Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 1 Capítulo 1 – Introdução à Economia Economia – do grego oikonomía (de óikos, casa; nómos, lei), que significa a administração de uma casa, ou do Estado. Definição: Economia é a ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem (escolhem) empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. ** Estuda a alocação de recursos escassos ** Conceitos: • Escolha • Escassez • Necessidades • Recursos • Produção • Distribuição � Recursos produtivos ou fatores de produção (mão-de-obra, terra, matérias- primas, dentre outros) são limitados. � As necessidades humanas são ilimitadas e sempre se renovam. � Problema de escassez: recursos limitados contrapondo-se a necessidades humanas ilimitadas. � Em função da escassez de recursos, toda sociedade tem de escolher entre alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produtiva entre os vários grupos da sociedade. ** Como alocar recursos produtivos limitados para satisfazer todas as necessidades da população. ** Problemas econômicos fundamentais: • O quê e quanto produzir: dada a escassez de recursos de produção, a sociedade terá de escolher, dentro do leque de possibilidades de produção, quais produtos serão produzidos e as respectivas quantidades a serem fabricadas; • Como produzir: a sociedade terá de escolher ainda quais recursos de produção serão utilizados para a produção de bens e serviços, dado o nível tecnológico existente. A concorrência entre os diferentes produtores acaba decidindo como serão produzidos os bens e serviços. Os produtores escolherão, entre os métodos mais eficientes, aquele que tiver o menor custo de produção possível; Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 2 • Para quem produzir: A sociedade terá também de decidir como seus membros participarão da distribuição dos resultados de sua produção. A distribuição da renda dependerá não só da oferta e da demanda nos mercados de serviços produtivos (ou seja, da determinação de salários, das rendas da terra, dos juros e dos benefícios do capital), mas também da repartição inicial da propriedade e da maneira como ela se transmite por herança. ** O modo como as sociedades resolvem os problemas econômicos fundamentais dependem da forma de organização econômica do país, ou seja, do sistema econômico de cada nação. ** Sistemas econômicos Um sistema econômico pode ser definido como sendo a forma política, social e econômica pela qual está organizada uma sociedade. É um particular sistema de organização da produção, distribuição e consumo de todos os bens e serviços que as pessoas utilizam buscando uma melhoria no padrão de vida e bem-estar. Elementos básicos de um sistema econômicos: � Estoque de recursos produtivos ou fatores de produção – Aqui se incluem os recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), o capital, a terra, as reservas naturais e a tecnologia; � Complexo de unidades de produção – constituído pelas empresas; � Conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais – que são a base da organização social. Classificação dos sistemas econômicos: • Sistema capitalista ou economia de mercado – é regido pelas forças de mercado, predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção. • Sistema socialista ou economia centralizada ou ainda economia planificada – nesse sistema as questões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de planejamento, predominando a propriedade pública dos fatores de produção, chamados nessas economias de meios de produção, englobando os bens de capital, terra, prédios, bancos, matérias-primas. Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 3 Curva de possibilidades de produção (CPP) Representação gráfica das escolhas que podem ser feitas no âmbito da produção com os recursos disponíveis. Para que possamos representar uma curva de possibilidades de produção é preciso admitir as seguintes hipóteses básicas: � A quantidade de recursos existentes é fixa durante o tempo de análise. � Pleno emprego dos fatores de produção (terra, trabalho e capital). � O nível tecnológico não sofre alterações, ou seja, mantém-se constante. Exemplo: Sendo os recursos escassos, temos que sacrificar total ou parcialmente outro bem qualquer. Para vermos o problema na forma mais simples, consideramos a mais básica economia, onde só podem ser produzidos dois bens (automóveis e alimentos). Se decidirmos produzir mais alimentos e reorientarmos nossos esforços neste sentido, então não poderemos produzir tantos automóveis. Utilizando todos os recursos disponíveis (“pleno emprego dos fatores”), temos as seguintes possibilidades de produção entre Automóveis e Alimentos: Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 4 � Finalidade: demonstrar o conceito de escassez � Indica: combinações máximas possíveis de produção de dois bens, que podem ser obtidas quando a economia utiliza todos os seus recursos de diferentes maneiras. � Na curva (I, J, K): níveis altamente eficientes, significa que todos os recursos produtivos estão sendo utilizados. � Dentro da curva (G): subemprego de fatores – capacidade ociosa – a sociedade poderia aumentar sua produção de alimentos sem reduzir a sua produção de automóveis ou vice-versa. � Fora da curva (L): está fora da fronteira, ultrapassa a capacidade de produção. Para atingir este ponto, a curva tem que se deslocar à direita – níveis mais elevados de produção. � Obs.: A CPP é sempre decrescente, visto que seus recursos são escassos. Custo de Oportunidade O custo de oportunidade de um produto é a alternativa que tem de ser sacrificada a fim de se obter este produto. Exemplo: O custo de oportunidade de um automóvel são os alimentos que não são produzidos quando se escolhe esta produção de automóveis. É de se esperar que os custos de oportunidade sejam crescentes, uma vez que, quando aumentamos a produção de determinado bem, os fatores de produção transferidos dos outros produtos se tornam cada vez menos aptos para a nova finalidade, ou seja, a transferência vai ficando cada vez mais difícil e onerosa, e o grau de sacrifício vai aumentando. ** Os fatores de produção são especializados em determinadas linhas de produção, e não são completamente adaptáveis a outros usos. ** Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 5 Aplicações da curva de possibilidades de produção (CPP) A CPP pode ser utilizada para explicar determinados conceitos básicos de economia. O crescimento econômico Quando a quantidade de recursos disponíveis para a produção de bens e serviços aumenta, temos um deslocamento da curva de possibilidades de produção para além de sua fronteira inicial. Estes aumentos podem ser da força de trabalho, do número de fábricas, dos instrumentos de produção ou mesmo das fronteiras agrícolas (fatores de produção). Outro aspecto que leva ao deslocamento da CPP para além de sua fronteira são os avanços tecnológicos. A descoberta de novas formas de produção, como, por exemplo, o aperfeiçoamento das sementes na agricultura e a implantação de sistemas informatizados na prestação de serviços, podem proporcionaro deslocamento da CPP mesmo que a quantidade de fatores de produção tenha permanecido inalterada. Deslocamento da curva de possibilidades de produção O crescimento econômico e o dilema da escolha entre bens de consumo e bens de capital No sistema econômico são produzidos bens destinados ao consumo e bens de produção. Entretanto, os bens de produção sofrem desgastes à medida que vão sendo utilizados e necessitam de substituição. A escolha entre destinar os esforços produtivos para bens de produção em detrimento dos bens de consumo está associada às opções pelo crescimento econômico. Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 6 Além de fabricar bens de consumo, é necessário produzir bens de capital, não só para repor aquilo que se desgastou, mantendo assim o nível atual de produção de bens de consumo, como também para ampliar a capacidade produtiva da economia. Desta forma, uma sociedade pode optar por direcionar parte dos recursos à produção de bens de capital, acumulando bens como máquinas, fábricas, etc. - investimento na formação de capital e parte dos recursos para a produção de bens de consumo. Possibilidade de produção entre bens de capital e bens de consumo Organização Econômica As questões fundamentais da economia são tratadas de forma diferente em cada tipo de sociedade, de acordo com a organização da economia. Existem 3 formas pelas quais a sociedade organiza sua economia: � Economia de mercado � Economia planificada centralmente � Economia mista Economia de mercado • Típico das economias capitalistas • Propriedade privada dos meios de produção (fábricas e terras) e de sua operação • Obtenção de lucro sob condições em que predomina a concorrência. Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 7 • Agentes econômicos (indivíduos e empresas) preocupam-se em resolver isoladamente seus próprios problemas, tentando sobreviver na concorrência importa pelos mercados. • Interação entre consumidores e empresas, através dos mercados, determina o que, como e para quem produzir. • Estado o Atendimentos das necessidades coletivas (justiça, educação, saúde, etc) o Estabelecimento de regras para proteger a liberdade econômica, zelando pelo livre jogo da oferta e procura. ** Uma economia de mercado resolve os três problemas econômicos fundamentais simultaneamente, conciliando oferta e procura em cada mercado específico. ** Funcionamento de uma economia de mercado: fluxos reais e monetários Para entender o funcionamento do sistema econômico, imagina-se uma economia de mercado que não tenha interferência do governo e não tenha transações com o exterior (economia fechada). • Os agentes econômicos são as famílias (unidades familiares) e as empresas (unidades produtoras). • As famílias são proprietárias dos fatores de produção e os fornecem às unidades de produção (empresas) no mercado dos fatores de produção. • As empresas, pela combinação dos fatores de produção, produzem bens e serviços e os fornecem às famílias no mercado de bens e serviços. A esse fluxo de fatores de produção, bens e serviços denominamos fluxo real da economia. Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 8 Como pode ser observado, família e empresa exercem um duplo papel. • No mercado de bens e serviços, as famílias demandam bens e serviços, enquanto as empresas os oferecem. • No mercado de fatores de produção, as famílias oferecem os serviços dos fatores de produção (que são de sua propriedade), enquanto as empresas os demandam. No entanto, o fluxo real da economia só se torna possível com a presença da moeda, que é utilizada para remunerar os fatores de produção e para o pagamento dos bens de serviços. Desse modo, paralelamente ao fluxo real, temos um fluxo monetário da economia. Unidos os fluxos real e monetário da economia, temos o chamado fluxo circular de renda. Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 9 Em cada um dos mercados atuam conjuntamente as forças da oferta e da demanda, determinando o preço. Assim, no mercado de bens e serviços formam-se os preços dos bens e serviços, enquanto no mercado de fatores de produção são determinados os preços dos fatores de produção (salários, juros, aluguéis, lucros, royalties, dentre outros.) Esse fluxo, também chamado de fluxo básico, é o que se estabelece entre famílias e empresas. O fluxo completo incorpora o setor público, adicionando-se o efeito dos impostos e dos gastos públicos ao fluxo anterior, bem como o setor externo, que inclui todas as transações com mercadorias, serviços e movimento financeiro com o resto do mundo. Bens de capital, bens de consumo, bens intermediários e fatores de produção Os bens de capital são utilizados na fabricação de outros bens, mas não se desgastam totalmente no processo produtivo. É o caso, por exemplo, de máquinas, equipamentos e instalações. São usualmente classificados no ativo fixo das empresas, e uma de suas características é contribuir para a melhoria da produtividade da mão-de-obra. Exemplo: máquinas e equipamentos. Os bens de consumo destinam-se diretamente ao atendimento das necessidades humanas. De acordo com a durabilidade, podem ser classificados como duráveis (por exemplo: geladeiras, fogões, automóveis) ou como não duráveis (alimentos, produtos de limpeza). Os bens intermediários são transformados ou agregados na produção de outros bens e são consumidos totalmente no processo produtivo (insumos, matérias-primas e componentes). Diferenciam-se dos bens finais, que são vendidos para consumo ou utilização final. Os bens de capital, como não são consumidos no processo produtivo, são bens finais, e não intermediários. Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 10 Fator de produção e tipo de remuneração Os fatores de produção, chamados recursos de produção da economia, são constituídos pelos recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), terra, capital e tecnologia. A cada fator de produção corresponde uma remuneração, a saber: Fator de Produção Tipo de Remuneração Trabalho Salário Capital Juro Terra Aluguel Tecnologia Royalty Capacidade empresarial Lucro Em economia, o lucro é a remuneração da capacidade empresarial ou gerencial dos proprietários da empresa. Argumentos positivos versus argumentos normativos A Economia é uma ciência social e utiliza fundamentalmente uma análise positiva, que deverá explicar os fatos da realidade. Os argumentos positivos estão contidos na análise que não envolve juízo de valor, estando essa estritamente limitada a argumentos descritivos, ou medições científicas. � Análise do que é a realidade econômica. Por tratar de comportamento de pessoas, frequentemente nossos valores interferem na análise do fato econômico. Nesse sentido, definimos também argumentos normativos, que é uma análise que contém, explícita ou implicitamente, um juízo de valor sobre alguma medida econômica. � Análise do que deveria ser a realidade econômica. A Economia Positiva pode ser utilizada como base para a escolha da política mais apropriada, de forma a atender aos objetivos individuais ou da nação. Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B11 Divisão do estudo econômico Microeconomia ou teoria de formação de preços. Examina a formação de preços em mercados específicos, ou seja, como consumidores e empresas interagem no mercado e como decidem os preços e a quantidade para satisfazer a ambos simultaneamente. Macroeconomia Estuda a determinação e o comportamento dos grandes agregados nacionais, como o produto interno bruto (PIB), investimento agregado, a poupança agregada, o nível geral de preços, entre outros. Seu enfoque é basicamente de curto prazo (ou conjuntural). Economia Internacional Analisa as relações econômicas entre residentes e não residentes do país, as quais envolvem transações com bens e serviços e transações financeiras. Desenvolvimento Econômico Preocupa-se com a melhoria do padrão de vida da coletividade ao longo do tempo. O enfoque é também macroeconômico, mas centrado em questões estruturais e de longo prazo (como progresso tecnológico e estratégias de crescimento). Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 12 Capítulo 2 – Evolução do Pensamento Econômico Mercantilismo A partir do século XVI observamos o nascimento da primeira escola econômica: o mercantilismo. Fomentava o comércio exterior e entesourar riquezas. O acúmulo de metais é de extrema importância e aparecem relatos mais elaborados sobre a moeda. Considerava que o Estado seria mais forte e poderoso quanto maior fosse seu estoque de metais preciosos. O mercantilismo estimulou guerras, exacerbou o nacionalismo e manteve a poderosa e constante presença do Estado em assuntos econômicos. ** Acúmulo de metais / Forte presença do Estado / Exploração ** Fisiocracia No século XVIII, surge a escola de pensamento francesa, a fisiocracia (fisiocracia = “regras da natureza”) Os fisiocratas sustentavam que a terra era a única fonte de riqueza e que havia uma ordem natural que fazia com que o universo fosse regido por leis naturais, absolutas, imutáveis e universais, desejadas pela Providência Divina para a felicidade dos homens. O trabalho de maior destaque foi o do Dr. François Quesnay, autor da obra Tableau Économique, o primeiro a dividir a economia em setores, mostrando a inter-relação dos mesmos. A fisiocracia surgiu como