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ESTUDO DE CASO HOSPITAL SARAH RIO DE JANEIRO e BRSILIA

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
ARQUITETURA E URBANISMO
JADER SANTOS DA ENCARNAÇÃO – C2053H8
ESTUDO DE CASO 
HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK DE BRASÍLIA E DO RIO DE JANEIRO
SÃO PAULO
2022
ESTUDO DE CASO - HOSPITAL SARAH KUBITSCHIEK RIO DE JANEIRO
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um hospital é um organizador de caráter médico-social, que deve garantir a prestação de cuidados médicos curativos e preventivos à população. É também um núcleo de medicina e pesquisa.
Além de um foco especial na doença, incluindo diagnóstico, tratamento, reabilitação e primeiros socorros, os ambientes hospitalares também se concentram no controle de doenças infecciosas, saúde ocupacional e promoção da saúde.
Um dos maiores desafios do sistema de saúde brasileiro é compreender as inovações que estão surgindo na gestão da saúde que ocorre por todo território nacional. A gestão hospitalar requer uma profundidade e amplitude de conhecimento para compreender os componentes fundamentais da instituição. Para isso, é fundamental construir parcerias com profissionais e instituições relevantes para a área.
O Hospital Sarah Kubitschek, comumente conhecido como Rede Sarah, é composto por uma rede com diversas unidades hospitalares que buscam atender as pessoas vitimadas por politraumatismo e ainda por aquelas que se encontram com problemas na parte motora, motores com o objetivo de ajudá-los a se recuperar.
É uma entidade autônoma que executa serviços sociais na esfera do direito privado, que não tem qualquer fim lucrativo, sustentada em parte por recursos disponibilizados pelo governo federal, apesar de sua gestão ser feita pela Sociedade de Vanguardas Sociais.
Foi nomeado em homenagem à primeira-dama do país, Sarah Kubitschek, quando Brasília foi fundada.
Em 2015, Aloyzio Campos da Paz Júnior, instituidor da Rede Sarah, acabou morrendo por insuficiência respiratória. No ano de 2019, a presidente Lúcia Willadino Braga, ganhou o Prêmio Carreira Destaque por sua trajetória e atuação na Rede Sarah.
A Rede de Reabilitação Sarah tornou-se referência internacional e atualmente oferece tratamento e estruturas humanizadas para aproximadamente 1,8 milhão de indivíduos no país. 
A rede hospitalar é a referência em termos de gestão e administração e a principal menção para a concepção da Instituição Brasileira Merseus (ABRAM). A concepção da agência foi abdicada pela Câmara dos Deputados.
FICHA TÉCNICA DA OBRA
Inaugurado em maio de 2009, o SARAH-Rio é um centro de reabilitação esportiva que atende adultos e crianças. Está localizado na Rua Embaixador Abelardo Bueno, na comunidade da Barra da Tijuca, em um terreno de 80 mil metros quadrados elevado acima do nível da Lagoa de Jacarepaguá para evitar possíveis inundações. O terreno é plano, o hospital está localizado na orientação norte-sul, as fachadas maiores estão orientadas a nascente/poente para receber o nascer e o pôr do sol, mas estão devidamente protegidas por elementos verticais e grandes beirais. Nesse sentido, os arquitetos tentam quebrar o paradigma de que em climas tropicais, a orientação mais adequada do layout do edifício, Leste-Oeste, pode ser substituída, desde que associada a soluções que minimizem os efeitos da exposição solar. Considerando que “o vento é o fator mais importante no clima, nas condições de conforto e no controle das influências de umidade e temperatura, o vento é o fator climático mais importante, portanto, a disposição da ventilação por “galpões” tem precedência sobre as implementações tradicionalmente adotadas.
Figura 1: Hospital Sarah-RIO.– Fonte: CTRS .
