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29/03/2018 Texto-base - Movimentações para o cálculo no século XVII | Fernanda Oliveira Simon: HISTÓRIA DA MATEMÁTICA - MHM001 https://cursos.univesp.br/courses/1023/pages/texto-base-movimentacoes-para-o-calculo-no-seculo-xvii-%7C-fernanda-oliveira-simon?module_item_id=59623 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA Para falarmos do prelúdio à matemática moderna, poderíamos discorrer sobre vários nomes, como Galileu Galilei (1564-1642), Simon Stevin (1548-1620), Johann Kepler (1571-1630), entre vários outros. Mas vamos voltar a falar rapidamente de Viète (1540-1603), já abordado na aula anterior, e também sobre René Descartes (1596-1650), Pierre de Fermat (1601-1665) e Blaise Pascal (1623-1662). 2.1. FRANÇOIS VIÈTE É considerando o maior matemático francês do século XVI. Nasceu em Fontenay, em 1540, estudou advocacia e foi membro do parlamento provincial da Bretanha. Todavia, dedicava a maior parte do seu tempo à matemática. Faleceu em Paris, em 1603. A vasta obra de Viète compreende trabalhos de trigonometria, álgebra e geometria. Como já vimos, estudou Direito e era matemático por vocação. Sua principal contribuição foi o seu trabalho sobre Álgebra, que merece atenção pela generalidade de sua expressão e por novas formas de resolver equações cúbicas. Todavia, a forma homogênea das suas equações mostra que o pensamento de Viète sempre se mantinha próximo da Geometria - mas não era uma Geometria de nível elementar. Viète tinha desenvolvido um Geometria de nível elevado, comparada a Apolônio e Papus, interpretando operações algébricas fundamentais a partir de fundamentos geométricos (BOYER, 1974). Excelente algebrista, conseguiu aplicar álgebra à trigonometria, dando sua parcela de contribuição aos três problemas famosos da Antiguidade ao mostrar que tanto o problema da trissecção como o da duplicação dependem da resolução de uma cúbica. Nesse sentido, Viète introduz na História da Matemática uma tendência de associar a nova Álgebra avançada com a Geometria clássica avançada. Assim, o surgimento da Geometria Analítica não podia estar muito longe. (EVES, 2011). Historiadores chegam a afirmar que Viète poderia ter descoberto a Geometria Analítica se não evitasse o estudo geométrico de equações indeterminadas - ou seja, sempre que se deparava com um problema geométrico que conduzia a uma equação final com duas incógnitas, Viète o abandonava, alegando que o problema era indeterminado. Mesmo assim, observou uma conexão muito importante entre suas fórmulas e a resolução de equações cúbicas e percebeu que a Trigonometria poderia servir como auxiliar para a Álgebra em limites nos quais esta última ainda esbarrava, como no caso irredutível da cúbica. De toda forma, o ponto de partida para a consolidação da Geometria Analítica estava lançado. Cálculo: Arquimedes. Movimentações para o cálculo no século XVII. Antecipações nos trabalhos de Descartes, Fermat e Pascal. 5 TEXTO-BASE 2. Movimentações para o cálculo no século XVII [1] 29/03/2018 Texto-base - Movimentações para o cálculo no século XVII | Fernanda Oliveira Simon: HISTÓRIA DA MATEMÁTICA - MHM001 https://cursos.univesp.br/courses/1023/pages/texto-base-movimentacoes-para-o-calculo-no-seculo-xvii-%7C-fernanda-oliveira-simon?module_item_id=59623 Contam-se algumas anedotas divertidas sobre Viète. Há, por exemplo, a história do embaixador dos Países Baixos que se gabava ao rei Henrique IV de que a França não tinha nenhum matemático capaz de resolver um problema proposto em 1593 por seu conterrâneo Adrianus Romanus (1561-1615) e que requeria a resolução de uma equação de grau 45. Convocado, logo ao ver a equação Viète percebeu ligações trigonométricas subjacentes e, em poucos minutos, foi capaz de descobrir duas raízes e, posteriormente, encontrou mais 21. As raízes negativas lhe escaparam. Viète, por sua vez, desafiou Romanus a resolver com os instrumentos euclidianos o problema de Apolônio; o matemático dos Países Baixos, porém, não deu conta da tarefa. Quando lhe foi apresentada a elegante solução de seu desafiante, Romanus fez questão de viajar até Fontenay para conhecê-lo. Há também a história de como Viète conseguiu quebrar um código usado pela Espanha, formado de aproximadamente 600 caracteres, propiciando uma vantagem para a França, durante dois anos, na guerra travada então pelos dois países. Tão seguro estava o rei Filipe II de que o código era indecifrável que se queixou ao Papa de que a França estava usando magia contra