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Centro Federal de Educação Tecnológica – Campus II Roteiro práticas de Física Experimental II Interferência e Difração da Luz INTRODUÇÃO A natureza ondulatória da luz se torna evidente quando seu comprimento de onda é comparável aas dimensões de obstáculos ou aberturas existentes em seu caminho. Fenômenos de interferência e difração da luz são exemplos de sua natureza ondulatória. O efeito de duas ou mais ondas ao se encontrarem em um ponto do espaço, em certo instante, é determinado pelo princípio da superposição. Caso se encontrem em fase – ou seja, seus máximos e mínimos coincidam-, elas produzem uma onda resultante, cuja amplitude é igual à soma das amplitudes de cada uma – nesse caso diz-seque ocorre interferências construtiva das ondas. Por outro lado, se as ondas, caso se encontrarem, estão fora de fase, ou seja, se o máximo de uma coincide com o mínimo da outra, ocorre interferência destrutiva, sendo a amplitude da onda produzida igual à diferença entre as amplitudes das duas ondas. Experimento de Young – Interferência em fenda dupla O experimento de interferência com a luz, feito pela primeira vez por Thomas Young, em 1801, foi determinante para se estabelecer a natureza ondulatória da luz – somente ondas podem interferir ou difratar. Nesse experimento, uma onda plana incide sobre uma placa opaca, que tem duas fendas estreitas, e difrata-se em cada fenda, divergindo radialmente, como mostrado na Figura 1. As ondas provenientes de cada fenda superpõem-se e interferem construtivamente ou destrutivamente, em certo ponto, dependendo da diferença de fase entre elas. Devido a esse efeito, observam-se, em um anteparo colocado à frente das fendas, regiões em que a intensidade da luz é máxima, alternadas com outras em que a intensidade da luz é mínima, como mostrado, esquematicamente, na Figura 1. Figura 1 As ondas difratadas pelas fendas superpõem-se e produzem, no anteparo, o padrão de franjas claras e escuras, alternadas, mostrado à direita. Os pontos marcados mostram as direções onde há interferência construtiva. Na Figura 2, está representada uma onda plana que incide sobre uma placa com duas fendas. Nessa figura, estão indicadas a separação d entre as fendas, a distância D da placa ao anteparo e o comprimento de Imagem projetada no anteparo. onda da luz. Considere o ponto P, situado no anteparo, em uma posição determinada pelo ângulo. Para atingir esse ponto, as ondas provenientes de cada fenda percorrem distâncias diferentes. Se a diferença entre essas distâncias é igual a um número inteiro de comprimentos de onda, essas ondas chegam em fase em P e a intensidade da luz, nesse ponto, será máxima. Se, por outro lado, a diferença entre essas distâncias é igual a um número ímpar de meios comprimentos de onda, as ondas chegam fora de fase em P e a intensidade nesse ponto, será mínima. Figura 2 A separação entre as fendas F1 e F2 é d e a placa está a uma distância D do anteparo. O resultado da interferência no ponto , se construtiva ou destrutiva, P depende da diferença entre as distâncias F1P e F2P. Se D>>d, as retas F1P e F2P são praticamente paralelas e a diferença entre esses dois precursos é, aproximadamente, d senAssim as condições para haver um máximo ou um mínimo de interferência em P são: (1) Difração em fenda simples Na Figura 3, está representada uma onda plana que incide sobre uma fenda em uma placa opaca. Se a largura dessa fenda é da ordem do comprimento de onda da luz, observam-se, no anteparo, regiões claras alternadas com regiões escuras. Esse efeito pode ser analisado de acordo com o modelo de Huygens – cada porção da fenda atua como uma fonte de luz de onde partem emissões luminosas que chegam ao anteparo em fase (interferência construtiva – regiões claras) ou fora de fase ( interferência destrutiva – regiões escuras). Figura 3 Interferência destrutiva dos raios 1 e 2, no ponto P e Interferência construtiva dos raios 3 e 4, no ponto O. Pode-se mostrar que a condição para haver um mínimo de