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Estudo Dirigido – Economia dos Recursos Naturais e Ambientais O sistema Terra com a sua diversidade não somente em termos de riquezas naturais, mas também biológicas e culturais, é que proporciona a base para a vida e a prosperidade de toda a humanidade. O ecocentrismo, também denominado fisiocentrismo, concede valor intrínseco aos indivíduos naturais, além das seguintes coletividades naturais: - Biótipos. - Ecossistemas. - Paisagens. A origem do termo natureza vem da palavra latina ‘natura’ de raiz nasci (nascer) e significa em primeiro lugar: a ação de fazer nascer” e dos antigos gregos, o significado de ‘total ou totalidade. Usualmente, a ideia de natureza faz referências aos fenômenos do mundo físico e biológico, mas também está associada ao que existe no imaginário humano como algo da ordem do selvagem, perigoso e obscuro e, para muitas pessoas, está associado aos aspectos de falta de cuidado, sujo. Na visão ecocêntrica, o mundo natural é visto em sua totalidade, na qual o homem está inserido como qualquer ser vivo, sendo, portanto, inseparável. O meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida, em todas as suas formas. Os recursos ambientais e naturais podem ser considerados de certa forma como sinônimos, pois são ditos como elementos que integram o sistema do planeta, componentes da paisagem e que não passaram por processos de transformação a partir das atividades humanas. O termo recursos naturais já foi bastante utilizado quando havia referência às práticas de proteção ambiental, mas, no entanto, hoje praticamente já não faz mais da parte da legislação brasileira, a qual, preferentemente, tem utilizado “recursos ambientais”. Do ponto de vista da ecologia, os recursos são os elementos ou insumos que os organismos dentro de um ecossistema necessitam para a continuidade da sua vida. Os seguintes recursos ambientais ser classificados como renováveis: - Animais e insetos. - Plantas. - Luz solar, ventos e marés As atividades humanas são profundamente dependentes dos bens e serviços providos pelo meio ambiente, portanto é natural que os processos econômicos incluam as relações com o meio externo, ou seja, que contemplem a dinâmica subjacente aos processos naturais que sustentam a vida e os impactos que as atividades humanas têm sobre os sistemas naturais. Os seguintes desafios ambientais com os quais são deparados atualmente se constituem em desafios para as ciências econômicas: - Mudanças climáticas. - Perda de biodiversidade. - Decrescente disponibilidade de água potável. O pensamento tradicional econômico entende que podemos esgotar determinada classe de recurso e nos mover para outro, sem que isso se torne um impeditivo à nossa vida no planeta, pois os avanços tecnológicos permitiriam isso e, como consequência, poderíamos ter um crescimento econômico ilimitado. Os aspectos centrais acerca da finitude dos recursos e do crescimento ilimitado da economia permeiam a discussão de duas correntes metodológicas, a economia ambiental e a economia ecológica. São duas escolas de pensamento com visões distintas sobre os desafios de cunho ambiental e que implicam em resultados diferentes Quando se fala em economia ambiental, essa não é uma abordagem no tocante aos problemas oriundos da degradação ambiental, mas sim a interpretação de uma escola de pensamento econômico, a saber, a neoclássica, desenvolvida pelo economista britânico John Maynard Keynes, a qual passou a incorporar o meio ambiente como objeto de estudo. A economia ambiental tem como base os mesmos pressupostos da teoria neoclássica e concentra a sua análise sobre a escassez de bens e serviços. Entre as várias definições de externalidades, segundo Carlos Alberto Longo (1983), “uma externalidade é uma imposição de um efeito externo causado a terceiros, gerada em uma relação de produção, consumo ou troca”. As externalidades podem ser classificadas como positivas ou negativas. Externalidades negativas são aquelas que geram custos para os demais agentes envolvidos, como a poluição atmosférica, dos rios e oceanos, o desmatamento ilegal e a poluição sonora. Já as externalidades positivas são aquelas que acontecem quando existe um beneficiamento sobre os terceiros, ainda que involuntário. Nesse caso citamos investimentos realizados por empresas privadas em projetos de infraestrutura voltados à questão energética ou mesmo