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Siegbert Zanettini

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Siegbert Zanettini: Hospital Moriah, São Paulo  
ÁTRIO PROTEGIDO POR FACHADA CURVA
PROJETO DE REFORMA E AMPLIAÇÃO CONCEBIDO PELO ARQUITETO SIEGBERT ZANETTINI TRANSFORMA O EDIFÍCIO CONSTRUÍDO NA DÉCADA DE 1950, PARA ABRIGAR A TV RECORD DE SÃO PAULO, NO PRÉDIO DO PRIMEIRO HOSPITAL DO GRUPO LIFE EMPRESARIAL SAÚDE. O DESTAQUE SÃO DUAS MEIAS CÚPULAS DE VIDRO QUE PROTEGEM O ÁTRIO E AS FACHADAS INTERNAS.
Considerado um ícone para a produção televisiva, o edifício, inaugurado na década de 1950, foi construído exclusivamente para abrigar a TV Record em São Paulo. Após a mudança da emissora para o bairro da Barra Funda, na década de 1990, o prédio foi ocupado pela Rede Mulher e depois pela Record News, sendo desativado em 2007. A partir de 2010, passou por ampla reforma e foi transformado no Hospital Moriah, o primeiro do Grupo Life Empresarial Saúde.
Por orientações tanto da prefeitura quanto do próprio cliente, o projeto arquitetônico deveria aproveitar o máximo do prédio existente e complementar com uma nova construção as áreas necessárias ao hospitalconceito, que servirá de modelo para as futuras unidades da rede. Desenvolvido pelo arquiteto Siegbert Zanettini, o hospital conta com 60 leitos, centros cirúrgico e obstétrico, pronto-socorro e sala de hemodinâmica. Devido às características do edifício e em função da legislação local, não foi possível aumentar muito a área construída.
O imóvel está instalado no quarteirão formado pelas avenidas Moreira Guimarães, Moaci, Miruna e alameda Guaramomis, na zona sul de São Paulo. Como praticamente metade do terreno voltado para a Moreira Guimarães não podia ser edificada, foi destinada ao estacionamento aberto. A solução foi construir um bloco orientado para a avenida Moaci com um subsolo e envolver por dois grandes panos curvos de vidro a face da Moreira Guimarães, transformando-a na entrada principal do hospital.
O bloco existente tem estrutura de concreto e o novo foi erguido com estrutura metálica. De acordo com Zanettini, “como o prédio antigo não tinha configuração própria para hospital e apresentava certa indisciplina técnica, estrutural e de instalações, foi necessário fazer um amplo retrofit. Ele estava bastante deteriorado, pelo tempo que ficou desativado. Foi preciso fazer um levantamento minucioso de cálculo para ver o que a estrutura suportaria”. As paredes internas e as fachadas sem caracterização plástica foram derrubadas, de modo que do antigo edifício ficou apenas o esqueleto da estrutura de concreto, que recebeu reforço com acintamento. Assim, foi possível criar a ala de internação, com os quartos voltados para a área ajardinada às margens da alameda Guaramomis e as fachadas cegas substituídas por entre vãos. Os apartamentos receberam caixilhos móveis produzidos com perfis de alumínio da linha Atlanta, da Belmetal, e vidros laminados insulados com persianas entre vidros e de acionamento manual.
Com base nos laudos, o projeto foi desenvolvido para distribuir as atividades possíveis no volume existente e as demais na nova ala. A modulação hospitalar é importante e regrada, principalmente nas áreas de internação com padrões similares, diferenciando-se quando o apartamento é simples ou duplo. O fato de o edifício ter modulação inadequada para um hospital implicou diretamente a criação do projeto, devido aos pilares estruturais instalados muitas vezes em lugares indevidos e próximos. Foi trabalhoso distribuir as funções entre as alas. No prédio antigo, além da internação e ambientes com dimensões razoáveis conforme a necessidade, foram implantadas a circulação para ligar todos os apartamentos e a conexão com a ala nova. Nesta encontram-se as atividades que demandam espaços maiores, como centro cirúrgico, obstétrico, hemodinâmica e pronto-socorro.
