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Apostila de Direito - Noções Gerais 2014.2

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Direito - 
Noções Gerais 
Professora: Ana Cláudia Leal 
Felgueiras 
Faculdades Integradas 
 Simonsen 
 
 Faculdades Integradas Simonsen 
Introdução ao Direito – Professora Ana Cláudia Leal Felgueiras 
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Introdução, apresentação da disciplina. A sociedade humana. 
Apresentação da disciplina: A introdução é disciplina de iniciação que apresenta ao estudante as 
noções fundamentais para compreensão do fenômeno jurídico. Constitui-se de um sistema de 
ideais gerais organizada com o objetivo de atender a finalidades pedagógicas. A cada instante, na 
fundamentação dos elementos da vida jurídica, recorre aos conceitos filosóficos, sociológicos e 
históricos, possui caráter descritivo e pedagógico. 
Objetivo da Introdução ao Estudo do Direito: Visa fornecer uma visão global do direito, que não 
pode ser obtida através do estudo isolado dos diferentes ramos da árvore jurídica. 
A importância da Introdução ao Direito: Esta disciplina funciona como um elo entre a cultura 
geral, obtida no curso médio, e a cultura específica do Direito. O papel que desempenha é de 
grande relevância para o processo de adaptação cultural do estudante de qualquer curso das 
ciências sociais. 
A sociedade humana: A sociedade humana é dinâmica, evolutiva, constitui história, progride. 
Desenvolve cultura, além de ser governada por normas sociais reguladoras de condutas. Diferente 
da organização dos demais animais, que muito embora possuam certo grau de organização e 
estruturação não podem ser confundidos com a sociedade humana. 
 A vida social é um fato natural, necessário e tardio na evolução de certas espécies. O 
homem não pode ser compreendido senão inserido em um contexto social. Ações sociais partem 
dele e terminam nele, e o indivíduo não pode se desenvolver, a não se que existam relações 
recíprocas com outras pessoas. Aristóteles o considerava um animal político. 
 Assim, apesar de o fenômeno da associação ser comum ao homem e algumas espécies, a 
sociedade humana criou um tipo específico de associação, modelada pela cultura, criada pelo 
homem como membro dessa própria associação. A associação decorre de um sistema de relações, 
capazes de adaptar o homem a um ambiente modificando-o, que, apesar de muitas vezes hostil, lhe 
assegura a satisfação de suas necessidades de subsistência. 
 O direito está inserido no mundo de cultura. Onde o homem criou vários processos de 
adaptação, esforçando-se para a realização dos seus valores. 
 O processo ou estado de desenvolvimento social de um grupo, um povo, uma nação, que 
resulta do aprimoramento de seus valores, instituições, criações, etc.; civilização, progresso. 
 
Sociedade, Justiça e Direito: A relação entre a sociedade e o direito apresenta um duplo sentido de 
adaptação: de um lado, o ordenamento jurídico é elaborado como processo de adaptação social e, 
para isto, deve ajustar-se às condições do meio; de outro, o Direito estabelecido cria necessidades 
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do povo adaptar o seu comportamento aos novos padrões de convivência, possibilitando, assim, 
uma convivência. A vida em sociedade pressupõe organização e implica na existência do 
Direito. A sociedade cria o Direito no propósito de formular as bases da justiça e segurança. Com 
isso a sociedade , ganha estabilidade, a vida social é desta forma possível. O direito, porém, não é 
uma força que gera, unilateralmente, o bem-estar social. Os valores que o Direito tutela e 
representa não são puras criações, caprichos do legislador. Em essência, o Direito deve ser uma 
expressão de valor social e; assim, a legislação deve apenas assimilar os valores positivos que a 
sociedade estima e vive. O direito não é uma fórmula mágica capaz de mudar a natureza humana. 
O direito é produto de uma realidade histórica, é um dado contínuo, provém da experiência. Só há 
uma história e só há uma acumulação de experiência valorativa na sociedade. Não existe direito 
fora da sociedade. Só pode haver direito onde o homem além de viver convive. 
O Direito como processo de adaptação social: As necessidades de paz, ordem e bem comum 
levam a sociedade á criação de um organismo responsável pela instrumentalização e regência 
desses valores. Ao Direito é conferida esta relevante tarefa. O Direito não corresponde às 
necessidades individuais, mas a uma carência da coletividade. O homem só, não possui direitos 
nem deveres, ele precisa estar inserido na vida de relação. Assim, o direito não constitui um fim 
em si mesmo, mas, apenas um meio para tornar possível a convivência e o progresso social. 
 Como processo de adaptação social, deve o direito estar sempre se refazendo, em face da 
mobilidade social. A necessidade de ordem, paz, segurança, justiça, que o direito visa a atender, 
exige procedimentos sempre novos. Se o direito se envelhece, deixa de ser um processo de 
adaptação, pois passa a não exercer a função para a qual fora criado é indispensável que o direito 
seja atuante e atualizado. 
 Este processo de adaptação externa da sociedade compõe-se de normas jurídicas, ou seja, 
modelos de comportamento social, que fixam, limites à liberdade do homem, mediante imposição 
de condutas. 
 O direito não deve absorver todos os atos e manifestações humanas, de vez que não é o 
único responsável pelo sucesso social. A moral, a religião, as regras de trato social, igualmente 
vela e contribuem para que haja a solidariedade e a paz entre os homens. 
 O Direito não tem como objetivo a educação ou o aperfeiçoamento do homem _ esta meta 
pertence a moral; não pretende preparar o homem para a conquista de uma vida supra terrena, 
ligada a Deus – valor perquirido pela religião; não se preocupa em incentivar a cortesia, o 
cavalheirismo ou as normas de etiqueta – âmbito específico das regras de trato social. 
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A Sociedade: A própria compleição física e psíquica revela que o homem foi programado para 
conviver e se completar com outro ser de sua espécie. 
 É na sociedade que o homem encontra o complemento ideal ao desenvolvimento de suas 
faculdades, habilidades e de todas as potências que carrega em si. O homem concentra os seus 
esforços na construção da sociedade, seu habitat natural e que representa o grande empenho do 
homem para adaptar o mundo exterior às suas necessidades de vida, ao seu modo de viver. 
O Direito: O Direito está em função da vida social. A sua finalidade é a de favorecer o amplo 
relacionamento entre as pessoas e os grupos sociais, que é uma das bases do programa da 
sociedade. Ao separar o lícito do ilícito, segundo valores de convivência que a própria sociedade 
escolhe, o ordenamento jurídico possibilita os nexos de cooperação, estabelece as limitações 
necessárias ao equilíbrio e à justiça nas relações. 
 “A sociedade sem o direito não resistiria, seria anárquica, teria o seu fim. O Direito é a 
grande coluna que sustenta a sociedade. Criado pelo homem, para corrigir a sua imperfeição, o 
Direito representa um grande esforço, para adaptar o mundo exterior às suas necessidades.” 
 O Direito não tem existência em si próprio, existe na sociedade; fatos sociais são criações 
históricas do povo, que refletem seus costumes, tradições, sentimentos e cultura. A sua elaboraçãoé lenta, imperceptível e feita espontaneamente pela vida social. Os fatos sociais não são matrizes 
do direito. Exercem importante influência, mas o condicionamento não é absoluto. 
 Conceito de direito, norma jurídica, e norma de conduta 
A Noção de Direito 
Definições históricas do Direito: 
1. Celso, jurisconsulto romano do séc. I: “jus est ars boni et aequi” (Direito é arte do bom e do 
justo). A definição é de cunho filosófico e eticista. Coloca em evidência apenas a finalidade do 
objeto, o que é insuficiente para induzir o conhecimento. Costuma ser citada como exemplo de 
que os romanos, no plano teórico, não distinguiram o direito da moral. A explicação de alguns, 
segundo a qual a tradução correta seria justo eqüitativo, não altera o significado da oração. 
2. Dante Alighieri, escritor italiano do séc. XIII, em sua De Monarchia, onde expôs as suas idéias 
político-jurídicas, formulou a sua definição que ficou famosa: “Direito é a proporção real e pessoal 
de homem para homem que conservada, conserva a sociedade e que destruída a destrói.” 
3. Hugo Grócio, jurisconsulto holandês do séc. XVII considerado o pai do Direito Natural e do 
Direito Internacional Público: “O direito é o conjunto de normas ditadas pela razão e sugeridas 
pelo appetitus societatis.” A presente definição carece de uma diferença específica. 
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4. Emmanuel Kant, filósofo alemão do séc. XVIII: “Direito é o conjunto das condições, segundo 
as quais o arbítrio de cada um pode coexistir como arbítrio dos outros, de acordo com a lei geral 
de liberdade.” 
5. Rudolf Von Ihering, jurisconsulto alemão do séc. XIX: “Direito é a soma das condições de 
existência social, no seu amplo sentido, assegurada pelo Estado através da coação.” 
 Direito Positivo: Já Positivo é o direito institucionalizado pelo Estado. É a ordem jurídica 
obrigatória em determinado lugar e tempo. Não obstante imprópria, a expressão Direito Positivo 
foi cunhada para efeito de distinção com o Direito Natural. Não é necessário que seja escrito. Os 
costumes, que se manifestam pela oralidade, constituem também Direito Positivo. As diversas 
formas de expressão jurídica, admitidas pelo sistema adotado pelo Estado, configuram o Direito 
Positivo. 
 Conceito de Ordem jurídica: Em toda parte, em qualquer âmbito, nas brincadeiras infantis, no 
seio da família, entre amigos, nos jogos, no trabalho, na religião, na profissão ou no 
comportamento do ser humano com relação ao Estado, existem regras, sem elas a convivência 
social é inimaginável. Estabelece-se assim uma ordem que todos aceitam ou entendem a mais 
conveniente, mas sempre uma ordem. Essas regras, quais sejam, condutas prescritas podem ou não 
ser seguidas. Enquanto a regra for somente social, moral ou religiosa, sem a imposição coercitiva 
do ordenamento, seu descumprimento acarreta inconvenientes de ordem íntima ou 
comportamental: um aperto de mão ou saudação... 
 Há na sociedade regras mais ou menos complexas, necessários ou não, segundo a que 
ordem pertençam que atuam acentuadamente na existência de cada um. Todos seguimos contínua 
e permanentemente regras em nossas atividades cotidianas: “ Entre sem bater”, “Aberto das 8 às 
18 horas”. Há também outras mais imperceptíveis como chegar no horário da aula. Todas essas 
regras são da mais variada natureza, mas todas apresentam um traço comum, porque são 
proposições que têm em mira influenciar e ordenar o comportamento do indivíduo e de grupos de 
pessoas no tocante a certos objetivos. 
 Quando a regra decorre de uma imposição e quando no seu descumprimento há uma 
sanção imposta pelo ordenamento, pelo Estado, a situação transforma-se: podemos dizer que a 
regra estatal é uma norma, um a regra jurídica, num âmbito mais especifico das normas jurídicas. 
 É a expressão que coloca em destaque uma das qualidades essenciais do Direito Positivo, 
que é a de grupar normas que se ajustam entre si e formam um todo harmônico e coerente de 
preceitos. Não obstante a ordem jurídica seja um corpo normativo, quando ocorre a incidência de 
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uma norma sobre um fato social, ali se encontra presente não apenas a norma considerada mas a 
ordem jurídica, pois as normas apreciadas isoladamente, não possuem vida. 
 Norma e Lei: Quando se fala de conduta descrita pala norma, e se dá uma passo além no 
raciocínio e se busca o conceito de lei, estaremos diante de uma especificidade mais restrita: a 
regra ou norma pode ser traduzida por uma lei, mas ela nem sempre se confunde. Lei possui um 
conceito específico, como manifestação do direito positivo. A lei em sentido amplo é uma norma. 
Uma norma pode estar em mais de uma lei, parte numa, parte noutra. A palavra lei é a forma pala 
qual o ordenamento jurídico transmite e traduz suas normas. A lei é um mandamento escrito que 
transmite e indica ao homem determinada conduta ou posição. As normas objetivam a 
concretização do direito em suas descrições hipotéticas, adotando-se assim essa linha de conduta. 
Conceito de Norma Jurídica: Ao dispor sobre fatos e consagrar valores, as normas jurídicas são o 
ponto culminante do processo de elaboração do direito e o ponto de partida operacional da 
dogmática jurídica, cuja função é a de sistematizar e descrever a ordem jurídica vigente. Conhecer 
o direito é conhecer as normas jurídicas. 
 A norma jurídica exerce o papel de ser o instrumento de definição da conduta exigida pelo 
Estado. Ela esclarece ao agente como e quando agir. O direito positivo, em todos os sistemas 
jurídicos, compõe-se de normas jurídicas, que são padrões de conduta social impostos pelo estado, 
para que seja possível a convivência dos homens em sociedade. 
Caracteres da Norma Jurídica: 
1. Bilateralidade: o direito existe sempre vinculando duas ou mais pessoas, atribuindo poder a 
uma parte e impondo dever à outra. 
2. Generalidade: o princípio da generalidade revela que a norma é preceito de ordem geral, que 
obriga a todos que se acham em igual situação jurídica. 
3. Abstratividade: visando o maior número possível de situações, a norma jurídica é abstrata, 
regulando os casos dentro do denominador comum, ou seja, como ocorrem singularmente, com 
todas as suas variações e matizes, além de se produzirem leis e códigos muito mais extensos, o 
legislador não lograria o seu objetivo, pois a vida social é muito mais rica do que a imaginação do 
homem e cria sempre acontecimentos novos e de formas imprevisíveis. 
4. Imperatividade: Na sua missão de disciplina as maneiras de agir em sociedade, o Direito deve 
representar o mínimo de exigências, de determinações necessárias. Para garantir efetivamente a 
ordem social, O Direito se manifesta através de normas que possuem caráter imperativo. Não 
fosse assim, o direito não lograria estabelecer segurança, nem justiça. 
5. Coercibilidade: e a questão da essência da norma jurídica – coercibilidade quer dizer 
possibilidade de uso da coação. Essa possibilidade tem dois elementos: psicológico e material. O 
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primeiro exerce a intimidação, através das penalidades previstas para a hipótese de violação das 
normas jurídicas. O elemento material é a força propriamente, que acionada quando o destinatário 
da regra não a cumpre espontaneamente. 
 Uma das indagações que se apresentam no direito é a questão se a coação é ou não 
elementoessencial ao direito. (...) Entendemos, contudo, que essencial ao direito é a 
coercibilidade, isto é, a possibilidade de o mecanismo estatal utilizar a força a serviço das 
instituições jurídicas. Não é contingente, pois, como possibilidade, existe sempre, é permanente. 
Normas Morais 
As normas éticas servem para regular a vida em sociedade. 
A moral é subjetiva, interna, faz parte do campo subjetivo de todos nós. 
A jurídica é externa, depende de atos para que haja a aplicação do direito. É necessária a 
exteriorização do ato (não basta somente pensar em fazer). 
Pretender violar uma norma jurídica é uma violação moral, mas não significa nada ao 
direito. Não sofre sanção do mesmo. 
As normas jurídicas, a princípio, são normas morais, elas coincidem. O contrário nem 
 
