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78 Unidade III Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 Unidade III 5 TIPOS DE ARMAZENAGENS O processo de armazenagem tem as mais variadas formas e diferentes naturezas e finalidades. As instalações para armazenagem podem ser cobertas e descobertas, destinadas a receber, armazenar e proteger adequadamente mercadorias embaladas ou não, dos mais variados tipos, características e naturezas, proporcionando segurança no manuseio, tanto por pessoas quanto por equipamentos de movimentação. O mercado oferece estruturas de armazenagem para todas as necessidades, desde estocagem de minúsculos componentes a granel, passando pelos itens embalados até itens unitizados das mais variadas formas. A necessidade de armazenar os mais variados tipos de mercadorias exigiu maior diversidade de tipos de estruturas de armazenagens, o que foi reforçado pela evolução da atividade comercial, muito mais competitiva; assim, impõem‑se a busca incessante do conjunto custo e qualidade. Então, para atender a essas necessidades, os armazéns se sofisticaram tecnologicamente, aumentaram sua complexidade e assumiram novas funções, passando a integrar definitivamente a cadeia logística, quer na condição de terminal portuário, quer como centros de distribuição integrada. Como as opções de tipos de armazenagem são muitas, temos que considerar alguns pontos na escolha, por exemplo: fluxo dos materiais, movimentação, frequência de movimentação, operacionalidade, flexibilidade, seletividade e principalmente utilização volumétrica, discutido em unidades anteriores. Importante: ocupação e seletividade As empresas estão constantemente em busca de redução de custo, por isso tentam trabalhar com os mesmos espaços e têm como regra aproveitar ao máximo os espaços existentes, buscando a maior ocupação volumétrica de seus armazéns. Isso significa colocar o máximo de mercadoria nos armazéns, só que sem se preocupar com a seletividade. Mas, o que é mais importante: preocupar‑se com a ocupação ou com a seletividade? Vejamos, seletividade é a capacidade de acessar determinados itens de uma área de estocagem sem ter a necessidade de remanejamento de cargas; em outras palavras, todos os itens ficam disponíveis para serem acessados no primeiro momento. Ocupação é o percentual de aproveitamento de um espaço de estocagem dos itens considerando todo o espaço disponível. 79 Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 MoviMentação e arMazenageM Lembrete Lembre‑se: há sistemas de armazenagem que privilegiam a seletividade e outros, como a ocupação; o ideal é buscar um equilíbrio entre os dois. Vamos conhecer a seguir os tipos de armazenagem e depois as características de seletividade e ocupação de cada um deles. Para cada tipo de mercadoria a ser armazenada, há um tipo específico de armazenagem. Vejamos alguns: • Almoxarifado: chamamos de almoxarifado os depósitos próprios, ligados à movimentação interna de uma empresa, destinados à guarda, à proteção e ao controle dos diferentes insumos consumidos durante o processo de transformação. Ele pode ser dividido em: — Almoxarifado de matérias‑primas: armazena os materiais básicos necessários ao processo de transformação adquiridos de terceiros, que, por questões estratégicas, devem estar localizados próximos ao local em que serão utilizados. — Almoxarifado de componentes e sobressalentes: armazena os materiais prontos adquiridos de terceiros, que também são usados no processo industrial ou como peças de reposição em manutenção. Esse almoxarifado é estratégico para garantir a manutenção preventiva e que as operações continuem funcionando. — Almoxarifado de produtos em processo: armazena produtos que não são mais matérias‑primas, mas que ainda não são produtos acabados. São itens processados parcialmente, e sofrerão mais algumas modificações antes de serem vendidos ou consumidos. — Almoxarifado de produtos acabados: armazena produtos que estão acabados e prontos para as vendas; deve estar próximo à expedição. Deve‑se ter toda a preocupação de gestão de estoque em relação à agilidade e aos custos. — Almoxarifado de ferramentas: utilizado para armazenar ferramentas a serem utilizadas pelos operários em cada turno, sendo eles mesmos os responsáveis pelas ferramentas. • Depósito: área reservada à estocagem, guarda, proteção e controle de materiais acabados, destinados a consumo ou transformação futura ou ainda para possibilitar a consolidação de lotes a serem despachados. • Centros de Distribuição (CDs): áreas de armazenagem altamente sofisticadas, pois dispõem de muita tecnologia de informação. São utilizados em operações de alta rotatividade e destinados ao recebimento de grandes lotes variados, que passarão por alguma preparação e serão enviados para os clientes. Os principais clientes dos centros de distribuição são: — fabricantes de bens de consumo que tenham mercado pulverizado; 80 Unidade III Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 — varejistas que necessitam suprir suas unidades com grande frequência, como Casas Bahia, Pão de Açúcar etc.; — empresas que vendam por catálogos ou internet. Os CDs consolidam diversos produtos para fazer entregas sortidas nos pontos de consumo. A partir de pontos de estocagem regionais de grande porte, estrategicamente localizados, os CDs concentram a distribuição ao cliente de forma centralizada. Podemos apontar os seguintes pontos como vantagens de se ter CDs: — como o comando é centralizado e as operações também, há redução de pessoal em vários armazéns locais; — o controle centralizado elimina atrasos, pois há posição