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Análise Sistemática da Produção Acadêmico Científica sobre Liderança e

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1 
Análise Sistemática da Produção Acadêmico-Científica sobre Liderança e 
Aprendizagem Organizacional 
 
Autoria: Aulina Judith Folle Esper, Andrea Valéria Steil, Jane Lucia S. Santos 
 
Resumo: O objetivo deste trabalho é realizar uma análise sistemática da produção científica 
que associa os temas liderança e aprendizagem organizacional. Para isto, foi utilizado o 
método de estudo bibliométrico e de análise sistemática das publicações indexadas à base de 
dados Web of Science até 2012. Foram localizados 197 artigos publicados em 123 periódicos 
e escritos por 454 autores, vinculados a 252 instituições oriundas de 32 países. Entre esses 
artigos foram identificados 22 trabalhos empíricos e 4 teóricos que enfocam explicitamente a 
relação entre aprendizagem organizacional e várias abordagens de liderança, sendo que a mais 
estudada é a liderança transformacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
1. Introdução 
 A aprendizagem organizacional (AO) é a disciplina que visa compreender como 
ocorre o processo de aprendizagem nas e das organizações, como uma analogia à capacidade 
do ser humano de aprender e de se aperfeiçoar, em um processo que envolve tanto mudanças 
cognitivas quanto comportamentais nos níveis individual, de grupo, da organização como um 
todo e, inclusive, no nível interorganizacional (ARGYRIS; SCHÖN, 1978; EASTERBY-
SMITH; LYLES, 2005; ANGELONI; STEIL, 2011). 
 Pesquisas na área da AO indicam que muitos trabalhos tratam deste construto como 
um sinônimo de organizações de aprendizagem. Entretanto, ambos possuem diferentes 
características e enfoques, que podem ser vistos retratados nas publicações sobre os temas, as 
quais os determinam como sendo duas áreas específicas (TSANG, 1997; ANGELONI; 
STEIL, 2011). Para Angeloni e Steil (2011), as pesquisas em AO visam descrever e 
compreender processos e comportamentos, estando pautadas no rigor científico, 
caracterizando-se como uma abordagem descritiva do fenômeno da aprendizagem. Nos 
escritos sobre organizações de aprendizagem, todavia, há a consideração de um estado ideal, 
um conjunto de recomendações, baseada principalmente em experiências de consultoria sobre 
as melhores práticas para a organização, caracterizando-se como uma abordagem prescritiva 
(TSANG, 1997). 
 Apesar do grande volume de publicações sobre a temática (CROSSAN; LANE; 
WHITE, 1999), a AO ainda não obteve a convergência sobre o significado fundamental do 
termo, ou ainda sua natureza básica. Fatores como: a) a característica multidisciplinar da área, 
que envolve a psicologia organizacional, a ciência administrativa, a sociologia e a teoria 
organizacional, dentre outras disciplinas (ANTAL et al, 2003); e b) divergências quanto ao 
foco, se está centrado no processo (aprendizagem) ou no produto (conhecimento); aos níveis 
de análise dos agentes da aprendizagem e a questão do locus da aprendizagem, se é uma 
mudança cognitiva ou comportamental; retratam essa dificuldade de estabelecimento da 
natureza básica da AO (EASTERBY-SMITH; LYLES, 2005). 
Para tratar esses desafios, vários pesquisadores têm buscado subsídios conceituais em 
outras áreas de pesquisa para ajudar a explicar o fenômeno de AO. Neste sentido, acredita-se 
que associar AO com outros construtos ajuda a agregar novas evidências para a compreensão 
dos processos de aprendizagem nos seus diferentes níveis de análise (CROSSAN; MAURER; 
WHITE, 2011). Examinar o papel da liderança nos processos de AO, como fizeram alguns 
estudiosos (p.ex. JANSEN; VERA; CROSSAN, 2009; SUN; ANDERSON, 2012), apresenta-
se como um dos temas mais relevantes e promissores para pesquisas científicas nessa área. 
 Neste contexto, apesar de existir claramente diversos trabalhos que associam AO e 
liderança, pouco se sabe sobre o perfil desses estudos e como os dois temas têm sido 
interligados ao longo do tempo pelas pesquisas científicas. Assim, uma revisão de literatura 
estruturada (bibliométrica) que apresente este mapeamento pode ser útil para identificar as 
interseções entre os dois temas e disponibilizar à comunidade acadêmico-científica subsídios 
para a realização de futuras pesquisas teóricas e, principalmente, empíricas. 
Destaca-se ainda que não foram encontradas, nas principais bases de dados brasileiras, 
publicações recentes de estudos bibliométricos ou revisões sistemáticas sobre a relação entre 
AO e liderança na língua portuguesa. Na base SciElo os descritores “aprendizagem 
organizacional” e “liderança” não retornaram nenhum resultado, e inserido apenas o descritor 
“aprendizagem organizacional” o resultado obtido foram de seis artigos científicos, os quais 
não tratam de aspectos sobre o tema liderança. Pesquisando os mesmos descritores 
(“aprendizagem organizacional” AND “liderança”) na base de Periódicos da Capes foram 
encontrados 45 resultados, dentre os quais nenhuma análise bibliométrica ou revisão 
sistemática sobre ambas temáticas. Efetuada a busca na base Spell foi encontrado o artigo de 
 
3 
 
Leite e Aquino (2008), que relata um estudo de caso, portanto, nenhum trabalho específico de 
revisão bibliográfica sobre o tema foi encontrado no Brasil. 
A fim de contribuir para preencher esta lacuna, por meio deste artigo disponibiliza-se 
para a comunidade acadêmico-científica brasileira um amplo levantamento das publicações 
internacionais dos estudos que associam AO e liderança. Assim, o objetivo deste trabalho é 
realizar uma análise sistemática da produção científica sobre AO e liderança, publicada em 
periódicos indexados à ISI Web of Knowledge (Web of Science), em língua inglesa, entre os 
anos completos disponibilizados pela base até o momento da pesquisa (1956 e 2012). 
Na próxima seção deste artigo é apresentada uma visão geral dos fundamentos teóricos 
iniciais sobre AO e liderança; na seção de procedimentos metodológicos são descritas as 
etapas de pesquisa que orientaram a busca e análise sistemáticas; na seção de apresentação 
dos resultados é descrito o perfil das produção científica mapeada a partir da busca 
sistemática e são discutidos os principais resultados da análise sistemática; e, na última seção 
estão as considerações finais. 
 