Os hospitais mudaram em forma e função ao longo do tempo. Segundo Silva (apud PERÉN, 1996), as mudanças políticas na sociedade e os avanços da medicina moldaram as funções e os espaços dos edifícios hospitalares durante sua evolução. Associados a essas mudanças estão os avanços tecnológicos construtivos alcançados, que muito contribuíram para essa evolução.Figura 2: Diferentes blocos de que se conectam através de uma circulação aberta.– Fonte: CTRS
Os profissionais chegam a afirmar que os hospitais passaram de espaços fechados e monitoramento de pacientes para prédios que salvam vidas e melhoram a saúde dos pacientes. Alguns edifícios hospitalares são caracterizados pela função, outros pela função e forma, e outros ainda pela função, forma e adaptação ao clima local. O Hospital Sarah é um importante exemplo da interação entre forma, função e climatologia. Os resultados da interação das técnicas construtivas e as sensibilidades do arquiteto são evidentes, principalmente na relação entre a implantação da edificação e o uso de elementos técnicos, aliando as características de conforto ambiental aos resultados pela priorização do clima local. Plástico harmonioso. Percebe-se no decorrer da obra de Lelé que o galpão que ele cria deixa de ser apenas um elemento técnico, tornando-se um princípio que orienta a forma arquitetônica, definindo sua volumetria, cobertura e grandes tetos.
O princípio é a extensibilidade, onde uma coleção pode estender partes sem afetar a coleção. Existem partições funcionais ativas e o loop principal conecta as unidades entre si. As palavras-chave são "escalável", "sistemático", "funcional", "fluido", "ordenado".Figura 3: Modulação interna nas enfermarias com integração espacial. .– Fonte: CTRS
O Hospital Sarah é composto principalmente por blocos horizontais e modulados, seguindo os princípios de extensibilidade e flexibilidade espacial, permitindo que seus blocos sejam ampliados e priorizando a integração dos ambientes internos e externos. Podemos observar o zoneamento da atividade através das células em cada bloco, que são interligadas por um loop externo protegido por uma marquise
 
 
 
 
 
Figura 4:Partido arquitetônico zoneado em blocos.– Fonte: CTRS
Góes (2004, p.30) a define como “a forma como a anatomia de um edifício hospitalar organiza percursos, distâncias e relações entre departamentos”. A geometria é caracterizada por uma planta retangular, seguindo um princípio de organização linear em que se repetem espaços semelhantes em tamanho, forma e função, ligados à via principal de circulação que corta o grande eixo longitudinal norte-sul. A organização linear é marcada pelo rigor observado na modulação estrutural. O hospital é dividido em blocos que abrigam várias unidades funcionais, com volumes formando paralelogramos que se conectam por circulação aberta, configurados com painéis articulados isolados. Palavras-chave são modulação, normalização, volume paralelepípedo.
Figura 5: Princípio de organização linear Sarah Rio.– Fonte: CTRS
A fachada do Hospital Sarah-Rio é marcadamente modulada, com sistema estrutural metálico em vigas e pilares, argamassa armada pré-formada para as lajes e argamassa armada com grade metálica para o contrapiso.
Uma solução marcante na obra de Lelé é o uso de galpões. Rebello (2007, p. 101) afirma que os galpões são um sistema de cobertura comum na indústria porque, além de reduzirem os apoios internos, proporcionam um excelente nível de iluminação e ventilação para o ambiente interno. Aplicando esta solução em edifícios hospitalares, Lelé reinterpreta esta cobertura criando sheds com formas orgânicas e consegue aliar objetivos de conforto (ventilação e iluminação natural) com a estética do edifício. A racionalização estrutural é caracterizada pela repetição dos mesmos elementos estruturais (galpões) e pelo ajuste dos pilares da edificação, resultando em um resultado formal caracterizado pela construção de galpões.Figura 6: Modulação da estrutura Fonte: CTRS
A arquitetura desta unidade do Sarah é considerada uma obra-prima de toda a rede, pois todos os problemas ocorridos nos hospitais anteriores da rede foram repensados ​​e solucionados nesta obra. O clima do Rio de Janeiro é quente e úmido, e as características topográficas (parcialmente alagadas) foram decisivas na concepção e elaboração do projeto. No edifício dominam a tipologia linear e os volumes dos grandes telheiros, embora o edifício revele pontualmenteo volume esférico do auditório e a estrutura em balanço do solário. Para este projeto, Lelé propõe três opções de ventilação flexível: natural, natural forçada e fria. A ventilação natural é feita inteiramente pela cobertura, composta por galpões permanentes com grandes aberturas. Ventilação natural forçada através de dutos localizados nos pisos técnicos, destinados a distribuir a circulação para o ambiente com o ar captado pelos fan coils, que recebem a circulação de água fria gerada pelos equipamentos de refrigeração. Após o ar ser resfriado neste duto, ele é empurrado para o ambiente pela unidade de ventilação.
