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AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO Configura-se o contrato de agência quando uma pessoa assume, com autonomia, a obrigação de promover habitualmente, por conta de outra, mediante remuneração, a realização de certos negócios, em zona determinada; e o de distribuição, quando a coisa a ser negociada estiver à disposição do agente. Dispõe o art. 710 do Código Civil: Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada. Parágrafo único. O proponente pode conferir poderes ao agente para que este o represente na conclusão dos contratos”. Quando ocorre a situação prevista no parágrafo único supratranscrito, em que o proponente confere poderes ao agente para que este o represente na conclusão dos contratos, configura-se o contrato de representação comercial autônoma. Neste, as partes necessariamente serão empresárias. No contrato de agência, regulamentado pelo CC, não é necessário que o agente ou o proponente sejam empresários, como o caso do agente de um atleta profissional ou de renomado ator ou cantor. Preceitua o art. 721 “aplicam-se ao contrato de agência e distribuição, no que couber, as regras concernentes ao mandato e à comissão e as constantes de lei especial”. A expressão “no que couber” indica que se trata de aplicação subsidiária, preponderando as normas específicas traçadas para os contratos de agência e distribuição. O agente atua como promotor de negócios em favor de uma ou mais empresas, em determinadas praças. Não é corretor, porque não efetua a conclusão dos negócios jurídicos. Não é mandatário, nem procurador, nem empregado ou prestador de serviço no sentido técnico. Fomenta o negócio do agenciado, mas não o representa, nem com ele possui vínculo trabalhista. Efetua a coleta de propostas ou pedidos para transmiti-los ao representado. Promove o negócio, mas nada obriga que o conclua. Pode até intermediar e fazer jus a comissões, mas tal circunstância não o transforma em corretor nem em mandatário. Como exemplos de pessoas que exercem essa atividade podem ser citados os agentes de seguros, de aplicações financeiras, de atividades artísticas, agentes que se encarregam de indicar novos atletas para determinada agremiação esportiva. A atividade do agente limitar-se-á aos atos preparatórios que lhe foram incumbidos: prepara o negócio em favor do agenciado, mas não o conclui necessariamente. O contrato de agência tem a mesma natureza jurídica do contrato de comissão. É, assim, bilateral ou sinalagmático, consensual, oneroso, comutativo, não solene e intuitu personae. Características do contrato de agência De acordo com o art. 710, entram na composição do contrato de agência os seguintes elementos: a) a obrigação do agente de promover e fomentar negócios do agenciado; b) habitualidade do serviço; c) delimitação da zona onde deve ser prestado; d) direito do agente à retribuição do serviço que presta; e) exclusividade e independência de ação. O traço marcante é a autonomia na prestação de serviço. O contrato de agência envolve, pois: a) Relação entre empresários, dentro da circulação mercadológica de bens e serviços. Se o agente exercer a atividade da representação comercial, e forem adotados no contrato de agência os regramentos do contrato de representação comercial autônoma, as partes necessariamente serão empresárias. Pelo Código Civil, não é necessário que agente e agenciado sejam empresários, servindo de exemplo o agente de um desportista profissional, de um escritor ou cantor. b) Relação de independência hierárquica entre representante e representado, pois aquele age com autonomia na organização de seu negócio e na promoção dos negócios do último, embora deva cumprir programas e instruções do preponente. c) Prática não eventual da atividade em prol do representado. A atividade do agente não se limita a determinado negócio, mas a uma atuação habitual, de modo que se estabeleça um vínculo duradouro entre as partes. d) Intermediação e promoção de negócios de interesse do representado, que são realizados à conta deste. e) Pagamento de uma remuneração ou retribuição dos serviços agenciados, conferindo ao contrato o caráter de bilateral, comutativo e oneroso. f) Delimitação da