A área construída de 9.535,75 metros quadrados se distribui em cinco andares. Havia dois subsolos: o primeiro foi transformado em pavimento técnico enterrado; o segundo, ampliado até o limite permitido por lei sob o novo bloco, abriga área de carga e descarga, estacionamento e serviço de diagnóstico de imagens. No pavimento térreo encontram-se lobby de entrada, auditório, loja, pronto-socorro e internação. No primeiro andar estão administração, restaurante, internação e centro cirúrgico/hemodinâmica. Na cobertura/solário, circundada por telhado verde, ficam setores administrativos, áreas técnicas cobertas e descobertas. Em cima dela existem dois volumes destinados a caixa-d’água, casa de máquinas e suporte técnico.
Aspectos da sustentabilidade marcam áreas internas e externas. Para levar luz ao interior da edificação, duas pequenas praças descobertas estão dispostas no térreo da ala antiga. “Criar áreas verdes dentro do edifício é tirar um pouco o aspecto fechado de um hospital”, defende o arquiteto. A preocupação se estendeu para as salas administrativas na cobertura, que receberam na face norte vidros laminados de proteção solar instalados no vão-luz que vence todo o pé-direito das salas. Nessa fachada instalaramse brises de alumínio móveis e ajustáveis individualmente conforme a posição do sol. 
No entorno das salas inseridas na cobertura, foram instalados telhados verdes com plantas e impermeabilização especiais. “O tratamento do telhado verde deve ser definido com espécies não poluidoras e não favoráveis a insetos, além do grande cuidado com a estanqueidade”, lembra Zanettini. Como o hospital está perto do Aeroporto de Congonhas, foi realizado estudo para avaliar a acústica dos ambientes e trabalhar materiais que promovessem uma barreira ao ruído. Além dos revestimentos externos, as fachadas possuem janelas com vidros insulados e vidros estruturais laminados e temperados de 16 milímetros.
FACHADA CURVA
Envolvendo as faces frontal e lateral do antigo edifício, o novo bloco deveria dar um tratamento diferenciado ao conjunto. Para seguir a premissa do cliente, de ter um hospital marcante como sua primeira unidade, a fachada frontal da edificação existente tornou-se uma face interna envolvida por pele de vidro estrutural curva dividida em duas partes, que totalizam 700 metros quadrados. São duas meias cúpulas voltadas para a avenida Moreira Guimarães.
Para dar leveza e exuberância à edificação, os panos de vidro que vedam o átrio do hospital são constituídos de uma estrutura metálica com pé-direito triplo (12,37 metros), que parte do chão em ângulo reto e se torna curva ao se encontrar com a estrutura de concreto do prédio antigo. Ambas as estruturas são independentes. A nova é uma tubular de aço A53 e A572GR50, com 39 colunas dispostas a cada cinco metros. Travadas entre si com o auxílio de cabos de aço, as colunas estão fixadas na laje de piso do térreo.
De acordo com o engenheiro Riberto Silva, diretor da HR Projetos, empresa responsável pelo cálculo, dimensionamento, projeto executivo e detalhamento da estrutura metálica, para dimensionar a estrutura do átrio foram considerados: carga permanente de 1,1 x o peso próprio da estrutura (como o programa de dimensionamento da estrutura não atribui o peso das ligações, então se usa o índice de 1,1 para considerar 10% das ligações), lajes de 400 kgf/m2, vidro de 50 kgf/m2, sobrecargas da laje de piso de 400 kgf/m2, laje da cobertura de 100 kgf/m2, diferença de temperatura de 15º C para retração e dilatação da estrutura no conjunto, pressão de vento de 70 kgf/m2.