reação ao mercantilismo, sugerindo que era desnecessária a regulamentação governamental, pois a lei da natureza era suprema. Encorajava-se a agricultura e exigia-se que as pessoas empenhadas no comércio e nas finanças fossem reduzidas ao menos número possível. Exploração de recursos naturais: lavoura / pesca / mineração. O mundo era ameaçado pela falta de alimentos, com excesso de regulamentação e Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 13 intervenção governamental, e não se ajustava às necessidades da expansão econômica. Só a terra tinha capacidade de multiplicar riqueza. FOCO NA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS. Clássicos – Séc. XVIII Adam Smith (1723-1790) Considerado o precursor da moderna Teoria Econômica. Sua obra “A Riqueza das Nações” de 1776 é um tratado muito abrangente sobre questões econômicas que vão desde as leis do mercado e aspectos monetários até a distribuição do rendimento da terra, concluindo com um conjunto de recomendações políticas. Em sua visão harmônica do mundo real, Smith acreditava que se deixasse atuar a livre concorrência, uma “mão invisível” levaria a sociedade à perfeição. Todos os agentes, em busca de lucrar o máximo, acabam promovendo o bem estar de toda a comunidade. É como se uma mão invisível orientasse todas as decisões da economia, sem necessidade de atuação do Estado. O MERCADO SE AUTO REGULA. Seus argumentos baseavam-se na livre iniciativa, no laissez-fàire. Considerava que a causa da riqueza das nações é o trabalho humano (a chamada Teoria do Valor- Trabalho). LIBERALISMO ECONÔMICO. Divisão do trabalho para aumentar a produção, onde os trabalhadores deveriam se especializar em determinadas tarefas. A produtividade decorre da divisão do trabalho, e esta, por sua vez, decorre da tendência inata da troca, que finalmente é estimulada pela ampliação dos mercados. É necessário ampliar os mercados e as iniciativas privadas para que a produtividade e a riqueza sejam incrementadas. O Estado deveria corresponder apenas à proteção da sociedade contra eventuais ataques e à criação e manutenção de obras e instituições necessárias, mas não à intervenção nas leis de mercado. DIVISÃO DO TRABALHO ���� PRODUTIVIDADE ����COMÉRCIO (“trocas”) ���� AMPLIAÇÃO DE MERCADO Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 14 David Ricardo (1772-1823) Partindo das ideias de Smith, desenvolveu alguns modelos econômicos com grande potencial analítico. Aprimora a tese de que todos os custos se reduzem a custos do trabalho e mostra como a acumulação do capital, acompanhada de aumentos populacionais, provoca uma elevação da renda da terra, até que os rendimentos decrescentes diminuem de tal forma os lucros que a poupança se torna nula, atingindo-se uma economia estacionária, com salários de subsistência e sem nenhum crescimento. Em virtude de a terra ser limitada, quando a terra de menor qualidade é utilizada no cultivo, surge imediatamente a renda sobre aquela de primeira qualidade, ou seja, a renda da terra é determinada pela produtividade das terras mais pobres. A resposta dada por Ricardo a essas questões constitui um importante item na teoria do comércio internacional, chamada de Teoria das Vantagens Comparativas: Cada país deve se especializar na produção daquela mercadoria em que é relativamente mais eficiente (ou que tenha custo relativamente menor). Esta será, portanto, a mercadoria a ser exportada. Por outro lado, esse mesmo país deverá importar aqueles bens cuja produção implicar um custo relativamente maior (cuja produção é relativamente menos eficiente). A maioria dos estudiosos considera que os estudos de Ricardo deram origem a duas correntes antagônicas: a neoclássica, pelas suas abstrações simplificadoras, e a marxista, pela ênfase dada à questão distributiva e aos aspectos sociais na repartição da renda da terra. John Stuart Mill (1806-1873) Foi o sintetizador do pensamento clássico. A obra de Stuart Mill consolida o exposto por seus antecessores, e avança ao incorporar mais elementos institucionais e ao definir melhor as restrições, as vantagens e o funcionamento de uma economia de mercado. Jean Baptiste Say (1768-1832) O economista Jean Baptiste Say retomou a obra de Smith, ampliando-a. Subordinou o problema das trocas de mercadorias a sua produção e popularizou a Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 15 chamada Lei de Say: “A oferta cria a sua própria procura”, ou seja, o aumento da produção transformar-se-ia em renda dos trabalhadores e empresários, que seria gasta na compra de outras mercadorias e serviços. Contexto histórico: escassez de alimentos. Thomas Malthus (1766-1834) Primeiro economista a sistematizar uma teoria geral sobre a população. Ao assinar que o crescimento da população dependia rigidamente da oferta de alimentos. Deu apoio à teoria dos salários de subsistência. A causa de todos os males da sociedade residia no excesso populacional: enquanto a população crescia em progressão geométrica, a produção de alimentos seguia em progressão aritmética. Assim, o potencial da população excedia em muito o potencial da terra na produção de alimentos. A capacidade de crescimento da população,dada pelo instinto de reprodução, encontra um conjunto de obstáculos que a limitam, por seus efeitos sobre a mortalidade e a natalidade. São a miséria, o vício e a contenção moral. Malthus advogou o adiamento de casamentos, a limitação voluntária de nascimentos nas famílias pobres, e aceitava as guerras como uma solução para interromper o crescimento populacional. Malthus não previu o ritmo e o impacto do progresso tecnológico, nem as técnicas de limitação da fertilidade humana que se seguiram. Marxismo – Karl Marx (1818-1883) Economista alemão que desenvolveu quase todo seu trabalho com Frederic Engels na Inglaterra. O marxismo desenvolve uma Teoria do Valor-Trabalho e consegue analisar muitos aspectos da economia com seu referencial teórico. A apropriação do excedente produtivo (a mais-valia) pode explicar o processo de acumulação e a evolução das relações entre classes sociais. O capital aparece com a burguesia, classe social que se desenvolveu após o desaparecimento do sistema feudal e que se apropria dos meios de produção. A outra classe social, o proletariado, é obrigada a vender sua força de trabalho, dada a impossibilidade de produzir o necessário para sobreviver. O conceito de mais-valia refere-se à diferença entre o valor das mercadorias que os Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 16 trabalhadores produzem em um dado período de tempo e o valor da força de trabalho vendida aos empregados capitalistas que a contratam. Marx foi influenciado pelos movimentos socialistas utópicos, por Hegel e pela Teoria do Valor-Trabalho de Ricardo. Acreditava no trabalho como determinante do valor, tal como Smith e Ricardo, mas era hostil ao capitalismo competitivo e à livre concorrência, pois afirmava que a classe trabalhadora era explorada pelos capitalistas. Neoclássicos O período neoclássico teve início na década de 1870 e desenvolveu-se até as primeiras décadas do século XX. Nesse período, privilegiaram-se os aspectos microeconômicos da teoria, pois a crença na economia de mercado e em sua capacidade auto reguladora fez com que não se preocupassem tanto com a política e o planejamento macroeconômico. O livro “Princípios de Economia”, de Alfred Marshal, publicado em 1890, serviu como livro-texto básico até a metade deste século. Nesse período, a formalização da análise econômica (principalmente a microeconomia) evolui muito. O comportamento do consumidor é analisado em profundidade. Alfred Marshal (1842-1924) O desejo do consumidor de maximizar sua utilidade (satisfação no consumo) e o do produtor de maximizar seu lucro são a base para a elaboração de um sofisticado aparato teórico. Através do estudo de funções ou curvas de utilidade (que pretendem medir o grau de satisfação do consumidor) e de produção, considerando restrições de fatores e restrições orçamentárias, é possível deduzir o equilíbrio de mercado. Como o resultado depende basicamente dos conceitos marginais (receita marginal, custo marginal, etc.) é também chamada de Teoria Marginalista. CONSUMIDOR