seu país, “o que era contrário à fé cristã”. Consta que, quando Viète se engolfava no estudo da matemática, era capaz de ficar dias seguidos trancado em seu gabinete. O mais famoso trabalho de Viète é In artem, ao qual o desenvolvimento do simbolismo algébrico muito deve. Nesse texto, Viète introduziu a prática de se usar vogais para representar incógnitas e consoantes para representar constantes. A convenção atual de se usar as últimas letras do alfabeto para indicar as incógnitas e as primeiras para as constantes foi introduzida por Descartes em 1637. Antes de Viète, era comum se usarem letras ou símbolos diferentes para as várias potências de uma quantidade (EVES, 2011, p.308-309) 2.2. RENÉ DESCARTES René Descartes (1596-1650), nascido na França, em família nobre, recebeu suas primeiras instruções no colégio jesuíta de La Flèche. Graduou-se em Direito e participou ativamente de várias campanhas militares como a de Maurice, do Príncipe de Nassau, a do Duque Maximiliano I da Baviera e a do exército francês no cerco de La Rochelle. Foi amigo de grandes sábios da época como Faulhaber, Desargues e Mersenne e é considerado o "Pai da Filosofia Moderna". Escreveu em 1637 sua mais célebre obra: O Discurso do Método. Nesse trabalho, expõe sua teoria de que o universo era feito de matéria em movimento e qualquer fenômeno poderia ser explicado através das forças exercidas pela matéria contígua. Essa teoria só foi superada posteriormente pelo raciocínio matemático de Isaac Newton. Suas ideias científicas e filosóficas eram muito avançadas para a época. Por outro lado, sua matemática guardava características da antiguidade. Foi Descartes que, segundo alguns autores, teria criado a Geometria Analítica, numa tentativa de volta ao passado (BOYER, 1974). Durante o período em permaneceu com o exército bávaro (1619), criou a fórmula sobre poliedros que usualmente leva o nome de Euler: v + f = a + 2 em que v, f e a são respectivamente o número de vértices, faces e arestas de um poliedro simples. 29/03/2018 Texto-base - Movimentações para o cálculo no século XVII | Fernanda Oliveira Simon: HISTÓRIA DA MATEMÁTICA - MHM001 https://cursos.univesp.br/courses/1023/pages/texto-base-movimentacoes-para-o-calculo-no-seculo-xvii-%7C-fernanda-oliveira-simon?module_item_id=59623 Em uma tentativa de voltar ao passado, o objetivo de Descartes era uma construção geométrica e não uma redução da geometria à álgebra. Comumente, a obra de Descartes é associada simplesmente à aplicação da álgebra à geometria. Porém, na verdade, deve ser entendida como tradução de operações algébricas em linguagem geométrica. Descartes escreveu: Todo problema de geometria pode facilmente ser reduzido a termos tais que o conhecimento dos comprimentos de certos segmentos basta para a construção. Citado por Boyer (1974) Em 1628, já estava de posse da Geometria Cartesiana (que hoje se confunde com a Analítica), embora os verdadeiros objetivos fossem outros. Em O Discurso do Método, Descartes se posiciona de forma imparcial quando discute os méritos da Geometria e da Álgebra. Tinha como verdadeiro objetivo libertar a Geometria de excessivos processos algébricos, que utilizavam, a seu ver, muitos diagramas que fatigavam a imaginação. Descartes queria dar significado às operações da Álgebra, então considerada tão obscura e confusa para a mente, através de interpretações geométricas (BOYER, 1974). René Descartes estavacerto de que toda as ciências matemáticas partem do mesmo princípio básico. Aplicando seus conceitos, conseguiu resolver o problema das 3 e 4 retas de Pappus. Assim, percebendo a eficiência de seus métodos, publicou A Geometria, obra composta por 3 livros, na qual apresenta instruções detalhadas para a resolução de equações quadráticas por processos geométricos (sua solução passava pelo uso de parábolas). Descartes também estudou as ovais, sendo estas importantes para a óptica. Ensinou, ainda, como descobrir raízes racionais e encontrar solução algébrica de equações cúbicas e quadráticas (BOYER, 1974). Em 1649, convidado pela Rainha Cristina da Suécia, estabeleceu uma Academia de Ciências em Estocolmo. A partir de então, nunca mais gozou de boa saúde, não suportando o inverno escandinavo e vindo a falecer prematuramente em 1650. 