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APS - DIREITO INTERNACIONAL - FERNANDA PEREIRA

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Nome: Fernanda Pereira Duarte da Silva 
RA: 3078614 
O Tribunal de Nuremberg, oficialmente conhecido como Tribunal Militar 
Internacional, é um tribunal ad hoc (de exceção) estabelecido em 1945 para 
julgar indivíduos acusados de conspiração, crimes de guerra, crimes contra a 
humanidade e crimes contra a paz internacional. 
Foi criado a partir de um acordo entre os Aliados vitoriosos, os Estados 
Unidos da América, a França, a Grã-Bretanha e a antiga União das Repúblicas 
Socialistas Soviéticas. 
Sob intensa pressão da União Soviética, a constituição do Tribunal Militar 
Internacional foi acertada com base em um acordo entre os quatro aliados 
vitoriosos acima mencionados, e sua lei orgânica foi a Carta de Londres assinada 
em agosto de 1945, na qual o Estatuto da Tribunal descreveu os militares e como 
processar e punir os criminosos de guerra das grandes potências. 
Então, após o fim da Segunda Guerra Mundial, as potências vitoriosas — 
Reino Unido, Estados Unidos, França e União Soviética — estabeleceram 
tribunais para julgar os nazistas. Pela primeira vez na história, os responsáveis 
pelo conflito foram levados à justiça devido a necessidade de se julgar os atos 
cometidos pelos chefes da Alemanha nazista contra populações civis, como por 
exemplo: o holocausto dos judeus. 
O objetivo da reunião dos representantes do país vencedor era definir as 
regras de procedimento e julgamento que, depois de elaboradas, estariam 
dispostas na chamada Carta de Londres, que seriam utilizadas em tribunais 
conhecidos como exceções, ou seja, um após o fato estabelecido, neste caso 
pós-guerra, foi de natureza temporária, pois existia apenas para julgar membros 
do comando nazista. 
Em seguida, formulado em uma reunião pública em 18 de outubro de 
1945, em Berlim, o estatuto do chamado Tribunal Militar Internacional estabelece 
as diversas acusações a serem julgadas, que podem ser agrupadas de quatro 
formas principais: a) Conspiração e atos deliberados de agressão (executar 
planos de tomada de poder e impor um regime totalitário); b) Crimes de guerra 
(trabalho forçado, escravidão, maus-tratos e etc.); c) Crimes contra a paz 
(administrar, preparar, incitar e dar continuidade à guerra, violação de tratados); 
Nome: Fernanda Pereira Duarte da Silva 
RA: 3078614 
d) Crimes contra a humanidade (assassinato, extermínio, deportação, 
perseguição política e religiosa). 
O trabalho do Tribunal de Nuremberg visava buscar certeza sobre a culpa 
do acusado, para que pudessem evitar possíveis injustiças e posteriores críticas 
ao procedimento aplicado. O julgamento começou em 20 de novembro de 1945 
e terminou em 1º de outubro de 1946, tendo durado quase um ano. 
Como resultado, 11 réus foram condenados à morte, outros 4 foram 
condenados à prisão perpétua, 2 a 20 anos de prisão, 1 a 15 anos de prisão e 
os demais a 10 anos de prisão. Outros 3 réus foram absolvidos das acusações 
a eles impostas. 
De fato, foi uma experiência bem-sucedida que tornou evidente que não 
só os Estados, mas também os indivíduos estão sujeitos ao direito internacional, 
tornando-o uma força reconhecida globalmente. 
Não há dúvida de que a legalidade da constituição do tribunal de exceção 
é o foco mais discutido no que tange o Tribunal de Nuremberg, bem como 
tribunais similares. Em segundo plano, há também a discussão de um elemento 
mais subjetivo: a coerência de julgar pessoas que fazem apenas parte do 
sistema onde apenas atendiam ordens as quais foram submetidos, ou seja, os 
“servos” obedientes às ordens impostas pelo comandante, até porque se não os 
seguissem ou obedecessem, incorreriam no crime de ir contra o regime nazista 
que lhes fora imposto. 
Diga-se de passagem, há quem diga que os réus eram justamente os que 
davam ordens, fazendo outros executassem, e por esse motivo deveriam ser 
julgados, pois eram os legítimos responsáveis pelos crimes em questão. 
Atualmente, as penas aplicáveis pelo Tribunal penal internacional são: a 
prisão por tempo determinado, sendo excepcional a prisão perpétua, multa e 
perda de bens, não sendo admitidos, portanto, aplicação de pena de morte ou 
qualquer outro tipo de pena que seja considerado cruel. 
Cumpre salientar também que, este foi um marco no Direito Internacional 
pois, a partir de 1945, o direito penal teve seu lugar garantido no Direito 
Internacional, que apesar de o mundo passar por diversas transações, este 
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RA: 3078614 
instituto constitui e organiza a sociedade de estados soberanos, tornando-a 
possível. 
O direito penal internacional é estabelecido por tratados e rege o combate 
aos crimes que afetam as relações internacionais ou violam os direitos humanos 
e a civilização, ou seja, punir os crimes internacionais ou crimes contra a 
humanidade. 
O Tribunal de Nuremberg serviu de base para o desenvolvimento do 
direito militar e internacional vigente até hoje, além de inspirar a Convenção de 
Genebra e ter contribuído também para a declaração Universal de Direitos 
Humanos de 1948. 
Este tribunal inspirou o Tribunal Penal Internacional para a Iugoslávia, 
estabelecido pelo Conselho de Segurança da ONU em 25 de maio de 1993, para 
julgar os responsáveis por violações das Convenções de Genebra de 1949, 
como genocídio, crimes de guerra e crimes noventa contra a humanidade 
durante a guerra dos anos 90 que ocorria naquela região. 
Podemos concluir que, Nuremberg foi significativa para a transformação 
do Direito Internacional na guerra, pois estabeleceu um novo tratamento para 
aqueles que violavam gravemente os direitos humanitários, sendo, portanto, 
notória sua importância para o desenvolvimento da competência dos Tribunais 
Internacionais ad hoc, e principalmente para o permanente Tribunal Penal 
Internacional, criado em 1998, que julgam casos semelhantes ao de Nuremberg.

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