Exceção: Há normas jurídicas não-morais: o devedor tem obrigação de pagar ao credor, 
não pagando, o credor pode mover uma ação e o devedor será coagido a pagar. Caso o credor não 
faça nada, 20 anos depois ocorre a prescrição (instituto temporal dentro do qual o direito deve ser 
exercido). Isso viola uma norma moral pois o devedor não precisará mais pagar, mesmo que o 
credor queira. 
Moral e direito estão num campo de incidência comum. Mas há diferenças. Intensidades 
diferentes. Na moral não há coercibilidade, no direito sim (ninguém força ninguém a se arrepender 
de sentir ou pensar). 
Lei : A lei é a forma moderna de produção do direito positivo. É um ato do Poder Legislativo, 
que estabelece regras de acordo com os interesses sociais, traduzindo aspirações coletivas. 
 Em sentido amplo emprega-se o vocábulo lei para indicar o direito escrito. É uma 
referência genérica. A lei em sentido estrito é o preceito comum obrigatório, emanado do poder 
legislativo, no âmbito de sua competência. 
 Conjunto de preceitos legais que disciplinam a aplicação das normas jurídicas, 
assinalando-lhes regras sobre a vigência, eficácia, integração e interpretação. Poderia ser chamada, 
portanto, de “Lei Geral sobre Aplicação das Normas Jurídicas.” 
Lei - Definições: 
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No sentido científico: MONTESQUIEU “lei designa as relações derivadas da natureza das 
coisas”. Quer expressar relações entre fenômenos. No direito, a lei é parte integrante da conduta 
que deseja impor. CASTRO REBELLO afirmou que em ciência é apenas verificação ou resultado 
de um fato que existia antes dela, ao passo que a lei jurídica é obra humana, a lei jurídica é que 
capitula o fato sobre o qual vai incidir. 
No sentido sociológico: lei exprime as relações existentes entre fenômenos sociais, entre fatos 
próprios da cultura humana. 
No sentido Jurídico: lei é a norma que dispõe a seu favor da possibilidade de contar com a força 
aplicada por pessoa s que se acham socialmente qualificadas para isso. A lei jurídica é normativa, 
isto é: exprime o que deve ser, postula um padrão de conduta ou de organização. 
KORKOUNOV acentuou muito bem que lei no sentido jurídico é norma, norma de conduta e de 
organização, ao passo que, em ciência, lei é “uma fórmula geral exprimindo a uniformidade 
verificada dos fenômenos”, anunciando não o que deve acontecer 
0 Lei é uma regra geral, que emana da autoridade competente, é imposta, coactivamente, a 
obediência de todos. Nos Estados modernos, há um órgão destinado à elaboração das leis, que é o 
Poder Legislativo. Preparadas pelo Poder Legislativo, as leis são sancionadas pelo Poder 
Executivo que as promulga e as publica. 
 
