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Terceirização e Trabalho Temporário

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DIREITO DO TRABALHO Aula 14/03/18
TERCERIZAÇÃO
Vimos que o Trabalho Temporário é uma espécie/tipo de TERCEIRIZAÇÃO e que a TERCERIZAÇÃO é uma relação TRILATERAL realizada entre o TOMADOR de serviço, a INDENIZADORA e o TRABALHADOR, vimos que a TERCERIZAÇÃO é uma manifestação da FLEXIBILIZAÇÃO e vimos também alguns tipos de TERCERIZAÇÃO, vimos no art. 455 que é a subempreitada, e agora vamos falar do Trabalho Temporário, que é a Lei 6019/74. Tratamos também da responsabilidade na TERCEIRIZAÇÃO.
TERCEIRIZAÇÃO - É a relação trilateral formada entre trabalhador, intermediador de Mão de Obra (contratada) e o tomador de serviço (contratante). Técnica de organização do processo produtivo por meio do qual a tomadora ou cliente, por conveniência ou oportunidade, contrata uma empresa, compreendida como prestadora para prestar serviços
Uma empresa prestadora de serviços é contratada por outra empresa para realizar serviços determinados e específicos. A prestadora de serviços emprega e paga o trabalho realizado pelos funcionários. Não há vínculo empregatício entre a empresa contratante e os trabalhadores das empresas prestadoras de serviços.
Teoricamente, o objetivo da terceirização é diminuir os custos e melhorar a qualidade do produto ou do serviço.
				EMPRESA DE TRABALHO TEMPORÁRIO
RELAÇÃO TRILATERAL
		 TRABALHADOR			TOMADOR
HISTÓRICO
1- Art. 455 CLT: subempreitada OJ 191
2- Lei 6019/74: Trabalho Temporário
3- Lei 7102/83: Vigilância 
4- Súmula nº 256 do TST: CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. Legalidade. (Cancelada) 
Salvo os casos de Trabalho Temporário e de Serviço de Vigilância, previstos nas Leis nº 6.019, de 03/01/1974, e 7.102, de 20/06/1983, é ILEGAL a contratação de trabalhadores por empresa interposta, formando-se o vínculo empregatício diretamente com o tomador dos serviços.
5 – Súmula 331 do TST - As hipóteses de terceirização. Foram incluídas as atividades de conservação, limpeza e outras ligadas à atividade-meio do tomador ou de mão de obra especializada, sempre com a ressalva da INEXISTÊNCIA de pessoalidade e subordinação direta com o tomador.
TRABALHO TEMPORÁRIO – LEI 6019/74
O Trabalho Temporário é regulamentado inicialmente pela Lei 6019/74, ele é um tipo de TERCEIRIZAÇÃO porque temos uma relação TRILATERAL entre Trabalhador, Tomador de Serviço e a Empresa de Trabalho Temporário que é a intermediadora.
Esta Lei foi alterada por DUAS leis, inicialmente pela Lei 13.429/17 e posteriormente pela Lei 13.467/17. Para alguns autores estas alterações representava uma nova regulamentação e as alterações previstas nestas leis se estende para TODAS as hipóteses de TERCEIRIZAÇÃO, ou seja, a Lei permitiu, que esse Trabalho Temporário agora possa terceirizar não só a atividade meio como a atividade fim, e além disso a legislação também veio confirmar esta alteração, porém há outra parte da doutrina dizendo que esta possibilidade de alteração da atividade meio e fim da TERCEIRIZAÇÃO, é apenas para regulamentação do TRABALHO TEMPORÁRIO. Não podemos esquecer que temos estes dois posicionamentos, porque vamos encontrar divergências na doutrina e publicações na internet.
Há uma tendência de considerar a Lei 13.429/17, como geral, para toda e qualquer tipo de TERCEIRIZAÇÃO. Porém esquecem que esta Lei veio para alterar alguns dispositivos da Lei 6019/74, e se formos ler o trecho da Reforma da Lei 13.467/17, lá na parte final, que fala da alteração do Art. 4 da Lei 6019/74, então a alteração é especifica desta Lei, portanto é apenas para Trabalho Temporário e NÃO para qualquer tipo de TERCEIRIZAÇÃO. Este posicionamento é o que a professora acha mais correto.
Começamos a falar do Trabalho Temporário. Vimos a regulamentação anterior a Lei 6019/74, que fala que a atividade de Trabalho Temporário é a atividade que o Tomador buscava a contratação em razão de um acréscimo da mão de obra ou para substituição de um pessoal permanente. Essa era a hipótese de contratação de Trabalho Temporário.
O trecho da Reforma e o trecho da Lei 13.429/17, o art. 4º da nova regulamentação, vai dispor que é possivel terceirizar TODA e qualquer atividade, inclusive a Atividade Principal.