2. Liderança e Aprendizagem Organizacional 
Ainda que não haja um consenso sobre o significado fundamental do termo, o fato de 
que as organizações passam por um processo de aprendizagem é reconhecido pelos estudiosos 
da área. Este trabalho encontra-se filiado à visão proposta por autores como Argyris e Schön 
(1978), que consideram que o processo de aprendizagem envolve tanto mudanças cognitivas 
quanto comportamentais. Nesse sentido, pessoas e grupos aprendem através da compreensão, 
que reflete na ação, ou pelo contrário, por intermédio da ação as pessoas e grupos podem vir a 
interpretar a situação e alcançar o nível da compreensão (ANGELONI; STEIL, 2011). 
Mas não basta a aprendizagem individual, ou de um grupo, para que se considere 
como ocorrida a aprendizagem organizacional, para tanto é necessário que haja a passagem 
desse conhecimento à organização, no processo chamado de institucionalização, sendo então 
essa forma de conhecimento armazenada em repositórios não-humanos, tais como rotinas, 
sistemas, estruturas, cultura e estratégia (VERA; CROSSAN, 2005). 
Percebe-se assim que a AO se apresenta como um fenômeno que ocorre em 
multiníveis, visto que da aprendizagem dos níveis individual e de grupo, passa-se então a 
considerar toda a organização e até mesmo a relação inter-organizacional. Muito embora haja 
um consenso entre os pesquisadores quanto a essa natureza, poucos estudos têm trabalhado 
explicitamente com essa estrutura, o que mostra a dificuldade no desenvolvimento de 
pesquisas que considerem ao mesmo tempo diversas instâncias de análise com todas as suas 
particularidades (CROSSAN; MAURER; WHITE, 2011; LÄHTENENMAKI, TOIVONEN, 
MATTILA, 2001). 
Crossan, Lane e White (1999),apresentam um modelo multinível da AO entendendo-a 
como o conjunto de quatro processos (4I): intuir, interpretar, integrar e institucionalizar, que 
perfazem a ligação dos níveis individual, do grupo e da organização. Considerando este 
modelo, Steil e Santos (2012, p. 4) afirmam que a intuição envolve a presença e 
reconhecimento de padrões e/ou possibilidades no nível pré-consciente individual. Aprender 
nessa dimensão significa identificar e reconhecer semelhanças e diferenças entre padrões e 
possibilidades. Interpretação é o ato de verbalizar um insight, uma ideia ou conhecimento para 
alguém ou para um grupo de pessoas. Pela linguagem se realiza a passagem do nível pré-
consciente para a consciência individual ou de um grupo. Integração é o processo de construir 
uma compreensão compartilhada entre indivíduos e desenvolver uma ação coordenada 
mediante ajuste mútuo. Por fim, institucionalização é a via pela qual há a incorporação de 
conhecimentos na forma de sistemas, estruturas, estratégias, rotinas e práticas. 
O processo de AO encontra-se intimamente ligado à relação entre grupos e à própria 
estrutura organizacional. Para além da estrutura hierárquica posta na organização, as 
 
4 
 
pesquisas na área de liderança trabalham com os processos de interação humana, 
considerando-se especialmente as influências de uma ou mais pessoas chave, o líder ou os 
líderes, dentro de um grupo ou equipe, conduzindo-se este corpo de pessoas a um objetivo de 
valor comum (HEIFETZ, 1998; VERA; CROSSAN, 2004). 
 Não há, todavia, um consenso na forma pela qual a liderança se dá nas organizações. 
De modo diverso, há uma sucessão de propostas e teorias, desde o final do séc. XIX até o 
presente, em um conjunto de noções que considera desde traços inatos que diferenciam o líder 
das demais pessoas; para uma visão do poder de influência do líder; para então a consideração 
do comportamento dos líderes; para a visão de que na realidade é o contexto que demanda um 
determinado perfil de líder; para então se chegar às visões da liderança como processo de 
trocas entre líderes e liderados (liderança transacional); ou a capacidade de carisma e 
influência do líder, visando a transformação do liderado e das organizações (liderança 
transformacional) (VAN SETERS; FIELD, 1990; GANGA; NAVARRETE, 2013). 
Mais recentemente novas abordagens vêm sendo discutidas, como a liderança 
autêntica e sua busca pela construção de relações mais éticas e verdadeiras nas organizações 
(AVOLIO; GARDNER, 2005), ou ainda as propostas de liderança vista como processos, 
práticas e interações, considerando-se os fenômenos da co-liderança, da liderança 
compartilhada, ou ainda da liderança distribuída (CREVANI; LINDGREN; 
PACKENDORFF, 2010). 
Tendo em vista o fato de que a liderança trabalha com a capacidade de influência na 
organização, considerados os seus múltiplos níveis (YAMMARINO; DANSEREAU, 2008); e 
que a AO é um processo que ocorre na organização, também em diversos níveis de relação, 
pesquisadores passaram a considerar a associação entre ambos os construtos. Berson et al 
(2006), por exemplo, destacam estudos que usam variáveis da aprendizagem como medidas 
da liderança ou os papeis da liderança em determinadas áreas da organização, enquanto outros 
trabalhos buscaram sistematicamente conectar os processos de AO com a liderança, 
considerando o papel da liderança nas diversas instâncias da AO. Para os referidos autores, a 
liderança facilita a aprendizagem organizacional (BERSON et al, 2006). Leite e Aquino 
(2008) desenvolvem um estudo de caso com corte longitudinal em um grupo nacional do 
ramo petroquímico, visando apresentar as relações entre liderança, AO e responsabilidade e a 
interação dinâmica entre os construtos. Ao estudarem a alta gestão de três organizações do 
grupo, bem como do executivo do topo do grupo, os pesquisadores verificaram que enquanto 
as lideranças das três organizações são propulsoras da aprendizagem organizacional, o 
executivo do topo se mostrou como inibidor dos processos, tendo em vista sua forma de 
liderar e o seu comprometimento com a AO. 
Verificada a diversidade de propostas e abordagens, tanto nas pesquisas sobre AO, 
quando nos trabalhos sobre liderança e mais ainda a relação entre os dois construtos, 
pretende-se compreender a forma pela qual as pesquisas sobre AO e liderança têm trabalhado 
a intersecção entre estudos dos dois construtos. Para isto, foram adotados procedimentos 
metodológicos fundamentados em análise bibliométrica, os quais estão descritos na próxima 
seção deste artigo. 
 
