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ECONOMIA POLITICA II EXERCÍCIOS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
DISCIPLINA: ECONOMIA POLÍTICA I
EXERCÍCIO II
Em O Capital, Marx busca desvendar as regras de operação do modo de produção capitalista e inicia sua análise pela mercadoria. E nesse ponto Marx chega à importante descoberto de que a mercadoria é uma unidade que guarda um aspecto dual. Explique do que se trata esta dualidade e defina os conceitos que a envolvem.
Resposta: A mercadoria possui um caráter duplo, pois é valor de uso e é valor de troca. O valor de uso constitui o conteúdo material da riqueza, qualquer que seja a forma social dela, e expressa o caráter útil dos produtos para atender as necessidades humanas e, no capitalismo, serve como suporte material do valor de troca das mercadorias. O valor de troca, que expressa a igualdade entre mercadorias distintas, é a forma de manifestação, é a representação de um conteúdo que dele difere. O que há de comum entre mercadorias distintas nada tem a ver com as características físicas, químicas ou geométricas delas. Aquilo que torna uma mercadoria intercambiável por outras só pode ser descoberto quando ela está em processo, em movimento, ou seja, quando ela está sendo trocada. A comensurabilidade das mercadorias não é definida pelos seus valores de uso, mas sim pelo fato de serem elas produto do trabalho humano. E pondo-se de lado as qualidades materiais que fazem da mercadoria um valor de uso, põe-se de lado, inevitavelmente, o tipo de trabalho concreto empregado na sua produção. Quando prescindimos do trabalho concreto das mercadorias, todas se reduzem a uma única espécie de trabalho, o trabalho humano abstrato. Como fruto do trabalho humano, as mercadorias incorporam valor. Mas, para que o trabalho seja socialmente necessário, é fundamental que alguém, em algum lugar, necessite ou deseje a mercadoria, logo, que haja valor de uso. Assim, o valor simplesmente não existe se não estiver conectado com o valor de uso e, em vista disso, o valor de uso é socialmente necessário para o valor. Portanto, a mercadoria é uma unidade que guarda uma dualidade entre valor de uso e valor de troca (valor).
Ao tratar especificamente da forma valor, Marx tem como intuito explicar a origem da forma dinheiro do valor. Não é à toa que o ponto de partida dele é uma simples situação de escambo. Explique como a oposição entre valor de uso e valor é externalizada a partir da constituição do dinheiro.
Resposta: Ao tratar especificamente da forma de valor, Marx tem como intuito explicar a origem da forma-dinheiro. O seu ponto de partida é a forma simples do valor, onde x unidades de mercadoria A são trocadas por y unidades de mercadoria B. Nesta situação, todo indivíduo que possui uma mercadoria possui algo com valor relativo (mercadoria A), estando à procura de seu equivalente em outra mercadoria (mercadoria B). Isso significa que o ato da troca tem um caráter duplo: as formas relativa e equivalente do valor. Quando o valor alcança a sua forma total ou extensiva, a mercadoria A não só é trocada pela mercadoria B, mas também pelas mercadorias C, D, E, etc., pouco importando qual é destas mercadorias que está na forma de equivalente. Agora, o corpo de qualquer outra mercadoria (B, C, D, E, etc.) torna-se o espelho (a forma equivalente) onde se reflete o valor da mercadoria A (forma relativa). E quando o valor alcança a forma geral, todas as mercadorias (B, C, D, E, etc.) expressam seu valor na mercadoria A. Desta forma, uma única mercadoria é isolada para representar o valor de todas as outras mercadorias, diferenciando cada mercadoria do seu próprio valor de uso e de todos os outros valores de uso, além de expressar aquilo que é comum a todas as mercadorias. Essa mercadoria é o equivalente geral. E esta mercadoria cuja forma natural se identifica socialmente com a forma equivalente, torna-se a mercadoria dinheiro. Dentro da relação de troca, a forma natural da mercadoria A conta apenas como valor de troca, ao passo que, as formas naturais das mercadorias B, C, D, E, etc. contam apenas como valores de uso, logo, a oposição interna entre valor de uso e valor, que existe dentro da mercadoria, é externalizada como a relação entre a mercadoria dinheiro e as mais distintas mercadorias (DINHEIRO = MERCADORIAS).
“O que as mercadorias têm em comum é que são suporte de trabalho humano incorporado em sua produção” (HARVEY, D. Para entender o Capital: Livro I. São Paulo: Boitempo, 2013, p. 28). Com base neste trecho, explique o que é o trabalho humano abstrato e o tempo de trabalho socialmente necessário. 
