Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE FACU LDADE DE D IRE IT O – CU RSO DE D IRE IT O DIREITO INTERNACIONAL AMEAÇA E USO DE ARMAS NUCLEARES FRENTE AO DIREITO INTERNACIONAL E DIREITO HUMANITÁRIO INTERNACIONAL THAYNÁ SILVEIRA SOARES (110788) RIO GRANDE/RS 2017 SUMÁRIO 1. Introdução .................................................................................................................... 1 2. Ameaça ou Uso de Armas Nucleares. ......................................................................... 2 2.1 Precedentes e Situações Recentes............................................................................... 5 3. Direito Humanitário Internacional................................................................................ 7 4. Abrangência do Direito Humanitário Internacional ..................................................... 8 5. Conclusão ...................................................................................................................10 6. Referências Bibliográficas...........................................................................................11 1 1. Introdução O presente trabalho aborda temas referentes á Ameaça e Uso de Armas Nucleares Frente ao Direito Internacional onde têm-se suas implicações em um contexto histórico vinculado aos acontecimentos recentes. O objetivo proposto foi abranger e explorar as discussões acerca do uso de armas nucleares, sua legalidade ou não, dentro das normas do Direito Humanitário Internacional, Direitos Humanos, Direito Internacional do Meio Ambiente, bem como do Direito Internacional Público com um todo. Ainda, o texto demonstra que o tema é atual para o Direito Internacional, uma vez que está em pauta a relação entre os Estados Unidos e a Coréia do Norte com suas ameaças ao uso de armas nucleares, testes e demais repercussões políticas que isso venha a causar. Contudo, mostra-se também a importância do Direito Humanitário Internacional dentro das conjunturas atuais e seus precedentes históricos como forma de garantir a proteção aos civis que vivem em meio ao conflito armado. Desse modo, demonstra-se, ainda, a efetividade, alcance ou frustações das normas internacionais e métodos criados pela ONU para impedir, compelir ou resolver aos Estados beligerantes envolvidos em conflitos internacionais ou internos, normas de garantia a proteção de civis, enfermos, prisioneiros de guerra e até mesmo o próprio Estado como pessoa jurídica de Direito Internacional. Este trabalho é de suma importância para consolidar os conteúdos lecionados em aula referente ao tema e ainda aprofundar os conhecimentos, na medida do possível, acerca do referido assunto. 2 2. Ameaça ou Uso de Armas Nucleares Historicamente falando, a condução das hostilidades em meio aos conflitos armados sempre visa a proteção das vítimas e o Direito Internacional tenta compelir as partes para conduzirem as operações militares de acordo com os princípios humanitários. Ademais, os princípios humanitários, bem como todos os princípios inerentes ao Direito Internacional e as Convenções Internacionais, integram as fontes aplicáveis ao caso concreto na resolução de decisões judiciais, conforme explicita o artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça. Sendo assim, o artigo 35, do Protocolo I das Convenções de Genebra estabelece que: “ARTIGO 35 Normas Fundamentais 1. Em todo conflito armado, o direito das Partes em conflito a escolha dos métodos ou meios de combate não é ilimitado. 2. É proibido o emprego de armas, projéteis, materiais e métodos de combate de tal índole que causem males supérfluos ou sofrimentos desnecessários. 3. É proibido o emprego de métodos ou meios de combate que tenham sido concebidos para causar, ou dos quais se pode prever que causem, danos extensos, duradouros e graves ao meio ambiente natural.” [grifo nosso] Este artigo ensejou uma controvérsia sobre a definição precisa dessas armas. Pelo Princípio da Proporcionalidade o uso de armas em um conflito deve ser de igual potencialidade para os Estados envolvidos e o Direito Humanitário Internacional interpreta este princípio a partir da fundamentação que a vantagem da guerra deve ser proporcional aos danos causados a população civil. Sendo assim, em 1994, a Assembleia Geral das Nações Unidas, solicitou à Corte Internacional de Justiça, parecer consultivo sobre a licitude das armas nucleares frente ao direito internacional. A indagação submetida à Corte foi a seguinte: “a ameaça 3 ou o uso de armas nucleares em quaisquer circunstâncias são permitidas pelo Direito Internacional?” A Corte Internacional resumiu a situação de modo ambíguo ao dizer em seu parecer consultivo que há princípios que visam a proteção da população civil e dos objetivos civis e enfatiza a importância da distinção entre civis e combatentes, ou seja, os Estados jamais poderão dirigir seus ataques contra civis e por isso não poderão fazer