Internamente, a fachada do prédio antigo, instalada a partir do primeiro andar, é tratada como uma divisória de vidro laminado de 12 milímetros aplicada nas áreas de restaurante, bar e outras que estão voltadas para o átrio. Para a fachada curva foram utilizados vidros laminados de 16 milímetros fixados através do sistema spider com peças presas à estrutura metálica. Nas juntas entre as placas de vidro foram empregados fita de vedação e silicone neutro.
Apesar de estarem voltadas para o sul, as semicúpulas precisavam de sombreamento no verão. A solução foi adotar vidros com uma película aplicada pelo lado interno da edificação. Na parte superior da semicúpula, a película reveste totalmente
o vidro, mas ao descer a incidência solar se torna menor, e a aplicação se dá em linhas horizontais com larguras e espaçamentos diferenciados. O arquiteto preferiu deixar o trecho reto da fachada, cerca de três metros de altura, sem película, para que o visitante pudesse descortinar o paisagismo das áreas externas. No fechamento lateral das semicúpulas, as fachadas retas foram vedadas com o mesmo vidro, porém não houve a necessidade de película.
As entradas do átrio foram marcadas por duas marquises metálicas. Uma delas faz a ligação entre as semicúpulas e é composta de uma estrutura apoiada em um pilar, ambos metálicos. A outra, com uma estrutura metálica atirantada por cinco tubos metálicos ligados na estrutura de concreto do prédio, possui parte em balanço de 1,4 metro, 18 metros de comprimento e 6,2 de largura. Ambas as marquises receberam cobertura de vidro laminado incolor de 12 milímetros.
Hospital vitrine
Texto: Ana Marquez
Trata-se de uma revitalização e ampliação dos novos setores do Hospital Moriah, com nova solução estética. O projeto visa evidenciar esta unidade como se fosse uma vitrine e pretende marcar a rede Moriah no contexto de atendimento médico-hospitalar no país. O hospital fica localizado em São Paulo e a reforma foi realizada pelo escritório Zanettini Arquitetura.
“O desenvolvimento desse projeto foi um grande desafio, pois, a arquitetura do prédio existente não apresentava condições espaciais, estruturais e principalmente dos sistemas de energia, água e gases, entre outros, condizentes com as necessidades de um hospital”, comenta o arquiteto Siegbert Zanettini.
Como solução o arquiteto fez um levantamento minucioso no edifício existente visando a sua grande transformação funcional como hospital de ponta e atendimento médico de alto nível. Esses conceitos são visíveis desde a área ajardinada externa na entrada do hospital até as soluções espaciais de cada setor.
Intervenções estruturais
“Existia no local um bloco que era ocupado por outra empresa, abandonado há vários anos, que estava em adiantado estado de deterioração. Para reaproveitar o edifício existente, fizemos um estudo das condições estruturais do concreto armado, das alvenarias e dos sistemas prediais de instalações”, conta.
Para a estrutura, em função das novas cargas serem incluídas, o arquiteto teve de realizar vários reforços estruturais com cintamento – anel de aço que envolve um núcleo de concreto e tem a finalidade de aumentar a resistência à compressão – de pilares e vigas. Essa antiga estrutura não atendia as cargas dos novos reforços e dos equipamentos do hospital.
“Para atingir a área desejada foi necessário dar continuidade à lateral desse bloco inicial e criar uma nova construção projetada com estrutura metálica. Nela foram incluídas todas as atividades que necessitavam de maior espaço, como o centro cirúrgico, as áreas técnicas de imagem e os espaços para pronto atendimento e pronto socorro”, relata Siegbert.
Automação, construção econômica e sustentabilidade
O Hospital Moriah, como proposta conceitual, deveria atender atributos de um edifício contemporâneo, com alta tecnologia construtiva de equipamentos e funcionalidade, com soluções de ecoeficiência, sustentabilidade e atendimento médico de alto nível.