Resposta: O trabalho humano abstrato não é trabalho concreto, mas sim o dispêndio da força de trabalho humana sem consideração pela forma como foi despendida. O trabalho humano abstrato consiste na substância do valor das mercadorias, sendo o valor o elemento que torna as mercadorias intercambiáveis. Enquanto que o tempo de trabalho socialmente necessário consiste tempo médio de trabalho requerido para a produção de um valor de uso qualquer sob condições de produção socialmente normais existentes e a partir do grau social médio de destreza e intensidade do trabalho. Portanto, os valores das mercadorias só podem ser medidos tomando em consideração a força de trabalho conjunta da sociedade. Isso significa que é no terreno global dinâmico de relações de troca que o valor é determinado e redeterminado continuamente.
No capítulo intitulado O processo de troca, Marx apresenta as condições socialmente necessárias da troca capitalista de mercadorias. Explique como, nas trocas mercantis, os papéis dos indivíduos no modo de produção capitalista são estritamente definidos.
Resposta: O primeiro aspecto relevante na discussão sobre o processo de troca é o de que as mercadorias não vão sozinhas ao mercado, mas são conduzidas até ele pelos seus representantes, pelos seus proprietários. A troca das mercadorias tem como fundamento uma relação jurídica entre os proprietários que toma a forma de um contrato, legalmente desenvolvido ou não, e que reflete a relação econômica. E nessa relação econômica, as pessoas só existem como representantes da mercadoria e, logo, como possuidoras de mercadoria. Deste modo, as pessoas serão os suportes da relação econômica e os indivíduos vão se confrontar no mercado como compradores e vendedores, devedores e credores, capitalistas e trabalhadores. Marx quer dizer com isso que os papéis dos indivíduos no modo de produção capitalista são estritamente definidos, uma vez que os indivíduos são sujeitos jurídicos dotados da propriedade privada da mercadoria, sendo isso o que lhes permite negociar sua mercadoria em condições contratuais não coercitivas.
Para revelar o importante papel do dinheiro no capitalismo, Marx afirmou que o valor é ao mesmo tempo imaterial e objetivo. Explique em que consiste esta afirmação.
Resposta: Os diversos trabalhos contidos nas diversas mercadorias são reduzidos àquilo que lhes é comum, ou seja, o trabalho humano em geral. Portanto, é o trabalho humano que cria valor, mas não é, ele próprio, valor. O trabalho humano só vai se tornar valor quando o valor passar a ser objetivado na forma de dinheiro. E o valor só vai assumir a forma dinheiro quando as relações de trocas forem proliferadas e generalizadas. Isso significa que só a partir do momento em que as relações de troca se tornam altamente desenvolvidas e extremamente amplas, ao passo de abranger todo o mercado mundial, é que o valor vai se expressar como o tempo de trabalho socialmente necessário. Tal aperfeiçoamento e ampliação das relações de troca só vão ser alcançados a partir do advento do modo de produção capitalista. Logo, o valor enquanto tempo de trabalho socialmente necessário é historicamente específico ao modo de produção capitalista. E o valor enquanto tal é uma relação social que não pode ser vista, tocada ou sentida. O valor é imaterial. Quando Marx afirma que o trabalho humano só vai se tornar valor quando o valor passar a ser objetivado naforma de dinheiro, ele quer dizer que, sendo o valor uma relação social, portanto, imaterial, ele só pode existir através da forma monetária da mercadoria. Em outras palavras, o valor só vai se tornar objetivo quando ele passa a ser representado pela mercadoria dinheiro. Deste modo, o dinheiro, na condição de equivalente geral, na condição de mercadoria que incorpora o trabalho socialmente necessário, é que vai tornar o valor objetivo. Logo, o valor também se torna objetivo.
Marx mostrou que a mercadoria dinheiro surgiu de um sistema de trocas, e não foi anterior a este, de modo que a proliferação e a generalização das relações de troca levaram à cristalização da forma dinheiro do valor. Indique e explique quais são as três propriedades da mercadoria dinheiro identificadas pelo pensador alemão. 