uso de armamento incapaz de distinguir entre alvo civil e militar. E, ainda, que há um segundo princípio que determina ser proibido causar sofrimento desnecessário aos combatentes e por isso as partes não poderão usar armas que causem tais danos ou que agravem o sofrimento do combatente e em consequência disto, os Estados não têm liberdade ilimitada para escolher os meios que empregarão em combate, assim como preceitua o aludido artigo 35 do Protocolo I. A Corte enfatiza ainda que as normas fundamentais vinculam todos os Estados, tenham eles ou não ratificado as Convenções de Haia e de Genebra pois tais princípios são invioláveis do direito consuetudinário internacional e versam sobre a supremacia do respeito aos princípios humanitários. Há ainda uma questão a ser definida que diz respeito a legalidade da posse efetiva ou a ameaça do uso de armas nucleares frente ao direito internacional. Não existem dúvidas que essas armas se enquadram no âmbito de aplicação do Direito Humanitário Internacional. A referida Corte, ao fazer um exame desta legalidade em situações particulares, ressaltou que os princípios que regulamentam o recurso à força devem ser vinculados a conveniência de se considerar as normas que regem os meios e métodos empregados na própria guerra. Ou seja, o tipo de arma usada também integra a análise da legitimidade. Analisando a prática dos Estados, a Corte decidiu que não eram proibidas, nem em especial nem em disposição especial, as armas nucleares. Assim, não 4 deviam sofrer proibição por uma errônea analogia a proibição aos gases venenosos contida na II Convenção de Haia de 1899, pelo artigo 23 dos Regulamentos de Haia de 1907 e pelo Protocolo de Genebra de 1925. Por fim, as armas nucleares não eram proibidas apenas por uma sucessão de resoluções do Conselho de Segurança pois estas não formavam a solidez necessária para a criação de novas normas que estabelecessem tal vedação. Ademais, a Corte se considerou incapaz para determinar se o princípio da neutralidade ou das normas do Direito Humanitário Internacional, proibiam ou não a ameaça ou o uso de armas nucleares. E, desse modo, resta claro que o Direito Internacional não proíbe a posse nem o uso destas em causas extremas que são regidas pelo direito de autodefesa. Também, não se deve esquecer que há inúmeros esforços para conter todos ostestes nucleares com um número sempre crescente de tratados que proíbem esta prática, como o compromisso assumido em 1995 pelos cinco Estados que se declararam possuidores de armamento nuclear e se comprometeram a não os utilizar contra os Estados que não as possuem e que assinaram o Tratado de Não Proliferação Nuclear em 1968. O perigo nos testes nucleares encontra respaldo fático pois são “testes” propriamente ditos onde não se sabe com exatidão a dimensão dos danos que possam ser causados ou como reverter estes danos, sejam em relação às pessoas como ao meio ambiente. Em 1996, em Nova Iorque, foi aberto para assinatura o Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares. Contudo, foi assinado por apenas 71 Estados, destes apenas cinco dos oitos possuidores de armamento nuclear o assinaram. Não constam desta lista Estados Unidos bem como a Coreia do Norte. O Brasil reconhece e promulga os Protocolos I e II de 1977 adicionais às Convenções de Genebra de 1949 através do Decreto nº 849, de 25 de junho de 1993. 5 2.1. Precedentes e Situações Recentes Os programas de armas nucleares das grandes potências são decorrência do desenvolvimento tecnológico e o desejo cada vez maior da sensação de segurança de sua soberania atrelado ao desejo de ofensividade em possíveis combates. Ocorre que o uso de armas nucleares tem um precedente histórico nada bom para o Direito Humanitário Internacional porque os maiores atingidos são sempre os civis que não possuem vínculos com o combate e isto rompe com as mais importantes normas deste ramo do Direito Internacional. É de conhecimento comum os fatos ocorridos no fim da II Guerra Mundial envolvendo Estados Unidos e Japão onde uma bomba de fissão de urânio, a famosa Little Boy, atingiu a cidade japonesa de Hiroshima e outra bomba, desta vez de fissão de plutônio, Fat Man, atingiu a cidade de Nagasaki. Atualmente, são notáveis as tensões entre os Estados Unidos e a Coréia do Norte em relação a ameaça do uso de armamentos nucleares, protagonizadas pelos então presidente americano Donald Trump e o ditador coreano Kim Jong-un. Acontece que esta troca de ameaças ocorrida no mês de setembro/2017 fortaleceu o desejo das grandes potências nucleares em não se desfazerem dos seus armamentos nucleares. Inclusive a própria Coréia do Norte vem realizando testes com bombas nucleares. Para agravar a situação, o ditador norte coreano tem declarado que entende as ameaças americanas como declarações de guerra e conferiu ameaças de derrubada de aeronaves militares norte americanas independentemente de onde estejam sobrevoando. O ministro das relações exteriores da Coréia do Norte, disse na ONU, que está planejado teste com bombas de hidrogênio semelhantes às usadas contra as cidades de Hiroshima e Nagasaki. 