Para atingir o objetivo, o escritório decidiu criar um visual de fachada diferente, com uma forma inusitada com superfícies de vidro e aço, compondo espaços convexos que marcam a face principal do edifício. Nesta fachada estão localizados os acessos principais aos ambientes de recepção, atendimento, guichês de marcação de consultas, auditório e pavimentos superiores, onde ficam a lanchonete e os escritórios.
“A dimensão reduzida do hospital que precisava conter todos os princípios funcionais e estéticos como referência para as demais unidades da rede, requereu a redução máxima de desperdícios e resíduos; maximização de recursos naturais; economia de energia; uso de tecnologias limpas; entendimento integrado e sistêmico de todas as instalações, entre outros atributos”, explica o arquiteto.
O projeto adotou os recursos e as soluções tecnológicas de ponta próprias para hospital de alta complexidade.
Eficiência energética e térmica
A instalação do sistema de iluminação passou por uma pesquisa sobre as condições climáticas da latitude de São Paulo, regime de ventos e condições de ruído, por causa da proximidade com o aeroporto de Congonhas. Tudo foi pensado detalhadamente para um melhor conforto térmico e energético, desde os materiais das fachadas do edifício e a vegetação na área externa e nos pátios internos até a cobertura verde da edificação.
“Todos os pontos foram analisados para obter iluminação e ventilação natural em quase todos os ambientes com significativa economia de energia. Esta preocupação deixa uma sensação prazerosa e agradável, manifestada pelos usuários e visitantes”, esclarece.
Materiais predominantes
No partido arquitetônico, entre os materiais, destacam-se: a estrutura mista em aço e concreto; as paredes montadas em drywall; os revestimentos das paredes com pintura interna de material lavável e de fácil manutenção; as paredes externas com cobertura de pedrisco na argamassa, dispensado pintura e limpeza periódica; e os pisos diferentes para cada ambiente em função das características do trabalho realizado.
Conceito guia o design
O objetivo inicial culminou em um projeto guiado pela tecnologia, recurso fundamental a um empreendimento da área de saúde, e pelo design. Os arquitetos do escritório Zanettini Arquitetura transformaram o Hospital Moriah em um partido contemporâneo com ciência, tecnologia e inovação, que constituem a base da formulação estética que integra razão e sensibilidade. “É a sua condição de ser uma vitrine com traços de vanguarda que irá marcar todas as demais unidades da rede”, finaliza.
A arquitetura hospitalar tem ganhado um novo foco. Os projetos mais recentes concebem espaços que, além de funcionais, também contribuem para a recuperação dos pacientes. Na prática, ambientes clínicos e assépticos vêm ganhado um ar mais acolhedor, com materiais de acabamento, mobiliários e cores que fogem, na medida do possível, do tradicional padrão hospitalar.
O emprego das fachadas unitizadas em peles de vidro é um exemplo de tendência que tem ganhado força na área. Segundo Roberto Aflalo Filho, sócio-diretor da Aflalo/Gasperini Arquitetos, os hospitais vêm acompanhando a evolução dos demais edifícios comerciais no sentido de se tornarem mais sustentáveis. "É um material que se tornou razoavelmente acessível com custos cada vez menores. Proporcionam eficiência energética para o interior das edificações, além de contarem com fácil manutenção e boa durabilidade", afirma o arquiteto.
Para atender a essa nova demanda, o primeiro passo é entender o perfil do equipamento de saúde que está sendo projetado. "Essas especificidades são importantes de serem equacionadas no início do projeto, porque geram uma série de soluções peculiares com relação a assuntos operacionais, a custos de construção, de instalação de equipamentos e de gestão do equipamento de saúde", conta Adriana Levisky, arquiteta e urbanista titular do escritório Levisky Arquitetos Estratégia Urbana.
Os cuidados devem começar na escolha dos terrenos. Siegbert Zanettini, arquiteto e urbanista reconhecido e premiado nacionalmente pela contribuição de seu escritório na área hospitalar, alerta que "o projeto tem de receber as influências e também contribuir para o local onde ele se implanta em todos os aspectos". Em projetos de implantação mais complexos, é preciso inclusive elaborar planos diretores a fim de zonear corretamente as áreas do complexo.