real de estoque em qualquer CD; — há redução tanto de gastos com transportes quanto de tempo nas entregas. • Armazém: pode ter várias estruturas: construção em madeiras, metal, alvenaria ou concreto armado, ser coberto com telhas francesas, de fibrocimento ou de zinco, fechado de todos os lados, com acessos laterais para entrada das pessoas e dos equipamentos de movimentação. As formas ou características de construção dependerão dos fins a que se destina, como veremos a seguir. Segundo Rodrigues (2008), pequenos volumes, com embalagens frágeis e baixo peso unitário, como são leves, podem ser estocados em níveis mais altos, por isso o pé‑direito deve ser elevado. Deve‑se dispor de prateleiras (exemplo 1) com gavetas em alguns casos, por exemplo, para componentes eletrônicos, e gaiolas (exemplo 2) para itens maiores. Sua movimentação pode ser por paleteira (exemplo 3), carrinhos (exemplo 4) ou contenedores (exemplo 5) para movimentação horizontal e empilhadeiras, ou transelevador para movimentação vertical. Exemplo 1 Figura 52 – Estantes leves com prateleiras inclinadas facilitam a visualização do interior e o acesso aos itens 81 Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 MoviMentação e arMazenageM Figura 53 – Estantes metálicas com caixas plásticas com divisórias Figura 54 – Estante para pequenos volumes e alto giro Exemplo 2 Figura55 – Gaiola tipo contêiner 82 Unidade III Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 Exemplo 3 Figura 56 – Paleteira com duas balanças acopladas: uma para a carga paletizada e outra específica para a contagem de peças Figura 57 – Paleteira de acionamento hidráulico, que propicia a movimentação e a pesagem de cargas Exemplo 4 Figura 58 – Carrinho para movimentação de caixas, o que minimiza os esforços 83 Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 MoviMentação e arMazenageM Figura 59 – Carrinho‑plataforma que auxilia a separação de pedidos Exemplo 5 Figura 60 – Contenedor de plástico com divisória Para itens de grandes volumes, com elevado peso unitário, como máquinas e produtos siderúrgicos, o pé‑direito deve ser médio, as portas devem ser grandes e os vãos, livres. Para a movimentação, é importante ter a ponte rolante, guindastes elétricos sobre trilhos; é fundamental também que se proponham facilidades de locomoção de empilhadeiras e guindastes. Esses tipos de equipamentos foram demonstrados nas Unidades I e II. Mercadorias passíveis de condensação ou exsudação: referem‑se a perdas de peso por redução do teor de umidade da mercadoria, decorrentes da secagem natural, como grãos verdes ensacados, madeira verde, ração animal etc.; armazéns com essas características devem ter dispositivos para ventilação natural ou forçada. Mercadorias congeladas: o armazém para acondicionar esse tipo de material deve ter paredes forradas por materiais isolantes, dispor de sistema de refrigeração, câmaras frigoríficas hermeticamente isoladas e túneis para congelamento rápido, com a possibilidade de se controlarem as temperaturas. Mercadoria com baixo ponto de fulgor ou suscetíveis a deterioração por calor: o armazém deve ser climatizado, dispondo de ar‑condicionado ao longo das áreas de armazenagem. 84 Unidade III Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 Mercadorias suscetíveis a deterioração quando submetidas ao frio: o armazém deve dispor de sistemas de calefação (estufa). Voltando aos tipos de armazenagem, vamos citar mais alguns: Galpão: funciona como um suporte do armazém em período de congestionamento ou ainda para a guarda de estrados, implementos, ferramentas e materiais de separação etc.; normalmente é uma construção rudimentar, coberta, localizada entre os armazéns. Pátio: tem função de auxílio operacional no armazém, em geral é uma área pavimentada descoberta, com áreas de empilhamento demarcadas, com vias de acesso para equipamentos de movimentação, sua estrutura deve ser de acordo com os materiais movimentados. • Materiais como contêineres ou produtos siderúrgicos ou qualquer produto com grande volume e elevado peso unitário devem ter pátios equipados com pontes rolantes ou equipamentos similares e ainda espaços suficientes para manobras de empilhadeiras. • Para a circulação de veículos rodoviários, os pátios devem estar dispostos na forma de áreas de parqueamento devidamente demarcadas, dotadas de áreas para carga e descarga, vistoria, pista de rolamento, dispositivo para a lavagem de carroceria e bomba de ar comprimido para calibrar pneus. • Para transação com minério, devemos ter pátios especiais, dotados de sistemas compostos por torres de transferência, esteiras transportadoras, balanças por fluxo de batelada, viradores de vagões ou tambores e balanças rodoferroviárias e dispor de vias de acesso para tratores, pás carregadoras ou similares. Silo: serve para armazenar cereais, fertilizantes ou rações animais, pode ser alimentado por sistemas transportadores contínuos como esteiras transportadoras, pode conter ainda moegas, balanças por fluxo de batelada, sistema de peneiramento ou despoeiramento. Pode ser de metal, aço ou concreto armado. Exemplos de silos Figura 61 – Armazena grãos e água, é resistente à umidade 85 Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 MoviMentação e arMazenageM Figura 62 – Armazena cereais Figura 63 – Armazena grãos – muito útil para produtores agrícolas Tanque: pode ser de metal ou aço. Deve ter sistema de segurança máxima para aquecimento e resfriamento, bombeamento e sucção, dutos, laboratórios de análises, destinados a armazenar granéis líquidos com diferentes características físico‑químicas, como derivados de petróleo