6 Estes discursos, sejam eles norte americanos ou norte coreanos, estão em desacordo com os preceitos fundamentais da ONU e o combate às armas nucleares é considerado tema prioritário na agenda global desde a resolução da primeira Assembleia Geral da ONU, ainda em 1946. Em um relatório feito por Malcolm Chalmers, diretor-geral adjunto do Instituto Real dos Serviços Unidos, resta claro que para os Estados Unidos a guerra agora é uma opção pois a Coréia do Norte vem progredindo rapidamente com seus programas nucleares e seus mísseis e não restaria tempo para a diplomacia que a ONU deseja. Ademais, a ONU estima que os países possuidores de armamento nuclear ainda invistam cerca de 100 bilhões de dólares por ano na modernização dos arsenais, afirmam, ainda, que restam quinze mil armas nucleares pelo mundo e que no ano de 2017 nenhuma delas foi destruída, o que demonstra que não há interesse em se desfazer das armas de destruição em massa. Em julho/2017 foi firmado o Tratado pela Proibição de Armas Nucleares que proíbe uma ampla gama de atividades relacionadas a armamentos nucleares, tais como desenvolver, testar, produzir, manufaturar, adquirir, possuir ou estocar armas ou outros utensílios nucleares explosivos, assim como o uso ou a ameaça de uso dessas armas. O referido tratado contou com a adesão de 120 países, porém Estados Unidos Rússia, Coréia do Norte e outras potências nucleares, assim como muitos de seus aliados ficaram de fora das negociações. A preocupação que se têm com o uso de Armas Nucleares gira em torno dos danos colaterais, ou seja, quando um Estado as usa ou sofre sua utilização, são os nacionais, civis alheios ao combate armado, que suportam a maior parte dos danos e isto viola as normas e princípios do Direito Humanitário Internacional. 7 3. Direito Humanitário Internacional Primeiramente, cabe distinguir entre Direito Humanitário Internacional e Direito Internacional dos Direitos Humanos. O primeiro, é um conjunto de normas internacionais, convencionais e consuetudinárias, destinadas a resolver problemas causados diretamente por conflitos armados internacionais e não internacionais com o objetivo de proteger as pessoas e os bens afetados, ou que podem ser afetados, por um conflito armado, e limita o direito das partes no conflito de escolher os métodos e os meios de fazer a guerra. Já o Direito Internacional dos Direitos Humanos, é um conjunto de normas internacionais, convencionais ou consuetudinárias, que são estipuladas acerca do comportamento e os benefícios que as pessoas ou grupos de pessoas podem esperar ou exigir do Governo. Os direitos humanos são direitos inerentes a todas as pessoas por sua condição de seres humanos. Muitos princípios e diretrizes de índole não convencional (direito programático) integram também o conjunto de normas internacionais de direitos humanos. Direito Humanitário Internacional começa a evoluir a partir de 1894 com a Convenção de Genebra para a Melhoria da Sorte dos Feridos e Enfermos dos Exércitos em Campanha, com a principal preocupação e foco na população civil que não se encontrava presente no combate armado propriamente dito. Várias convenções e acordos entre os períodos de guerra determinavam normas sobre o tratamento dos feridos, enfermos e prisioneiros de guerra. Todas essas convenções foram substituídas pelas Quatro Convenções de Genebra de 1949, denominadas “Convenções da Cruz Vermelha”. A base destas convenções era o princípio de que aqueles não diretamente envolvidos no conflito de guerra devem ser tratados com humanidade. Estas Convenções, conforme o artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, servem como fonte do Direito Internacional e podem serem usadas nas decisões judiciais, no que couber, para responsabilização dos Estados. 8 As normas do Direito Humanitário Internacional buscam proteger uma ampla gama de indivíduos. A maior distinção deste ramo do direito é aquela realizada entre os combatentes e os não envolvidos no conflito armado. E, são aplicadas, segundo o Artigo 2°, comum a todas as Convenções: “Além das disposições que devem vigorar mesmo em tempos de paz, a presente Convenção irá aplicar-se em caso de guerra declarada ou de qualquer outro conflito armado que possa surgir entre duas ou mais Altas Partes Contratantes, ainda que o estado de guerra não seja reconhecido por uma delas. A Convenção será igualmente aplicada em todos os casos de ocupação total ou parcial do território de uma Alta Parte Contratante, ainda que essa ocupação não encontre qualquer resistência militar.” Insta salientar que além de serem normas irrenunciáveis, são aplicadas em todo o território dos Estados, ou, nos conflitos internos de um Estado mesmo que este não venha a ser um conflito de caráter ou interesseinternacional, conforme o artigo 3° comum a todas as Convenções, pois o que se protege aqui são as populações civis não envolvidas nas hostilidades. No artigo 4° da III Convenção de Genebra, determina-se que as normas ali contidas se tornam aplicáveis imediatamente após a deflagração das hostilidades ou do início de uma ocupação e deixam de serem eficazes quando há o encerramento geral das operações militares. 