Figura 7:Planta de Setorização Fonte: ArcoWeb 
Diagrama de Ventilação e IluminaçãoFigura 8:Relação de área verde e área construída Fonte: ArcoWeb 
Figura 9: Ambientes com Ventilação Artificial, Áreas de transição Fonte: ArcoWeb 
Figura 10: Corte do sistema de insuflamento de ar – Fonte: CTRS
A ventilação e o conforto térmico dos ambientes são proporcionados pela seleção de três alternativas distintas:Figura 11: Iluminação zenital na circulação do – Fonte: ArcoWeb 
- Ventilação natural exclusivamente pelos basculantes do teto ou pelas grandes aberturas dos tetos em arco, previstos no salão central de convivência, na fisioterapia e na hidroterapia. 
Figura 12: Abertura para circulação do ar através – Fonte: CTRS
Ventilação natural forçada, através de dutos visitáveis, que insufl am nos ambientes o ar captado por unidades fan-coil no piso técnico. A extração do ar é feita através dos basculantes do teto, parcialmente abertos. 
- Ar refrigerado insufl ado através dos mesmos dutos da alternativa anterior, impulsionado pelas unidades fan-coil, que passam a receber circulação de água gelada produzida na central frigorígena localizada no pátio de serviço. Nesse caso, os basculantes do teto e as aberturas dos tetos em arco do salão central internação, da fisioterapia e da hidroterapia serão fechados através de sistema motorizado acionado por interruptores ou controle remoto. 
O uso de diferentes alturas de pé-direito em conjunto com os sheds vão além da estética (Figura 14), pois funcionam para facilitar o acesso de iluminação e ventilação natural aos ambientes internos. Pela sua localização e clima local, mesmo utilizando de recursos naturais, o hospital possui sistema de arcondicionado em todos os ambientes, para uso quando necessário
O controle da ventilação e iluminação naturais se dá também pelas esquadrias retráteis no teto, não dependendo somente dos sheds permanentes da cobertura. Nesse caso as aberturas dos tetos são fechadas por sistema de automação. Outra proposta do arquiteto é o espelho d’água linear de grande dimensão (Figura 13), que faz lado ao bloco de internações, criado com a finalidade ajudar na umidificação dos ambientes internos, e de resguardar o hospital de possíveis inundações, por conta de sua localização. Figura 13: Espelho d’água e Sistema de refrigeração no Sarah Rio de Janeiro. – Fonte: CTRS
Figura 14: Diagrama de Ventilação de Insolação - Corte do Hospital Rede no Sarah Rio de Janeiro – Fonte: CTRS
O projeto possui um sistema de iluminação natural para todas as áreas, com exceção do centro cirúrgico e das salas de equipamentos, cuja necessidade de iluminação uniforme e direcional, entre outras razões técnicas, necessita do uso de luz artificial. A presença de um sistema de iluminação zenital (Figura 11) revela a intenção do autor do projeto em lançar mão de um melhor aproveitamento da iluminação natural na edificação ao mesmo tempo em que controla a sua incidência em horários e quantidades conforme a necessidade. As fachadas voltadas para o sentido Leste-Oeste vêm corroborar com este máximo de aproveitamento de iluminação visto que foram utilizados grandes beirais objetivando proteger as aberturas de grandes vãos de janelas. Os espaços compreendidos entre os forros e as coberturas, com distâncias que variam entre 4,00 e 8,00m, compõem, num só tempo, um grande colchão de ar ventilado e um difusor da luz solar que penetra pelos ―sheds‖ (Figura 15)
Figura 15: Sheds com esquema de entrada De iluminação – Fonte: CTRS
