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Relatório Integração Disciplinar Biologia

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São José do Rio Preto | Fevereiro/2017 
 
 
 
 
 
 
 
Relatório Programa de Integração 
Disciplinar 
 
 
 
Discentes: Felipe Larsen de Lima Tozo 
Gabriela Santos Castro 
Juliana Larsen de Lima Tozo 
Marina Cristine Cano Francisquetti 
Nayara dos Anjos Vicente 
Paula Carolina Buzutti 
 
Docentes: Fernando Barbosa Noll 
Francisco Langeani Neto 
Luis Henrique Zanini Branco 
Nelson Sabino Bittencourt Júnior 
 
SUMÁRIO 
 
1. Introdução .................................................................................................................. 1 
Área de Estudo ............................................................................................................... 1 
Parque Estadual Serra do Mar – Núcleo Picinguaba ................................................... 3 
2. Riacho Litorâneo ....................................................................................................... 5 
3. Floresta Ombrófila Densa ....................................................................................... 10 
4. Costão Rochoso ........................................................................................................ 14 
5. Manguezal ................................................................................................................ 19 
6. Referências Bibliográficas ...................................................................................... 26 
 
 
 
1 
 
1. Introdução 
 
Área de Estudo 
A Mata Atlântica é um bioma de floresta tropical, a qual se distribui pela costa 
leste, sudeste e sul do Brasil, leste do Paraguai e parte da Argentina (Rizzini, 1997). 
Este bioma apresenta uma grande diversidade de ecossistemas florestais, os quais 
acompanham características climáticas e geográficas específicas, de forma que a 
distribuição destes é influenciada pela distância do oceano, seguido do regime de 
chuvas, da altitude e da duração da estação seca (Barbosa & Thomas, 2002). Assim, a 
composição original da Mata Atlântica é um conjunto de vegetações definidas como 
florestas ombrófilas densa, aberta e mista; florestas estacionais decidual e semidecidual; 
campos de altitude, mangues e restingas (Pinto et al., 2012). 
 De acordo com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo, mais de 
80% da população brasileira vive nos domínios da Mata Atlântica, da qual ainda restam 
pouco mais de 7% do território original. No entanto, mesmo reduzida e fragmentada, 
seus ecossistemas abrigam uma grande quantidade de espécies animais e vegetais, 
apresentando os mais altos índices de biodiversidade do planeta, sendo considerada uma 
das cinco áreas naturais mais ameaçadas do mundo (Secretaria do Estado de São Paulo, 
2017). A partir disso, é também considerado um dos 25 “hotspots” mundiais de 
biodiversidade, abrigando mais de oito mil espécies endêmicas de plantas vasculares, 
anfíbios, répteis, aves e mamíferos (Myers et al., 2000). 
 Este conjunto fitogeográfico é influenciado pelo Oceano Atlântico devido à sua 
proximidade com o mar, formando bolsões de umidades e calor, os quais são trazidos 
pelas correntes atmosféricas e são influenciados pelo relevo, criando condições para que 
a floresta se desenvolva, além da precipitação ocorrente devido ao elevado índice de 
chuvas orográficas, em função das elevações do planalto e das serras (Backes & Irgang, 
2004). Suas florestas garantem o abastecimento de água para 120 milhões de pessoas, 
protegem a estabilidade das encostas, contribuem para o equilíbrio do clima, além de 
preservar um grande patrimônio histórico cultural (Secretaria do Estado de São Paulo, 
2017). 
 A Mata Atlântica, assim como outras florestas pluviais tropicais, apresentam 
multiestratificações com vários estratos arbóreos (Gurevitchet al., 2009). A luz que 
incide sobre a floresta é disponibilizada aos estratos superiores, mas é muito reduzida 
no interior do dossel (Gurevitchet al., 2009). O chão destas florestas pode ser pouco 
2 
 
iluminado, possuindo menos de 1% de luz acima do dossel (Gurevitchet al., 2009). 
Devido a essa distribuição de luz na floresta, a maior parte de sua produtividade é 
restrita às partes mais altas do dossel, assim, lianas e epífitas são comuns neste ambiente 
devido à baixa luminosidade próxima ao solo (Gurevitchet al., 2009). 
 Além disso, a Mata apresenta alta produtividade devido à disponibilidade de 
água durante todo o ano, às temperaturas elevadas e dias longos, o que possui pouca 
variação ao longo do ano já que se encontra em áreas tropicais (Gurevitchet al., 2009). 
Apesar de representar apenas 11% da superfície seca do planeta, a Mata Atlântica é 
responsável por 30% da produção primária líquida, possuindo capacidade fotossintética 
muito alta (Townsendet al., 2006). Ademais, nestas florestas há grande quantidade de 
nutrientes minerais necessários para o crescimento, no entanto, estes são encontrados 
em maior quantidade na biomassa viva do que no solo, uma vez que a ciclagem de 
nutrientes nesses ambientes é muito rápida (Townsendet al., 2006). 
Com relação à riqueza vegetal, a Mata apresenta uma diversidade de plantas 
vasculares (pteridófitas) entre 800 e 950 espécies, de forma que pelo menos 50% das 
plantas vasculares conhecidas deste bioma são endêmicas (Instituto Florestal, 2006). 
Em paralelo com a riqueza vegetal, a maior parte das espécies de animais brasileiros 
ameaçados de extinção é proveniente da Mata Atlântica, como os micos-leões, a lontra, 
a onça-pintada, o tatu-canastra e a arara azul-pequena (Instituto Florestal, 2006). 
Embora haja grande biodiversidade, a situação é grave, pois 269 espécies de animais 
estão oficialmente ameaçadas de extinção na Mata Atlântica (Instituto Florestal, 2006). 
Apesar da devastação sofrida, a riqueza das espécies animais e vegetais que ainda se 
abrigam na Mata Atlântica é espantosa (Instituto Florestal, 2006). Em alguns trechos 
remanescentes de floresta os níveis de biodiversidade são considerados os maiores do 
planeta (Instituto Florestal, 2006). Além disso, a Mata Atlântica também abriga uma 
grande diversidade cultural, constituída por povos indígenas, como os Guaranis, e 
outras culturas tradicionais representadas pelos Caiçaras, Quilombolas, Caipiras e o 
Caboclo Ribeirinho (Instituto Florestal, 2006). 
 No sudeste do Brasil estão situados os mais preservados remanescentes da Mata 
Atlântica, principalmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, devido à 
topografia íngreme da Serra do Mar, a qual impediu o uso destas áreas para agricultura 
(Leitão-Filho, 1993). Dessa forma, cerca de 2% a 3% de cobertura vegetal remanescente 
está localizado exatamente nos centros desenvolvidos do Brasil (Leitão-Filho, 1993), 
sendo que o maior território contínuo de remanescentes de Mata Atlântica do país 
3 
 
encontra-se no Vale do Ribeira, em São Paulo, na Serra do Mar e no Litoral (Secretaria 
do Estado de São Paulo, 2017). Dessa forma, a maior unidade de conservação desta 
região é o Parque Estadual da Serra do Mar (PESM), o qual ocupa pequenas porções do 
planalto atlântico e da planície costeira adjacentes, apresentando continuidade com as 
florestas remanescentes do litoral e do planalto fora de seus limites (Instituto Florestal, 
2006). 
 