 Formação das Leis: Sanção, veto, promulgação e publicação das leis. 
 As leis promulgadas ou escritas, não compreendem todo o direito. Há normas 
consuetudinárias, que obrigam, igualmente, ainda que não constem de preceitos votados pelo 
Poder Legislativo. Há também preceitos superiores, que preenchem as dificuldades das leis, por 
intermédio dos juizes chamados a resolver as controvérsias jurídicas. 
 Por processo legislativo entende-se o conjunto de atos (iniciativa, emenda, votação, 
sanção, veto) realizados pelos órgãos legislativos visando a formação das emendas à Constituição, 
Leis Complementares, Leis Ordinárias, Leis Delegadas, Medidas Provisórias e Resoluções que, 
como espécies normativas constituem o seu objeto. 
Ex: Leis Delegadas e Medidas Provisórias: 
“Trata-se de mera EDIÇÃO que se realiza pela publicação autenticada. Por isso não é cabível 
falar-se em processo legislativo a respeito delas mas sim de procedimento elaborativo. O que se 
faz mediante processo legislativo é a resolução do Congresso Nacional que outorga a delegação.” 
Procedimento Legislativo: ordinário - sumário - especial 
 
Fases do Processo Legislativo Ordinário : 
 
1. fase introdutória: iniciativa. 
2. fase constitutiva: deliberação e sanção. 
3. fase complementar: promulgação e publicação. 
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1. Fase introdutória: 
1.1. fase de exame de projeto das Comissões Permanentes. 
1.2. fase das discussões. 
1.3. fase decisória. 
1.4. fase revisória. 
 
Iniciativa, exercício da iniciativa; discussão, emendas, aprovação, sanção, veto, e 
promulgação: 
Iniciativa: É quem pode propor o projeto. “É ato pelo qual se propõe a adoção de direito novo.” 
“Não é propriamente uma fase do processo legislativo, mas sim o ato que o desencadeia.” “Em 
rigor, não é ato do processo legislativo.” 
Características da Lei: : 
a)Generalidade: Dirige-se a todos os cidadãos indistintamente. 
 b)Imperatividade: Impõe um dever, uma conduta. 
 c) Autorizamento: A norma jurídica autoriza que o lesado pela violação exija o cumprimento dela 
ou a reparação pelo mal causado. É ela, portanto, que autoriza e legitima o uso da faculdade da 
coação. 
 d) Permanência: A lei não se exaure em uma só aplicação, pois deve perdurar até ser revogada por 
outra lei. 
 e) Emanação de autoridade competente de acordo com as competências legislativas prevista na 
CF. 
Processo legislativo de lei ordinária 
 A lei ordinária é um instrumento normativo por excelência, residual ou subsidiário. Isso 
quer dizer que quando a Constituição não faz menção a outro instrumento normativo, trata-se de 
lei ordinária. Não é necessária uma norma prevendo a edição de lei ordinária, já que a regra é que 
a regulação da vida humana se dá através de lei ordinária. As regras do processo legislativo de lei 
ordinária se aplicam nos âmbitos federal, estadual e municipal, com a ressalva de que nas duas 
últimas esferas o legislativo é unicameral. As fases do processo legislativo de lei ordinária são as 
seguintes: iniciativa, discussão e deliberação, sanção ou veto, promulgação e publicação. 
 A iniciativa é a faculdade que a CR confere a certas pessoas ou entidades de deflagrarem o 
processo legislativo, de o impulsionarem, através da apresentação de um projeto de lei, que será 
submetido à apreciação do Parlamento. No artigo 61, a Constituição diz quem tem iniciativa para 
apresentar projeto de lei. Dessas pessoas e entidades apresentadas, o Supremo, os Tribunais 
Superiores e o Procurador-Geral da República só têm iniciativa nos casos expressamente 
previstos, o que vale, mutatis mutandi, no plano estadual para o TJ e o PGJ. Quando a 
Constituição não fala de quem é a iniciativa, ela é comum do Presidente, de qualquer parlamentar 
ou qualquer comissão do Congresso e dos cidadãos. 
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 A iniciativa de lei pode ser facultativaou obrigatória (compulsória), sendo a regra a 
iniciativa facultativa, já que não há obrigação em se apresentar um projeto de lei. Há, porém, 
exceções, como no caso da Lei de Orçamento e da LDO, que são leis que periodicamente têm que 
ser editadas. Trata-se de iniciativa compulsória do Presidente da República de apresentar 
anualmente o projeto de Lei Orçamentária. 
 A CR estabelece hipóteses de iniciativa privativa; quando ela se omite, a regra é da 
iniciativa comum: do Presidente, de qualquer parlamentar, de qualquer comissão do Congresso ou 
dos cidadãos. Parágrafo 1º, II, “a”: deve ser feita uma interpretação sistemática. É iniciativa 
privativa do Presidente lei que crie cargos, funções ou empregos na Administração direta do 
Executivo, pois a lei que cria cargo na Administração direta do Legislativo é de iniciativa 
privativa do Legislativo; a que cria cargo na Câmara dos Deputados, é de iniciativa privativa do 
Presidente da Câmara; a lei que cria cargos no Senado é de iniciativa do Presidente desse; a que 
cria cargo no Judiciário é de iniciativa do respectivo Tribunal Superior ao qual estiver subordinado 
o órgão jurisdicional para qual o cargo vai ser criado. Outro dado importante é no sentido de que 
deve ser aí aplicado o Princípio da Simetria, sendo que o Supremo vem levando esse princípio ao 
ponto de não permitir nem mesmo que Constituição Estadual crie cargo, já que tal Constituição 
não é de iniciativa privativa do Governador. 
 Inciso II,“b”: todos os itens do inciso se referem aos territórios. Isso causou uma discussão 
a respeito de existir ou não iniciativa privativa para legislar sobre Direito Tributário. Hoje, 
entende-se que não há iniciativa privativa para se fazer norma de Direito Tributário, logo, o 
parlamentar pode fazer esse tipo de norma. 
 Inciso II,“c”: servidores públicos do Executivo; quanto aos servidores públicos do 
Judiciário, a iniciativa é desse poder, assim como é iniciativa do Legislativo em relação aos 
servidores públicos do Legislativo. 
 Inciso II,“d”: há um artigo da CR que diz que essa iniciativa é privativa do Presidente, já o 
parágrafo 5º do artigo 128 diz que a iniciativa é facultada ao Procurador-geral. Logo, trata-se de 
iniciativa concorrente, e não privativa. 
 Inciso II,“e”: o artigo 84, VI diz que agora uma parte do que era matéria de lei, que diz 
respeito à estrutura da Administração, é matéria de decreto (mudança operada pela emenda 32). 
 Fase da discussão e da deliberação: no plano federal existem duas casas, quais sejam, a 
Câmara dos Deputados e o Senado Federal. A tramitação se inicia, em regra, na primeira, a não ser 
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quando o projeto de emenda tenha sido apresentado por Senador ou por Comissão do Senado. 
Portanto, a Câmara dos Deputados é normalmente chamada de casa iniciadora, já o Senado 
Federal seria a casa revisora. A casa iniciadora é mais forte, pois ela dá a última palavra sobre as 
emendas introduzidas pela casa revisora. 
 O projeto de lei chega à Câmara, mas a Constituição não diz o que lá acontece, somente o 
Regimento Interno o faz. O entendimento do Supremo é de que a possível ofensa a Regimento não 
é suscetível de controle judicial, pois trata-se de uma questão interna corporis do Legislativo, 
sendo que se o Judiciário a apreciasse, haveria uma invasão na esfera de um outro poder. O 
professor não concorda com esse pensamento, pois ou a norma é jurídica, que quando violada 
deve dar ensejo ao controle judicial, ou a norma não é jurídica, sendo óbvio que o Regimento é 
norma jurídica. Quando se permite que um Regimento seja violado impunemente, que o juiz das 
violações do Regimento seja o próprio corpo que as viola, dá-se espaço para uma ditadura das 
maiorias dentro do Legislativo: violação do devido processo legislativo. 
 Artigo 47: a Constituição só diz que para se votar tem que estar presente a maioria absoluta 
(número imediatamente superior à metade do quorum total), sendo a aprovação por maioria 
simples. Presente a maioria absoluta dos membros, aprova-se ou rejeita-se um projeto de lei por 
maioria relativa (número imediatamente superior à metade dos que estiverem presentes). O 
professor, assim como Barroso, acha que não pode haver voto de liderança, em que só a liderança 
vota pela sua bancada, apesar de isso ser uma prática. No acordo de lideranças não se conta o 
quorum, só há o líder do partido, que vota pela sua bancada, apesar de o direito de voto ser do 
parlamentar, e não da bancada. 
 Ex.: a Câmara dos Deputados aprovou um projeto e o encaminhou ao Senado Federal. A 
casa revisora também terá que discutir e votar; se ela rejeitar, o projeto não volta para a casa 
iniciadora, chegando ao seu fim; já se ela aprova como veio o projeto de lei, acabou essa fase, 
sendo o projeto encaminhado para o Presidente da República para sanção ou veto, que é a terceira 
fase. A casa revisora pode introduzir emendas. Se ela o fizer, o projeto volta para a Câmara dos 
Deputados para que essa delibere a proposta das emendas, podendo aprová-las ou rejeitá-las, mas 
não pode introduzir mais uma emenda. Mas, na prática, se ela quiser introduzir mais uma emenda, 
é apresentado um substitutivo, começando tudo de novo, fazendo com que o Senado seja a casa 
iniciadora. 
 A emendas, em tese, podem ser aditivas, supressivas ou modificativas, além do 
substitutivo, que é como se fosse um novo projeto de lei. As primeiras acrescentam algo novo; as 
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supressivas retiram algo que estava no projeto; já as modificativas fazem trocas dentro do projeto, 
alterando a redação, por exemplo. O Supremo já disse que em qualquer uma dessas hipóteses, o 
projeto com as emendas tem que voltar para a Câmara dos Deputados (ou casa iniciadora). Havia a 
seguinte discussão: se a emenda era supressiva, tendo a Câmara dos Deputados já aprovado todo o 
resto, poderia ser mandada direto para o Presidente da República? Não, pois muitas vezes o 
projeto só foi aprovado em virtude de um artigo que estava lá. O projeto de lei também não pode 
ser segmentado. A emenda aglutinadora ocorre quando existem dois projetos de leis e esses são 
juntados para serem submetidos a uma mesma tramitação. 
 Finda essa fase, tem-se a sanção ou o veto, cuja competência é do Presidente da República 
(art. 84, IV), tratando-se de uma competência indelegável. A sanção é o ato através do qual o 
chefe do Executivo manifesta sua aquiescência em relação a uma determinada norma. A sanção 
pode ser expressa ou tácita, ao passo que o veto só pode ser expresso, pois a Constituição 
estabelece um prazo para o Presidente da República se manifestar. Se ele não se manifestar em 15 
dias, contados da data em que ele recebe o projeto de lei, vai haver uma sanção tácita. Ao receber 
o projeto de lei, ele tem três alternativas: sancioná-lo expressamente, vetá-lo ou deixar que o prazo 
passe, ficando inerte (sanção tácita). A sanção não precisa ser motivada. 
 O veto está previsto no artigo 66, p. 1º: Já o controle de constitucionalidade pode ser 
exercido para se retirar uma palavra, ou até mesmo uma idéia (quando se faz declaração parcial 
sem redução de texto, pode-se retirar uma das hipóteses de incidência da norma que não está 
sequer expressa no texto). O veto deve ser motivado. Houve, porém, um caso no Rio de 
Janeiro, na época em que Conde era o Prefeito, em que um projeto de lei foi vetado por ele sem 
motivação, tendo sido ajuizada uma ADPF contra o veto, sendo que o Supremo decidiu queo veto 
é uma questão política que não pode ser por ele controlada. O professor considera isso absurdo, 
pois o mérito pode do veto pode ser uma questão política mas motivação ou não é uma questão de 
forma, de processo legislativo. A doutrina, com uma única exceção, considera que o mérito do 
veto é uma questão política. No Direito Brasileiro, o veto é sempre superável, ou seja, ele não é 
terminativo, ele necessariamente vai ser submetido ao poder Legislativo (art.66, p. 4º). Na 
Constituição passada, o quorum era de 2/3, na de 1988, ele é de maioria absoluta para derrubar o 
veto. Logo, o Congresso não tem a faculdade de apreciar o veto, mas sim a obrigação (p.6º). 
 Quando a lei é sancionada ou quando o Congresso derruba o veto, tem-se, a partir daí, a lei 
(fala-se sempre em sancionar ou vetar um projeto de lei, mas em promulgar e publicar uma lei). É 
comum o Presidente sancionar e promulgar em um único ato. Diz-se que a promulgação é o ato 
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pelo qual o Presidente atesta que a norma foi elaborada e que está se incorporando ao 
ordenamento jurídico. A Constituição prevê hipótese em que o chefe do Executivo não promulga, 
fazendo com que essa competência seja transferida para o poder Legislativo, porque senão a má 
vontade do poder Executivo em relação a uma lei poderia impedir que lei entrasse em vigor 
mesmo tendo o Congresso já se manifestado (p.7º). Se o Vice-presidente não o fizer, tem-se dito 
que o ato de promulgação vai para o Presidente da Câmara; se esse não o fizer, vai para o Vice-
presidente dessa. Fala-se, inclusive, que a recusa em promulgar pode até configurar crime de 
responsabilidade. 
 A publicação é o ato que visa propiciar aos potenciais destinatários da norma o 
conhecimento dela. Isso é extremamente hipotético, pois a maioria da população não lê Diário 
Oficial. Com base nisso, o professor defende que a pessoa não pode ser punida por não conhecer 
uma norma. A partir da publicação, a norma pode ser eficaz, dependendo do estabelecimento da 
vacatio legis. Após a LC 95, não mais existe uma prazo que prevaleça diante do silêncio: se a 
norma não diz nada, ela entra em vigor na data de sua publicação. A publicação não é condição 
suficiente para a eficácia da lei, mas sim condição necessária. A publicação, em regra, se dá com a 
reprodução do texto integral da norma no DO. No plano municipal, nem sempre isso é fácil pois 
muitos municípios não dispõem de DO. Nessas hipóteses, admite-se que se faça a publicação em 
jornais locais, fixação da lei em certos locais. A data estampada no DO goza de presunção iuris 
tantum de que corresponde à data da publicação. 
 Vigência da Lei: Segundo o Art. 1º da LICC, a lei entra em vigor 45 dias depois de 
publicada, portanto a sua obrigatoriedade não se inicia no dia da publicação, salvo se ela própria 
assim o determinar. Pode assim entrar em vigor na data de sua publicação, ou em qualquer outra 
data, se assim constar expressamente em seu texto. Se nada dispuser a este respeito, aplica-se a 
regra do art. 1º. 
 O intervalo entre a data de sua publicação e a sua entrada em vigor chama-se Vacatio Legis. 
 Em matéria de duração do referido intervalo, foi adotado o critério do prazo único, porque a 
lei entra em vigor na mesma data, em todo o país, sendo simultânea a sua obrigatoriedade. 
 Quando a lei brasileira é admitida no exterior, a sua obrigatoriedade inicia-se 3 meses depois 
de oficialmente publicada. Se durante a vacatio legis ocorrer nova publicação de seu texto, para 
correção de erros materiais ou falha de grafia, o prazo da obrigatoriedade começará a correr da 
nova publicação. Se a lei já entrou em vigor, tais correções são consideradas lei nova, tornando-se 
obrigatória após o decurso da vacatio legis. Os direitos adquiridos na vigência da lei emendada 
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são resguardados. 
OBS: Decretos e Regulamentos tornam-se obrigatórios desde a data de sua publicação, salvo 
disposição contrária. 
 A lei tem caráter permanente, permanecendo em vigor até ser revogada por outra lei, salvo 
disposição contrária, é o princípio da continuidade. ( art. 2º ) Revogação, então, é a supressão da 
força obrigatória da lei, retirando-lhe a eficácia, que pode ser feito, somente por outra lei. Essa 
revogação pode ser total ( ab-rogada ) ou parcial ( derrogada ).Se em seu texto, porém, constar o 
próprio termo ( termo = prazo, período ), perde a eficácia independentemente de outra lei. Perda 
da eficácia pode decorrer também da decretação da sua inconstitucionalidade pelo STF. 
 A revogação pode ser: 
 - Expressa: Quando a nova lei declara expressamente que a lei anterior ou parte dela fica 
revogada. 
 - Tácita: quanto não traz declaração neste sentido, mas mostra-se incompatível com a lei 
antiga, ou regula inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
 Efeito repristinatório da lei: O Art. 2º §3º, fala do efeito repristinatório da lei, que na verdade 
deveria dizer "o efeito NÃO repristinatório da lei", porque tal efeito não existe. Repristinatório 
quer dizer "restaurador" e afirma que a primeira lei revogada não entrará em vigor no caso da lei 
que a revogou ser revogada, salvo quando houver pronunciamento expresso do legislador neste 
sentido. 
EX: Revogada a Lei1 pela Lei2 e posteriormente revogada a Lei2 pela Lei3, não se restabelece a 
vigência da Lei1; salvo se a Lei3, ao revogar a Lei2 determinar a repristinação da Lei1. 
 
