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CONCERTO EUROPEU
O que foi o Concerto Europeu e sob quais princípios e alianças ele estava baseado?
Durante o Congresso de Viena, foi estabelecido Concerto Europeu, união das grandes potências europeias (Áustria, Grã Bretanha, Prússia e Rússia) pela manutenção da ordem internacional. O sistema então proposto buscava gerenciar diplomaticamente os conflitos das grandes potências europeias e coordenar a ação coletiva em resposta às ameaças dos movimentos independentistas na Europa. Dessa forma, foi firmado também em 1815 o Tratado de Paris, que referia à responsabilidade comum das grandes potências em preservar a paz na Europa. Esse interesse se traduzia na realidade, na vontade em manter o status quo.
Estava implícito no chamado “Concerto Europeu” que questões de estabilidade global seriam solucionadas pelo consenso e uma vez que a Áustria estava no exato caminho de cada desordem que pudesse ocorrer, o príncipe hereditário do Império Austríaco, Klemens von Metternich, desempenhou papel decisivo na condução do sistema internacional com extraordinária habilidade diplomática. Metternich identificava a paz com os governos legítimos. Foi assim que a legitimidade se tornou o cimento da ordem internacional, componente este necessário para a manutenção do equilíbrio de poder. 
No entanto, não se pode negar que os Estados continuavam colocando em primeiro lugar sua segurança e seu bem-estar, porém o auto interesse teve seu sentido amplo. Assim, os Estados acreditavam que estariam mais seguros, se os outros também estivessem. A menos que houvesse fortes razões contrárias, seus interesses seriam respeitados. O concerto foi apoiado pelos Estados, em função da vontade de se evitar a guerra, da série destrutiva de guerras enfrentadas para combater Napoleão e da necessidade de se controlar a instabilidade interna. Contudo, após a primeira derrota de Napoleão, as nações vencedoras e seus aliados se reuniram no Congresso de Viena, com o objetivo de decidir o destino da Europa, refazer o mapa do continente e restabelecer os governos anteriores às conquistas de Napoleão, além de garantir, tanto quanto possível, a tranquilidade internacional.
Para conseguir a tão sonhada estabilidade, os países participantes se reuniam cada vez que uma revolução liberal ameaçava o princípio de legitimidade. 
Ocorreram congressos entre 1818 a 1821.
1) Congresso de Aix-la-Chapelle - composto por Inglaterra, Áustria, Prússia e Rússia e foi realizado em 1818. Com o objetivo de decidir a questão da retirada do exército de ocupação da França.
2) Congresso de Troppau - reuniu a França, Áustria, Rússia, Prússia e Inglaterra em 1820. Foi convocado para discutir uma possível supressão das revoltas liberais contra Ferdinand I das Duas Sicílias e Ferdinand VII da Espanha. Nenhuma posição foi tomada sobre tal discussão que foi deixada para ser resolvida em outros congressos (Laibach e Verona). A única medida tomada foi à assinatura pela Áustria, Rússia e Prússia de um protocolo que ameaçava ações armadas em qualquer tentativa revolucionária que perturbasse o status quo. Inglaterra e França se recusaram a assinar o protocolo, o que causou o primeiro enfraquecimento no sistema de congressos.
3) Congresso de Laibach - conferência que reuniu a França, Áustria, Rússia, Prússia e Inglaterra em 1821. Foi convocada para as discussões começadas no Congresso de Troppau serem completadas. O Congresso fez com que as divergências entre Inglaterra e as potências da Santa Aliança (Rússia, Áustria e Prússia) aumentassem. Durante os trabalhos, os representantes recebem a notícia do início da Revolução Liberal Grega, contra o domínio do Império Turco-Otomano (foi um Estado turco que existiu entre 1299 e 1922 e que no seu auge compreendia a Anatólia, o Médio Oriente, parte do norte de África e do sudeste europeu. Foi estabelecido por uma tribo de turcos oguzes no oeste da Anatólia e era governado pela dinastia Otomana). Ativando o Protocolo de Troppau, decide-se que Áustria invadiria Itália. Inglaterra se retira da reunião, em protesto contra o uso da reunião da Quíntupla Aliança para pactuar ações militares entre russos, austríacos e prussianos..........................................................................................
4) Congresso de Verona - Último encontro da Quádrupla Aliança (1822). Foi convocado para discutir a revolução na Espanha contra Ferdinand VII. O Congresso autorizou que a França reprimisse a rebelião sob um mandato da Santa Aliança. Essa decisão foi discordada pela Inglaterra o que causou uma crescente desunião entre a Inglaterra e as outras potências.
