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Resenha de texto acerca de Direitos Humanos.

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RESENHA CRÍTICA: OS DIREITOS BASICOS RETIRADO DAS VITÍMAS 
Natalia Mick da Silva
BRITO, Hayane Oliveira. Tráfico de pessoas: violação aos direitos humanos fundamentais. Juris Way, Brasília, DF, 13 abr. 2012. Disponível em: <https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=7463>. Acesso em: 4 fev. 2018.
Hayane Brito Oliveira é bacharel em direito pelo Centro Universitário Euro americano, pesquisadora na área de direitos humanos e membro do Instituto Brasileiro de Direitos Humanos, além de atuar no combate ao tráfico de pessoas. O trabalho aborda o fenômeno do tráfico de pessoas, apresentando relatórios realizados por organizações que fazem uma abordagem sobre este fenômeno, relatando os aspectos que violam os direitos fundamentais, apresentando os fatores que promovem este crime.
A obra é composta de nove tópicos, contando introdução e conclusão, sendo três subtópicos. No primeiro tópico, a autora menciona a evolução histórica do tráfico humano e do trabalho escravo, fazendo relações entre os dois temas, referindo-se as violações vividas pelas vítimas. A autora traz um exemplo dos tempos de escravidão, ressaltando o tráfico de pessoas para mão de obra barata em trabalhos escravos, assim, Brito destaca que desde anos antes, existia a uma base de exploração, constituindo a sociedade brasileira, trazida e continuada atualmente, não só como forma de trabalho em determinados lugares, mas de outra maneira, foco desta resenha, o tráfico humano. 
A autora descreve a forma em que eram transportados os escravos, inicialmente índios, mas com intervenção da igreja, os portugueses tiveram de optar por outro tipo de atividade, relata Hayane, com isso passaram a importar pessoas da África e como já se sabe, as condições em que estavam sendo trazidos eram desumanas, acorrentados, violentados, degradantes para qualquer um, do ponto de vista de Brito. Hayane relata o interesse de alguns em findar o comercio de escravos acarretando na assinatura da Lei Aurea, em 1888, pela Princesa Isabel, porém segundo ela, mesmo após a assinatura, os escravos continuaram em condições precárias, pois o governo não proporcionou auxilio a eles. Para Hayane, após constatar este passado, afirma que não poder-se-ia existir estas práticas hoje, mas a autora assegura, de acordo com pesquisas, que está pratica foi apenas mascarada, por promessas de trabalho no Brasil ou exterior.
 No tópico seguinte, Hayane explica que o tráfico humano é um fenômeno internacional, que segundo ela, requer controlar e prevenir os serviços prestados pelas vítimas. A autora relata, baseada na PNEFP (Politique Nationale de l'emploi et de la formation professionnelle - Política Nacional de Emprego e Formação Profissional), que no mundo, vários homens, mulheres e crianças são traficadas, atraídas e enganadas pela fantasia de um trabalho bem remunerado fora do país. Neste ela comenta que as vítimas geralmente são mulheres e crianças, estas são vendidas por famílias pobres ou até raptadas para o tráfico, também expõe trechos do artigo 3º do Protocolo de Palermo, criado especialmente para mulheres e crianças, este protocolo é o que consolida o crime de tráfico, neste o Protocolo explica o significado da expressão “tráfico de pessoas” e a autora comenta em torno do artigo3º. 
Em um subtópico,, a autora expõe as finalidades para que são traficadas essas centenas de pessoas, uma delas é a prostituição, ela cita um trecho da filosofia Kantiana, onde elucida sobre o entendimento de valor da pessoa humana e não de um “objeto”, dessa forma, Hayane explica com ajuda do trecho, que ninguém pode se submeter a uma condição dessa magnitude, caso não seja sua vontade, neste ponto a autora comenta a legislação brasileira, acerca da prostituição. Nos parágrafos seguintes, Hayane apresenta várias pesquisas relacionadas com exploração sexual de mulheres e crianças traficadas, também cita trechos da lei nº 12.015/2009 que dispõe do tráfico para exploração, além disso ela informa a quantia de presos no brasil sob pena de tráfico internacional e nacional para exploração. Em outro subtópico, Hayane expõe uma segunda finalidade para os “traficados”, um crime mais complexo, que envolve profissionais para assegurar a bom estado de saúde das vítimas, o crime de remoção de órgãos e cita trecho da lei nº 9.434/1997, por isso é complexo. 
A autora também expõe a maneira como é realizado a extração do órgão e a comercialização, pelo denominado “mercado negro” e um caso ocorrido no Brasil, descoberto pela Polícia Federal em 2003, após denúncia, que prendeu 11 pessoas. No último subtópico, a autora recapitula um dos assuntos destacados anteriormente, em que “traficados” também são empregados para trabalhos forçados. Segundo Hayane, com base na OIT (Organização Internacional do Trabalho), o trabalho forcado representa grave violação de direitos, esta definição tem, conforme citado pela autora em base na OIT, dois elementos básicos: trabalhos ou serviços forçados sob ameaça 
e os trabalhos realizados involuntariamente. Ainda segundo a OIT, Brito afirma, que para se manter, um trabalhador sofre em situações que envolvem ameaças e outras formas de chantagem. 
No tópico seguinte, Brito relata que após vários séculos de novas vítimas, viu-se a necessidade de uma mobilização para que elaborassem documentos que protegessem os direitos humanos das vítimas, além de medidas para erradicação desse crime. Assim, Hayane confirma a elaboração deste, voltado para mulheres e crianças, após uma modificação no documento, o Brasil aprovou o Protocolo de Palermo, como já mencionado, o documento passou a abranger tanto homens quanto mulheres. A autora ressalta, que a legislação vem sendo moldada para oferecer mais garantia as vítimas, todavia é de forma limitada, não abrangendo o crime de trafico para qualquer tipo de exploração, sendo assim, para Hayane, a legislação ainda dá brechas para este crime. Antes de concluir seu trabalho, a autora aborda as diferenças com outros fenômenos transitórios, que podem ser confundidos com tráfico, como por exemplo, a migração ou imigração, que são processos que ocorrem pela vontade da pessoa, dentro do direito de ir e vir. Ao concluir, Brito retoma com poucos detalhes, pontos de grande importância ao artigo, como a falta dos direitos básicos e da dignidade humana, além de reforçar o crime em âmbito internacional e reapresentar os motivos que levariam este crime ocorrer.
	Podem-se ver um texto completo, a autora traz informações bem importantes sobre o tema, entretanto, não havia desenvolvimento na conclusão da obra, ela apenas se ateve em recapitular o que foi relatado no decorrer do artigo, mesmo assim, o leitor entende a obra claramente e pode-se dizer que é um trabalho bem elaborado, que o ajudará a saber mais sobre tal prática criminosa, esclarecendo as confusões de outros fenômenos transitórios, por exemplo.
	Percebe-se que é um artigo que trata de um crime, especificamente de tráfico de pessoas, sendo assim, é voltado para estudantes ou pesquisadores da área de direitos humanos, que utilizarão este para se aprofundar e elaborar suas teses ou entender mais a respeito do tema.
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