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Medicina Legal e Perícias Médico-Legais

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Luciana Gozzola
Medicina Legal 
Aula 1
Perícias médico-legais
Peritos
O que é a Medicina Legal?
"Arte de por os conceitos médicos a serviço da administração da Justiça." (Lacassagne).
"A aplicação dos conhecimentos médico-biológicos na elaboração e execução das leis que deles carecem.“ (Flamínio Fávero).
Os conceitos tem em comum um ponto: a medicina legal, embora seja disciplina autônoma, está muito mais voltada ao direito que a própria medicina. O papel da medicina legal é preencher a norma e preencher o conhecimento do aplicador do direito, do jurista de um conhecimento técnico biológico e médico que ele não tem.
Medicina legal está na interface entre a medicina e o direito
Dessa interface que sai os conhecimentos médicos legais.
O que faz a Medicina Legal? – objeto de estudo é a pericia médica
Perícia médica: é todo ato médico com o propósito de contribuir com as autoridades administrativas, policiais ou judiciárias contribuindo com os conhecimentos específicos da área médica.
Pericia é o exame de todos os elementos materiais de uma conduta/ fatos ocorridos (ponto de vista geral – não criminal).
A perícia pode ser realizada sobre:
Pessoas, vivas ou mortas
Coisas – ex. armas
Fatos ocorridos – ex. desastre
A Perícia é qualquer exame que colabora com a investigação policial buscando oferecer provas para uma investigação.
Prova objetiva – princípio do ‘visum et repertum’ – ver e reportar - visto e referido. Significa que os peritos estão obrigados ao princípio da objetividade. O perito não pode extrapolar os limites do seu papel, não vai valorar, julgar fazer juízo de valor, vai apenas descrever fatos observados e contribuir para a administração da justiça – o perito deve fornecer provas de acordo com o princípio da objetividade e a verdade real.
Prestar esclarecimentos à Justiça em suas mais diversas formas:
Criminal – homicídio, Lesão corporal, aborto...
Civil – investigação de paternidade, definição de capacidade ou incapacidade civil;
Trabalhista – insalubridade, periculosidade, acidente de trabalho...
Previdenciária – aposentadoria por invalidez, auxílio doença ...
Perícia Médico-Legal
“Visa informar e fundamentar, de maneira objetiva, todos os elementos consistentes do corpo de delito e, se possível, aproximar-se de uma provável autoria.” (França).
Objetividade é o visum et repertum buscando fornecer provas de acordo com princípio da verdade real.
Corpo de Delito
Todos os elementos materiais da conduta incriminada, inclusive meios ou instrumentos de que se sirva o criminoso. Nada mais é que a base residual do crime.
Conjunto de elementos materialmente sensíveis do fato criminoso.
Conjunto de elementos materialmente sensíveis de uma conduta delitiva – todos os elementos que se pode perceber com os sentidos.
Este conceito é diferentes de:
Corpus criminis: toda coisa ou pessoa sobre a qual recai a conduta delitiva.
Corpus instrumentorum: os meios ou instrumentos de que se sirva o criminoso.
Quando se fala em homicídio o corpus criminis é o próprio corpo da vítima/cadáver; e o corpus instrumentorum é o meio utilizado para a conduta.
Corpo de delito é mais que o somatório destes conceitos, é corpus criminis, o instrumentorum e qualquer outro tipo de prova que possa ser produzido (testemunhal, fotografia, vídeo, cartas, fichas médicas etc. tudo isso esta dentro do corpo de delito).
Os Peritos
Perícia: exame dos elementos materiais de um fato alegado e todos os elementos materialmente sensíveis de uma conduta delitiva.
Perito: é a pessoa que detém o conhecimento técnico sobre determinado assunto
“O perito é aquele responsável por coloca uma lupa médica nos olhos do jurista, trazer conhecimento técnico”. 
O perito é aquele responsável por achar as marcas, por mais discretas que sejam ela existe, e contribuir para a formação do corpo de delito, ou seja, o laudo médico de uma necropsia está dentro do corpo de delito, mas não é seu único objeto.
