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Prova-de-Filosofia do Direito 2 - 2 período

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Universidade Federal 
Faculdade de Direito 
Filosofia do Direito II
Avaliação Bimestral 1
1. Explique a relação entre coletivismo e comunitarismo?
O comunitarismo situa indivíduos num contexto social e histórico, sendo estes responsáveis para com as comunidades (mundial, nacional, estatal, municipal, entre outros) que se mantem juntos pelos valores comuns e pelas ideias de uma vida humana boa, se correlacionando desta forma a concepção do coletivismo de cidadania, assentado acima de tudo na distribuição dos valores culturais, de equidade de uma comunidade política de iguais.  O comunitarismo não apenas protege o indivíduo, mas entende que esse indivíduo faz parte de uma comunidade, e, portanto, credita seus esforços no coletivismo da sociedade moderna plural nas suas especificidades de identidades culturais, sociais, que compartilham entre si seus valores e costumes, porém preservam a singularidade como sujeitos livres, questionadores e independentes.  
2. Qual a importância do conceito de luta no comunitarismo?
A luta do comunitarismo pelo direito de autodeterminação da comunidade, ao reforçar a luta por uma priorização da soberania, reforça também essa identidade social que em determinado momento nos une e tem fundamental importância em conservar memoria histórica, crença religiosa, tradições, tendo assim também fundamental importância em por vezas preservar culturas minoritárias. Sendo assim, a importância do conceito de luta no comunitarismo está relacionada à contra hegemonia.
 
3. Qual a diferença do pensamento de Nozick e de Rayek sobre Direito? 
Robert Nozick e o austríaco Friederich Hayek, defensores de uma perspectiva ainda mais libertária, baseada na ideia de uma liberdade negativa como o princípio básico das ideias liberais, qual seja, a não interferência do Estado na vida privada (em especial, na esfera do mercado).
Hayek afirma que os desejos dos defensores da igualdade são tão irreconciliáveis com a liberdade quanto são as demandas mais estritamente igualitárias. Para Hayek, uma ordem social ideal ("A Grande Sociedade", como ele denomina) é uma ordem formada por homens livres que tem apenas a lei como regra de conduta. Essas regras tem a função de reger a sociedade no seu todo, além de serem também normas geradoras de ordem econômica que, por sua vez, serão direcionadas ao bom desempenho do mercado. A justiça, tal como a sociedade, também é um produto da evolução dessas normas que conduzem à formação de normas de conduta justa, e não uma evolução das concepções sociais de uma comunidade. Essa "justiça social", para Hayek, é uma miragem: não se pode acreditar que seja possível descobrir uma norma universal aplicável que possa resolver se uma situação é ou não justa. 
Hayek, como defensor do liberalismo clássico, travou intensos debates com aqueles que defendiam o planejamento central na economia. Segundo ele, o planejamento econômico confunde o mercado e destrói a ordem espontânea, já que os preços guiam os indivíduos para a melhor alocação dos recursos, e a intervenção nesse sistema é sempre prejudicial. A função do estado é manter uma base de ações previsíveis, focando na proteção da propriedade privada, para que as ações dos indivíduos não sejam prejudicadas no decorrer do percurso e podem vir a ajudar a sociedade através de um processo que Adam Smith chamou de "mão invisível".
