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AULA 01 DE ECONOMIA APLICADA AO DIREITO

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FACULDADE VALE DO JAGUARIBE – FVJ
CURSO: DIREITO (TARDE E NOITE)
DISCIPLINA: ECONOMIA APLICADA AO DIREITO
PROF. FABRICIO JOSE COSTA DE HOLANDA
AULA 01: FUNDAMENTOS DE ECONOMIA
1. INTRODUÇÃO
Deparamo-nos, em nosso dia a dia, com diversas questões de natureza econômica. Como exemplo, podemos citar:
Desemprego;
Inflação;
Alterações nas taxas de juros;
Aumentos de impostos;
Desvalorização da taxa de câmbio.
Na realidade, os princípios e as práticas econômicas têm, ao longo do tempo, moldado o cotidiano dos cidadãos e, por conseguinte, da sociedade.
Atualmente o conhecimento sobre assuntos econômicos se faz mais necessário do que nunca, uma vez que a maior parte dos complexos das sociedades modernas, tais como a globalização, a pobreza e a questão do meio ambiente, entre outros, está atrelada a problemas de natureza econômica.
Entretanto, apesar de a maioria das pessoas participar de atividades de natureza econômica, poucas possuem conhecimentos teóricos que lhes permitem analisar os problemas econômicos que nos cercam em nosso cotidiano.
Esse é, sem dúvida o grande motivo pelo qual devemos estudar economia. O seu estudo nos proporcionará um conjunto de conhecimentos que nos vai ajudar a formar opiniões a respeito dos grandes problemas econômicos do nosso tempo tornando-nos cidadãos de fato em nossa sociedade.
2. O PROBLEMA DA ESCASSEZ
A escassez é o problema econômico central de qualquer sociedade. Se não houvesse escassez, tampouco haveria a necessidade de se estudar a economia. Mas por que existe a escassez?
A escassez existe porque as necessidades humanas a serem satisfeitas através do consumo dos mais diversos tipos de bens (alimentos, roupas, casas, lazer, cultura, vestuário etc) e serviços (transporte, assistência médica, segurança etc.) são infinitas e ilimitadas, ao contrário, dos recursos que são limitados. São eles: (a) mão-de-obra especializada (engenheiros, médicos, advogados, professores, técnicos de nível médio, pedreiros, etc); (b) matérias-primas (produtos agrícolas, minério de ferro, carvão mineral, madeiras etc.); (c) produtos industriais intermediários utilizados no processo produtivo (chapas de ferro e aço, tintas, produtos químicos, componentes elétricos e eletrônicos etc); (d) capital fixo (máquinas, equipamentos, prédios, estradas, portos etc); (e) capital financeiro para pagar os trabalhadores e adquirir matérias-primas e outros produtos intermediários; (f) empresários dispostos a arriscar os seus recursos no setor produtivos; (h) tecnologia ou conhecimento, ou seja, a maneira de produzir os bens e serviços a fim de satisfazer às necessidades humanas.
No que diz respeito às necessidades humanas primarias: alimentação, vestuário e habitação muitos indivíduos são privados dessas necessidades devido a renda insuficiente. As pessoas pobres alimentam-se com produtos mais baratos, ou populares, como feijão, arroz, pão e carne de segunda. As pessoas de maior renda possuem alimentação mais variada e consomem produtos secundários, tais como roupas de grife, carros importados, dentre outros.
O acesso à satisfação das necessidades básicas é assegurado pelo mercado, mediante o pagamento dos preços correspondentes, o que exige do consumidor determinado nível de renda, podendo ser complementado pelo setor público. É o caso da educação pública e da distribuição de cestas básicas com alimentos. Diz que as necessidades humanas são ilimitadas, porque as pessoas sempre estão desejando possuir mais do que já têm, mesmo entre os ricos. Pode-se ter mais ou menos segurança em um bairro ou país; com o aumento do nível de renda, as pessoas passam a consumir maiores quantidades dos produtos e serviços oferecidos, bem como começam a variar os produtos consumidos e a melhorar a sua qualidade.
