a forma geral da equação do impulso, se o somatório das forças for uma constante, a equação se reduz a: ܬԦ ൌ ܨ ݐଶ െ ݐଵ 4 Conservação do Momento Linear Quando a soma vetorial das forças externas que atuam sobre o sistema é igual a zero, o momento linear total do sistema permanece constante Força de Ação e Reação ܨܨ A B Devido as forças FAB e FBA exercidas, ocorre variação do momento linear da pessoa A e da pessoa B, dadas por: ܨԦ ൌ ௗԦಲௗ௧ ܨԦ ൌ ௗԦಳ ௗ௧ Como, de acordo com a terceira Lei de Newton, ܨԦ ൌ െ ܨԦ podemos escrever: ܨԦ ܨԦ ൌ 0 ܨԦ ܨԦ ൌ ݀Ԧ݀ݐ ݀Ԧ ݀ݐ ൌ ݀ Ԧ Ԧ ݀ݐ ൌ 0 Considerando ܲ como momento linear total do sistema, podemos escrever: ܲ ൌ Ԧ Ԧ Então: ܨԦ ܨԦ ൌ ݀ܲ݀ݐ ൌ 0 ܨԦ ܨԦ ൌ ݀ܲ݀ݐ ൌ 0 A taxa de variação do momento linear total do sistema ܲ é igual a zero Mesmo que os momentos lineares de cada partícula do sistema variem, o momento linear total será constante 5 Conservação do Momento Linear e Colisões Colisão significa a interação de dois corpos, ou duas partículas, que aplicam forças relativamente grandes e mutuamente entre eles por um pequeno intervalo de tempo Colisões Elásticas Tipo de colisão que além da conservação do momento linear, ocorre também conservação da energia cinética As forças, devido a colisão entre os corpos, são conservativas, nenhuma energia mecânica é adquirida ou perdida devido a colisão, a energia cinética total do sistema, antes ou depois da colisão, é a mesma Modelo de Colisão Elástica 4 3 Como a colisão é elástica, há conservação do momento linear e também conservação da energia mecânica 6 Conservação do Momento Linear ൌ Sendo: ൌ ݉ݒ ݉ݒ ൌ ݉ݒ ݉ݒ Logo: ݉ݒ ݉ݒ ൌ ݉ݒ ݉ݒ Conservação da Energia Cinética ݇ ൌ ݇ Sendo: ݇ ൌ 12݉ݒ ଶ 12݉ݒ ଶ ݇ ൌ 12݉ݒ ଶ 12݉ݒ ଶ Logo: ݉ݒଶ ݉ݒଶ ൌ ݉ݒଶ ݉ݒଶ Colisões Inelástica A energia cinética total do sistema de corpos que sofrem colisões não se conserva Há apenas conservação do momento linear A velocidade do carro A, ݒԦ, após a colisão será a mesma do carro B, ݒԦ, a qual iremos chamar de ݒԦ ݒԦ ൌ ݒԦ ൌ ݒԦ Como na colisão inelástica há conservação do momento linear então: Ԧ ൌ Ԧ ݉ݒԦ ݉ݒԦ ൌ ݉ ݉ ݒԦ 7 Centro de Massa Urano Saturno Júpiter Para o planeta Urano, suas coordenadas do centro de massa c1, com massa m1, são (x1 , y1) Para o planeta Saturno, as coordenadas do seu centro de massa são (x2 , y2) e sua massa m2 Para o planeta Júpiter, as coordenadas do seu centro de massa são (x3 , y3) e sua massa m3 Podemos definir o centro de massa entre esses três planetas como o ponto localizado pelas coordenadas (xcm, ycm), calculadas pelas relações matemáticas ݔ ൌ ݉ଵݔଵ ݉ଶݔଶ ݉ଷݔଷ ⋯݉ଵ ݉ଶ ݉ଷ ⋯ ݕ ൌ ݉ଵݕଵ ݉ଶݕଶ ݉ଷݕଷ ⋯݉ଵ ݉ଶ ݉ଷ ⋯ Se as posições das partículas do sistema forem definidas através de vetores posição para cada partícula O vetor posição do centro de massa do sistema de partículas será definido como: ݎԦ ൌ ݉ଵݎԦଵ ݉ଶݎԦଶ ݉ଷݎԦଷ ⋯݉ଵ ݉ଶ ݉ଷ ⋯ Objetos com uma distribuição homogênea de massa possuem seu centro de massa em um ponto que coincide com o centro geométrico do objeto em questão, se este objeto possuir um eixo de simetria, o centro de massa está posicionado sobre este eixo, mesmo que este ponto esteja localizado fora do objeto 8 Movimento do Centro de Massa A determinação do centro de massa de um sistema de partículas é uma ferramenta bastante importante para analisar este sistema quando ele encontra-se em movimento Velocidade do Centro de Massa Realizando a derivada das coordenadas de posição (xcm e ycm) do centro de massa do sistema de partículas em função do tempo, obtemos a velocidade do centro de massa do sistema Para o eixo x: ݀ݔ ݀ݐ ൌ ݉ଵ ݀ݔଵ݀ݐ ݉ଶ ݀ݔଶ݀ݐ ݉ଷ ݀ݔଷ݀ݐ ⋯ ݉ଵ ݉ଶ ݉ଷ ⋯ Para o eixo y: ݀ݕ ݀ݐ ൌ ݉ଵ ݀ݕଵ݀ݐ ݉ଶ ݀ݕଶ݀ݐ ݉ଷ ݀ݕଷ݀ݐ ⋯ ݉ଵ ݉ଶ ݉ଷ ⋯ Como a derivada da posição da partícula em função do tempo é a velocidade da partícula ௗ௫ ௗ௧ ൌ ݒ௫ e ௗ௬ ௗ௧ ൌ ݒ௬ , temos: ݒ௫ ൌ ݉ଵݒଵ௫ ݉ଶݒଶ௫ ݉ଷݒଷ௫ ⋯݉ଵ ݉ଶ ݉ଷ ⋯ ݒ௬ ൌ ݉ଵݒଵ௬ ݉ଶݒଶ௬ ݉ଷݒଷ௬ ⋯݉ଵ ݉ଶ ݉ଷ ⋯ O mesmo ocorre com o vetor posição do centro de massa do sistema, a derivada do vetor posição em função do tempo fornece a velocidade vetorial do centro de massa 9 ݀ݎԦ ݀ݐ ൌ ݉ଵ ݀ݎԦଵ݀ݐ ݉ଶ ݀ݎԦଶ݀ݐ ݉ଷ ݀ݎԦଷ݀ݐ ⋯ ݉ଵ ݉ଶ ݉ଷ ⋯ ݒԦ ൌ ݉ଵݒԦଵ ݉ଶݒԦଶ ݉ଷݒԦଷ ⋯݉ଵ ݉ଶ ݉ଷ ⋯ Como a soma das massas de cada partícula fornece a massa total (M) do sistema, m1 + m2 + m3 = M, temos: ܯݒԦ ൌ ݉ଵݒԦଵ ݉ଶݒԦଶ ݉ଷݒԦଷ ⋯ ൌ ܲ Momento Linear Total do Sistema de Partículas O momento lineartotal do sistema (ܲ) é obtido pelo produto da massa total pela velocidade do centro de massa do sistema de partículas ܲ ൌ ܯݒԦ Quando a força resultante externa que atua em um sistema de partículas é igual a zero, o momento linear total ܲ é constante e a velocidade do centro de massa ݒԦ ൌ ெ também é constante Quando a força resultante que atua no sistema de partículas não é nula, o momento linear total não é conservado e a velocidade do centro de massa do sistema irá variar Aceleração do Centro de Massa De acordo com a segunda Lei de Newton, a principal característica de uma força resultante não nula é que ela irá produzir uma aceleração no sistema 10 Aplicando-se a derivada em relação ao tempo na equação de velocidade ௗ௩ௗ௧ iremos obter uma equação da aceleração resultante proporcionada pela força Ԧܽ ൌ ݀ݒԦ݀ݐ ܯ ݀ݒԦ݀ݐ ൌ ݉ଵ ݀ݒԦଵ ݀ݐ ݉ଶ ݀ݒԦଶ ݀ݐ ݉ଷ ݀ݒԦଷ ݀ݐ ⋯ ܯ Ԧܽ ൌ ݉ଵ Ԧܽଵ ݉ଶ Ԧܽଶ ݉ଷ Ԧܽଷ ⋯ Força que atua na partícula 1 Força que atua na partícula 2 Força que atua na partícula 3 O somatório sugerido no membro direito é a soma vetorial de todas as forças atuantes no sistema, forças externas e forças internas ܨԦோ ൌ ܨԦ ൌ ܨԦ௫௧ ܨԦ௧ ൌ ܯ Ԧܽ Como, ∑ܨԦ௧ ൌ 0 ܨԦோ ൌ ܨԦ௫௧ ൌ ܯ Ԧܽ ܨԦோ ൌ ܯ Ԧܽ A força resultante externa que atua em um sistema de partículas é igual a massa total do sistema multiplicado pela aceleração do centro de massa A ação do somatório de todas as forças que atuam no sistema de partículas provoca a mudança no movimento do centro de massa desse sistema, exatamente da mesmas maneira que mudaria se toda a massa do sistema estivesse localizada neste ponto, no centro de massa Um exemplo clássico para descrever o comportamento do centro de massa pode ser observado quando um morteiro de festa junina é lançado em movimento parabólico (desprezando a resistência do ar) 11 CM CM CM CM CM CMCM CM CM CM CM CM CM CM CM x y O morteiro explode no ar em fragmentos, desprezando a resistência do ar, os fragmentos descrevem trajetórias parabólicas individuais, no entanto o centro de massa continua a descrever a mesma trajetória parabólica que possuía antes da explosão A aceleração do centro de massa de um sistema de partículas pode ser relacionada com o momento linear total do sistema, lembrando que: Ԧܽ ൌ ݀ݒԦ݀ݐ Então: ܯ Ԧܽ ൌ ܯ ݀ݒԦ݀ݐ ൌ ݀ ܯݒԦ ݀ݐ ൌ ݀ܲ ݀ݐ ܨԦோ ൌ ܨԦ௫௧ ൌ ݀ܲ݀ݐ ܨԦோ ൌ ܨԦ௫௧ ൌ ݀ܲ݀ݐ De acordo com a equação, um sistema de partículas comporta-se como um corpo rígido e demonstra que a interação entre as partículas, através de forças internas, somente irá alterar os momentos lineares de cada partícula individual, mas o momento linear total do sistema ܲ só pode ser alterado pela aplicação de forças externas ao sistema Na ausência de força resultante externa, a aceleração do centro de massa do sistema é nula ܽܿ݉ ൌ 0 , isso nos leva a concluir que a velocidade do centro de massa é constante ݒܿ݉ ൌ ܿ݊ݏݐܽ݊ݐ݁ , confirmando a lei da conservação do momento linear Referências de Apoio HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALTER, J. Fundamentos de Física: mecânica. vol. 1. 6. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda., 2007. SEARS, F.; ZEMANSKY, M. W. Física I – Mecânica. 12. ed. São Paulo: Pearson.
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