3. Procedimentos Metodológicos 
 Os procedimentos metodológicos utilizados neste trabalho foram desenvolvidos em 
duas principais fases de pesquisa: (i) busca sistemática, e (ii) análise sistemática de literatura. 
Essas fases estão descritas a seguir. 
3.1 Fase 1: Busca sistemática da literatura 
 Para a busca sistemática a técnica adotada foi a bibliometria, que se utiliza de métodos 
estatísticos e matemáticos para mapear informações, a partir de registros bibliográficos 
 
5 
 
presentes em bases de dados (SANTOS; KOBASHI, 2009). Foram adotados as três etapas 
utilizadas por Santos, Maldonado e Santos (2011). 
 Na etapa de identificação da base de dados foi escolhida a base ISI Web of Knowledge 
(Web of Science) e, dentro dessa, a Social Sciences Citation Index (SSCI). As buscas foram 
feitas no segundo semestre de 2013, então foram incluídas as publicações disponível até o 
último ano completo, desde 1956 até 2012. Conforme Mugnaini e Strehl (2008), a Web of 
Science é uma base de dados altamente reconhecida pela comunidade científica, e devido às 
suas características é possível saber quantas vezes um artigo indexado foi citado por trabalhos 
publicados posteriormente, bem como analisar o Fator de Impacto das publicações, sendo 
inclusive precursora no uso dessa ferramenta. 
 Na etapa de buscas propriamente ditas, foram utilizados os descritores em inglês dos 
temas de interesse de pesquisa, ou seja, liderança e aprendizagem organizacional. Os termos 
buscados no campo Topic (TS) foram: “leader* AND ‘organi?ational learning’” OR 
“organizational learning” AND leader*”, como representativos da maior gama possível de 
artigos publicados sobre o tema, mediante testes de buscas anteriores. Como filtros de 
refinamento foram considerados somente os trabalhos em inglês e os artigos científicos/ 
revisões (não incluídas as revisões de livros), excluindo-se as demais formas de publicação. 
Essas buscas retornaram um total de 197 artigos. 
Na terceira etapa, houve a importação das informações bibliométricas dos 197 artigos 
para o software HistCite® e, em seguida, os dados foram organizados no formato de 
tabelas/quadros para facilitar a apresentação dos resultados (ver seção 4.1 deste trabalho). 
 
3.2 Fase 2: Análise sistemática da literatura 
 Este artigo tem como objetivo não somente apresentar dados bibliométricos acerca das 
publicações de artigos científicos que trabalham com a relação entre AO e liderança, mas 
também desenvolver uma análise sistemática sobre os mesmos. Para a realização desta fase da 
pesquisa foram empregadas como referência as etapas adotadas por Crossan e Apaydin 
(2010). Inicialmente foram definidos os principais critérios para selecionar, entre os 197 
trabalhos localizados, uma quantidade representativa de artigos sobre o tema. Estes critérios 
foram: (i) O artigo deve tratar explicitamente do tema aprendizagem organizacional e 
liderança, aparecendo ambos os termos no título e/ou resumo; (ii) O artigo deve tratar sobre 
liderança, descartando-se os artigos que mencionam superficialmente o corpo de líderes da 
organização enquanto partícipes do processo de aprendizagem organizacional; e (iii) O texto 
completo do artigo deve estar disponível para acesso, descartando-se aqueles que apenas 
apresentem o resumo. 
Durante pesquisas preliminaressobre o assunto foram encontrados muitos artigos que 
consideravam apenas a figura dos líderes da organização no processo de aprendizagem 
organizacional, sem discutir o seu papel ou influência, ficando no âmbito do que Vera e 
Crossan (2004) consideraram como uma suposição implícita que os líderes são a força 
condutora da AO. Optou-se então por selecionar apenas artigos que tratam sobre liderança e 
AO, excluindo-se aqueles que fizerem mera referência à liderança ou aos líderes da 
organização. Os artigos que não atenderem ao critério da disponibilidade da íntegra do artigo 
também foram excluídos 
Dos 197 artigos trabalhados na análise bibliométrica, 131 atenderam aos critérios de 
análise, com os termos liderança e AO presentes no título e no resumo, o que representa um 
corte de 66 artigos científicos. Outros 14 artigos científicos foram eliminados, pois a versão 
completa do artigo não possuía acesso disponível, ficando assim um total de 117 artigos 
científicos. Em seguida, outros 56 artigos foram eliminados devido ao fato de não abordarem 
diretamente a relação entre AO e liderança, reduzindo-se a um total de 61 artigos científicos. 
Ao final, outros 35 artigos científicos foram excluídos, desta vez em função de não abordarem 
 
6 
 
diretamente liderança, mas tratarem tão somente da figura do líder participando do processo 
de AO. Deste modo, no presente trabalho, o total de 26 artigos científicos foram efetivamente 
selecionados para o desenvolvimento da análise sistemática dos seus textos completos. 
Os 26 artigos selecionados foram importados para o software EndNote® junto de suas 
referências disponíveis na ISI Web of Knowledge (Web of Science). Para a fase da análise dos 
artigos foram definidos como dados a serem colhidos e considerados, dentro dos artigos 
selecionados, os seguintes: (i) objetivo principal; (ii) tipo de estudo, se teórico ou empírico; 
(iii) outros construtos/variáveis estudados conjuntamente; e (iv) tipo de liderança estudado. 
 A última etapa da análise sistemática, a síntese, que visa retratar conceitualmente o 
campo estudado (CROSSAN; APAYDIN, 2010), é apresentada na seção 4.2 deste artigo. 
 