Resposta: Marx identifica três propriedades da mercadoria dinheiro. A primeira é que um valor de uso particular (a mercadoria que assume a forma de equivalente geral) é a forma de manifestação do seu contrário, o valor (por exemplo, a mercadoria A expressa o valor das mercadorias B, C, D, E, etc., e não o seu próprio valor, portanto, o corpo material da mercadoria A é a objetivação do trabalho abstrato). A segunda é que do mesmo modo, o trabalho concreto (empregado na produção da mercadoria que assume a forma de equivalente geral) é a forma de manifestação de seu contrário, o trabalho abstrato (no exemplo, o trabalho concreto que produz a mercadoria A é imediatamente idêntico a outros tipos de trabalho presentes nas demais mercadorias). A terceira e última propriedade é que o trabalho privado (empregado na produção da mercadoria que assume a forma de equivalente geral) torna-se trabalho social.
Para a construção de uma Teoria do Dinheiro, Marx percebeu o quão fundamental era analisar as funções do dinheiro uma em relação às outras. Deste modo, defina as funções medida de valor e meio de circulação e explique qual a contradição elementar entre estas duas funções na mercadoria dinheiro.
Resposta: A propriedade mais elementar do dinheiro na teoria marxista é sua função como medida de valor das mercadorias. O ouro é a forma de manifestação da medida imanente de valor das mercadorias, o tempo de trabalho socialmente necessário (TTSN). Mas o ouro é, antes de tudo, uma mercadoria e como tal seu valor é dado a partir do TTSN que nele é incorporado. Seu TTSN não é constante e as flutuações nas condições concretas de produção afetam seu valor. Mas, mesmo que a mercadoria-dinheiro seja uma medida oscilante de valor, as flutuações em seu valor não fazem nenhuma diferença para os valores relativos das mercadorias quando são trocadas no mercado. Na função de medida do valor da mercadoria, o dinheiro encarna o trabalho humano, é a representação ideal do valor. E quando o equivalente geral é eleito, quantidades definidas dessa mercadoria dinheiro passam a ser usadas como padrão de preço, isto é, como padrão para fixar o valor da moeda de um país em relação a uma quantidade específica de ouro. Essas quantidades definidas de ouro passam a ser chamadas de libra, dólar, franco, peso, etc. É o Estado que faz a organização do sistema monetário através da regulação da moeda e da manutenção de um sistema monetário efetivo e estável, embora não possa regular o valor da própria mercadoria-dinheiro (ouro). A mercadoria dinheiro também desempenha a função de meio de circulação e como tal é o intermediário na troca de mercadorias. Durante o processo de troca, ocorre uma duplicação da mercadoria em mercadoria, de um lado, e dinheiro, do outro. E a troca consiste numa transação em que o valor sofre uma mudança de forma, movimentando-se entre a forma mercadoria e a forma dinheiro. A relação M-D-M consiste na cadeia de movimentos entre estas formas e quanto mais expandidas se tornam as trocas, a circulação de mercadorias é cada vez mais mediada pelo dinheiro e a circulação de dinheiro precisa ser cada vez mais célere. Isso exige a desmonetização da moeda que significa a circulação de símbolos de valor sem valor intrínseco, mas, que tem curso forçado pelo Estado. Portanto, se o ouro, por um lado, apresenta-se como uma excelente medida de valor, por outro, ele se mostra como um meio ineficiente de circulação.
Segundo Marx, ao desempenhar a função de medida de valor, o dinheiro guarda duas incongruências, uma quantitativa e outra qualitativa. Esclareça quais são estas duas incongruências.
Resposta: Segundo Marx, ao desempenhar a função de medida de valor, o dinheiro guarda duas incongruências. A primeira é uma contradição quantitativa e diz respeito ao desvio do preço em relação à grandeza de valor. O preço médio efetivo das mercadorias vai depender de quantas pessoas desejam a mercadoria e quantas irão ao mercado para vendê-la, ou seja, o preço de equilíbrio (preço natural, para os economistas políticos clássicos) de uma mercadoria depende das condições de oferta e demanda no mercado. A segunda incongruência é uma contradição qualitativa e diz respeito ao fato de que uma coisa pode ter preço, mesmo que não tenha valor. Marx foi feliz em enxergar que a consciência, a honra, o silêncio podem ser comprados com dinheiro e, mediante seus preços, assumem a forma de mercadoria. Como já dizia Nelson Rodrigues, “o dinheiro compra até amor sincero”. No capitalismo, podemos colocar preço na consciência, em crianças, em partes do nosso corpo, para assistir a uma queda d’água, etc., logo, os preços podem ser colocados em qualquer coisa, independente de seu valor.
