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A SÍLABA • Camara Jr. Estrutura da língua portuguesa – “As estruturas da sílaba em português” – capítulo VI. • Leda Bisol. Introdução a estudos de fonologia do português brasileiro. – “A sílaba em português” – capítulo 3. • Maria João Freitas e Ana Lúcia Santos. Contar (histórias de) sílabas – Descrição e implicações para o ensino do português como língua materna. I – O CONCEITO DE SÍLABA NAS PRIMEIRAS GRAMÁTICAS PORTUGUESAS • Numa perspec=va tradicional, que remonta às gramá=cas greco-‐la=nas, a sílaba se define como “o agrupamento de sons em torno de uma vogal”. • Fernão de Oliveira – Gramma%ca da linguagem portugueza, 1536: “Capitolo XIX das syllabas Syllaba dizê os grãma=cos he vocabulo grego e quer dizer ajuntamento de letras: mas nos deixada a interpretação do vocabulo seja cujo for, podemos dizer q syllaba he hûa so voz formado cõ letra ou letras: a ql pode sinificar por si ou ser parte de dição: e assi as vogaes ainda q sejaõ ê ditongo podê formar syllaba sê outra ajuda: e as cõsoãtes naõ, se naõ mesturadas cõ as vogaes.” (p.43) • João de Barros – Gramá%ca de língua portuguesa, 1540: “Sílaba é ûa das quatro partes da nossa gramá=ca que corresponde à Prosódia, que quer dizer acento e canto. A qual sílaba é ajuntamento de ûa vogal com ûa e duas e às vezes três consoantes que juntamente fazem ûa só voz” (pp. 3-‐4) II – A DESCRIÇÃO DA SÍLABA NA FONOLOGIA PORTUGUESA • Fonologia estrutural – Camara Jr. (p.53): “a sílaba é uma divisão espontânea e profundamente sen=da, na segunda ar=culação. Os seus =pos de estrutura marcam caracterís=camente as línguas. Não é, a bem dizer, o fonema, mas a sílaba que é “a estrutura fonêmica elementar”(Jakobson 1967, 133).” • Modelo gera=vo – Chomsky e Halle (1968): a sílaba era tratada como um traço [+silábico] que era atribuído a um segmento. Esse =po de análise era insuficiente e não conseguia dar conta de diversos fenômenos rela=vos à sílaba. • Fonologia métrica (Goldsmith, 1976) e fonologia autossegmental (Liberman e Price, 1977; Hayes, 1992) – Incorporam a sílaba à teoria. Na teoria autossegmental métrica a sílaba adquiriu status fonológico, integrada a uma estrutura cons=tuída de vários níveis, hierarquizados entre si. A sequência sonora da fala é organizada hierarquicamente em domínios prosódicos. Daí a abordagem teórico-‐metodológica ter recebido a alcunha de teoria da hierarquia prosódica. Do mais baixo para o mais alto na representação são eles: sílaba (σ), pé (Σ), palavra fonológica (ω), grupo clí%co (C), sintagma fonológico (φ), sintagma entoacional (I), enunciado fonológico (U). Nesse esquema ainda podem ser representadas três unidades hierarquicamente inferiores: a mora, o segmento e os traços dis=n=vos: Sobre as moras Hyman 1985 defende a ideia de que as sílabas consistem em cons=tuintes ou unidades de peso tradicionalmente conhecidas como moras (Trubetzkoy, 1939), representadas pela letra grega μ (mi). Camara Jr. Padrões silábicos V C V V C C V C C C V C C V C C V C C C C V C C ONSET CODA NÚCLEO Coda preenchida – sílaba travada Coda não-‐preenchida – sílaba aberta Arquifonema /S/ -‐ paz, mesmo Arquifonema /R/ -‐ par, carta Arquifonema /N/ -‐ lã, canto Consoante /l/ -‐ sal, palma CODA C NÚCLEO ONSET 1ª posição TODAS AS CONSOANTES C C 2ª posição CONSOANTES LÍQUIDAS – laterais e vibrantes Ex.: prato, pleno Distribuição das consoantes Consoante /n/ Arquifonema /R/ CODA SV V ONSET SV Distribuição das semivogais V SV A semivogal atua na sílaba como uma consoante e pode também ocupar o onset e a coda. A semivogal atua como uma vogal e divide com ela o centro da sílaba. • Consoantes travadoras de sílaba na língua escrita, como em compacto, rapto, ritmo, aCa, etc. R A P R A P I RAPTO RAPTO x RÁPIDO: no que consiste a oposição? ou
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