O auditório com volume semiesférico e inclinado (Figura 16), é pontuado verticalmente por uma cúpula metálica que, por meio da automatização, abre-se em “gomos” proporcionado entrada de luz natural para o espaço interno (Figura 09) (GRONOW, 2017). Além disso, a incidência dos raios solares ocorre diretamente no palco, originando assim a chamada iluminação cênica.Figura 16: Maquete da Cupula e Interior do Auditório.– Fonte: CTRS
ESTUDO DE CASO – HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK DF
Sarah Kubitschek foi o nome atribuído para unidades hospitalares dedicadas à reabilitação de vítimas de poli traumatismos e problemas de movimento. A rede iniciou-se por volta de 1976 como uma instituição prestadora de serviço social totalmente independente, privativa, sem qualquer fim de ordem lucrativa. O referido hospital é sustentado pelo aparato estatal, mas administrado pela Sociedade de Pioneiros da Sociedade. Mesmo atendendo às precisões daqueles que utilizam dos seus serviços e precisando se adaptar às várias novidades que aparecem na esfera tecnológica, o Hospital Sarah do Distrito Federal – Brasília, está inserido em um espaço comparativamente pequeno. Isto posto, houve a precisão de áreas verdes maiores, bem como, maiores espaços para realização de reabilitação física. Não há em torno da unidade, espaços que possibilitem a ampliação para a realização de atividades de pesquisa direcionadas, especialmente em neurologia. Instalada junto ao Lago Norte, a nova instalação possibilita a reabilitação física por meio da execução de esportes voltados para o lado náutico, dispondo de uma sólida estrutura para pesquisa e treinamento. No ano de 1993, o CTRS (Sarah Network Technology Center) foi estabelecido em Salvador.
Em Brasília temos dois hospitais Sarah Kubitschek o Hospital em Brasília DP e o Sarah Brasília Lago Norte.
Ficha técnica:
· Arquitetura: Sarah Kubitschek Centro de Reabilitação do Hospital Brasília Lago Norte
· Local: Região Centro-oeste do Brasil, Capital federal do Brasil - Brasília, situada Lago Norte
· Área do terreno: 80.000 m²
· Área de construção: 24.000 metros quadrados
· Número de andares: Todas as edificações são térreas. Há uma cave técnica que faz uma aliança com todas as edificações. 
· Projeto de Arquitetura: 1994
· Começou: 1999
· Data de conclusão: 2003
Figura 17Vista aérea do Hospital Sarah Lago Norte.– Fonte: CTRS
Figura 18 - Vista aérea do Hospital Sarah Brasília.– Fonte: CTRS
Na concepção do edifício, os arquitetos trabalharam elementos arquitetônicos para o tratamento dos doentes, segundo o conceito de técnicas arquitetônicas e espaços humanizados, transformando o hospital num centro de referência internacional na área da reabilitação desportiva. A abordagem arquitetônica desta obra difere dos demais hospitais da Rede Sarah, pois a maioria dos serviços e todo atendimento médico e internação são realizados em blocos verticais, cujas características físicas espelham em sua concepção a arquitetura da própria capital brasileira.
No subsolo, um galpão pré-fabricado de concreto armado foi utilizado como cobertura para permitir iluminação e ventilação naturais. Devido ao número limitado de componentes construtivos disponíveis para pré-fabricar tais elementos, o galpão foi projetado com linhas mais retas e marcantes. Apesar da utilização desses elementos neste trabalho, a utilização de um sistema de ar condicionado mecanizado ainda foi imprescindível devido à verticalização do ambiente e à localização proposta.