4. Resultados 
 Nesta seção a apresentação dos resultados é feita em duas partes: resultados da busca 
sistemática (seção 4.1) e análise sistemática da literatura (seção 4.2). Os resultados da busca 
sistemática representam alguns dados bibliográficos referentes aos 197 trabalhos localizados 
inicialmente. Em seguida, são apresentados os resultados das análises dos textos completos 
dos 26 artigos científicos selecionados. 
4.1 Resultados da busca sistemática 
 O levantamento bibliométrico trouxe como resultados 197 artigos científicos que 
continham ambos os construtos dentro do seu título, resumo ou palavras-chave. Estes artigos 
foram publicados em 123 periódicos diferentes, congregando um número total de 454 autores, 
vinculados a 252 instituições diferentes de 32 países. O número de palavras-chave diferentes 
utilizadas alcançou o total de 699, enquanto que o número de referências citadas é de 9.378. 
Como mencionado, os 197 artigos localizados estão publicados em 123 diferentes 
periódicos, o que dá uma média de 1,6 artigos por periódico. Entretanto, os periódicos mais 
representativos quanto à quantidade de publicações sobre o tema são Management Learning, 
com nove artigos sobre o tema, seguido pelo Educational Administration Quarterly, com sete 
artigos. Na sequencia estão o International Journal of Human Resource Management e 
Leadership Quarterly, ambos com seis artigos publicados sobre o tema. O periódico Human 
Relations possui cinco publicações, e os periódicos Implementation Science e Quality and 
Safety in Health Care, ambos com quatro publicações que associam AO e liderança. Este 
grupo de periódicos publicaram 41 artigos científicos, que representa 20,8% do total de 
artigos localizados. Quanto à quantidade de citações desses periódicos, percebe-se que em 
primeiro lugar está o Research Policy (com 221 citações, sendo que 197 citações são advindas 
do artigo de HOBDAY, 2000), o qual não aparece na lista dos periódicos com maior 
quantidade de artigos publicados sobre AO e liderança. O periódico Management Learning 
ocupa a 2º posição entre aqueles com as maiores quantidades de citações (162 citações) e, 
também, é o primeiro em quantidade de publicações sobre o tema (Tabela 1). 
 
Tabela 1 – Periódicos com mais artigos publicados sobre aprendizagem organizacional e liderança, e sua 
correspondente quantidade de citações 
Periódicos Quantidade Citações Posição* 
Management Learning 9 162 2º 
Educational Administration Quarterly 7 119 7º 
International Journal of Human Resource Management 6 80 11º 
Leadership Quarterly 6 133 5º 
Human Relations 5 98 8º 
Implementation Science 4 22 27º 
Quality and Safety in Health Care 4 154 4º 
Fonte: Elaboração própria, baseada em dados da Web of Science (2013). 
 
7 
 
A Tabela 2 permite verificar o fato de que há uma baixa concentração de publicações 
em torno de um pesquisador. Quem mais publicou trabalhos foi García-Morales, com 6 
artigos, sendo que o segundo grupo é composto por 6 autores que publicaram 3 artigos sobre 
o tema. Outros 24 autores publicaram 2 artigos sobre AO e liderança, enquanto que os demais 
422 autores publicaram um artigo científico cada um, a média total é de 2,3 autores por artigo 
científico publicado. Embora a maioria dos 197 trabalhos localizados tenham sido escritos por 
autores vinculados a instituições dos Estados Unidos da América (total de 68 artigos, ou seja, 
34,5% do total), os autores que mais publicaram sobre AO e liderança estão vinculados a 
instituições da Espanha, Israel e Taiwan, que representam 16,3% das publicações. Conforme 
apresentado na Tabela 2, 18 artigos (9,1% do total) foram publicados por autores espanhóis; e 
os autores taiwaneses e israelenses publicaram 7 artigos cada um. Os autores espanhóis que 
mais publicaram encontram-se vinculados às Universidades de Granada, com 10 artigos, e 
Valência, com 4 artigos. Em Israel, destaca-se a Universidade de Haifa, visto que dos 7 
artigos israelenses, 6 foram são de pesquisadores dessa instituição. 
 
Tabela 2 - Os autores que possuem maior número de publicações e sua correspondente afiliação 
Autores Quantidade de Trabalhos Afiliação País 
GARCIA-MORALES, V. J. 6 University of Granada Espanha 
CAMPS, J. 3 University of Valencia Espanha 
CHANG, J. C. 3 Taipei University of Technology Taiwan 
HSIAO, H. C. 3 Cheng Shiu University Taiwan 
LIPSHITZ, R. 3 University of Haifa Israel 
LLORENS-MONTES, F. J. 3 University of Granada Espanha 
POPPER, M. 3 University of Haifa Israel 
Fonte: Elaboração própria, baseada em dados da Web of Science (2013) 
 
Entre os 197 artigos identificados, os dez trabalhos com o maior número de citações 
na Web of Science (WoS) foram publicados entre 1997 e 2004. Conforme apresentado na 
Tabela 3, o artigo com maior quantidade de citações recebidas é o trabalho de Hobday, 
publicado em 2000 no Research Policy (com 197 citações na WoS), seguido pelo trabalho de 
Vera e Crossan, publicado em 2004 no Academy of Management Review (149 citações). 
 
Tabela 3 - Os 10 trabalhos mais citados sobre liderança e aprendizagem organizacional 
N. Autores Título do trabalho Fonte da Publicação Ano Citações 
1 Hobday The project-based organisation: an ideal 
form for managing complex products and 
systems? 
Research Policy 2000 197 
2 Vera e Crossan Strategic leadership and organizational 
learning 
Academy of Management 
Review 
2004 149 
3 Dess et al. Emerging issues on corporate 
entrepeneurship 
Journal of Management 2003 123 
4 Hult et al. Organizational learning in global 
purchasing: a model and test of internal 
users and corporate buyers 
Decision sciences 2000 75 
5 Rousseau Organizational behavior in the new 
organizationalera 
Annual review of 
psychology 
1997 74 
6 Edmondson Learning from failure in health care: 
frequent opportunities, pervasive barriers 
Quality & Safety in health 
care 
2004 68 
7 Bierly, Kessler; 
e Christensen 
Organizational learning, knowledge and 
wisdom 
Journal of organizational 
change management 
2000 63 
8 Storck e Hill Knowledge diffusion through “strategic 
communities” 
Sloan management review 2000 61 
9 Popper e Organizational learning – mechanisms, Management Learning 2000 59 
 
8 
 
Lipshitz. culture and feasibility 
10 Rahim. Toward a theory of managing 
organizational conflict 
International journal of 
conflict management 
2002 57 
Fonte: Elaboração própria, baseada em dados da Web of Science (2013). 
 