e produtos químicos. Exemplos de tanques Figura 64 86 Unidade III Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 Figura 65 Estantes: ideais para pequenos volumes, em torno de 0,5 m³, é o método de estocagem mais usual para produtos de pequeno peso e volume, ideal para atender ao Fifo (first In, First Out) ou Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (Peps). Esse método tem como características: • armazenagem manual; • altura ideal: última prateleira ao alcance da mão; • cargas de até 300 kg por prateleira; • prateleiras reguláveis verticalmente. São próprias para itens não unitizados, pois podem ocupar adequadamente o espaço vertical, possuem boa densidade de estocagem. Podem ser fixas ou deslizantes, com rodas que correm sobre trilhos, assim minimizam os corredores, aproveitando melhor os espaços. Além de prateleiras, podem receber gavetas, classificadores e divisões internas, que evitam perdas de espaço. Esses modelos já foram mostrados anteriormente. Mezanino: é um sistema de armazenagem por meio de plataformas livres montadas sobre suporte ou estantes elevadas o suficiente para permitir estocagem em cima e embaixo da plataforma, como na figura a seguir: 87 Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 MoviMentação e arMazenageM Figura 66 – Modelo de mezanino a ser abastecido com empilhadeira Figura 67 Para implantar um modelo de mezanino, é necessário que se tenha um pé‑direito que permita a implantação. Tem como características: • dobrar ou triplicar a área de piso de armazenagem; • ser facilmente desmontável, possibilitando ser utilizado somente em períodos de grandes movimentos, como no fim de ano; • armazenar vários tipos de produtos; • ser recomendável para itens de menor giro; • não ser preciso construir prédios. Blocagem: o conceito de blocagem é basicamente o empilhamento em blocos. Empilha‑se um palete sobre o outro com ou sem equipamentos de sustentação. Vejamos alguns exemplos: 88 Unidade III Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o- 13 -0 3- 20 13 Figura 68 – Estoque em sistema de blocagem. Observe a altura de empilhamento Figura 69 – Suporte para sustentar cargas no sistema de blocagem: o impacto de pesos não se dá diretamente sobre as cargas Esse sistema é mais indicado para materiais de baixa rotatividade e que se movimentem em grandes lotes, pois, para se ter acesso ao palete no chão, devem‑se retirar todos os que estão sobre ele. O sistema oferece melhor utilização do espaço, o que reduz o custo total de armazenagem, pois há melhor aproveitamento do pé‑direito, desde que respeitados os limites de equipamentos. Oferece ainda alta densidade de armazenagem (maior volume nos espaços disponíveis). O sistema pode ser usado em períodos de maior movimentação, como em épocas festivas. Quando não utilizado, pode ser desmontado e, além disso, ocupa pouco espaço. Como já dito, o acesso aos itens é mais complicado, comprometendo assim a seletividade e aumentando o tempo de movimentação, além de exigir a utilização de empilhadeiras. 89 Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 MoviMentação e arMazenageM Porta‑paletes: pode ser configurado de algumas maneiras, oferecendo certa variedade de tipos de porta‑paletes. Vamos começar falando do convencional. O porta‑palete convencional é o mais comum nas empresas para cargas unitizadas. Nesse modelo, cada palete é acessado individualmente com certa facilidade. São estruturas fáceis de se ajustar. Os espaços dos corredores dependem da escolha dos veículos e se o tráfego em ambas as direções é possível. Por exemplo, há empilhadeiras que exigem espaços de corredores de 2,4 a 3 m; outras, a combustão, exigem espaços de até 4 m; e há empilhadeiras selecionadoras de pedidos que trabalham com espaços a partir de 1,2 m. Exemplos Figura 70 – Estrutura porta‑palete convencional com cinco níveis de altura Figura 71 – Estrutura porta‑palete convencional sendo utilizada em áreas externas Estrutura porta‑palete de dupla profundidade: os paletes podem ser estocados em dupla profundidade. O sistema minimiza a quantidade de estoques, pois possibilita que quatro paletes sejam estocados entre cada par de corredores. Porém, exige veículos com garfos duplos para movimentar os paletes e um corredor de aproximadamente 2,6 m. É um sistema de excelente utilização de espaço de estocagem, que possibilita uma economia de até 25% em relação ao convencional. Vejamos um exemplo: 90 Unidade III Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 Figura 72 Observe a economia de corredor, duas estruturas podem ser acessadas de cada lado, a única exigência é a necessidade de equipamentos adequados. Estocagem com corredor estreito: oferece estrutura similar de porta‑palete, mas, para economizar espaço, os corredores são estreitos e, para garantir sua funcionalidade, há necessidade de equipamentos como empilhadeira elétrica trilateral. Nesse modelo, o acesso aos paletes é mais rápido que o convencional. Trata‑se de uma solução de custo eficaz quando os custos por m² são elevados ou há restrição de espaço. Exige largura de corredor entre 1,5 e 1,8 m de largura. Estrutura porta‑paletes drive‑in drive‑through: é uma estocagem com boa economia de espaço, ideal para armazéns com pouca variedade de itens. A gestão drive‑in significa que a empilhadeira entra para colocar material e o retira pelo mesmo lado; é um modelo em que a estocagem é feita de maneira contínua, sem corredores intermediários. Pode ser utilizado para estocagem com grandes volumes e pouca variedade. No sistema drive‑through, a empilhadeira coloca o material por um lado e o retira pelo outro. Vejamos