zona onde os serviços são prestados. Compete ao agente praticar o agenciamento dentro de um território estipulado pelo contrato, ou algo que a isso corresponda, como determinado setor ou determinada categoria de pessoas. A lei não exige a forma escrita. Por isso, prova-se o contrato por todos os meios em direito admitidos. O agente é sempre um prestador de serviços, cuja função econômica e jurídica se localiza no terreno da captação de clientela. A distribuição que eventualmente lhe pode ser delegada ainda faz parte da prestação de serviços. Características do contrato de distribuição O CC distingue o contrato de agência e o de distribuição pelo fato de, no primeiro, não ter o agente a disposição da coisa a ser negociada. Caracteriza-se a distribuição, diz o art. 710, “quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada”. A distribuição não é a revenda feita pelo agente. Este nunca compra a mercadoria do preponente. Ele age como depositário apenas da mercadoria a este pertencente, de maneira que, ao concluir a compra e venda e promover a entrega de produtos ao comprador, não age em nome próprio, mas o faz em nome e por conta da empresa que representa. Em vez de atuar como vendedor, atua como mandatário do vendedor. O simples exercício do direito de resilir o contrato unilateralmente no seu vencimento, desde que cumprida a exigência de notificação prévia do distribuidor com a antecedência estipulada no contrato, não constitui conduta ilícita e, portanto, não acarreta a obrigação de indenizar perdas e danos. O contratante que exercita os atos inerentes à sua liberdade de desvinculação contratual, com notificação prévia de sua intenção, não pratica ilícito capaz de ensejar reparação, com fulcro na responsabilidade civil. Em caso de contrato por prazo indeterminado, “qualquer das partes poderá resolvê-lo, mediante aviso prévio de noventa dias, desde que transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto do investimento exigido do agente” (CC, art. 720). No caso de divergência entre as partes, “o juiz decidirá da razoabilidade do prazo e do valor devido” (parágrafo único). A regra é salutar, pois inibe a ocorrência de danos mais graves que possam advir a qualquer das partes em virtude da cessação do negócio. Remuneração do agente Segundo o art. 714, salvo estipulação em contrário “o agente ou distribuidor terá direito à remuneração correspondente aos negócios concluídos dentro de sua zona, ainda que sem a sua interferência”. O proponente não pode constituir, ao mesmo tempo, “mais de um agente, na mesma zona, com idêntica incumbência”, salvo estipulação diversa; “nem pode o agente assumir o encargo de nela tratar de negócios do mesmo gênero, à conta de outros proponentes” (CC, art. 711). Por isso, se o proponente realiza, ainda que indiretamente, negócios que competiam ao agente, deve pagar a este a remuneração, em geral estipulada em porcentagem sobre os negócios bem-sucedidos, podendo também ser fixa. Se não adotado nenhum critério para a remuneração devida ao agente, “será ela arbitrada segundo os usos correntes no lugar” (art. 701). É permitido às partes dispor de forma diferente, admitindo-se mais de um distribuidor para a mesma área. Se o contrato não contiver, neste caso, cláusula sobre a divisão da remuneração devida em caso de negociação concluída sem a interferência dos agentes ou distribuidores, o quantum será partilhado por igual entre eles. O agente encaminha as propostas e terá direito à indenização se o proponente, sem justa causa, “cessar o atendimento” destas “ou reduzi-lo tanto que se torna antieconômica a continuação do contrato” (CC, art. 715). A remuneração será devida ao agente “também quando o negócio deixar de ser realizado por fato imputável ao proponente” (art. 716). Se o agente cumpre a sua parte, promovendo a aproximação útil das partes, e o negócio não se conclui por desinteresse ou negligência do proponente, terá aquele direito à remuneração pelos serviços prestados de forma diligente. O fortuito e a força maior, como uma greve ou um fenômeno inevitável e imprevisível da natureza, que impedem, por exemplo, a realização do espetáculo teatral ou do show musical agenciados, excluem a responsabilidade do proponente. Nem