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Centro de Tecnologia e Geociências Departamento de Engenharia Civil Prof. Arnaldo Carneiro e-mail: ampc@ufpe.br Para o entendimento do comportamento da argamassa NECESSÁRIO DISCUTIR REQUISITOS E CRITÉRIOS DE DESEMPENHO Função ou Requisitos - Estanqueidade à água: penetração pode ocorrer através de fissura sou poros. - Conforto térmico e acústico: depende da sua densidade. - Resistência ao fogo: estanqueidade. - Função aspecto: integridade sob ação dos agentes agressivos. Agentes gressivos na edificação Critérios de desempenho Resistências mecânicas: compressão; tração e módulo de deformação. Impermeabilidade: coeficiente de capilaridade. Resistência de aderência: extensão de aderência. O bom desempenho das argamassas Depende da concepção da argamassa e da proporção dos materiais adotada no traço. Concepção da argamassa, por exemplo, FACHADAS Identificar exaustivamente todos os possíveis agentes de agressão. Função ASPECTO Uma edificação de bom aspecto, isto é, limpa e nova é muito agradável aos olhos. Dentre os agentes agressores, destaca-se o clima - Poluição - Desgastes por ação mecânica O Clima Para um bom projeto da fachada da edificação, precisamos entender o clima da cidade em que vivemos O Clima Mudança das estações As estações do ano mudam a agressividade do clima nas fachadas – algumas fachadas serão mais agredidas do que outras em épocas diferentes durante o ano Incidência dos raios solares A incidência de chuva e vento é diferenciada Norte Oeste Leste Sul Inverno – chuva dirigida Verão - brisa Movimento aparente do sol Diante do exposto O conhecimento do grau de agressividade que a fachada estará sujeita é importante para o projeto adequado Esquema do movimento aparente do sol nas edificações Norte Sul Inverno Verão Olinda Jaboatão Primavera/Outono Esquema em planta do que ocorre durante o inverno Norte Sul Praia Av. Boa Viagem Olinda Jaboatão VENTO COM CHUVA 201 202 Resumo das agressividades climáticas numa fachada Fachada sul mais agredida em relação fachada norte. Poente e nascente Resumo das agressividades climáticas numa fachada Importante definir o clima da cidade. A Cidade do Recife Clima: quente e úmido. Temperatura média: 25,2º C Altitude: 4 m Coordenadas geográficas: latitude 8º 04' 03'' S e longitude 34º 55' 00'' W Informações: http://www.recife.pe.gov.br/pr/ secplanejamento/inforec/ Diante do exposto A ETAPA DO PROJETO DA EDIFICAÇÃO DEVE SER EXAUSTIVA Projeto de fachada Atender às solicitações de agressividade. Materiais adequados para suportar às solicitações. Previsão da manutenção. Materiais As argamassas são compostas de aglomerantes, agregados, adições, aditivos e água. Aglomerantes: hidráulico e aéreo Agregado: inerte e livre de impurezas Adições: pozolanas, finos inertes Aditivos: tensoativos e modificadores da pega Água: livre de impurezas Materiais Água – catalisador, agente que favorece a interação entre os materiais. Aditivos - 1) tensoativos: redutores de água através da incorporação de ar. 2) modificadores da pega: acelera ou não o endurecimento do cimento. Materiais Agregado – 1) densidade de massa aparente: indica a compacidade da areia e a resistência mecânica. 2) composição granulométrica: maior continuidade menor consumo de água para uma mesma trabalhabilidade TRANSPARENCIA CURVAS GRANULOMÉTRICAS RELAÇÃO MMVERSUS A/C MODULO DE FINURA Materiais Adições – 1) Pozolanas (p. ex. sílica ativa e argila calcinada): têm a função de reduzir a permeabilidade da argamassa, através das reações pozolânicas. 2) Finos inertes(p. ex.filito calcário e saibro, abaixo #200): podem contribuir na redução da porosidade, mas aumentam o consumo de água e pulverulência da argamassa. Materiais Aglomerantes hidráulico: o cimento 1) Responsável pela ligação entre as partículas e pelo ganho de resistência mecânica na argamassa. 2) Influência nas propriedades das argamassas sua finura e composição química. Materiais Aglomerantes hidráulico - o cimento 3) A finura influencia na sua reatividade, quanto mais fino mais rápida é seu endurecimento. 4) A composição química, concentração de C3S, C2S, C3A e C4AF, influencia tb na velocidade de ganho de resistência. Materiais Aglomerantes hidráulico - o cimento 5) Dosagem em excesso provoca retração ao longo do seu endurecimento. 6) Patologias de descolamento ou perda de aderência por incompatibilidade de deformação. Materiais Aglomerantes aéreo – a cal hidratada 1) Sua qualidade depende da sua produção. 2) A produção da cal hidratada é a partir da calcinação do calcário (CaCO3). 