exemplos: Figura 73 – Modelo drive‑in sem corredores: a empilhadeira acessa o interior da estrutura 91 Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 MoviMentação e arMazenageM Figura 74 – Empilhadeira acessando o interior da estrutura Com uma visão mais ampla e simplificada, podemos enxergar a estrutura da seguinte maneira: Entrada de material A empilhadeira ou qualquer equipamento de movimentação entra até o final da pilha. Saída de material Figura 75 O sistema drive‑through tem esta estrutura simplificada: Entrada de material A empilhadeira ou qualquer equipamento de movimentação abastece por um lado e retira por outro lado. Saída de material Figura 76 – Sistema drive‑through 92 Unidade III Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 Nesse modelo é mais fácil garantir o Fifo (primeiro que entra, primeiro que sai). No drive‑in, para tal atividade, devem‑se retirar os itens que estão na frente. Cada modelo tem suas vantagens e desvantagens: • Drive‑in Vantagens: — Ótimo aproveitamento da área, maximizando o volume armazenado pela ausência de corredores; a ocupação é excelente. — É possível armazenar o mesmo número de paletes na metade da área de um porta‑palete convencional. — Como armazena maior quantidade, ao comparar com outro sistema, proporciona baixo custo por unidade de palete armazenada. — Podem‑se utilizar vários tipos de empilhadeiras, com mínimas alterações na proteção ao operador. Desvantagens: — Há necessidade de movimentar os paletes que estão à frente para atingir os do meio ou do fim. — A movimentação do estoque atende ao UEPS (Último que Entra, Primeiro que Sai). Essa estrutura limita a variedade dos materiais a armazenar e também não seria aplicável em produtos perecíveis, pois geraria vencimento e perda do produto. • Drive‑through Vantagens: — Melhor utilização do Peps. — Pode‑se ter operação de entrada e saída ao mesmo tempo, desde que se tenham equipamentos para tal. — Como o drive‑in, podem‑se utilizar vários modelos de empilhadeiras. Desvantagens: — Perde‑se um pouco do espaço que se teria no sistema drive‑in, pois dois corredores terão que ser mantidos, o de entrada e o de saída. 93 Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 MoviMentação e arMazenageM Porta‑palete dinâmico: é um modelo de estocagem indicado para itens de alto giro; ideal para armazenagens com pouca variedade que devam atender ao Peps. Ele é adequado para produtos paletizados ou em caixa de papelão. Os produtos deslizam sobre transportadores contínuos de roletes livres com rodas de freio, ou sobre roletes acionados, ou ainda com contentores com rodinhas. Veja exemplo: Modelo dos roletes. O produto desliza até aqui Este lado é o lado de abastecer. Figura 77 O modelo de estocagem é funcional. O abastecimento é feito por um lado, o produto desliza até a base da estrutura. Figura 78 94 Unidade III Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ªr ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 A retirada é feita pelo outro lado; ao se retirar uma caixa, as seguintes deslizam para ocupar o lugar. Esse sistema é acionado por gravidade; como é inclinado, o deslizamento é automático. Figura 79 Porta‑palete push‑back: esse modelo é um sistema de estocagem em que os paletes são estocados em diversas linhas de profundidade e movimentados para dentro e para fora do armazém pelo mesmo lado. A estrutura tem a parte da frente com um nível de altura inferior em relação ao fundo. Assim, para estocar, o operador deve empurrar o palete para o fundo, movendo os já existentes na estrutura; para retirar, retira‑se o último que foi colocado, e os demais descem para frente pela força da gravidade, pois é uma estrutura inclinada. Segue a filosofia Filo (First In, Last In) – primeiro a entrar, último a sair. Exemplo: Figura 80 95 Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 MoviMentação e arMazenageM A empilhadeira empurra os materiais que já estão na estrutura. Na hora da retirada, retiram‑se os da ponta, e os demais ocupam seu lugar. Cantilever: é um modelo de estocagem próprio para estocagem de produtos com grandes comprimentos ou comprimentos variáveis. O modelo facilita o acesso a materiais compridos e irregulares e propicia bom aproveitamento vertical; é um sistema de alta densidade e alta seletividade. Exemplos de produtos a serem estocados: • tubos, barra de ferro, móveis etc.; • móveis estocados em sistema cantilever. Figura 81 Figura 82 – Armazenagem de barras de ferro 96 Unidade III Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 Fazendo um comparativo entre alguns tipos de estrutura de armazenagem, Moura (2007) aponta a seguinte tabela: Tabela 5 Blocagem Porta‑ paletes Porta‑paletes dupla profundidade Drive‑in / Drive‑through Dinâmica Push‑ back Cantilever Transelevador Potencial de densidade de estocagem A D C B B B B B Acesso ao material E A C B B A A A Capacidade de rotas B B C C A C C A Controle de estoque e localização E A C D C C B A Atender ao FIFO E A C D A C A A Habilidade para variar o tamanho da carga A C C D D C B D Facilidade de instalação A C C C E C B E A = excelente B = bom C = regular D = fraco E = ruim Fonte: Moura e Banzato (1998). É importante salientar que a blocagem tem ótimo potencial de densidade, mas possui acesso mais complicado aos itens; a localização e o atendimento ao Fifo são ruins, mas pode estocar cargas variadas, além de ser fácil de instalar. O porta‑paletes tem densidade fraca, pois, dependendo do tipo de material, podem‑se ter espaços perdidos e ainda devem‑se respeitar os limites do porta‑palete, mas o acesso aos itens é excelente, assim como o controle de estoque; entretanto, a dificuldade de instalação já é maior. Lembrete Não se esqueça de que cada estrutura tem seus pontos fortes e fracos, a decisão vai depender dos objetivos da organização. Para cada uma das estruturas, é necessário escolher equipamentos adequados. Vejamos a seguir alguns deles. 