mesmo a justa causa, motivada pelo agente ou distribuidor, acarreta a perda do direito à retribuição pelos serviços úteis por estes prestados. A parte final do art. 717 estabelece que o proponente, por sua vez, prejudicado pelo ato do agente configurador da justa causa que motivou a resilição do contrato, tem o direito de haver deste “perdas e danos”. Neste caso, poderá haver a compensação dos valores devidos por ambas as partes. Mesmo quando o agente “não puder continuar o trabalho por motivo de força maior, terá direito à remuneração correspondente aos serviços realizados, cabendo esse direito aos herdeiros no caso de morte” (CC, art. 719). O serviço efetivamente prestado pelo agente ou distribuidor deve ser retribuído. O art. 718 trata da resilição unilateral do contrato de agência ou distribuição sem culpa do agente ou distribuidor. Neste caso, este fará jus não só às comissões dos negócios por ele promovidos e não pagas, como também às devidas pelos agenciados utilmente e ainda pendentes de conclusão por parte do agenciado. Direitos e obrigações das partes Prescreve o art. 712 que o “agente, no desempenho que lhe foi cometido, deve agir com toda diligência, atendo-se às instruções recebidas do proponente”. Apesar da relativa autonomia na execução dos serviços que presta, o agente ou distribuidor deve exercer sua atividade na conformidade das instruções recebidas, com zelo e dedicação, para o bom e útil desempenho de sua obrigação. É inerente à sua função “transmitir à outra parte informações das condições do mercado e perspectivas de vendas, bem como prestar esclarecimentos a respeito da solvabilidade da clientela e atuação dos concorrentes e a marcha dos negócios a seu cargo”. Por outro lado, é direito do agente ou distribuidor ver atendidos seus pedidos, bem como exigir que sejam proporcionadas as condições de exercer plenamente sua atividade. Se não houver previsão no contrato sobre o volume de negócios que lhe incumbe promover, terá ele liberdade de ação. Não deve, todavia, realizar negócios em quantidade que exceda a capacidade de produção do proponente. Em princípio, são de responsabilidade do agente as despesas decorrentes do exercício de sua atividade profissional, inclusive as efetuadas com propaganda, salvo estipulação em contrário. Principais direitos do agente: exclusividade territorial, receber remuneração e de indenização se o proponente, sem justa causa, cessar os fornecimentos ou reduzi-los de tal forma que se torne antieconômica a manutenção do contrato. Obrigações: exercer sua atividade com diligência; seguir as instruções do agenciado; não assumir, na mesma zona, negócios de outros proponentes; manter o agenciado informado quanto às condições mercado lógicas e solvabilidade dos clientes; prestar contas ao proponente dos serviços realizados à sua conta etc. O agenciado, tem direito à retenção do pagamento por resilição contratual do agente para garantia do ressarcimento que for devido, de exigir que o agente lhe preste contas dos negócios realizados no seu interesse, de outorgar poderes a este para a conclusão de contratos etc. Em contrapartida, tem a obrigação de remunerar os serviços promovidos pelo agente; de não constituir mais de um agente na mesma zona; de indenizar o agente na hipótese de, sem justa causa, cessar o atendimento das propostas ou reduzi-las a níveis que tornem antieconômica a continuação da agência. CORRETAGEM O contrato de corretagem é aquele pelo qual uma pessoa, não vinculada a outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência, obriga-se, mediante remuneração, a intermediar negócios para a segunda, conforme as instruções recebidas, fornecendo a esta todas as informações necessárias para que possam ser celebrados exitosamente (art. 722). O corretor aproxima pessoas interessadas na realização de um determinado negócio, fazendo jus a uma retribuição se este se concretizar. A retribuição será devida quando a conclusão do negócio tenha decorrido exclusivamente dessa aproximação. Denomina-se comitente o que contrata a intermediação do corretor. A obrigação por este assumida é de resultado. Somente fará jus à comissão se houver resultado útil, a efetivação do negócio. “A remuneração é devida ao