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Acúmulos intracelulares i Degenerações são lesões celulares reversíveis decorrentes de alterações bioquímicas que resultam em acúmulos de substâncias no interior das células. Degeneração hidrópica CONCEITO: acúmulo intracelular de H2O, consequência de desequilíbrios no controle do gradiente osmótico à nível de membrana citoplasmática e nos mecanismos de absorção e eliminação de H2O e eletrólitos intracelulares. CARACTERÍSTICAS MACRO: ↑ de volume e peso do órgão tumefação, cápsula densa, consistência pastosa, superfície de corte proeminente. empaledecimento do órgão decorrente da deficiência de O2 e nutrientes => devido a compressão dos vasos sanguíneos. coloração acinzentada clara lembrando o aspecto “cozido”. CARACTERÍSTICAS MICRO: ↑ do volume celular, com alteração da proporção citoplasma/núcleo e vacuolização citoplasmática que aumenta de volume. H2O se encontra compartimentalizada e, de acordo com a distensão que determina pode ocasionar ruptura celular. CAUSAS: hipóxia, infecções bacterianas e virais, hipertermia, intoxicações endógenas e exógenas, entre outros. ÓRGÃOS ACOMETIDOS: fígado, rins e até mesmo o coração. MECANISMO: ↓ de O2 ↓ respiração mitocondrial ↓ de ATP. ↓ da atividade da bomba de Na+/K+, com ↑ de Na+ e H2O e ↓ do K+. ↓ da síntese e reciclagem de fosfolípides perda de fosfolípides e da integridade da membrana com ↑ de Ca+ e ativação de enzimas líticas. ↑ a respiração anaeróbica, com ↑ de lactatos e ↓ de pH. Degeneração hialina CONCEITO: acúmulo intracelular de material de natureza proteica, conferindo às células e tecidos afetados um aspecto hialino. MECANISMOS: coagulação focal de proteínas celulares, vista em: corpúsculos de inclusão tipo I. penetração no citoplasma de proteínas complexas, com precipitação ou coagulação das mesmas, vista em: corpúsculos de inclusão tipo II; células dos túbulos contornados proximais (nas proteinúrias); e células das vilosidades intestinais do intestino delgado no recém nascido aleitado com colostro. CLASSIFICAÇÃO: corpúsculo de Mallory em hepatócitos (tipo I): filamentos ou massa eosinofílica; visto no alcoolismo crônico e na hepatite viral tipo A ou B. infecções virais (tipo I e II): acúmulo de nucleoproteínas virais e/ou de produtos da reação à infecção viral no citoplasma ou no nucleoplasma. Exemplos: Negri (raiva), Guarnieri (varíola), CouncilmanRocha Lima (febre amarela), Sinegaglia-Lentz (cinomose). Degeneração mucóide CONCEITO: hiperprodução de muco (glicoproteínas) por células mucíparas dos tratos digestório e respiratório. MECANISMOS: ↑ da secreção de muco ocorre em resposta a um processo inflamatório ou devido a uma alteração no seu DNA, por exemplo, por neoplasia. Esteatose CONCEITO: acúmulo anormal reversível de lípides no citoplasma de células parenquimatosas (células que normalmente metabolizam muita gordura), formando vacúolos em consequência de desequilíbrios na síntese, utilização ou mobilização. CARACTERÍSTICAS MACRO: as modificações no volume e coloração do órgão afetado dependerão da causa da esteatose e da quantidade de lípide acumulado. geralmente ocorre ↑ de volume, ↓ consistência (órgão mais pastoso), ↑ friabilidade e amarelamento, além da presença de gorduras emulsionadas na faca ao corte. no fígado: ↑ de volume e peso com bordas abauladas e consistência amolecida, coloração amarelada, superfície externa lisa e brilhante, e superfície de corte untuosa, sem marcação lobular. no coração: afeta principalmente os músculos papilares, determinando o aparecimento de listas amareladas quando focal; todo amarelado e flácido quando difusa. nos rins: ↑ de volume, palidez e amarelamento. CARACTERÍSTICAS MICRO: ocorre vacuolização citoplasmática que deve ser diferenciada das degenerações hidrópica e glicogênica através de colorações especiais. nos hepatócitos: vacúolos pequenos e múltiplos que podem se coalescer formando um único e volumoso, deslocando o núcleo para a periferia, as vezes levando inclusive à ruptura celular formando os “cistos gordurosos”. no epitélio dos túbulos renais e nas fibras do miocárdio: geralmente pequenos e múltiplos. no processamento de rotina e utilizando-se HE, o álcool e o xilol dissolvem os lípides tornando o lipossomo um vacúolo vazio. para confirmação do lípide intracelular o melhor é usar microtomia de congelação e corantes lipossulúveis como: Sudam III e IV, ácido ósmico e sulfato azul do Nilo. ETIOPATOGENIA DA ESTEATOSE HEPÁTICA: interferência com a dispersão micelar das gorduras intracitoplasmáticas: por deficiência de fosfolípides e/ou de proteínas: destruição enzimática ou por intoxicação. por deficiência de aminoácidos lipotróficos que determinarão ↓ da síntese de fosfolipídeos e ↑ da esterificação de AG em triglicérides. por hipóxia, deficiência proteica na dieta, ou por excesso de colesterol e gorduras na dieta. aumento quantitativo da gordura intracelular sem aumento correspondente de fosfolípides e proteínas: por ↑ da síntese lipídica a partir de acetatos ou pela esterificação dos AG em triglicérides por ↑ dos α glicerosfosfatos. por ↑ do aporte de lípides nas dietas hiperlipemicas ou por mobilização excessiva de lípides do tecido adiposo. bloqueio na utilização de lípides: por interferência na conversão de AG em fosfolipídeos. por bloqueio na utilização e oxidação de lípides por interferência com co-fatores essenciais para a oxidação de AG de cadeia longa. pro bloqueio na união lípide – apoproteína ou na secreção de lipoproteínas do hepatócito. Lipidoses CONCEITO: acúmulo de gorduras complexas (colesterol, lipoproteínas, esfingolipídeos), causada por alterações metabólicas decorrentes por deficiências enzimáticas. LIPIDOSE ARTERIAL: colesterol nas fibras lisas da íntima de grandes artérias na aterosclerose (subtipo da arteriolosclerose). XANTOMAS: acúmulo de colesterol e AG nos histiócitos formando nódulos ou placas no tecido subcutâneo e tendões. Quando analisadas pela microscopia aparecem com macrófagos cheios de colesterol (são chamadas de células espumosas). LIPIDOSES GENERALIZADAS: desvios metabólicos congênitos, caracterizados pela deposição intracelular de lípides complexos, afetando principalmente as células do SNC, coração, rins, retina, em consequência de ausência de enzimas lisossômicas responsáveis pela correta metabolização. Degeneração glicogênica CONCEITO: acúmulo anormal intracelular de glicogênio, reversível, consequência de desequilíbrios na síntese ou catabolismo do mesmo. CARACTERÍSTICAS MACRO: sem lesão aparente macroscopicamente ou um discreto aumento de volume e palidez. CARACTERÍSTICAS MICRO: em HE: vacúolos citoplasmáticos semelhantes aos da degeneração hidrópica e da esteatose. em colorações especiais: grânulos intracitoplasmáticos, principalmente nas células epiteliais da porção distal dos túbulos contornados proximais e, as vezes, na porção ascendente da Alça de Henle. CAUSAS: hiperglicemias: alimentares, por lesão no SNC por narcóticos, por adrenalina ou glucagon ou aloxane, por hiperadrenocorticismo ou por diabetes mellitus. glicogenoses. MECANISMOS: diabetes mellitus e demais hiperglicemias: ↓ insulina ↑ glicemia glicosúria reabsorção tubular de glicose aporte excessivo de glicose à célula acúmulo de glicogênio. glicogenoses: defeito na síntese ou na degradação do glicogênio. Morte celular Necrose CONCEITO: necrose é o “ponto final” das alterações celulares, sendo uma consequênciacomum de inflamações, de processos degenerativos e infiltrativos e de muitas alterações circulatórias. É o resultado de uma injúria celular irreversível, quando o então “nível zero de habilidade homeostática” ou “ponto de não retorno” é ultrapassado, caracterizando a incapacidade de restauração do equilíbrio homeostático CARACTERÍSTICAS MACRO: diminuição da consistência e elasticidade (devido à lise dos constituintes celulares), verificados facilmente em órgãos parenquimatosos quando uma simples compressão digital determina a perfuração da cápsula (friabilidade) ou mesmo nas alças intestinais, que quando suspendidas se rompem não suportando seu próprio peso. ↑ da palidez e opacidade, determinando uma coloração mais brancacenta ou acinzentada, típica da necrose de coagulação, vista nos infartos brancos ou isquêmicos. escurecimento do órgão, quando este por ocasião da necrose estiver repleto de sangue, típica da necrose edematosa e hemorrágica, vista nos infartos vermelhos ou hemorrágicos. liquefação do tecido necrótico, típica da necrose coliquativa ou liquefativa, vista nas malácias do SNC e nas necroses supurativas na região central de abscessos, determinando a cavidade neoformada onde alojará o pus. formação de massa brancacenta ou amarelada, pastosa, friável, lembrando à caseína do queijo, típica da necrose caseosa ou de caseificação, vista no centro dos granulomas causados pelo Mycobacterium tuberculosis e suas variedades na tuberculose. formação de massa gomosa, compacta, “emborrachada” ou fluida, lembrando à “goma arábica”, típica da necrose gomosa, visto no centro dos granulomas vascularizados. formação de pequenas massas esbranquiçadas, lembrando à “parafina derretida” em tecido ricos em lípides, típica da necrose enzimática das gorduras, vista no omento e tecido pancreático, nas pancreatites agudas e no tecido adiposo das glândulas