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26/02/2014 1 CIÊNCIAS DOS MATERIAIS E PROPRIEDADES DOS MATERIAIS DISCIPLINA: MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Eng. Civil, MSc. Danilo Gonçalves Batista C IE N C IA S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista CIENCIAS DOS MATERIAIS Os materiais têm sido importantes na cultura humana desde milênios de anos atrás para o uso em transportes, habitação, comunicação, recreação, proteção, etc...enfim, em tudo que está ligado a sua sobrevivência. Entretanto os primeiros seres humanos , tiveram acesso apenas a um número limitado de materiais, os naturais. A noção de Ciência dos Materiais ao engenheiro tem por objetivo formar um profissional capaz de entender os fundamentos e a interrelação entre os diferentes níveis de estrutura que constituem os materiais de engenharia e as principais propriedades apresentadas pelos mesmos em função dos processos de fabricação, o que implicará em suas seleções para diversas aplicações. Os materiais de engenharia podem ser classificados em distintas categorias: metálicos, cerâmicos, poliméricos, materiais compósitos, os materiais biocompatíveis e os materiais semicondutores. C IE N C IA S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 26/02/2014 2 C IE N C IA S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista Metais : São combinações de elementos metálicos, bons condutores de eletricidade e calor e não transparentes, também são muitos resistentes e deformáveis. Cerâmicos: São compostos entre elementos metálicos e não metálicos frequentemente óxidos, nitretos e carbetos. A grande variedade de materiais que se enquadra nesta classificação são compostos de materiais argilosos, cimentos e vidros. Os cerâmicos são duros, porém muito quebradiços. São materiais frágeis. Polímeros: São materiais comuns de plásticos e borracha, compostos orgânicos baseados no carbono, hidrogênio e outros não metálicos, estrutura molecular muito grande, baixa densidade e extremamente flexíveis. Compósitos: Consiste em um ou mais tipo de material, trabalhando juntos, sendo que, as propriedades do conjunto são melhores do que a de um material individual. Ex: concreto e fibras de carbono impregnadas. Semi condutores: São materiais que possuem propriedades elétricas intermediárias aos condutores normais. Eles tornaram possível os circuitos integrados que revolucionaram as indústrias de eletrônicos. Biomateriais: São empregados em componentes implantados no interior do corpo humano. Todos os materiais citados anteriormente, podem ser usados com biomateriais A T A Q U E P O R S U L F A T O S /S U L F E T O S Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIENCIAS DOS MATERIAIS Ciência dos Materiais: conhecimento básico da estrutura interna dos materiais, suas propriedades e processos de fabricação. Para o estudo dos diversos materiais usados na engenharia, é preciso conhecer a sua estrutura atômica, propriedades e comportamento, quando submetidos à tensões , esforços ou tratamento que modificam sua microestrutura. A estrutura de um material pode ser dividida em quatro níveis: ● Estrutura atômica; ● Arranjo atômico; ● Microestrutura; ● Macroestrutura. Modelo planetário: núcleo no centro com elétrons “orbitando “ ao seu redor A T A Q U E P O R S U L F A T O S /S U L F E T O S Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO ATRAÇÕES INTERATÔMICAS Elas resultam da interferência de ondas estácionárias e eletrônicas, isto é, do contato entre níveis e órbitas de elétrons, de dois ou mais átomos. Os tipos de ligações atômicas são : iônica , covalente, metálica e secundárias de Van Der Waals. Os materiais macroscópicos, da engenharia civil, como pôr exemplo, a cerâmica , o aço, os plásticos, etc..., cada um deles se originou de um tipo de ligação atômica. a) Ligação iônica : Atração mútua entre positivo e negativo (propriedades encontradas : Materiais isolantes, duros e quebradiços. Ex: cerâmica, cimentos , rebolos e sal de cozinha). b)Ligação covalente : Compartilhamento de elétrons de átomos adjacentes. (propriedades encontradas : Também isolantes, menos quebradiços. Ex: Plásticos). c) Ligação metálica : Caracterizada pôr uma núvem de elétrons livres e íons positivos. (propriedades encontradas : bons condutores de eletricidade e calor. Ex: ferro, cobre e alumínio). 