97 Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 MoviMentação e arMazenageM Equipamentos Figura 83 – Empilhadeira a gás Figura 84 – Empilhadeira elétrica Figura 85 – Paleteira elétrica 98 Unidade III Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 Figura 86 – Carrinhos hidráulicos Cada equipamento tem suas necessidades e características próprias: Tabela 6 Características da empilhadeira Combustão gasolina, diesel e GLP Elétricas Ambiente de trabalho Locais abertos e fechados (exceto diesel). Ideais para ambientes fechados – ausência de gases tóxicos. Piso Trabalho pesado, qualquer tipo de piso, superfície irregular, pneumáticos. Exige piso plano, sem rugosidade e de alta resistência e trabalha com pneus maciços. Características Aplicações em ambiente sujeito a longos períodos sem interrupção e altas temperaturas (diesel). Capacidade para subir rampas. Silenciosas e não poluentes. Operam em áreas de risco. Preço Mais cara. Custo de manutenção (anual) Maior custo de manutenção (desgaste e combustível). Menor custo de manutenção. Largura dos corredores Exigem corredores mais largos. Corredores estreitos. Alturas de estocagem Menores alturas de elevação. Maiores alturas de estocagem. Velocidade de operação Maior velocidade de operação. Fonte: Moura (2007). Exemplo de aplicação 1. Um distribuidor de televisores de LCD, dos mais variados tamanhos, que recebe as mercadorias paletizadas e que tenham grande giro, deve escolher quais dos sistemas de armazenagem para garantir alta seletividade? Justifique. 99 Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 MoviMentação e arMazenageM 2. A Gerdau S/A trabalha com barras de ferro de grande comprimento, de grande peso e com alto giro. Qual sistema de estocagem seria indicado? Por quê? 3. Um distribuidor de produtos perecíveis, que atua com cinco tipos de produtos somente, precisa montar um sistema de armazenagem. Após estudar vários modelos, decidiu utilizar o drive‑in. O que você, como consultor, diria para essa empresa? Resolução dos exercícios 1. As estruturas porta‑paletes seriam indicadas – a convencional, a dinâmica e a pushback –, pois comprometem um pouco a densidade, mas ampliam a seletividade aos itens, visto que, por causa do alto giro, a localização imediata para separar os itens é importante. 2. O cantilever, pois é o sistema indicado para armazenar materiais compridos como os que foram citados no exemplo. 3. Não seria indicado, pois, nesse sistema, o primeiro a entrar é o ultimo a sair; poderia haver problemas de produtos vencidos no estoque. Para atuar com produtos perecíveis, é necessário que se utilize qualquer sistema que garanta o Peps plenamente. Saiba mais Pesquise e leia: Portaria n.° 7, de 30 de março de 2007, publicada no Diário Oficial da União (02/04/2007, Seção 1, pp. 96‑98). 6 RIcOS DE cARGAS E MERcADORIAS Vamos iniciar diferenciando mercadorias e cargas. Para Rodrigues (2008), mercadoria é qualquer produto que seja objeto do comércio, ou seja, define a ótica do proprietário. Carga é qualquer mercadoria entregue a terceiros com a finalidade de ser transportada, pagando‑se frete, ou ser armazenada, pagando‑se tarifa. As cargas podem ser divididas em dois grupos: • Carga geral: denominam‑se carga geral os volumes diferenciados fracionados e acondicionados em sacos, fardos, caixas, cartões, engradados, amarrados, tambores etc. ou veículos unitários de grande porte e sem embalagem, como veículos e máquinas industriais. Há aindaas cargas 100 Unidade III Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 especiais, que são aquelas que exigem cuidados diferenciados e específicos, como mercadorias refrigeradas com temperaturas controladas, cargas vivas (animais ou plantas) e as mercadorias classificadas como perigosas. • Granéis: carga homogênea, normalmente commodities, adquiridas em grandes lotes, sem acondicionamento ou embalagem, apresentadas sob a forma de sólidos, líquidos ou gases. Os granéis sólidos podem ser derivados de petróleo ou não. As cargas possuem características que devem ser conhecidas, eis algumas delas: • Peso: para a armazenagem, é importante, pois determina o tipo e a capacidade individual dos equipamentos de elevação, ou seja, quais são mais indicados para as operações com maior segurança. É a partir do peso dos itens a serem movimentados que se fazem as escolhas dos equipamentos. • Volume: vai determinar o quanto pode ser estocado nos espaços disponíveis, pois determina a ocupação volumétrica nos armazéns. É ainda mais importante nos transportes, já que é possível planejar quantas viagens ou veículos serão necessários. • Dimensões: estão associadas às características dos tamanhos da embalagem em todos os ângulos, altura, largura e comprimento. Proporciona a informação de metragem cúbica, essencial para os cálculos de capacidade do armazém, pois mesmo os itens leves podem ter comprimento ou largura que exijam cuidados especiais para sua movimentação. • Valor: está relacionado aos cuidados específicos que teremos que ter com cada item, como referenciado na classificação ABC, em que os itens de classe A, por serem os mais caros, devem ter cuidados especiais; está ligado também aos seguros dos itens. • Fragilidade: é o grau de perecibilidade, possibilidade de avaria ou contaminação, exigindo cuidados especiais na