2.3. PIERRE DE FERMAT Pierre de Fermat nasceu em Beaumont-de-Lomages, no dia 17 de agosto de 1601, na França. Morreu no dia 12 de janeiro de 1665 em Castres, também na França. Foi advogado e oficial do governo em Toulouse pela maior parte de sua vida. A Matemática era o seu passatempo. Foi um entusiasta da Matemática e das ciências. Em 1636, propôs um sistema de Geometria Analítica semelhante àquele que seria proposto por René Descartes um ano depois. No entanto, o ponto de vista de Fermat não concordava inteiramente com o de Descartes: Fermat dava ênfase ao esboço de soluções de equações indeterminadas, em vez de usar construções geométricas das soluções algébricas determinadas. Assim, o trabalho de Fermat baseava- se na reconstrução do trabalho de Apolônio, a partir dos pressupostos algébricos de Viète (enquanto Descartes construía sua geometria a partir do difícil problema de Papus). Esforço semelhante levou Fermat a descobrir métodos similares para diferenciação e integração por máximos e mínimos (BOYER, 1974). É possível que Fermat estivesse de posse de sua Geometria Analítica desde 1629. Pierre de Fermat sempre é mais lembrado pelo seu trabalho em teoria de número, em particular pelo Último Teorema de Fermat. 29/03/2018 Texto-base - Movimentações para o cálculo no século XVII | Fernanda Oliveira Simon: HISTÓRIA DA MATEMÁTICA - MHM001 https://cursos.univesp.br/courses/1023/pages/texto-base-movimentacoes-para-o-calculo-no-seculo-xvii-%7C-fernanda-oliveira-simon?module_item_id=59623 Este teorema diz que x + y = z não tem nenhuma solução de inteiro (não zero) para x, y e z quando n>2. Fermat escreveu, na margem da tradução de Bachet de Diofanto: Eu descobri uma prova verdadeiramente notável, que esta margem é muito pequena conter. Hoje, acredita-se que a "prova" de Fermat estava errada, embora seja impossível estar completamente certo disso. Foi demonstrada a veracidade da afirmação de Fermat em junho de 1993, por Andrew Wiles (matemático britânico). Não obstante, Wiles retirou a reivindicação de ter uma prova quando problemas surgiram mais tarde. Depois, novamente, em novembro 1994, Wiles reivindicou novamente ter uma prova correta. E, enfim, após alguns meses de apreciação das 200 páginas propostas por ele, sua demonstração foi definitivamente aceita. Segundo Boyer (1974), Fermat foi verdadeiramente o “príncipe dos amadores” em Matemática. Nenhum matemático profissional de seu tempo fez maiores descobertas ou contribuiu mais para o assunto. Todavia, Fermat era tão modesto que quase nada publicou ao longo de toda sua vida. Satisfazia-se em anunciar suas descobertas aos amigos por meio de cartas. Algumas vezes, anotava resultados nas margens dos seus livros. O trabalho dele foi esquecido até ser redescoberto na metade do século XIX. 2.4. BLAISE PASCAL Blaise Pascal nasceu em 1623 (Clermont) e faleceu em 1662 (Paris). Foi um filósofo e matemático francês, filho de Étienne Pascal, também Matemático. Em 1632, toda a família foi viver em Paris. O pai de Pascal tinha uma concepção educacional pouco ortodoxa, e decidiu que seria ele mesmo o responsável pela educação dos filhos. Decidiu também que Pascal não estudaria Matemática antes dos 15 anos. Por isso, mandou remover de casa todos os livros e textos matemáticos. Porém, movido pela curiosidade, Blaise Pascal começou a trabalhar com Geometria a partir dos 12 anos. Assim, descobriu sozinho que a soma dos ângulos de um triângulo é igual a dois ângulos retos. Somente então seu pai resignou-se e ofereceu a Pascal uma cópia do livro de Euclides. Pascal passou a acompanhar seu pai nas reuniões de Mersenne a partir dos 14 anos. Nessas reuniões, encontravam-se muitas personalidades importantes. Aos 16 anos, numa das reuniões, Pascal apresentou uma única folha de papel contendo vários teoremas de Geometria Projetiva (incluindo o "Hexagrama místico", como é conhecido atualmente). O Hexagrama místico demonstra que se um hexágono estiver inscrito numa cônica, então as intersecções de cada um dos 3 pares de lados opostos são colineares (BOYER, 1974). Em 1639, a família de Pascal deixou Paris e mudou-se para Rouen (cidade onde seu pai tinha sido nomeado coletor de impostos da Normandia Superior). Em fevereiro de 1640, com 17 anos, publicou seu trabalho Ensaio sobre secções cônicas (no qual trabalhou durante 3 anos). Aos dezoito anos, pensando em ajudar o pai na tarefa de cobrar impostos, Pascal inventou a primeira máquina digital, chamada Pascalinne, para levar a cabo o processo de adição e subtração. Posteriormente, organizou a produção e a comercialização dessas máquinas de calcular (que se assemelhavam a uma calculadora mecânica dos anos 1940) (Figura 1). Pelo menos 7 dessas máquinas ainda existem; uma foi apresentada à rainha Cristina da Suécia em 