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An Bras Dermatol. 2016;91(5):629-33. 629 revisão Lesões elementares na semiologia dermatológica: revisão da literatura* Renata Nahas Cardili1 Ana Maria Roselino1 s Recebido em 16.07.2015 Aprovado pelo Conselho Editorial e aceito para publicação em 10.08.2015 * Trabalho realizado na Divisão de Dermatologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Ribeirão Preto (SP), Brasil. Suporte Financeiro: FAEPA (Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência). Conflito de Interesses: Nenhum. 1 Universidade de São Paulo (USP) – Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP, Brasil. ©2016 by Anais Brasileiros de Dermatologia DOI: http://dx.doi.org/10.1590/abd1806-4841.20164931 Resumo: Discrepâncias em relação à terminologia das lesões elementares persistem na comparação dos textos de livros de dermatologia e de semiologia, o que pode ocasionar certa confusão no ensino à graduação da medicina e no aprendizado dos profissionais da área. Esta revisão visa comparar e esclarecer diferenças na descrição das lesões elementares por diversos autores, utilizados como referências da especialidade dermatologia. Palavras-chave: Dermatologia; Ensino; Revisão; Terminologia INTRODUÇÃO Em relação às lesões elementares, utilizadas no ensino da Semiologia na especialidade Dermatologia, historicamente, dois modelos semânticos foram inicialmente descritos: o modelo Essen- cialista, descrito por Robert Willan (1757-1812) e seguido por Tho- mas Bateman no fim do século XVIII, e o modelo Nominalista, de Ferdinand Hebra (1816-1880) no século XIX.1,2 O modelo Essencialista considera a descrição da lesão le- vando em consideração suas características morfológicas, tais como: elevação, consistência, tamanho e profundidade, bem como sua evolução clínica, ou seja, a transformação da lesão no seu curso vital e não apenas a descrição da lesão no momento exato de sua obser- vação.3 Este modelo foi aceito e seguido por L. T. Biett (França), em que autores franceses consagrados, como Cazenave, Rayer (1793- 1867), Darier (1856-1936) e Robert Degos (1904-1987), foram fiéis ao modelo “Willanista” até o fim do século XX, sendo ainda utilizado como referência na atualidade. 4-7 Já no modelo Nominalista, Hebra excluiu a evolução mor- fológica da lesão elementar e atribuiu de forma objetiva um signifi- cado claro à terminologia dos critérios reconhecidos na lesão apenas no momento de sua observação (“status praesens”).2,3 Outras modi- ficações realizadas por Hebra foram: a inclusão do termo ‘lesões se- cundárias’, a denominação das lesões segundo o tamanho (compa- rando-as a lentilhas e nozes, por exemplo), a localização anatômica e a distribuição das lesões. Este modelo foi aperfeiçoado por Kaposi e difundido pela Europa no final do século XIX, principalmente pela Escola Dermatológica de Viena e, posteriormente, para os Estados Unidos da América (EUA), prevalecendo ainda hoje como referên- cia na maioria dos livros-texto de Dermatologia de língua inglesa. 