Sintetizando: os economistas dizem que o problema econômico básico decorre de os recursos existentes não serem suficientes para produzir os bens que irão satisfazer as necessidades humanas. Em outras palavras:
NECESSIDADES HUMANAS					RECURSOS 
ILIMITADAS							LIMITADOS
Assim, o fenômeno da escassez está presente em qualquer sociedade, seja ela rica ou pobre. É verdade que para países como os Estados Unidos e a Suécia ela não é um problema tão grave como para a Somália e a Etiópia, em que sequer as necessidades básicas da população são satisfeitas. Mesmo assim, a escassez continua sendo um problema, uma vez que as aspirações por bens e serviços em geral superam a quantidade de bens e serviços produzidos pela sociedade.
Pode-se dizer, então, que a escassez é a preocupação básica da Ciência Econômica. Somente devido à escassez de recursos em relação às ilimitadas necessidades humanas é que se justifica a preocupação de utilizá-los da forma mais racional e eficiente possível.
Da dura realidade da escassez decorre a necessidade da escolha. Uma família, por exemplo, precisa tomar muitas decisões. Precisa decidir quais tarefas cada membro desempenha e o que cada um deles recebe em troca: quem prepara o jantar? Quem lava a roupa? Quem pode repetir a sobremesa? Quem decide que programa sintonizar a TV? Em resumo, cada família precisa alocar seus recursos escassos aos seus diversos membros, levando em consideração as habilidades, esforços e desejos de cada um.
Assim como uma família, uma sociedade precisa tomar muitas decisões. Precisa decidir que tarefas serão executadas e por quem. Precisa também de algumas pessoas para produzir alimentos, outras para fazer roupas e ainda outras para desenvolver programas de computador. Uma vez que a sociedade tenha alocado as pessoas (assim como terras, prédios e máquinas) entregar diversas tarefas, deve também alocar a produção de bens e serviços que as pessoas produzem. Deve decidir quem comerá caviar e quem comerá batatas. Deve decidir quem vai andar de Ferrari e quem vai andar de ônibus.
3. DEFINIÇÃO DE ECONOMIA
Uma vez entendido o sentido econômico da escassez, podemos passar para a definição de Economia.
Em termos etimológicos a palavra "economia" vem do grego oikos (casa) e nomos (norma, lei). Teríamos, então, a palavra oikonomia que significa "administração de uma unidade habitacional (casa)", podendo também ser entendida como "administração da coisa pública" ou de um Estado.
Por essa razão, quando nos referimos a uma pessoa tachando-a de econômica, estamos querendo dizer que ela é cuidadosa e parcimoniosa no gasto de dinheiro ou na utilização de materiais, ou seja, que ela é cuidadosa na administração dos seus recursos.
Em Economia, por sua vez, estudamos seus limitados recursos com a finalidade de produzir bens e serviços, objetivando satisfazer as ilimitadas necessidades da população.
" Se o objetivo é atender ao máximo as necessidades da população e se os recursos são limitados, então a administração desses recursos tem de ser feita de maneira cuidadosa, econômica (parcimoniosa), racional e eficiente." Em outras palavras, temo de "economizar" recursos.
Podemos, então, definir Economia como "a Ciência Social que estuda como as pessoas e a sociedade decidem empregar recursos escassos que poderiam ter utilização alternativa, na produção de bens e serviços de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas.
4. PORQUE A ECONOMIA É CONSIDERADA UMA CIÊNCIA SOCIAL?
A Economia é considerada uma Ciência Social porque as ciências sociais estudam a organização e o funcionamento da sociedade. O Direito, a Sociologia, a Antropologia e a Psicologia são ciências sociais, uma vez que cada qual estuda o funcionamento da sociedade a partir de um determinado ponto de vista. A título de exemplo, vejamos as definições dessas ciências:
Direito: Ciência das normas obrigatórias que disciplinam as relações dos homens em sociedade;
Sociologia: Estudo objetivo das relações que se estabelecem, consciente ou inconscientemente, entre pessoas que vivem em uma comunidade ou em um grupo social, ou entre grupos sociais diferentes que vivem no seio
de uma sociedade mais ampla;
Antropologia: Ciência que reúne várias disciplinas cujas finalidades comuns são descrever o homem e analisá-lo com base nas características biológicas (antropologia física) e culturais (antropologia cultural) dos grupos em que se distribui, dando ênfase, através das épocas, às diferenças e variações entre seus grupos;
Psicologia: Ciência que trata da mente e de fenômenos e atividades mentais. Ciência do comportamento animal e humano em suas relações com o meio físico e social.