mamarias. CARACTERÍSTICAS MICRO: alterações nucleares: cariopicnose: ↓ de volume e ↑ da basofilia, com homogeneização do núcleo (contração nuclear + condensação da cromatina). cariorrexe: ruptura em vários fragmentos, com distribuição irregular da cromatina, acúmulo de grumos em torno da carioteca e posterior desintegração em grupos amorfos com perda dos limites nucleares. cariólise ou cromatólise: dissolução da cromatina por hidrólise dos ácidos nucleicos gerando hipoacidez e redução da basofilia nuclear. ausência de núcleos: consequência da cariólise total. alterações citoplasmáticas: ↑ da acidofilia citoplasmática: devido ao desacoplamento ribossômico (↓ de RNA no citosol), ao ↑ de ácido láctico no citosol, e à desnaturação de cadeias peptídicas com incremento de cargas negativas. granulação citoplasmática: devido a tumefação e posterior ruptura de organelas. homogeneização citoplasmática: com a lise das organelas e coagulação das proteínas forma-se uma massa opaca e acidófila, vista principalmente nas necroses coagulativas. ruptura da membrana celular: com liberação do material intracelular, formando uma massa indistinta eosinofílica homogênea, vista principalmente nas necroses de caseificação. alterações da célula como um todo: desaparecimento dos limites celulares, dificultando a individualização da célula, devido às alterações da membrana celular. perda de coloração diferencial (devido à diminuição da basofilia nuclear). desaparecimento das células como estruturas, podendo no entanto ocorrer: a) destruição completa das células e arcabouço tissular, produzindo espaços vazios, ou uma massa homogênea eosinofílica indistinta; b) preservação do arcabouço tissular, permitindo ainda o reconhecimento histológico do órgão, apesar da necrose. CARACTERÍSTICAS ULTRAESTRUTURAIS: alterações citoplasmáticas: desgranulação, tumefação e posterior precipitação de fosfato de Ca+ na membrana interna das mitocôndrias, marcando o “ponto de não retorno”. desacoplamento ribossômico no RER e dissociação dos polissomos, marcando a parada na síntese proteica e liberação de enzimas líticas. alterações nucleares: ruptura e coalescência dos cromossomos (condensação da cromatina) marcando a parada na replicação e síntese de RNAs. ETIOLOGIA: qualquer agente agressivo, desde que a agressão seja letal: grave, intensa, contínua ou não, mas que ultrapasse o “nível zero de habilidade homeostática”. exemplos: anóxia, fatores mecânicos, frio, calor, eletricidade, irradiações, substancias cáusticas (ácidos e bases fortes), tóxicos, microrganismos, toxinas. CONSEQUÊNCIAS: órgão afetado: quanto mais essencial à vida, mais grave as consequências. extensão da lesão: quanto maiores, mais graves as consequências. causas da necrose: infarto extenso no baço: não compromete seriamente a vida do paciente. qualquer necrose, de qualquer extensão, no encéfalo: hemiplegias, alterações neurológicas, e mesmo a morte. EVOLUÇÃO: o tecido necrótico comporta-se como um corpo estranho (devido à liberação de antígenos escondidos), suscitando uma reação inflamatória na tentativa de eliminar a área necrosada. absorção: se a área afetada for mínima; fagocitose por macrófagos. drenagem: se a área for próxima à vias excretoras ou se ocorrer fistulação (ruptura e drenagem de abscessos/necrose coliquativa). cicatrização: proliferação fibroblástica e substituição do parênquima necrótico por tecido conjuntivo fibroso. calcificação: comum na necrose caseosa. encistamento ou sequestro: formação de pseudo-cistos, quando a área de necrose é ampla limitando a absorção. Gangrena CONCEITO: tipo especial ou evolução de um processo necrotizante, cujas caracteristicas variarão dependendo da velocidade de instalação do processo, das causas e do aspecto morfológico final do quadro (grau de hidratação dos tecidos necróticos). GANGRENA SECA: é também chamada de “mumificação” e está usualmente associada à necrose isquêmica de extremidades, quando esta se desenvolve lenta e gradualmente, possibilitando a perda de liquido através da insuficiência do fluxo de líquidos nutrientes, da drenagem e da evaporação dos mesmo no local afetado pela isquemia. etiologia: fisiológica no cordão umbilical; intoxicações com alcalóides do Ergot; intoxicações com Festuca arundinacea; doença de Raynaud (espasmos vasculares); frio/congelamento; gesso e bandagens muito apertadas. características macro: ressecamento, endurecimento, esfriamento e “apergaminhamento” do órgão, com escurecimento. a reação inflamatória do tecido vivo adjacente é intensa e delimita uma linha de separação nítida entre o tecido sadio e a gangrena. pode ocorrer também separação do tecido sadio do tecido necrótico por solução de continuidade e queda do segmento gangrenado. GANGRENA ÚMIDA: é também chamada de “gangrena pútrida”; pode ocorrer tanto em extremidades (pele, membros apendiculares, glândula mamaria) quanto em vísceras internas (útero, pulmões, intestinos); o importante é que haja fácil acesso de bactérias ao tecido necrótico. etiologia: nas extremidades ocorre em consequência de isquemias graves, intensas e de rápida instalação, de maneira que o processo de necrose seja desencadeado sem que haja tempo para se desidratar o tecido em necrose. feridas traumáticas graves, infectadas. evolução de apendicites e colecistites graves. torções de alças intestinais e/ou trombose de artérias mesentéricas, produzindo necrose isquêmica de alças intestinais, liberando a proliferação descontrolada da flora bacteriana saprófita. evolução de pneumonias por aspiração de corpos estranhos. evolução da metrite puerperal, se nãotratada adequadamente. característica macro: ↑ de volume (edema) e amolecimento progressivo (coliquação tecidual) com hemorragias e escurecimento (decomposição local da hemoglobina) do local. a ação das bactérias saprófitas determina também um odor extremamente fétido e a produção de grande quantidade de toxinas, o que determinará uma toxemia grave, geralmente fatal, chamada de “sapremia”. GANGRENA GASOSA: é causada por bactérias anaeróbicas produtoras de gás de ácido butírico e de ácido acético. enzimas proteolíticas produzidas degradam os tecidos tornando-os escuros, tumefeitos e crepitantes. etiologia: bactérias do gênero Clostridium. Apoptose CONCEITO: é um tipo de “autodestruição celular” que requer energia e síntese protéica para a sua execução; está relacionado com a homeostase na regulação fisiológica do tamanho dos tecidos, exercendo um papel oposto ao da mitose. APOPTOSE FISIOLÓGICA: esse suicídio celular ocorre no desenvolvimento embrionário, na organogênese, na renovação de células epiteliais e hematopoiéticas, na involução cíclica dos órgãos reprodutivos da mulher, na atrofia induzida pela remoção de fatores de crescimento ou hormônios, na involução de alguns órgãos e ainda na regressão de tumores. consiste em um tipo de morte programada, desejável e necessária que participa na formação dos órgãos e que persiste em alguns sistemas adultos como a pele e o sistema imunológico. OCORRÊNCIA membranas interdigitais desenvolvimento da mucosa intestinal fusão do palato involução normal de tecido hormônio-dependentes atresia folicular ovariana leucócitos maturação linfoide e prevenção de autoimunidade citotoxidade a apoptose é um processo rápido, que se completa em aproximadamente 3 horas e não é sincronizado por todo o órgão, portanto diferentes estágios de apoptose coexistem em diversas secções dos tecidos. devido à tava rápida de destruição celular é necessário que apenas 2 a 3% das células estejam em apoptose em determinado momento para que se obtenha uma regressão substancial de tecido, atingindo mesmo a proporção de 25% por dia. CARACTERÍSTICAS MICRO: ocorre fragmentação nuclear e celular em vesículas apoptóticas. diferente da necrose, não existe liberação do conteúdo celular para o interstício e portanto não se observa inflamação ao redor da célula morta. fragmentação internucleossômica, porém mais intensamente na cromatina em configuração aberta, consequência da atividade de uma endonuclease. DIFERENÇAS ENTRE APOPTOSE E NECROSE: a necrose difere da apoptose por representar um fenômeno degenerativo irreversível, causado por uma agressão intensa. trata-se pois da degradação progressiva das estruturas celulares que existam agressões ambientais severas. o mesmo agente etiológico pode provocar tanto necrose quanto apoptose, sendo que a severidade da agressão parece ser o fator determinante do tipo de morte celular. CARACTERÍSTICAS APOPTOSE NECROSE estímulo fisiológico (ativação de um relógio bioquímico, geneticamente regulado) ou patológico. patológico (agressão ou ambiente hostil). ocorrência acomete células indivi- duais; eliminação seletiva de células. acomete um grupo de células; fenômeno dege- nerativo, consequência de lesão celular severa. reversibilidade irreversível, depois da ativação da endonu- clease. irreversível, após o "ponto de não retorno". morfologia da célula enrugamento, projeções digitiformes da membra- na celular e formação de corpos apoptóticos. tumefação celular, perda da integridade da mem- brana e posterior desinte- gração. adesões entre células e membrana basal perda (precoce). perda (tardia). organelas citoplasma- ticas tumefação tardia. tumefação precoce. liberação de enzimas lisossômicas ausente presente