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John Rawls e seu conceito de sociedade justa Prof.: Mauricio Santoro Aluno: João Victor Botelho Santos Sobre John Rawls John Rawls foi um professor de filosofia política na universidade de Harvard, que durante sua infância e adolescência vivenciou a questão da desigualdade entre negros e brancos dentro de seu estado, o que o levou à questão: o que é uma sociedade justa? A partir disso ele tenta formular a sua própria Teoria da Justiça, buscando para isso dois conceitos que estavam cada um sendo defendidos por países em meio a uma guerra ideológica: a ideia de liberdade dos capitalistas e a igualdade do comunismo. O autor também formula uma ideia de sociedade justa, muito semelhante à sociedade utópica de Thomas More. Na sua concepção, toda sociedade tem um lugar de posição original, que seria a base daquele sistema, e na sociedade "Rawlsiana" a posição original estaria preenchida pela justiça, na qual está contida os ideais de liberdade e igualdade. Rawls, portanto, ficou conhecido por perceber o quanto esses dois elementos, aparentemente rivais para a conjuntura da época, poderiam contribuir juntos para a formação da comunidade e também por pôr como elemento fundamental para a construção da sociedade a justiça, pois, sem ela, qualquer lei ou instituição que se planeje criar dentro de um Estado será injusto e desigual, e, portanto, falho. A concepção de uma sociedade justa para John Rawls A síntese do pensamento de Rawls sobre justiça é a equidade. Isso quer dizer que uma comunidade só pode ser justa se dar a seus cidadãos meios igualitários de atingir seus objetivos e para isso ocorrer a justiça deve ser o pilar da sociedade, ela deve garantir aos indivíduos direito, deveres e oportunidades iguais, independente das diferenças econômico-sociais que possa haver, e além disso, um Estado justo deve garantir a inviolabilidade dos direitos de seus membros, por mais que isso gere benefícios compartilhados por um outro grupo. Para garantir a justiça social, Rawls desenvolve o que ele chama de "posição original". De acordo com essa ideia, há várias etapas para se atingir a plenitude política ou social e a primeira etapa, a posição original, seria o elemento norteador para as etapas seguintes e, por consequência, a base do resultado final. E é justamente na posição original que Rawls coloca a sua ideia de justiça equitativa. A partir do momento que ele tem a justiça na posição original, o autor começa a teorizar sobre o que é uma sociedade justa. O autor reconhece que a sociedade é um instrumento que os indivíduos utilizam para obterem vantagens mutuas que, caso dependessem de si mesmos, não alcançariam. Mas é exatamente isso que revela nela a existência de interesses e numa sociedade injusta esses interesses entrariam em conflito, visto que os indivíduos estão sempre atentos à maneira que a riqueza é distribuída, e na maioria das vezes, não se absterão de tomar para si a maior parte, pois não há nenhum valor que o impeça ou constranja. Em contrapartida, numa sociedade que tem a justiça na posição original, todos os membros aceitariam os princípios de justiça, apesar de seus próprios interesses, e as instituições sociais buscariam na maioria das vezes satisfazer esses princípios. Porém, para Rawls, os indivíduos são parciais e normalmente tendem a formular um conjunto de princípios que atribuem direitos e deveres que lhes beneficie, mas, quando esses princípios estão pautados na justiça, os interesses pessoais já não serão correspondidos se o resultado for uma desigualdade. Portanto, para atingir uma constituição justa, Rawls propõe que sejam convocados uma delegação e que essa seja posta sob o que é entendido como um estado de ignorância. Nesse estado, os indivíduos responsáveis para fomentação da constituição seriam inocentes quanto à princípios e valores próprios, religiosidade, etnia, gênero e outros fatores distintivos. Dessa maneira seria assegurada a imparcialidade no momento de decidir os formatos da constituição. Todo esse processo seria necessário, portanto, para fazer nascer a sociedade ideal para