26/02/2014 3 C IÊ N C IA S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CONCEITOS INICIAIS Massa atômica: É a massa representativa de um átomo, considerando o total de prótons e nêutrons. Obs. Em termos de massa, o que importa, no átomo, é realmente o núcleo, porque contém os elementos mais pesados. A massa do elétron é praticamente desprezível, uma vez que é apenas 0,0005 g da massa de um próton ou de um nêutron. Número atômico: O número atômico indica o número de elétrons ou de prótons de cada átomo (considerando o átomo neutro, ou seja, com cargas elétricas negativas e positivas iguais). Ex: Um átomo de cobre, que contém 29 elétrons e 29 prótons, tem um número atômico igual a 29. C IÊ N C IA S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO TABELA PERIÓDICA DOS ELEMENTOS C IÊ N C IA S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO IDENTIFICAÇÃO NA TABELA PERIÓDICA 26/02/2014 4 C IÊ N C IA S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO ESTRUTURA ATÔMICA DO ATOMO modelo planetário: núcleo no centro com elétrons “orbitando “ ao seu redor Detalhes do átomo Modelos simplificados do átomo. Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista ESTRUTURA ATÔMICA DO ÀTOMO Níveis energéticos ou camadas eletrônicas: Os elétrons que circundam o núcleo de um átomo não o fazem dentro de um mesmo nível energético; Eles respeitam níveis ou grupos quânticos, assim como, dentro desses níveis, estão sujeitos a subníveis ou subgrupos específicos. O nível energético ocupado por cada elétron obedece, inicialmente, a uma estrutura de níveis ou camadas quânticas principais, designada por números quânticos principais (n), cujos valores são: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7; Esta sequencia diz respeito ao sentido crescente dos níveis quânticos representada pelas letras K (n = 1), L (n = 2), M (n = 3), N (n = 4), O (n = 5), P (n = 6) e Q (n = 7); Assim, elétrons que pertençam ao nível quântico K pertencem ao primeiro nível quântico (n = 1), de menor energia em relação aos demais níveis. Números quânticos: Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista ESTRUTURA ATÔMICA DO ÀTOMO Números máximos de elétrons em um dado nível quântico: Números quânticos K L M N O P Q 2 8 18 32 32 18 2 Subníveis de energia: Nos átomos dos elementos conhecidos, podem ocorrer 4 subníveis possíveis (para cada nível quântico), designados sucessivamente pelas letras: s (“sharp”) => é o subnível de menor energia e o número máximo de elétrons desse subnível é igual a 2; p (“principal”) => tem maior nível energético que “s” e pode ter no máximo 6 elétrons; d (“diffuse”); tem maior nível energético que “p” e “s” epode ter um máximo de 10 elétrons; f (“fundamental”) => subnível de maior energia em um dado nível, podendo ter, no máximo, 14 elétrons. 26/02/2014 5 C IE N C IA S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIENCIAS DOS MATERIAIS Para se dar a configuração eletrônica de um átomo, colocam-se os elétrons, primeiramente, nos subníveis de menor energia. Exemplo : Sódio (Na) - elemento de n° atômico 11 Na: 1s2 2s2 2p6 3s1 Configuração eletrônica de um átomo : Estrutura eletrônica do Na, mostrando as camadas ou níveis quânticos K, L e M com seus elétrons (em vermelho). Valência do átomo: A valência de um átomo está relacionada com a habilidade do átomo para entrar em combinação química com outros elementos, sendo frequentemente determinada pelo número de elétrons na camada mais externa, em especial nos subníveis “s p”. Camada mais externa = camada de valência (importante no tipo de ligação química que átomo desenvolverá) C IE N C IA S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIENCIAS DOS MATERIAIS “Os átomos tendem a buscar um arranjo altamente estável de 8 elétrons na camada de valência (exceto H e He que se estabilizam com 2 elétrons)” Valência baixa (em geral < 3) : átomos perdem elétrons da camada de valência; Valência alta (de 5 a 7) : átomos recebem elétrons na camada de valência; Valência 4: em geral há compartilhamento de elétrons. C IE N C IA S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista LIGAÇÕES ATÔMICAS • Ligação iônica: Bons isolantes térmicos e elétricos. Predominante nos cerâmicos. • Ligação covalente: Materiais são bons isolantes térmicos e elétricos, Ligação bastante comum nos polímeros e materiais cerâmicos.; • Ligação metálica: Apresentam boa capacidade de deformação e tratamentos térmicos; Comportam-se com boa ductilidade (plasticidade); Ligação não-direcional, geralmente forte. Ligações primárias (fortes): Ligações secundárias – forças de van der Waals: • Moléculas polares; • Dipolos induzidos; • Pontes de hidrogênio. O tipo de ligação interatômica influencia nas propriedades dos materiais. Os elementos se ligam para formar os sólidos com uma configuração mais estável: geralmente oito elétrons na camada de valência (= gases nobres He , Ne , Ar , Kr , Xe , Rn) 26/02/2014 6 C IE N C IA S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista LIGAÇÕES ATÔMICAS As interações atômicas ocorrem porque, uma das leis que regem a matéria, é de que os materiais tendem a estabilidade, ou seja, a um mínimo nível energético. No caso de estarem ligados quimicamente, há um decréscimo em seu nível energético, favorecendo a uma condição energética mais estável. As ligações secundárias são muito mais fracas que as ligações metálicas, iônicas e covalentes. A força de Van der Walls é uma força de atração muito fraca que tem sua origem na atração dos núcleos positivamente carregados de cada molécula pelos elétrons de outra molécula. Este tipo de ligação tem sua importância ressaltada nos polímeros (plásticos). Tanto a força de Van der Walls como as pontes de hidrogênio são facilmente formadas e facilmente rompidas. Embora seja tratado isoladamente cada um dos tipos de ligação, muitos materiais podem apresentar mais de uma ligação simultaneamente. C IE N C IA S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO ENERGIA DE LIGAÇÃO A energia de ligação é, por definição, a energia mínima requerida para criar ou para quebrar a ligação. Ligação Energia de ligação (kJ/mol) Iônica 625 – 1550 Covalente 520 – 1250 Metálica 100 – 800 Forças de van der Waals < 40 Faixas de energia em função do tipo de ligação atômica. C IE N C IA S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO LIGAÇÕES ATÔMICAS CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS MATERIAIS Materiais Tipo de ligação predominante Informações gerais Cerâmico e Vidros Iônica, mas às vezes aparece em conjunto com ligações covalentes fortes. Cerâmicas em geral são duras e frágeis, com baixa ductilidade e baixas condutividades elétrica e térmica – não existem elétrons livres, e ligações iônicas e covalentes têm alta energia de ligação. Com relação aos materiais cerâmicos, tem-se que suas propriedades de resistência ao desgaste, resistência ao calor, baixo coeficiente de atrito e baixo peso são vantajosos do ponto de vista de eficiência mecânica. Como características os cerâmicos apresentam elevada dureza, grande resistência mecânica em temperaturas elevadas, porém manifestam grande grau de fragilidade. Tipos predominantes de ligação em função do tipo de material e outras informações. 26/02/2014 7 C IE N C IA S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO LIGAÇÕES ATÔMICAS CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS MATERIAIS Materiais Tipo de ligação predominante Informações gerais Metais Metálica Metais apresentam elevadas ductilidade e condutividades elétrica e térmica – os elétrons livres transferem com facilidade carga elétrica e energia térmica. Por apresentarem elétrons livres nas últimas camadas de valência, tem importância fundamental quando as propriedades específicas de aplicação dos mesmos são condução térmica e elétrica. Como exemplo de materiais não metálicos e que podem fazer parte da composição dos metais temos o carbono, o nitrogênio e o oxigênio. Tipos predominantes de ligação em função do tipo de material e outras informações. C IE N C IA S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO LIGAÇÕES ATÔMICAS CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS MATERIAIS Tipos predominantes de ligação em função do tipo de material e outras informações. Materiais Tipo de ligação predominante Informações gerais