A Economia, portanto, também é uma Ciência Social, pois se ocupa do comportamento humano e estuda como as pessoas e as organizações na sociedade se empenham na produção, troca e consumo de bens e serviços.
Cabe, então, à Ciência Econômica, através do seu corpo teórico, fornecer respostas ainda que parciais, para questões do tipo:
O que é inflação? Quais suas casas? Como baixá-la
O que é desemprego? Por que ocorre esse fenômeno? Como fazer para que o nível de emprego aumente?
Qual o papel do governo no bem-estar da população?
5. AS PESSOAS ENFRENTAM TRADEOFFS (ESCOLHAS) 
A primeira lição sobre a tomada de decisões está resumida no provérbio: "Nada é de graça". Para conseguirmos algo que queremos, geralmente precisamos abrir mão de outra coisa de que gostamos. A tomada de decisões exige escolher um objetivo em detrimento de outro.
Consideremos, por exemplo, uma estudante que precise decidir como alocar seu recurso mais precioso – tempo. Ela pode passar todo o seu tempo estudando economia, ou estudando psicologia, ou pode dividir seu tempo entre as duas disciplinas. Para cada hora que passa estudando uma matéria, ela abre mão de uma hora que poderia usar para estudar a outra. E, para cada hora que passa estudando qualquer uma das duas matérias, abre mão de uma hora que poderia gastar cochilando, andando de bicicleta, vendo TV ou trabalhando meio período para ganhar dinheiro para alguma despesa extra.
Outro exemplo: consideremos um casal decidindo como gastar sua renda familiar. Eles podem comprar comida, roupas ou pagar uma viagem para a família. Ou podem poupar parte da renda para sua aposentadoria ou para pagar a faculdade dos filhos. Quando decidem gastar um real a mais em qualquer uma dessas coisas, têm um real a menos para gastar em outras coisas.
Quando as pessoas estão agrupadas em sociedade, deparam-se com tipos diferentes de tradeoff (escolhas). O tradeoff. Clássico se dá entre armas e manteiga. Quanto mais gastarmos em defesa nacional (armas) para proteger nossas fronteiras de agressores estrangeiros, menos podemos gastar com bens de consumo (manteiga) para elevar nosso padrão de vida interno. Igualmente importante na sociedade moderna é o tradeoff entre um meio ambiente sem poluição e um alto nível de renda. As leis que exigem que as empresas reduzam a poluição elevam o custo de produção de bens e serviços. Devido aos custos mais elevados, essas empresas acabam obtendo lucros menores, pagando salários menores, cobrando preços mais elevados ou fazendo alguma combinação dessas três coisas. Assim, embora os regulamentos antipoluição nos proporcionem o benefício de um meio ambiente com menos poluição e a melhor saúde que dele decorre, eles trazem consigo o custo da redução da renda dos proprietários das empresas, trabalhadores e clientes.
Outro tradeoff que a sociedade enfrenta é entre eficiência e equidade. Eficiência significa que a sociedade está obtendo o máximo que pode de seus recursos escassos. Equidade significa que os benefícios advindos desses recursos estão sendo distribuídos com justiça entre os membros da sociedade. Em outras palavras, a eficiência se refere ao tamanho do bolo econômico e equidade, à maneira como o bolo é dividido. Muitas vezes, quando estão sendo formuladas as políticas do governo, esses dois objetivos entram em conflito.