movimentação, no transporte e na armazenagem para que sua integridade física seja preservada. Conhecendo agora os conceitos de carga e seus tipos, assim como suas características, podemos iniciar os estudos sobre os riscos sofridos pelas cargas. Para fins de seguro, os principais riscos sofridos pelas cargas pode ocorrer durante o procedimento de movimentação, transporte e armazenagem. Eles podem ser enquadrados nos seguintes tipos: Principais riscos: • Mecânicos: são resultantes de vibração, trepidação, frenagens, compressão, oscilação, atrito e impactos. É muito comum no transporte em veículos com excesso de velocidade, estradas em mau estado, motoristas despreparados e/ou alocação nos veículos sem amarração. • Riscos físicos: esses tipos de riscos estão associados à movimentação e ao manuseio, por causa do uso inadequado de equipamentos e pelo fato de a prática de armazenagem e empilhamento 101 Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 MoviMentação e arMazenageM ser feita de maneira inadequada. A qualificação dos envolvidos é essencial para se minimizar esse tipo de risco. • Riscos químicos: causados por reações químicas que alterem as características da mercadoria, como combustão espontânea, oxidação etc. • Riscos climáticos: associados à ação de agentes ambientais externos, tais como calor, frio, condensação, salinidade, unidade e mofo. Esses riscos estão ligados à armazenagem em locais inadequados ou transportados em veículos impróprios ou embalagens inadequadas. • Riscos contaminantes: associados à deterioração dos produtos: diminuição da perecibilidade, putrefação, manchas e emissão de odores. • Riscos humanos: causados por embalagens inadequadas, imperícia, imprudência ou negligência, dolo, roubo ou furto. • Riscos imponderáveis: são riscos inesperados causados por atos da natureza, como raios, tempestades, furacões, enchentes etc. • Vício próprio: são problemas impossíveis de se detectar no ato da transferência de responsabilidade ou devido a informações inadequadas na embalagem ou qualquer outro problema oculto, inerente ao produto, que favoreça a incidência de avarias. Mas, o que é avaria? Pode‑se defini–la como qualquer dano ou prejuízo, de caráter endógeno ou exógeno, total ou parcial, causado à mercadoria, instalações ou equipamentos de movimentação ou transporte. Especificamente para transporte marítimo, as avarias podem ser classificadas em: grossas ou comuns. Para Rodrigues (2005), avaria é qualquer dano material ou despesa extraordinária causada ao navio ou à carga, por ato deliberado, diante de perigo real e iminente, em benefícios de vidas, da embarcação ou das cargas. Ficando caracterizada avaria grossa, as despesas serão rateadas proporcionalmente por todos os interessados envolvidos ou beneficiados com o fato, sendo as exigências as seguintes: • ser ato deliberado; • comunhão dos benefícios. Vejamos alguns exemplos: • Quando há necessidade de se jogarem no mar cargas explosivas ou combustíveis soltas no convés, colocando em risco a segurança do navio e das demais cargas a bordo. 102 Unidade III Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 • Cargas molhadas com água salgada para se apagar incêndio no interior do navio. • Despesas de remoção, transbordo e fretes das cargas quando o navio fica sem condições de navegabilidade para levá‑las ao destino contratual. Avaria simples ou particular corresponde a todo dano material ou despesa extraordinária causados involuntariamente à carga ou ao navio, ações que fogem à ação humana. Para que se caracterize avaria simples, é necessário que exista perigo que comprometa a segurança do navio ou da própria carga e, ainda, que haja a ausência de vontade dos envolvidos. Vejamos alguns exemplos: • Quando causas naturais, de caráter inevitável e sem a interferência humana, são responsáveis por jogar as cargas do convés no mar. • Quando uma carga sofre incêndio sem afetar nenhuma outra carga ou estrutura do navio e tem as chamas apagadas por água salgada. • Quando, sem intenção de causar dano, há danos provocados por imperícia, negligência ou imprudência da tripulação. • Danos provocados com a intenção de causar dano, de natureza ilegal e fraudulenta da tripulação. Para lidar com cargas perigosas, há a exigência de identificação dos riscos corridos. Essa necessidade se aplica quando há características de fragilidade, perecibilidade, periculosidade e outras peculiaridades, e as indicações de riscos são feitas com adesivos padronizados na cor preta, conforme os símbolos pictóricos ISO‑780, que apontam os cuidados a serem tomados no seu manuseio, transporte e armazenagem. Vejamos alguns símbolos internacionais: Lingar aqui Figura 87 – Mostra o ponto em que a carga deve ser erguida 103 Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 MoviMentação e arMazenageM Frágil Manuseie com cuidado Figura 88 – Carga que pode quebrar, arranhar ou sofrer qualquer avaria facilmente nas movimentações ou empilhamento Não use ganchos Figura 89 – Produto com restrição a içamento por guinchos Não role Figura 90 – Restrição quantoa girar o produto no chão. Chances de causar avarias, deve ser movimentado na mesma posição até o destino 104 Unidade III Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 Este lado para cima Figura 91 – A embalagem deve ser movimentada obrigatoriamente sempre nessa posição Proteja do calor Figura 92 – Produtos frágeis ao calor; devem ser protegidos do sol Mantenha seco Figura 93 – Produto que não deve ser molhado 105 Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 MoviMentação e arMazenageM Não use carrinho de mão aqui Figura 94 – Comum a