núcleo convolução e fragmen- tação da membrana nuclear (cariorrexe). desaparecimento(picnose, cariorrexe e cariólise). cromatina nuclear compactação em massas densas uniformes, ali- nhadas no lado interno da membrana nuclear. formação de grumos grosseiros e de limites imprecisos. fagocitose pelas célu- las vizinhas presente, antes mesmo da lise celular. ausente; macrofagocitose pode ocorrer, após a lise celular. inflamação exsudativa ausente; não há libera- ção de componentes celulares para o espaço extracelular. presente, induzida pela liberação de componentes celulares para o espaço extracelular. formação de cicatriz ausente. pode ocorrer, se a área de necrose for ampla. Acúmulos do interstício Transformação hialina CONCEITO: deposição extracelular ou intersticial de material hialino (vítreo, claro, homogêneo, translúcido, amorfo, denso, eosinofílico e refringente) no tecido conjuntivo e nas membranas basais, de modo a alterar a proporção núcleo/colágeno e aumentar a eosinofilia do tecido. CARACTERÍSTICAS MICRO: condensação das fibras colágenas com aumento da sua espessura e rigidez, assumindo um aspecto hialino, vítreo, homogêneo, irregular (por solução de continuidade das fibras e subsequente neossíntese). OCORRÊNCIA: é comum nos quelóides, nas cicatrizes extensas, nas esclerodermias e nos folículos ovarianos em atresia. MECANISMO: a fibroplasia excessiva se associa à desidratação progressiva e fragmentação das fibras, o que estimula mais fibroplasia, com aumento da densidade dos componentes intersticiais. Transformação fibrinóide CONCEITO: designação corrente para a deposição no tecido conjuntivo e paredes de arteríolas, de um material acelular amorfo, brilhante, eosinófilo, às vezes granular ou reticular, sem limites definidos, morfológica e tinturialmente semelhante à fibrina depositada. Ocorre também por vezes uma redução no número de núcleos na área afetada com degradação dos componentes tissulares. COMPOSIÇÃO DO FIBRINÓIDE: variável, geralmente contém ƴ-globulinas, fragmentos do complemento, albuminas, colágeno alterado e fibrina parcialmente digeridas. com tal composição, o fibrinóide pode ser considerado um produto da deposição de imunocomplexos circulantes (com posterior fixação do complemento) e da degradação de fibrina exsudada, de fibras colágenas e de glicoproteínas e células locais. ETIOPATOGENIA: hipertensão maligna (nas arterioloscleroses/arteríolas e glomérulos renais). digestão enzimática dos tecidos (úlceras pépticas). vilosidades placentárias normais. autoimunopatias que levem a um aumento dos imunocomplexos circulantes com posterior fixação do complemento. Obs.: tais alterações culminam com ↑ da permeabilidade vascular (e consequentemente saída de plasma e macromoléculas para o interstício) e com quimiotaxia (com consequente liberação de enzimas lisossômicas dos leucócitos nos tecidos, gerando o fibrinóide). Transformação mucóide CONCEITO: alteração real ou aparente da substância fundamental amorfa, que se apresenta entumecida, basófila, metacromática, com dissociação das fibras colágenas, e com fibroblastos apresentando núcleos hipercromáticos e estrelados, devido ao aumento da síntese ou à despolimerização incipiente resultando no aparecimento de material de aspecto mucóide. SÍTIOS DE PREDILAÇÃO: é um processo agudo e reversível, sendo encontrado mais frequentemente nos ligamentos, tendões, meniscos, duramater espinhal, na mixomatose dos coelhos, no hiper e hiporireoidismo (com formação do “mixedema” na derme) e em algumas imunopatias. Amiloidose CONCEITO: deposição intersticial de material fibrilar glicoproteico, de composição química variável, de aspecto hialino, eosinofílico, amorfo,homogêneo, birrefringente, metacromático, especialmente nas membranas basais, com reações tintoriais específica. CARACTERÍSTICA MACRO: aumento de volume e de consistência. palidez (isquemia pela compressão vascular, associada à própria natureza da susbtância amiloide). tensão capsular e friabilidade (predisposição à rupturas – não se recomenda biópsias hepáticas quando se suspeita de amiloidose). superfície de corte pálida, translúcida, homogênea (lardácea tipo toucinho quando a deposição amiloide é difusa) ou “em Sagu” (se focal, perifolicular). reação de metacromasia característica com o iodo. CARACTERÍSTICAS MICRO: o melhor corante para a identificação do amiloide é o vermelho congo (que cora o amiloide em alaranjado em contraste com o róseo de fundo). SÍTIOS DE PREDILAÇÃO: glomérulos renais, sinusóides hepáticos, e em volta dos folículos esplênicos, sempre diminuindo o espaço e comprimindo as células. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: as substâncias amiloides são sempre polipeptídeos dispostos em arranjo molecular especial, constatável à ME de transmissão. o termo amiloide define uma estrutura molecular física e não composição química. a substância amiloide é composta de: proteínas, principalmente com aminoácidos acidificantes; 5 a 10% de carboidratos, principalmente galactose, glicose e manose; 10% de lípides, principalmente colesterol, ésteres do colesterol, triglicerídeos, AG e fosfolípides. ORIGEM: parece estar ligada à fagocitose de imunocomplexos e proteínas desnaturadas circulantes pelos fagócitos sanguíneos ou do sistema mononuclear fagocitário, com degradação enzimática de várias proteínas e polipeptídeos e exocitose de cadeias leves de globulinas, precursoras do amiloide. CLASSIFICAÇÃO: amiloidose primária: decorre de um descontrole da resposta imunológica é vista no plamocitoma ou mieloma múltiplo, quando plasmócitos anormais aumentam a produção de precursores de globulinas e de amiloide tipo B. os sítios de deposição mais frequentes são: coração, pulmões, músculos, língua, pequenos vasos, pele, trato gastrointestinal e nervos. amiloidose secundária: decorre da exaustão do sistema imunológico, em consequência de superestimulação e/ou da carência de fatores que o tornem eficiente. é visto nas doenças crônicas caquetizantes (artrite reumatóide, carcinomas, sarcomas) e em animais utilizados na produção de soro hiperimune, quando o amiloide que predomina é o do tipo A e C. os sítios de deposição mais frequentes são: fígado, baço, rins, adrenal, pâncreas e linfonodos. o mecanismo mais provável é o da supressão da ação dos linfócitos T com manutenção da imunidade humoral ou do esgotamento do mecanismo pelo qual imunocomplexos ou proteínas desnaturadas são normalmente eliminadas da circulação pelo sistema monocítico fagocitário; com a catabolização incompleta, resíduos são depositados nos tecidos. amiloidose de origem endócrina: deposição de amiloide em concomitância à ocorrência de neoplasias de origem neuroectodérmica. vista no carcinoma medular da tireoide, no gastrinoma, no feocromocitoma e no insulinoma, quando se formam complexos de precursores de hormônios polipeptídeos análogos às subunidades de amiloide. amiloidose localizada, de origem neurológica: doença de Alzheimer, Scrapie e encefalopatias espongiformes. CONSEQUÊNCIAS: a deposição progressiva de amiloide acaba levando à atrofia compressiva do parênquima adjacente. nos rins: é um dos componentes da “síndrome nefrótica” (proteinúria + hipertensão arterial + insuficiência renal com uremia + obliteração glomerular com diminuição da filtração glomerular). no coração: leva à “insuficiência cardíaca refrataria aos digitálicos”. na adrenal: pode determinar “doença de Addison” (insuficiência adrenal). no fígado e baço: compressão parenquimatosa + friabilidade = predisposição à rupturas (que no caso do fígado geralmente determina hemorragia grave e letal em virtude da diminuição dos fatores da coagulação). Gota úrica CONCEITO: deposição de cristais de ácido úrico (uratos) nos tecidos conjuntivos e membranas serosas, afetando principalmente as articulações (“gota articular”), pleura e/ou peritônio e túbulos renais da região papilar (“gota visceral”), onde o pH baixo favorece a cristalização. ETIOPATOGENIA: distúrbios na metabolização e eliminação dos catabólitos das purinas, principalmente anormalidades na produção endógena de purina. retenção de uratos nas nefropatias crônicas. deficiência de vitamina A e/ou restrição de água em planteis avícolas. dietas hiperproteicas (predisposição). o excesso de uratos no sangue e nos fluidos orgânicos determinará a deposição no tecido conjuntivo e nas serosas de cristais hidrossolúveis em forma de agulhas, circundados por reação inflamatória. a fagocitose dos cristais pelos fagócitos frequentemente é frustrada pela perfuração dos fagossomas pelos cristais determinando morte celular e amplificação da reação inflamatória, com diminuição do pH, o que favorecerá mais ainda a cristalização e precipitação de novos tofos gotosos, cronificando o processo inflamatório, com deformação local e dor aguda e intensa. Arterioesclerose CONCEITO: grupo de processos que têm em comum o espessamento da parede e a diminuição da elasticidade vascular. ATEROSCLEROSE: doença de progressão lenta, de inicio precoce, cuja característica é o “ateroma”, depósito circunscrito de lípides na íntima, formando uma placa fibrogordurosa focal e elevada, afetando artérias grandes e médias (principalmente as coronárias, as cerebrais, a aorta, o tronco braquicefálico e as ilíacas). etiopatogenia: fatores de risco: dieta