 Obrigatoriedade Das Leis 
 Sendo a lei uma ordem dirigida a vontade geral, uma vez em vigor torna-se obrigatória para 
todos, conforme o disposto no art. 3º da LICC. "ignoranttia legis neminem excusat". Tal 
dispositivo visa garantir a eficácia global da ordem jurídica, que estaria, comprometida se se 
admitisse a alegação da ignorância da lei vigente. 
 Três teorias procuram justificar o preceito: 
 a) Teoria da Presunção Legal: Presume-se que a lei uma vez publicada é conhecida por 
todos. 
 b) Teoria da Ficção: Pressupõe que a lei publicada torna-se conhecida de todos. 
 c) Teoria da Necessidade Social: É a mais aceita porque sustenta que a lei é obrigatória e 
deve ser cumprida por todos, não por motivo de conhecimento presumido ou ficto, mas por 
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elevadas razões de interesse público, ou seja, para que seja possível a convivência social, ainda 
dentro da obrigatoriedade. 
 O Erro de Direito, ou seja, a alegação da ignorância da lei só pode ser invocada quando não 
houver objetivo da furtar-se o agente ao cumprimento da lei. 
Eficácia: capacidade ede produzir efeitos. 
 Conceito de direito adquirido – o art. 6.º §2.º da LICC possui um conceito legal de direito 
adquirido, definido-o como aquele que já pode ser exercido pelo seu titular ou alguém por ele, 
bem como aquele que já tenha termo prefixado ou condição, desde que inalterável ao arbítrio de 
outrem. No entanto a definição não é satisfatória, uma vez que há dezenas de teorias acerca do 
conceito de direito adquirido. Existem as teorias subjetivas, lideradas por Gabba, e as objetivas, 
lideradas por Roubier, sendo que em torno delas gravitam várias outras. Contudo, ao menos em 
termos de direito positivo, direito adquirido seria aquele já passívelde exercício pelo seu titular, 
ou seja, aquele que já completou o seu processo de aquisição, incorporando-se ao patrimônio de 
seu titular. 
 De acordo com Roubier, a expressão “direito adquirido” é vaga, sendo preferível a 
utilização da expressão “situação jurídica perfeitamente constituída”, assim entendida aquela cujos 
elementos constitutivos já se encontram presentes, quando estaria a relação então protegida contra 
a atuação legislativa ulterior (daí a denominação de teoria objetiva). Gabba, a seu turno, falava em 
“direito adquirido”, como aquele que já se encontrava incorporado no patrimônio do sujeito, numa 
visão mais subjetiva do tema, ou seja, que analisa a questão do ponto de vista do indivíduo titular 
do direito. 
Direito adquirido x direito futuro – direito futuro é aquele cujo processo de aquisição ainda não 
se completou e, por isso, ainda não pode ser exercido. É o caso das expectativas de direito. 
Direito adquirido x direito condicional – Há uma questão que suscita muita controvérsia nesse 
tema: É muito frequente que se indague ao candidato se há antinomia entre o art. 6.º, §2.º, da 
LICC e o art. 125 do CC/02 (que corresponde ao antigo art. 118). É que o LICC 6.º §2.º diz que é 
direito adquirido aquele que possua termo prefixo ou condição inalterável, mas o CC/02 125 diz 
que na pendência de condição suspensiva não se considera adquirido o direito. Não há 
antagonismo entre os dispositivos, que disciplinam hipóteses absolutamente diversas: a regra do 
CC/02 125 diz respeito ao exercício do direito, que fica obstado na pendência de condição 
suspensiva. Caso não se verifique o implemento da condição o negócio (ou ato) jurídico será tido 
por ineficaz (ex: doarei minha biblioteca a uma aluna com a condição de que ela passe em um 
concurso. Enquanto ela não passar num concurso não poderá exercer o direito ao recolhimento dos 
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livros). Já a regra do LICC6.º§2.º é de direito intertemporal, significando dizer que embora 
pendendo condição e ainda que o direito não possa ser exercido, ele já se considera adquirido para 
efeito de não mais poder ser alcançado pela lei nova (aproveitando o exemplo anterior: eu doei a 
biblioteca em abril, com a condição suspensiva da donatária ser aprovada no concurso a ser 
realizado em dezembro. Imagine-se que em setembro uma lei nova torne nulas as doações de 
bibliotecas a particulares. Essa lei não atingirá o direito da donatária, que se passar no concurso 
em dezembro poderá recolher os livros, pois esse direito condicional se equipara a um direito 
adquirido, para efeito de não poder ser alcançado pela lei nova). Assim, as regras dispõem sobre 
hipóteses diversas: uma é de direito intertemporal (LICC6.º§2.º); a outra, de exercício do direito, 
que fica obstado enquanto a condição suspensiva não se implementar (CC/02 125). 
 