Consideremos, por exemplo, as políticas que têm por objetivo atingir uma distribuição mais igualitária do bem-estar econômico. Algumas delas, como o sistema de bem-estar ou o seguro-desemprego, procuram ajudar os membros mais necessitados da sociedade. Outras, como o imposto de renda das pessoas físicas, requerem que os bem-sucedidos financeiramente contribuam mais do que outros para sustentar o governo. Embora essas políticas tragam o benefício de levar a uma maior equidade, elas têm um custo em termos de redução de eficiência. Quando o governo redistribui renda dos ricos para os pobres, reduz a recompensa pelo trabalho árduo; com isso, as pessoas trabalham menos e produzem menos bens e serviços. Em outras palavras, quando o governo tenta cortar o bolo econômico em fatias mais iguais, o bolo diminui de tamanho.
Reconhecer que as pessoas enfrentam tradeoffs não nos diz, por si só, quais as decisões que elas tomarão ou desejariam tomar. Uma estudante não deveria abandonar o estudo de psicologia apenas porque isso aumenta o tempo disponível para estudar economia. A sociedade não deveria deixar de proteger o meio ambiente só porque as regulamentações ambientais reduzem nosso padrão de vida material. Os pobres não deveriam ser ignorados só porque ajudá-los distorce os incentivos ao trabalho. Ainda assim, reconhecer os tradeoffs em nossa vida é importante porque as pessoas somente podem tomar boas decisões se compreendem as opções que lhes estão disponíveis.
6. CUSTO DE OPORTUNIDADE
Como as pessoas enfrentam tradeoffs, a tomada de decisões exige comparar os custos e benefícios de possibilidades alternativas de ação. Em muitos casos, contudo, o custo de uma ação não é tão claro quanto pode parecer à primeira vista.
Consideremos, por exemplo, a decisão de ir à faculdade. O benefício é o enriquecimento intelectual e toda uma vida com melhores oportunidades de emprego. Mas qual é o custo? Para responder a essa pergunta, você talvez se sinta tentado a somar os gastos que tem com anuidades, livros, moradia e alimentação. Mas na verdade esse total não representa aquilo que você sacrifica para passar um ano na faculdade.
O primeiro problema dessa resposta é o fato de que ela inclui algumas coisas que não são, na verdade, custo pra freqüentar a faculdade. Mesmo que você abandone os estudos, precisará de um lugar para dormir e de comida para se alimentar. Os custos de moradia e alimentação somente são custos se forem ais caros na faculdade do que em outro lugar. Na verdade, o custo de moradia e alimentação pode ser menor na sua faculdade do que as despesas com aluguel e comida que você teria caso morasse por conta própria. Neste caso, o quanto você poupa em moradia e alimentação são benefícios de freqüentar a faculdade.
O segundo problema desse cálculo dos custos está no fato de que ele ignora o maior custo de cursar a faculdade – o seu tempo. Quando você passa um ano freqüentando aulas, lendo livros-texto e fazendo trabalhos, não pode dedicar esse tempo a um emprego. Para a maioria de estudantes, os salários que deixam de ganhar enquanto estão na faculdade são o maior custo da sua educação.
O custo de oportunidade de um item é aquilo de que você abre mão para obtê-lo. Ao tomarem qualquer decisão, como a de freqüentar a faculdade, por exemplo, os tomadores de decisões precisam estar cientes dos custos de oportunidade que acompanham cada ação possível. Jogadores de futebol que podem ganhar milhões se abandonarem os estudos e se dedicarem ao futebol profissional estão bem cientes de que, para eles, o custo de oportunidade de cursar a faculdade é muito elevado. Não é de surpreender que muitas vezes concluam que o benefício de estudar não compensa o custo de fazê-lo.
Outro exemplo, a decisão de um advogado em gastar dinheiro com a aquisição de um automóvel importado significa que o advogado renuncia a chance de alocá-lo para uma conta poupança com juros. Assim, o custo de oportunidade, neste caso, é a quantidade de dinheiro que a empresa teria ganho na conta de poupança. 
7. BIBLIOGRAFIA
Mankiw, N. Gregory. Princípios de Microeconomia. São Paulo: Pioneira Thomson Learnig, 2005.
PASSOS,
Carlos Roberto Martins & NOGAMI, Otto. Princípios de Economia. 5 ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.
SOUSA, Nali de Jesus. Economia Básica. 1. Ed. São Paulo: Atlas, 2012.
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