cargas pesadas, em que o uso de carrinhos de mão pode comprometer a saúde dos operadores Centro de gravidade Figura 95 – Aponta o centro de peso para possíveis empilhamentos e/ou para quando for colocada nos veículos para transporte Limitação de empilhamento Figura 96 – Informação que não deve ser ignorada. O empilhamento inadequado pode gerar avarias nos produtos, limita a capacidade de estocagem e transporte 106 Unidade III Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 Limitação de temperatura ºC ºC Figura 97 – Aponta os limites de temperatura; para produtos perecíveis, é um indicador importantíssimo Esses são apenas alguns símbolos. Para ampliar os estudos, seria importante pesquisar outros também. Como sugestão, pesquise na sua empresa ou em qualquer outra fonte, como internet, revista e livros. Caso encontre símbolos não citados aqui, podemos discuti‑los via fórum. Esses símbolos têm como objetivos identificar adequadamente os cuidados a serem tomados com mercadorias que serão transportadas e armazenadas por terceiros. De maneira geral, uma embalagem bem identificada deve conter: • marcas e contramarcas do fabricante; • destinatário (se necessário); • logotipo do produtor; • peso bruto; • peso líquido; • dimensões; • origem e destino; • número do volume; • conteúdo; • pontos de içamento em caso de itens pesados; • identificação de posição; • identificação de fragilidade; • adesivos relativos à sua classe de IMO em caso de cargas perigosas. 107 Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 MoviMentação e arMazenageM Você deve estar se perguntando: mas, o que é IMO ou classe de cargas perigosas? Vamos ampliar os estudos e entender isso. 6.1 cargas perigosas Muitos produtos manuseados em transporte ou armazenagem diariamente são de natureza perigosa tanto para as pessoas quanto para o meio ambiente e para a própria carga. Muitos desses produtos são químicos, assim, constatou‑se a necessidade de se padronizarem critérios de segurança. Tomar precauções especiais na movimentação desses itens passou a ser uma necessidade e, mais tarde, uma obrigação. Então, normas de segurança foram criadas para reduzir riscos de acidentes ou prováveis danos decorrentes de seu extravasamento, de acordo com a quantidade e característica dos produtos. Cada carga classificada como perigosa tem um grau de periculosidade. É importante salientar que trata‑se de uma probabilidade de perigo às pessoas, ao meio ambiente, à própria carga e ao patrimônio ao seu redor, ou seja, não necessariamente significa que vai acontecer, mas as identificações têm o papel de informar qual é o risco provável. Cargas perigosas devem cumprir rigorosamente todas as normas de segurança em todas as fases da movimentação, da armazenagem e dos transportes das mercadorias. Observação Cuidados especiais em movimentação na armazenagem ou transporte não são exclusivos de cargas classificadas como perigosas. Para evitar que uma carga impregne outra, deve‑se evitar a aproximação daquelas que possam exalar odores; deve‑se também prevenir a aproximação de cargas sujeitas a vazamento de outras sujeitas a avarias, inclusive por contaminação. Exemplos de produtos que podem contaminar por cheiro são: bacalhau; café; fumo; algumas frutas; charque; peles; couros; madeiras; carvão; naftalina; borracha; fertilizantes; vegetais cuja fermentação exale fortes odores etc. IMO significa Organização Marítima Internacional e tem como função fazer a classificação das cargas consideradas perigosas de acordo com os critérios padronizados internacionalmente. Cada substância perigosa é enquadrada em uma das classes de 1 a 8, enquanto os não classificáveis em nenhuma dessas são alocados na classe 9. Cada produto deve receber um número de identificação e um nome, atribuídos pela IMO e que devem constar em qualquer documento relativo à carga. Esse procedimento é regulado pela Portaria nº 204/97 do Ministério dos Transportes e pela NBR 7500 da ABNT, revisada em março de 2000. 108 Unidade III Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 Vejamos agora as classificações de cada uma das classes perigosas aceitas internacionalmente: Quadro 1 Classe Subclasse Tipo 1 Explosivos 1.1 Substâncias com risco de explosão de toda a massa (baixo ponto de fulgor). 1.2 Substância com risco de projeção, mas não de explosão de toda a massa (médio ponto de fulgor). 1.3 Substância com risco de ignição ou efeitos de onda de choque ou projeção, ou de ambos, mas sem risco de explosão de toda a massa (alto ponto de fulgor). 1.4 Substância sem risco significativo de explosão. 1.5 Substância pouco sensível à explosão. 1.6 Substância extremamente insensível à explosão. 2 Gases 2.1 Gases inflamáveis. 2.2 Gases não inflamáveis, não tóxicos. 2.3 Gases tóxicos. 3 Líquidos inflamáveis 3.1 Baixo ponto de fulgor: <0° F (‑18°C). 3.2 Médio ponto de fulgor: < 73° F (23° C) > 0 °F (‑18°C). 3.3 Alto ponto de fulgor: <141°F (61°C) > 73° F(23°C). 4 Sólidos inflamáveis, sujeitos à combustão expontânea ou que emitem gases inflamáveis em contato com água 4.1 Rápida combustão espontânea, que pode causar ignição por fricção, autorreativos e explosivos neutralizados. 4.2 Sujeito à combustão expontânea. 4.3 Emitem gases inflamáveis em contato com água. 5 Óxidos e peróxidos 5.1 Substâncias oxidantes. 5.2 Peróxidos orgânicos. 6 Substâncias tóxicas e infectantes 6.1 Tóxicos ou venenosos. 6.2 Infectantes. 