Parque Estadual Serra do Mar – Núcleo Picinguaba 
No litoral do estado de São Paulo, há o Parque Estadual da Serra do Mar 
(PESM), o qual é uma Unidade de Conservação Brasileira (Instituto Florestal, 2006) 
(Figura 1). É considerado o maior parque da Mata Atlântica, localizado na região mais 
desenvolvida do Brasil, formando um corredor biológico que interliga os remanescentes 
florestais do sul do Rio de Janeiro e os do Valedo Ribeira e Paraná, possibilitando a 
manutenção do fluxo gênico e da preservação de espécies que exigem a ocupação de 
grandes territórios para sobreviver (Instituto Florestal, 2006). 
 
 
Figura 1. Mapa da distribuição espacial do Parque Estadual da Serra do Mar, no litoral 
norte paulista (Fonte: Google Images). 
 
Sua criação deu-se no ano de 1977, de forma que o mesmo abrange parte de 23 
municípios (Instituto Florestal, 2006). O PESM foi criado com a finalidade de 
assegurar a total proteção à flora, fauna, as belezas naturais, assim como garantir a sua 
utilização para fins educacionais, recreativos e científicas (PESM, Decreto nº 10.251, 
1977). Assim, o parque é composto por conjuntos de ecossistemas que incluem florestas 
4 
 
densas, campos naturais, mangues, restingas e áreas de várzeas (Instituto Florestal, 
2006). Esta área conserva grande parte das espécies endêmicas e ameaçadas de extinção 
do bioma, protegendo as cabeceiras que formam as bacias do Paraíba do Sul, Tietê e dos 
mananciais que abastecem a baixada santista e o litoral norte (Instituto Florestal, 2006). 
Além disso, o Núcleo Picinguaba, também abriga comunidades caiçaras, quilombolas e 
indígenas, de forma que a manifestação cultural e as tecnologias patrimoniais destas 
populações também devem ser valorizadas e conservadas (Instituto Florestal, 2006). 
No município de Ubatuba – SP, o PESM ocupa cerca de 47.500 hectares, de 
forma que sua administração é responsabilidade do Núcleo Picinguaba (Figura 2), o 
qual se localiza na fronteira com o estado do Rio de Janeiro (Instituto Florestal, 2006). 
No entanto, a sua conservação também é coordenada pelo Instituto Florestal, Secretaria 
do Meio Ambiente, Polícia Militar Ambiental, Procuradoria Geral do Estado e de todas 
as empresas que utilizam o parque como suporte para serviços ambientais (Instituto 
Florestal, 2006). 
 
 
Figura 2. Localização do Núcleo de Picinguaba (circulado em vermelho), próximo ao 
município de Ubatuba – SP (Fonte: Google Images). 
 
A partir disso, a justificativa para a criação do PESM está fundamentada na 
necessidade de conservação de um dos biomas mais importantes do planeta, assim como 
sua grande riqueza biológica e do patrimônio cultural abrigado pela floresta (Instituto 
5 
 
Florestal, 2006). Entretanto, devido à habitação do homem nesta região, há ocorrência 
de grandes impactos ao meio ambiente, ameaçando a perda de áreas de biodiversidade 
da Mata Atlântica e do Parque Estadual da Serra do Mar (Instituto Florestal, 2006). 
Assim, a localização dos remanescentes de Mata Atlântica e do PESM fornece um 
grande risco, pois se trata de uma das regiões mais habitadas e exploradas do país. Com 
isso, a pressão urbana, a implantação de infra estrutura básica e de desenvolvimento 
regional (estradas e portos), turismo desordenado, extrativismo e caça causam 
degradação deste ambiente, acarretando na perda de biodiversidade (Instituto Florestal, 
2006). 
No entanto, a contribuição do Parque é essencial para a sustentabilidade da vida, 
principalmente com relação às áreas urbanas ao redor deste (Instituto Florestal, 2006). 
Além da presença de paisagens notáveis, o parque é responsável por amenizar o clima; 
estabilizar as encostas, fornecendo maior proteção aos moradores da área; propicia 
espaços de lazer e visitação pública; possuindo como maior função o suprimento de 
água de qualidade e a preservação e conservação da biodiversidade (Instituto Florestal, 
2006). 
Dessa forma, o Programa de Integração Disciplinar teve como objetivo principal 
integralizar os conteúdos aprendidos nas diferentes disciplinas ao longo da graduação 
em Ciências Biológicas, a partir de atividades práticas conduzidas pelos docentes. 
Assim, foi possível conhecer, analisar e observar os diferentes ecossistemas encontrados 
no Núcleo Picinguaba, de modo a utilizar os conhecimentos teóricos e práticos 
adquiridos para realizar a caracterização dos mesmos. 
 
2. Riacho Litorâneo 
Os habitats de água doce podem ser classificados como lênticos ou lóticos, os 
quais são caracterizados de acordo com a velocidade da corrente (Odum, 2012). 
Ambientes lênticos (lagos, lagoas e brejos) apresentam água parada ou sem corrente, 
enquanto que em ecossistemas lóticos (rios e riachos) há águas agitadas, com presença 
de correntes unidirecionais constantes e bem oxigenadas (Lévêque, 2001; Tundisi & 
Matsumura-Tundisi, 2008). Além disso, em ambientes lóticos, há grande mistura de 
partículas de origens, tamanhos e formas diferentes, de forma que a maioria dos 
sedimentos é resultado da ação erosiva da água sobre as rochas (Lévêque, 2001). São 
vários fatores que influenciam a origem destes sedimentos e as características físico-
químicas da água, como por exemplo, o regime de chuvas, a cobertura vegetal, a 
6 
 