Polímeros Covalente, mas às vezes existem ligações secundárias entre cadeias. A origem da composição dos materiais poliméricos é orgânica, ou seja, constituídos de longas cadeias carbônicas, compondo moléculas. Polímeros podem ser pouco dúcteis e, em geral, são pobres condutores elétricos. Se existirem ligações secundárias, podem ter sua ductilidade bastante aumentada, com quedas de resistência e do ponto de fusão. C IE N C IA S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO LIGAÇÕES ATÔMICAS CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS MATERIAIS Tipos predominantes de ligação em função do tipo de material e outras informações. Materiais Tipo de ligação predominante Informações gerais Semicondutores Covalente, mas alguns compostos semicondutores têm elevado caráter iônico. Semicondutores em geral têm baixas ductilidade e condutividade elétrica em função das ligações covalentes e iônicas. 26/02/2014 8 C IE N C IA S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃOARRANJOS ATÔMICOS – ESTRUTURA DOS MATERIAIS Os arranjos atômicos, que propiciam a formação dos materiais, podem ser de três tipos básicos, gerando, então, três classes estruturais principais: • Estruturas moleculares; • Estruturas cristalinas; • Estruturas amorfas. C IE N C IA S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MICROESTRUTURA DOS MATERIAIS COMENTÁRIOS SOBRE ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO MICROESTRUTURAL M IC R O E S T R U T U R A MICROSCÓPIA ÓTICA : EXEMPLO NA INVESTIGAÇÃO DE MINERAIS SULFETOS Legenda: Po= pirrotita; Py= pirita; Cpy= calcopirita; Bo = bornita; Ptl: Pentlandita 26/02/2014 9 M IC R O E S T R U T U R A CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA E MINERALÓGICA DOS AGREGADOS E MATERIAIS ROCHOSOS visão geral do agregado graúdo representado por uma rocha granítica formada principalmente por plagioclásio (1), microclínio (2) e quartzo (3) com biotita restrita (4), que às vezes está associada com epidoto e allanita (5). MEV - DOT MAPPING Grão de pirrotita analisado Pirrotita observada pelo MEV FASE Elementos Mg M IC R O E S T R U T U R A MICROESTRUTURA COM NEOFORMAÇÕES IDENTIFICADAS POR MEV Rosáceas da RAA 26/02/2014 10 P R O P R IE D A D E S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO PROPRIEDADES DOS MATERIAIS Os critérios que um engenheiro deve adotar para selecionar um material: - condições de serviço e propriedades requeridas para tal aplicação, - fatores de degradação de propriedades, como temperatura, agentes corrosivos, radiações, - propriedades de interesse e qual o desempenho e limitações no uso, disponibilidade de matéria-prima e viabilidade técnica de processamento, - impacto ambiental e reciclabilidade após uso; - custo total. N O R M A L IZ A Ç Õ E S Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO NORMAS E ORGANISMOS RELACIONADOS COM OS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Para aferir todas as intervenções no domínio dos materiais de construção existem as Normas. As Normas são documentos do domínio público com funções diversas, mas que relativamente aos materiais de construção visam a satisfação de alguns dos seguintes objetivos: estabelecer regras para cálculos ou métodos para a execução dos trabalhos; especificar características de materiais e meios de as controlar; descrever pormenorizadamente procedimentos de ensaios; estabelecer dimensões e tolerâncias de materiais e produtos; criar terminologia técnica específica e atribuir convenções simbólicas em desenhos; definir classes de produtos ou materiais. N O R M A L IZ A Ç Õ E S Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO NORMAS E ORGANISMOS RELACIONADOS COM OS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Em todos os países existem organismos responsáveis pela realização de normas: ABNT NBR – Associação Brasileira de Normas Técnicas ISO – Organização Internacional de Normalização ASTM – American Society for Testing Material BS – British Standards Institution ACI – American Concrete Institute UNE – União das Normas Espanholas NP – Normas Portuguesas – Instituto Português da Qualidade ATIC / ONS – Associação Técnica da Indústria do Cimento / Organismo de Normalização Setorial (portugal). PCA – Portland Cement Association 26/02/2014 11 N O R M A L IZ A Ç Õ E S Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO NORMAS E ORGANISMOS RELACIONADOS COM OS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO DIN – Deutsche Normenausschuss CEN – Comissão Europeia de Normalização LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil IETCC – Instituto Eduardo Torroja de la Construcción y del Cemento CEB – Comissão Europeia de Betão RILEM – Reunião Internacional de Laboratórios de Ensaios de Materiais CSTB – Centro Científico e Tecnológico de Edifícios (França) LCPC – Laboratório Central de Pontes e Estradas (França) CEMBUREAU – Associação Europeia de Cimento AFNOR – Associação Francesa de Normalização Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista PROPRIEDADES GERAIS DOS MATERIAIS a) seco em estufa: isento de umidade livre, quer seja na superfície externa ou umidade interna, expelidas pelo calor; b) seco ao ar: sem umidade superficial, mas com alguma umidade interna; c) saturado com superfície seca (sss): o agregado é considerado na condição de s.s.s. quando, durante o amassamento, não absorver nenhuma parte da água adicionada e nem contribui com qualquer de sua água contida, na mistura. Qualquer agregado na condição de s.s.s. possui água absorvida (água mantida aderente à superfície por ação físico-química) na sua superfície, desde que esta água não possa ser removida facilmente do agregado; d) úmido: com água livre em excesso, o que contribui para alterar o teor de água da mistura. Considerações iniciais sobre a umidade dos agregados (exemplo!) P R O P R IE D A D E S M E C Â N IC A S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista PROPRIEDADES GERAIS DOS MATERIAIS Considerações iniciais sobre a umidade dos agregados (exemplo!) Ab sorção efet iva C apaci dade de a bsorção Umida de superfic ial Umi dade to tal Vazios in ternos Vazios ex ternos Água absorv ida Água liv re (a) (b ) (c) (d ) P R O P R IE D A D E S M E C Â N IC A S D O S M A T E R IA IS 26/02/2014 12 Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO PROPRIEDADES GERAIS DOS MATERIAIS A relação entre a massa e o volume dos materiais permite caracterizar objetivamente alguns materiais de construção civil. A massa corresponde à quantidade de matéria encerrada num corpo e a unidade utilizada para a quantificar é quilograma (kg). A unidade utilizada para quantificar o peso de um corpo é quilograma força (kgf). PRINCIPAIS GRANDEZAS: Volume aparente, V (ou volume total): representa o volume aparente de um corpo consideram-se o volume de matéria e o volume dos vazios nele encerrados: V=Vr + Vv V Volume aparente (m³) Vr Volume absoluto (m³) Vv Volume de vazios (m³). P R O P R IE D A D E S M E C Â N IC A S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista PROPRIEDADES GERAIS DOS MATERIAIS PRINCIPAIS GRANDEZAS (Continuação): Volume absoluto, Vr (ou volume real): corresponde ao volume ocupado pela matéria, não se considerando o volume de vazios desse corpo; Vr =V – Vv Massa específica: é a relação entre a massa do agregado seco e seu volume, excluindo os poros permeáveis. Massa específica aparente: É a relação entre a massa do agregado seco e seu volume, incluindo os poros permeáveis. Massa específica relativa: É a relação entre a massa da unidade de volume de um material, incluindo os poros permeáveis e impermeáveis, a uma temperatura determinada, e a massa de um volume igual de água destilada, livre de ar, a uma temperatura estabelecida.;Densidade: relaciona a massa de um corpo com a massa de igual volume de água a uma temperatura de 4º C; Porosidade: corresponde ao quociente entre o volume de vazios e o volume aparente (expresso em %). P R O P R IE D A D E S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista PROPRIEDADES GERAIS DOS MATERIAIS PRINCIPAIS GRANDEZAS (Continuação): O conceito de massa específica relativa pode ser aplicado tanto à massa específica, quanto à massa específica aparente, dividindo-se os resultados obtidos pela massa específica da água a uma determinada temperatura. A massa específica relativa é uma grandeza adimensional, devendo ser expressa sempre em função da temperatura. Quando determinada de acordo com esta Norma, deve