A revogação de uma lei (art. 2° da LICC): 
 Em regra, a lei só é revogada por uma outra lei ( não pode haver revogação por costume, 
por exemplo). 
DERROGAÇÃO E AB ROGAÇÃO: 
 Revogação total: AB ROGAÇÃO 
 Revogação parcial: DERROGAÇÃO 
 Revogação expressa: (art. 2°, p. 1° - parte inicial): “... quando expressamente o declare...” 
 Revogação tácita: (art. 2°, p. 1°, final) “... incompatível com a lei anterior.” 
 
OBS.: A Lei 9278 “... revogam-se as disposições em contrário...” 
 Uma parte da doutrina entende que esta lei ab rogou a lei anterior. 
 A doutrina majoritária, porém, entende que não houve revogação total da Lei anterior pois 
a Lei 9278 não tratou por completo de assuntos tais como sucessão e vocação hereditária. 
 A melhor posição é aquela que entende que a lei anteior ã 9278 foi DERROGADA e não 
ab rogada.. 
 A lei posterior SÓ revoga o que NÃO for compatível a ela ( art. 2°, p. 2°). 
REPRESTINAÇÃO: 
 Efeito represtinatório: Uma lei tem tal efeito se ela revoga uma lei anterior e, após tal fato, 
entra em vigor uma terceira revogando a segunda e fazendo com que a primeira volte a vigorar. 
 Ex.: Lei A. Lei B revoga a A. Surge a Lei C revogando B e fazendo com que A volte a 
vigorar. ( ISTO NÃO PODE OCORRER!!!!). Se a Lei C nada dispuser sobre a volta da Lei A, 
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ou seja, não comenta se a Lei A voltará a vigorar, pode acontecer? Pode. 
 Não há possibilidade de represtinação automática. Então, não houve ( não haverá) 
represtinação! 
 Não há possibilidade de uma MEDIDA PROVISÓRIA revogar uma lei. O que pode 
ocorrer é a suspensão temporária de uma lei por uma M.P. Mas, se a M.P. for CONVERTIDA 
em lei, nada impedirá a revogação da lei anterior. 
 
Eficácia da Lei no Espaço 
 Em razão da soberania estatal, a norma tem aplicação dentro do território delimitado pela 
fronteira do Estado. Esse é o princípio da territorialidade, o qual entretanto não é absoluto, porque 
cada vez mais é acentuado o intercâmbio entre indivíduos pertencentes a Estados estrangeiros 
surgindo a necessidade de regular relações entre nacionais e estrangeiros. Esta realidade levou o 
Estado a permitir que a lei estrangeira tenha eficácia em seu território, sem comprometer a 
soberania nacional, admitindo-se assim, o sistema da extraterritorialidade. O Brasil adota o 
sistema da territorialidade moderada. 
 Pela extraterritorialidade, a norma é aplicada em território de outro Estado segundo os 
princípios pelo qual certas pessoas escapam a jurisdição do Estado onde se encontram, 
submetendo-se apenas a jurisdição de seu país. A norma estrangeira passa a integrar 
momentaneamente o Direito Nacional, para solucionar determinado caso submetido a apreciação 
judicial; denomina-se estatuto pessoal a situação jurídica que rege o estrangeiro pelas leis de seu 
país de origem. Art. 7º LICC. 
 As sentenças proferidas no estrangeiro poderão ser executadas no Brasil, desde que cumpram 
os requisitos enumerados no art. 15 da LICC. 
Aplicação da lei no espaço: utilizamos os princípios do domicílio (art.10, LICC). No caso concreto 
se usa a lei da Alemanha. Como os bens são imóveis, quem é competente é o juiz brasileiro (art.8º, 
LICC) para julgar e processar esse inventário (art.12, §1º, LICC). Já no casamento se usa a lei 
brasileira, mesmo que tenha sido feito no estrangeiro. 
Expressão da soberania do Estado, a lei obriga a todos os que se acham no território 
nacional, salvo as exceções consagradas pelo direito público externo, em favor dos representantes 
diplomáticos dos outros Estados, e as aplicações da lei estrangeira, no domínio do direito 
internacional privado. 
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Território do Estado é o seu assento geográfico, é a parte da terra onde estaciona a nação, e 
sobre o qual o Estado exerce a sua soberania. Compreende: 
1. O solo ocupado pela nação; 
2. os rios, os lagos e mares interiores; 
3. os golfos, baias e portos; 
4. a faixa do mar exterior, que corre ao longo da costa, e que constitue as águas territoriais; 
5. a parte, que o direito atribue a cada Estado, sobre os rios, lagos e mares contiguos; 
6. o espaço aéreo, corresponde ao território até a altura determinada pelas necessidades da polícia 
e segurança do país. 
Consideram-se, também, parte do território do Estado os vasos de guerra, ainda que se achem em 
porto estrangeiro, e os navios mercantes, em alto mar ou em terras nacionais. 
Por extraterritorialidade da lei estende-se a sua açãofora dos limites do Estado, cuja 
soberania ela traduz. Em direito penal, onde a lei é por natureza, territorial, vemo-la, algumas 
vezes, transpor as fronteiras para atingir ao criminoso, que a foi infringir no estrangeiro ( 
ultraterritorialidade ), ou para obter a assistência internacional, que lhe não escapem aos rigores 
os delinquentes refugiados no estrangeiro ( extradição ). 
No direito privado, também certas leis necessitam de exercer a sua força além dos limites 
do Estado de que promanam, para atender a relações que se formam no seio da sociedade 
internacional. Tem eficácia extraterritorial ou exterritorial as leis, que têm por principal 
escopo amparar e defender os indivíduos, como são as que determinam a capacidade das 
pessoas e os direitos da família 
As outras leis, referentes a organização da propriedade e ao crédito público, prendem-se, mais 
imediatamente, ao interesse social, e, por isso, é no território, onde a sociedade se acha fixada, 
que elas preenchem os seus fins. As leis de sucessão, por serem aplicações da capacidade 
jurídica e da organização da família, participam do caráter exterritorial. art. 2° LICC. 
 