Em projetos de hospitais, as áreas de fluxo internas e externas merecem atenção especial. O principal cuidado nessa fase é descentralizar a área de atendimento geral, onde o fluxo de pessoas é maior, das demais áreas como consultórios, pediatria e alas específicas. Elevadores, corredores e demais acessos também merecem planejamento cuidadoso. "Quando
o projeto começa com uma definição de programa clara, as dificuldades na execução não fogem ao comum", aconselha Adriana.
Outra particularidade da arquitetura hospitalar são os aspectos de flexibilidade. Hospitais têm plantas que se atualizam numa agilidade muito grande. E as soluções de fachadas e de estruturas devem ser pensadas para que a edificação proposta não fique engessada. Por isso, é importante adotar soluções que permitam a alteração de layout, como divisórias internas de gesso acartonado e corredores, portas e elevadores com áreas mínimas de circulação.
As instalações também são um ponto crítico nos projetos de hospitais. "Normalmente a solução é embutir, é o que acontece com a maioria dos hospitais. Mas a melhor prática é organizá-las em armários, com codificações com selos e cores. Isso facilita manutenção, conservação e durabilidade desses sistemas", aconselha Zanettini.
Para atender a todas essas premissas e evitar problemas durante a execução desses empreendimentos, a compatibilização dos projetos é imprescindível. "Nesse sentido, o advento do Building Information Modeling (BIM) vem beneficiando a arquitetura hospitalar. É possível, pelos sistemas de detecção de problemas do software, antecipar incompatibilidades que só seriam notadas na fase de execução", explica Roberto Aflalo.
Além das normas e portarias da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) peculiares a cada ambiente hospitalar, como a portaria 453 da Anvisa para instalação de raios X, o projeto arquitetônico desses hospitais devem seguir os requisitos da RDC 50/02, também da Anvisa. Esta resolução dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.
MATERIAIS FUNCIONAIS
A especificação dos materiais de revestimento em ambientes hospitalares tem de levar em conta as necessidades mínimas de funcionamento de cada ambiente. "De maneira geral, todas as áreas requerem soluções de fácil manutenção e limpeza como pré-requisito", explica Adriana. Nas áreas de maior circulação, como em salas de espera e ambientes de descompressão e café, é possível trabalhar com os materiais de maneira mais flexível do ponto de vista dos cuidados hospitalares.
Já nas áreas hospitalares, os cuidados dependem basicamente do uso e da intensidade de movimentação de pessoas e equipamentos. Onde os fluxos são mais intensos, com trânsito constante de equipamentos pesados, pisos mais frágeis terão curta durabilidade. "Para a circulação de serviços, costumo especificar granito, porcelanato ou cerâmica, dependendo do perfil do hospital", conta Zanettini. Em ambientes de permanência curta, como dormitórios e áreas de internação, é possível empregar pisos vinílicos, não tão resistentes quanto às pedras, mas que funcionam bem para o tipo de uso.
Outro cuidado na escolha dos materiais é com relação àqueles que serão empregados nas áreas que emitem fontes de radiação, como em salas de raios X. "O posicionamento desses equipamentos acaba determinando uma série de decisões de projetos", explica Zanettini. Basicamente, a radiação desses ambientes não pode ser extrapolada nos demais locais de permanência. Portanto, além de especificar materiais que contenham essa radiação dentro da sala, é importante planejar, ainda em fase de projeto, que nenhum veículo em movimento (como carros e elevadores) ou algum paciente com marca-passo possa passar por essa área de radiação.