OS PERITOS
Oficiais: médicos legistas e peritos criminais (concurso público de provas e títulos) – servidor público efetivo – dois tipos:
Médico legista: vinculado ao IML
Peritos criminais: vinculados ao instituto de criminalística
Nomeados: livre escolha do Juiz – ad hoc nomeado para o ato. O CPP quando vai falar de perito, quando fala no singular está falando do perito oficial e quando fala no plural está falando dos peritos nomeados ou ad doc.
Assistentes técnicos: indicados pelas partes (mais comuns nos processos cíveis e trabalhistas), embora atuem no CPP.
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (CPP-1941)
Perícias → artigos 158 a 184
Peritos → artigos 275 a 281
Código de Processo Penal (CPP/1941)
CAPÍTULO II (artigos 158 a 184):
Do exame de corpo de delito e das perícias em geral
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Traz três conclusões:
Indispensabilidade do exame de corpo de delito – quando a infração deixar vestígio;
Pode ser direto ou indireto – direto: os próprios vestígios materiais da conduta são analisados pelo perito (corpo da vitima, objeto). Indireto: os vestígios materiais, já não existem, examinam-se documentos, fotografias, provas testemunhais.
A confissão do acusado não pode suprir o exame – tanto o direto quando o indireto, a confissão não pode suprir nenhum deles.Perito no singular
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior.
§1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.
Em princípio deve ser feita por perito oficial, significa que poderá ser feito por 1 perito oficial; ou por 2 peritos ad hoc quando não tiver perito oficial – PREFERENCIALMENTE com formação na área específica – pode ser portador de diploma de curso superior em outra área.
§2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo.
Os peritos ad doc devem prestar compromisso, os oficiais não precisam, pois é servidor público efetivo, ao tomar posse já assumiu implicitamente o compromisso.
§ 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.
Pessoas que podem formular quesitos: MP, assistente de acusação, ofendido, querelante, acusado.
Quesitos são perguntas oficiais, que no âmbito criminal, terão perguntas oficiais padronizadas em cada uma das pericias – lesão corporal, homicídio, aborto, infanticídio – feitas normalmente e fixadas por lei estadual, que não existem no civil.
§ 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia:
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complementar;
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência.
As partes podem requerer a oitiva dos peritos, que se dará em oitiva, audiência, ou em laudo complementar com resposta (quesitos suplementares); Partes podem ainda indicar assistentes técnicos.
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora.
É comum colocar em prova que as necropsias em caso de morte violenta, apenas podem ser realizadas na luz do dia.
O livro do França traz que as necropsias devem ser realizadas PREFERENCIALMENTE na luz do dia, pois a luz artificial que causa sobra pode prejudicar o exame – opinião pessoal do autor. 
Art. 162.A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.
Período de incerteza de Toudes: momento inicial em que não tem sinais de certeza de morte. Para a Medicina Legal a morte não é um momento, é um processo – as funções vitais vão cessando.
Sinais de certeza de morte: fenômenos cadavéricos consecutivos (não é imediato) são também chamados de mediatos. Estudados na parte de cronotanatognose:
Crono: tempo
Tanato: morte
Gnose: conhecimento
Os primeiro fenômenos são os IMEDIATOS que são sinais de INCERTEZA; apenas os sinais consecutivos ou MEDIATOS que são sinais de CERTEZA.
Após 6h (após o óbito) que começa a visualizar macroscopicamente sinais fenômenos cadavéricos que indicam que alguém está realmente morto – exemplo: rigidez cadavérica, manchas de hipóstase, resfriamento cadavérico.
A exceção será quando os peritos tiverem certeza dos sinais de morte: exemplo: decapitação.
Art. 162 Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância relevante.
A necropsia é feita de duas formas:
Exame externo:
Exame interno:
Se não tiver nenhuma infração penal a apurar, e tiver certeza da causa da morte, pode fazer somente o exame externo e não fazer o interno.
Para a Medicina Legal esse dispositivo é absolutamente questionável, não deve ser aplicado, mas se a prova trouxer a literalidade do dispositivo como uma coisa possível em tese, está certa.
Porém se a prova trouxer um caso prático não é possível aplica o artigo – ex.: idoso que enfartou e a família o colocaram na linha férrea para tentar uma indenização da empresa, se fosse feito só o corpo de delito externo, os peritos não haveriam descoberto a real causa da morte e a empresa poderia ser processada.