Direito subjetivo e direito objetivo: 
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Direito objetivo é o conjunto de regras ou comandos emanados da autoridade estatal e visa 
permitir a coexistência social. Desde os primórdios dos tempos, a sociedade, para coexistir, 
subsiste a base de regras de conduta, sejam, primeiramente, regras religiosas, sejam 
posteriormente as emitidas pela autoridade estatal. 
Características: a base do Direito Objetivo é a regra ou norma jurídica que tem como característica 
em primeiro lugar a bilateralidade, ou seja, ela é emanada da autoridade estatal e é dirigida a dois 
ou mais indivíduos vinculando-os. 
 O que significa que a regar de direito tem como característica ser bilateral. Quando 
o legislador cria uma regra coercitiva, ou seja, um comando por escrito na lei, ele dirige a 
generalidade de indivíduos, mas as vezes, se dirige a uma determinada categoria, o que se conclui 
não ser possível ter uma regra dirigida a um só indivíduo. A regra se dirige, pelo menos, a duas 
pessoas (bilateral). 
 Quando a regra jurídica se dirige a duas ou mais pessoas, ela vincula os indivíduos 
entre si, e neste caso, concede a um dos indivíduos o poder de exigir do outro um determinado 
comportamento. 
 A regra jurídica de conduta também é coercitiva, ou seja, traz em seu núcleo um 
preceito, um comando positivo ou negativo, vale dizer, ela nos dá uma ordem. Ex.: dar, fazer ou 
não fazer alguma coisa. Porém este comando não é isolado, pois vem acompanhado de sanção. 
Sanção é uma pena pelo descumprimento do preceito. Se esse comando for descumprido, 
fatalmente vai ocorrer uma sanção, embora existam preceitos que aparentemente são 
desaparelhados de sanção. 
 Na norma civil, a pena é normalmente, econômica, patrimonial. A finalidade da penalidade 
civil é a recomposição do direito violado, não possui característica repressora, intimidativa do 
Direito Penal. 
 Em suma, o direito objetivo é um conjunto de regras de direito que disciplinam 
determinada sociedade, tendo a regra do direito como principais características: o preceito, 
a sanção, a previsão e a estatuição. 
 Quando a norma se dirige a duas ou mais pessoas, ela as vincula (bilateralidade e 
generalidade). 
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Direito Subjetivo: é a prerrogativa colocada pelo direito objetivo, à disposição do sujeito. Assim, é 
tanto o efetivo exercício como a potencialidade do exercício desse mesmo direito. 
 Quando a regra de conduta se dirige a duas ou mais pessoas, ela as vincula, 
estabelecendo entre eles uma relação que atribui a um deles o poder de exigir do outro um 
determinado comportamento. O objeto no Direito subjetivo é o bem jurídico pretendido. Em 
termos de objeto tem que se descobrir, em relação aos diferentes direitos subjetivos o que seria 
objeto. 
 Direito subjetivo é sinônimo de poder ou faculdade de agir. Direito objetivo é a norma de 
agir. Direito subjetivo é o poder ou faculdade de agir concedido pela norma. 
No momento que alguém bate no meu carro, surgiu uma nova relação jurídica de direito 
pessoal ou relativo, porque se determinou o sujeito passivo, aquele que tem que pagar uma 
indenização para recompor o direito violado. 
A sociedade continua sendo sujeito passivo, mas alguém se determina, vai surgir uma nova 
relação jurídica contra o sujeito passivo determinado que é uma nova relação jurídica de direito 
subjetivo pessoal ou relativo. 
 Direito Objetivo é um complexo de normas de agir, direito subjetivo se caracteriza 
fundamentalmente (por nascer numa relação jurídica) como o poder ou faculdade de agir de um 
lado e de outro lado o dever jurídico correspondente. O direito subjetivo é aparelhado de pretensão 
(= dever jurídico), só pode haver pretensão quando haja dever jurídico. 
 Nas relações jurídicas já formadas a ordem jurídica muitas vezes permite ou 
confere a um ou ambos os sujeitos, o poder de realizar um ato ou um fato interferindo na esfera 
jurídica do outro, sem que haja dever jurídico correspondente a esse poder. 
 Portanto, o Direito Potestativo permite ao sujeito ativo a possibilidade de obter 
determinados efeitos jurídicos sujeitando o sujeito passivo à sua vontade sem a colaboração deste 
e muitas vezes contra a vontade deste último. No Direito Potestativo, de um lado o sujeito ativo 
tem o poder ou faculdade de agir e de outro lado o sujeito passivo não tem o dever jurídico 
correspondente, e sim, sujeição (substitui o dever jurídico correspondente por uma sujeição). 
Exemplos de Direito Potestativo: 
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1. O poder conferido a qualquer condômino de extinguir o condomínio. Há direitos subjetivos 
recíprocos (pagar as taxas...). Nessa relação jurídica já formada, a lei confere a qualquer um deles, 
o poder de extinguir o condomínio. Um sujeito interfere na esfera jurídica do outro mesmo que 
este último não concorde. 
2. O poder ou faculdade do locatário, na locação comercial com mínimo de 5 anos, de renovar 
compulsoriamente a locação. 
3. O poder de revogar o mandato conferido tanto ao mandante, quanto ao mandatário. 
4. O poder de promover interpelação, notificação, protesto judicial. 
5. O poder de requerer interdição. A pessoa fica louca, o parente tem o poder ou a faculdade de 
requerer a interdição através do procedimento de jurisdição voluntária. Isso é direito potestativo, 
não há dever jurídico correspondente. 
6. O poder de obter a invalidação dos negócios jurídicos em geral, por motivo de nulidade ou 
anulabilidade. 
7. O poder do doador de revogar a doação por ingratidão. O donatário deve prestar alimentos, caso 
o doador venha precisar de alimentos. Toda vez que se doa alguma coisa, o donatário 
implicitamente deve prestar alimentos ao doador se este vier a precisar no futuro. Esse dever é lato 
sensu, não há nenhum dever jurídico que diga que o donatário é obrigado a prestar alimentos ao 
doador no caso deste vir a passar necessidade financeira 
8. O poder de requerer a separação e o divórcio. O direito potestativo não está aparelhado de 
pretensão porque não há dever jurídico correspondente ao poder de agir. 
 Existem direitos potestativos que só podem ser exercitados dentro do prazo pré-fixado pelo 
legislador.Muitos deles exercidos através de uma demanda. Assim, a ação judicial é um modo de 
exercício do direito potestativo. Quando o titular do direito potestativo não exercita o seu poder ou 
faculdade de agir, neste prazo pré-fixado, ocorrerá o fenômeno da decadência, que é a perda do 
direito potestativo derivado da inércia do seu titular. Outros direitos potestativos, no entanto, não 
estão sujeitos a prazos para o seu exercício, e o direito pode ser exercido quando pretender o seu 
titular. 
Direito Público e Direito Privado: 
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 Direito Público - É aquele que disciplina as relações entre os Estados e entre os Estados 
e seus membros, na tutela de interesses gerais. 
- Direito Privado - É aquele que disciplina as relações entre os indivíduos como tais, ou 
seja, os interesses individuais predominam. 
Entre o público e o privado não há uma divisão estanque, pode até haver controvérsias. 
O direito público é parte do Direito (como ciência) que vai regular relações entre os diversos 
governos, entre os países. Regulam também as relações entre a União e todos nós (os estados e 
seus administrados) desde que envolvam interesses coletivos. Órgão governamental + interesse 
coletivo. 
O direito privado regula as relações entre os particulares. Particulares + interesses individuais.Não 
pode ser classificado somente pelo critério subjetivo, mas também pelo interesse protegido na 
relação (individual ou coletivo). 
Sujeito de Direitos: 
Pessoa Natural: 
 Conceito: é todo ser nascimento de mulher, não é exigida forma humana ou viabilidade da vida. 
Pessoa é todo aquele (sendo pessoa jurídica é ente) capaz (do ato) de contrair obrigações na ordem civil 
e é sujeito de direito. Pessoa é o sujeito de direito, é o destinatário da regra jurídica. É a essa pessoas que 
o direito se dirige. 
Há uma corrente que repudia a pessoa natural aceitando a pessoa física, pois natural é a pessoa em 
si, sendo a pessoa jurídica artificial, o que na realidade não o é. 
O requisito respirar está no art.53 da Lei nº 6.015, sendo importante para o direito sucessório e o de 
família. 
Personalidade é a aptidão genérica para contrair direitos e obrigações. Tem acepções diferenciadas 
da pessoa. Os conceitos são similares, mas diferentes. 
O escravo não era pessoa, por isso tinha um tratamento diferenciado da personalidade. Idem o 
estrangeiro que era tratado de forma diferente em território brasileiro. 
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Nascituro: Art. 2º. “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe 
a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. 
Conceito: O termo nascituro encontra sua origem no latim nascituru, que significa "aquele que há 
de nascer". Atualmente, nascituro é o nome que se dá ao ser humano já concebido e que se encontra, 
ainda, no ventre materno. 
Em tratamento idêntico, o Código Penal não faz nenhuma ressalva acerca do lapso temporal que 
deve ser observado na gestação para que a sua interrupção provocada seja aborto. Desta forma, desde o 
momento em que há gravidez, sua intencional interrupção configura este crime. Se há uma expectativa 
de direito tutelável ou um direito propriamente dito (direito à vida), é indiferente para este 
entendimento. 
Assim, existe, para qualquer corrente doutrinária e para uma ou outra codificação, uma série de 
denominações – ovo ou zigoto, embrião e feto – que designam o desenvolvimento do mesmo ser, a que 
se convencionou chamar nascituro. Ele é visualizado como tal pelo ordenamento jurídico desde quando 
foi gerado até o momento do nascimento; desde o surgimento da vida (com a concepção) já se tem o 
nascituro. É o que está implícito em muitas assertivas doutrinárias: "Independentemente de se 
reconhecer o atributo da personalidade jurídica, o fato é que seria um absurdo resguardar direitos desde 
o surgimento da vida intra-uterina se não se autorizasse à proteção do nascituro – direito à vida – para 
que justamente pudesse usufruir tais direitos". (GAGLIANO-PAMPLONA, 2002, p.93) 
 
