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Estrutura de membranas Um dos conceitos mais importantes da Biologia Celular: • Todos os seres vivos são formados por células; • Todas as células são limitadas por uma membrana; • Então, vamos começar pela MEMBRANA. A membrana plasmática O que sabemos sobre ela? • A membrana plasmática é formada por uma bicamada de lipídeos e proteínas nela inseridos; • A membrana plasmática é fluida; • A membrana plasmática possui permeabilidade seletiva; • A membrana plasmática define e separa o meio intra e extracelular; • A membrana é um mosaico fluido. O Modelo do Mosaico Fluido Como se chegou até ele? Evolução do modelo de membrana: • No início era a química; • Observações sobre o corpo em contato com a água (Plínio, o Velho); • A água sobre o óleo – Benjamin Franklin (sec. XVIII), Lord Raleigh e Agnes Pockels (sec. XIX); • Charles Overton – permeabilidade seletiva; • Irving Langmuir (1917); • Gorter e Grendel (1925). A bandeja de Langmuir e seus experimentos foram cruciais Os lipídeos formam monocamadas quando em contato com a água e o óleo. Proposta inicial de Langmuir (1917) Água Óleo Proposta de Gorter e Grendel (1925) “As hemácias são cobertas por uma camada espessa de substâncias gordurosas” O Modelo de Danielli e Davson (1935) MODELO DO SANDUICHE Neste modelo, a membrana é formada por uma bicamada de fosfolipídeos e as proteínas estão inseridas nesta bicamada, podendo atravessá- la totalmente (proteínas integrais), levando a abertura de verdadeiros poros que permitem a passagem de moléculas ou ligadas a esta bicamada através de outras proteínas (proteínas periféricas). Mas como se chegou a este modelo? Edidin. Nat Rev Mol Cell Biol v.4, 2003. A evolução do modelo do mosaico fluido Figure 10-1 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Singer & Nicolson, 1972 Os lipídeos não são todos iguais Colesterol Glicolipídeos Mas nem todos os fosfolipídeos são iguais… Fosfolipídeos Os fosfolipídeos Figure 10-2 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Existem diferentes tipos de fosfolipídeos Figure 10-3 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Alguns fatos importantes: • O fosfatidilinositol é o fosfolipídeos minoritário, mas tem função importante; • A fosfatidilserina é carregada negativamente e em situações normais está voltada para o meio citoplasmático; • Os fosfolipídeos não se distribuem igualmente pelos dois folhetos da membrana plasmática; • Em eritrócitos, por exemplo, PC e esfingomielina se distribuem apenas no folheto externo, enquanto PS e PE apenas no folheto interneto; • Os glicolipídeos estão sempre voltados para o meio extracelular. Por que será? Esteróis de membrana: o colesterol Figure 10-4 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) O colesterol se intercala entre os fosfolipídeos Região mais fluida Anéis esteróides rígidos Cabeça polar (hidrofílica) Figure 10-5 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Não se esqueça: • O colesterol diminui a fluidez da membrana, no entanto ele protege a membrana da cristalização em baixas temperaturas atuando como um “anticongelante”; • Para haver a formação de um cristal é preciso que os fosfolipídeos se aproximem muito, o que é dificultado pela presença do colesterol; • Alguns microorganismos variam a composição de lipídeos de suas membranas de acordo com a temperatura do ambiente. E os glicolipídeos: Figure 10-18 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Lipídeos e proteínas contendo cadeias polissacarídicas ligadas a sua estrutura estão sempre voltados para fora da célula formando o glicocálix e atuando no reconhecimento entre células. Figure 10-28b Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Formam o glicocálix: Figure 10-28a Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) As membranas são assimétricas: Figure 10-16 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) O que isso quer nos dizer??? Tudo isso influencia a FLUIDEZ da bicamada difusão lateral flexão rotação Figure 10-11 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Ácidos graxos Figure 10-12 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Não se esqueça: • A fluidez está relacionada diretamente com a movimentação dos fosfolipídeos; • Cada fosfolipídeo passa do estado líquido (fluido) para o cristalizado (gel) a uma determinada temperatura, chamada fase de transição; • As membranas não se cristalisam em temperaturas próximas as da fase de transição, porque são formadas por uma mistura de fosfolipídeos; • A mistura de fosfolipídeos é essencial, principalmente em ambientes de temperatura muito variável; • Quanto mais longas as cadeias de ácidos graxos, menos fluida é a membrana; • Quanto mais saturados forem os ácidos graxos, menos fluida será a membrana. Lipídeos diferentes se agregam formando domínios lipídicos Figure 10-13 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Plataformas (rafts) em uma membrana artificial Figure 10-14a Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Fosfatidilcolina, esfingomielina e colesterol Espessuras diferentes da bicamada acomodam proteínas diferentes Figure 10-14b Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Simons & Gerl. Nat. Rev. Mol. Cell Biol,, 11, 688, 2010. Mais dois exemplos de “lipid rafts” Resumidamente: • Lipídeos com ácidos graxos de comprimento semelhante tendem a se agrupar formando “ilhas” chamadas de balsas lipídicas ou lipid rafts (jangada). Nestas regiões a espessura da membrana também é diferenciada. Proteínas de membrana Figure 10-19 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) - Transmembrana; - Periféricas; - α-hélice; - β-barril; - Ancorada. As proteínas 7 e 8 são periféricas e não se associam covalentemente à maembrana Proteínas ancoradas São proteínas estruturais? Sim Estes tipos de âncora só são encontrados no folheto voltado para o citossol E também voltado para o meio extracelular Proteína α-hélice Como uma proteína atravessa a bicamada lipídeica na sua porção hidrofóbica? Os aminoácidos hidrofóbicos ficam voltados para fora da hélice, fazendo o contato com as cadeias hidrofóbicas da bicamada (ácidos graxos). Proteína β-barril Existem principalmente em microrganismos, mitocôndrias e cloroplastos; Formam canais hidrofílicos ou receptores Proteínas unipasso Atravessam a bicamada lipídica apenas uma vez na sua conformação de α-hélice; Presença de pontes dissulfeto entre aminoácidos sulfatadas e interações com resíduos de açúcares Proteínas multipasso atravessam a bicamada lipídica mais de uma vez Figure 10-25 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) As proteínas podem ser solubilizadas e purificadas usando detergentes • Detergentes são moléculas anfifílicas (ou anfipáticas); • São muito mais solúveis em água do que em lipídeos; • Detergentes iônicos (SDS – sodium dodecyl sulfate) e não-iônicos (Triton X-100 e NP-40); • Formam micelas. As proteínas transmembranas só podem ser solubilizadas por moléculas capazes de quebrar as associações hidrofóbicas Figure 10-30 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Fluidez das proteínasde membrana Figure 10-1c Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) O trabalho original de Frye & Edidin em 1970 Fluorescence Recovery After Fhotobleaching Figure 10-36a Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Essa fluidez é irrestrita? Barreiras e domínios Não, não é irrestrito. Existem barreiras formadas por junções que criam verdadeiros domínios. Figure 10-37 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Figure 10-38 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Nos espermatozóides, diferentes proteínas são exclusivas de determinadas regiões do corpo celular. Mas nem todas as células são polarizadas As hemácias não possuem domínios e apresentam uma distribuição homogênea das proteínas pela sua superfície
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