de ordem tecnológica, além de programas sociais que empresas desenvolvem beneficiando comunidades. A evolução dos processos físico-químicos ao longo da história geológica do planeta permitiu a existência de condições para a sustentação da vida. Esses processos proporcionaram padrões atmosféricos para o nosso nível de demanda vital, além de outras condições favoráveis aos seres humanos, como solos agricultáveis e regiões climáticas adequadas à sobrevivência. Os elementos da natureza não devem ser reduzidos somente a recursos, pois, antes de serem transformados, constituem-se em bens e elementos naturais que possuem dinâmica própria, independentes de sua apropriação social. Um recurso natural é como qualquer elemento ou aspecto da natureza que esteja em demanda, seja passível de uso ou esteja sendo usado pelo Homem, direta ou indiretamente, como forma de satisfação de suas necessidades físicas e culturais em determinado tempo e espaço. Os recursos naturais estão integrados na paisagem e pode-se dizer que possuem uma dinâmica de evolução que se deu por meio de processos entre de componentes físicos, químicos e biológicos. A energia é o grande motor da Terra e os seres humanos aprenderam ao longo do processo evolutivo a utilizar as diversas formas de energia disponibilizadas, permitindo o desenvolvimento da civilização. A habilidade em obter e utilizar energia permitiu o ser humano habitar regiões onde o clima é adverso, além da locomoção de forma mais rápida ou de forma mais direta. Esse complexo sistema, organizou-se basicamente a partir da utilização dos seguintes combustíveis fósseis: - Carvão mineral. - Petróleo. - Gás natural. Os principais problemas em relação aos recursos hídricos superficiais estão no impacto das atividades antrópicas, ou seja, extrações desmedidas e contaminação, pois, usualmente, os rios servem como receptores de esgotos urbanos, depósito de lixo e de efluentes agroindustriais. A crise ambiental que afeta a todos os seres vivos da biosfera está relacionada diretamente aos serviços ambientais fornecidos pela natureza. Entre esses serviços se encontram os seguintes elementos: - Regulação do clima. - Provimento de recursos hídricos e ciclagem de nutrientes. - Elementos culturais, beleza cênica e recursos genéticos. O meio ambiente, é o conjunto das substâncias, circunstâncias ou condições em que existe determinado objeto ou em que ocorre determinada ação, envolve todas as coisas vivas e não-vivas que existem na Terra. Os ecossistemas são quaisquer unidades (biossistema) que abranja todos os organismos que funcionam em conjunto (comunidade biótica) numa dada área, interagindo com o ambiente físico, de tal forma que o fluxo de energia produza estruturas bióticas claramente definidas e uma ciclagem de materiais entre as partes vivas e não vivas. Para a Convenção das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica (CDB), o conceito de ecossistema é “um complexo dinâmico de comunidades vegetais, animais e de micro-organismos e o seu meio inorgânico que interagem como uma unidade funcional”. Os serviços ambientais ou serviços ecossistêmicos são aqueles fornecidos pelanatureza às pessoas e que estão relacionados a funções e processos dos ecossistemas importantes para a melhoria do meio ambiente e promoção do bem-estar humano. Os serviços ambientais são imprescindíveis não só para a nossa sobrevivência enquanto espécie humana, mas, também, para a redução da pobreza, pois, na medida em que temos ecossistemas protegidos, cujas funções possam ser mantidas, também reduzimos os riscos e vulnerabilidades, diminuindo a ocorrência dos seguintes eventos: - Enchentes. - Secas. - Extinção de espécies. Em 2001 foi lançado o programa de pesquisas sobre mudanças ambientais, com o apoio das Nações Unidas, tendo como objetivo avaliar a situação dos principais ecossistemas do mundo, chamado Avaliação Ecossistêmica do Milênio (ou Millennium Ecosystem Assessment). Os primeiros resultados foram divulgados no ano de 2005, originando o alerta inicial sobre o impacto negativo irreversível de depredação dos recursos naturais. O relatório ainda indicou que a situação constatada tende a se agravar significativamente nos próximos 50 anos. Esses estudos envolveram os seguintes elementos: - Governos. - Iniciativa privada. - Organizações da sociedade civil. Em 2005, a série de relatórios complexos abrangeram os temas sobre o estado atual