Dessa forma, verificou-se que no primeiro projeto hospitalar da rede de Sarah, mesmo Lelé não tendo áreas verdes e tendo que usar a verticalidade, conseguiu propor estratégias que conduzissem a espaços mais humanos e confortáveis. Além de impactar positivamente na recuperação do paciente, esses recursos também podem reduzir os gastos com energia.
Nos blocos verticais, os arquitetos criaram um jogo de piso escalonado leste-oestepara proporcionar ventilação e iluminação natural, além de controle de sombra em diferentes momentos do dia. Graças a este dimensionamento é possível criar terraços ajardinados com espaços livres para a reabilitação e lazer dos doentes, uma vez que a sua localização não permite a presença de zonas exteriores para o efeito.
O núcleo de recapacitação, planificado pelo arquiteto João Filgueiras Lima (Lelé), ocupa 24.000 metros quadrados e está implantado num terreno de 80.000 metros quadrados com imensos campos verdes adjacentes ao Lago Norte para o desenvolvimento de recapacitação física e mental em céu aberto. Diferentes atividades são realizadas pelo centro incluem pesquisas, residências e palestras na área de neurologia. O terreno é acidentado e o ponto de maior declínio encontra-se a 4,6m do lago. São engendradas plataformas aonde estão localizados os 3 edifícios principais, estrategicamente desenhados e unidos por rampas de acesso. O local mais proeminente é o prédio para residência e pesquisa.Figura 19 - Implantação - 1. Res. médica; 2. Centro de pesquisa; 3. Centro de estudos; 4. Escolinha; 5. Playground; 6. Anfiteatro/palco flutuante; 7. Ginásio; 8. Esportes aquáticos; 9. internação; 10. serviço; 11. Pátio serviço.– Fonte: ArcoWeb 
No centro da edificação está o Núcleo de Apoio à Paralisia Cerebral com 54m de diâmetro. O edifício posicionado em uma área bem mais baixa adjunto ao lago destina-se à implantação de anfiteatro, ginásio, internamento e atividades desportivas de reabilitação. A abordagem do design procura uma resolução absolutamente prática, os arquitetos inspiram-se no movimento high-tech com uma forte crença na industrialização, na racionabilidade dos meios edificativos, conforto de ordem térmica e acústica e crescimento sustentável.Figura 20 - Planta - Residência médica, Centro de pesquisa, Centro de estudos– Fonte: ArcoWeb 
O pré-projeto foi idealizado por Lelé em 1994 e liderado pela arquiteta Ana Amélia Monteiro. O sincronismo da produção e A sincronização da produção e montagem foi projetada pela arquiteta Adriana Rabello Filgueiras Lima e também pelo engenheiro Roberto Vitorino, especialmente aquelas estruturas projetadas para centros de fisioterapia de grande porte, centros que cuidam de pacientes com paralisia cerebral e departamentos aquáticos. A sala de trabalho do arquiteto, bem como das pessoas que trabalham com ele, situa-se no CTRS (Centro Técnico da Rede Sarah), o que garante certa facilitação na elaboração das peças devido à fluidez para se comunicar com os trabalhadores. A concepção de um projeto arquitetônico ocorre ao mesmo tempo que diferentes projetos. Depois a definição dos croquis, Lelé encaminhou suas pesquisas para engenheiros estruturais e mecânicos para compatibilização com projetos adicionais. Determinadas minúcias construtivas são desenhadas em escala 1:1 para mais de 10.000 desenhos detalhados. Lelé utiliza uma modulação de 1,25 m, já que facilita a colocação de pisos como porcelanato prensado e melamina.
O projeto Rede Sarah desenvolvido por Lelé parte da fundamentação e industrialização de elementos arquitetônicos, ambientais e de conforto térmico. O formato do edifício é resultado da procura por iluminamento natural e arejamento cruzado. O espaço da cobertura é em formato de galpão, proporcionando que se tenha luminosidade natural indireta.