8,9 A definição da terminologia das lesões elementares, utili- zadas no ensino da Semiologia na especialidade Dermatologia, deveria basear-se em critérios descritivos aceitos e aprovados pela maioria dos autores visando ao consenso geral. Porém, a ausência de um acordo entre os vários autores sobre a descrição das mesmas pode gerar diferenças nos capítulos de Semiologia Dermatológica, usados como referências de estudo, e, consequentemente, dúvidas na descrição do exame físico. OBJETIVO Comparar a descrição e analisar possíveis divergências na terminologia semântica das lesões elementares em livros-texto utili- zados pelos estudantes de Medicina e profissionais da especialidade Dermatologia. MÉTODOS Foram consultados sete livros de referência em Dermato- logia básica, sendo quatro de autores brasileiros: Azulay, Bechelli- -Curban; Sampaio-Rivitti e Belda Jr W, Chiacchio N-Criado PR 10-13 e três de autores da literatura mundial: Bolognia JL, Jorizzo J e Rapini RP; Fitzpatrick et al. e Rook A.14-16 As descrições das lesões elementa- res entre os mesmos foram comparadas em busca de semelhanças e diferenças entre os autores. RESULTADOS Houve concordância na descrição da maioria das lesões der- matológicas entre os autores consultados, principalmente nas lesões consideradas de conteúdo líquido e nas lesões com perda de tecido. Porém, divergências na terminologia, na descrição de mácula, pá- pula, nódulo, tubérculo e placa, foram observados e demonstrados nos quadros de 1 a 5, respectivamente. DISCUSSÃO Divergências relacionadas à nomenclatura das lesões ele- mentares são observadas entre os autores revisados. Em relação à terminologia mácula, as diferenças se atêm ao tamanho, em que a maioria dos autores consultados considera qualquer medida, enquanto apenas Bolognia et al.14 e Fitzpatrick et al.15 colocam o limite de 1,0 cm e 0,5 cm, respectivamente, embora An Bras Dermatol. 2016;91(5):629-33. 630 Cardili RN, Roselino AM Quadro 1: Comparação da terminologia referente à MÁCULA entre os livros-texto dermatológicos consultados Quadro 2: Comparação da terminologia referente à PÁPULA entre os livros-texto dermatológicos consultados Azulay RD; Azulay DR, Abulafia-Azulay L; Dermatologia, 6ª Ed., 2013. Bechelli-Curban; Compêndio de Dermatolo- gia, 6ª Ed., 1988. Belda Jr W; Di Chiacchio N; Criado PR; Tratado de Dermatologia, 2ª Ed., 2014. Bolognia JL; Jorizzo J; Rapini RP; Dermatol- ogy, 2nd Ed., 2008. Fitzpatrick et al., Dermatology in General Medicine, 7th Ed., 2013. Rook A et al.; Textbook of Dermatology, 8th Ed., 2010. Sampaio e Rivitti; Manual de Dermatologia, 3ª Ed., 2008. Azulay RD; Azulay DR, Abulafia-Azulay L; Dermatologia, 6ª Ed., 2013. Bechelli-Curban; Compêndio de Dermatolo- gia, 6ª Ed., 1988. Belda Jr W; Di Chiacchio N; Criado PR; Tra- tado de Dermatologia, 2ª Ed., 2014. Bolognia JL; Jorizzo J; Rapini RP; Dermatolo- gy, 2nd Ed., 2008. Fitzpatrick et al.; Dermatology in General Medicine, 7th Ed., 2013. Rook A et al.; Textbook of Dermatology, 8th Ed., 2010. Sampaio e Rivitti; Manual de Dermatologia, 3ª Ed., 2008. Mácula ou mancha: toda e qualquer alteração da cor da pele, sem relevo, independente de sua natureza, causa ou mecanismo. Não citam tamanho. Mácula ou mancha: alteração da cor, sem relevo ou espessamento, com va- riados tamanhos: lenticular, numular, placa e placar. Mácula ou mancha: modificações da coloração da pele, sem alteração de re- levo ou consistência. Podem ser de dois tipos: pigmentar ou vásculo-sanguí- nea. Não citam tamanho. Lesão pequena, plana, não palpável. Preferem considerar o tamanho até 1,0 cm. Citam que alguns autores restringem o tamanho até 0,5 cm, outros até 1,0 cm e outros para qualquer tamanho. Consideram “patch” como mácula maior que 1,0 cm. Lesão plana, não palpável, no mesmo nível da superfície ao redor, com alte- ração da cor. Consideram “patch” lesão semelhante à mácula, porém maior que 0,5 cm. Alteração circunscrita