topografia e a geologia da bacia hidrográfica (Lévêque, 2001). Ademais, a qualidade da 
água pode ser caracterizada através de diversos parâmetros biológicos e físico-químicos, 
como pH, oxigênio dissolvido, temperatura e condutividade (Oyakawa et al., 2006). 
O pH indica a acidez do meio, controlando a solubilidade de muitos nutrientes, 
interferindo de maneira direta na fisiologia dos organismo (Oyakawaet al., 2006). O 
oxigênio dissolvido na água é importante para o metabolismo de organismos aeróbicos 
habitantes das águas naturais, em especial a diversidade de peixes existentes nos rios e 
riachos da região estudada (Oyakawaet al., 2006). A variação da temperatura em 
ambientes naturais ocorre de acordo com as condições do clima, do mesmo modo com 
as características do corpo d’água, sendo elas a presença de mata ciliar, as dimensões do 
ecossistema, a vertente exposta, entre outras (Oyakawaet al., 2006). Quando o ambiente 
não possui mata ciliar, geralmente há a ocorrência de grandes variações na temperatura 
aquática, especialmente por causa do clima ou da hora do dia (Oyakawaet al., 2006). Já 
a condutividade elétrica reflete a quantidade de sais dissolvido nas águas, o que pode 
indicar maior quantidade de nutrientes disponíveis para algas e organismos que se 
alimentam delas (Oyakawaet al., 2006). Os valores mais altos de condutividade 
relacionam-se com águas de maiores pHs, enquanto que os menores são encontrados em 
águas límpidas de riachos de cabeceira e também próximos às nascentes (Oyakawa et 
al., 2006). 
O tipo de substrato presente no fundo do ambiente lótico pode ser de areia, 
argila, rochas ou cascalhos, possuindo grande importância na determinação da natureza 
das comunidades e na densidade populacional destes locais (Tate & Heiny, 1995). A 
corrente é o principal fator limitante nesse ecossistema, no entanto, em situações em que 
o substrato é fixo, principalmente formado por pedras, há a oferta de superfícies 
favoráveis para a fixação dos organismos, o que não ocorre em substrato fino, de 
superfícies pouco firmes e variáveis, limitando a presença de organismos bentônicos 
(Seleghim, 1992). 
Dessa forma, a ictiofauna associada a esses ecossistemas, torna-se peculiar, no 
sentido de apresentar adaptações específicas a tais condições ecologicamente instáveis 
(Weitzmanet al., 1999). Nas comunidades de águas rápidas, os organismos apresentam 
adaptações que lhes possibilitem manter sua posição em águas correntes, podendo 
possuir ganchos, ventosas, superfícies ventrais pegajosas e corpo achatado (Kimmelet 
al., 1990). Estes organismos podem estar fixados permanentemente, como algas, ou 
temporariamente, como algumas larvas de insetos (Kimmelet al., 1990). Estas 
7 
 
diferenças proporcionam características específicas e diferenciadas na dinâmica e na 
estrutura das comunidades que estão adaptadas a estesecossistemas (Kimmelet al., 
1990). 
Ademais, em ambientes lóticos também é possível observar uma zonação 
horizontal, a qual tem relação com a variação de espécies animais e vegetais ao longo 
do trecho do riacho ou rio (Luchiari, 2011). Na nascente (zona de cascata) é possível 
encontrar maior força da água, ocorrendo certa correnteza, com temperaturas mais 
baixas, alta concentração de oxigênio e substrato formado por cascalho mais grosso 
(Luchiari, 2011). Nesta região, é possível encontrar briófitas e espécies de peixes que 
variam entre predadores e migratórios que buscam ambientes reprodutivos adequados 
(Luchiari, 2011). Ao longo da descida do riacho, ocorre mudança no aspecto físico, 
químico e biológico até a zona de estuário, na qual a correnteza é baixa, a temperatura 
da água se eleva, o oxigênio dissolvido diminui e o substrato é caracterizado pela 
presença de grãos finos e areia (Luchiari, 2011). Além da zonação horizontal, há 
também a zonação vertical, a qual inclui a mudança de altitude com alta variabilidade 
de microclima, vegetação, volume de água, turbidez, pH, nutrientes, espécies de 
animais, entre outros (Luchiari, 2011). 
O rio da Fazenda, juntamente com o rio Picinguaba, forma a principal bacia 
hidrográfica do Núcleo Picinguaba. É um rio de encosta, tendo seu leito raso e rochoso 
formado por vários pequenos canais anastomosados que drenam as escarpas com rápido 
fluxo de águas (Sanchez, 1999). Ao alcançar a planície litorânea, o rio torna-se lento e 
sinuoso até desaguar na Praia da Fazenda (Sanchez, 1999). Na Mata Atlântica, os 
riachos têm como principais características os leitos formados por rochas e pedras, 
correnteza forte, águas límpidas, baixas temperaturas e uma grande concentração de 
oxigênio dissolvido. Onde há ocorrência de mata ciliar, a temperatura é mais baixa 
devido à menor incidência de luz, contribuindo com material vegetal alóctone, sendo 
eles ramos, folhas e troncos acumulados no fundo (Oyakawa et al., 2006). Nestes locais, 
a incidência deste material ajuda a dissipar a energia da água, criando abrigos e 
depositando matéria, o que pode servir de alimento para a fauna aquática (Lima, 2003). 
O Rio Fazenda do Núcleo de Picinguaba drena o riacho no qual foram realizadas 
as atividades, sendo um ambiente tipicamente lótico, com águas cristalinas e com baixas 
temperaturas, além disso, o fundo é praticamente formado por pedras, apresentando 
pouca profundidade. Em alguns locais onde o fluxo de água era menos intenso, o 
substrato era menor e mais diversificado, sendo constituído por pedras, terra, folhas e 
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galhos. Esse padrão de distribuição de substratos confere ao riacho uma 
heterogeneidade e oferece a formação de micro habitats, os quais permitem que a 
ictiofauna deste local se distribua preferencialmente, de acordo com a sua morfologia, 
comportamento, dieta e reprodução. Assim, algumas espécies de peixes se refugiam em 
locais com menor correnteza (os menores e mais leves), enquanto outras espécies ficam 
mais tempo ao longo da correnteza (maiores e mais robustos). Pôde-se notar que 
algumas espécies se escondiam na vegetação marginal, atrás de rochas ou em troncos 
caídos ao longo do ecossistema. 
A vegetação marginal apresentava diferentes estratos de árvores (subarbustiva, 
arbustiva), de forma que a vegetação próxima à nascente do rio é mais conservada e as 
árvores de médio porte formam o dossel, promovendo sombras ao longo do rio e 
originando o material alóctone encontrado no mesmo. A riqueza da biomassa vegetal é 
suportada pela alta temperatura e umidade do local, uma vez que promovem rápida 
decomposição e reabsorção. Além disso, devido à vegetação marginal de baixo porte, há 
ocorrência de refúgios e disponibilidade de alimento. 
Com relação à fauna, foi possível encontrar larvas de artrópodes aquáticos 
presos temporariamente às rochas, como Trichoptera, diferentes espécies de camarões, 
larvas de anuros e algumas espécies de peixes, como Perciforme (Awaous sp., entre 
outros), barrigudinho (Poeciliareticulata), lambaris (Astyanax sp.) e peixe cachimbo 
(Hippocampus sp.).É importante salientar que o riacho apresenta baixa diversidade de 
espécies, uma vez que as mesmas não são endêmicas, podendo ser encontradas na 
maioria dos rios costeiros que se estendem do sul do Rio de Janeiro ao sul de São Paulo. 
Isso ocorre devido ao encontro dos rios quando há uma diminuição da maré, podendo 
ocorrer um intercambio de espécies. 
 