O sistema edificante empregado na construção do complexo baseia-se no uso em larga escala de elementos pré-fabricados (argamassa armada e aço) produzidos pelo Centro Tecnológico da Rede Sarah em El Salvador, que são responsáveis pela edificação e conservação de uma rede de hospitais especialistas no tratamento do sistema de movimento. As peças pré-formadas de 2 cm de altura são enviadas em containers, elaboradas à mão e anexas por montagem, com peso máximo de 100 kg. Com esta técnica, Lelé realizou a criação de diversos volumes graciosos que muitas vezes se assemelham a equipamentos de lazer em clubes ou parques temáticos .Figura 21 Planta - 1. pátio de serviço; 4. bioengenharia; 10. chefia; 13. enfermagem; 22. refeitório; 39. auditório / palco flutuante; 40. quadra; 42. esportes aquáticos; 44. Convivência – Fonte: ArcoWeb 
A armação do edifício principal é composta principalmente por vigas e pilares metalinos, que seguem uma padronização com chapas de aço de alta resistência à corrosão (SAC 50). As vigas duplas são suportadas por pilares de seção circular e vão até 13m. A estrutura também suporta a carga de treliças de metal que formam a estruturação do galpão de telha corrugada pré-pintada. Revestimentos feitos de metal envoltos com geotêxtis isolantes são anexos na parte inferior das treliças, originando um colchão de ar ventilado com as telhas, completando assim o sistema de isolamento térmico e acústico da cobertura. Após a conclusão do revestimento, a água da chuva é coletada por meio de calhas de metal e instalada dentro de uma estrutura de dupla camada.Figura 22 -Planta - 1. casa de bombas; 2. copa; 3. limpeza; 4. sanitário; 5. consultório; 6. reuniões; 7. avaliação; 8. diretoria; 9. recepção; 10. estimulação; 11. ginásio; 12. Refeitório – Fonte: ArcoWeb 
 O ginásio infantil, no que lhe concerne, é constituído por arcos de metal sustentados por uma argola central, também metálica. O telhado é feito de policarbonato transparente para permitir que haja passagem de luz natural e é coberto por uma cúpula feita de fibra de vidro. Os painéis que fecham o ginásio são elaborados a partir de aço galvanizado, que podem ser medidos e desenhados geometricamente.Figura 23: Corte – Fonte: ArcoWeb 
 As galerias de argamassa reforçada e os canais metálicos acomodam os sistemas de infraestrutura hidráulica, sanitária e pluvial. A estruturação da tenda é constituída por vigas metálicas em vigas tubulares de secção quadrada.
Em áreas interiores por onde passam muitas pessoas, como a de recapacitação para adultos e academias de spa, os pisos são em ladrilhos Eliane 50cm x 50cm na cor bege com granulado marrom ou vermelho. No ginásio de recapacitação infantil (escola), o piso é de granito. Na cobertura, utilizou-se telhas de metal pré-pintadas. Os painéis de Athos Bulcão demarcam o ambiente. As galerias de argamassa reforçada e os canais metálicos acomodam os sistemas de infraestrutura hidráulica, sanitária e pluvial. A estruturação da tenda é constituída por vigas metálicas em vigas tubulares de secção quadrada.Figura 24: Corte – Fonte: ArcoWeb 
Figura 25: Corte Cupula – Fonte: ArcoWeb 
Hospital - Brasília
É um projeto com máxima importância no cenário assistencial do Hospital Nacional, mas pelo seu caráter ambicioso tem um reflexo capital na concepção da planta física do edifício, as extensões do edifício têm o desígnio que lhe é atribuído. 
Figura 26: Vista do Hospital – Fonte: ArcoWeb
Perto do hospital, você pode ver um amplo cinturão verde, por conta do método utilizado para se fazer a reabilitação dos pacientes, a maior parte é realizada fora do prédio.
Figura 27Vista do Hospital– Fonte: ArcoWeb 
As particularidades do hospital estabelecem que, como complemento do tratamento, e graças ao conceito de formação de técnicos, os pacientes tenham fácil acesso a espaços verdes contíguos às zonas de tratamento e internamento para exercício ao ar livre. O trabalho de paisagístico do arquiteto combinou tratamentos tradicionais com tratamentos greenfield.