da cor da pele. Não mencionam tamanho. Alteração da cor da pele, sem relevo ou depressão. Compreende manchas vásculo-sanguíneas ou pigmentares. Não citam tamanho. Eflorescência de consistência dura, superficial, que mede menos de 0,5 cm. Provoca certa elevação e, ao involuir, não deixa cicatriz. À palpação, não tem representação dérmica significativa, pois as alterações estão limitadas à derme papilar (ao contrário do tubérculo). Elevação sólida circunscrita até 0,5 cm (variando de puntiformes a lenticula- res); disseminação em disco: numular ou placar (placa papulosa ou placard). Lesão circunscrita, menor que 1,0 cm, elevada, com relevo em relação aos planos adjacentes, e superfície plana, epidérmica, dérmicaou mista. Lesão palpável, pequena, circunscrita, superficial, elevada, menor que 1,0 cm. Citam que alguns autores consideram o tamanho até 0,5 cm. Lesão sólida, elevada, até 0,5 cm. Elevação palpável, circunscrita, até 0,5 cm. Lesão sólida, elevada, circunscrita, até 1,0 cm, por processo patológico epi- dérmico, dérmico ou misto. An Bras Dermatol. 2016;91(5):629-33. Lesões elementares na Semiologia Dermatológica: revisão da literatura 631 citem as possíveis diferenças. Quando se descreve uma mácula (si- nônimo de mancha), há que se descrever o tamanho, além da topo- grafia. A definição de mancha implica alteração somente da cor da pele, quer seja de origem vásculo-sanguínea, quer seja de origem pigmentar. Como descrever uma mancha hipocrômica ou hipercrô- mica que foge aos tamanhos entre 0,5 cm e 1,0 cm? Sugere-se utilizar os seguintes tamanhos para as manchas: puntiformes, lenticulares (tamanho de lentilha), numulares (tamanho de uma moeda); em placa (tamanho da palma da mão) e em placar (maior que placa).17 Em relação à terminologia pápula, todos os autores concor- Quadro 3: Comparação da terminologia referente ao TUBÉRCULO entre os livros-texto dermatológicos consultados Quadro 4: Comparação da terminologia referente à PLACA entre os livros-texto dermatológicos consultados Azulay RD; Azulay DR, Abulafia-Azulay L; Dermatologia, 6ª Ed., 2013. Bechelli-Curban; Compêndio de Dermatolo- gia, 6ª Ed., 1988. Belda Jr W; Di Chiacchio N; Criado PR; Tratado de Dermatologia, 2ª Ed., 2014. Bolognia JL; Jorizzo J; Rapini RP; Dermatol- ogy, 2nd Ed., 2008. Fitzpatrick et al.; Dermatology in General Medicine, 7th Ed., 2013. Rook A et al.; Textbook of Dermatology, 8th Ed., 2010. Sampaio e Rivitti; Manual de Dermatologia, 3ª Ed., 2008. Azulay RD; Azulay DR, Abulafia-Azulay L; Dermatologia, 6ª Ed., 2013. Bechelli-Curban; Compêndio de Dermatolo- gia, 6ª Ed., 1988. Belda Jr W; Di Chiacchio N; Criado PR; Tra- tado de Dermatologia, 2ª Ed., 2014. Bolognia JL; Jorizzo J; Rapini RP; Dermatolo- gy, 2nd Ed., 2008. Fitzpatrick et al.; Dermatology in General Medicine, 7th Ed., 2013. Rook A et al.; Textbook of Dermatology, 8th Ed., 2010. Sampaio e Rivitti; Manual de Dermatologia, 3ª Ed., 2008. Eflorescência de consistência dura, elevada, medindo em geral mais que 0,5 cm. Resulta da infiltração de células mesenquimais ao nível de toda a derme e, consequentemente, deixando muitas vezes cicatriz ao sofrer involução. Elevação sólida circunscrita, maior que 0,5 cm, localizada na derme (difer- ente do nódulo que está na hipoderme). Não citam o termo. Não citam o termo. Não citam o termo. Não citam o termo. Consideram o termo em desuso, mas o caracterizam como uma pápula ou nódulo que evolui com cicatriz. Lesão elevada, em platô, que surge da