9 
 
 
Figura 3. Trecho do Riacho onde foram desenvolvidas as atividades. (Fonte: Autoria 
própria). 
 
Figura 4. Larvas de Trichoptera associados ao substrato pedregoso. (Fonte: Autoria 
própria). 
 
 
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3. Floresta Ombrófila Densa 
A Mata Atlântica corresponde a segunda maior área de floresta tropical úmida 
da América do Sul (Oliveira-Filho & Fontes, 2000).É constituída por conjuntos 
florestais, tais como as Florestas Ombrófila Densa, Ombrófila Mista, Estacional 
Semidecidual, Estacional Decidual e Ombrófila Aberta, além de ecossistemas 
associados como as restingas, manguezais e campos de altitude (Campos, 2009). Sua 
área originalmente recobria uma extensa área do litoral brasileiro, distribuindo-se de 
forma praticamente contínua pela faixa costeira tropical e subtropical situada entre os 
estados do Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte (Rizzini 1979). Mesmo não 
apresentando o total de sua vegetação nativa, estima-se que ainda exista cerca de 20.000 
espécies vegetais, o que corresponde a aproximadamente 35% das espécies existentes 
no Brasil, incluindo muitas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção(MMA, 2017). 
Dessa forma, é altamente prioritária a conservação deste ecossistema para a riqueza da 
biodiversidade mundial, que envolve 849 espécies de aves, 370 espécies de anfíbios, 
200 espécies de répteis, 270 de mamíferos e cerca de 350 espécies de peixes (MMA, 
2017). 
Na presente área de estudo, a cobertura vegetal de destaque foi a Floresta 
Ombrófila Densa, a qual pode ser caracterizada pela ocorrência de árvores fanerófitas e 
mesofanerófitas de alto porte, associadas a outras espécies vegetais como plantas 
epífitas e lianas lenhosas em abundância (Veloso et al., 1991). Este ambiente apresenta 
clima tropical, temperaturas são elevadas (25ºC em média), e altas taxas pluviométricas, 
sendo as chuvas bem distribuídas ao longo do ano (0 a 60 dias secos), não apresentando 
assim, períodos secos (Velosoet al., 1991). Trata-se de uma mata com estrutura vertical 
de três estratos arbóreos e dossel de até 15 m, com árvores emergentes de até 40 m de 
altura (Campanili & Prochnow, 2006). Há a ocorrência de figueiras, jerivás e palmitos 
(Euterpe edulis) nas áreas mais úmidas (Campanili & Prochnow, 2006). Outras famílias 
típicas da Mata Atlântica do sudeste do Brasil, como Myrtaceae, Rubiaceae, Fabaceae e 
Lauraceae, também podem ser encontradas neste tipo de floresta (Sanchez et al., 1999). 
O sub-bosque é constituído por um estrato herbáceo, arvoretas e indivíduos 
jovens das populações do dossel e de emergentes (Sanchez et al., 1999), e densa 
vegetação arbustiva, composta por uma abundante presença de samambaias 
arborescentes, bromélias, lianas, e orquídeas (Campanili & Prochnow, 2006). O ciclo de 
regeneração, baseado na abertura de clareiras naturais em decorrência da queda de 
galhos de árvores e/ou deslizamentos, e sua subsequente recolonização por espécies 
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(cicatrização), é um importante componente da dinâmica interna, os quais determinam a 
composição específica, estrutura fisionômica e fitossociológica das comunidades 
vegetais, uma vez que essa heterogeneidade espacial das condições ambientais interfere 
no estabelecimentoe desenvolvimento das plantas, criando na floresta um mosaico de 
diferentes estádios sucessionais, com composição, estrutura e microclimas específicos 
(Godoy, 2007). 
Este tipo de vegetação foi subdividido em cinco formações, nomeadas de acordo 
com a posição topográfica que reflete uma composição vegetacional diferente de acordo 
com a altitude, as quais variam de 1,0 graus centígrado para cada 100 m de altitude 
(Velosoet al., 1991). São elas: 1) Formação aluvial, região que não varia 
topograficamente e apresenta ambientes repetitivos dentro dos terraços aluviais; 2) 
Formação das terras baixas localizadas em planícies costeiras; 3) Formação 
submontana, encontrada nas encostas de planalto; 4) Formação montana, presente no 
topo dos planaltos; 5) Formação altomontana, situada em regiões superiores ao alcance 
da formação Montana (Velosoet al., 1991). 
O solo dominante neste tipo de floresta é o latossolo distrófico e eutrófico, 
oriundos de diferentes tipos de rochas, desde granitos e gnaisses até arenitos com 
derrames vulcânicos (Veloso et al., 1991). O solo é profundo e muito úmido e é capaz 
de reter nutrientes, o que possibilita uma alta taxa de crescimento vegetal, os quais 
apresentam folhas largas ou finas, garantindo maior eficiência na absorção de luz 
(Veloso et al., 1991). 
O Parque Estadual da Serra do Mar (PESM) localizado na cidade de Ubatuba, 
São Paulo, compreende a Floresta Ombrófila Densa, mais especificadamente a 
formação submontana constituinte do domínio de Mata Atlântica (Assis, 1999). A 
heterogeneidade presenciada no Núcleo de Picinguaba, a qual pertence ao PESM foi 
observada devido as suas encostas, localizada de forma a estar voltada para o oceano, o 
que acarreta em regimes de ventos, na umidade do ar, na precipitação e incidência solar 
diferenciada (Assis, 1999). Além disso, as variações topográficas, diferentes níveis de 
fertilidade, profundidades e idades pedogenéticas dos solos, propiciam condições muito 
diversas que favorecem o estabelecimento da complexa comunidade existente neste 
ambiente (Townsendet al., 2006). 
A diversidade de flora presente no Parque permite a ocorrência de uma 
composição faunística distinta em elevada riqueza de espécies dos diferentes grupos da 
fauna tendo até o momento o registro de 1523 espécies de anfíbios, répteis, aves e 
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mamíferos neste bioma (Instituto Florestal, 2006).De acordo com dados do Instituto 
Florestal (2006), esta formação vegetal (Floresta Ombrófila Densa) foi a que indicou 
maior riqueza de espécies de aves e maior número de espécies ameaçadas de extinção, 
em decorrência da sua complexidade e do grau de conservação da vegetação e presença 
de muitos cursos d’água com mínimos vestígios de ação humana. 
Dentre as espécies ameaçadas de extinção que ocorrem predominantemente 
nesta formação vegetal, pode-se destacar o Patinho-gigante (Platyrinchus leucoryphus), 
o Gavião-pomba (Leucopternis lacernulatus), o Anambezinho (Iodopleura pipra) e o 
Vira-folha-de-peito-vermelho (Sclerurus mexicanus), e entre as ameaçadas com 
distribuição exclusiva na Floresta Sub-Montana, pode-se citar o Não-pode-parar 
(Phylloscartes paulista) e a Choquinha-pequena (Myrmotherula minor) (Instituto 
Florestal, 2006). Quanto aos mamíferos, há a ocorrência de roedores e morcegos 
também exclusivos desta formação e endêmicos da Mata Atlântica, como o Rato-de-
espinho (Phyllomys nigrispinus) e a espécie de morcego Chiroderma doriae (Instituto 
Florestal, 2006). Além disso, os rios da Mata comportam espécies que são intimamente 
dependentes da floresta, como aquelas que se alimentam da grande diversidade de 
insetos presentes neste ambiente (peixes e anfíbios) e também das folhas, frutos e flores, 
contribuindo para a dispersão de sementes e frutos, auxiliando na manutenção da 
homeostase do meio aquático (Instituto Florestal, 2006). 
O projeto desenvolvido na floresta permitiu aos alunos vivenciarem algumas das 
características supra citadas, tais como os diferentes níveis de relevo, a densidade e 
altura dos diversos estratos arbóreos, o solo úmido, a diversidade da flora presente no 
interior da mata, as composições de mata primária e secundária, a presença gritante de 
lianas e epífitas e a formação dos micro-habitat dentro da floresta. Além disso, foi 
possível encontrar grande variedade de invertebrados das ordens Orthoptera, 
Hymenoptera e Lepdoptera, principalmente, além de um indivíduo da ordem Opiliones. 
Também foi possível observar a ocorrência de fungos do gênero Pycnoporus (orelha de 
pau). O final da trilha dava-se em um Jatobá (Hymenaeacourbaril), o qual era muito 
utilizado na medicina da população local. 
 