Nozick, em sua obra defende o liberalismo radical, no qual é imprescindível uma posição neutra do Estado, face às escolhas voluntárias de adultos conscientes. Em primeiro lugar, Nozick define os contornos do papel que deve ser desempenhado pelo Estado, e qualquer ação diversa desta definição consiste em uma violação drástica dos direito individuais dos cidadãos. Assim, a função precípua do aparato estatal se reduz a uma proteção da liberdade contratual, direito de propriedade e segurança dos indivíduos. Como uma crítica ao utilitarismo, Nozick entende que direitos individuais, tais como a propriedade, não podem ser atropelados para edificar a felicidade. Ou seja, o que ele chama de "restrições indiretas" seriam proibições de ultraje de direitos fundamentais, que seriam reputados com as mesmas feições dos imperativos categóricos. Estes devem ser respeitados independente de qualquer circunstância, ou seja, de acordo com Kant, os imperativos categóricos são incondicionais. A justificativa encontrada por Nozick seria que a violação destes direitos seria a desconsideração que cada pessoa é dotada de vidas separadas e individuais. Dito de outra forma, o fato de existirem seres humanos com vidas distintas uns dos outros, lhes concede o poder de governar e ser o senhor soberano de si mesmo. Além disso, Nozick traz uma conceituação sobre a propriedade. Esta foi cunhada por John Locke, na qual o fato de agregar trabalho a determinado objeto confere àquele que o fez um direito abstrato sobre coisas. Nesta linha, Nozick definem as hipóteses legítimas a obtenção legítima da propriedade: (i) a aquisição de coisas não possuídas; (ii) a transferência voluntária; e (iii) e qualquer forma diversa da duas primeiras constituiria é ilegítima. No entanto, por fim, Nozick reconhece o princípio da reparação, que seria qualquer forma de aquisição injusta de propriedade podeira ser corrigida, pelo Estado. Isto é, qualquer violação é passível de ser sanada pelo Estado.
4. Explique o princípio da diferença em John Rawls.
Princípio da diferença defende que não há injustiça na desigualdade social ou natural desde que aquele que estiver em uma posição mais privilegiada se preocupe em beneficiar e melhorar as condições dos membros menos favorecidos da sociedade.
5. Qual a principal crítica de Nozick à teoria de Rawls?
A principal crítica de Robert Nozick à teoria de John Rawls, é ao seu modelo redistributivo de renda.  
Nozick defende em sua tese a liberdade individual, a liberdade de mercado e a limitação do papel do Estado na área econômica. E na área social defende o Estado mínimo. Para Nozick justiça é: todos os indivíduos possuem direitos invioláveis e o Estado mínimo deve garantir proteção desses direitos fundamentais. Apenas um Estado mínimo limitado a fazer cumprir contratos e proteger as pessoas somente contra a força, o roubo e a fraude, é justificável. Um Estado com poderes mais abrangente violaria os direitos dos indivíduos, de não serem forçados a fazer o que não querem.
Rawls defende o princípio da diferença, é uma concepção padronizada da justiça: a propriedade deve ser distribuída de forma que os menos favorecidos fiquem o melhor possível. Sem esse padrão a sociedade seria injusta. 
Para Nozick, não há nada de errado na desigualdade econômica. Saber que poucos indivíduos possuem muitas riquezas, e em contrapartida, muitos indivíduos possuem pouca riqueza ou quase nada, não lhe permite tirar conclusões sobre justiça ou injustiça desta situação.  
Vejamos como se fundamenta a crítica de Nozick a teoria distributiva de Rawls: 
A propriedade será distribuída de forma que os menos favorecidos fiquem o melhor possível. 
Após a distribuição uns gastarão o que recebeu, outros não gastarão, e outros poderão conseguir ganhar mais do que lhe foi dado. Podemos perceber que algumas ações livres, como troca, ofertas e apostas, conseguem quebrar o padrão. 
Sendo assim, a sociedade se afastaria do princípio da diferença. Fazendo necessária uma redistribuição da renda ou propriedade. O Estado teria de intervir através de meios como a cobrança de impostos. Desse modo, o Estado estaria tirando de alguns (sem o seu consentimento) parte daquilo que possuem legitimamente, para beneficiar os mais desfavorecidos. Isso é injusto para Nozick, pois desrespeita a liberdade individual e viola o direito de propriedade que as pessoas deveriam usufruir livremente, sem interferências.
6. Qual a opinião de John Rawls sobre a meritocracia e o utilitarismo?
Rawls critica a meritocracia no que tange a ideia de justiça contida nela porque, embora seja mais justa que a concepção libertária, é falha pela mesma razão de fundamentar a distribuição de direitosem fatores meramente arbitrários. Há, na meritocracia, a arbitrariedade dos dotes naturais que favorece os naturalmente dotados de alguma qualificação e consequentemente torna injusta a competição.