3) A qualidade da cal influencia nas propriedades das argamassas nos estados fresco e endurecido. Materiais Aglomerantes aéreo – a cal hidratada As qualidades da cal hidratada importantes Os ensaios diferenciam três tipos de cal, CH I, CH II e CH III. A diferença entre elas está no aumento do teor de material carbonático, ou material inerte. Materiais Aglomerantes aéreo – a cal hidratada A NBR 7175 especifica os seguinte valores: Teor de CO2: 5% para CH I e CH II, e 13% para CH III A diferença entre a CH I e CH II está no óxido não-hidratados. Para CH I 10% e para não é exigido para CH III 15%. Materiais Aglomerantes aéreo – a cal hidratada A NBR 7175 especifica os seguinte valores: Finura: retido # n.30 0,5% e # 200 15% para CH I, CH II e CH III. Retenção de água: 80% para CH I e CH II, 70% para CH III. Materiais Aglomerantes aéreo – a cal hidratada A NBR 7175 especifica os seguinte valores: Plasticidade: 110% para CH I, CH II e CH III. Incorporação de areia: 2,5 para CH I e CH II, e 2,2 para CH III. Materiais Aglomerantes aéreo – a cal hidratada. CaCO3 + calor CaO + CO2 CaO + H2O Ca(OH)2 Ca (OH)2 + CO 2 CaCO3 + H2O Qualidade da cal hidratada versus propriedades das argamassas. Estado fresco: 1) A substituição do cimento por cal hidratada na argamassa melhora a sua coesão. 2) A cal melhora a retenção de água das argamassas sem prejuízo das suas propriedades mecânicas. Qualidade da cal hidratada versus propriedades das argamassas. Estado fresco: A maturação da cal permite menor consumo de água para uma mesma trabalhabilidade, após 24 horas. TRANSPARENCIA REOLOGIA DA CAL MATURAÇÃO TEOR DE CIMENTO VERSUS TEOR DE CAL Qualidade da cal hidratada versus propriedades das argamassas. Estado fresco: O rendimento na argamassa - “rendimento o volume de pasta que se obtém por saco de cal, na composição de uma argamassa básica”. Qualidade da cal hidratada versus propriedades das argamassas. Estado fresco: Aumenta a superfície de aderência, pois como argamassa é mais plástica maior será a sua penetração na rugosidade da base. Base Argamassa Qualidade da cal hidratada versus propriedades das argamassas. Estado endurecido: o aumento do teor de cal nas argamassasfavorece as seguintes propriedades: - Aumenta a resistência de aderência em função do aumento da extensão de aderência. - Diminui as resistências à tração e à compressão em função da diminuição do teor de cimento. Qualidade da cal hidratada versus propriedades das argamassas. Estado endurecido: Aumenta a capacidade de deformação em função da redução do teor de cimento. Ensaios recomendados para argamassas. Resistência à compressão – NBR 7215 Resistência à tração na flexão – NBR 12142 Absorção de água – NBR 9779 Retração por secagem – NBR 8490 Resistência de aderência – NBR 13528 Tipo de cimento versus propriedades da argamassa Os cimentos variados foram CP II E, II F, CP III, CP V e CP V – RS. O traço adotado foi 1:1:6 (cimento: cal: areia) em massa, com consistência 28010mm.CONSTANTES. Duas cales CHI e CHIII Tipo de cimento versus propriedades da argamassa Todas as propriedades no estado endurecido demonstraram que para um mesmo traço (1:1:6) o aumento da qualidade da cal diminui as propriedades medidas pois significa mais cimento para reagir. E entre os tipos de cimento, foi observado que o ganho de resistência é alterado em função da reatividade, por exemplo, os cimentos com adições são os mais lentos. Variações de traços de argamassas – consumo kg/m3 de areia de cimento e cal para revestimentos RS Cimento / Cal hidratada Ext. 160 a 320 / 180 a 240 Int. 80 a 320 / 200 a 240 MG Cimento / Cal hidratada Ext. 190 a 250 / 70 a 190 Int. 120 a 150 / 120 a 150 Variações de traços de argamassas – consumo kg/m3 de areia de cimento e cal para revestimentos SP Cimento / Cal hidratada Ext. 110 a 240 / 0 a 170 RJ Cimento / Cal hidratada Ext. 150 a 280 / Int. 100 a 190 / Variações de traços de argamassas – em função da densidade de massa aparente da areia seca ( kg/dm3 ). Traço 1:1:6 - relação aglo/greg 1:0,644: 6,878 – 0,239 - BSI 1:0,644: 7,636 – 0,215 - ASTM 1:0,644: 8,484 – 0,194 - DTU 1:0,644: 8,026 – 0,205 - ABNT Sistema de revestimento, se com 1, 2 ou 3 camadas depende do grau de exposição da fachada. Se industrializada a escolha pode ser através de uma tabela de desempenho: MERUC Classe M E R U C Kg/dm 3 MPa MPa % g/dm 2 .min 1/2 1 < 1,2 < 5.000 < 1,5 < 78 < 1,5 2 1,0 a 1,4 3.500 a 7.000 1,2 a 2,0 75 a 85 1,0 a 2,5 3 1,2 a 1,6 5.000 a 10.000 1,5 a 2,5 82 a 90 2,0 a 4,0 4 1,4 a 1,8 7.500 a 14.000 2,0 a 3,2 88 a 94 3,0 a 7,0 5 1,6 a 2,0 12.000 a 20.000 2,7 a 4,0 92 a 97 5,0 a 12,0 6 > 1,8 > 16.000 > 3,4 96 a 100 > 10,0 Para recuperar bem e ser durável
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