4. Abrangência do Direito Humanitário Internacional Dentro deste importante ramo do Direito Internacional encontram-se definições que muitas vezes são vistas como delimitações. Contudo, tais conceitos integram os objetivos que as Convenções almejam. 9 O mais importante deles está contido no artigo 4° da III Convenção de Genebra e diz respeito a delimitação do conceito de Prisioneiro de Guerra que engloba os membros das forças armadas de uma parte no conflito (assim como membros de milícias e outros corpos voluntários que façam parte dessas forças armadas) e os membros de outras milícias e destacamentos voluntários, bem como os participantes de movimentos de resistência organizada e que pertençam a uma parte envolvida no conflito, desde que estejam sob o comando de um responsável, exibam sinal distintivo reconhecível a distância, portem armas abertamente e conduzam suas operações de acordo com as leis e os costumes da guerra. A população civil recebe um status pessoal de indivíduo no direito internacional e por isso tem íntima ligação com a proteção internacional dos direitos humanos e humanitários. Fato este que justifica a criação de Convenções para garantir- lhe a vida e o tratamento de forma humanitária durante uma situação hostil. Assim, a IV Convenção de Genebra trata da proteção dos civis em tempo de guerra. E, de um modo geral, determina em seus artigos 27 a 34 que deve haver respeito a pessoa do civil, sua honra, convicções e práticas religiosas, proibição da tortura e outros tipos de tratamento cruel, desumano ou degradante, além de proibir a tomada de reféns e as represálias. O artigo 47 esclarece que as pessoas protegidas pela Convenção não podem em caso algum serem privadas dos benefícios nela contidos, seja por mudança como resultado da ocupação ou acordo entre autoridades do território ocupado e da potência ocupante. Ainda, estende esta proteção ao pessoal médico e suas instalações, meios de transporte, materiais e suprimentos. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que é um componente fundamental do processo de monitoramento em virtude do mandato confiado à organização pelas Convenções de Genebra, os seus Protocolos Adicionais e os Estatutos do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, define que o emblema desta organização assinala proteção e deve ser obrigatoriamente respeitado. 10 5. Conclusão Diante do exposto, conclui-se, de modo geral, ser mais que uma responsabilidade e sim um dever cívico internacional a proteção aos civis em tempos de guerra, assim como prevista nas Convenções de Genebra e seus Protocolos. Cada Estado é responsável pelos seus atos e os reflexos destes com outros Estados ou a comunidade internacional como um todo. A ONU tem a principal função de criar métodos para impedir, compelir e garantir o tratamento humanitário em meio aos conflitos armados. Assim, o Uso ou a Ameaça ao Uso de Armas Nucleares configura ofensa aos princípios do Direito Humanitário Internacional no que condiz com a responsabilidade de cada Estado como pessoa jurídica de Direito Internacional às suas obrigações de garantir acesso a tratamento médico aos feridos, enfermos, etc. Os inúmeros Tratados assinados pelas Nações demonstram que há um interesse em banir de vez do mundo estas armas de destruição em massa. Contudo, o medo de não as ter e ser atacados com sua potencialidade é o que assombra as grandes nações possuidoras de tais armamentos. As situações recentes que abarcam o tema devem ser tratadas com cautela pois ainda não tiveram um desenrolar que possa ocasionar danos a comunidade internacional bem como aos civis. Por fim, partindo de numerosas declarações entre Estados Unidos e Coreia do Norte, revela-se o quão importante são os Tratados e Convenções e sua aplicação como fonte do Direito Internacional para resoluções judiciais quando aplicadas ao caso concreto. 11 6. Referências Bibliográficas ACCIOLY, Hildebrando; SILVA, G. E. Do Nascimento e; CASELLA, Paulo Borba. Manual de Direito Internacional Público. 20ª ed. São Paulo, 2012. MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 8ª ed. São Paulo, 2014. REZEK, Francisco. Direito Internacional Público – Curso Elementar. 15ª ed. São Paulo, 2014. RESOLUÇÃO N° 2675 (XXV) ASSEMBLEIA GERAL PARECER CONSULTIVO CIJ DE 8 DE JULHO DE 1996 CONVENÇÕES DE GENEBRA DE 1949 PROTOCOLOS ADICIONAIS ÀS CONVENÇÕES DE GENEBRA NORMAS CONSUETUDINÁRIAS DIREITO INTERNACIONAL HUMANITÁRIO | COMPILAÇÃO | COMITÊ INTERNACIONAL DA CRUZ VERMELHA
Compartilhar