 O artigo mais citado, de Hobday (2000), refere-se a uma análise da eficácia da 
produção de produtos, sistemas, redes, bens de capital e construções complexos e de alto valor 
em uma organização que trabalha com gestão por projetos, comparando-a com uma 
organização de matriz funcional mais tradicional. No decorrer do trabalho, o autor considera 
estratégias de AO e liderança técnica, como formas de melhorar o desempenho das 
organizações baseadas em projetos. Já o trabalho de Vera e Crossan (2004) considera a 
influência da liderança estratégica, especialmente do topo da estrutura hierárquica 
organizacional, nos diversos níveis de aprendizagem (indivíduo, grupo e organização). 
Dess et al. (2003) abordam algumas das questões acerca do empreendedorismo 
corporativo, considerando as implicações na aprendizagem organizacional, no papel da 
liderança e da troca social no processo de empreendedorismo. O artigo de Hult et al. (2000) é 
uma pesquisa para examinar um modelo centrado em aprendizagem organizacional para a 
gestão da cadeia de suprimentos. Hult et al. (2000) conclui que a AO é influenciada pelos 
fatores de cultura organizacional como localidade, liderança transformacional e abertura. O 
trabalho de Rousseau (1997) desenvolve uma revisão das pesquisas sobre comportamento 
organizacional, considerando dentre os aspectos-chave para a pesquisa a AO e a liderança. 
Não há, contudo, uma consideração de ambos os construtos em conjunto, bem como no que 
toca à liderança. O o trabalho considera muito mais a teoria dos substitutos da liderança, que 
procura por outras formas de relações sociais nas organizações, que dispensem a figura do 
líder (VAN SETERS; FIELD, 1990). Edmondson (2004) estuda a aprendizagem 
organizacional dentro das organizações de saúde, considerando especialmente a aprendizagem 
com as falhas. Assim, a autora considera as formas pelas quais os líderes estimulam o 
processo estudado. Bierly, Kessler e Christensen (2000) desenvolveram um modelo para 
analisar o impacto da AO e do conhecimento na vantagem competitiva, considerando os 
dados, as informações, o conhecimento e a sabedoria. No decorrer do trabalho, os autores 
consideram a liderança transformacional como um fator que integra o processo de aquisição 
da sabedoria na organização. Storck e Hill (2000) descrevem o processo de desenvolvimento 
de comunidades estratégicas (comunidades de prática) como procedimento para a difusão do 
conhecimento, tomando por base o caso da Xerox e o seu projeto da Aliança de Transição 
(Transition Alliance). No decorrer do trabalho são discutidos tanto o papel da liderança da 
organização como também a liderança no interior das comunidades estratégicas. 
 A comum confusão entre os construtos AO e organizações de aprendizagem é objeto 
de consideração do artigo de Popper e Lipshitz (2000), que aborda a matéria considerando 
quatro questões controversas sobre AO: suas similaridades e diferenças com as organizações 
de aprendizagem; as condições para promover a AO de modo produtivo; sobre quando a AO é 
viável; e como a AO está relacionada com as organizações de aprendizagem. Apesar de 
constar no resumo do trabalho o líder como responsável pela viabilidade da AO, o artigo não 
considera diretamente o papel da liderança. Rahim (2002), por fim, trabalha com a gestão de 
conflitos organizacionais, considerando que esta poderia fomentar o processo de 
aprendizagem organizacional. O autor enfoca na teorização da gestão de conflitos, 
relacionando o construto com a AO, porém não considera a relação entre a AO e liderança. 
 Dentre os artigos mais citados, nem todos foram contemplados na fase de análise 
sistemática, por não abordarem diretamente a relação entre AO e liderança e, 
consequentemente, não atenderem aos critérios de inclusão (seção 3.2). Dentre os trabalhos 
apresentados, o artigo de Vera e Crossan (2004) é aquele que apresenta o foco mais claro na 
 
9 
 
relação entre ambos os construtos, talvez por isso seja o grande referencial para as 
publicações posteriores sobre o tema. As autoras partem da constatação de que os trabalhos 
sobre AO haviam dado baixa consideração ao papel dos líderes na implementação da AO, 
destacando que apesar da noção implícita de que os líderes são a força-motriz da AO, não 
constavam na literatura comportamentos específicos e mecanismos pelos quais os líderes 
impactam na aprendizagem. Assim, em seu artigo é abordado o impacto do estilo de liderança 
da alta gestão nas organizações, valendo-se das teorias da liderança transformacional e 
transacional (VERA; CROSSAN, 2004). Outras análises semelhantes estão apresentadas a 
seguir. 
 
4.2 Resultados da análise sistemática 
 A leitura e análise dos textos sobre AO e liderança revelaram que, muito embora um 
número expressivo tenha atendido aos critérios fixados para este trabalho (ver seção 3.2), 
poucos se encontravam aptos para uma análise sistemática sobre o assunto. Isso ocorreu pois 
muitos dos artigos trabalham com os construtos AO ou liderança não como objeto de 
consideração direta, mas apenas fazem uma alusão a eles no decorrer do trabalho. Alguns dos 
trabalhos sobre AO mencionam a importância da liderança, ou que esta é um fato a ser 
considerado, porém, não cuidam em definir, apresentar sustentação teórica, ou incluir dentro 
de suas investigações, sejam elas teóricas ou empíricas (quantitativas ou qualitativas). Do 
mesmo modo, outros trabalhos consideravam a AO como um processo importante a ser 
desenvolvido pelo corpo de líderes, sem incluí-la diretamente na pesquisa. 
Assim, a partir dos 197 artigos científicos que foram estudados durante a fase da busca 
sistemática, 26 foram selecionados para integrar a análise sistemática. Esses artigos foram 
lidos na íntegra e classificados quanto à abordagem de liderança utilizada, os métodos de 
pesquisa utilizados e a relação entre AO e liderança explicitamente estudada e descrita no 
artigo (Figuras 1, 2 e 3). Percebe-se que somente quatro dos 26 artigos são estudos teóricos 
(Figura 1), entre os quais está o trabalho de Vera e Crossan (2004). Os trabalhos de Mazutis e 
Slawinski (2008), e Hannah e Lester (2009), associam teoricamente AO com liderança 
autêntica e liderança compartilhada, respectivamente. E, no trabalho de Berson et al. (2006) é 
apresentada uma revisão de literatura sobre AO e liderança. 
 