John Rawls. A justiça pautaria tudo e as instituições não fariam distinções arbitrarias entre os indivíduos quando for atribuir direitos e deveres comuns, o próprio sistema se disporia a prevenir que eles estejam em situação de equidade e com as mesmas condições de atingir seus objetivos. O autor até admite que o processo político pode resultar em leis injustas, mas afirma que tal lei só pode ser aceita na falta de outra melhor e quando as outras opções causarem maiores injustiças ou privações da liberdade. Basta agora averigua o que esse Estado equânime protege no âmbito individual de seus membros. John Rawls aponta que a primeira instituição que a constituição deve proteger e a liberdade igual para todos. À todos os cidadãos é atribuída diversas liberdades (de consciência e pensamento, as civis, as pessoais, a politica), mas essas estão em certo nível reguladas, e isso só ocorre em benefício da própria liberdade, ou seja, para que a liberdade total de um não restrinja a liberdade de outro, todos os integrantes sociais têm igualmente suas liberdades reguladas, de modo que todos possam usufruir dos efeitos mais importantes de cada uma. Um ponto delicado para Rawls é a liberdade religiosa ou filosófica. Essa também deve ser assegurada como todas as outras, mas, caso ela ameace a ordem pública ou a segurança, deve ser limitada, pois é entendido que sem a ordem pública, não é possível ter a liberdade comum. Porém, ele ressalva que a liberdade religiosa não deve ser restringida por motivos de ceticismo ou contrariedade com uma religião ou segmento filosófico especifico. Negar a liberdade à religião só é possível em benefício da própria liberdade. O princípio da liberdade também abrange a igual participação política. Por ela, todas as pessoas teriam direito a participas no processo decisório legislativo, assim como a poder assumir cargos público e se associar a partidos políticos custeados pelo próprio Estado, pois essa seria a melhor maneira de manter essas organizações longe do interesse privado que só buscaria seus próprios benefícios na política. Para Rawls, de nada serviria o sufrágio universal frente à eleições e partidos financiados pela iniciativa privada. A constituição também deve firmar que o sistema político econômico-social se volte para auxiliar os menos favorecidos a alcançar seus objetivos, mas sempre respeitando a equidade de oportunidades e o direito fundamental à liberdade. Concluindo, a sociedade ideal de John Rawls é um Estado pautado na sua Teoria de Justiça Equitativa. Nela, tem-se como máxima a liberdade do indivíduo que, embora regulada, não deve ser precedida pelo conceito de igualdade. Já em relação à igualdade entre os indivíduos, todo o Estado é orquestrado de maneira a possibilitar ao indivíduo iguais oportunidades que aos outros membros e, para isso, ajudar os menos favorecidos para que eles estejam em nível de equidade. Trechos dos conteúdos encontrados na internet John Rawls (Baltimore, 21 de fevereiro de 1921 — Lexington, 24 de novembro de 2002) foi um professor de filosofia política na Universidade de Harvard O problema que move Rawls é: “o que é uma sociedade justa?”. A partir de tal pergunta, Rawls chama para si a tarefa de propor uma Teoria da Justiça que propicie, a partir de bases realísticas, a aproximação maior possível de uma sociedade justa. Ele é um liberal e, a partir do liberalismo, irá formular a sua Teoria da Justiça. John Rawls almeja elaborar uma Teoria da Justiça que consiga conjugar os dois mais importantes valores do mundo moderno: a liberdade (valor supremo da vida humana)e a igualdade (valor fundamental na convivência entre os membros de uma comunidade política). A liberdade como valor maior que conduz o agir de cada indivíduo. E a igualdade, como valor-guia que orienta a convivência em sociedade. Ou seja, a liberdade como valor próprio da dimensão individual. E a igualdade, como valor típico da dimensão social. Valores que aparentemente são incompatíveis, ou que, pelo menos, as duas principais ideologias do século XX, e que marcaram a Guerra Fria, procuraram difundir como se fossem inconciliáveis. O