hiperlipídica e obesidade; hipertensão arterial; doenças metabólicas; idade; estresse; hipercolesterolemia. inicia-se com a deposição de lípides na íntima (formação de estrias lipídicas que evoluem para a placa ateromatosa). posteriormente ocorre invasão da túnica subjacente e diminuição da luz arterial. com a invasão da túnica subjacente ocorrerá enfraquecimento da resistência vascular com predisposição à formação de aneurismas. com a diminuição da luz arterial ocorrerá comprometimento do fluxo (de lamelar passa a tubulento, predispondo à trombose). complicações: calcificações distróficas. hemorragias internas, as vezes para dentro do próprio ateroma, com distensão e aumento de volume da placa ateromatosa; outra possibilidade é a ruptura de aneurismas. trombose, devido à modificação do fluxo e à descamação de células endoteliais com exposição do colágeno subendotelial, o que permite adesão e agregação plaquetária; como evolução poderá advir isquemia, hipotrofia ou mesmo infarto. embolização do trombo ou mesmo da placa ateromatosa (ulceração endotelial com derrame de detritos ateromatosos na circulação). características macro: inicialmente formam-se “estrias gordurosas” elevadas na superfície; posteriormente essas faixas se avolumam tornando-se placas arredondadas, ovais ou irregulares, salientes, moles e branco amareladas ou rígidas, brancas e fibrosas; ao corte, apresentam uma coleção central de material mole granular e gorduroso. características micro: inicialmente ocorre acúmulo progressivo de lípides nas células mioíntimas e ao longo das fibras elásticas da limitante elástica interna; posteriormente ocorre fibroplasia com o envolvimento da massa gordurosa e das células esponjosas por uma capa conjuntiva vascularizada, onde se observam por vezes grânulos de hemossiderina e deposição progressiva de Ca+; os grandes ateromas tem a limitante elástica interna destruída,com infiltração e compressão ateromatosa na camada média que se hipotrofia; na adventícia ocorre fibrosamento e infiltração linfocitária. ARTERIOLOSCLEROSE: espessamento da parede de pequenas artérias ou arteríolas, devido à proliferação fibromuscular ou endotelial, geralmente associadas à hipertensão arterial. Alterações circulatórias Introdução o Sistema Cardiovascular é um sistema fechado, composto de uma central de bombeamento (o coração) e uma rede distribuidora tubular (os vasos). o sangue circula dentro desse sistema fechado, bombeado pelo coração - sendo a sístole responsável pela chamada Pressão Arterial Sistólica; e é mantido dentro dos vasos pela Resistência Vascular (que se acomoda aos jatos de sangue sistólico, elasticamente), também é chamada de Pressão Diastólica. Hiperemia ou congestão CONCEITO: ↑ do volume sanguíneo localizado num órgão ou parte dele, com consequente dilatação vascular, por alteração no sistema Pressão Arterial versus Resistência Pré e Pós Capilar. HIPEREMIA ATIVA OU ARTERIAL: ainda que o processo também envolva vênulas e capilares. conceito: ↑ do afluxo sanguíneo arterial por ↑ da Pressão Arterial e/ou ↓ da Resistência Pré Capilar. hiperemia ativa fisiológica: ↑ do suprimento de O2 e nutrientes, paralelamente á demanda de maior trabalho. Ocorre expansão do leito vascular, com os vasos de reserva se tornando funcionais. exemplos: tubo gastrointestinal durante a digestão; musculatura esquelética durante exercícios físicos; cérebro durante estudo; glândula mamária durante lactação; rubor facial após hiperestimulação psíquica; corpos cavernosos penianos durante excitação sexual. hiperemia ativa patológica: ↑ do afluxo sanguíneo devido à liberação local de mediadores bioquímicos da inflamação (devido à alguma agressão aos tecidos), com relaxamento de esfíncteres pré capilares e diminuição da Resistência Pré Capilar. Do mesmo modo que na hiperemia fisiológica, ocorre expansão do leito vascular, com os vasos de reserva se tornando funcionais. ex.: injúria térmica (queimaduras ou congelamento); irradiações intensas; traumatismos; infecções; inflamação aguda; descompressão súbita; síndrome de Horner (paralisia de nervos vasoconstrictores). Características macro: "in vivo" = ↑de volume, avermelhamento, aumento da temperatura local (quando em superfícies corporais) e às vezes pulsação. Características micro: ingurgitamento vascular, com hemácias em posição periférica no fluxo laminar hiperemia ativa fisiológica. ingurgitamento vascular, com leucócitos em posição periférica no fluxo laminar - "marginação, pavimentação e diapedese leucocitária" hiperemia ativa patológica. HIPEREMIA PASSIVA OU VENOSA OU CONGESTÃO: conceito: ↓ da drenagem venosa por aumento da Resistência Pós Capilar. hiperemia passiva local: obstrução ou compressão vascular; garroteamento na punção venosa; torção de vísceras hiperemia passiva aguda; trombos venosos; embolias em sistema porta; postura (ação da força da gravidade) versus flebectasias (varizes); compressão vascular por neoplasias, abscessos, granulomas e útero gravídico hiperemia passiva crônica. hiperemia passiva "geral" ou setorial ou sistêmica: na insuficiência cardíaca congestiva; trombose e embolia pulmonar, e nas lesões pulmonares extensas (enfizemas graves em equinos, neoplasias pulmonares, entre outros). características macro: ↑ de volume e cianose. CONSEQUÊNCIAS: edema hiperemia ativa e passiva: o ↑ da pressão hidrostática eleva a filtração e reduz a reabsorção capilar. hemorragias hiperemia ativa e passiva: por diapedese ou por ruptura de capilares e pequenas vênulas. degenerações, necrose, hipotrofias e fibrose ("induração de estase") hiperemia passiva: por redução do afluxo de O2 e nutrientes. trombose e flebectasias hiperemia passiva: por ↓ da velocidade do fluxo. Edema CONCEITO: acúmulo anormal de líquido (água + sais ± proteínas) no compartimento extracelular intersticial e/ou nas cavidades corporais. NOMENCLATURA: prefixo hidro + cavidade afetada (ex.: hidrotórax, hidroperitonio, hidrartro, hidrocele, hidrocefalia). "edema de + órgão afetado" (ex.: edema pulmonar). anasarca = edema generalizado. ascite = hidroperitônio. FISIOPATOGENIA: Fatores envolvidos: integridade vascular e forças de Starling. FORÇAS DE STARLING pressão hidrostática efeito de sistemas pressores pressão osmótica equilíbrio de concentrações pressão coloidosmótica efeito dos coloides/água o desequilíbrio dessas forças e/ou alterações vasculares podem fazer com que o líquido que sai na extremidade arteriolar do capilar exceda a quantidade de líquido que consegue retornar à circulação (via retorno à extremidade venular do capilar e via drenagem linfática). MECANISMOS ENVOLVIDOS: saída excessiva de líquido, por: ↑ da permeabilidade vascular: causando edema local, com tendência a formar exsudato (alto teor de proteínas, alta densidade, alta celularidade e aspecto turvo, se coagulando quando exposto ao ar longamente). Macromoléculas passam para o interstício, ↓ a pressão coloidosmótica intravascular e ↑ a pressão coloidosmótica intersticial. causas: inflamações, intoxicações, toxemias, alergias, hipóxia. Pode também ser considerado um fator agravante de edemas gerais. retorno deficiente do filtrado, por: ↑ da pressão hidrostática a nível da extremidade venular do capilar: causando edema local ou geral, com tendência a formar transudato (baixo teor de proteínas, baixa densidade, pequena celularidade e aspecto límpido). ↑ o tempo de filtração (transudação) e ↓ o tempo de reabsorção. causas: obstáculos ao fluxo venoso (trombose, embolia, compressão venosa por abscessos, granulomas, tumores, útero gravídico, cirrose hepática). ↓ da pressão coloidosmótica intravascular: causando edema geral, com tendência a formar transudato. ↓dos colóides intravasculares reduz a atração do líquido durante a fase de reabsorção na extremidade venular do capilar. causas: hipoproteinemias por perda (albuminúria, verminoses, gastroenteropatias) ou por deficiência de síntese (desnutrição, hipotireoidismo, cirrose hepática). ↓ da drenagem linfática: causando edema local, com tendência a formar transudato (linfedema). causas: linfangites; compressão e/ou invasão com bloqueio de vias linfáticas por neoplasias, granulomas, abscessos, infestação com filarídeos, esvaziamento ganglionar cirúrgico. alterações intersticiais com ↑ da hidrofilia intercelular: causando edema local ou geral, por ↑ de mucopolissacárides no interstício com consequente ↑ da pressão oncótica intersticial e da hidrofilia (causa: hipotireoidismo) e/ou por ↑ na complacência e ↓ da pressão intersticial (causa: hipotrofias). CARACTERÍSTICAS MACRO: anasarca/edema no tecido subcutâneo: "sinal de cacifo" (compressão digital depressão de retorno lento). visceral: ↑ de volume e peso, ↓ de consistência, aspecto liso e brilhante, palidez (em consequência da compressão vascular), com vasos linfáticos acinzentados distendidos na serosa (principalmente na pleura e mesentério). CARACTERÍSTICAS MICRO: distensão capsular (tumefação), dissociação de fibras e células (com predisposição à degenerações e necrose), linfáticos dilatados (teor protéico da linfa é indicativo da gravidade do processo inflamatório), fibrina, hemácias e leucócitos. Fibroplasia quando o edema é crônico. CONSEQUÊNCIAS: lembrar que o edema é uma alteração reversível. benéficas: diluição de toxinas bacterianas e de metabólitos