Para bem-estar dos pacientes internados, todos os ônibus para o hospital possuem vagas para quem precisa, com amplo estacionamento para pacientes e funcionários, e a instituição possui três ônibus que conduzem os alunos da escola para o transporte de palestras. Para o fluxo de pedestres na circunvizinhança do hospital, foram construídas rampas para quem precisa, e dentro do hospital toda a movimentação é feita por rampas ou elevadores.
Figura 28Perspectiva do Hospital– Fonte: ArcoWeb 
O desenho do edifício hospitalar, e dos espaços resultantes, organiza-se de acordo com a especificação das áreas interiores, com base no agrupamento de atividadesmais ou menos complementárias relacionadas com o atendimento ao paciente. Esta forma de aparelhar o espaço constitui uma estrutura forte a partir de dessemelhantes linhas de circulação.
A fachada do edifício é simétrica e as laterais são assimétricas, e ao longo da circulação dos pavimentos, os vazios das vigas recebem a moldura de vidro, criando grandes janelas que permitem a integração visual com os espaços verdes dos pavimentos inferiores. A utilização deste elemento estrutural também elimina as escoras na ala, aumentando as condições de flexibilidade exigidas. Como o hospital está localizado na área urbana, o desenho e a disposição das vigas e os letreiros da fachada do terraço são uma proteção necessária contra intrusões estrangeiras.
A padronização de disciplinas que estabelecemos para a edificação mostra que a utilização em larga escala da pré-fabricação de elementos estruturais é um fator importante no abaixamento do custo da obra, garantindo a qualidade do acabamento e reduzindo os prazos habituais de execução.
O complexo é combinado por apenas alguns espaços no piso térreo, que estão interligados e protegidos por uma série de telhados ondulados. A área interna está sempre integrada ao jardim adjacente. O galpão no telhado controla a quantidade de luz solar no ambiente interno, o que é um fator decisivo no combate à infecção. Em relação ao projeto, o arquiteto criou uma configuração que vai em posição contrária à rigidez estética cominada pelo pré-fabricado, apesar de possuir sistemas construtivos limitados e um sistema funcional completo exigido pelo hospital.
No que diz respeito à arquitetura hospitalar, Lelé projetou soluções hospitalares que evoluíram, portas que privilegiam os espaços públicos, caracterizadas por sugerir novas práticas, interferindo nas convenções culturais.
Outra peculiaridade dos hospitais imaginados por Lelé é que ele prioriza soluções voltadas para a comunidade, a tendência de abrir enfermarias para assegurar atendimento certo e igualitário a todos os pacientes. Em suma, pode-se dizer que o arquiteto e seu trabalho devem ser vistos como uma nova metodologia, pois os temas que pratica, como bem-estar ambiental, avanço sustentável, tecnologia e meio ambiente, são referências da arquitetura brasileira.
Diagrama de Ventilação e IluminaçãoENTRADA DE AR
ENTRADA DE AR
Figura 29: Diagrama de Ventilação – autor Jader encarnação
SAÍDA DE AR
SAÍDA DE AR
Figura 30: Diagrama de Iluminação– Fonte: CTRS
O projeto hospitalar de Lelé mesmo não dispondo de área verde apresenta melhorias e conforto para os pacientes daquele local. Pois, ao dar importância para os ventos e o sol como recursos que diminuiriam gastos e ajudariam na recuperação do paciente, mostra-se que teria potencial de implantação em outros locais do país.
Figura 31: Sistema de iluminação natural do Subsolo– Fonte: ArcoWeb
No subsolo foram utilizados os sheds pré-fabricados de concreto armado na cobertura para possibilitar a entrada de iluminação e ventilação natural (figura 31). O desenho dos sheds é feito com linhas mais retas, marcantes, devido à limitação de componentes construtivos dispo níveis para a pré-fabricação deste tipo de elemento. Apesar do uso destes elementos nesta obra, ainda se fez indispensável o uso de sistemas mecanizados de climatização, por conta da verticalização e da localização proposta aos ambientes.

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