difração em um ponto qualquer do anteparo (p.ex.: o ponto P da Figura 3) é dada por: (2) em que a intensidade I da luz no anteparo em função de q é dada por: (3) em que a é a largura da fenda e Im é a intensidade máxima observada no padrão. Verifique com base na equação 3, que o centro do padrão de difração, q=0, é o ponto de intensidade máxima. Com o modelo de Huygens, tente explicar, fisicamente, por que isso ocorre. Princípio de Babinet O padrão de difração observado quando a luz incide sobre uma abertura de qualquer forma é o mesmo obtido quando a luz incide sobre um objeto que é o complemento da abertura. Essa é uma das formas de enunciar o chamado princípio de Babinet. Isso que dizer, por exemplo, que, se for recortada uma parte de uma placa opaca, deixando uma abertura de qualquer forma, tanto a placa quanto a parte removida, individualmente, produzirão o mesmo padrão de difração. Essa situação está representada esquematicamente na figura 4. Esse resultado não se aplica a pontos situados na região central do anteparo sombra geométrica do objeto. Figura 4 Ilustração do princípio de Babinet. Ambas estrutras gerarão o mesmo efeito optico em P PARTE EXPERIMENTAL Objetivos Analisar padrões de difração e de interferência da luz. Determinar a largura e a distância entre fendas a partir dos padrões de interferência e de difração produzidos por elas. Determinar a espessura de um fio de cabelo analisando o padrão de difração que ele produz. Material Utilizado Laser de He-Ne, lâmina com fendas e orifícios de várias dimensões, suporte para lâmina, anteparo, trena. Atenção: Nunca olhe diretamente para o feixe do laser, pois isso poderá causar danos sérios e permanentes a sua retina. PROCEDIMENTO Medida da espessura de um fio usando figura de difração I. Faça incidir o laser sobre uma das fendas disponíveis sobre a bancada. II. Prenda na parede uma folha de papel de modo a visualizar nela a figura de interferência obtida pela difração do laser. III. Tente prever como deverá ser a figura de difração se a fenda for muito estreita e, também, se ela for muito larga. IV. Troque de fenda e verifique se suas conclusões estão de acordo com a previsão feita. V. Compare o aspecto das figuras geradas por várias fendas. VI. Escolha a figura de difração que lhe pareça mais visível e projete-a sobre a folha de papel. Observe cuidadosamente a simetria da figura, em relação ao ponto central. Marque no papel o ponto central e meça cuidadosamente a distância D entre esse ponto e a fenda. VII. Marque sobre o papel os pontos que devem corresponder à menor intensidade de luz entre as franjas. Faça essa marcação com cuidado, pois todas as análises serão realizadas com base nesse desenho. VIII. Na figura de difração que você desenhou para a fenda a, meça as distâncias dos quatro primeiros mínimos de intensidade até o ponto central do padrão ( =0). Sugestão: para minimizar os erros, meça a distância entre dois mínimos simétricos, em relação a =0, e tome a metade desse valor.IX. Anote o comprimento de onda do laser usado, que é informado no equipamento. X. Construa uma tabela tendo como colunas: o índice n das medidas, a distância d dos mínimos até o ponto central da figura, o valor do ângulo calculado com base nessa medida (ângulo de abertura), o valor do seno desse ângulo, XI. A partir da tabela, construa o gráfico de sen() por n e faça a regressão linear. A partir dos parâmetros obtidos, determine a largura da fenda e compare com o valor nominal, em termos da diferença percentual. Com base no mesmo procedimento (itens VII a XI), determine a largura de um fio de cabelo de um(a) integrante do grupo, com sua respectiva precisão. Fendas múltiplas Direcione o feixe do laser um CD e observe as direções em que os raios são refletidos. Identifique os ângulos a partir da incidência normal em que se dão os máximos. Utilize as expressões citadas para o cálculo da distância entre as trilhas do CD, e sua respectiva precisão. Repita o procedimento para um DVD
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