ser expressa com duas casas decimais. A norma NBR NM 52 (ABNT, 2002) traz ainda que agregado saturado superfície seca refere-se a condição onde as partículas de agregado culminaram suas possibilidades de absorver água e mantém a superfície seca. P R O P R IE D A D E S D O S M A T E R IA IS 26/02/2014 13 Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS P R O P R IE D A D E S M E C Â N IC A S D O S M A T E R IA IS TENSÃO E DEFORMAÇÃO DOS MATERIAIS Os materiais, quando submetidos a um esforço de natureza mecânica tendem a deformar-se. Conforme a sua natureza, o comportamento varia durante a deformação. Podem apresentar apenas deformação elástica até a ruptura, como no caso de elastômeros, ou sofrer apreciável deformação plástica antes da ruptura, como nos metais e termoplásticos. A deformação elástica é resultado de uma pequena elongação ou contração do retículo cristalino na direção da tensão (tração ou compressão) aplicada. A resistência mecânica de um material é caracterizada pelo parâmetro chamado tensão, que é a resistência interna de um corpo a uma força externa aplicada sobre ele, por unidade de área. Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS P R O P R IE D A D E S M E C Â N IC A S D O S M A T E R IA IS TENSÃO E DEFORMAÇÃO DOS MATERIAIS (observações!) Deve-se observar que a tensão tem a dimensão de força por unidade de área e a deformação é uma grandeza adimensional. A tensão pode ser relacionada com a deformação através da equação correspondente a lei de Hooke, onde a constante E é uma constante do material denominada módulo de elasticidade. Quanto mais intensas as forças de atração entre os átomos, maior é o módulo de elasticidade E. Qualquer elongação ou contração de uma estrutura cristalina em uma direção, causada por uma tensão, produz uma modificação na dimensão perpendicular (lateral). Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS O dimensionamento estrutural de uma edificação só é possível quando se conhecem as propriedades mecânicas dos materiais que vão ser utilizados na sua construção. Qualquer corpo quando é submetido à ação de uma solicitação exterior (força ou momento) sofre uma deformação, que podem ter caráter reversível ou irreversível. Em cada secção o esforço distribui-se pela área de sua aplicação. Se a área da secção transversal é pequena, o esforço será grande; se a área aumentar, o esforço diminuirá. A relação entre as forças aplicadas numa determinada secção e a sua área designa-se por tensão, s. P R O P R IE D A D E S M E C Â N IC A S D O S M A T E R IA IS 26/02/2014 14 P R O P R IE D A D E S M E C Â N IC A S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS Principal propriedade: Resistências à compressão e módulo de elasticidade. Repassar texto elaborado sobre considerações do módulo de elasticidade do concreto!!! NBR 8522 (ABNT, 2008) Tensão é a relação entre a carga aplicada e a área resistente. A tensão é expressa em kgf/cm² ou N/m²=Pa, é mais usual expressar em MPa=N/mm². A TENSÃO ACEITÁVEL, PARA CADA MATERIAL, É OBTIDA PELA TENSÃO DE RUPTURA MINORADA POR UM COEFICIENTE DE SEGURANÇA. Deformação é definida como a relação entre a variação de comprimento (após aplicar determinada carga no material) e o comprimento inicial (base de comprimento marcado no material) conforme a seguinte equação: Onde L0 é o comprimento inicial e Lf é o comprimento final após aplicar determinada solicitação no material. Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO PROPRIEDADES DOS MATERIAIS DUCTILIDADE: Deformação plástica total até o ponto de ruptura Metais => “facilidade do metal de se transformar em fio” Medidas da ductilidade: - Alongamento (%) - Estricção (%) A ductilidade é a propriedade que representa o grau de deformação que um material suporta até o momento de sua fratura. Materiais que suportam pouca ou nenhuma deformação no processo de ensaio de tração são considerados materiais frágeis. Isto é quando por exemplo um plástico é rasgado ao meio, esse processo entre estica- lo até rasga-lo é chamado de ductibilidade. A ductilidade reflete na capacidade de se deformar o material. O materila Fragil possui ruptura brusca, sendo pouco ou quase nada ductil. P R O P R IE D A D E S M E