confluência de numerosas pápulas. Não citam o termo isoladamente. Citam placa papulosa ou placard ao des- creverem coalescência de pápulas. Lesão geralmente elevada e plana na superfície, maior que 1,0 cm. Pode cursar com queratinização, maceração, descamação ou crosta na superfície. Consideram o termo placa papulosa como a confluência de pápulas, e o ter- mo placa maculosa como confluência de máculas. Lesão palpável, elevada, maior que 1,0 cm. Elevação sólida, que ocupa área de superfície relativamente grande compa- rada à altura, com diâmetro maior que 0,5 cm. Área elevada da pele, usualmente com tamanho maior ou igual a 2,0 cm. Pode ser constituída pela coalescência de pápulas ou nódulos. O termo placa pequena pode ser usado para lesões de 0,5 cm a 2,0 cm. Não citam o termo isoladamente. dam na descrição como lesão sólida e elevada, embora haja diferen- ças em relação ao tamanho. Alguns autores, como Azulay et al.10, Be- chelli-Curban11, Fitzpatrick et al.15 e Rook16, consideram pápula uma lesão de até 0,5 cm, enquanto Belda Jr W et al.13, Bolognia et al.14 e Sampaio-Rivitti12 consideram pápula uma lesão de até 1,0 cm. Ain- da em relação ao termo pápula, Azulay et al.10 entendem que a lesão descrita como pápula evolui sem cicatriz e a consideram sem repre- sentatividade dérmica significativa à palpação. Portanto, sugere-se, como consenso, a descrição de pápula como lesão de conteúdo sóli- do de até 1,0 cm de diâmetro. Quando maior que 1,0 cm, prefere-se 632 Cardili RN, Roselino AM An Bras Dermatol. 2016;91(5):629-33. o termo tubérculo. Ainda, podem ser puntiformes e, quando coales- centes, formarem uma placa. As características da cor, se brilhantes ou não, se achatadas ou semiesféricas, se encimadas por vesículas, crostículas ou escamação, podem ser acrescidas à descrição.17 Em relação ao termo tubérculo, Belda Jr W et al.13, Bolognia et al.14 e Rook16 não o citam, enquanto Sampaio-Rivitti12 o citam, mas consideram o termo em desuso. Já autores como Azulay et al. e Be- chelli-Curban consideram esta terminologia e a classificam como lesão sólida maior que 0,5 cm, ou seja, nomeiam como tubércu- lo aquilo que muitos outros autores consideram como pápula ou nódulo.10,11Além disso, Azulay et al. acrescentam que a lesão é re- sultante de infiltração em toda a derme e geralmente involui com cicatriz.10 Assim, sugere-se considerar um tubérculo a lesão sólida maior que 1,0 cm de tamanho. O tubérculo difere do nódulo, já que o primeiro situa-se acima do plano tangencial da pele, enquanto o último é mais palpável do que visível, estando a epiderme que o recobre de certa forma íntegra, sem considerar os possíveis sinais flogísticos.17 Bechelli-Curban descrevem o nódulo como processo da hipoderme.11 Ainda, se aceitarem o termo como algo em desuso (Sampaio-Rivitti), o tubérculo é um nódulo.12 Em relação à terminologia placa, também houve diferenças entre os autores. Bechelli-Curban e Sampaio-Rivitti não a citam iso- ladamente e, sim, como referência ao tamanho de outras lesões ele- mentares, enquanto os demais consideram o termo placa para lesões planas ou elevadas maiores que 1,0 ou 2,0 cm.11,12 Portanto, se aceita- rem a definição de placa segundo os autores, deverá ser acrescido se a placa é plana ou elevada. Esses termos são utilizados para explicar a definição da lesão elementar, mas não constituem terminologia médica – lesão plana ou elevada. Já Azulay et al. consideram o ter- mo como lesão elevada em platô, que surge da