tóxicos. dispersãode colônias bacterianas e facilitação da fagocitose. ↓ da hipertonicidade. sequestro de excessos de líquido. maléficas: dependem principalmente do órgão afetado e da intensidade do processo. o hidrotórax, o edema pulmonar ou o de glote dificultam ou impedem uma aeração adequada e podem levar à asfixia. o hidropericardio pode provocar tamponamento cardíaco, levando rapidamente à morte. o edema cerebral quando intenso e agudo determina hipertensão craniana e às vezes até mesmo herniação de tonsilas cerebelares pelo forame magno. já o edema do tecido subcutâneo não determina por si só riscos para a vida do indivíduo. Hemorragia ou derrame CONCEITO: extravasamento sanguíneo para fora do sistema cardiovascular. CLASSIFICAÇÃO E NOMENCLATURA: quanto à origem: venosa, arterial, capilar, cardíaca. quanto à relação com o organismo: externas ou superficiais. internas com fluxo externo: utiliza-se o prefixo designativo do órgão afetado acrescido do sufixo rragia. ocultas (sem fluxo externo): viscerais (superficiais, parenquimatosas ou intersticiais) e ainda as cavitárias. Utiliza-se o prefixo hemo ou hemato acrescido de termo designativo da cavidade afetada. quanto ao mecanismo de formação: por rexe ou ruptura de vasos: mais frequentes, geralmente de origem traumática. por diabrose ou digestão/erosão de vasos: por necrose (ex.: cavernas pulmonares na tuberculose) ou digestão enzimática (ex.: úlceras pépticas). por diapedese ou diátese hemorrágica: sem lesão evidente nos vasos, geralmente a nível capilar e frequentemente do tipo petequial ou púrpura. As hemácias fluem através da parede vascular intacta. Visto comumente nas coagulopatias (diáteses hemorrágicas) e nas congestões prolongadas em vênulas e capilares. quanto à idade do processo: recente: hemácias íntegras nos cortes histológicos. antiga: hemólise e hemossiderose presentes. quanto à morfologia: mais aplicável às viscerais e tegumentares. petéquias (mancha roxa ou hemorragia puntiforme): hemorragias minúsculas, de 1 a 2 mm de diâmetro, esparsas. púrpuras: até aproximadamente 1 cm de diâmetro ou reunião de petéquias mais densamente. Este termo é também utilizado para descrever um quadro hemorrágico generalizado (petéquias e sufusões extensas em várias serosas e mucosas, geralmente associado às diáteses hemorrágicas - síndromes com tendência à hemorragia por deficiência na coagulação e também às septicemias - viremias e toxemias - que induzem lesões em pequenos vasos periféricos). sufusões (extravasamento de humores): também chamadas de "máculas hemorrágicas" ou "hemorragias em lençol". Refletem manchas difusas, planas e irregulares (o termo "equimose" também tem sido utilizado para descrever este tipo de hemorragia, quando afetando a pele - ou com dimensões menores que a sufusão - 2 a 3 cm). hematoma ou bossa sanguínea ou ainda hematocisto: refere-se á formação de uma cavidade com coleção sanguínea. apoplexia (abater, cair): hemorragia massiva, grave, intensa, com destruição orgânica e manifestações gerais graves. quanto à etiologia: traumática: acidentes e cirurgias. de origem hemática: intoxicações, hipovitaminoses, hepatopatias.t rombocitopenias, hemofilias (homem e cão só no macho, nos suínos tanto nos machos quanto nas fêmeas). de origem vascular: hipertensão intravascular (hipertensão arterial, varizes, formação e ruptura de aneurismas, obstrução venosa) e, toxinas e agentes infecciosos endoteliotrópicos. quanto à intensidade (consequências): fatores (local, volume) e velocidade de perda. grave: quando afeta órgão essencial ou importante (ex: mesmo um pequeno hematoma subdural já pode determinar coma e morte), e/ou com perda rápida de grandes volumes sanguíneos; risco de vida evidente; choque hemorrágico. moderada: quando inspira cuidados, mas em si só não indica ainda risco de vida. leve: quando não interfere significativamente na vida do indivíduo. CARACTERÍSTICAS MACRO: avermelhamento vivo ou arroxeado na área atingida e/ou fluxo sanguíneo. CARACTERÍSTICAS MICRO: hemácias fora de vasos (livres, aglomeradas em coágulos ou fagocitadas por macrófagos). com a evolução, a hemólise e a metabolização da hemoglobina leva ao aparecimento de hemossiderina e hemossiderófagos. RESOLUÇÃO DA HEMORRAGIA: quando a hemorragia não é fatal, após a hemostasia, pode ocorrer absorção do coágulo (nas hemorragias menores) ou organização e fibrose (nas hemorragias mais amplas). pode ocorrer também formação de aderências, encistamento, calcificação, ossificação (comum no otohematomas caninos), colonização bacterianas e supuração. Choque CONCEITO: deficiência circulatória aguda da perfusão tecidual, grave e generalizada, resultante da redução do débito cardíaco, seja por diminuição da capacidade de bombeamento sanguíneo do coração ou por diminuição do retorno venoso. ETIOPATOGENIA: a pressão arterial depende do rendimento cardíaco e do tônus vasomotor periférico. uma grande redução em um desses dois elementos, sem uma elevação compensatória do outro, causa a hipotensão sistêmica. 90% da área vascular geral corresponde à microcirculação. DIMINUIÇÃO DA FUNÇÃO MIOCARDÍACA: diminuição da capacidade cardíaca (choque cardiogênico): infartos no miocárdio, miocardites, insuficiência mitral, arritmias (taquicardia paroxística ou fibrilação auricular, bradicardia grave). obstrução ao fluxo sanguíneo (choque cardiogênico): embolia pulmonar grave, pneumotórax, tamponamento cardíaco (hidro e/ou hemopericardio), aneurisma aórtico dissecante. DIMINUIÇÃO DO RETORNO VENOSO: diminuição do volume sanguíneo (choque hipovolêmico): por perdas extensas de líquido: hemorragia grave (choque hemorrágico), queimaduras extensas, intoxicação com diuréticos, diarreias intensas e vômitos (obstruções intestinais e estenose pilórica). A hemoconcentração diminui a fluidez sanguínea e agrava a redução no retorno venoso. por sequestro interno: ascite, hemotórax e hemoperitônio. queda do tônus vasomotor (choque neurogênico), com expansão do leito vascular (vasodilatação) e hipovolemia relativa (retenção da volemia em vasos periféricos): traumatismos graves (choque traumático), depressão do SNC, dor intensa, bloqueadores ganglionares e anti-hipertensivos, retirada abrupta de líquido ascítico. anafilaxia (choque anafilático), e infecções graves com bactérias gram-positivas (choque septicêmico). aumento da resistência ao fluxo sanguíneo (vênulo constricção pós capilar): intoxicações com vasoconstrictores (com lesão tissular secundária à perfusão diminuída), infecções graves com bactérias gram-negativas (produtoras de endotoxinas) e coagulação intravascular disseminada – CID. Isquemia CONCEITO: deficiência no aporte sanguíneo a determinado órgão ou tecido por diminuição da luz de artérias, arteríolas ou capilares. a isquemia é constantemente confundida com a hiperemia passiva. enquanto a isquemia é a deficiência no afluxo sanguíneo a um tecido, a hiperemia passiva com frequência é a consequência da deficiência do efluxo (ou drenagem) sanguíneo de um tecido. em ambas as alterações os tecidos sofrem de hipóxia, e exatamente por essa razão são tão confundidas. a isquemia pode ter como consequência o infarto branco ou isquêmico, enquanto a hiperemia passiva pode ter como consequência o infarto vermelho ou hemorrágico. isquemia hipóxia hiperemia passiva. ETIOPATOGENIA: causas funcionais: espasmo vascular (dor, frio). hipotensão acentuada. hemoglobinaalterada (carboxihemoglobina). redistribuição sanguínea (sono por isquemia cerebral na digestão/hiperemia gastrointestinal). causas mecânicas: compressão vascular (neoplasias, fragmentos ósseos, calos ósseos, hematomas, abscessos, cicatrizes). obstrução vascular (trombose, embolia). espessamento da parede vascular com diminuição da luz (arteriolosclerose e arterites). CONSEQUÊNCIAS: dependem de: velocidade com que se instala (lenta ou rápida). grau de redução do calibre da artéria afetada (total ou parcial). vulnerabilidade do tecido. eficiência da circulação colateral. variam de insignificantes (ex.: sono – isquemia cerebral leve; durante a digestão), passando por degenerações, hipotrofia e fibrose (adaptação a uma isquemia gradual e incompleta) até o infarto isquêmico e gangrena (quando a isquemia é súbita e intensa). lesões de reperfusão. Infarto ou enfarte CONCEITO: necrose que se instala após interrupção do fluxo sanguíneo. INFARTO BRANCO OU ANÊMICO OU ISQUÊMICO: área de necrose de coagulação (isquêmica) ocasionada por hipóxia letal local, em território com circulação do tipo terminal. a causa é sempre arterial (oclusão trombo-embólica, compressiva). os órgãos mais comumente lesados são os rins, o baço, o coração e o cérebro. características morfológicas: de 0 a 6 horas: sem alterações visíveis, mesmo à microscopia óptica. de 6 a 12 horas: área pálida pouco definida, com ou sem estrias hemorrágicas (resto de sangue X paredes vasculares lesadas pela anóxia). de 12 a 24 horas: área pálida delimitada por halo hiperêmico- hemorrágico, cuneiforme, com base voltada para a cápsula do órgão e vértice para o vaso ocluído. de 24a 48 horas: área cuneiforme ou em mapa geográfico. do 20 ao 50 dias: halo branco acinzentado leucocitário internamente ao hiperêmico, com deposição de fibrina na serosa capsular. do 50 dia em diante: proliferação fibro e angioblástica (avermelhamento leve