liberalismo (na seara econômica, o capitalismo) fundado no valor da liberdade. E o marxismo (ou o comunismo) edificado a partir do valor da igualdade. O grande mérito de Rawls, portanto, foi perceber que era preciso elaborar uma Teoria da Justiça que combinasse os dois valores. A partir deste raciocínio, Ralws acredita que será possível responder a pergunta chave da Filosofia Moral e Política: o que é uma sociedade justa? A Teoria da Justiça que Rawls irá propor é aquilo que ele chamou de “Teoria da Justiça como Equidade”. Equidade é a melhor tradução possível para o termo em inglês “fairness”. Em sua obra Uma Teoria da Justiça, publicada no ano de 1971, Rawls utiliza o artifício da “situação inicial” ou “posição original” como base para construir sua ideia de justiça equitativa. Esses dois termos servem de alusão ao estado de natureza que a teoria contratualista esboça. Utilizando o artifício da “posição original”, Rawls não pretende delinear como a sociedade ou o estado foram estabelecidos, mas, especular como os princípios de justiça são escolhidos nessa situação inicial hipotética da sociedade. Esses princípios servem justamente como estrutura básica das instituições políticas, eles operam como ordenadores dos acordos subsequentes. A posição original aqui serve como uma situação hipotética que é caracterizada de modo a acarretar em uma determinada concepção de justiça Para garantir que os sujeitos forneçam princípios para uma justiça equitativa, o filósofo coloca os indivíduos sob o que ele chama de véu da ignorância, sob o véu da ignorância os indivíduos não tem informação alguma sobre sua riqueza, sobre sua cor, seu sexo, suas capacidades biológicas ou mentais, sob a situação que vai nascer, ou a religião e preferenciais morais que vai possuir, etc. Sendo assim, os indivíduos não escolheriam princípios de modo parcial, que favorecessem apenas seus interesses individuais. Nesses termos, Rawls estabelece uma situação equitativa entre os indivíduos. Tendo feito isso, os princípios que serão selecionados nesse contexto também serão equitativos. Percorrendo tal caminho Rawls deriva dois princípios, a saber: (1) liberdade igual e (2) igualdade democrática, a qual se ramifica em dois componentes (a) principio da diferença e (b) principio da oportunidade justa. O principio (1) consiste, basicamente, da atribuição dos direitos e deveres fundamentais ser igual para cada um. Ou seja, a sociedade deve assegurar a liberdade máxima para cada indivíduo e que seja compatível com a liberdade de todos os demais. O princípio (2) delimita que as desigualdades sociais e econômicas devem ser ordenadas de maneira que ao mesmo tempo (a) possam beneficiar os membros menos favorecidos da sociedade e (b) sejam ligadas a cargos e posições em condições igualitárias e justas de oportunidades. Rawls sugere que tais princípios devem seguir uma ordem serial. Nesse caso, o princípio (1) teria prioridade sobre o princípio (2). O que significa dizer que o princípio da liberdade não deve, em hipótese alguma, se abdicado pelo princípio da igualdade. Ao mesmo tempo, o componente (b) teria prioridade sobre o componente (a). Ou seja, satisfeito o componente da oportunidade justa, é possível se utilizar o princípio da diferença. Fiel à tradição liberal, Rawls considera o princípio da liberdade anterior e superior ao princípio da igualdade. Também o princípio da igualdade de oportunidades é superior ao princípio da diferença. Em ambos os casos, existe uma ordem lexical. No entanto, ao unir estas duas concepções sob a ideia da justiça, sua teoria pode ser designada como "liberalismo igualitário", incorporando tanto as contribuições do liberalismo clássico quanto dos ideais igualitários da esquerda. Rawls também esclareceu que as duas formas clássicas de capitalismo (de livre mercado ou de bem- estar social), bem como o socialismo estatal seriam "injustos" [???]. Apenas um "socialismo liberal" (com propriedade coletiva dos meios de produção)" ou mesmo uma "democracia de proprietários" poderia satisfazer, concretamente, seus ideais de justiça.
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