Especialmente nessas áreas, os fechamentos laterais, pisos e forros devem ser devidamente tratados. Entre os materiais indicados para fazer essa proteção está a argamassa baritada: um composto de areia, cimento e aglomerante destinado a regularizar ou preencher superfícies que, por contar como agregado um minério de alta densidade - chamado barita ou sulfato de bário hidratado (BaSO4) -, é indicado para a proteção radiológica. Em divisórias feitas com drywall, é possível aplicar a barita nos vazios entre as duas chapas de gesso acartonado. Para conter a radiação nos pisos, normalmente se usa uma malha de aterramento formada por fitas de cobre sobre o revestimento.
Fachada eficiente
Na Unidade Avançada Perdizes do Hospital Albert Einstein, localizada na zona Oeste de São Paulo, as fachadas com vidros insulados serigrafados resolveram a necessidade de iluminação natural e controle do aquecimento solar no interior do prédio. A solução de baixo custo resultou em um sombreamento que não depende de persiana e propicia redução no consumo de ar-condicionado, além de criar ambientes mais intimistas para as áreas de permanência. O prédio, que conta com acessos separados para funcionários e pacientes, contempla ainda áreas de descompressão ao ar livre para os funcionários e sistema de automação para controle do ar-condicionado.
FICHA TÉCNICA
ARQUITETURA Levisky Arquitetos | Estratégia Urbana
COAUTORIA E LAYOUT HOSPITALAR Kahn do Brasil
ÁREA CONSTRUÍDA 20 mil m²
PROJETO ESTRUTURAL ETCPL e Cia de Projetos
INSTALAÇÕES Grau Engenharia e Selten Engenharia
AR-CONDICIONADO Grau Engenharia e Enthal - Engenharia de Tratamento de Controle do Ar
ACÚSTICA Harmonia Acústica
PROJETO DE ESQUADRIAS QMD Consultoria
PISO ELEVADO Bausystem
REVESTIMENTO VINÍLICO DE PAREDE Bravargen
ESTRUTURA DE CONCRETO Construções GBN
EQUIPAMENTOS DE AUTOMAÇÃO Dorma
ELÉTRICA E HIDRÁULICA Selten
AR-CONDICIONADO Enthal
PISO VINÍLICO Forbo
ESTRUTURA METÁLICA Meta Steel
CAIXILHOS Técnica
ELEVADORES ThyssenKrupp
DIVISÓRIAS DE GESSO Wallplac
DATA DA CONCLUSÃO DA OBRA 2010
Intervenção estudada
Realizar uma intervenção em um hospital requer planejamento e adoção de materiais que interfiram o mínimo possível no funcionamento das atividades. A ampliação do Hospital Baía Sul, em Florianópolis, abrangeu os seis pavimentos de um dos blocos do complexo, que abrigava uma clínica de diagnóstico por imagem e uma unidade hospitalar. Foram acrescentados três novos pavimentos à edificação original, totalizando nove. Nesse processo, a adoção de materiais e tecnologias não convencionais solucionou as dificuldades de acesso, a sobreposição da obra às instalações em funcionamento e a ausência de área livre para expansão. Foram empregadas estruturas metálicas, fechamentos em light steel framing, lajes em steel deck e paredes internas de drywall.
FICHA TÉCNICA
ARQUITETURA Studio Domo
ÁREA CONSTRUÍDA 6 mil m²
CLIMATIZAÇÃO E AR-CONDICIONADO Rocha Engenharia
CONTROLE E AUTOMAÇÃO Allconect
CAIXILHOS Aluserv Alumínios
FUNDAÇÃO Labanowski & Moore Engenharia
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Santa Rita
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS Eloir Gugel
PAISAGISMO Jardins e Afins
INFRAESTRUTURA Labanowski & Moore
AÇO INOX Metanox
ESQUADRIAS EXTERNAS E VIDROS Aluserv Alumínio
PISO VINÍLICO Dwall e Forbo
CONCRETO Supermix
DRYWALL Artplac
ESTRUTURA METÁLICA CLW Estruturas Metálicas
ELEVADORES Thyssenkroupp
DATA DA CONCLUSÃO DA OBRA 2010
Preservar o entorno
A contribuição para o entorno foi uma das premissas seguidas no Complexo Hospitalar Mater Dei, em Belo Horizonte. Toda a mata que envolve o terreno foi preservada e as entradas foram separadas uma das outras em níveis, respeitando a inclinação do terreno. Um desafio no desenvolvimento do projeto foi com relação às vagas da garagem. Para projetar um subsolo para 850 vagas, os custos com a fundação chegariam a 150 milhões de reais, o que era impeditivo para o projeto. Para revolver o problema, as garagens ficaram localizadas no meio do prédio, entre as atividades hospitalares nos primeiros andares e os leitos nos pisos superiores. A fachada que veta a área de estacionamento conta com vazios que permitem a circulação de ar e os materiais escolhidos foram painéis modulares estruturados com perfis de alumínio e vidros de alta eficiência energética em sistema unitizado.