corretor uma vez que tenha conseguido o resultado previsto no contrato de mediação, ou ainda que este não se efetive em virtude de arrependimento das partes” (art. 725). Os corretores podem ser livres e oficiais. Os primeiros são pessoas que, sem nomeação oficial, exercem, com ou sem exclusividade, a atividade de intermediação de negócios, em caráter contínuo ou intermitente. Os corretores oficiais são os de valores públicos, de mercadorias, de navios, de seguros e de operações de câmbio, que têm a sua profissão legalmente disciplinada e são investidos em cargo público, cujos atos por esta razão gozam de fé pública, estando sujeitos a requisitos especiais para exercê-la, tais como idade, idoneidade e cidadania. Para a validade do contrato de corretagem: capacidade do agente e objeto lícito, possível, determinado ou determinável. Não há forma prescrita em lei para a sua celebração. Quanto ao requisito de ordem subjetiva, podem haver restrições especiais, a par das incapacidades genéricas. Assim, os servidores públicos e autárquicos não podem agenciar negócios com a pessoa jurídica a que servem. Os corretores públicos estão sujeitos a limitações previstas na legislação própria. Natureza jurídica A corretagem é contrato bilateral ou sinalagmático, porque gera obrigações para ambos os contratantes. O corretor se obriga a obter um ou mais negócios para o comitente e este, por sua vez, obriga-se a pagar a remuneração ajustada ou arbitrada (CC, arts. 722 e 725). É também contrato consensual, visto que se aperfeiçoa com o acordo de vontades, não exigindo nenhum outro procedimento. Tem natureza acessória porque prepara a conclusão de outro negócio, que é realizado pelas partes, considerado principal. É contrato oneroso, uma vez que ambos os contratantes obtêm proveito, ao qual corresponde um sacrifício: para o comitente, pagamento da comissão e realização do negócio sem o desgaste de procurar interessados; para o corretor, eventual remuneração como contraprestação de seu trabalho e empenho. A corretagem é considerada contrato aleatório, pois o corretor assume o risco do insucesso da aproximação. É um contrato não solene, bastando o acordo de vontades, que se prova por qualquer meio. Direitos e deveres do corretor O fato de não ser corretor habilitado pode sujeitá-lo a sanções administrativas, mas não o inibe de receber a remuneração, sob pena de o comitente locupletar-se indevidamente à custa de seu trabalho se não pagá-la. O principal direito do corretor é justamente o de perceber a comissão. Se “não estiver fixada em lei, nem ajustada entre as partes, será arbitrada segundo a natureza do negócio e os usos locais” (CC, art. 724). Quanto aos deveres, destacam-se: a) o de executar a mediação “com a diligência e prudência que o negócio requer”, prestando ao cliente, espontaneamente, “todas as informações sobre o andamento dos negócios”; b) o de prestar ao cliente, “sob pena de responder por perdas e danos”, todos os “esclarecimentos que estiverem ao seu alcance, acerca de segurança ou risco do negócio, das alterações de valores e de outros fatores que possam influir nos resultados da incumbência” (CC, art. 723). O corretor tem o dever de diligência e prudência no exercício de sua atividade. Cabe-lhe esforçar-se para obter o resultado esperado, aproximando as partes e acompanhando-as quando se tratar de venda de imóvel e desejarem conhecê-lo e vistoriá- lo, até que o negócio se considere ultimado. É importante, também, que informe o comitente sobre todos os aspectos que dizem respeito às negociações e que podem ter influência na decisão de celebração ou não do contrato, sob pena de responder por perdas e danos. Remuneração do corretor A principal obrigação do comitente é pagar a comissão, na forma convencionada pelas partes, ou segundo o que determina a lei ou os costumes locais (CC, art. 724). Em princípio, quem usualmente paga a comissão é quem procura os serviços do corretor, encarregando-o de procurar determinado negócio. Não determinando a lei quem deve pagar a corretagem, prevalecem os usos locais. Nos contratos de venda, a praxe é a comissão ficar a cargo do vendedor. A remuneração, denominada comissão ou corretagem, representa o pagamento do preço do serviço