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Figura 5. Exemplar da Ordem Opiliones encontrado durante a trilha na mata. (Fonte: 
Autoria própria). 
 
 
Figura 6. Exemplar de vegetal da Família Bromeliaceae encontrado durante a trilha na 
mata. (Fonte: Autoria própria). 
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Figura 7.Exemplar de fungo do gênero Pycnoporus (orelha de pau) encontrado na trilha 
da mata. (Fonte: Autoria própria). 
 
4. Costão Rochoso 
O costão rochoso é um ambiente costeiro bentônico, sendo um dos ecossistemas 
marinhos mais produtivos do planeta (Nybakken, 1997). Este ecossistema é encontrado 
na zona entremarés, abrigando grande quantidade de espécies com importância 
ecológica e econômica, como mexilhões, crustáceos, ostras e peixes (Nybakken, 
1997).É mais bem considerado como uma extensão do ambiente marinho do que 
terrestre, uma vez que a maioria dos organismos que o habitam estão relacionados ao 
mar (Litlle & Kitching,2000). Esta grande quantidade de espécies faz com que haja 
várias interações biológicas nestes ambientes, devido à limitação de substrato entre os 
habitats terrestre e marinho (Almeida, 2008). 
15 
 
De acordo com a CETESB (1998), é possível estabelecer uma relação entre a 
ocorrência de costões rochosos e a proximidade das serras com relação ao Oceano 
Atlântico. No Brasil, são encontrados costões rochosos por quase toda a costa, 
principalmente na região sudeste, onde a costa é próxima a Serra do Mar (Coutinho, 
2002). Já em locais onde a Serra do Mar está mais distante da costa, ocorre o 
predomínio de manguezais e restingas (CETESB, 1998). 
O costão rochoso é completamente influenciado por aspectos físicos, químicos e 
biológicos (CETESB, 1998). Os principais fatores físicos são: a erosão por batimentos 
de ondas, ventos e chuvas. Porém, a temperatura também atua na decomposição de 
rochas, além de influenciar na resistência a dessecação dos organismos (Almeida, 2008; 
CETESB, 1998). Os fatores químicos variam de acordo com o tipo de rocha que forma 
o costão, uma vez que os minerais reagem quimicamente com a água do mar, de forma 
que estas relações são reguladas por fatores climáticos (CETESB, 1998). Organismos 
habitantes ou visitantes do costão, como ouriços, esponjas e moluscos também podem 
ser agentes de degradação destas rochas (CETESB, 1998).Já como fatores biológicos, 
destacam-se a competição, predação, herbivoria e o recrutamento de novos indivíduos 
(Little & Kitching, 2000). 
Em razão da ocorrência desses fatores, os costões rochosos apresentam uma rica 
e complexa comunidade biológica, a qual deve estar adaptada a essas condições 
diversificadas (Almeida, 2008). Dessa forma, o substrato duro favorece a fixação de 
larvas de invertebrados, podendo também ser encontrados algas, moluscos, crustáceos e 
outros inúmeros animais marinhos que se fixam às rochas ou que passam parte de suas 
vidas nesse ambiente (Nybakken, 1997; Santos & Gomes, 2006). Assim, a diversidade 
de micro-habitats contribui para a determinação da diversidade biológica (Almeida, 
2008).As variações das condições ambientais determinam limites bem definidos das 
populações que produzem a zonação das comunidades instaladas neste ecossistema 
(Almeida, 2008). Esta ocupação não ocorre aleatoriamente, de forma que as zonas são 
formadas a partir das habilidades adaptativas dos organismos relacionados aos fatores 
abióticos (ambientais) e aos fatores bióticos (interações biológicas e recrutamento de 
larvas), assim, a zonação corresponde à distribuição destes organismos (Almeida, 
2008). Definiram-se, desse modo, três principais zonas de distribuição: supralitoral, 
mesolitoral e infralitoral. 
16 
 