Rawls também contesta o utilitarismo. Segundo o filósofo, a partir do momento em que o indivíduo está sob o “véu da ignorância”, busca um princípio de liberdades básicas para todos os cidadãos e, para proteger-se do perigo de ser oprimido por fazer parte de uma minoria, descartaria o utilitarismo e sua maximização do bem-estar social desfrutado pela maioria.
7. Pode-se dizer que Nozick é um Kantiano? 
Sim. Em seu livro Anarquia, Estado e Utopia, ele afirma que os indivíduos possuem direitos e que existem coisas que nenhuma pessoa ou grupo pode fazer sem violar esses direitos. Assim, diz ele que os direitos individuais não podem ser desrespeitados, o que ele nomeia de restrições morais indiretas. Na visão dele os direitos individuais devem ser respeitados independentes de quaisquer circunstâncias. Esses direitos por ele discutidos são embasados em Immanuel Kant no imperativo categórico (o homem racional como fim em si mesmo) no qual Kant defende que os direitos devem ser respeitados, pela capacidade racional e humana que todos possuímos. Nozick, nesse ponto, deixa explícito que concorda com o imperativo categórico de Kant, pois defende que desrespeitar esses direitos é o mesmo que desconsiderar que o ser humano é um ser individual. Cada pessoa tem a individualidade e exclusividade da vida, sendo assim sua tese culmina na ideia de que o indivíduo pertence a si mesmo.
8. Quais as críticas dos comunitaristas a John Rawls? Algo que se evidencia como o principal conflito entre comunitaristas x liberais é a oposição: indivíduo e comunidade, gerando a discussão sobre se o ponto de partida da liberdade devem ser os direitos individuais ou as normas partilhadas da comunidade. Os liberais, como J. Rawls concebem o indivíduo como um ser autônomo e universal, já os comunitaristas percebem o indivíduo como um ser integrado, fruto de uma construção social. 
Segundo Rawls as pessoas são autodeterminadas, ou seja, não encontram impedimentos para realizar suas escolhas havendo uma “pluralidade de concepções individuais de vida”. Isso fica evidente na teoria de Rawls sobre a justiça como equidade em que as pessoas, racionais e razoáveis, sob um véu de ignorância, adotam uma postura como a da posição original para decidirem sobre quais princípios de justiça seriam os menos ruins para garantir um esquema de liberdades para todos os indivíduos na mesma proporção. Já para os comunitaristas, o sujeito não pode ser autônomo no sentido liberal, pois aquilo que assegura sua identidade são justamente o contexto social no qual está inserido, sua tradição, suas práticas e principalmente sua narrativa de vida que lhe permite identificar os ‘bens’ de sua comunidade bem como buscar os seus próprios. 
Com isso, para os autores liberais, a justiça, os valores morais e éticos são algo fixo, algo que todos devemos seguir, para tentarmos nos aproximar desse ideal. Já para os comunitaristas a justiça e os valores morais e éticos são algo a ser construído e desenvolvido, pois esses valores podem mudar de sociedade para sociedade, e ao longo do tempo em uma mesma sociedade. Por esse motivo eles não veem esses valores como algo fixo.
As obras dos autores comunitaristas construíram uma crítica centrada em alguns aspectos muito particulares do liberalismo, como por exemplo, a prioridade que os liberais dão do justo sobre o bem. Também os comunitários defendem que as premissas do individualismo, como a do indivíduo racional capaz de escolher livremente o seu destino está errada, e que a única maneira de entender a conduta humana é através do entendimento do indivíduo nos seus contextos sociais, culturais e históricos.
Outra diferença que se evidencia é o fato de que para os liberais os princípios morais de justiça são algo inato, todos nós nascemos com eles, independentemente de onde nasçamos. Para os comunitaristas esses princípios morais de justiça são dados para cada indivíduo de acordo com a sociedade em que vive e as tradições da mesma, apesar disso, esses princípios não são os mesmos para todos de uma comunidade.

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