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por outros peritos.
Divergências dos peritos “Ad hoc” – (o artigo traz no plural) – pode cair no seguinte sentido: a nomeação dos peritos ad doc, nos casos de falta de perito oficial, deve emitir um laudo, e este deve haver estrita concordância na sua conclusão. FALSO. 
Os dois peritos ad doc podem divergir no laudo, e neste caso, cada um vai emitir o seu documento, e o juiz pode escolher uma das posições de forma fundamentada ou pode determinar a nomeação de outro perito para esclarecer, e se continuar a divergência o juiz pode mandar repetir a perícia.
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
Art.181 Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se proceda a novo exame, por outros peritos, se julgar conveniente.
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
O juiz pode:
Intimar o perito para complementar o lado, no caso de omissão ou obscuridade, por meio de quesitos suplementares;Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são:
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo;
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;
Pode nomear outros peritos;
Rejeitar o laudo no todo ou em parte;
Art. 279. Não poderão ser peritos:
I- interdição de direito (art. 47, I e II, do CP)
II- depoimento no processo ou opinião sobre objeto da perícia
III- analfabetos e menores de 21 anos.
Art. 280 CPP - se aplicam aos peritos os casos de suspeição dos juízes.
Código Penal (CP/1940)
Falso testemunho ou falsa perícia:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral.
Pena – reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
§ 1ª As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.
Documentos Médico-Legais
Estes são trazidos pelo Franca (há divergências)
Notificações
Atestados
Prontuários
Relatórios → auto x laudo
Pareceres
Depoimento oral
Declaração de óbito
Observações:
Laudo x auto: tipos de relatório médicos diferentes; são espécies de relatório
Relatório (é gênero, laudo e auto são espécies de relatório) x parecer:
NOTIFICAÇÕES
Comunicações compulsórias feitas pelos médicos às autoridades competentes, acerca de determinado fato profissional.
Ex.: doenças infectocontagiosas; doenças do trabalho; morte encefálica (para fins de transplantes).
Obs: se o médico atende um paciente embriagado ou em uso de drogas ilícitas, esta situação é um fato médico de notificação compulsória? Não. Mas já foi no passado.
NOTIFICAÇÕES
Art. 269 do CP/1940 – crime omissivo, o médico se omite.
Sigilo médico (CEM, art. 73) – ha violação ao dever de sigilo médico, quando este realiza a notificação compulsória de doença: FALSO. O sigilo médico pode ser quebrado em três situações:
Com o consentimento expresso do paciente;
Dever legal – quando o médico é obrigado a revelar o diagnostico (notificação é um dever legal);
Justa causa ou motivo justo – exemplo paciente que tem o vírus HIV e relata que tem parceiros e não usa preservativo e não quer contar que é portador do vírus (justa causa);
ATESTADO
Documento particular de declaração pura e simples de um fato médico verídico e suas possíveis consequências, normalmente feito a pedido do paciente ou responsável.
QUALQUER médico.
Classificação:
Quanto à finalidade:
Administrativo: emitido em prol ou a favor do servidor público;
Judiciário/ Judicioso: emitido a pedido ou por determinação do judiciário;
Oficioso: emitido no interesse de pessoas físicas ou jurídicas de direito privado para fins simples e corriqueiro.
Quanto ao conteúdo:
Idôneo: verdadeiramente ético - afirmações verídicas;
Gracioso: chamado atestado complacente, de favor – feito a pedido do paciente – não é ilícito, mas antiético.
Imprudente: feito às pressas, sem exames;
Falso: crime, falsidade ideológica – crime doloso. Art. 302 CP.
Revelação do diagnóstico no atestado: somente se houver autorização expressa do paciente.
PRONTUÁRIO – só é colocado como documento médico legal pelo autor França.
Conjunto de documentos padronizados e ordenados, onde são registrados todos os cuidados profissionais prestados ao paciente em instituições de saúde ou consultórios.
Sigilo médico: está autorizado a manuseá-los os profissionais obrigados a um sigilo profissional (da saúde);
O Hospital tem o dever de guarda – o prontuário é de titularidade do paciente.