X PRODUTOR OTIMIZAR A UTILIZADE X MAXIMIZAR O LUCRO Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 17 John Maynard Keynes (1883-1946) A obra de Keynes surge em pleno crack da bolsa de NY e a Grande Depressão de 1930. Desemprego elevado. Um dos principais fatores responsáveis pelo volume de emprego é explicado pelo nível de produção nacional de uma economia, que por sua vez é determinado pela demanda agregada ou efetiva. Ou seja, inverte o sentido da Lei de Say (a oferta cria sua própria procura) ao destacar o papel da demanda agregada de bens e serviços. Para Keynes, como não existem forças de auto ajustamento na economia, torna-se necessária a intervenção do Estado através de uma política de gastos públicos, o que significa o fim do laissez-fàire da época clássica. É o chamado Princípio da Demanda Efetiva. AUMENTA O NÍVEL DE PRODUÇÃO ���� AUMENTA O VOLUME DE EMPREGO Os argumentos de Keynes influenciaram muito a política econômica dos países capitalistas. Influenciou monetaristas (privilegiam o controle da moeda e um baixo grau de intervenção do Estado), fiscalistas (recomendam o uso de políticas fiscais ativas e um acentuado grau de intervenção do Estado) e os pós-Keynesianos (enfatizam o papel da especulação financeira, defendem um papel ativo do Estado na condução da atividade econômica). Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 18 Capítulo 3 – Economia e Direito Quando o Estado deve intervir na Economia? Quando existirem imperfeições de mercado: • Externalidades ou economias externas � é toda consequência no ato de produzir ou consumir que afeta outros indivíduos de forma positiva ou negativa. � Empresa que chega em uma cidade e gera empregos – POSITIVA. � Produção que gera resíduos e causa poluição – NEGATIVA. � As externalidades dão base para a criação de normas regulamentadoras pelo Estado (Externalidade que gera custo). Ex.: Lei de Proteção Ambiental, Código Florestal, Utilização da Terra. • Informações imperfeitas � quando faltam informações (ou elas são imperfeitas) ao consumidor. � Ex.: produtos transgênicos, com glúten, cigarros com aviso do Ministério da Saúde e fotos, cerveja (beba com moderação). � Quando o consumidor fica refém do produto e não tem condições de tomar decisões “corretas” sobre o mesmo. • Poder de Monopólio � quando o empresário reduz a quantidade de um produto ou diminui a qualidade do mesmo ou não repassa inovações tecnológicas para o produto com o objetivo de aumentar os lucros. � Ex.: Papel Higiênico (redução do rolo de 40m para 30m) Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) (criado em 1994) é um conjunto de órgãos governamentais responsável pela promoção de uma economia competitiva no Brasil, por meio da prevenção e da repressão de ações que possam limitar ou prejudicar a livre concorrência. Ao se assegurar a livre concorrência, garante-se não somente preços mais baixos, mas também produtos de maior qualidade, diversificação e inovação, aumentando, portanto, o bem-estar do consumidor e o desenvolvimento econômico. Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 19 Três são os órgãos que compõem o SBDC: a) Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça – órgão responsável por instruir a análise concorrencial dos atos de concentração econômica (fusões, aquisições, etc.), bem como investigar infrações à ordem econômica; b) Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE), do Ministério da Fazenda – responsável pela emissão de pareceres econômicos em atos de concentração, pela investigação de condutas para oferecer representação à SDE, bem como pela elaboração facultativa de pareceres em investigações sobre condutas anticoncorrenciais; c) Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), autarquia federal vinculada ao Ministério da Justiça – órgão responsável pela decisão final, na esfera administrativa, dos processos iniciados pela SDE ou SEAE. Após receber os pareceres destes, o CADE tem a tarefa de julgar tanto os processos administrativos que tratam de condutas anticoncorrenciais quanto às análises de atos de concentração econômica. A atuação dos órgãos do SBDC na defesa da concorrência apoia-se em três ações principais: 1. Ação preventiva – dá-se por meio da análise das operações de concentração (tais como fusões, aquisiçõese incorporações de empresas) e cooperação econômica (determinadas joint ventures, por exemplo). 2. Ação repressiva – dá-se por meio da investigação e punição de condutas anticompetitivas. São exemplos de práticas lesivas à concorrência: o cartel e as práticas abusivas de empresas dominantes (acordos de exclusividade, vendas casadas, preços predatórios, etc). 3. Ação Educativa – dá-se por meio da difusão da cultura da concorrência. Arcabouço Jurídico das Políticas Macroeconômicas Competências da União: • Política • Monetária • Política de Crédito • Política Cambial • Política de Comércio Exterior Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 20 Competências da União, Estados e Municípios • Politica Fiscal (Arrecadação e Gastos Públicos) Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 21 Capítulo 4 – Introdução à Microeconomia Microeconomia ou Teoria dos Preços Analisa a formação de preços no mercado, ou seja, como a empresa e o consumidor interagem e decidem qual o preço e a quantidade de determinado bem ou serviço em mercados específicos. Teoria do Valor-Trabalho (OFERTA) A teoria do valor-trabalho considera que o valor de um bem se forma do lado da oferta, por meio dos custos do trabalho incorporados ao bem. Os custos de produção eram representados basicamente pelo fator mão-de-obra, em que a terra era praticamente gratuita (abundante) e pouco significativa. Pela teoria do valor- trabalho, o valor do bem surge da relação social entre homens, dependendo do tempo produtivo (em horas) que eles incorporam na produção de mercadorias. Nesse sentido, a teoria do valor-trabalho é objetiva (depende de custos de produção). Teoria do Valor-Utilidade (DEMANDA) A teoria do valor-utilidade pressupõe que o valor de um bem se forma por sua demanda, isto é, pela satisfação que o bem representa para o consumidor. Ela é, portanto, subjetiva e considera que o valor nasce da relação do homem com os objetos. Representa a chamada visão utilitarista, em que prepondera a soberania do consumidor, pilar do capitalismo. Pressupostos Básicos da Microeconomia “Coeteris Paribus” – expressão em latim que significa “todo o mais permanece constante”. A microeconomia se vale deste recurso para analisar um mercado específico, valendo-se da hipótese que tudo o mais permanece constante, selecionando apenas as variáveis que podem influenciar o objeto de estudo. Ex.: para analisar o efeito do preço sobre a procura, supomos que a renda permanece Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 22 constante (CP), ou a relação da procura e renda dos consumidores, onde o preço permanece constante (CP). Adotando-se essa hipótese, torna-se possível o estudo de um determinado mercado, selecionando-se apenas as variáveis que influenciam os agentes econômicos (consumidores e produtores). Preços Relativos – São os preços de um bem quando comparados aos preços de outros bens. Princípio da racionalidade - Todo empresário procurará maximizar o lucro, mas estará sujeito aos custos de produção ou ao nível de tecnologia, entre outros. Todo consumidor procurará maximizar a utilidade (satisfação), mas estará sujeito ao preço do produto (bem) ou à sua renda, entre outros. Divisão da Microeconomia • Demanda ou procura • Oferta • Estrutura de Mercado • Equilíbrio de Mercado Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 23 Capítulo 5 – Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado Demanda ou Oferta Utilidade (satisfação) marginal � é o prazer que o consumidor sente ao consumir unidades a mais de um determinado bem ou serviço. Geralmente é decrescente, pois o consumidor vai perdendo a percepção da satisfação quando consome unidades a mais de um bem ou serviço. Lei Geral da Demanda � é a relação inversa que ocorre entre o preço de um bem ou serviço e a quantidade demandada do mesmo. Escala de procura Preço Quantidade demandada 1,00 11.000 3,00 9.000 6,00 6.000 8,00 4.000 10,00 2.000 Curva de Demanda Função demanda: Qd=F[P] � na equação, mostra-se que a quantidade é função do preço (ou seja, a qtde. depende do preço). Quando o preço de um bem aumenta, a quantidade procurada diminui. �Preço �Demanda Esse comportamento decrescente da curva de demanda ocorre devido aos efeitos renda e substituição. Efeito Renda � Quando o preço de um bem aumenta, relativamente haverá uma perda do poder aquisitivo do consumidor, coeteris paribus. Dessa forma, a quantidade consumida diminuirá. Note que o contrário é verdadeiro. Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 24 Efeito Substituição � Quando o preço de um bem aumenta, a quantidade procurada do mesmo cairá devido ao fato do consumidor procurar substitutos mais baratos, coeteris paribus. É interessante lembrar que o contrário é verdadeiro. Outras variáveis que influenciam a curva de Demanda: • Renda do Consumidor o Tipos de Bens: � Normal - �Renda �Consumo ou �Renda �Consumo (relação direta entre Renda e Consumo) � Superior ou de Luxo - �Renda �Consumo (quando o aumento do consumo é mais que proporcional ao aumento na renda). � De Consumo Saciado – (nível de consumo não é afetado pela renda – ex.: feijão, arroz) � Inferior - �Renda �Consumo • Preços de outros bens substitutos (ou concorrentes) – Relação direta entre o preço de um bem (x) e o consumo de outro (y): �Px �Qdx �Dy ou �Px �Qdx �Dy Ex.: Aumenta o preço da carne vermelha, aumenta a procura por frango. • Bens complementares – Relação inversa entre o preço de um bem (x) e o consumo de outro (y): �Px �Qdx �Dy ou �Px �Qdx �Dy Ex.: Preço do pão e consumo de manteiga - Quantidade de Automóveis e o preço da gasolina ou do seguro. • Hábitos (gosto e preferência) Demanda = função (preço do bem, preço de outros bens, renda do consumidor, gosto e preferência do consumidor) Diferença entre Demanda (D) e Quantidade demandada (Qd) Qd: é analisada ao longo da curva de demanda para cada nível de preço do bem. D: é a curva em que se estabelece um padrão de consumo do produto pelo consumidor Na figura ao lado, a demanda está indicada pela reta indicada pela letra D; a quantidade procurada relacionada ao preço Po é Qo. Caso o preço do bem aumentasse para P1, haveria uma diminuição na quantidade demandada, não na demanda. Ou seja, as alterações da quantidade demandada ocorrem ao longo da própria curva de demanda (reta D). Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 25 “Quando o preço de um bem aumenta, cai a quantidade demandada pelo bem”. Caso houvesse um aumento na renda do consumidor e os preços permanecessem constantes (CP), haveria um aumento na qtde procurada (de D0 para D1) – ou seja, houve um aumento na demanda e não na qtde demandada (pois o movimento da qtde demandada ocorre ao longo da curva). Suponhamos que agora a curva da procura inicial (veja a figura ao lado) fosse a reta indicada pela letra D0. Sendo o bem superior, caso houvesse um aumento na renda dos consumidores (coeteris paribus), a curva da procura D0 iria se deslocar para a direita, o que estaria indicando que, aos mesmos preços, por exemplo, P0, o consumidor estaria disposto a adquirir maiores quantidades do bem, passando de Q0 para Q2. A nova curva dedemanda é representada pela reta D1. “Quando a renda do consumidor aumenta, a demanda também aumenta.” Também alteram a curva de demanda os preços de bens substitutivos e de bens complementares, além do gosto e da preferência do consumidor. Oferta de Mercado É a quantidade que os produtores desejam ofertar a determinado nível de preço, durante um período de tempo. ���� Maior o preço, mais o produtor vai querer produzir. Lei Geral da Oferta ���� é a relação direta que ocorre entre o preço do bem e a quantidade ofertada. ↑P ↑Qo ou ↓P ↓Qo Pela lei geral da oferta, a curva é diretamente proporcional entre quantidade e preços (CP), ou positivamente inclinada, pois o aumento dos preços estimula a elevação da produção e a quantidade ofertada (e essa oferta é afetada pelos custos dos fatores de produção, por alterações tecnológicas, e pelo aumento de empresas no mercado). Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 26 Deslocamento na curva de oferta: Variáveis que influenciam a oferta: � Preço � Custo de produção � Tecnologia � Número de empresas Parece claro que a relação entre a oferta e o custo dos fatores de produção seja inversamente proporcional. Por exemplo, um aumento dos salários ou do custo das matérias-primas deve provocar (coeteris paribus), uma retração da oferta do produto. A relação entre a oferta e nível de conhecimento tecnológico é diretamente proporcional, dado que melhorias tecnológicas promovem melhorias da produtividade no uso dos fatores de produção, e, portanto aumento da oferta. Da mesma forma, há uma relação direta entre a oferta de um bem ou serviço e o número de empresas ofertantes do produto no setor. Como no caso da demanda, também devemos distinguir entre a oferta e a quantidade ofertada de um bem. A oferta refere-se à escala (ou toda a curva), enquanto a quantidade ofertada diz respeito a um ponto específico da curva de oferta. Assim, um aumento no preço do bem provoca um aumento da quantidade ofertada, coeteris paribus (movimento ao longo da curva - diagrama A), enquanto uma alteração nas outras variáveis (como nos custos de produção ou no nível tecnológico) desloca a oferta (isto é, a curva de oferta). Por exemplo, um aumento no custo das matérias-primas provoca uma queda na oferta: mantido o mesmo preço P0 (isto é, coeteris paribus), as empresas são obrigadas a diminuir a produção (diagrama B). Por outro lado, uma diminuição no preço dos insumos, ou uma melhoria tecnológica na utilização dos mesmos, ou ainda um aumento no número de empresas no mercado, conduz a um aumento da oferta, dados os mesmos preços praticados, deslocando-se, desse modo, a curva de oferta para a direita (diagrama C). Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 27 Equilíbrio de Mercado A interação das curvas de demanda e de oferta determina o preço e a quantidade de equilíbrio de um bem ou serviço em um dado mercado. Ou seja, quando ocorre o cruzamento entre as curvas de oferta e demanda, o preço de equilíbrio de mercado é estabelecido. Observe a tabela abaixo e compare com o gráfico da próxima página: Preço Qo Qd Situação 1,00 11000 1000 excesso de procura/ escassez de oferta 3,00 9000 3000 excesso de procura / escassez de oferta 6,00 6000 6000 Equilíbrio entre oferta e procura 8,00 4000 8000 excesso de oferta / escassez de procura 10,00 2000 10000 excesso de oferta / escassez de procura Legendas: Qo – Quantidade ofertada Qd – Quantidade demandada R$ 6,00 é o preço de quantidade de equilíbrio, ou seja, o preço e a quantidade que atendem as aspirações de consumidores e dos produtores simultaneamente. Existe Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 28 uma tendência natural do mercado para se chegar a uma situação de equilíbrio, e se não há obstáculos para a livre movimentação dos preços (como p.ex., na época do Sarney com o congelamento dos preços) e se o sistema é de concorrência pura ou perfeita. Na intersecção das curvas de oferta e demanda (ponto E), teremos o preço e a quantidade de equilíbrio, isto é, o preço e a quantidade que atendem às aspirações dos consumidores e dos produtores simultaneamente. Se a quantidade ofertada se encontrar abaixo daquela do ponto de equilíbrio E (o ponto A, por exemplo), teremos uma situação de escassez do produto. Haverá uma competição entre os consumidores, pois as quantidades procuradas serão maiores que as ofertadas. Formar-se-ão filas, o que forçará a elevação dos preços, até atingir-se o equilíbrio, quando as filas cessarão. Analogamente, se a quantidade ofertada se encontrar acima do ponto de equilíbrio E (o ponto B, por exemplo), haverá um excesso ou excedente de produção, um acúmulo de estoques não programado do produto, o que provocará uma competição entre os produtores, conduzindo a uma redução dos preços, até que se atinja o ponto de equilíbrio. Como se observa, quando há competição tanto de consumidores como de ofertantes, há uma tendência natural no mercado para se chegar a uma situação de equilíbrio estacionário - sem filas e sem estoques não desejados pelas empresas. Desse modo, se não há obstáculos para a livre movimentação dos preços, ou seja, se o sistema é de concorrência pura ou perfeita, será observada essa tendência natural de o preço e a quantidade atingirem determinado nível desejado tanto pelos consumidores como pelos ofertantes. Para que isso ocorra, é necessário que não haja interferência nem do governo nem de forças oligopólicas, que normalmente impedem quedas de preços dos bens e serviços. Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 29 Deslocamentos das Curvas de Oferta e Demanda Deslocamento da Demanda e Variações de Preço Deslocamento da Oferta e Variações de Preço Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 30 Crescimento econômico � deslocamento das curvas de demanda e oferta, com aumento de preços. (Cria um novo ponto de equilíbrio) Crescimento sem inflação � deslocamento *igual* das curvas de demanda e de oferta – sem aumento nos preços (na verdade é uma utopia). Qual o nível de inflação ideal de um país? É aquele cujo crescimento econômico consegue justificar. (A % de inflação equipara-se à % de crescimento, ou seja, se o preço aumento 4%, a oferta tbm aumentou 4%). Elasticidade É o impacto de uma variável sobre outra variável, coeteris paribus. Elasticidade-preço da Demanda (EPd) A elasticidade-preço da demanda reflete a sensibilidade da quantidade procurada por dado produto a uma alteração no preço desse produto. A forma correta de se medir essa sensibilidade é através da relação entre a variação percentual na quantidade e a variação percentual no preço. Se a quantidade procurada variar mais que proporcionalmente à alteração nos preços, a procura do produto é considerada elástica. É o que ocorre se, por exemplo, o preço de um produto subir 10% e a quantidade demandada reduzir-se em 20%, ou o preço subir 6% e a quantidade demandada reduzir-se em 10%. Caso as variações de quantidade sejam proporcionalmente menores que as variações de preço, a procura é dita inelástica. Quando as variações forem percentualmente iguais, a procura do produto tem elasticidade unitária. EPd = __Variação percentual da quantidade demandada__ Variação percentual do preço do bem ou serviço |EPd| ����positivo |EPd| = _0,2_ % ↓ = _2_ % ↓ Qd ↑Qd ���� Variações de preço afetam pouco o consumidor 1 % ↑ 10 % ↑P ↓P |EPd| = _4,2_ % ↓ = _42_ % ↓ Qd ↑Qd ���� Variações de preço afetam mais o consumidor 1 % ↑ 10 % ↑P ↓P Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 31 • Demanda Inelástica – o consumidor é pouco sensível a variações no preço. Ex.: sal de cozinha. 0 < |EPd| < 1 • Demanda Unitária |EPd| = 1 • Demanda Elástica – ex.: carne, roupa, etc... |EPd| > 1 Fatores que influenciam: • Número de substitutos - é de se esperar que, quanto mais perfeitos forem os substitutos de um produto, maior a tendência de esse produto ter demanda elástica; • Essencialidade do bem - quanto mais essencial for o produto, menor deverá ser a elasticidade-preço; • Participação do gasto com o bem e relação ao orçamento do consumidor - se for pouco substituível, quanto menor o peso no orçamento, menor deverá ser sua elasticidade-preço. Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 32 Incidência Tributária x |Epd|: se um bem for de demanda inelástica, o produtor tenderá a repassar o impacto do aumento de impostos para o consumidor via aumento de preços do bem. Receita Total x |Epd|: se a demanda for inelástica, aumentando-se o preço, a quantidade demandada diminui muito pouco, resultando num aumento considerável da Receita Total. O inverso tbm é válido. Se a demanda for elástica e a quantidade demandada diminuir mto, o preço sobe e a RT diminui. Se a qd aumentar mto, o preço cai, e a RT aumenta.j Receita Total (RT) = preço x quantidade vendida (qd) Elasticidade-renda da Demanda (ERd) A elasticidade-renda da demanda mede a variação percentual na quantidade demandada de um produto decorrente da variação percentual na renda dos consumidores. ERd = __Variação percentual da quantidade demandada__ Variação percentual da renda ERd < 0 ���� Bens inferiores (Ex.: - 0,8) – se aumenta a renda, a quantidade demandada diminui (troca-se por bens substitutos com preço maior). 0< ERd < 1 ���� Bens normais (Ex.: 0,9) – se aumenta a renda, a variação da quantidade demanda é pequena. ERd > 1 ���� Bens superiores, de luxo (Ex.: 3,7) – se aumenta a renda, o aumento da quantidade demandada é muito grande. Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 33 Elasticidade-preço cruzado da Demanda (Exy) X � um bem / y � outro bem Exy = ∆%Qdy ∆%Px Exy < 0 � bens complementares Exy = ∆%Qdy ↓ ∆%Px ↑ Exy > 0 � bens substitutos Exy = ∆%Qdy ↑ ∆%Px ↑ Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 34 Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 35 Capítulo 6 – Estruturas de Mercado Mercado de Bens e Serviços (Empresas � Vendedores) O comportamento de ofertantes e demandantes no mercado não é uniforme. Em decorrência da própria dinâmica da economia capitalista, o poder dos diferentes agentes econômicos é também diferenciado. Veremos a seguir as características básicas dos principais tipos de mercado. C O N C O R R ÊN C IA P ER FEITA C O N C O R R ÊN C IA M O N O P O LISTA (IM P ER FEITA ) O LIG O P Ó LIO M O N O P Ó LIO Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 36 CONCORRÊNCIA PERFEITA � Grande número de consumidores e ofertantes, tornando o mercado pulverizado de tal forma que nenhum comprador ou vendedor tenha condições de influenciar os preços ou o comportamento dos demais agentes; � Perfeito conhecimento do mercado, a começar pelo preço, por parte dos que o integram; � Perfeita mobilidade de recursos; � Ausência de entraves ao ingresso de novas empresas; � Homogeneidade de produtos. Exemplos: feira livre, comércio varejista em geral. CONCORRÊNCIA MONOPOLISTA (IMPERFEITA) � Grande número de empresas; � Fracas barreiras quanto ao ingresso e saída do mercado; � Pouca diferenciação dos produtos. Cada concorrente estabelece um produto único e ligeiramente diferenciado pela marca, embalagem, publicidade. A diferença é subjetiva. Exemplos: calças jeans, pizzarias, franquias, etc. OLIGOPÓLIO � Pequeno número de empresas controla a quase totalidade do mercado; � Forte bloqueio à entrada de concorrentes; � Concorrência pela diferenciação de produtos; � Tendência à concentração de capitais através de fusões; � Tendência à formação de cartéis e à rigidez de preços. Exemplos: indústria automobilística, de vidros, cimento, aço, pneumáticos, química, petroquímica etc. MONOPÓLIO � Existência de uma única empresa produtora de bens e serviços para os quais, no curto prazo, não existem substitutos próximos; � Barreiras legais, tecnológicas e econômicas ao ingresso de concorrentes no mercado; � Dimensões do mercado estabelecidas pela empresa via determinação prévia do volume de produção e dos preços desejáveis; � O lucro total da empresa é máximo para cada nível de produção e preço por ela estabelecido. Exemplo: correios. Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 37 Grau de concentração econômica = Faturamento das 4 maiores empresas x 100% Faturamento total Mercado de Fatores de Produção (Empresas � Consumidores) MONOPSÔNIO No mercado monopsônio existe um único comprador e muitos vendedores. A empresa compradora impõe um preço de compra do produto ou serviço. Esse preço pode ser ficado de acordo com os interesses da firma. Se desejar aumentar a oferta do produto ou serviço a empresa compradora eleva o preço de compra. Imagine uma cooperativa de leite ou uma grande indústria de laticínios que é a única compradora de todos os produtores de leite de uma região. Normalmente existem grandes fazendas de gado leiteiro ao redor da indústria e esta se compromete a comprar toda a produção local como forma de garantir matéria prima para seus diversos produtos derivados de leite. É comum que cooperativas também sejam exemplos de monopsônio, mesmo porque, em muitos casos, é para isso que são criadas. Outros exemplos de mercado caracterizado por monopsônio: � presença de uma grande usina siderúrgica numa cidade, sendo ela a única empregadora de mão-de-obra; � Petrobrás na compra de álcool anidro e hidratado dos produtores; ou uma grande indústria esmagadora de laranja em uma região onde existem muitos pequenos produtores de laranja não organizados em associações ou cooperativas. � Exemplo: setor público na compra de produtos específicos. Oligopsônio No mercado oligopsônio existem poucos compradores (sendo que alguns detêm parcela elevada do mercado) e muitos vendedores. Os compradores conseguem impor um preço de compra dos produtos aos produtores. Tal preço de compra não deve desestimular os produtores, mas não é demagnitude que compense os compradores a executarem ele próprios a produção. Exemplo: caso da relação entre a Sadia, Chapecó e Perdigão com os produtores de frango em Santa Catarina. Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 38 Monopólio Bilateral (Monopólio ���� Monopsônio) Existe apenas um produtor (um monopolista) e um consumidor (um monopsonista). O preço e a quantidade transacionada são feitos por acordo, pois o monopolista deseja vender dada quantidade de produto por um preço, e o monopsonista deseja obter a mesma quantidade por um preço diferente daquele pretendido pelo monopolista. Inicialmente acordam a quantidade a ser transacionada, com o monopolista fixando o preço mínimo a aceitar P1 e o monopsonista o preço máximo a pagar P2. O preço é estabelecido por acordo, respeitando o limite mínimo de P1 e o limite máximo de P2. Concorrência perfeita � mão-de-obra chinesa Concorrência Monopsonista (imperfeita) Estruturas de mercado - Tipos de Mercado N° Vendedores Nº Com- pradores Dificuldade de Entrada no Mercado Grau de Diferenciação do Produto Quem Determina o Preço Exemplos Concorrência Perfeita Muitos Muitos Nenhuma Nenhum Mercado Feira Livre Concorrência Monopolística (imperfeita) Muitos Muitos __ Subjetivo Vendedor, com Alguma Limitação Jeans franquias Oligopólio Poucos __ Grande Padronizado ou Diferenciado Vendedor Cimento, Cerveja, Automóveis Monopólio Um __ Total Não há substitutos Satisfatórios Vendedor Correios Monopsônio __ Um Total __ Comprador Setor público na aquisição de produtos específicos Oligopsônio __ Poucos Grande Padronizado ou Diferenciado Comprador Agroindústrias Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 39 Capítulo 7 – Políticas Macroeconômicas Metas Macroeconômicas • Alto índice de emprego • Estabilidade de preços • Distribuição de renda socialmente justa • Crescimento Econômico A política macroeconômica, como toda política possui metas a serem atingidas. Dentre essas metas temos: alto nível de emprego, estabilidade de preços, distribuição da renda e crescimento econômico. O alto nível de emprego é importante, pois, dessa forma, as pessoas recebem um salário e têm condições de adquirir mercadorias. Ao contrário, o desemprego gera pouca demanda, fazendo com que os produtos permaneçam nas prateleiras. Logo, se não há procura de produtos, a produção diminui e conseqüentemente o lucro também. Assim existe uma preocupação quanto ao nível de emprego para que haja um equilíbrio entre a demanda e a oferta. Um fator que influi na estabilidade dos preços é a tão famosa inflação. É ela a responsável pelo aumento contínuo e generalizado no nível de preços. Contudo, se aceita que um pouco de inflação seja integrante dos ajustes de uma sociedade em crescimento, porque esse avanço econômico dificilmente se realiza sem que ocorram elevações dos preços. Enquanto que países em desenvolvimento enfocam a análise da inflação, os industrializados preocupam-se com o problema do desemprego. A distribuição justa de renda também é meta da macroeconomia, tanto em relação ao nível pessoal quanto ao nível regional. Observa-se que a cada dia essa disparidade aumenta, ou seja, os ricos ficam cada vez mais ricos e os pobres, mais pobres. Mas, Garcia e Vasconcellos (2002, p. 86) apontam que “[...] a renda de todas as classes aumentou. O problema é que, embora o pobre tenha ficado menos pobre, o rico ficou relativamente mais rico [...]”. Interessante é observar que o rico jamais perde, ao contrário, sua riqueza só aumenta. Talvez esteja aí a forma de igualar a distribuição da renda, diminuindo daqueles que têm demasiadamente. Quanto ao crescimento econômico tem-se dúvidas em relação a sua importância como meta principal da política econômica. Tudo porque o crescimento econômico oferta à coletividade uma quantidade de mercadorias e serviços maior que o crescimento populacional. Juntamente com esse processo surgem novas indústrias, que trazem consigo poluição – piorando a qualidade do meio ambiente – , aumento de renda – cuja redistribuição é em prol dos mais ricos da população. Esse progresso econômico visa estimular a atividade produtiva a fim de aumentar o produto nacional, fato que ocorre quando existe desemprego e capacidade ociosa. Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 40 Instrumentos de Política Macroeconômica Política Fiscal (arrecadação e gasto) Diz respeito aos instrumentos disponíveis pelo governo para a arrecadação de impostos e contribuições, e o controle de suas despesas. Ela também é utilizada para estimular ou inibir os gastos do setor privado. Assim, se o objetivo é reduzir a taxa de inflação, as medidas fiscais empregadas são a redução dos gastos da coletividade ou o aumento da carga tributária, o que inibe o consumo. Porém, se a meta é o crescimento do emprego, aumentam-se os gastos públicos e diminuem- se os tributos, elevando assim a demanda. Se o objetivo a atingir é a melhor distribuição da renda, então os recursos utilizados devem se dar em benefício dos menos favorecidos. O governo passa, então, a gastar em regiões mais atrasadas, impor impostos progressivos, ou seja, quanto maior o nível de renda, maior a proporção paga do imposto em relação à renda, etc. O Princípio da Anterioridade rege que a execução de uma medida só pode ocorrer a partir do ano seguinte ao de sua aprovação pelo Congresso Nacional. Segundo este princípio constitucional, a que toda política tributária deve obedecer, é proibido que as autoridades públicas cobrem impostos ou contribuições no mesmo exercício financeiro em que a lei tenha sido publicada. Política Monetária (Ex.: taxa de juros) • Diminuir a infação – aumenta as taxas de juros • Crescimento econômico – abaixa as taxas de juros (porém, aumenta a inflação) Nesta, o governo atua sobre a quantidade de moeda e títulos públicos, sendo os recursos disponíveis a sua emissão, compra e venda de títulos, regulamentação sobre crédito e taxas de juros, entre outros. Se o objetivo é controlar a inflação, por exemplo, compra-se títulos públicos, diminuindo o estoque monetário da economia. Quando se anseia o crescimento econômico, o meio seria aumentar o estoque de moedas. Esta política não necessita obedecer o Princípio da Anterioridade e pode ser implementada logo depois da sua aprovação. E é exatamente esta a vantagem da política monetária sobre a política fiscal já que ambas representam meios diferentes para as mesmas finalidades – melhor distribuição de renda, questão distributiva. Política Cambial e Comercial Ambas atuam sobre o setor externo da economia. A política Cambial diz respeito a ação do governo sobre a taxa de câmbio. O governo fixa ou permite que a taxa de câmbio seja flexível, através do Banco Central. A política Comercial refere-se aos instrumentos que estimulam as exportações – estímulos fiscais e taxas de juros subsidiadas – e ao controle das importações – tarifas e barreiras maiores. Política de Renda (salários e preços de produtos) Refere-se à interferência do governo na formação de renda, através do controle e congelamento dos preços. Esse controle sobre os preços e salários é obtido através do combate ao aumento persistente e generalizado nos preços, que é a inflação. As políticas antiinflacionárias brasileiras são o salário mínimo, o congelamento de preços e salários etc. Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro– Direito Dinâmica – 1º Período B 41 Exercícios para Revisão 1 - Qual a definição de economia? Resposta: Economia é a ciência que estuda a maneira pela qual a sociedade organiza seus recursos para transformá-los em bens e serviços e satisfazer suas necessidades. 