centrípeto com posterior cicatrização e retração cicatricial). INFARTO VERMELHO OU HEMORRÁGICO: área de necrose edematosa e hemorrágica, ocasionada por hipóxia letal local, em território com circulação preferencialmente do tipo dupla ou colateral. tanto a oclusão arterial como a venosa podem causar infartos vermelhos. a oclusão arterial, mesmo em órgãos de circulação terminal como o baço, pode provocar também infartos vermelhos quando a área de necrose isquêmica é pequena e a hemorragia da periferia invade a área isquêmica. além disso, o deslocamento de um êmbolo com restituição do fluxo sanguíneo após o aparecimento de necrose (infarto branco ou isquêmico inicial) determina hemorragias na área necrosada ("infarto vermelho secundário" – comuns no cérebro e cerebelo). nos órgãos de circulação dupla (ex: pulmões e fígado) e nos de circulação única, mas com anastomoses artério-arteriais (como nos intestinos), a oclusão de um ramo arterial faz com que o sangue que chega pela irrigação colateral nem sempre tenha pressão de perfusão suficiente para manter a nutrição e oxigenação. assim, com a hipóxia, ocorre abertura de esfíncteres pré-capilares, com hiperemia e hemorragia capilar associada ao infarto. a obstrução venosa (causa mais comum de infarto vermelho) vista nas torções de vísceras determina hipertensão vênulo-capilar, com edema, hemorragia e necrose. outros órgãos comumente acometidos são: testículos, tumores pediculados, encéfalo e intestinos. o infarto vermelho é, a despeito do tipo de circulação dupla, raríssimo no fígado. os infartos vermelhos não são tão bem delimitados quanto os brancos, em virtude da infiltração de sangue do parênquima adjacente à necrose. CONSEQUÊNCIAS: dependem basicamente da extensão do infarto e do órgão acometido. variam de insignificantes (infarto esplênico, por exemplo) a gravíssimos (infartos no miocárdio, nos pulmões, nas alças intestinais, e no cérebro). em geral há dor local ou irradiante, alguma febre, aumento na velocidade de hemossedimentação e de enzimas (transaminases, fosfatases, desidrogenases) e às vezes até icterícia (nos infartos vermelhos extensos). Trombose CONCEITO: solidificação dos constituintes normais do sangue, dentro do sistema cardiovascular, no animal vivo. trombo é a massa sólida formada a partir do processo da trombose. deve ser diferenciado da coagulação extravascular (hemostasia) e da coagulação post mortem. CLASSIFICAÇÃO: quanto à estrutura: trombos vermelhos, ou "de coagulação", ou ainda "de estase": ricos em hemácias, mais frequentes em veias (flebotrombose). trombos brancos ou "de conglutinação": constituídos basicamente de plaquetas e fibrina, estão geralmente associados às alterações endoteliais, sendo mais frequentes em artérias. trombos hialinos: constituídos principalmente de fibrina, estão geralmente associados à alterações na composição sanguínea, sendo mais frequentes em capilares. trombos mistos (são os mais comuns): formados por estratificações fibrinosas (brancas), alternadas com partes cruóricas (vermelhas). São alongados e apresentam 3 partes: cabeça: trombo branco, pequeno, fixado no endotélio. colo: porção estreita intermediária, na qual se configuram as "linhas de Zahn" resultantes da alternância de zonas brancacentas e avermelhadas. cauda: trombo vermelho. quanto à localização: venosos: geralmente vermelhos e localizados predominantemente dos membros inferiores. São úmidos e gelatinosos, associam-se às flebectasias e à estase prolongada, mas podem advir também de flebites. cardíacos: murais (principalmente no endocárdio da aurícula direita e no ventrículo esquerdo) ou valvulares (principalmente na aórtica e na mitral). arteriais: geralmente brancos, acometendo mais comumente as coronárias, as cerebrais, as ilíacas e as femurais no ser humano. A aorta, a celíaca e a gástrica no cão (Spirocercalupi). As mesentéricas (principalmente a cranial), a renal, a esplênica e a cecal média nos equinos (Strongylus vulgaris). capilares: geralmente hialinos, ocorrendo nas coagulopatias de consumo (coagulação intravascular disseminada). quanto ao efeito de interrupção do fluxo sanguíneo: oclusivos ou ocludentes: obstruem totalmente a luz vascular. É relativamente comum tanto nas tromboses arteriais (ateroscleróticas) quanto nas venosas. murais, parietais, ou semi-ocludentes: obstruem parcialmente a luz vascular. Comuns na trombose arterial e na cardíaca. canalizado: trombo oclusivo que sofreu proliferação fibroblástica e neovascularização, restabelecendo pelo menos parte do fluxo sanguíneo. quanto à presença de infecção: séptico: quando o trombo sofreu colonização bacteriana ou quando se formou às custas de um processo inflamatório infectado (ex.: endocardite valvular). asséptico. ETIOPATOGENIA: a trombose é uma consequência de 3 tipos de alterações ("tríade de Virchow"), agindo isolada ou simultaneamente. alterações da parede vascular ou endocardíaca: evidenciável na maioria das tromboses arteriais e cardíacas, e em algumas venosas. causas: traumas (punções muito repetidas, por exemplo), localização de bactérias na superfície vascular, infecções virais de células endoteliais, migração de parasitos na parede vascular (angeites e endocardites), arteriosclerose, infarto no miocárdio, erosões vasculares decorrentes de infiltrações neoplásicas. mecanismo: lesão endotelial ou endocardíaca provocando exposição do colágeno subendotelial, com consequente adesão e agregação plaquetária, e desencadeamento do processo de "coagulação",além da contração das células endoteliais ou endocardíacas. alterações reológicas ou hemodinâmicas: por estase (↓ velocidade do fluxo): importante principalmente na trombose venosa. A estase altera o fluxo lamelar fazendo com que as células (inclusive plaquetas) que ocupavam a corrente axial passem à corrente marginal, facilitando o contato plaquetas–endotélio, ao tempo que concentra os fatores da coagulação. por turbulência: predispõem à deposição de plaquetas (por alterar o fluxo lamelar com modificação da corrente axial em marginal) e por traumatizar a íntima cardiovascular, facilitando a exposição do colágeno subendotelial. Por esse motivo é consideravelmente maior a frequência de trombose nas áreas de estenose e bifurcação vasculares. alterações sanguíneas (hipercoagulabilidade): um dos fatores mais importantes na trombogênese. trombocitose: anemias ferroprivas, após hemorragias graves (pós operatórios, principalmente de esplenectomias), doença de Hodgkin, disseminação de neoplasias malignas e síndromes mieloproliferativas. incremento de fatores da coagulação: na gestação (VII e VIII), síndrome nefrótica (V, VII, VIII e X) e em algumas neoplasias malignas. ↓ da atividade fibrinolítica: diabete melito, obesidade, síndrome nefrótica (perda urinária de antagonistas da coagulação). ↑ da viscosidade sanguínea: anemia falciforme (↓ da flexibilidade da hemácia), policitemia, desidratação e queimaduras. DESTINO DOS TROMBOS: lise: ação da plasmina (fibrinolisina) sobre alguns dos fatores da coagulação (V, VII, XII e protrombina), fibrinogênio e fibrina digerindo-os. Impede também a ressíntese da fibrina (impossibilita a polimerização), inibe a agregação plaquetária com efeito antitrombina direto. A possibilidade e a velocidade da lise dependem do volume do trombo e da conservação parcial do fluxo (fonte de fatores fibrinolíticos). amolecimento puriforme: o trombo, como um corpo estranho, é invadido por neutrófilos que podem promover a digestão enzimática da massa central, convertendo-o num saco com conteúdo puriforme (ou purulento, se o trombo for séptico), que pode se romper e liberar na circulação o líquido assim produzido. Comum nos trombos volumosos das câmaras cardíacas e sacos aneurismáticos. organização: invasão do trombo por macrófagos, fibroblastos (ambos aparentemente oriundos de monócitos) e por brotos de neovascularização (proliferação endotelial), que culminam com a transformação do mesmo em tecido de granulação. canalização: ocorre quando os vasos neoformados na fase de organização anastomosam-se, permitindo o restabelecimento parcial do fluxo sanguíneo (auxiliado pela fibrose e retração do trombo). calcificação: comum nos trombos sépticos e nos organizados, principalmente nos venosos (formando os "flebólitos") que podem permanecer firmes na parede vascular ou desprender-se e cair na corrente circulatória. colonização bacteriana: nas septicemias, germes podem aderir e colonizar um trombo asséptico, tornando-o séptico. É mais frequente nos trombos brancos, principalmente nos localizados no endocárdio. embolização (muito frequente): decorrem da fragmentação ou descolamento de trombos inteiros. É favorecida pelo amolecimento puriforme, pela fragilidade na fixação do trombo, pelo retardamento na lise ou na organização, pela compressão da região, pelo esforço e aumento do fluxo sanguíneo. CARACTERÍSTICAS MACRO: venosos: geralmente vermelhos e oclusivos, de aspecto úmido e gelatinoso (lembrando os coágulos post mortem, porém firmemente aderidos ao endotélio – quando retirados à necropsia, deixam uma superfície rugosa e sem brilho). cardíacos: brancos (secos, friáveis, inelásticos, associados à alterações no endocárdio) ou vermelhos (semelhantes aos venosos, associados sobretudo ao retardamento da circulação sanguínea nas câmaras