confluência de várias pápulas, assim como Bechelli-Curban.10,11 Por fim, a terminologia em que se observaram maiores dife- renças em seu significado foi para a lesão elementar descrita como nódulo. Cada autor o descreve com algumas semelhanças, porém com diferenças em relação ao tamanho e à profundidade da lesão. A maioria dos autores consultados descreve a lesão nódulo com va- riações na sua profundidade, podendo ser epidérmico e/ou dérmi- co e/ou subcutâneo, o que resulta em diferenças no exame físico em relação à predominância de visibilidade ou palpação da lesão. Observa-se que apenas Bechelli-Curban descrevem o termo nódu- lo como lesão localizada na hipoderme.11 Em relação ao tamanho, também há muitas diferenças, em que alguns não o citam, como Bo- lognia et al.14; outros consideram a lesão com dimensões variáveis, como Azulay et al.10; outros ainda consideram termos como tama- nho de ervilha ou avelã, como Bechelli-Curban10; há ainda aqueles que o consideram como lesão maior que 0,5 cm, como Fitzpatrick et al.15 e Rook et al.16; enquanto outros, finalmente, o consideram entre 1,0 e 3,0 cm, como Sampaio-Rivitti12 e Belda Jr et al.13 Sugere-se que o nódulo seja descrito como visível ou palpável. As características da pele que o circunda devem ser descritas, assim como a consistência, se aderente ou não aos planos profundos. A descrição donódulo muito se assemelha à descrição dos gânglios linfáticos. Assim, o ta- manho do nódulo pode ser descrito ao compará-lo a uma ervilha ou lentilha, ou avelã, ou ovo de codorna, ou ainda ser aproximadamen- te medido em centímetros. Quando o nódulo não é individualizado à palpação, pode ser empregado o termo nodosidade.17 O consenso para a terminologia semântica dermatológica torna-se de certa forma complicado, levando-se em consideração a Quadro 5: Comparação da terminologia referente ao NÓDULO entre os livros-texto dermatológicos consultados Azulay RD; Azulay DR, Abulafia-Azulay L; Dermatologia, 6ª Ed., 2013. Bechelli-Curban; Compêndio de Derma- tologia, 6ª Ed., 1988. Belda Jr W; Di Chiacchio N; Criado PR; Tratado de Dermatologia, 2ª Ed., 2014. Bolognia JL; Jorizzo J; Rapini RP; Derma- tology, 2nd Ed., 2008. Fitzpatrick et al.; Dermatology in General Medicine, 7th Ed., 2013. Rook A et al.; Textbook of Dermatology, 8th Ed., 2010. Sampaio e Rivitti; Manual de Dermatolo- gia, 3ª Ed., 2008. Eflorescência de consistência endurecida, de dimensões variáveis, por vezes visível à simples inspeção, outras vezes reconhecida pela palpação, decorrente do aumento do número de células na derme, em geral profunda e/ou ao nível da hipoderme. Formação sólida na hipoderme, sendo muitas vezes mais palpável que visível. Tamanho varia de ervilha até avelã (maior seria nodosidade). Consistência e cor variáveis. Infiltrado celular sólido, circunscrito, persistente, dérmico (quando elevado) e hipodérmico (quando mais palpável que visível), geralmente bem delimitado, de 1,0 a 3,0 cm. Lesão firme (endurada) mais espessa ou mais profunda que a pápula ou placa. Se for subcutâneo, pode não elevar a pele. Lesão sólida, palpável, redonda ou elíptica, maior que 0,5 cm. Divide-se em: epi- dérmico; epidérmico/dérmico; dérmico; dérmico-subepidérmico; subcutâneo. Massa sólida na pele > 0,5cm, observada como elevação ou sendo palpável. Pode envolver epiderme e derme; derme e subcutâneo ou apenas subcutâneo. Formação sólida, circunscrita, saliente ou não, de 1,0 a 3,0 cm. Processo pato- lógico localizado na epiderme-derme e/ou hipoderme. Maior que 3,0 cm seria nodosidade. An Bras Dermatol. 