Explique as funções de entesouramento, meio de pagamento e dinheiro universal desempenhadas pelo ouro segundo a Teoria do Dinheiro marxista.
Resposta: Na função de entesouramento, o dinheiro é entesourado, estocado para conservar e para ser reconstituir incessantemente. Entesourar dinheiro significa que pessoas privadas podem se apropriar do equivalente universal para suas finalidades individuais. O entesouramento do dinheiro é uma interrupção no processo de circulação das mercadorias e significa cessar provisoriamente o fluxo social do dinheiro e torná-lo um objeto de possessão privada que o restaura no seu estado primeiro de equivalente geral. O entesouramento absorve a quantidade de dinheiro que excede as necessidades de transações, como também, coloca dinheiro em circulação quando houver um rápido aumento na produção de mercadorias. A função meio de pagamento do dinheiro é crucial para se entender o modo de produção capitalista. O pagamento das mercadorias pode ser realizado só no futuro e isso ocorre quando o vendedor concede crédito ao comprador. Nessa transação, quem recebe o crédito vira devedor e quem o concede passa a ser credor. A concessão de crédito envolve um compromisso, uma promessa de que numa data futura a quantia de dinheiro que foi cedida na forma de crédito será paga ao credor e esse compromisso é estabelecido em um contrato. Sendo empregado desta forma, o dinheiro vai funcionar como meio de pagamento para resgatar dívidas e vai permitir que as mercadorias circulem efetivamente dispensando meio monetário de circulação. Por fim, devido à existência de um mercado mundial, a mercadoria dinheiro (ouro) assegura as trocas mercantis entre países. Na qualidade de dinheiro universal, o dinheiro volta à sua matéria natural, à sua forma primitiva, ou seja, volta a ser visto como ouro, como equivalente geral. Como dinheiro universal, o dinheiro funciona em toda a força do termo.
Sem ter utilidade, a mercadoria não tem valor. Explique como essa determinação marxista implica que o dinheiro é que deve exercer a função de medida de valor e não o preço das mercadorias.
Resposta: O ouro é uma mercadoria e, como tal, seu valor é dado a partir do tempo de trabalho socialmente necessário (TTSN) que nele é incorporado. Seu TTSN não é constante e as flutuações nas condições concretas de produção afetam seu valor. O produtor vai ao mercado com uma noção imaginária, ideal de seu valor e estipula um preço à sua mercadoria. O preço recebido no mercado pela mercadoriaé uma representação imperfeita do valor. O preço não pode desempenhar a medida de valor, mas somente a mercadoria-dinheiro, o ouro pode desempenhar esta função, pois ele é produto do trabalho humano.
Na circulação D-M-D o dinheiro é o ponto de partida e a meta final deste movimento, e não a mercadoria. Explique, então, o que dá sentido à circulação de dinheiro como capital.
Resposta: O que impulsiona a circulação D-M-D é a aquisição de valor de troca. Aqui ambos os extremos têm a mesma forma econômica (dinheiro), mas, estes extremos não estabelecem entre si uma diferença qualitativa, pois o dinheiro é a forma transfigurada das mercadorias na qual seus valores de uso particulares desaparecem. Se, por um lado, não existe uma diferença qualitativa entre os extremos, este circuito ganha significado por se expressar na diferença quantitativa entre os extremos, ou seja, quando a finalidade é retirar mais dinheiro da circulação do que se lançou nela no início (D – M – D’). A forma completa deste processo é igual à soma de dinheiro originalmente adiantada mais um excedente, um acréscimo. A este acréscimo Marx deu o nome de mais valia. Sendo assim, a circulação de dinheiro como capital tem como finalidade a expansão do valor que se dá pela realização e renovação deste circuito.
Na circulação de dinheiro como capital o final do processo é caracterizado por um valor expandido em relação ao valor primitivo lançado no processo de circulação das mercadorias. Esclareça como isso é possível se de acordo com a teoria marxista do valor é o trabalho socialmente necessário o único elemento capaz de gerar o valor presente nas mercadorias.
Resposta: Para se transformar em capital, o dinheiro deve se metamorfosear em mercadoria para, logo em seguida, reconverter-se em dinheiro novamente só que com valor expandido em relação ao valor primitivo que foi lançado na circulação. Portanto, a criação de mais valia se daria, obviamente, no processo de circulação das mercadorias. Mas, o único elemento capaz de gerar o valor presente nas mercadorias é o trabalho humano abstrato.Assim, a expansão do valor não ocorre no próprio dinheiro, mas no exato momento em que o dinheiro é permutado por uma mercadoria que é especial, uma mercadoria cujo valor de uso possua a propriedade peculiar de ser fonte de valor. Esta mercadoria que o capitalista vai encontrar no mercado é a capacidade de trabalho ou a força de trabalho.