Figura 1 – Artigos que relacionam liderança e aprendizagem organizacional: síntese dos estudos teóricos 
Autores Abordagem de Liderança Relação entre Liderança e Aprendizagem Organizacional (AO) 
Mazutis e 
Slawinski (2008) 
Liderança 
autêntica 
Os líderes autênticos colaboram com a AO através do mecanismo do 
diálogo, criando uma cultura que favorece a aprendizagem nos níveis 
individual, de grupo e organizacional. 
Hannah e Lester 
(2009) 
Liderança 
Compartilhada 
AO é vista como um Sistema onde os líderes promovem estratégias 
de intervenção nos níveis individual (micro), da rede (meso) e 
sistêmico (macro). Os líderes estabelecem as condições e a estrutura 
para a ocorrência da aprendizagem e também limitam interferênciasdiretas nos processos criativos. 
Vera e Crossan 
(2004) 
Liderança 
transacional e 
transformacional 
As autoras desenvolvem um modelo teórico sobre os impactos da alta 
liderança da organização na AO, adotando tanto a liderança 
transformacional quanto a liderança transacional como base. 
Berson et al. 
(2006) 
 
(Não definem 
uma abordagem) 
Trata-se de uma revisão de literatura sobre a relação entre liderança e 
AO. Os autores trabalham com os construtos exploration, exploitation 
e integração, nos níveis individual, diádico/grupo, da organização e 
da mediação pelo contexto organizacional, considerando também 
possibilidades para pesquisa futura em cada um dos pontos. 
Fonte: elaboração própria 
 
 
10 
 
Dentre os artigos que integraram a análise sistemática o mais antigo é o de Hult et al. 
(2000), que está presente no grupo dos 10 trabalhos mais citados, com um total de 75 
citações. Na sequência outros dois artigos foram publicados em 2002, os trabalhos de Driver 
(2002), que propõe um modelo integrativo da abordagem da liderança transacional com a AO, 
e o artigo de Silins, Mulford e Zarins (2002), que estuda as escolas da Austrália, encontrando 
a importância da liderança transformacional dos diretores de escola, além de considerar 
também a figura da liderança distribuída na equipe docente. A partir de 2004 o cenário das 
publicações sobre AO e liderança se alterou, em parte devido à publicação do trabalho de 
Vera e Crossan (2004), que apresenta um modelo teórico sobre a liderança transacional e 
transformacional dos membros da alta gestão da organização e sua influência na AO. 
Analisando-se os 22 trabalhos empíricos, verifica-se a preponderância de estudos 
quantitativos que tratam da relação entre AO e liderança, um total de 19 artigos. Em sua 
maioria os trabalhos quantitativos buscaram demonstrar a associação direta ou indireta entre 
os dois construtos. Dez desses artigos associaram empiricamente a liderança transformacional 
e a aprendizagem organizacional, tais como descritos na Figura 2. 
 
Figura 2 – Artigos empíricos que relacionam liderança transformacional e aprendizagem organizacional 
 
Autores e Tipo do 
Estudo Relação entre Liderança e Aprendizagem Organizacional (AO) 
Hult et al. (2000) 
Empírico, quantitativo 
 
Os autores analisam as dimensões da cadeia de suprimentos global, considerando 
amostras de compradores e vendedores, buscando fatores que influenciam a AO. 
Identificaram uma relação positiva entre a localidade, liderança transformacional e 
abertura, com a AO, tanto nas amostras de vendedoras, quando em compradores. 
Silins, Mulford e 
Zarins (2002) 
Empírico, quantitativo 
A liderança transformacional dos diretores de escolas na Austrália se mostrou um 
importante fator para a promoção da AO. 
García-Morales, 
Lloréns-Montes, 
Verdú-Jover (2006) 
Empírico, quantitativo 
Os autores buscam demonstrar que a inovação organizacional e a AO compõem a 
performance organizacional, considerando a liderança transformacional como 
elemento da AO. Os autores concluem que a inovação organizacional e a AO são 
fundamentais para se fomentar o empreendedorismo nas organizações. 
Aragón-Correa, García-
Morales e Cordón-Pozo 
(2007) 
Empírico, quantitativo 
Os autores buscaram comprovar que a AO, enquanto processo coletivo, e a 
liderança transformacional, como atividade individual, influem na prática da 
inovação nas organizações. Os resultados indicam que a AO influencia mais na 
inovação do que a liderança transformacional do CEO. Porém, verificou-se que a 
liderança possui uma significativa influência na AO, indicando uma influência 
indireta da liderança na inovação. 
García-Morales et al. 
(2008) 
Empírico, quantitativo 
Investiga a influência da liderança transformacional na inovação organizacional e 
na performance, dependendo do nível de AO em empresas tecnológicas. O estudo 
mostra que as relações entre liderança, inovação e performance são maiores nas 
organizações que apresentam maiores níveis de AO. 
Marchionni e Ritchie 
(2008) 
Empírico, quantitativo 
O trabalho aborda os fatores organizacionais que influenciam um guia de melhores 
práticas para as organizações da área da saúde, considerando a cultura de AO e a 
liderança transformacional como fatores facilitadores. 
García-Morales e 
Lloréns-Montes e 
Verdú-Jover (2008) 
Empírico, quantitativo 
Os autores desenvolveram e testaram empiricamente um modelo que demonstra a 
inter-relação entre liderança transformacional, conhecimento e inovação. Os 
autores concluem que a liderança transformacional estimula a geração de 
conhecimentos, que encoraja a capacidade de absorção da organização e que 
conduz ao processo de AO nas organizações. 
Hsiao e Chang (2011) 
Empírico, quantitativo 
 
O estudo busca verificar se a AO é um elemento intermediário entre a liderança 
transformacional e a inovação organizacional. As conclusões do estudo indicam 
que ambas as variáveis (AO e liderança transformacional) têm efeito positivo na 
inovação organizacional, bem como se defende que a AO faz um importante papel 
de mediação entre a liderança e a inovação. 
Flores et al. (2012) 
Empírico, quantitativo 
Os autores propõem e buscam demonstrar a estrutura da AO e os reflexos da 
cultura organizacional na AO, considerando-se que a tomada de decisão 
participativa, a abertura, a orientação à aprendizagem e a liderança 
 
11 
 
transformacional compõem a cultura organizacional. Os resultados indicam as 
diferenças que cada um dos componentes da cultura, inclusive a liderança autêntica, 
produzem na AO. 
García-Morales et al. 
(2012) 
Empírico, Quantitativo 
Os autores demonstram empiricamente que a liderança transformacional influencia 
a performance da organização mediante a AO e a inovação organizacional, bem 
como a AO influencia a inovação, e esta última, a performance. 
Fonte: elaboração própria. 
 