7 Materiais radioativos 8 Substâncias corrosivas 9 Substâncias perigosas não especificadas Como fator de segurança, é indicado colar as classes de riscos e seus significados em todos os equipamentos de movimentação, assim eles ficam sempre em evidência para os operadores. De maneira simplificada: 109 Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 MoviMentação e arMazenageM Quadro 2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 EX GA LI SOL OXI VE RA CO ESQuanto às formas de identificação nos produtos ou nos contêineres de cargas perigosas, há adesivos padronizados internacionalmente em modelo de 0,33 m X 0,33 m, que devem obrigatoriamente ser colados. Vejamos a seguir os rótulos de identificação: Classe 1: explosivos * **1 Figura 98 – Símbolo para indicar o grupo de compatibilidade, que vai de 1.1 a 1.3 1.4 1* Figura 99 – Pertence ainda à classe de explosivos, mas sem grandes riscos 1.5 1* Figura 100 – Mesma estrutura do anterior, indicando o número de classificação 1.6 1* Figura 101 – Mesma estrutura do anterior, indicando o número de classificação 110 Unidade III Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 Classe 2: gases 2 Figura 102 – Gás inflamável, subclasse 2.1 2 Figura 103 – Gás não inflamável, não tóxico 2 Figura 104 – Gases tóxicos, subclasse 2.3 Classe 3: líquidos inflamáveis 3 Figura 105 – Líquidos inflamáveis 111 Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 MoviMentação e arMazenageM Classe 4: sólidos inflamáveis Subclasse 4.1 4 Figura 106 – O símbolo conta com sete listas verticais vermelhas Subclasse 4.2 4 Figura 107 Subclasse 4.3 4 Figura 108 – Substâncias que, em contato com a água, soltam gases inflamáveis Classe 5: substâncias oxidantes e peróxidos Subclasse 5.1 5.1 Oxidante Figura 109 112 Unidade III Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 Subclasse 5.2 5.2 Peróxido Orgânico Figura 110 – Peróxidos orgânicos Classe 6: substâncias tóxicas e infectantes Subclasse 6.1 6 Figura 111 – Substância tóxica venenosa – grupos de embalagens I e II Subclasse 6.1 6 NOCIVO Figura 112 – Substância tóxica venenosa – grupo de embalagem III Subclasse 6.2 6 SUBSTÂNCIA INFECTANTE Figura 113 – Substância infectante 113 Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 MoviMentação e arMazenageM Classe 7: material radioativo A classe de material radioativo é dividida em três categorias: Categoria I 7 RADIOATIVO CONTEÚDO________ ATIVIDADE_________ Figura 114 Categoria II 7 RADIOATIVO CONTEÚDO________ ATIVIDADE_________ Figura 115 Categoria III 7 RADIOATIVO CONTEÚDO________ ATIVIDADE_________ Figura 116 Classe 8: corrosivos 8 Figura 117 114 Unidade III Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 Classe 9: substâncias perigosas diversas 9 Figura 118 – Símbolo conta sete listas pretas na parte superior Observação Pode ocorrer de um produto ter mais de uma classificação de risco. Em situações desse tipo, podem‑se utilizar dois rótulos diferentes, um principal e outro secundário. Saiba mais Para entender mais sobre o tema, leia: NR 19 – Explosivos. Disponível em: <portal.mte.gov.br/data/files/8A7C 812D302E6FAC013032FD75374B5D/nr_19.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2013. Portaria GM n. 3.214, de 8 de junho de 1978. Disponível em: <www010. dataprev.gov.br/sislex/paginas/63/mte/1978/3214.htm>. Acesso em: 11 mar. 2013. Portaria SSMT n. 2, de 2 de fevereiro de 1979. Disponível em: <www. legnet.com.br/sislegnet/integra/cliente‑1/pais‑1/un2173.htm>. Acesso em: 11 mar. 2013. Portaria SIT n. 7, 30 de março de 2007. Disponível em: <www.anest.org. br/noticias/Port_SIT_N_7_anexo_nr_19_fogos.doc>. Acesso em: 11 mar. 2013. Exemplos de aplicação 1. Temos um galpão que mede 30 x 50 e não tem prateleira. Os itens estão estocados no chão, empilhados em dois níveis, como ilustrado ao lado do galpão: 115 Re vi sã o: G er al do /M ic he l - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 5/ 03 /1 3 // 2 ª r ev isã o: ? ? - Co rr eç ão : M ár ci o - 13 -0 3- 20 13 MoviMentação e arMazenageM A parte coberta está lotada (há também uma área aberta fora do galpão). Apesar de a embalagem informar que se podem empilhar em três níveis, o empilhamento praticado é de dois níveis, pois o responsável pela armazenagem argumentou que os itens são sensíveis a peso. Há mais uma centena de caixas estocadas na área aberta; a previsão é de que fiquem nessa área por 7 dias. Indagado sobre suas ações, o gestor da área, sem entender, questionou o que havia de errado nelas. O que você diria a ele? 2. Para ampliar os conceitos discutidos, pesquise um tipo de explosivo, de gás, de líquido inflamável e de material radioativo. Poste‑os no fórum para conhecimento de todos. Resolução dos exercícios 1. Se há permissão para estocar em três níveis, não há motivo para fazê‑lo em dois níveis. Se as recomendações na embalagem fossem seguidas, não seria necessário colocar itens na parte aberta, pois se aproveitaria melhor o espaço útil do estoque. Foi uma decisão entre algo permitido – empilhar em três níveis – e algo não permitido: a exposição do item ao sol. Como visto, a decisão foi equivocada e vai comprometer a integridade dos itens. 2. Não há uma resposta específica – será fruto de pesquisa dos alunos. Resumo Esta Unidade conceituou os tipos de armazenagem, apontou os conceitos, mostrou quando utilizar cada um deles e quais os equipamentos utilizáveis em cada um. Também apontou as técnicas de trabalho com cargas perigosas, indicando os principais riscos e símbolos que minimizem os riscos. Mostrou as técnicas de trabalho com cargas perigosas, indicando os principais riscos nos transportes dessas cargas e os símbolos utilizados no transporte para minimizar os riscos com produtos perigosos. Relacionou ainda a classificação IMO de itens perigosos e as formas de identificação.
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