Esclareça quais as duas razões que permitem que a força de trabalho passe a funcionar como mercadoria no modo de produção capitalista.
Resposta: O possuidor do dinheiro só pode encontrar a força de trabalho na condição de mercadoria por duas razões. A primeira é que a força de trabalho só se torna mercadoria quando o seu possuidor, o trabalhador, a oferece e a vende como mercadoria. Para tanto, o trabalhador precisa dispor de sua força de trabalho livremente, sendo descartada a possibilidade de trabalho escravo ou de servidão. A segunda é que o dono da força de trabalho esteja separado dos meios de produção (matérias primas, instrumentos de produção, etc.) indispensáveis na produção de mercadorias, assim, o trabalhador se vê forçado a vender apenas a sua força de trabalho. Portanto, o dinheiro só pode ser transformado em capital a partir do momento em que o possuidor do dinheiro (capitalista) encontra o trabalhador livre no mercado de trabalho, seja por dispor livremente de sua força de trabalho como mercadoria seja por estar privado de todas as coisas que são fundamentais para a materialização de sua força de trabalho. 
O processo de trabalho é a atividade cujo objetivo é criar valores de uso que atendam e satisfaçam as necessidades humanas. Mas, sob o modo de produção capitalista, o processo de trabalho apresenta dois fenômenos peculiares. Quais são estas duas peculiaridades?
Resposta: Sob o modo de produção capitalista, o processo de trabalho se realiza sob duas condições que se apresentam no contrato entre capital e trabalho. A primeira condição é que o trabalhador emprega sua força de trabalho sob o comando do capitalista, pois a ele pertence o seu trabalho. Quando o trabalhador firma um contrato de trabalho com um capitalista, este tem o direito de dirigir a atividade laboral daquele e definir suas tarefas. Como a força de trabalho é uma mercadoria que pertence ao capitalista pelo tempo que durar o contrato, interessa a ele garantir que o trabalho se realize de maneira apropriada, que os meios de produção sejam utilizados de forma adequada, que não haja desperdício de matéria prima e que os meios de trabalho sofram apenas o desgaste inevitável para a execução do trabalho. A segunda condição é que tudo o que for produzido pelo trabalhador durante a vigência do contrato de trabalho será de propriedade do capitalista. Logo, o produto do trabalho pertence ao capitalista e não ao trabalhador, já que o capitalista compra a mercadoria força de trabalho para utilizar seu valor de uso, que é o trabalho. Como o processo de trabalho ocorre entre as mercadorias que o capitalista comprou, entre que coisas que lhe pertencem, logo, o produto desse processo também lhe pertence.
No processo de produção de mercadorias o valor destas é decomposto em duas partes: o valor formado pelos meios de produção e o valor acrescido pelo trabalho. Explique como se pode estabelecer a diferença entre capital constante e capital variável a partir da composição de valores entre as mercadorias adquiridas pelos capitalistas para consumo produtivo.
Resposta: O valor incorporado aos meios de produção é transferido para a nova mercadoria durante o processo de trabalho. Assim, o valor dos meios de produção flui através do processo de trabalho para a nova mercadoria e, enquanto flui, seu valor permanece constante, logo, em relação aos meios de produção, o processo de trabalho preserva o valor que é incorporado nas mercadorias. Portanto, capital constante é o trabalho já incorporado nas mercadorias utilizadas como meios de produção num processo de trabalho presente. Do ponto de vista do processo de valorização, capital constante é a parte do capital que se converte em meios de produção e que não muda a magnitude do seu valor no processo de produção. Os trabalhadores adicionam valor incorporando tempo de trabalho necessário nas mercadorias e o consumo produtivo da força de trabalho que faz com que a produção de valor acima daquele que seria necessário para reproduzir seu valor num dado padrão de vida crie mais valia. Portanto, capital variável é o trabalho vivo que vai incorporar nas novas mercadorias que estão sendo produzidas valor e mais valia. Do ponto de vista do processo de valorização, capital variável é a parte do capital que se converte em força de trabalho e que muda de valor no processo de produção, reproduzindo o seu equivalente e criando uma mais valia.
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