Capacidade: 
Conceito: é o limite da personalidade, é uma medida de exercício de direitos. 
Capacidade de Direito ou gozo = Capacidade de Aquisição = Capacidade de Gozo de Direitos 
 São os direitos que você ganha quando nasce. 
Capacidade de Fato ou de exercício = Capacidade de Exercício = Capacidade de Ação 
 É a aptidão de exercer os seus direitos. 
Quando se adquire as duas capacidades, o indivíduo torna-se PLENAMENTE CAPAZ. 
Incapacidade: 
Incapacidade é a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil. São de dois tipos: 
 a) Incapacidade Absoluta: O agente não pode praticar qualquer ato da vida civil sem um 
representante, tutor ou curador, estão elencados no artigo 3º. , CC/02. Por exemplo: Em um contrato de 
compra-e-venda é necessária somente a assinatura do representante. Os atos realizados pelos 
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absolutamente incapazes são nulos. 
 b) Incapacidade Relativa: O agente necessita agora de um assistente. Em um contrato de compra e 
venda, por exemplo, tanto o agente, quanto o assistente devem assinar. A constituição considera como 
relativamente capazes: artigo 4º., CC/02 Os atos realizados pelos relativamente incapazes são anuláveis. 
 Embora considerado relativamente incapaz, o agente, com mais de 16 anos e menos de 18 
anos pode: 
 1) ser testemunha, inclusive em testamento 
 2) fazer testamento 
 3) ser mandatário 
 5) alistar-se como eleitor 
 6) exercer pesca profissional e outras coisas mais.. 
 Já o maior de 18 anos pode: 
 1) Casar sem necessitar de permissão dos pais. 
 2) Requerer o registro de seu nascimento 
 3) Pleitear perante a justiça do trabalho 
 4) Exercer na justiça criminal o direito de queixa, renúncia, perdão. 
 6) Movimentar depósito bancário 
 7) Ser eleito para vereador 
 Cessação da Incapacidade: 
 1º Quando cessar a sua causa ( menoridade ) 
 2º Pela emancipação, que pode ser: (artigo 5º., parágrafo único, CC/02) 
 a) Voluntário: concedida pelos pais, se o menor tiver 16 anos completos. 
 b) Judicial: declarado pelo juiz, por sentença, ouvido o tutor em favor do tutelado que já 
completou 16 anos. 
 c) Legal: É a que decorre de determinados fatos previstos na lei. art. 5º, parágrafo único, 
incisos II, III, IV e V. 
Extinção da Pessoa Natural: O fim da pessoa física ou natural será a morte, que pode ser: · 
 a) Real ou natural: a sua prova faz-se pelo atestado de óbito. Fim da pessoa humana, quando a pessoa 
pára de respirar e se deve verificar a qualidade da movimentação neurológica ou encefálica além da 
falência múltipla dos órgãos. (artigo 3º., Lei no. 9434) 
 b) Simultânea ou comoriência: Quando duas ou mais pessoas, falecem na mesma ocasião, não se 
podendo averiguar qual delas morreu primeiro, presumir-se-ão simultaneamente mortos, é o instituto da 
comoriência, que tem como conseqüência à não transferência de bens entre comorientes, ou seja, não se 
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estabelecea sucessão entre eles. (artigo 8º. , CC/02) 
 c) Presumida ou ficta: Para o CC de 2002 (art.7º) se for provado o perigo de vida ou quando alguém em 
campanha sumir num período de 2 anos. É a presunção da morte real e não mais sinônimo de ausência. 
O juiz deve fixar a data provável da morte, através de uma ação chamada: justificação para acento de 
óbito, em caso de catástrofe e não encontro do corpo. ( art, 88, Lei 6015/73 ) 
Sujeitos de Direitos 
Pessoa Jurídica: 
 É a entidade a que a lei empresta personalidade, capacitando-a a ser sujeito de direitos e 
obrigações. A sua principal característica é que atua na vida jurídica com personalidade diversa, dados 
indivíduos que a compõe. 
Requisitos para constituição da Pessoa Jurídica: 
 - Vontade humana criadora: é a intenção de criar a entidade 
 - Observância das condições legais, procedimentos legais etc. 
 - Liceidade de objetivos: objetivos ilícitos ou nocivos constituem causa da extinção da pessoa 
jurídica. 
Classificação da Pessoa Jurídica: 
 a) quanto as suas funções 
 a.1) De Direito Público: 
 a.1.1) Interno = municípios , estados 
 a.1.2) Externo = ONU, Santa Sé, Países 
 a.2) De Direito Privado 
 b) quanto a nacionalidade 
 b.1) Nacional 
 b.2) Estrangeira 
 c) quanto a estrutura interna 
 c.1) Corporação: 
 c.1.1) Associações 
 c.1.2) Sociedades: 
 c.1.3) Fundações; 
 c. 1.4) Entidades religiosas 
 c.1.5) Partidos políticos. 
Comentários ao item “1 a” - Pessoas Jurídicas de Direito Público: a pessoa jurídica de direito 
público tem sua origem na Constituição, é pessoa jurídica que surge espontaneamente, de uma 
elaboração social, como necessidade para ordenar a vida de determinada comunidade. Os Estados 
Federados e Municípios tem origem em sua própria Constituição ou na lei que os cria. 
Comentários a item "c": 
 Corporação é o conjunto ou reunião de pessoas, que visam a realização de seus próprios fins, seus 
objetivos são voltados para o bem de seus membros. Se subdividem em: Associações e Sociedades. 
 Associações: Sem fins lucrativos, mas religiosos, morais, culturais, desportivos ou recreativos. 
 Sociedades: A intenção é o lucro. Civis e Comerciais 
 Fundação: É a reunião de bens, tem objetivos externos estabelecidos pelo instituidor. AS 
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fundações constituem um acervo de bens, que recebe personalidade jurídica para realização de fins 
determinados, por exemplo: Fundação Roberto Marinho 
 Os bens das fundações são, a princípio, inalienáveis, porém, se comprovada a necessidade da 
alienação, esta pode ser autorizada pelo juiz competente, com audiência comprobatória do MP, sendo 
que o produto dessa alienação deve ser aplicada na própria fundação. A alienação feita sem autorização 
judicial é nula. A criação pode ser feita Intervivos ou pós-morte ( testamento ). Deve ser lícito o seu 
objeto e o MP deve sempre estar presente, para autorizar ou não, em qualquer mudança. 
OBS: 
 - Partidos Políticos são considerados Pessoa Jurídica de Direito Privado 
 - "Sociedade de Economia Mista" e "Empresa Pública" são considerados, pelo decreto-lei nº 
200/67, como tendo personalidade de pessoa jurídica de direito privado. 
 - As autarquias ( Caixa Econômica ), apesar de ser uma extensão do governo, segundo o decreto-lei 
nº200/67 tem personalidade jurídica de direito público 
 - Como também as entidades religiosas são consideradas pessoas jurídicas de direito privado, a 
alteração feita no CC/02 para incluí-las no rol das pessoas jurídicas era desnecessário, por se 
enquadrarem na espécie associação. 
 
Fases para a Constituição válida da pessoa jurídica: 
1a. Fase : Volitiva - a vontade criadora da pessoa natural, que se materializa num documento( ato 
constitutivo), onde faz constar como será a pessoa jurídica, seus orgão internos, administração, extinção 
etc 
2a. Fase: Administrativa – registro do ato constitutivo no respectivo órgão competente. 
Atos Constitutivos ou Documentos de Constituição da Pessoa Jurídica 
 Associação - Estatutos 
 Sociedade Civil - Contrato Social ou Mercantil 
 Fundação - Escritura Pública ou Testamento 
 