Além dos trabalhos apresentados na Figura 2, outros artigos trataram da associação 
empírica entre AO e liderança transformacional, fazendo isto juntamente com a liderança 
transacional (ZAGORŠEK; DIMOVSKI; ŠKERLAVAJ, 2009) e liderança servidora 
(CHOUDHARY; AKHTAR, ZAHEER, 2012). Tal como descrito na Figura 3, esses trabalhos 
buscaram verificar qual é a abordagem de liderança mais condizente com a AO, como fazem 
Zagoršek, Dimovski e Škerlavaj (2009) com a liderança transacional e transformacional e 
Choudhary, Akhtar e Zaheer (2012) com a liderança transformacional e servidora. Outros 
estudos consideraram a relação da liderança com componentes da AO, como os trabalhos de 
Jansen, Vera e Crossan (2009), que abordam as relações entre a liderança transformacional e 
transacional, com os construtos exploration e exploitation ou Jung e Takeuchi (2010), que 
consideram a relação entre a supportive leadership e as noções de exploration e exploitation. 
A Figura 3 sintetiza as principais informações sobre os últimos 12 artigos analisados. 
 
Figura 3 – Artigos que relacionam liderança e AO: síntese do conteúdo dos estudos empíricos 
Abordagem de 
Liderança 
Autores e Tipo 
do Estudo Relação entre Liderança e Aprendizagem Organizacional (AO) 
Learning 
Leadership 
Carmeli e Sheafer 
(2008) 
Empírico, 
quantitativo 
A learning leadership facilita os mecanismos de aprendizagem pelas 
falhas, estando positivamente relacionada com a capacidade 
organizacional percebida de se adaptar às mudanças no ambiente. 
Liderança 
Espiritual 
Aydin e Ceylan 
(2009) 
Empírico, 
quantitativo 
AO é influenciada pelas características da liderança espiritual. 
Todavia, a liderança espiritual apresentava baixa influência nos 
processos de AO no setor econômico estudado, referente à indústria 
de metais. 
Liderança 
Transacional 
Driver (2000) 
Empírico, 
qualitativo 
Propõe um modeloque une a abordagem da liderança transacional 
com a AO. 
Joo (2010) 
Empírico, 
quantitativo 
 
O artigo demonstra empiricamente que para a obtenção do 
comprometimento organizacional são necessários esforços em nível 
de uma cultura de AO, no nível organizacional, e da prática da 
liderança transacional, no nível do grupo. 
Camps e 
Torres (2011) 
Empírico, 
quantitativo 
O trabalho parte da hipótese de que a cultura da AO influencia 
diretamente e indiretamente o comportamento de remuneração 
contingente, através da auto-percepção do nível de empregabilidade 
do trabalhador, comprovando-se a relação entre a percepção dos 
empregados sobre a cultura de AO e o comportamento de 
remuneração contingente do líder. 
Liderança 
transacional e 
transformacional 
 
Zagoršek, 
Dimovski e 
Škerlavaj (2009) 
Empírico, 
quantitativo 
 
Os autores buscam demonstrar a relação entre a liderança 
transacional e a liderança transformacional (juntas chamadas full-
range leadership) com a AO, para posteriormente verificar qual das 
abordagens é mais influente nos processos de AO. Os autores 
concluem que a liderança transformacional possui um forte impacto 
nos quatro principais construtos da AO. Apesar disso, os autores 
concluem que a utilização de ambas as abordagens de liderança 
possibilitam o melhor desenvolvimento da AO. 
Jansen,Vera e 
Crossan (2009) 
Empírico, 
quantitativo 
O trabalho busca associar a liderança transacional e transformacional 
com as noções de exploration e exploitation da AO. Enquanto a 
liderança transformacional apresenta-se como mais adequada para 
um modelo exploratório do conhecimento, a liderança transacional se 
 
12 
 
 mostra interessante quando se busca aproveitar o conhecimento já 
possuído na organização (exploitation). 
Sun e Anderson 
(2012) 
Empírico, 
qualitativo 
Os autores buscam considerar como os estilos de liderança 
combinados da alta e média gestão da organização influenciam na 
capacidade de absorção. Os autores concluem que o uso de um estilo 
transformacional pela alta e média gestão favoreçe a aprendizagem 
exploratória, enquanto que o uso de um estilo transacional por ambas 
as instâncias favorece a exploitation. Uma aprendizagem 
transformadora era estimulada quando a alta gestão adotava um 
perfil transformacional e a média gestão um estilo transacional. 
Liderança 
transformacional 
e servidora 
Choudhary, 
Akhtar e 
Zaheer (2012) 
Empírico, 
quantitativo 
O estudo compara o impacto das duas abordagens de liderança na 
AO, concluindo que a liderança transformacional possui um maior 
impacto que a liderança servidora. 
Supportive 
leadership 
Lloréns-Montes, 
Moreno e García-
Morales (2005) 
Empírico, 
quantitativo 
Os autores concluem que a liderança supportive favorece a coesão no 
trabalho em equipe, na AO e também na inovação técnica e 
administrativa; a coesão no trabalho em equipe também estimula a 
AO, que incentiva a inovação técnica e administrativa. Esses três 
resultados garantem a melhoria na performance da organização. 
Jung e Takeuchi 
(2010) 
Empírico, 
quantitativo 
Estuda as inter-relações entre liderança da alta gestão, cultura 
organizacional e práticas de recursos humanos, e os seus reflexos no 
desempenho de pequenas e médias empresas japonesas. Os autores 
consideram as formas de aprendizagem exploration e exploitation, 
concluindo que a aprendizagem exploitation possui uma relação 
maior com a liderança supportive e com a cultura da organização, 
podendo conduzir a um melhor desempenho organizacional. 
Não define 
uma abordagem 
Soekijad et al 
(2011) 
Empírico, 
qualitativo 
 
O autor trabalha com duas estratégias de liderança que favorecem a 
AO através de redes de prática (networks of practice ou NOPs). Uma 
estratégia privilegia a mediação dos processos (brokering and 
buffering ou B&B) enquanto a outra trabalha com um perfil de 
liderança condutor dos processos (conducting and controlling ou 
C&C). Ao desenvolver um estudo de caso em profundidade, os 
autores concluem que a estratégia mais centrada na figura do líder 
implica numa visão unilateral de institucionalização, enquanto que a 
estratégia B&B protege a rede de um excessivo intervencionismo da 
organização. Assim, conclui-se que a estratégia B&B se mostra mais 
capaz de favorecer a construção de um processo de AO em 
multiníveis através das NOPs. 
Fonte: elaboração própria. 
 
