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Química Ambiental I - 2016 PRÁTICA No. 01 INVESTIGANDO A PRODUÇÃO DE DIÓXIDO DE CARBONO DE CHUVA ÁCIDA Objetivos: - Avaliar as condições que propiciam a formação de chuvas ácidas e a sua influência na degradação de materiais a elas expostos. - Entender o mecanismo de produção de CO2 a partir de reações ácido-base com carbonatos e bicarbonatos e refletir a respeito do papel do CO2 no meio ambiente. Introdução A conseqüência de maior impacto ambiental relacionado à emissão de CO2 é o efeito estufa, uma vez que o dióxido de carbono tem a capacidade de absorver parte da radiação solar incidente e dissipá-la na atmosfera sob a forma de calor. normalmente essa radiação, em condições de menor concentração de CO2, seria refletida para fora da atmosfera sem maiores conseqüências. A absorção da radiação implica em aumento da temperatura global, descongelamento de parte da calota polar e elevação do nível d’água dos oceanos, aumento da umidade em algumas áreas, implicando em secas em outras, bem como interferência nas estações do ano. Na aula de hoje iremos estudar um pouco do comportamento químico do CO2, que está relacionado a um dos impactos ambientais de maior importância que se vivência atualmente e que está classificado no rol das mudanças globais.1 Um dos problemas ambientais mais graves que muitas regiões do mundo vem enfrentando atualmente é a chuva ácida. Este termo genérico abrange vários fenômenos, com o a neblina ácida e a neve ácida, todos relacionados a precipitações substanciais de ácidos. A chuva ácida traz conseqüências ecológicas danosas e a presença de partículas ácidas no ar também tem efeitos na saúde humana.1 O fenômeno da chuva ácida refere-se à precipitação mais ácida do que a chuva natural (não-poluída), que já é ligeiramente ácida pela presença de dióxido de carbono atmosférico dissolvido, sob a forma de ácido carbônico, em parte dissociado: Devido a esta fonte de acidez, o pH da chuva natural, não-poluída, é em torno de 5,6. Apenas as chuvas com pH abaixo de 5 são consideradas como chuvas ácidas. Química Ambiental I - 2016 Ácidos fortes, como o HCl, liberados em erupções vulcânicas podem produzir temporariamente chuvas ácidas “naturais” em regiões como o Alasca e a Nova Zelândia. Os ácidos predominantes na chuva ácida são o ácido sulfúrico (H2SO4) e o ácido nítrico (HNO3). Em termos gerais, a chuva ácida precipita-se, segundo e direção dos ventos, em locais distantes das fontes dos poluentes primários, isto é, o dióxido de enxofre (SO2) e os óxidos de nitrogênio (NOx). Os ácidos são gerados durante o transporte da massa de ar que contém os poluentes. Deste modo, a chuva ácida é um problema de poluição que não respeita fronteiras, em razão do deslocamento a grandes distâncias dos poluentes atmosféricos. 2- METODOLOGIA Parte 1: Geração de CO2 1. Colocar cerca de 3 g de pó de carbonato de cálcio no interior do erlenmeyer de 250 mL. Adicionar 25 mL de ácido clorídrico diluído ao interior do erlenmeyer e, rapidamente, tampar o erlenmeyer com a rolha de borracha com o tubo de vidro e mangueira (ver o esquema da Figura 1). Figura 1: Esquema da montagem de um sistema para geração de CO2 a partir de carbonato de cálcio. 2. Borbulhar o CO2 em um tubo de ensaio preenchido até a sua metade com água destilada. Avaliar o pH da solução com o papel indicador e verificar se o CO2 é um óxido ácido ou básico. 3. Em outro tubo de ensaio contendo “água de cal” (solução de Ca(OH)2), borbulhar o CO2 gerado. Explicar o que ocorre. 4. Em um béquer de 100 mL, colocar “água de cal” até mais ou menos 1/3 de sua capacidade. Usando uma pipeta, assoprar na solução. Qual a relação entre o que ocorre agora, com o que foi observado no item 3. Química Ambiental I - 2016 Parte 2: Chuva ácida produzida pelo SO2 1. Colocar algumas gotas de água destilada em um vidro de relógio e adicionar um papel azul de tornassol. Observar se há mudança na cor do papel. 2. Em um frasco de boca larga com tampa (tipo de café instantâneo), prender na parte interna, um fio de cobre com um papel de tornassol azul umedecido em água destilada e uma pétala de flor colorida (Figura 2). 3. Em um cadinho suportado em um triângulo de porcelana, aquecer uma pequena porção de enxofre e quando este começar a fundir, introduzir o cadinho no interior do frasco, usando uma pinça metálica (tenaz). 4. Cobrir o frasco com um vidro de relógio ou com uma placa de Petri. Aguardar cerca de 10 minutos e observar as alterações no papel de tornassol e na pétala. Figura 2: Representação esquemática do sistema para simulação de chuva ácida. 5. Retirar todo o material de dentro do frasco e rapidamente adicionar 40 mL de água destilada. Fechar o frasco e agitar, de modo a que a atmosfera interna do frasco tenha contato com a água. 6. Colocar um fragmento ou uma porção de carbonato de cálcio, um fragmento de magnésio e um papel de tornassol azul, respectivamente em três copos béquer de 50 ou 100 mL. Com uma pipeta de 5 mL, retirar amostras da água do interior do frasco de 250 mL e colocar sobre cada uma das três amostras que estão no interior dos copos béquer. Explicar as suas observações. QUESTIONÁRIO Questões: 1. Observando o que ocorreu com o carbonato de cálcio, com o magnésio e com a pétala de flor, quais as conseqüências das chuvas ácidas? Escreva as reações que podem produzir chuva ácida a partir de óxidos de nitrogênio e óxidos de enxofre. 2. Por que as regiões onde existem usinas termoelétricas para geração de energia podem apresentar chuvas ácidas? Química Ambiental I - 2016 3. Discutir a importância da existência de programas de monitoramento ambiental com técnicas sensíveis a mudanças de pH das chuvas. 4. Discutir a relação entre as duas Figuras 3.a e 3.b, bem como o contexto histórico e econômico em que se insere. Figura 3: (a) Concentração de dióxido de carbono atmosférico. (b) Alterações globais de temperatura. Fonte: Baird, 2002. 5. A Figura 4 mostra as emissões anuais globais antropogênicas de dióxido de carbono expressas em termos de massa de carbono, derivadas da queima de combustíveis fósseis e da fabricação de cimento. Estes dados devem ser levados em conta na projeção para um cenário futuro de aumento da temperatura global, com o conseqüente aumento no nível das águas oceânicas. O que podemos fazer para minimizar este impacto ambiental? Quais as atitudes que podem ser tomadas por países do hemisfério sul e do hemisfério norte? Figura 4: Emissões anuais globais antropogênicas de dióxido de carbono expressas em termos de massa de carbono (queima de combustíveis fósseis e da fabricação de cimento). Fonte: Baird, 2002. Referências Bibliográficas. Baird, Colin, Química ambiental - Editora Bookman, 4ª EDIÇÃO – 2011. ISBN: 8577808483, ISBN13: 9788577808489.
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