Locais de Registro 
 Sociedade - Junta Comercial (há exceções) 
 Demais - Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas 
Patrimônio como elemento não essencial : 
 Não é obrigatória a existência de patrimônio na pessoa jurídica. Apenas para as fundações ele é 
essencial, por sua própria definição. 
Sociedades Despersonalizadas: 
 Por falta de autorização ou de registro dos atos constitutivos não podem ser consideradas pessoas 
jurídicas, por não ter, ainda existência legal, sua existência é apenas fática. Todavia, a ausência de 
registro leva ao seu não surgimento jurídico, consequentemente a nãp possuir personalidade jurídica ou 
capacidade. São consideradas pelo Novo código Civil, como pessoas em comum art. 986 e ss., são 
pessoas despersonalizadas, desta forma seus membros responderão pessoalmente por todos os atos 
praticados em nome desta pessoa, que no código de 1916 era chamada de pessoa jurídica de fato. 
Responsabilidade Civil da Pessoa Jurídica de Direito Público 
 A pessoa jurídica de direito público tem responsabilidade civil, e tem que comprovar que não era 
culpada de um possível ilícito. Quem processa a pessoa jurídica de direito público não tem que provar 
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que a pessoa jurídica foi mesmo culpada. 
 Responsabilidade Civil da Pessoa Jurídica de Direito Privado 
 Tenha ou não fins lucrativos, essas pessoas respondem pelas ações lesivas de seus pressupostos. 
 E se uma empresa não tiver registro? Ela só tem a perder porque não terá direito nenhum, mas seus 
funcionários terão plenos direitos de processar esta pessoa caso aconteça algum ilícito. Este é o caso de 
desconsideração da personalidade jurídica, a empresa torna-se apenas um sujeito de obrigações e não de 
direitos. 
Transformações ou modificações da Pessoa Jurídica 
 Como tudo na vida, a pessoa jurídica ao longo de sua existência poderá sofre modificações ou 
alterações sem importar na sua extinção. As alterações ocorrem quando há alguma mudança de 
cláusulas nos atos constitutivos, que devem ser lavadas à registro para surtirem efeitos jurídicos. 
 A transformação é maior, como se uma pessoa jurídica deixe de existir para surgir outra. EX: 
cisão, incorporação e fusão. 
Extinção da Pessoa Jurídica artigos: 54, VI; 61;69,; 1028 e 1033 do CC 
 a) Convencional : Pela deliberação de seus membros, conforme quorum previsto nos documentos 
constitutivos ou em lei. 
 b) Legal : Em razão de motivo determinante na lei 
 c) Administrativa: Quando dependem de aprovação ou autorização do poder público e esta lhe é 
negada; ou quando praticam atos nocivos ou contrários a seus fins. 
 d) Natural : Resulta da morte de seus membros e não ficou estabelecido que a pessoa jurídica 
prosseguirá com os herdeiros. 
 e) Judicial : Quando se configura qualquer dos casos previstos em lei ou no estatuto, mas mesmo 
assim a sociedadecontinua a "existir", obrigando um dos sócios a ingressar em juízo. 
 
Grupos Despersonalizados: 
 Nem todo grupo que busca um fim comum, virá a constituir uma pessoa jurídica, dotada de 
personalidade jurídica. Há entidades que não podem ser submetidas ao regime das pessoas jurídicas do 
Código Civil, por lhes faltarem requisitos imprescindíveis à subjetivação, embora possam agir, sem 
maiores dificuldades, ativa e passivamente. São entes que se formam independentemente da vontade de 
seus membros ou em virtude de um ato jurídico que os vincula. Constituem uma comunhão de interesses 
ou um conjunto de direitos e obrigações, de pessoa e de bens sem personalidade jurídica e com 
capacidade processual, mediante representação. 
EX: Família, sociedade não persoficadas, massa falida, espólio e condomínio. 
 
Desconsideração da Personalidade Jurídica da Pessoa Jurídica 
 Prescreve o art. 50 CC, que as pessoas jurídicas tem existência distinta da dos seus membros. Esta 
regra, entretanto, tem sido mal-utilizada por pessoas desonestas, para prejudicar terceiros, as quais 
utilizam da pessoa jurídica como uma capa, para proteger os seus negócios escusos. A reação a esses 
originou a teoria da despersonalização da pessoa jurídica, a qual permite que o juiz, em casos de fraude 
e/ou má-fé desconsidere o art. 50 e os efeitos da autonomia da pessoa jurídica em relação a autonomia 
dos sócios para atingir e vincular os bens particulares destes a satisfação das dívidas da sociedade. 
 
Bens 
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O Código Civil trabalha com o conceito de bem que lhe é próprio. Ele se preocupa fundamentalmente 
com aspectos da patrimonialidade e da economicidade. E, esses aspectos, da patrimonialidade e da 
economicidade, também são utilizados para definir o conceito de bem. O bem é uma coisa muito 
genérica. 
 
Conceito de Bem: É tudo que satisfaz as necessidades das pessoas. O bem será jurídico quando este for 
protegido pelo direito. O bem jurídico nasce quando ele passa a ser disciplinado pelo Direito. Ex.: o ar é 
um bem jurídico, há regras de poluição ambiental, há disciplinas do ar. 
 Consiste em toda e qualquer coisa (corpórea ou incorpórea) suscetível de apropriação exclusiva 
pelo homem e de apreciação econômica. 
 A apreciação econômica está ligada à apropriação exclusiva, por exemplo, o ar que todo mundo 
tem, o mar que todos desfrutam não são suscetíveis de apreciação econômica e de apropriação. Então, é 
preciso que este bem, que venha a integrar o livre comércio, seja suscetível de avaliação econômica. 
Com isso fica visível a diferença entre bem e coisa. 
 
Distinção entre bem e coisa: o conceito de bem para o C. Civil está ligado à característica da 
economicidade. Para o CC, tudo o que não tenha característica econômica passa a ser coisa e não 
integra o livre comércio jurídico. É o caso do cadáver que para o Cód. Civil não é um bem, é coisa. 
 O conceito de bem para o CC distingue-se do conceito de coisa, eis que esta, por não ser suscetível 
de apreciação econômica, não pode ser conceituada ou classificada como bem, sendo importante 
ressaltar que para o CC os conceitos de patrimonialidade e economicidade são fundamentais para erigir 
a coisa ao conceito de bem. 
 
Patrimônio: É o conjunto de bens apreciável economicamente. A principal função (importância) do 
patrimônio de uma pessoa é que este é a garantia de um eventual credor. A natureza jurídica do 
patrimônio, isto é, sua origem jurídica e de universalidade de direito (art. 57, CC), visto que é um 
conjunto, assim determinado pela força legal. 
Classificação dos bens segundo o Código Civil 
 
Quanto a mobilidade (móvel e imóvel) : 
Móvel é tudo que se locomove por força própria ou alheia 
 Imóvel é tudo que não é capaz de se locomover por nenhum tipo de força 
Segundo o jurista Caio Mario da Silva Pereira :“Definem-se os imóveis como sendo as coisas que 
não se podem transportar, sem destruição, de um para outro lugar, calcada num critério distintivo 
natural; 
Existem “....outros bens a que se liga o atributo da imobilidade, sob o aspecto jurídico, apesar de não 
se lhes aplicar a fórmula da insuscetibilidade de transporte invulnerável 
“O Código conhece quatro categorias de imóveis 1º) por natureza; 2º) por acessão física; 3º) por 
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acessão intelectual; 4º) por determinação legal”. 
Obs.: o móvel por força própria também é chamado de sememovente. 
Obs.: Quanto aos direitos, a lei distingue entre móvel e imóvel , sendo assim chamados de bem móvel 
ou imóvel por determinação legal. No tocante ao assunto do navio por sua natureza trata-se de um bem 
móvel, mas se sujeita a hipoteca (direito real, sobre bem imóvel), havendo assim discussão na doutrina 
quanto a sua caracterização patrimonial. 
Quanto a fungibilidade (fungível e infungível) 
 Fungível – pode ser trocado por outro bem de mesmo gênero, quantidade ou qualidade. 
 Infungível – não pode ocorrer a substituição 
 São aqueles que podem ser substituídos por outro da mesma espécie, qualidade e quantidade, 
enquanto que os bens infungíveis não admitem substituição. 
 Mas, a infungibilidade às vezes pode ser convencional também. Você pode por contrato, por 
convenção, transformar bens fungíveis, que seriam naturalmente fungíveis, em bens infungíveis, sem 
problema algum. Por exemplo: João vai montar um bar e Pedro empresta para ele 50 garrafas de 
Buchanan’s 12 anos. 
 A rigor, João poderia inaugurar o bar, servir o Buchanan’s e depois da inauguração, João 
compraria 50 garrafas e as entregaria a Pedro. Mas, Pedro, ao entregar as garrafas a João, celebrou com 
este um contrato em que especificava que não queria outras, pois aquelas têm um valor sentimental para 
ele e, portanto, só as emprestaria para que servissem de adorno, para que ficassem em exposição. 
 É importante que se conheça os conceitos de fungibilidade e infungibilidade, pois, lá nos 
contratos, quando se estiver estudando o contrato de mútuo e de comodato, e até de depósito, vai se ver 
que a fungibilidade e a infungibilidade é a tônica desses contratos.. 
 
Quanto a divisibilidade (divisível e indivisível – art. 52, CC)) 
Divisível – é o bem que juridicamente admite o fracionamento, isto é, cada parte guarda as 
características do todo. 
Indivisível – é o bem que juridicamente não admite o fracionamento..1. Divisíveis 
O bem pode partir-se em frações iguais e cada fração resultante daquela partilha resulta em uma 
autonomia. Ela por si só é autônoma e aquele todo que se forma é dotado de consistência jurídica e 
econômica, ele pode integrar o comércio jurídico. 
 Na indivisibilidade não se pode fracionar a coisa sob pena de perder a consistência jurídica e 
econômica que ostenta. 
 
Indivisibilidade natural: 
 Às vezes a impossibilidade de fragmentação do bem decorre da natureza. Por exemplo t4enho um 
touro reprodutor que só é utilizado para cobertura das vacas. Este touro terá serventia se for abatido e 
partido em 3? Não. A finalidade dele é para reprodução. Logo, só tem consistência jurídica econômica 
se estiver vivo. Um quadro que tenha 3 proprietários, não dá para reparti-lo em 3 partes. Como ficaria? 
Um ficaria com a tela, o outro com a moldura e o outro com os pregos? Não dá. Estamos, portanto, 
diante de uma indivisibilidade natural. 
 
Indivisibilidade legal. 
 Mas, às vezes o bem pode ser naturalmente fracionável. Às vezes o bem admite que cada parte 
resultante da fragmentação seja dotada

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