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Aula 5 MEI e Simples Nacional

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CONTABILIDADE E 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Allan Marcelo de Oliveira
 
 
CONVERSA INICIAL 
Olá alunas e alunos, chegamos a nossa quinta aula de Contabilidade e 
Planejamento Tributário, e como está disciplina passou por importantes 
alterações neste ano de 2018, montamos este material adicional para auxiliá-los 
nas novidades referentes o Micro Empreendedor Individual – MEI e o Simples 
Nacional. Cabe aqui ressaltar que nos demais materiais (livro e/ou videoaula) os 
valores de limite de faturamento e alíquotas estão desatualizados, então para as 
avaliações considerar as informações deste material como regra absoluta. 
 
TEMA 1 – Microempreendedor Individual (MEI) 
Em 2015 o número de brasileiros envolvidos com empreendedorismo 
representava 35% da população, segundo dados segundo pesquisa feita no 
Brasil pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade 
(IBQP). É uma parcela considerável e 98% dos negócios empreendedores estão 
representados pelas micro e pequenas empresas, sendo quase metade destas 
empresas estão na forma jurídica MEI. 
O MEI surgiu como uma opção de regularização para aqueles pequenos 
empresários que atuam por conta própria ou que desejavam empreender, 
podendo assim ter um CNPJ, fazer emissão de notas fiscais, contratar 
funcionários, entre outros atributos legais. Para estes empreendedores os 
impostos são simplificados sendo um valor fixo mensal conforme a Tabela 1 a 
seguir: 
Tabela 1 – Impostos do Microempreendedor Individual 
Atividade Impostos e Contribuições mensais 
Comércio e Serviços R$ 52,85 
Prestação de Serviços R$ 51,85 
Comércio ou Indústria R$ 47,85 
Fonte: elaborado pelo autor 
Nestes valores estão inclusas apenas as parcelas referente à Previdência 
Social, ao ICMS e ISS, dado que o MEI está isento do recolhimento de tributos 
da esfera federal (IRPJ, PIS, COFINS, IPI e CSLL). 
A lei determina dois fatores que determinam quem pode ser MEI: a 
atividade e o faturamento. Algumas atividades não podem ser MEI, como 
dentistas, advogados, personal treiner, arquivista, e o próprio contador, entre 
outros. O faturamento do MEI já em vigor para o ano de 2018 não pode 
ultrapassar R$ 81.000,00 conforme Lei Complementar nº 155/2016 (e 
Resoluções CGSN nºs 136 e 137). 
 
 
3 
Atendendo os requisitos o empreendedor pode abrir um MEI necessitando 
apenas do CPF, título de eleitor e número de recibo da entrega do IRPF. Após 
abrir sua MEI o empreendedor deverá mensalmente preencher o relatório 
mensal de receitas e realizar o pagamento da DASN-MEI, além de todo ano 
entregar a Declaração Anual Simplificada que consolida as informações de 
faturamento. 
Estarão excluídos do MEI aqueles que além dos requisitos acima citados, 
fizer a inclusão de um sócio, de uma atividade não permitida, contratação de 
mais de um funcionário e/ou abertura de uma filial. 
 
TEMA 2 – Simples Nacional 
O Simples Nacional é um sistema de arrecadação, cobrança e 
fiscalização de tributos para Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, 
conforme Lei Complementar nº 123/2006. Ele abrange a participação de todas 
as esferas (municipal, estadual e federal), e por isso os contribuintes entregam 
mensalmente uma guia de recolhimento unificada denominada Documento de 
Arrecadação do Simples, contendo todos os tributos das três esferas: IRPJ, 
CSLL, PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS, ISS e a Contribuição para a Seguridade 
Social destinada à Previdência Social a cargo da pessoa jurídica (CPP). 
Para ser optante do Simples Nacional então o empreendedor deverá estar 
com sua empresa nas formas de Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte, 
e a partir de 2018, o limite de faturamento anual passa de R$ 3,6 milhões para 
R$ 4,8 milhões anual. Esta mudança tende a auxiliar aqueles empresários que 
visam expandir seu negócio, mas querem continuar optando pelo sistema de 
recolhimento do Simples Nacional. 
O recolhimento passa por alterações com relação ao que vinha sendo 
praticado anteriormente a 2018 por meio da LC 123, devido alterações da Lei 
Complementar 155/2016. O cálculo é semelhante a apuração do IRPF com uma 
alíquota e uma parcela redutora. Antes de começar os cálculos é necessário 
distinguir em qual anexo sua empresa está inserida, que varia conforme o ramo 
de atividade da mesma, e estes estão evidenciados nas Tabelas a seguir. 
Tabela 2 – ANEXO I – Comércio 
Faixa Receita Bruta em 12 Meses (em R$) 
Alíquota 
Nominal 
Valor a deduzir 
(em R$) 
1ª Faixa Até 180.000,00 4,00% – 
 
 
4 
Faixa Receita Bruta em 12 Meses (em R$) 
Alíquota 
Nominal 
Valor a deduzir 
(em R$) 
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,30% 5.940,00 
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 9,50% 13.860,00 
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 10,70% 22.500,00 
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,30% 87.300,00 
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 19,00% 378.000,00 
Fonte: Lei Complementar nº 155/2016 
 