O nível supralitoral é a região superior do costão rochoso, a qual fica 
completamente exposta ao ar, recebendo apenas gotículas de água do mar (Almeida, 
2008). Esta área localiza-se entre o limite inferior da distribuição da vegetação terrestre, 
composta por liquens e plantas vasculares, como bromeliáceas e cactáceas, e o limite 
superior de ocorrência de cirripédios (cracas) (Almeida, 2008). Nesta zona, os principais 
fatores que contribuem na distribuição dos organismos são a temperatura e a radiação 
solar (Nybakken,1997). 
O nível mesolitoral é a região mais conhecida, a qual está sujeita às flutuações 
da maré, ficando submersa durante a maré alta e exposta durante a maré baixa 
(Almeida, 2008). Esta zona é caracterizada pela presença de cirripédios (cracas) e algas 
pardas (Almeida, 2008). Além disso, é possível encontrar gastrópodes pateliformes, 
povoamentos de mexilhões, entre outros (Almeida, 2008). Os organismos sésseis que 
habitam essa região estão adaptados à variação diária das marés e às mudanças físicas 
que isto implica (Nybakken,1997). Além disso, devido à variação da maré, o período de 
alimentação e liberação de larvas são afetadas por serem eventos dependentes de maré 
alta. Já os organismos errantes podem migrar para regiões inferiores durante o período 
de maré baixa, permanecendo submersos (Nybakken,1997). Ademais, nesta área 
também ocorrem poças de maré, locais onde a água fica represada durante a maré baixa 
(Nybakken,1997). Estas poças variam em tamanho e volume de água, de forma que 
maiores poças com maior volume de água possuem menores flutuações dos fatores 
físicos (Nybakken,1997). Vale ressaltar que nesta zona, os indivíduos devem lidar com 
um importante fator de seleção, as ondas, uma vez que estas colidem constantemente 
com as rochas, de forma que os indivíduos (animais sésseis e algas) devem desenvolver 
estruturas que auxiliem na sua fixação, como os cimentos nas cracas, os bissos nos 
mexilhões ou os apressórios nas macroalgas,além de proteções resistentes ao embate das 
ondas (Levinton, 2001). 
Já o nível infralitoral é conhecido por ser a região que permanece sempre 
submersa, apresentando seu limite superior composto por algas pardas e por mexilhões 
(Almeida, 2008). O limite inferior pode ser caracterizado pelo encontro das rochas com 
o substrato arenoso, sendo este perpendicular ao costão (Almeida, 2008). Nesta região, 
as relações bióticas como predação, herbivoria e competição passam a ter mais 
importância na distribuição dos organismos devido à maior estabilidade dos fatores 
ambientais (Nybakken,1997). 
17 
 
Este ecossistema pode se abalado por meio de algumas atividades humanas, 
como a pesca da ictiofauna associada ao costão, o extrativismo de algas, muito 
utilizadas na culinária em países asiáticos e em pequena escala no Brasil, bem como a 
extração de mexilhões e ostras, muito comum em nosso país (Berchez, 2007). Ainda 
com relação à culinária, não é realizado apenas a extração destes recursos, mas o 
cultivo, sendo o Japão um dos maiores maricultores, cultivando muitas espécies de 
algas utilizadas na culinária oriental (Belúcioet al., 1989).Já o Brasil, embora não 
produza em larga escala, vem implantando métodos de cultivo, desenvolvidos nas 
universidades situadas próximas à costa, que além de algas, cultivam mexilhões e ostras 
com sucesso, possibilitando a manutenção da comunidade no costão e gerando renda 
para as pessoas que fazem desta fonte, seu artesanato (Belúcioet al., 1989). Além disso, 
há o despejo do esgoto doméstico no mar, o que causa muitos danos ambientais; além 
dos derramamentos de petróleo, que se espalham pela superfície da água e podem 
atingir os costões, onde geram o sufocamento de milhares de organismos, uma vez que 
estes animais, em sua maioria filtradores, ficam impossibilitados de realizar trocas 
gasosas e de absorver nutrientes (Berchez, 2007). 
Dessa forma o costão rochoso estudado no Núcleo Picinguaba apresentava a 
maioria destas características bem evidentes, as quais foram possíveis de serem 
observadas pelos alunos, como a distribuição da fauna e flora fixas ao substrato 
consolidado, as quais se dispunham, por vezes, na face contrária à ação da onda nas 
rochas, bem como a influência da maré, e uma zonação bem marcada por grupos 
específicos de organismos. Embora não houvesse uma marcação bem definida das 
zonas, no que seria o supralitoral foi possível encontrar uma grande quantidade de 
mexilhões (Brachidontessp.), no mesolitoral uma abundância de cracas (Balanomorpha) 
e algumas algas verdes. Já na zona infralitoral uma pequena, porém quase exclusiva 
concentração de algas pardas (Sargassunsp.), intercaladas, raras vezes, por algas verdes. 
Além dos indivíduos já citados foi possível encontrar algumas esponjas, um exemplar 
de ouriço-do-mar, um poliqueto marinho e um siri. 
 
18 
 
 
Figura 8.Costão Rochoso localizado no Núcleo Picinguaba.(Fonte: Autoria própria). 
 
 
Figura 9. Fauna e algas associadas ao Costão Rochoso do Núcleo Picinguaba.(Fonte: 
Autoria própria). 
 
19 
 
 
Figura 10. Exemplares de crustáceos (cracas e mexilhões) e algas verdes associados ao 
Costão Rochoso.(Fonte: Autoria própria). 
 
5. Manguezal 
O manguezal é caracterizado como um ecossistema costeiro, sendo um ambiente 
de transição entre o meio terrestre e o marinho, podendo ser chamado de helobioma de 
água salobra, sendo típico de regiões tropicais e subtropicais, suscetível ao regime das 
marés (Schaefer-Novelli, 1995; Ab’saber&Marigo, 2009). A região costeira abrigada 
fornece condições propícias para alimentação, proteção e reprodução de várias espécies 
de animais, sendo um transformador de nutrientes em matéria orgânica, gerador de bens 
e serviços (Quinõnes, 2000). Este ecossistema faz parte de uma unidade geomorfológica 
específica, de forma que o relevo plano auxilia a deposição dos sedimentos de argila e 
limo, os quais fazem parte da composição do substrato (Fernandes, 1998). 
 Os manguezais se estendem por cerca de 1.225.444 hectares em todo o litoral 
brasileiro, constituindo zonas de grande produtividade biológica, uma vez que abrigam 
representantes de todos os níveis da cadeia alimentar (Diegues, 2002). Dessa forma, 
estão associados a costas de baixa energia ou a áreas de estuário, lagunares, baías e 
enseadas, as quais fornecem a proteção necessária para seu estabelecimento (Diegues, 
2002). Além disso, localizam-se geralmente na desembocadura de rios, estando sujeitos 
20 
 