cardíacas, como visto nos aneurismas cardíacos na miocardite chagásica crônica). arteriais: geralmente brancos, oclusivos ou semi-ocludentes. CARACTERÍSTICAS MICRO: brancos: apresenta lamelas amorfas, granulosas, desprovidas de células e levemente eosinofílicas. São formadas por plaquetas conglutinadas e desintegradas e se bifurcam ("lamelas secundárias") dando ao trombo um aspecto coraliforme típico. Na periferia das lamelas ocorre um grande infiltrado de neutrófilos – a chamada "orla marginal". vermelhos: constituídos de rede de fibrina com conglomerados plaquetários nos pontos nodais, retendo em suas malhas leucócitos e hemácias (lembrando um coágulo – a diferença entre os dois são as lamelas plaquetárias dos trombos). CONSEQUÊNCIAS: dependem de: tipo do trombo; localização; tipo anatômico da circulação (terminal, colateral ou dupla); vulnerabilidade dos tecidos à hipóxia. em geral temos: isquemia, levando à degenerações e às hipotrofias ou ao infarto; hiperemia passiva, levando ao edema, às degenerações e às hipotrofias, ou ao enfarte vermelho; embolia. Embolia CONCEITO: embolia é a ocorrência de qualquer elemento estranho (êmbolo) à corrente circulatória, transportado por esta, até eventualmente se deter em vaso de menor calibre. TIPOS DE EMBOLIA: embolia direta: é a mais frequente. êmbolos se deslocam no sentido do fluxo sanguíneo. assim, êmbolos oriundos de artérias ou do lado esquerdo do coração segue para a "árvore arterial sistêmica", na direção dos capilares ("embolia sistêmica", comum nas endocardites vegetativas, nas tromboses murais pós infarto no miocárdio, na aterosclerose aórtica e nas arterites parasitárias). os "alvos" mais frequentes são o cérebro, as extremidades, o baço e os rins. já os êmbolos oriundos de veias ou do lado direito do coração seguem para os pulmões ("embolia pulmonar"), onde poderão determinar insuficiência súbita do coração (lado direito) e morte por hipóxia sistêmica. esta é a forma mais comum e mais letal no ser humano, sendo determinada em 95% dos casos por tromboembolismo dos membros inferiores. normalmente todo êmbolo formado em veias vai parar no pulmão, exceto os formados nas veias tributárias da veia porta do fígado e do eixo hipotálamo-hipófise. embolia cruzada ou "paradoxal": é quando o êmbolo passa da circulação arterial para a venosa, ou vice-versa, sem atravessar a rede capilar, por intermédio de comunicação interatrial ou interventricular, ou ainda de fístulas arterio-venosas. embolia retrógrada: êmbolos se deslocam no sentido contrário ao do fluxo sanguíneo. visto em algumas parasitoses, como por exemplo na migração do Schistosoma mansoni do leito portal intra-hepático até ramos de veias mesentéricas e plexo hemorroidal no ser humano e provavelmente também na migração das larvas do Strongylus vulgaris do intestino até as mesentéricas craniais. a embolia retrógrada também pode explicar a ocorrência de metástases vertebrais de adenocarcinomas prostáticos, situação na qual geralmente ocorre certo tenesmo, o que determina aumento da tensão intra abdominal durante a defecação. tal aumento da pressão intra abdominal pode inclusive inverter a pressão vascular (venosa > arterial) e o fluxo (sangue venoso retorna á artérias, as vezes com êmbolos neoplásicos). TIPOS DE ÊMBOLO: êmbolos sólidos: são os mais frequentes. a grande maioria provêm de trombos (fragmentação ou descolamento integral/"tromboembolismo" ou "embolia trombótica"). além desses, massas neoplásicas, massas bacterianas, larvas e ovos de parasitos e mesmo fragmentos de ateromas ulcerados podem alcançar a circulação e agir como êmbolos. êmbolos líquidos: são menos frequentes. classicamente têm-se a embolia amniótica e a embolialipídica ou gordurosa. na primeira o líquido amniótico é injetado pelas contrações uterinas durante o parto para dentro da circulação venosa, via seios placentários rompidos, predispondo à CID devido aos altos teores de trombina nesse líquido. lípides podem formar êmbolos nas seguintes situações: esmagamento ósseo e/ou de tecido adiposo. esteatose hepática intensa. queimaduras extensas da pele. inflamações agudas e intensas da medula óssea e tecido adiposo (osteomielites e celulites). injeção de grandes volumes de substâncias oleosas via endovenosa. acompanhando a embolia gasosa nas descompressões súbitas, quando o N2 dissolvido nas gorduras com pressão maior, torna-se insolúvel com a descompressão rompendo os adipócitos. êmbolos gasosos: são mais raros. gases podem ocorrer na circulação nas seguintes situações: injeção de ar nas contrações uterinas durante o parto. perfuração torácica, com aspiração de ar para instalação de pneumotórax tornando possível a aspiração de ar também para vasos rompidos na área. nas descompressões súbitas (escafandristas, aviadores e astronautas). CONSEQUÊNCIAS: dependem de: natureza do embolo (séptico/abscessos; neoplásicos/metástases) e volume do mesmo; local atingido (essencialidade, tipo de rede vascular, presença e eficiência de circulação colateral, vulnerabilidade à hipóxia). em geral podemos ter: à jusante (isquemia, levando à degenerações e hipotrofia ou ao infarto isquêmico, quando intensa); à montante (hiperemia passiva, levando ao edema, à degenerações e à hipotrofia, ou ao infarto hemorrágico). Alterações inflamatórias Introdução CONCEITO: conjunto de fenômenos bioquímicos, morfológicos e fisiológicos, sucessivos, ativos e complexos, pelos quais se exterioriza a reação vascular e tissular dos tecidos vivos a qualquer agressão. NOMENCLATURA: termo designativo do local (órgão, tecido, ou cavidade) afetado, acrescido do sufixo ITE. A adjetivação deverá ser feita conforme o tipo do processo. OCORRÊNCIA: uma das respostas mais comuns dos organismos vertebrados às agressões. OBJETIVOS: dominar, minimizar, enclausurar, neutralizar, destruir e eliminar a causa da agressão, e induzir a reparação (reposição de células e tecidos mortos por células sadias, oriundas do epitélio adjacente - "reepitelização"; do parênquima - "regeneração"; ou do estroma - "cicatrização"). A INFLAMAÇÃO COMO UMA "RESPOSTA BENÉFICA": se não existisse o processo inflamatório, os microorganismos estariam livres para penetrar nas mucosas e feridas, proliferar, disseminar e finalmente comprometer de tal forma o organismo hospedeiro que fatalmente o mataria. além disso, se não existisse a inflamação, não existiria cicatrização de feridas nem cura e reparação das lesões. dessa maneira o organismo seria como uma máquina sem peças de reposição, que ao primeiro defeito estaria condenada. A INFLAMAÇÃO COMO UMA "RESPOSTA MALÉFICA": existem ocasiões em que o processo inflamatório pode interferir seriamente na função do órgão acometido, podendo até mesmo levar a uma condição mais ameaçadora que a agressão inicial que o determinou. nesses casos, ocorre a perda do controle homeostático na resposta, assumindo a inflamação um papel destrutivo, maléfico ao organismo. exemplos: cirrose hepática, glomérulonefrites auto-imunes e por imunocomplexos, artrites reumatoides, ceratites, choque anafilático (hipersensibilidade à penicilina, por exemplo), granuloma contra ovo do Schistosoma mansoni. CAUSAS: tudo que possa agredir o organismo pode ser considerado como eventual agente etiológico da inflamação, vez que esta é uma resposta orgânica à qualquer agressão. endógenas: as derivadas de degenerações ou necroses tissulares e as derivadas de alterações na resposta imunológica (por imunocomplexo ou autoimune). exógenas: agentes físicos: Calor e frio; eletricidade; radiações; sons e ultra- sons; magnetismo; gravidade; traumas mecânicos e atritos; agentes químicos: inorgânicos (cáusticos, metais pesados, ácidos e álcalis fortes) ou orgânicos (exo e endotoxinas bacterianas, micotoxinas, venenos vegetais e animais). agentes biológicos: infecciosos (vírus, bactérias, micoplasmas, fungos e protozoários) ou parasitários (helmintos e artrópodes). observação: é muito importante considerarmos a interrelação "agente agressivo – contato agente tecido – tecido" na caracterização da gravidade da agressão e da intensidade da inflamação. assim, um agente pouco patogênico, em contato único e ligeiro com um tecido saudável pode determinar tão somente uma agressão leve com reação inflamatória de curta duração (aguda) e de pequena intensidade. por outro lado, um agente muito resistente e patogênico, em contatos repetidos e persistentes, mesmo em tecidos saudáveis, irá determinar uma agressão mais grave com reação inflamatória de longa duração (crônica) e de maior intensidade. Classificação TEMPO (DURAÇÃO) / QUADRO HISTOLÓGICO: a classificação quanto à duração é muito arbitrária: superaguda: de horas a dias. aguda: de dias a semanas. subaguda: de semanas a meses. crônica: de meses (> 3 meses) a anos. quanto ao quadro histológico: aguda: predomina fenômenos vasculares - exsudativos (hiperemia ativa patológica, edema, e infiltrado de PMN, principalmente neutrófilos.). exceção: hepatite viral aguda, na qual o infiltrado é sempre de mononucleares. crônica: predomina fenômenos proliferativos (proliferação fibroblástica e angioblástica, e infiltrado de células mononucleares, principalmente de linfócitos, plasmócitos e macrófagos). exceção: osteomielite crônica, na qual o infiltrado é sempre de PMN. subaguda: caracteriza-se por