CEM (Resolução CFM 1931/2009)
É vedado ao médico:
Art. 89. Liberar cópias do prontuário sob sua guarda, salvo quando autorizado, por escrito, pelo paciente, para atender ordem judicial ou para a sua própria defesa.
§ 1º Quando requisitado judicialmente o prontuário será disponibilizado ao perito médico nomeado pelo juiz.
§ 2º Quando o prontuário for apresentado em sua própria defesa, o médico deverá solicitar que seja observado o sigilo profissional.
É vedado ao médico:
Art. 90. Deixar de fornecer cópia do prontuário médico de seu paciente quando de sua requisição pelos Conselhos Regionais de Medicina.
De acordo com o CFM, em que situações pode o médico entregar cópias do prontuário?
Se autorizado por escrito pelo paciente;Para atender ordem judicial;
Para utilizar em sua própria defesa;
Para atender a requisição dos CRM – os conselheiros também são médicos.
RELATÓRIO
Descrição minuciosa de uma perícia médica a fim de responder a autoridade policial ou judiciária – documento médico legal por excelência. Dois tipos:
Laudo: é o relatório escrito pelo próprio perito após a realização da perícia.
Auto: documento ditado ao escrivão de polícia durante a realização do exame – exemplo: exumação.
Diferença entre relatório e parecer: diz respeito às partes em que os dois documentos são compostos:
Composição do relatório – 7 partes
Preâmbulo: parte inicial – identificação do paciente.
Quesitos: perguntas oficiais que devem ser respondidas pelos peritos.
Histórico: é como o corpo foi encontrado.
Descrição → é a parte mais importante – usa-se o visum et repertum – visto e referido. O momento em que o perito de forma objetiva descreve todas as lesões observadas que são necessárias para conclusão do exame do corpo de delito. Diferencia o relatório do parecer.
Discussão: 
Conclusão
Resposta aos quesitos
PARECER MÉDICO-LEGAL
É um documento que diz respeito a momento posterior de emissão documental. É feito quando:
É feito quando há divergências quanto à interpretação de achados de perícia;
Solicita-se esclarecimento mais aprofundado;
Emitido por Perito ou professor com competência inquestionável e autoridade “reconhecida”.
Diferenças entre parecer e relatório:
	Relatório
	Parecer
	1. O relatório é feito logo após a realização da perícia ou durante a realização do exame, mas ainda quando o perito está tendo contato próximo com os vestígios da conduta delitiva – laudo ou auto.
2 Componentes: 7
Preâmbulo
Quesitos
Histórico
Descrição
Discussão
Conclusão
Resposta aos quesitos
	1. Atua em uma fase posterior – vai fazer um exame de corpo de delito indireto, vai analisar os documentos produzidos médicos anteriormente.
2. Componentes 6
Preâmbulo
Quesitos
Histórico
Discussão
Conclusão
Resposta aos quesitos
NÃO TEM DESCRIÇÃO (COMPONENTE APENAS DO RELATORIO)
Componentes do parecer Vai discutir e concluir as dúvidas do momento anterior.
DEPOIMENTO ORAL
Declaração tomada ou não a termo feito pelo perito em audiências de instrução e julgamento sobre fatos obscuros ou conflitantes descritos no relatório da perícia.
O depoimento oral quando reduzido a termo tem as mesmas características e importância de um laudo complementar ou suplementar.
DECLARAÇÃO DE ÓBITO – documento Médico por excelência.
Documento base do SIM/MS
Finalidades:
Confirmar a morte;
Determinar a causa da morte:
Causa médico biológica da morte:
Processo patológico da morte
Causa jurídica da morte:
Homicídio
Suicídio
Acidente
Não cabe ao medico legista definir a causa jurídica da morte – critério de julgamento. Ele só contribui. Cabe ao atestado de óbito apenas definir a causa médico biológica da morte (hemorragia por exemplo)
Satisfazer interesses de ordem civil, estatística, demográfica e político-sanitária.
Declaração de óbito é a mesma coisa que atestado de óbito?
Há divergência doutrinária. O autor França às vezes usa como sinônimo, e já mencionou que atestado não é verdadeiramente declaração de óbito, mas apenas uma parte da declaração, onde o médico determina a causa médico biológica da morte.
