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As origens da Roma antiga estão ligadas ao contato com outras culturas, como a etrusca e a helênica (grega). A primeira forma de governo da cidade de Roma foi a Monarquia. Os reis de origem patrícia (aristocracia) eram a elite dominante que submetia os plebeus, pequenos proprietários de terra. Os reis patrícios foram sobrepujados pela invasão dos etruscos, cujos reis adotavam regimes fortemente centralizados. A elite patrícia, com o apoio dos plebeus, depõe o último dos reis etruscos e cria a República romana. ROMA ANTIGA A República caracterizou-se por retirar o poder das mãos do monarca e dá-lo ao Senado romano. Ideia de res publica, em que os homens se reúnem no senado para discutir os assuntos públicos, o que é de todos. O espírito público, o interesse da sociedade romana, estaria acima de todos os outros. Participação plebeia na república: os senadores romanos eram todos patrícios, enquanto os plebeus estavam completamente marginalizados da vida pública. Estes exigiam maior participação política, e essa reivindicação gerou constantes lutas sociais. Com essas lutas os plebeus conquistam vários direitos, como o fim da escravidão por dívidas, a criação de leis escritas (Leis das XII Tábulas), o cargo de tribuno da plebe (representante dos plebeus junto ao Senado romano), entre outros; passaram, ainda, a ser considerados cidadãos – porém de segunda classe, já que o controle político jamais saiu das mãos dos patrícios. Forma-se uma verdadeira elite plebeia, em que poucos são favorecidos por essas conquistas. Vitórias militares durante a República: a primeira das guerras foram as Guerras Púnicas, em que Roma vence Cartago na busca pelo controle do Mediterrâneo. Essa vitória dá inicio a uma política imperialista romana por toda a bacia do Mediterrâneo. Entre as repercussões dessa conquista, podemos citar o aumento da importância do exército enquanto instituição, o grande volume de riqueza que passa a entrar na cidade, o aumento significativo do número de escravos e o aparecimento do latifúndio (grandes propriedades cultivadas por mão de obra escrava). A configuração desses latifúndios cria uma tensão com os plebeus. Muitos plebeus empobrecidos acabam abandonando suas terras e migrando para a cidade. Com a sua marginalização, aumentam novamente as tensões sociais. Como forma de reverter esse quadro, os irmãos Tibério Graco e Caio Graco propõem uma reforma agrária em Roma, para que a classe plebeia pudesse voltar para o campo. A elite patrícia opõe-se fortemente ao projeto. As tensões sociais geram uma crise no regime republicano. Há pressões dos generais do exército sobre o Senado, dos plebeus sobre os patrícios, dos escravos sobre os homens livres. Em pouco tempo, a República dará lugar ao Império. As modificações geradas pelas conquistas militares descritas acima vão produzir mudanças no regime político, como a submissão do Senado ao imperador e a concentração do poder em suas mãos. O Império caracteriza-se pela grande concentração de poderes nas mãos do imperador. Apesar de perder o poder, o Senado continuou sendo uma referência para a cidade de Roma. O Império é dividido em duas fases: Alto Império e Baixo Império. Alto Império: corresponde ao período de apogeu, quando o volume de conquistas militares alcança o seu ápice. Uma das marcas do poder do imperador é a sua associação com o exército. Ele é um general que comanda as tropas e a cidade romana. Ele é Augusto, divino. Nesse período, o Estado dispunha também de muitas riquezas, o que permitiu o investimento em obras públicas como aquedutos e estradas. Essas obras são símbolos visíveis do poder de Roma, e formas de seduzir a população dominada por suas tropas. A política do “Pão e Circo” foi um dos elementos centrais do Alto Império. O Estado oferecia mantimentos e diversão à chamada plebe romana. Essa política buscava atrair a plebe para o Estado, deixá-la satisfeita e envolvida com o Império. Tratava-se de uma forma de resolver o problema da plebe sem alterar os privilégios da elite patrícia. Baixo Império: corresponde ao período de crise, da queda de Roma e marcou a transição da Idade Antiga para a Idade Média. Essa crise está associada à escassez de mão de obra – a chamada crise do escravismo. Com o fim das conquistas militares, há uma queda significativa do número de escravos – e vale lembrar que todo o sistema produtivo romano estava calcado na mão de obra escrava. Durante três séculos, o número de escravos vinha caindo, e seu preço, consequentemente, vinha aumentando. Uma vez que a produção estava baseada na produtividade dos escravos, com a sua progressiva escassez a produção diminui, gerando também o aumento dos preços dos produtos (inflação). Da crise do escravismo, advém a crise na produção. Evidentemente, produzindo-se menos, arrecadam-se menos impostos. Essa instabilidade na produção trouxe dentro dela uma crise no próprio Estado. Um Estado com menos recursos para manter o exército, que progressivamente se enfraquece. Esse exército enfraquecido favorece invasões estrangeiras, que os romanos denominaram de invasões bárbaras (povos que não falavam o latim). Essas invasões contribuem decisivamente para a deterioração do Império. Em 476 d.C., a cidade de Roma é dominada pelos bárbaros, e nos estudos históricos esse momento é considerado o do fim do Império Romano do Ocidente. Vale destacar, todavia, que na parte oriental do Império as invasões e a crise econômica não foram fortes o suficiente para derrubá-lo. A parte oriental sobreviveu à Idade Média com o nome de Império Bizantino ou Império do Oriente. Em meio à crise, ganhava espaço o cristianismo. Surgido no Alto Império, os cristãos eram, em princípio, perseguidos pelos imperadores, com o argumento de que se recusavam a divinizar o imperador. No Baixo Império, o cristianismo ganha corpo. Com a assinatura do Édito de Milão, pelo imperador Constantino, foi estabelecida a liberdade de culto, o que favoreceu a propagação da religião cristã. No final do século IV, com o imperador Teodósio, o cristianismo tornou-se a religiosidade oficial, por meio do Édito de Tessalônica. A partir de então os perseguidos passam a ser os não cristãos. No século V, enquanto desmorona o Império, o cristianismo sobrevive e se consolida como elemento vital da sociedade onde a Igreja está nascendo. Considera-se que a Idade Média tem início nesse momento.
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