pelo resultado útil que o trabalho proporcionou, aproximando as partes e tornando possível a conclusão do negócio. Não depende do recebimento integral do preço ou da execução do contrato. É devida desde que se considere concluído o negócio, representado o ajuste final pela assinatura de instrumento particular ou pela entrega do sinal ou arras. OBS: A partir do momento em que o contrato é aperfeiçoado mediante o acordo de vontades, o corretor faz jus à comissão, ainda que posteriormente venham as partes a desistir do negócio. Dispõe o art. 725 do atual Código Civil que “a remuneração é devida ao corretor uma vez que tenha conseguido o resultado previsto no contrato de mediação, ou ainda que este não se efetive em virtude de arrependimento das partes”. Entretanto, não se pode confundir arrependimento com desistência. Arrependimento pressupõe a celebração do negócio, com a retratação posterior, o que é uma situação excepcional. A desistência se situa ainda na fase pré-contratual, motivo pelo qual, não havendo ainda o negócio jurídico principal, não há que se falar em direito à comissão. Nessa linha, decidiu o Superior Tribunal de Justiça que, nas hipóteses de arrependimento das partes, a comissão por corretagem permanece devida, e que a assinatura da promessa de compra e venda e o pagamento do sinal demonstram que o resultado útil foi alcançado. O corretor perde, no entanto, a comissão se nulo o negócio que ensejou o seu pagamento. Estatui a primeira parte do art. 726 que, se o negócio é efetuado diretamente entre as partes, “nenhuma remuneração será devida ao corretor”. Por isso, se o dono do negócio anuncia diretamente a aceitação de oferta, por exemplo, não está obrigado a pagar comissão a quem quer que seja, porque esta só é devida a quem intermedeia o negócio de modo que a sua atividade tenha relação direta com a concretização deste. Se não houve nenhuma intervenção do corretor, não tendo este contribuído para a aproximação das partes e a obtenção do resultado por elas desejado, nenhuma remuneração é devida. Acrescenta a segunda parte do aludido artigo que, se “por escrito, for ajustada a corretagem com exclusividade, terá o corretor direito à remuneração integral, ainda que realizado o negócio sem a sua mediação, salvo se comprovada sua inércia ou ociosidade”. Portanto, ajustada a corretagem exclusiva, a solução é outra: a comissão se torna devida, ainda que o negócio seja concluído diretamente pelo comitente. Em geral a chamada opção de venda, que configura a exclusividade, é concedida por prazo determinado. No período estipulado, a atuação do corretor deve ser plena e produtiva, sob pena de descaracterizar-se, pela comprovada inércia ou ociosidade, o direito à remuneração, quando efetivada a venda pelo próprio comitente. O art. 726 exige que a exclusividade seja ajustada por escrito. Essa avença, denominada opção de venda, se constitui no documento que traça as regras básicas do negócio, delimitando a atuação do corretor e o prazo de que dispõe para obter o resultado almejado. O corretor fará jus à sua remuneração se o negócio agenciado for concluído mesmo após o vencimento do termo previsto na autorização, desde que com pessoa por ele indicada ainda durante prazo do credenciamento e nas mesmas bases e condições propostas. A segunda parte do art. 727 do CC, considera devida a corretagem “se o negócio se realizar após a decorrência do prazo contratual, mas por efeito dos trabalhos do corretor”. Igual solução se adotará se, não havendo prazo determinado, o dono do negócio “dispensar o corretor, e o negócio se realizar posteriormente, como fruto da sua mediação” (art. 727). Justifica-se o pagamento da corretagem nesses casos em função do resultado útil obtido e para o qual contribuiu o trabalho do corretor. Estabelece o art. 728 que, “se o negócio se concluir com a intermediação de mais de um corretor, a remuneração será paga a todos em partes iguais, salvo ajuste em contrário”. O dispositivo não distingue a atuação de cada um, afastando a possibilidade de se proporcionalizar a remuneração com base na maior ou menor participação de cada um na conclusão exitosa do negócio, salvo ajuste em contrário.
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