Tabela 3 – ANEXO II – Indústria 
Faixa Receita Bruta em 12 Meses (em R$) 
Alíquota 
Nominal 
Valor a deduzir 
(em R$) 
1ª Faixa Até 180.000,00 4,50% – 
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,80% 5.940,00 
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 10,00% 13.860,00 
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 11,20% 22.500,00 
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,70% 85.500,00 
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,00% 720.000,00 
Fonte: Lei Complementar nº 155/2016 
 
Tabela 4 – ANEXO III – Receitas de locação de bens móveis e de prestação de serviços* 
Faixa Receita Bruta em 12 Meses (em R$) 
Alíquota 
Nominal 
Valor a deduzir 
(em R$) 
1ª Faixa Até 180.000,00 6,00% – 
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 11,20% 9.360,00 
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 13,50% 17.640,00 
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 16,00% 35.640,00 
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 21,00% 125.640,00 
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33,00% 648.000,00 
Fonte: Lei Complementar nº 155/2016 
 
Tabela 5 – ANEXO IV – Receitas decorrentes da prestação de serviços relacionados no 
inciso IV do § 1º do art. 25-A 
Faixa Receita Bruta em 12 Meses (em R$) 
Alíquota 
Nominal 
Valor a deduzir 
(em R$) 
1ª Faixa Até 180.000,00 6,00% – 
 
 
5 
Faixa Receita Bruta em 12 Meses (em R$) 
Alíquota 
Nominal 
Valor a deduzir 
(em R$) 
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 11,20% 9.360,00 
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 13,50% 17.640,00 
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 16,00% 35.640,00 
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 21,00% 125.640,00 
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33,00% 648.000,00 
Fonte: Lei Complementar nº 155/2016 
 
Tabela 6 – ANEXO V – Receitas de prestação de serviços descritos no inciso V do § 1º do 
art. 25-A, quando o fator “r” for inferior a 28%* 
Faixa Receita Bruta em 12 Meses (em R$) 
Alíquota 
Nominal 
Valor a deduzir 
(em R$) 
1ª Faixa Até 180.000,00 15,50% – 
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 18,00% 4.500,00 
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 19,50% 9.900,00 
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 20,50% 17.100,00 
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 23,00% 62.100,00 
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,50% 540.000,00 
Fonte: Lei Complementar nº 155/2016 
Identificado o ramo de atividade e consequentemente o anexo da Lei 
complementar, basta verificar em que faixa de faturamento acumulado a 
empresa está inserida e então calcular da seguinte forma: 
RBT12 x ALIQ − PD
RBT12
 
Em que, 
RBT12 = Receita Bruta Total acumulada referente os últimos 12 meses; 
ALIQ = Alíquota Nominal referente faixa de faturamento do respectivo anexo; 
VD = Valor adeduzir referente faixa de faturamento do respectivo anexo. 
Após resolver esta equação você encontrará a alíquota para aplicar sob o 
faturamento do mês e proceder com o recolhimento que deve acontecer até o 
dia 20 do mês subsequente ao período de apuração. Fácil não?! Pois é, não se 
deixe enganar pelo nome deste regime. Para facilitar agora vamos encerrar com 
um exemplo prático. 
 
 
6 
 
NA PRÁTICA 
A empresa Drobenko LTDA atua prestando serviços educacionais, e esse 
tipo de serviço está sujeito ao anexo III da Lei Complementar 155/2016. No mês 
de Jan/2018 ela apurou um faturamento de R$ 100.000,00, e levando em conta 
que seu faturamento acumulado nos 12 meses anteriores ao período de 
apuração (ou seja, de Jan/2017 a Dez/2017) soma um saldo de R$ 1.200.000,00, 
verifique a alíquota do DAS para o mês corrente e consequentemente o valor a 
ser recolhido para fins de arrecadação do Simples Nacional. 
Resolução: 
RBT12 x ALIQ−PD
RBT12
 => 
1.200.000 x 16% −35.640
1.200.000
 => 0,1303 ou 13,03% 
Assim, chegamos a alíquota de 13,03% que deverá ser aplicada ao 
faturamento de Jan/2018 para saber o valor a recolher referente o DAS, que no 
caso é R$ 13.030,00. 
Repare que diferentemente da antiga resolução que trazia uma alíquota 
fixa para a faixa de faturamento, esta resolução traz consigo uma alíquota 
variável e progressiva, em que, quanto maior o seu faturamento maior a alíquota 
do DAS. 
 
FINALIZANDO 
Reiteramos que a videoaula e materiais adicionais poderão conter 
divergências com dados apresentados neste material, para tanto é importante 
que seja considerado este pois é o material produzido em cima do novo 
regulamento do Simples Nacional com as alterações da Lei Complementar 
155/2016, e este será o conteúdo cobrado em avaliações a partir de agora. 
 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Lei Complementar N° 123, de 14 de dezembro de 2006, 2006. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm> 
acesso em: 24 jan. 2018. 
BRASIL. Lei Complementar N° 155, de 27 de outubro de 2016, 2016. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp155.htm> 
acesso em: 24 jan. 2018.

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