1652. n n n 29/03/2018 Texto-base - Movimentações para o cálculo no século XVII | Fernanda Oliveira Simon: HISTÓRIA DA MATEMÁTICA - MHM001 https://cursos.univesp.br/courses/1023/pages/texto-base-movimentacoes-para-o-calculo-no-seculo-xvii-%7C-fernanda-oliveira-simon?module_item_id=59623 Figura 1. Máquina de calcular de Pascal. Em 1651, quando seu pai faleceu, Pascal escreveu para uma de suas irmãs uma carta sobre a morte com um profundo significado cristão sobre a morte do pai. Essas suas ideias religiosas foram base para a sua grande obra filosófica Pensées, que se constitui como um conjunto de reflexões pessoais acerca do sofrimento humano e da fé em Deus. Em Física, destacou-se pela sua obra Tratado sobre o equilíbrio dos líquidos, relacionado com a pressão dos fluidos e hidráulica. O princípio de Pascal afirma que: A alteração de pressão produzida em um fluido em equilíbrio transmite-se integralmente a todos os pontos do fluido e às paredes do seu recipiente. Pascal estudou e demonstrou no trabalho do Triângulo aritmético (1654) diversas propriedades do triângulo, aplicando-as no estudo das probabilidades. Antes de Pascal, Tartaglia já usara o triângulo nos seus trabalhos (e muito antes, os matemáticos árabes e chineses já o utilizavam). Este famoso triângulo que se pode continuar indefinidamente, aumentando o número de linhas, é conhecido como Triângulo de Pascal ou Triângulo de Tartaglia. Trata-se de um arranjo triangular de números em que cada número consiste na soma do par de números acima de si. O triângulo de Pascal apresenta inúmeras propriedades e relações. Por exemplo, podemos apontar aqui que as somas dos números dispostos ao longo das diagonais do triângulo resultam na Sucessão de Fibonacci. O triângulo de Pascal é um triângulo numérico infinito formado por números binomiais em que n representa o número da linha e k representa o número da coluna, iniciando a contagem a partir do zero. O triângulo foi descoberto pelo matemático chinês Yang Hui, e 500 anos depois, várias de suas propriedades foram estudadas por Blaise Pascal. Pascal descobriu algumas propriedades novas, como: Em todo triângulo aritmético, se duas células são contíguas na mesma base, a superior estápara a inferior como o número de células desde a superior até o topo da base está para o número de células do inferior, até o ponto mais baixo inclusive. 29/03/2018 Texto-base - Movimentações para o cálculo no século XVII | Fernanda Oliveira Simon: HISTÓRIA DA MATEMÁTICA - MHM001 https://cursos.univesp.br/courses/1023/pages/texto-base-movimentacoes-para-o-calculo-no-seculo-xvii-%7C-fernanda-oliveira-simon?module_item_id=59623 O triângulo também pode ser representado como: Figura 2. Triângulo de Pascal. Pascal chamava posições na mesma coluna vertical de células do mesmo posto perpendicular. As de uma mesma horizontal, de células de mesmo posto paralelo. As células na mesma diagonal apontando para cima ele chamava de células da mesma base (BOYER, 1974). Também podemos dizer que Pascal define os números no triângulo por recursão (https://pt.wikipedia.org/wiki/Recurs%C3%A3o) : Pascal conclui com a prova: Durante o verão de 1654, trocando correspondência com Fermat, Blaise Pascal estabeleceu os fundamentos da Teoria das Probabilidades. Seu último trabalho foi sobre a Cicloide: a curva traçada por um ponto da circunferência que gira, sem escorregar, ao longo de uma linha reta. Durante esse ano, desinteressou-se da ciência e passou os últimos anos da vida praticando caridade. Foi então que decidiu dedicar-se a Deus e à religião. Faleceu com 39 anos porque um tumor maligno que tinha no estômago foi estendido ao cérebro. REFERÊNCIAS BOYER, C.B. História da Matemática. Trad. GOMIDE, E.F. São Paulo: Ed. Edgard Blücher, 1974. Chame o número na (m+1)-ésima linha e na (n+1)-ésima coluna por t .1. mn Então t = t + t , para m = 0, 1, 2... e n = 0, 1, 2…2. mn m-1,n m,n-1 As condições de contorno são t = 0, t = 0 para m = 1, 2, 3... e n = 1, 2, 3... O gerador t = 1. 3. m, −1 −1, n 00 29/03/2018 Texto-base - Movimentações para o cálculo no século XVII | Fernanda Oliveira Simon: HISTÓRIA DA MATEMÁTICA - MHM001 https://cursos.univesp.br/courses/1023/pages/texto-base-movimentacoes-para-o-calculo-no-seculo-xvii-%7C-fernanda-oliveira-simon?module_item_id=59623 EVES, H. Introdução à História da Matemática. Trad. DOMINGUES, H.H. 5ª. edição. Campinas: Ed. UNICAMP. 2011. [1] Vietè também é conhecido pelo seu nome semilatinizado, Vieta
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