 Com três publicações em cada grupo estão os trabalhos sobre a liderança transacional 
de Driver (2002), Joo (2010) e Camps e Torres (2011). Na sequência, os trabalhos sobre a 
liderança supportive estão representadas pelas publicações de Lloréns-Montes, Moreno e 
García-Morales (2005), que pesquisaram organizações espanholas; Jung e Takeuchi (2010), 
que estudaram pequenos negócios no Japão; e, também, autores que não optaram por uma 
abordagem específica de liderança, tais como Berson et al. (2006) que realizaram uma revisão 
de trabalhos teóricos e empíricos sobre AO; ou, ainda, Soekijad et al (2011), que abordam as 
estratégias de condução ou mediação de processos para a implementação da AO mediante 
redes de prática. 
 Carmelli e Sheafer (2008) trabalham com a learning leadership como facilitadora da 
aprendizagem pelas falhas; Mazutis e Slawinski (2008) consideram o uso do diálogo 
autêntico, com base na teoria da liderança autêntica, para a criação de uma cultura favorável à 
AO; Hannah e Lester (2009) se baseiam na liderança compartilhada para trabalhar a 
integração dos níveis de AO com a liderança nas organizações. Aydin e Ceylan (2009) 
promovem um estudo sobre a influência da liderança espiritual na AO e concluem pela sua 
 
13 
 
existência, muito embora os seus níveis no setor escolhido para o estudo, referente à indústria 
de metais, foram muito baixos. Por fim, Choudhary, Akhtar e Zaheer (2012) estudam 
comparativamente as lideranças transformacional e servidora, considerando que a primeira 
abordagem é mais impactante que a liderança servidora, em termos de promoção da AO. 
Em menor número estão os estudos qualitativos, que correspondem a dois artigos 
científicos, caracterizados pelos estudos de caso de Soekijad et al. (2011) em uma organização 
holandesa, buscando analisar os impactos da liderança nas redes de prática, para os processos 
de AO; e de Sun e Anderson (2012), que estudam um grande grupo econômico do sudeste 
asiático, considerando o impacto dos estilos de liderança na capacidade de absorção da 
organização, a partir dos os níveis da alta e média gestão. 
 
5. Considerações Finais 
 Esta pesquisa foi desenvolvida com a proposta de entender a situação atual das 
pesquisas que trabalham a questão da liderança junto dos processos de AO. Neste intuito 
foram desenvolvidas uma busca sistemática na base de dados ISI Web of Knowledge (Web of 
Science) aliada a uma análise sistemática da literatura selecionada sobre o tema. 
 A análise conjunta dos resultados bibliométricos e da análise sistemática da literatura 
permitem constatações sobre o estado das pesquisas na temática. Nota-se que os trabalhos 
sobre AO e liderança têm sido desenvolvidos sob uma abordagem descritiva, condizente com 
o enfoque conceitual da área de pesquisa Aprendizagem Organizacional. A maioria dos 
estudos analisados neste trabalho está voltada a examinar a relação entre AO e liderança, ou 
da liderança com determinados aspectos pertencentes à prática da aprendizagem 
organizacional, sob uma perspectiva de que a liderança é um fator de promoção da AO nas 
organizações. Muito embora Vera e Crossan (2004) já tenham indicado como uma 
possibilidade futura de pesquisa analisar as diferentes formas pelas quais a liderança pode ser 
um entrave à implementação da AO nas organizações, não foram encontrados artigos 
estudando esse fenômeno. 
 Foi possível constatar tambémque grande parte dos trabalhos têm enfocado, 
principalmente, o estilo de liderança transformacional, ou a liderança transacional, ou ambas 
em conjunto, que se configuram nas abordagens de liderança que tiveram maior destaque nas 
pesquisas sobre liderança entre os anos 1970 e 1990. Porém, a partir dos anos 90, 
especialmente após a publicação do artigo de Bass e Steidlmeier (1999), as questões da ética 
na liderança passaram a ser objeto de consideração direta dos pesquisadores, pois pode haver 
tanto o líder transformacional autêntico, quanto inautêntico, este último agindo em último 
grau por desígnios exclusivamente próprios, podendo suas ações estar pautadas ou não em 
princípios eticamente aceitáveis. 
 Identificou-se que alguns artigos da área trabalham com perspectivas que enfocam AO 
à questão ética da liderança, como a liderança autêntica (MAZUTIS; SLAWINSKI, 2008), a 
liderança espiritual (AYDIN; CEYLAN, 2009), ou ainda a liderança servidora 
(CHOUDHARY, AKHTAR, ZAHEER, 2012), porém mais estudos adotando estas 
perspectivas se mostram necessários. 
 Além disso, a preponderância de estudos quantitativos revela um número reduzido de 
artigos que empregaram métodos de estudo qualitativos. Se a relação entre AO e liderança é 
algo que já está respaldada não somente na teoria (VERA; CROSSAN, 2004), mas também 
em diversos estudos empíricos, se faz necessário entender como ocorre a influência, seja 
positiva seja negativa, do fenômeno da liderança na aprendizagem das organizações e requer 
estudos qualitativos que busquem entender em profundidade as singularidades dessas 
relações. Conforme Minayo (1993), é necessário ter por base a complementaridade dos estilos 
de pesquisa existentes, para que assim se possam obter conhecimentos cada vez mais precisos 
e melhor fundamentados sobre a realidade científica a ser estudada. 
 
14 
 
 Outra questão importante verificada é a baixa continuidade nas pesquisas científicas 
que integraram esta revisão. Com exceção do grupo das universidades de Granada e Valência, 
que demonstram uma linha contínua de pesquisa sobre como a liderança e a AO impactam na 
inovação organizacional e, esta última, promove a melhoria no desempenho da organização; 
ou o trabalho de Vera e Crossan (2004), que após estabelecer os marcos teóricos, buscou 
testá-los empiricamente em Jansen, Vera e Crossan (2009), percebe-se que os demais 
trabalhos estão muito fixados na demonstração da relação entre AO e liderança, ou da AO 
com um determinado tipo de liderança. Essa realidade remete à crítica de Huber (1991), no 
sentido de que há pouco trabalho acumulativo e, por resultado, ainda há muito o que se 
pesquisar sobre ambas as temáticas. 
 Por fim, destaca-se que o reduzido número de publicações de pesquisas brasileiras 
sobre a temática indica que o estudo sobre como se dá a relação entre AO e liderança em 
organizações brasileiras é uma linha de pesquisa a ser explorada e aprofundada. Mediante esta 
busca e análise sistemáticas foi possível verificar que ao mesmo tempo muito já foi 
desenvolvido, em termos dos estudos da relação entre liderança e AO, porém, ainda há muito 
a se pesquisar, para que assim os processos de AO nas organizações possam ser apoiados ou 
até mesmo conduzidos na linha das relações de liderança estabelecidas. 
 
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