2 - O que são fatores de produção? Resposta: Recursos naturais (TERRA), Mão de obra (TRABALHO) e meios de produção (CAPITAL) 3 - Defina bens de consumo e bens de produção. Resposta: Bens de Consumo: São os bens destinados ao consumo final, ou seja, satisfazem necessidades do consumidor. Estão divididos em bens de consumo duráveis como p. ex. automóveis, eletrodomésticos, imóveis etc. e bens de consumo não duráveis como: combustíveis, alimentos, cigarros, etc. Os Bens de Produção são aqueles utilizados na transformação de recursos em bens e serviços finais. Os bens de produção são as maquinas, equipamentos, a mão de obra especializada empregada na produção, etc. A constituição de bens de produção depende do emprego de “trabalho”. Não confundir bens de produção (meios de produção) com recursos naturais!. 4 - Porque existe a necessidade de escolha do que produzir em uma economia organizada? Resposta: Por causa da escassez de recursos e das quantidades ilimitadas de necessidades. 5 - Defina o que é "custo de oportunidade". Resposta: Na escolha entre a produção de dois tipos de bens ou serviços, o custo de oportunidade representa a quantidade de um bem ou serviço “sacrificada” para obtenção de uma determinada quantidade de outro bens ou serviço. 6 - O que descreve uma curva de possibilidades de produção? Resposta: Descreve as possibilidades de produção combinadas para dois bens ou serviços. 7 - Como são denominados os bens que não possuem preço na economia? Resposta: Bens livres ou então “não- econômicos” . Ex.: O ar que respiramos. 8 - Quantos e quais são os agentes econômicos ? Resposta: 03 - Famílias / Empresas / Governo 9 - O que prevalece em termos de "propriedade" em uma economia de mercado? Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 42 Resposta: Propriedade privada 10 - Como podemos definir uma economia planificada centralmente em relação ao papel do governo? Resposta: A economia planificada centralmente é aquela onde o governo tem o papel de planejar e desenvolver todo o processo de produção econômica. Também conhecida como economia fechada onde prevalece a propriedade estatal dos meios de produçã. São exemplos as economias socialistas ou comunistas, como a Coréia do Norte e Cuba. 11 - Quais são as questões econômicas fundamentais? Resposta: O que produzir? / Como e quanto produzir? / Para quem produzir? 12 - Que tipo de estrutura de mercado mais se aproxima do sistema econômico brasileiro? Resposta: Economia Mista 13 - O que são bens intangíveis? Resposta: São os serviços. Porque cessam assim que prestados e não podem ser mensurados de forma física ou material. 14 - Como se comportará a curva de possibilidades de produção diante de uma inovação tecnológica? Resposta: O comportamento esperado é o seu deslocamento para fora ou para a direita visto que aumenta a produtividade com a inovação tecnológica. 15 - Qual o papel do governo no fluxo circular da renda de uma economia? Resposta: Ao governo cabe, mediante arrecadação de impostos e contribuições, manter a infra- estrutura produtiva, mediar conflitos de ordem econômica e social e oferecer bens públicos, ou seja, aqueles que a iniciativa privada não se dispõe a ofertar dado seu alto volume de investimento e também as restrições de retorno econômico. 16 - Qual o significado do termo "mão invisível" em economia? Resposta: O termo “mão invisível” foi cunhado pelo Economista Adam Smith no século XVIII para explicar a forma como os recursos são alocados pelo empreendedor na economia. Como seus objetivos são a geração de riqueza e a acumulação sua alocação evita o desperdício. Desta maneira os empreendedores, agindo segundo as forças do mercado, (como se uma “mão invisível” estivesse operando – livre de intervenção governamental), maximizam a riqueza oferecendo a melhor condição para a alocação dos recursos disponíveis em um dado momento na economia. Esta é a lógica chamada de “liberalismo econômico” que em sua versão mais recente é conhecida como “neoliberalismo”. 17 - Como podemos dividir os campos Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 43 de estudo da economia? Resposta: O estudo da Economia é dividido em duas partes. A Microeconomia, que estuda o comportamento do consumidor e dos mercados de bens e serviços para produtos específicos, analisando a demanda, a oferta e os custos de produção e a Macroeconomia, cujo campo de estudo abrange os aspectos gerais da economia, ou seja, o comportamento dos agregados econômicos, como por exemplo, o PIB, as taxas de desemprego, fenômenos relacionados as variações de preços (deflação e inflação), taxas de juro, regimes cambiais, etc. e as principais decisões de política econômica. 18 - Quando os recursos estão sendo utilizados de maneira ineficiente uma economia opera acima ou abaixo de sua curva de possibilidades de produção? Justifique sua resposta. Resposta: Opera “ABAIXO” da fronteira ou CPP, porque existe capacidade produtiva ociosa. Este fenômeno ocorre em momentos de recessão econômica, quando existe um grande número de desempregados e também industrias operando abaixo de sua capacidade total de produção. 19 - Cite quais são as principais falhas do sistema de mercado, ou economia de mercado. Resposta: A principais são: - não oferecer produtos em situações onde o preço (valor de troca) é inferior aos custos de produção - tendência a acumulação de capital por parte das empresas que apresentam alguma vantagem no processo competitivo e a conseqüente formação de Oligopólios e Monopólios 20 - Defina monopsônio? Resposta: É o mercado no qual há somente um comprador para os meios de produção. 21 - Qual o conceito de "mercado" em economia? Resposta: Entende-se por mercado um local ou contexto em que compradores (procura/demanda) e vendedores (oferta) de bens, serviços e recursos estabelecem contatos e realizam transações. 22 - O que é um monopólio? Resposta: É um mercado oposto a concorrência perfeita, nele existe um único empresário (empresa) dominando inteiramente a oferta, de um lado, e todos os consumidores de outro. 23 - Como podemos classificar a estrutura de mercado onde existem vários compradores e vendedores de um bem ou serviço? RESPOSTA: CONCORRÊNCIA PERFEITA 24 - Qual a definição de demanda? Prova Multi - Economia Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B 44 Resposta.: A demanda representa a quantidade de um bem ou serviço que os consumidores estariam dispostos e teriam condições de adquirir em um determinado momento. Ex.: Demanda Anual de Carne Bovina no Brasil em 2004. 25 - Quais são as principais questões estudadas pela teoria microeconômica? Resposta.: A teoria microeconômica estuda o comportamento do consumidor nos vários tipos de mercados de bens e serviços, a formação dos preços e as condições para a oferta dos bens e serviços pelos produtores. 26 - Porque a renda é um fator determinante da demanda? Resposta.:É um fator determinante da demanda porque bens e serviços normais tem preço e podem ser obtidos em maiores ou menores quantidades de acordo com a renda disponível. 27 - O que são bens complementares? Cite um exemplo. Resposta.: São aqueles que complementam o consumo de outro bem ou serviço. Exemplo: Consumo de Arroz e seu complementar “Feijão”, consumo de “automóveis” e seu complementar “combustível”, consumo de “pão francês” e seu complementar “manteiga”, consumo de “goiabada” e seu complementar “queijo”, consumo de “salgadinhos” e seu complementar “refrigerante”, consumo de “ternos” e seu complementar “gravatas” 28 - De que forma uma expectativa de aumento de preços para um determinado produto pode influenciar a demanda? Resposta.: As expectativas de aumentos de preços exercem influência direta sobre a demanda de um produto. Isto significa que, quando existem expectativas de aumento de preços os consumidores antecipam suas compras para evitar pagar mais caro quando o aumento confirmar-se. Um exemplo ocorre numa situação onde se especula sobre o aumento no preço dos combustíveis. Donos de automóveis, na medida do possível, procuram “encher” o tanque de seus veículos para evitar pagar mais caro pelo produto posteriormente. As donas de casa farão o mesmo se existir expectativa de aumento para o preço do gás de cozinha.
Compartilhar