a inundações periódicas por água do mar e água doce, sofrendo grandes variações de 
salinidade (Carmo, 1987). 
 O manguezal é um dos ecossistemas mais produtivos, porém muito vulnerável 
aos efeitos do desenvolvimento econômico e do crescimento das populações humanas 
(Nani & Nani, 2005). A principal função dos manguezais está relacionada com a 
produção e a exportação de detritos orgânicos para os estuários, sendo estes detritos 
compostos por fragmentos de folhas de mangue, formando a base alimentar de várias 
espécies de caranguejos, camarões e peixes (Nani& Nani, 2005). A partir disso, os 
manguezais exercem outras funções benéficas, como: proteção das áreas de terra firme 
contra tempestades e ações erosivas das marés; retenção de poluentes; retenção de 
sedimentos finos carreados pelas águas, favorecendo a manutenção dos canais de 
navegação; manutenção e conservação de estoques pesqueiros do estuário; recreação e 
lazer (pesca esportiva e turismo ecológico) (Nani & Nani, 2005). 
 Com relação à diferença entre manguezal e mangue, o termo manguezal é usado 
para descrever uma variedade de comunidades costeiras tropicais dominadas por 
espécies vegetais, arbóreas ou arbustivas que conseguem crescer em solos com grande 
salinidade (Nani & Nani, 2005). O termo mangue é utilizado para descrever as espécies 
vegetais que vivem no manguezal (Nani & Nani, 2005). Assim, a ocorrência dos 
manguezais é determinada por características específicas, algumas supra citadas, como 
locais que forneçam abrigos, sem que ocorra o embate de ondas e ventos fortes, além de 
acumularem sedimentos finos e matéria orgânica; bem como a salinidade da 
água(encontro de rio com o mar),o tipo solo (instável e hipóxido) e o clima com 
temperaturas tropicais (Walsh, 1974). 
 A alta salinidade e a pouca oxigenação presente no solo tornam este ecossistema 
muito particular com demanda de grande adaptação de seus componentes vegetais, de 
forma que a flora é muito especializada, reduzindo a diversidade vegetal a espécies 
altamente adaptadas, interferindo no desenvolvimento das plantas, altura de árvores e 
diminuição das folhas, assim, em consequência desta especificidade há uma menor 
diversidade da fauna (Schaefer-Novelli, 1995). 
A flora do manguezal é constituída por plantas halófitas, próprias de ambientes 
salinos, mas embora possam se desenvolver em ambientes hiposalinos, nestas condições 
não há a formação de bosques, pois devido à competição acabam perdendo espaço para 
plantas com crescimento rápido e melhor adaptadas à presença de água doce (Schaefer-
Novelli, 1995). A ocorrência de marés é um dos principais mecanismos de introdução 
21 
 
das águas salinas nos manguezais, de forma que a periodicidade das inundações torna o 
substrato favorável à colonização da vegetação de mangue, uma vez que exclui plantas 
menos adaptadas à presença de sal (Schaefer-Novelli, 1995). Assim, a distância máxima 
de penetração da água salgada determina o limite do manguezal com relação à terra 
(Schaefer-Novelli, 1995). 
 O solo, como dito anteriormente, é instável, rico em matéria orgânica em 
decomposição, formado por folhas, galhos e restos de animais, além de apresentar 
baixas concentrações de oxigênio, pois é o gás utilizado por bactérias que realizam a 
decomposição deste material, as quais na falta desse recurso utilizam o enxofre, o que 
confere o odor característico deste ecossistema (Quiñones, 2000). A composição 
mineral do solo é originada de produtos da decomposição de rochas de diferentes 
naturezas (vulcânicas, sedimentares ou metamórficas) e de restos de plantas e animais, 
trazidos por ondas, ventos e correntes litorâneas com o fluxo dos rios, o que confere 
uma coloração cinza escuro ao solo (Quiñones, 2000). 
 Apesar de o manguezal ser um ambiente subtropical ou tropical, sua ocorrência 
também pode estar associada a climas temperados, apresentado temperaturas médias 
maiores do que20ºC e temperaturas mínimas de 15ºC, sendo a amplitude térmica anual 
menor do que 5ºC e com taxas de precipitação pluvial maiores do que 1500 mm/ano, 
sem ocorrência de períodos de seca prolongados (Schaefer-Novelli, 1995). 
 A fauna presente no manguezal é muito diversa, compreendendo tanto seres 
microscópicos e invertebrados quanto peixes, aves, répteis e mamíferos os quais nem 
sempre são exclusivos deste ecossistema, se distribuindo desde o ambiente aquático ao 
terrestre, incluindo os diversos estratos arbóreos (Nani & Nani, 2005). Estes animais, 
independente de seu ambiente de origem, podem permanecer no manguezal durante 
toda sua vida (residentes) ou visitá-lo regular ou oportunamente (semirresidentes) (Nani 
& Nani, 2005). Existem interações ecológicas realizadas pelos seres que ali habitam e o 
próprio bioma, como a relação dos caranguejos, que ao cavarem seus esconderijos 
(“buracos”) auxiliam na aeração do solo (Nani & Nani, 2005).Outro exemplo está na 
relação dos mexilhões que ao se alimentarem, filtrando a água, retiram fragmentos 
vegetais (filtradores naturais) e ainda há a relação dos moluscos, que fixos ao mangue 
podem se alimentar de microrganismos, ajudando na renovação natural do ecossistema 
(Nani & Nani, 2005). 
O fluxo e refluxo das marés influencia diretamente a dinâmica das relações neste 
ecossistema. Muitas espécies de peixes liberam seus ovos neste ambiente, os quais 
22 
 