Ética Médica e Pericial
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
Resolução CFM n. 1931/2009
Deontologia médica – deveres médicos;
Diceologia médica – direitos do médico;
Cap. XI. Auditoria e perícia médica
CEM – Ética e perícia médica
É vedado ao médico:
Art. 92. Assinar laudos periciais, auditoriais ou de verificação médico-legal quando não tenha realizado pessoalmente o exame.
Princípio da pessoalidade da perícia. Só pode responder pelo ato médico quem fez o exame pessoalmente; não falando de falsidade, ainda que o laudo seja verdadeiro, se o médico não participou não poderá assinar, ainda que não tenha dano, a assinatura será considerada um ilícito ético pericial.
É vedado
Art. 93. Ser perito ou auditor do próprio paciente, de pessoa de sua família ou de qualquer outra com a qual tenha relações capazes de influir em seu trabalho ou de empresa em que atue ou tenha atuado.
Imparcialidade do perito – CPP causas de impedimento e suspeição dos peritos.
Assistente técnico não é regido pelo princípio da imparcialidade. Ele ajuda a determinada parte, a função dele é ser parcial.
É vedado
Art. 95. Realizar exames médico-periciais de corpo de delito em seres humanos no interior de prédios ou de dependências de delegacias de polícia, unidades militares, casas de detenção e presídios.
	É um dever e direito do médico
Resolução CFM n. 1635/2002
Art 1º. (...)
Art 2º. É vedado ao médico realizar exames médico-periciais de corpo de delito em seres humanos contidos através de algemas ou qualquer outro meio, exceto quando o periciando oferecer risco à integridade física do médico perito.
Dever/direito do perito
Não realizar exame no interior de delegacia de polícia, unidades prisionais...
Não realizar perícia em pessoas contidas por meio de algemas ou qualquer outro meio de contenção, exceto quando oferecer risco à integridade física do médico.
Autonomia é um princípio da atividade médica pericial.
CEM – Ética e perícia médica
É vedado ao médico:
Art. 96. Receber remuneração ou gratificação por valores vinculados à glosa ou ao sucesso da causa, quando na função de perito ou de auditor.
Há incompatibilidade do dispositivo com a determinação judicial de que os honorários periciais sejam pagos ao final pela parte vencida? Não há incompatibilidade.
É vedado ao médico:
Art. 97. Autorizar, vetar, bem como modificar, quando na função de auditor ou de perito, procedimentos propedêuticos ou terapêuticos instituídos, salvo, no último caso, em situações de urgência, emergência ou iminente perigo de morte do paciente, comunicando, por escrito, o fato ao médico assistente.
Se o perito está fazendo uma perícia, que tem como princípio a objetividade, não pode mudar o tratamento que o periciando está tomando, se como médica-perita, não concordar com o tratamento que está sendo dado não poderá mudar, pois é apenas perito e não a médica do indivíduo. Se, porém, durante a perícia, o periciando tiver uma convulsão poderá ser tratado pela médica perita.
Art. 98. Deixar de atuar com absoluta isenção quando designado para servir como perito ou como auditor, bem como ultrapassar os limites de suas atribuições e de sua competência.
Parágrafo único. O médico tem direito a justa remuneração pela realização do exame pericial.
Princípio da imparcialidade – visum et repertum,
CEM – Ética e perícia médica
Responsabilidade ético-profissional e penas disciplinares:
A) - advertência confidencial em aviso reservado.
B) - censura confidencial em aviso reservado;
C) - censura pública (publicação oficial)
D) - suspensão do exercício profissional por até 30 dias;
E) - cassação do exercício profissional – deve ser referendada pelo CFM.
As penalidades são aplicadas pelo Conselho Regional de Medicina – poderá ser recorrida ao conselho federal.
A pena E só pode acontecer se o Conselho federal referendar, mesmo que o médico não recorra. 
Há previsão de reabilitação no processo ético-profissional (PEP) médico? Sim. (Mudança em 2016). O prazo sempre foi de 5 anos, com a mudança, serão 8 anos após o cumprimento da pena, sem que o médico tenha reincidindo em qualquer tipo de conduta ilícita que tenha gerado outra punição, e tem que requerer a reabilitação – não é automática.
A reabilitação no prazo de 8 anos não se aplica a pena ‘E’ (cassação).

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