e tendências dos ecossistemas (volume 1); avaliação de cenários (volume 2); ações políticas (volume 3); avaliações em multiescala (volume 4). As seguintes regiões abrangidas pelo estudo: - Regiões marinhas, costeiras, águas interiores. - Florestas. - Ilhas e montanhas. Os estudos decorrentes da Avaliação Ecossistêmica do Milênio fundamentaram as seguintes convenções internacionais: - Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB). - Combate à Desertificação. - Espécies Migratórias. - Convenção sobre as Zonas Úmidas de Importância Internacional (Convenção de Ramsar). Avaliação Ecossistêmica do Milênio apoia tanto o conhecimento científico formal quanto os saberes ambientais que povos e comunidades tradicionais detêm. Esse conhecimento tradicional é frequentemente desconhecido pela ciência e pode ser a expressão de outras formas de relacionamento entre a sociedade e a natureza em geral, e de modos particulares de gerenciamento dos recursos naturais. Esse postulado inclusive está nos objetivos da Convenção sobre a Diversidade Biológica e em seus preâmbulos, bem como no artigo 8, recomendando que os “benefícios derivados do uso desse conhecimento sejam também distribuídos entre as comunidades que o detêm”. As ferramentas que serão utilizadas devem ser úteis para apoiar os aqueles que serão os tomadores de decisão, possibilitando apontar os diferentes cenários que os ecossistemas podem estar no futuro. Esse exercício deve estar relacionado às seguintes ações: - Ao estabelecimento de perspectivas futuras ligadas aos serviços ambientais e às consequências de modificações dos ecossistemas para os seres humanos. - À avaliação dos de conflitos relacionadas às compensações individuais dos serviços dentro dos benefícios totais de um ecossistema como um todo. - À análise das capacidades de modelagem entre as forças socioeconômicas e os serviços ambientais, além da análise sobre a incerteza de cenários. Os serviços ambientais são sujeitos a mudanças em sua classificação, na medida em o contexto de degradação ambiental se amplia e, portanto, novas demandas podem surgir. No entanto, de acordo com a Avaliação Ecossistêmica do Milênio, esses serviços são classificados nas seguintes divisões: - Serviços de provisão. - Serviços reguladores. - Serviços culturais. - Serviços de suporte. Os serviços de provisão são aqueles relacionados com a capacidade dos ecossistemas em prover bens, sejam eles alimentos (frutos, raízes, pescado, caça, mel); matéria-prima para a geração de energia (lenha, carvão, resíduos, óleos); fibras (madeiras, cordas, têxteis); fitofármacos; recursos genéticos e bioquímicos; plantas ornamentais e água. Os serviços reguladores são os benefícios obtidos a partir de processos naturais que regulam as condições ambientais que sustentam a vida humana, como a purificação do ar, regulação do clima, purificação e regulação dos ciclos das águas, controle de enchentes e de erosão, tratamento de resíduos, desintoxicação e controle de pragas e doenças. Os serviços culturais estão relacionados com a importância dos ecossistemas em oferecer benefícios recreacionais, educacionais, estéticos, espirituais. Os serviços de suporte são os processos naturais necessários para que os outros serviços existam, como a ciclagem de nutrientes, a produção primária, a formação de solos, a polinização e a dispersão de sementes. A sobrevivência da espécie humana depende dos seguintes serviços que a natureza oferece: - Regulação do clima. - Provimento de água em quantidade e qualidade. - Recursos advindos da biodiversidade, como paisagens e suas belezas cênicas. A definição de serviços ambientais ou serviços ecossistêmicos é simples: trata- se dos benefícios que as pessoas obtêm da natureza direta ou indiretamente, através dos ecossistemas, a fim de sustentar a vida no planeta. A modalidade econômica chamada Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) é um assunto relativamente novo, tratando-se de um tema complexo e foi destaque nos seis volumes da Avaliação Ecossistêmica do Milênio, lançado no ano de 2005. O pagamento por serviços ambientais (PSA) é considerado como um instrumento econômico com o objetivo de lidar com aquilo que os economistas tradicionais apontam como uma falha de mercado, a qual seria ocasionada pela falta de interesse por parte de agentes econômicos em atividades de proteção e uso sustentável dos recursos naturais. Está