nascem e se desenvolvem outros, como tainhas (Mugil sp.) bagres e alguns camarões, os 
quais esperam a maré alta para entrar no manguezal e se alimentar (Nani & Nani, 2005). 
Por outro lado quando a maré está baixa, são as aves que aproveitam para se alimentar 
dos peixes, crustáceos e moluscos do manguezal e ainda construir seus ninhos nas 
árvores, como o maçarico, uma ave migratória dos Estados Unidos (Nani & Nani, 
2005). Mamíferos como o quati, também se alimentam dos caranguejos (animal símbolo 
e de maior ocorrência de espécies neste ecossistema), porém também podem ser 
encontrados guaxinins e lontras que por serem excelentes pescadores se alimentam dos 
peixes que ali estão (Nani & Nani, 2005). Os seres humanos também usufruem do que o 
manguezal tem a oferecer, assim a pesca artesanal de peixes, camarões, caranguejos e 
moluscos constitui uma das principais fontes de subsistência encontradas pelos 
moradores do litoral (Nani & Nani, 2005). 
 Com relação à flora, podem-se destacar três espécies vegetais de maior 
ocorrência neste ecossistema, sendo elas Rhizophora mangle (mangue vermelho), 
Laguncularia racemosa (mangue branco) e Avicennia schaueriana (mangue preto) 
(Nani & Nani, 2005). Este alto índice de ocorrência se dá pelo acúmulo de adaptações 
fisiológicas que estas plantas sofreram para existência neste ambiente, são elas: 
presença de mecanismos que permitem filtrar ou eliminar o sal no interior da planta; 
presença de Rhizophoros (raízes escoras) para melhor se fixar no solo instável; presença 
de pneumatóforos (raízes aéreas), que emergem do solo; presença de lenticelas ou 
pequenos orifícios para as trocas gasosas (melhorara troca de gases entre a planta e o 
meio externo) e com relação ao processo reprodutivo em que as sementes e propágulos 
germinam na planta mãe antes de caírem no solo ou durante sua dispersão pelas marés 
(Nani & Nani, 2005). Também podem ser encontradas gramíneas do gênero Spartina 
(períodos de maré baixa), plantas herbáceas, bromélias, orquídeas (epífitas), 
hemiparasitas, samambaias, líquens e plantas aquáticas típicas, sendo as angiospermas 
típicas do mangue adaptadas a se reproduzir por viviparidade (Schaefer-Novelli, 1995). 
 A estrutura do manguezal pode ser abalada por impactos ambientais que, quando 
proveniente de forma natural, ou seja, por meio de erosão, hipersalinidade, geadas, 
furacões, inundações, fluxo e represamento das águas, erupções vulcânicas e marés 
extremas quase sempre é possível que se restabeleça a qualidade ambiental, afetando o 
manguezal temporariamente (Quiñones, 2000). Por outro lado, quando estas alterações 
são induzidas pelo homem, por meio de obras de canalização, represamento, drenagem 
do manguezal, bloqueio da água salgada, aterros, sedimentação, exploração mineral, 
23 
 
poluição térmica, derramamento de óleo, descarga de efluentes, deposição de lixo e 
salinas, há ocorrência de impactosem longo prazo, podendo provocar até a morte do 
manguezal (Schaefer-Novelli, 1995). Esta compulsiva degradação do manguezal pelo 
homem é decorrente das condições favoráveis à instalação de empreendimentos que 
beneficiam o agente da ação ou empresa (Schaefer-Novelli, 1995). Como condições 
favoráveis podem ser citadas a quase ilimitada oferta de água, o fácil acesso para 
despejo de rejeitos sanitários, industriais, agrícolas ou de mineração, a proximidade de 
portos, facilitando a importação de matéria prima e posterior exportação de produtos, a 
crescente pressão do mercado imobiliário, construção de marinas, sendo que todas estas 
ações geram condições ambientais majoritariamente impróprias ao desenvolvimento 
deste ecossistema (Schaefer-Novelli, 1995). 
 Segundo Nani & Nani (2005) A conservação deste ecossistema é altamente 
necessária, pois sua manutenção tem grande importância econômico-ambiental por 
várias razões, dentre elas: 
- Exportação de matéria orgânica para o estuário; 
- É neste ambiente que peixes, moluscos e crustáceos encontram as condições 
necessárias para reprodução, berçário, criadouro e abrigo; 
- É onde se produz mais de 95% do alimento que o homem captura do mar, sendo vital 
para subsistência das comunidades pesqueiras que vivem nestas regiões; 
- A presença de vegetação típica do manguezal impede a erosão ao se fixarem na terra, 
estabilizando a costa, além disso, suas raízes retêm os sedimentos; 
- Compõe um grande banco genético para a recuperação de áreas degradadas; 
- A partir do manguezal, podem ser extraídas as matérias primas para produção de 
remédios, álcoois, adoçantes, óleos e o tanino. 
Dessa forma, para que o ecossistema sobreviva com a interação do homem sobre 
ele, é necessário que o mesmo entenda como este ecossistema funciona, assim como 
suas fragilidades (Nani & Nani, 2005). Caso os organismos que compõem este ambiente 
desapareçam, as populações que deles dependem ficarão prejudicadas (Nani & Nani, 
2005). Assim, a partir disto, muitas leis têm sido redigidas para que não chegue a este 
ponto (Nani & Nani, 2005). 
O trabalho realizado no manguezal do Núcleo Picinguaba permitiu aos alunos a 
visualização de características que são típicas deste ecossistema, desde o encontro do rio 
com o mar (Rios da Fazenda e o Picinguaba), até o solo, que embora não fosse 
extremamente alagadiço, apresentava certa instabilidade. Tal característica foi 
24 
 
justificada por Machado & Nassar (2007) devido à sua composição arenosa, 
diferentemente de outros manguezais, que forma substrato lamoso, o que juntamente 
com certas condições climáticas (altos índices pluviométricos, sem períodos de seca) 
culminam numa vegetação arbórea não muito desenvolvida. 
Outro determinante deste ecossistema que pôde ser visualizado, se trata das 
diferentes espécies de Mangue, Rhizophora mangle (mangue vermelho), Laguncularia 
racemosa (mangue branco) e Avicennia schaueriana (mangue preto), os quais recebem 
os devidos nomes não pela coloração do pecíolo e sim da madeira, que quando cortada 
foi possível visualizar o tecido aerênquima, que auxilia a planta tornando-a mais leve, o 
que favorece sua flutuação (muito propício neste tipo de ecossistema que está 
constantemente banhado por água), além de possibilitar a chegada de oxigênio e a 
absorção de gás carbônico das partes submersas. Outra estrutura relacionada com a 
adaptação destes vegetais ao meio, que foi possível identificar, foram os pneumatóforos 
espalhados por várias áreas sob o solo e o caule do tipo escora. 
Associado ao mangue pôde-se encontrar liquens, muitas bromélias-tanque, 
orquídeas, ervas-de-passarinho e cipó-chumbo, além de caranguejos arborícolas (Aratus 
pisonii), Maria-Mulata (Goniopsis cruentata) e caranguejos do gênero Uca, sendo que 
foi possível identificar as tocas no solo (“buraquinho”), além de alguns moluscos como 
o do gênero Teredo. De forma geral, a fauna observada neste ecossistema se restringiu a 
esses animais, sendo considerada uma fauna pobre. 
 
25 
 
 
Figura 11. Manguezal visitado no Núcleo Pincinguaba. (Fonte: Autoria Própria). 
 
 
Figura 12. Tocas feitas pelos caranguejos no solo do manguezal no Núcleo Picinguaba. 
(Fonte: Autoria Própria). 
 
26 
 
 
 
Figura 13. Caranguejos encontrados no manguezal do Núcleo Picinguaba. (Fonte: 
Autoria Própria). 
 
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