2016;91(5):629-33. Lesões elementares na Semiologia Dermatológica: revisão da literatura 633 REFERÊNCIAS 1. Bateman T. A practical synopsis of cutaneous diseases according to the arrangement of Dr Willan, exhibiting a concise view of the diagnostic symptoms and the method of treatment. Philadelphia: Collins & Croft; 1818. 2. Hebra F. Traité des maladies de la peau comprenant les exanthème saigüs. Paris: G. Masson; 1872-8. 3. Scadding JG. Essentialism and nominalism in medicine: logic of diagnosis in disease terminology. Lancet. 1996;348:594-6. 4. Cazenave A, Schedel HE. Abrég é pratique des maladies de la peau d’aprés les auteurs les plus estimés et surtout d’aprés les documents puisés dans les leçons cliniques de M. le docteur L.T. Biett, médecin de L’Hopital Saint-Louis. Paris: Bechet Jeune; 1838. 5. Rayer P. Traité théorique et pratique des maladies de la peau. Paris: JB Bailliére; 1835. 6. Darier J. Précis de Dermatologie. Paris: Masson; 1923. 7. Degos R. Dermatologie. Paris: Flammarion; 1953. 8. Kaposi M. Pathologie e ttraitement des maladies de la peau. Paris: G. Masson; 1891. 9. Vázquez-López F, Coto P, Gotor ML, Gomes-Diaz S, Pérez-Oliva N. Semiología cutánea: perspectiva histórica de la evolución de la terminología básica en España. Actas Dermosifiliogr. 2006;97:153-8. 10. Azulay RD, Azulay DR, Abulafia-Azulay L. Dermatologia. 6.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2013. 11. Bechelli LM, Curban G. Compêndio de Dermatologia. 6. ed. São Paulo: Atheneu; 1988. 12. Sampaio SAP, Rivitti EA. Manual de Dermatologia. 3. ed. 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Bandeirantes 3900 14049-900 - Ribeirão Preto - SP Brasil E-mail: nahas-renata@uol.com.br Como citar este artigo: Cardili RN, Roselino AM. Lesões elementares na Semiologia Dermatológica: revisão da literatura. An Bras Dermatol. 2016;91(5):629-33. existência dos dois modelos previamente descritos: o Essencialista e o Nominalista, como já mencionados anteriormente, ambos ainda utilizados em vários países.3,8,18 A partir destes modelos iniciais, autores consagrados de livros mais recentes colocam suas modificações e preferências in- dividuais nos livros-texto, resultando em pequenas divergências na descrição de algumas lesões elementares, o que dificulta o ensino pelos profissionais da área da Dermatologia, bem como o aprendi- zado daqueles em treinamento. Entende-se, com esta revisão, que se devem considerar as descrições relatadas pelos diversos autores, e que também devem ser aceitas tais diferenças relacionadas à nomenclatura dermatológi- ca, ficando a critério do serviço de ensino, e/ou profissional da área, utilizar a sua referência de escolha. Em adição, deve-se informar aos alunos e residentes sobre a preferência didática e por quais motivos, bem como alertá-los sobre a existência destas possíveis diferenças entre os vários livros-texto referenciados em Semiologia cutânea, e até mesmo entre os profissionais do mesmo serviço de ensino, a fim de se evitarem conflitos e dúvidas na descrição das lesões elemen- tares.q AGRADECIMENTOS Aos docentes, médicos-assistentes e residentes que realizaram o se- minário “Lesões elementares” no Programa de Residência Médica em Dermatologia, Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, Faculda- de de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.
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