C Â N IC A S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO PROPRIEDADES DOS MATERIAIS DUREZA: Resistência da superfície do material à penetração ou à resistência do material ao risco Ex: Material duro => diamante Obs.: o material pode ter alta dureza, alta resistência mecânica, mas ter comportamento frágil. P R O P R IE D A D E S M E C Â N IC A S D O S M A T E R IA IS 26/02/2014 15 Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO PROPRIEDADES DOS MATERIAIS TENACIDADE: Medida da energia necessária para romper o material “ energia absorvida no estado elastoplástico” P R O P R IE D A D E S M E C Â N IC A S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO PROPRIEDADES DOS MATERIAIS RESILIÊNCIA: Mesmo conceito de resiliência, só que no regime plástico. Energia absorvida no estado elástico e representa a capacidade do material se deformar elasticamente, sem atingir o regime plástico. Resiliência refere à propriedade de que são dotados alguns materiais, de acumular energia quando exigidos ou submetidos a tensões sem ocorrer ruptura. Após a tensão cessar poderá ou não haver uma deformação residual causada pela histerese do material A resiliência é a capacidade que o material tem de reter energia enquanto se deforma elasticamente e quando livre da tensão devolver esta energia. O módulo de resiliência é calculado através da área do gráfico onde ocorre o comportamento elástico. P R O P R IE D A D E S M E C Â N IC A S D O S M A T E R IA IS Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Na prática a importância doconhecimento da deformação elástica na maioria das peças, estruturas e equipamentos que fabricamos é que estas não devem sofrer modificações na sua forma com o tempo. Por exemplo, não queremos montar um telhado sobre uma estrutura metálica, e o peso deste telhado deformar algumas tesouras, podendo ocasionar um efeito catastrófico. Por isto, projetamos esta estrutura para suportar apenas deformação elástica. A capacidade dos metais de serem deformados de modo permanente é chamada de plasticidade. Portanto, deformação plástica é aquela que ocorre quando um carregamento causa um deslocamento permanente, ou seja, a retirada da tensão não implica no retorno dos planos cristalinos as suas posições originais. RESUMO DAS PRINCIPAIS PROPRIEDADES MECÂNICAS a) Resistência mecânica – pode-se conceituar resistência mecânica como sendo a capacidade do material de resistir a esforços de natureza mecânica, como tração, compressão, cisalhamento, torção, flexão entre outros, sem romper e/ou se deformar. O termo “resistência mecânica”, porém abrange na prática um conjunto de propriedades que o material deve apresentar, dependendo da aplicação ao qual se destina. É muito comum para efeito de projeto relacionar diretamente a resistência mecânica com resistência à tração do material. P R O P R IE D A D E S M E C Â N IC A S D O S M A T E R IA IS 26/02/2014 16 Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS RESUMO DAS PRINCIPAIS PROPRIEDADES MECÂNICAS (Continuação) b) Elasticidade – é a capacidade que o material apresenta de deformar-se elasticamente. A deformação elástica de um material ocorre quando o material é submetido a um esforço mecânico e o mesmo tem suas dimensões alteradas, e quando o esforço é cessado o material volta às suas dimensões iniciais; c) Ductilidade e/ou plasticidade – é a capacidade que o material apresenta de deformar-se plasticamente (ou permanentemente) antes de sua ruptura. Nota-se que houve deformação plástica de um material quando este é submetido a um esforço mecânico e o mesmo tem suas dimensões alteradas, e quando o esforço é cessado o material não retorna à sua dimensão inicial. d) Dureza – A dureza possui várias definições. Talvez a que mais se adapte ao nosso curso seja: dureza é a medida da resistência que o material possui a deformação plástica localizada. e) Tenacidade – é a capacidade que o material possui em absorver energia antes de sua ruptura. Dentro deste mesmo conceito pode-se associar a tenacidade com a resistência ao impacto. P R O P R IE D A D E S M E C Â N IC A S D O S M A T E R IA IS Eng. Civil, MSc. Danilo Gonçalves Batista AULAS 2 e 3
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