voltado a estimular as seguintes ações relacionadas a florestas tropicais: - Proteção. - Manejo. - Uso sustentável. Um sistema de Pagamento por Serviço Ambiental (PSA) exige, inicialmente, que exista uma demanda por este serviço, ou seja, um comprador, no caso uma pessoa jurídica, uma organização da sociedade civil, governo e pessoas físicas. Em relação à concepção de sistemas de Pagamento por Serviço Ambiental, através de lições aprendidas com outros projetos, especialistas puderam propor que o processo de desenvolvimento leve em consideração as seguintes etapas: - Etapa 1: que estabelecerá o comparativo entre as condições existentes atualmente e aquelas que serão almejadas. Também devem ser mapeadas as tendências do uso da terra e acerca do manejo dos ecossistemas. São levantadas todas as informações sobre a área incluindo os serviços ambientais e todos os fatores voltados ao seu provimento. - Etapa 2: Análise do público envolvido, ou seja, os compradores e provedores, dentro do contexto econômico da região. - Etapa 3: Identificação das alternativas de manejo, de valoração econômica e quais os instrumentos econômicos necessários. As informações que devem ser qualificadas se referem à priorização das áreas a conservar e recuperar; identificação das medidas de proteção, conservação ou uso sustentável, quais as alternativas econômicas e cálculo de rentabilidade A Economia de Baixo Carbono pode ser definida como a inovação em processos econômicos produtivos, bem como soluções em tecnologia que efetivamente conduzam a melhorias e avanços para diminuição das emissões de CO2 na atmosfera. Desde os anos 50 se tem observado um aumento da dependência em que a economia mundial se encontra com relação às fontes fósseis de energia. Essa dependência é evidenciada pela alta capacidade de conversão em energia a partir do petróleo e pela relativa abundância do produto na época. A partirda década de 1980, o consumo de petróleo é maior do que se tem obtido por meio da exploração desse bem econômico. O fato é que a eficiência energética gera ganhos na otimização de recursos envolvidos pois, ao evitar perdas, reduz também os impactos ambientais decorrentes da produção e uso da energia. O Protocolo de Quioto, tratado complementar a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, constitui-se num marco para a definição de instrumentos de incentivo econômico, estimulando a criação de mercados para serviços ambientais. O Protocolo de Quioto entrou em vigor no ano de 2005. O conceito de Economia Circular tem a sua base estabelecida entre conceitos da ecologia e os processos industriais. É baseada na inteligência da natureza onde os resíduos são transformados em insumos para produção de novos produtos. Esse conceito também é reconhecido por Cradle to Cradle (do berço ao berço), não existindo a ideia de resíduo, pois tudo é nutriente para um novo ciclo. A expressão Cradle to Cradle (C2C) foi concebida por Stahel em finais de 1970, indicando o desenvolvimento de uma abordagem de "ciclo fechado" para os processos de produção e persegue os seguintes objetivos principais: - Extensão de produtos de vida. - Bens de longa duração. - Atividades de recondicionamento e prevenção de resíduos. O modelo da Economia Circular configura-se em uma forma de crescimento econômico com o objetivo de proteção ambiental e prevenção da poluição, contribuindo para o desenvolvimento sustentável. Além do aspecto de que os recursos são utilizados com maior eficiência, reutilizados e reciclados, quando possível, de modo que a contaminação é minimizada, a Economia Circular também promove uma transformação em nas seguintes esferas: - Organização industrial e infraestrutura urbana. - Proteção ambiental. - Paradigmas tecnológicos e distribuição do bem-estar social. Apesar das técnicas derivadas de sensoriamento remoto terem tido seu alcance ampliado, principalmente na última década, passando a fornecer informações consistentes e valiosas sobre os riscos a que os ecossistemas em nível global estão submetidos, ainda existem muitos desafios para se lidar com esses dados. Em países desenvolvidos, o acesso aos dados é bem maior do que nos países ainda em desenvolvimento, uma vez que determinadas áreas do conhecimento são mais favorecidas que outras, como exemplo, as informações agrícolas em detrimento de informações sobre biodiversidade.
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