Através do Concerto Europeu instituiu-se uma forma de consulta entre as diversas potências, e através da Santa Aliança, isto é, um sistema de segurança coletiva constituído pela Prússia, Rússia, Áustria, Grã-Bretanha e França, evitava-se que qualquer poder hegemônico surgisse, intervindo-se militarmente em caso de ameaça à ordem estabelecida.
Para manter o equilíbrio, foram criadas: a Santa Aliança (Rússia, Áustria e Prússia) as grandes potências se reuniram no Congresso de Viena para reorganizar o mapa político da Europa, com objetivo de conter a difusão da revolução liberal, semeada por Napoleão; a Quádrupla Aliança (Rússia, Áustria, Prússia e Inglaterra) A Aliança tinha por objetivo preservar o equilíbrio europeu e impedir que Napoleão e seus descendentes ocupassem o trono francês, previa ainda a realização de reuniões entre as potências aliadas sempre que fosse preciso resolver ameaças contra o equilíbrio europeu. Em 1818, a França é aceita na Quádrupla Aliança, após pagar sua dívida de guerra. Torna-se, então, Quíntupla Aliança. Quíntupla Aliança (outros + França) comprometia seus membros a cooperar na supressão de quaisquer distúrbios de legitimidade ou mudança nas fronteiras.
	Ao contrário da Liga e da ONU, a participação no Concerto Europeu era restrita às grandes potências da Europa. Membros focada em regular as relações entre si e manter a paz na Europa; ELES LIDAVAM COM AS DISPUTAS EM OUTRAS ÁREAS SOMENTE QUANDO OS CONFLITOS COLONIAIS AMEAÇAVAM ESPALHAR PARA A EUROPA. O CONCERTO BASEAVA-SE O ENTENDIMENTO DE QUE CADA UM DOS CINCO PODERES IRIA HONRAR O ACORDO TERRITORIAL ALCANÇADO NO CONGRESSO DE VIENA EM 1815. Os membros concordaram em defender o status quo, OU PARA PERMITIR A MUDANÇA APENAS QUANDO ELES CHEGASSEM A UM CONSENSO. A AÇÃO COLETIVA SURGIU ATRAVÉS DE NEGOCIAÇÕES INFORMAIS, NÃO ATRAVÉS DE MECANISMOS FORMAIS. As decisões foram alcançadas por consenso; NÃO HAVIA NENHUMA REGRA DA UNANIMIDADE (todos concordam com algo) OU VETO. Além disso, os mecanismos para a implementação de ação coletiva foram deixados estipuladas. 
O CONCERTO EUROPEU FOI CAPAZ DE PRESERVAR A PAZ NA EUROPA HÁ QUASE QUATRO DÉCADAS. E ESSAS 4 DÉCADAS DO CONCERTO FORAM UMA RAZÃO PELA QUAL BASEARAM-SE O MODELO PARA UMA NOVA ORGANIZAÇÃO DE SEGURANÇA COLETIVA NA EUROPA SOBRE A NOÇÃO DE UM CONCERTO. Mas nossa preferência por uma organização baseada em concerto também repousa sobre as semelhanças entre as condições internacionais que deram origem ao Concerto do século XIX e cenário internacional de hoje, e em vários argumentos dedutivos sobre como concertos captam os efeitos causados de paz de segurança coletiva. 
Além disso, a história do Concerto da Europa demonstra que o balanceamento oportuna e adequada pode de fato ocorrer sob a segurança coletiva. Os membros do Concerto repetidamente recorreu a iniciativas diplomáticas conjuntas, ameaças militares e ação militar para manter a paz na Europa. O registro histórico diz, portanto, que não pode fornecer balanceamento adequado contra a agressão. 
	Após um período inicial de sucesso, o Concerto começou a se enfraquecer, assim como os objetivos das grandes potências que foram gradualmente substituídos pelas crescentes rivalidades econômicas e políticas. Foi ainda mais corroída pelos levantes revolucionários de 1848 com suas demandas de revisão do Congresso de Viena, o Concerto estava sem um caminho para a solução de sucessivas guerras que eclodiramna metade do século 19, como a Guerra da Crimeia (1854-1856). Onde o conflito marca o fim do Concerto Europeu. No final da guerra, a Rússia foi derrotada e como resultado ficou mais fraca. O choque da derrota na Guerra da Criméia levou Alexandre II a pôr em marcha reformas internas. Alexandre reconheceu que seu país precisava se modernizar e industrializar, para competir com as outras nações. Finalmente, o Império Otomano se manteve intacto e continuou em declínio até a Primeira Guerra Mundial.

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