fenômenos tanto vasculares – exsudativos quanto proliferativos, ocorrendo hiperemia, edema, proliferação fibroblástica e angioblástica, com infiltrado de PMN – principalmente eosinófilos, e também de MN – linfócitos, plasmócitos e macrófagos. crônica ativa: trata-se da inflamação crônica reagudizada, isto é, com superposição de fenômenos vasculares exsudativos em área inflamada cronicamente. CARÁTER: varia de acordo com o tipo morfológico predominante da resposta inflamatória. É um pouco subjetivo, mas academicamente podemos dividir os processos inflamatórios em: inflamação exsudativa: serosa: quando o exsudato produzido é aquoso, límpido e pobre em células. Pode-se subdividir em dois tipos: vesícula: inflamação circunscrita de epitélio de revestimento, com elevação na superfície, e diâmetro igual ou inferior à 5 mm, com exsudato seroso. bolha: inflamação exsudativa circunscrita de epitélio de revestimento, com elevação na superfície, e diâmetro superior à 5 mm, com exsudato seroso. mucosa ou catarral: quando o exsudato produzido é viscoso, com alto teor de mucina, e cor e celularidade variável. purulenta ou supurada ou apostematosa: quando o exsudato produzido é cremoso, amarelo-esverdeado, rico em PMN vivos e mortos ("piócitos") e em células necróticas. pústula: inflamação exsudativa circunscrita de pequena área da camada superficial da derme ou da espessura da epiderme, com diâmetro inferior ou igual à 5 mm. furúnculo: inflamação exsudativa circunscrita na derme ou hipoderme, afetando folículo piloso, geralmente associado com infecções com Staphylococcus aureus. antraz: conjunto de furúnculos (confluentes) com necrose de superfície externa e de tecidos que o circunscreve. Trata-se de um processo grave. abscesso (inflamação circunscrita – apostematosaou abscedante – caracterizada por): cavidade neoformada (às custas de necrose liquefativa ou coliquativa devido à ação das lisosimas dos PMN) e pus (exsudato purulento); membrana piogênica (parede interna da cápsula do abscesso, rica em PMN, fonte da exsudação); membrana externa ou cápsula propriamente dita, constituída de tecido conjuntivo fibroso. Um abscesso pode evoluir para fistulação, drenagem, drenagem e cicatrização, ou para formação de cisto e calcificação. Quando a fistulação é interna, pode dar origem à chamada "coleção de pus". fleimão: inflamação difusa e infiltrativa do tecido conjuntivo, geralmente associada à infecção com estreptococos beta hemolíticos. Não se forma uma membrana piogênica e o exsudato é muito fluido, devido à exagerada coliquação enzimática dos tecidos. coleção de pus: acúmulo de pus em cavidades naturais, em consequência de inflamações purulentas nas serosas ou mucosas que as revestem ou de fistulação para dentro da cavidade de algum abscesso visceral. fibrinosa: quando o exsudato produzido é filamentoso, rico em fibrina, com celularidade variável. pseudomembranosa: quando ocorre formação de crostas, placas ou pseudomembranas a partir de exsudato fibrinoso. É, na verdade, um tipo especial de inflamação fibrinosa. crupal ou cruposa: inflamação fibrinosa pseudomembranosa em que ocorre necrose do epitélio de revestimento ou mucosa, com abundante exsudação de fibrina e formação de placas brancacentas brilhantes facilmente removíveis (associa-se com infecções estreptocóccicas). diftérica: inflamação fibrinosa pseudomembranosa em que ocorre necrose mais profunda, atingindo mucosa e submucosa, com formação de uma placa acinzentada opaca e que sangra facilmente à tentativa de remoção. hemorrágica: quando o exsudato é avermelhado e rico em hemácias. mista: quando ocorre o predomínio de 2 ou mais tipos de exsudatos, simultaneamente. Ex.: "sero mucoso", "muco purulento", "muco hemorrágico". inflamação alterativa: erosiva: típica de epitélios de revestimento (pele e mucosas), com degeneração, necrose, e descamação restritas ao epitélio, não atingindo a submucosa. ulcerativa: típica de epitélios de revestimento (pele e mucosas), com degeneração, descamação epitelial e necrose profunda , ocorrendo solução de continuidade da mucosa, atingindo a submucosa e provocando frequentemente hemorragias. A úlcera é caracterizada morfologicamente por: material necrótico exsudativo superficial. infiltrado inflamatório. tecido conjuntivo frouxo com fenômenos flogógenos e reparativos. tecido cicatricial. atrofiante ou hipotrofiante: inflamação crônica, típica de mucosas e glândulas, com tendência à involução (diminuição do volume da função do tecido) com proliferação ou não de tecido conjuntivo fibroso e metaplasia escamosa. necrosante: quando a necrose atinge grande parte do foco inflamatório, seja por ação do agente agressor (primária) ou em consequência da própria reação inflamatória (secundária). gangrenosa: quando os tecidos inflamados e necrosados sofrem a ação de agentes exógenos, quase sempre conseqüência e agravamento de inflamações do tipo necrosante, em partes do organismo que se comunicam com o exterior (contato com ambiente contaminado). inflamação proliferativa ou "produtiva": hipertrofiante ou hiperplasiante (ou ainda hipertrófica e hiperplásica): inflamação crônica, preferencialmente de mucosas, com proliferação conjuntivo-vascular e/ou parenquimatosa, com espessamento e maior evidenciação de estruturas da mucosa (papilas, pregas, dobras) podendo evoluir para crescimentos papilares e poliposos, às vezes com aspecto tumoral vegetante, papilar ou poliposo. ex.: gastrite catarral crônica hipertrofiante; retite, colite, gastrite e cistite poliposas; dermatite verrugosa; habronemose cutânea equina e zigomicose/hifomicose cutânea equina. esclerosante: inflamação crônica, preferencialmente de parênquimas, com produção excessiva de colágeno (fibroplasia), antes mesmo da extinção do processo inflamatório em sí (antes de desencadeada a reparação), resultando em alterações profundas na morfologia e fisiologia do órgão. ex: cirrose hepática (menor aumento) e (maior amento); carnificação (fibrose) pulmonar. granulomatosa: inflamação crônica que se caracteriza pela formação de estruturas nodulares, que muitas vezes permitem o diagnóstico da doença, mesmo sem a visualização do seu agente causal (donde a denominação também corrente de "inflamação específica"). Basicamente trata-se de uma reação de macrófagos à agentes inanimados e inertes ou animados de baixa virulência e grande resistência. O granuloma completo (do tipo tuberculóide) se compõem de: foco central de necrose caseosa ± calcificação distrófica. células gigantes tipo Langhans e/ou corpo estranho (oriundas da fusão de células epitelióides). células epitelióides (macrófagos agrupados compactamente, assumindo o aspecto de células epiteliais pela compressão mútua, pela ação de um fator agregador de macrófagos). macrófagos não envelhecidos (monócitos migrados para o foco inflamatório sob a ação de linfocinas, produzidas por linfócitos T em presença de antígeno). manto linfo-plasmocitário. cápsula fibrosa. DISTRIBUIÇÃO: quando atinge um único ou muito poucos pontos, de 1 mm a poucos cm de diâmetro. multifocal: quando atinge vários pequenos pontos, esparsamente. A base para a distribuição dos vários focos frequentemente é a rede vascular, a partir de embolia séptica leve ou moderada. localmente extensiva ou extensiva local: quando uma considerável área do órgão é atingida, por agravamento de lesões focais ou multifocais (coalescência de focos). difusa: quando todo o órgão é atingido, podendo apresentar variações localizadas na intensidade (mas todo o órgão exibe a lesão). INTENSIDADE: leve ou discreta: quando o tecido ou órgão afetado tem sua função alterada levemente, de modo a não comprometer seriamente o organismo como um todo. moderada: quando o tecido ou órgão afetado tem sua função alterada de modo a comprometer razoavelmente o organismo como um todo, ainda que não signifique por si só risco de vida. grave ou severa: quando o tecido ou órgão afetado tem sua função muito alterada, comprometendo seriamente o organismo como um todo, inclusive pondo em risco a vida. Sinais locais, gerais e especiais SINAIS LOCAIS: calor: perceptível nas superfícies corporais. Decorre da hiperemia e do ↑ do metabolismo local. rubor: hiperemia/reflexo axônico (↓ de impulsos vasoconstrictores). "tumor" decorre do ↑ da permeabilidade vascular (edema). Pode determinar ↑ do volume hídrico local em até 5 ou 7 vezes. dor: causada pela irritação química nas terminações nervosas e pela compressão mecânica (edema). SINAIS GERAIS: embora seja considerada uma reação local, a inflamação suscita várias reações gerais em consequência de: ação direta de componentes do agente inflamatório (antígenos, pirógenos, toxinas); liberação por células do foco inflamatório de substâncias de ação geral, durante a fagocitose, a histólise, a ativação do complemento, a coagulação do sangue. febre: síndrome caracterizada por: hipertermia mista (↑ termogênese + ↓ termólise). taqui ou dispnéia (como adaptação à hipertermia, à acidose e ao ↑ do metabolismo). taquicardia. anorexia + polidipsia (↓ secreções digestivas + ↑ retenção hídrica nos tecidos). lassitude, obnubilação e fadiga. conceito: "conjunto de transtornos gerais de origem tóxico- infecciosa, motivadas por um ajustamento do sistema termorregulador
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