FICHA TÉCNICA
ARQUITETURA Zanettini Arquitetura, Planejamento e Consultoria
ÁREA CONSTRUÍDA 66.493,59 m²
FUNDAÇÕES MG&A Consultores de Solos S/S (parede-diafragma) e Rubens Morato (blocos
de fundação)
INSTALAÇÕES DE ELÉTRICA, HIDRÁULICA,
AR-CONDICIONADO E LUMINOTÉCNICA MHA Engenharia
ESTRUTURA METÁLICA Codeme Engenharia
ESTRUTURA DE CONCRETO Rubens Morato Projetos e Consultoria Técnica
DATA DA CONCLUSÃO DA OBRA 2014
FORNECEDORES
GESSO ACARTONADO Knauf
VIDROS INTERNOS E PERSIANAS Glassec, Cebrace, Eurocentro
GRANITO Phenix Granitos
PISO ELEVADO INTERNO Inova
VINÍLICO HOMOGÊNEO Tarkett
ALUMÍNIO COMPOSTO (ACM) Projeto Alumínio
Iluminação em foco
A mudança de uso foi o principal desafio de concepção do hospital Moriah, em São Paulo. Anteriormente, o edifício abrigava uma emissora de televisão. A necessidade de transformar a edificação existente para atender aos requisitos de um edifício contemporâneo levou à adoção de tecnologias construtivas, funcionais e de sistemas com soluções ecoeficientes e sustentáveis, como a orientação das membranas de vidro que compõem a fachada do prédio - a solução foi estudada para permitir que a luz solar iluminasse ambientes como o atrium, o restaurante e a administração do hospital. O sistema de ferragens tipo spider de aço inox é fixado ao vidro para absorver as dilatações da estrutura sem comprometer as vedações e o desempenho estrutural. Como o projeto fica nas proximidades do aeroporto de Congonhas, também foi preciso pensar em uma solução que atenuasse os ruídos para o interior, como os vidros de 16 mm de espessura complementados com quatro películas de polivinil butiral (PVB).
FICHA TÉCNICA
ARQUITETURA Zanettini Arquitetura, Planejamento e Consultoria
ÁREA CONSTRUÍDA 9.535,75 m²
ESTRUTURA METÁLICA E DE CONCRETO HJ Projetos
FUNDAÇÕES Apoio Assessoria e Projetos de Fundações
INSTALAÇÕES Engenheiros Associados Projeto e Consultoria (Eapec)
CLIMATIZAÇÃO Unitempo Engenharia
LUMINOTÉCNICA Godoy Luminotécnica
ACÚSTICA Sresnewsky Engenharia
DIVISÓRIAS INTERNAS Abatex Divisórias
PISO ELEVADO Pisoag e Tate
PORCELANATOS Portobello
PISO VINÍLICO Forbo
IMPERMEABILIZAÇÃO Viapol
ESQUADRIAS DE ALUMÍNIO ERG's
VIDROS/SPIDER Speed Temper
FORROS E DRYWALL Grupo Knauf
FERRAGENS E MOLAS Dorma
DATA DA CONCLUSÃO DA OBRA 2014

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