Art. 4o-A.  Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução, pela nova regulamentação o que muda é que pela Lei do Trabalho Temporário é possivel TERCEIRIZAR qualquer atividade independente se for atividade fim, se for atividade meio. A Lei 13.429/17 saiu no primeiro semestre de novembro/17 e ela foi criada SÓ para alterar a Lei 6019/74. A Lei 13.467/17, é da Reforma Trabalhista que veio alterar diversos dispositivos da CLT e também de algumas leis, como: alterou a Lei do FGTS, a Lei Previdenciária, assim como alterou a Lei 6019/74. A alteração foi significativa. Tudo isso vimos na aula passada.
TIPOS
A terceirização pode ser dividida em:
a) Terceirização permanente ou temporária;
b) Terceirização de atividade-fim ou de atividade-meio - Entende-se por atividades-meio, àquelas funções ou tarefas empresariais e laborais que não se ajustam ao núcleo da dinâmica empresarial do tomador dos serviços. O Projeto de Lei 4.330/2004, em trâmite no congresso nacional, autoriza a terceirização da atividade-fim.
c) Terceirização voluntária ou obrigatória;
d) Terceirização pelo ente público, art. 37, II CF – ADC nº 16, que entendeu ser constitucional o art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93, segundo o qual a inadimplência de contratado pelo Poder Público em relação a encargos trabalhistas, fiscais e comerciais NÃO transfere a responsabilidade por seu pagamento à Administração Pública, salvo se houver culpa.
Terceirização ilícita = Vínculo + responsabilidade Solidária
Na hipótese de fraude aos preceitos trabalhistas, determina a ordem jurídica que se considera desfeito o vínculo laboral com a empresa terceirizada, formando-se o vínculo empregatício com o tomador, incidindo sobre o contrato de trabalho todas as normas pertinentes à efetiva categoria obreira, salvo no caso da Administração Pública, art. 37, II § 2º CF. Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.
Responsabilidade subsidiária/solidária
Regular a terceirização, o item IV da Súmula 331 do TST prevê a responsabilidade subsidiária do tomador de serviços diante do inadimplemento das obrigações trabalhistas por parte do empregador (empresa terceirizada), desde que tenha participado da relação processual e conste no título executivo judicial. 
Há responsabilidade solidária quando a subcontratação for irregular, hipótese em que o vínculo se forma com o tomador – aplicação dos arts. 186 c/c 927 c/c 942 do Código Civil (culpa in contrahendo, in eligendo e in vigilando).
Agora vamos continuar esta leitura do Trabalho Temporário.
TRABALHO TEMPORÁRIO - Lei 6019/74, Alterada pelas leis 13.429/17 e 13.467/17
Art. 2o Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços. 
Vamos esclarecer primeiro o que é subempreitada. Vamos fazer de conta que vc contratou a construtora para reforma de uma casa. A TOMADORA será a construtora. Porém a construtora observa que no projeto vai precisar de uma mão de obra especializada, que ela não possui, então ela vai contratar uma subempreiteira, ou seja vai contratar uma empresa que tenha esta mão de obra especializada. Observem que
o dono da obra não apareceu nesta relação Trilateral, significa que o trabalhador da subempreiteira vai poder responsabilizar o dono da obra? A priori NÃO. A OJ 191 vai dizer que o dono da obra só será responsabilizado se ele for de uma incorporadora ou de uma construtora, se estiver no mesmo ramo de atividade, do contrário não poderá ser responsabilizado.
A subempreiteira é algo muito próximo que a nova legislação trouxe que é a QUARTEIRIZAÇÃO.
Quarteirização: art. 4-A §1 – possibilidade de a empresa prestadora de serviços subcontratar outras empresas para realizar os serviços contratados. A empresa intermediadora e a empresa cliente serão responsáveis subsidiárias.
Na TERCEIRIZAÇÃO em geral temos uma relação TRILATERAL. Na QUARTEIRIZAÇÃO é como se tivéssemos uma relação em 4 partes. Não é igual na subempreiteira, porque na subempreiteira o dono da obra NÃO entra na responsabilização, não integra, só se ele for membro da construtora.
Ex.: eu tenho uma indústria, e resolvo terceirizar a alimentação dos empregados, o serviço de limpeza e a segurança da empresa. O que faço? Chamo uma empresa terceirizada que assume a responsabilidade. Porém esta empresa terceirizada não faz tudo. O que ela faz? Ela repassa para outrem. Então é como se tivéssemos um triangulo. Temos um TOMADOR que contrata uma intermediadora para prestação desses serviços e esta por sua vez não detém toda a especialidade da mão de obra, vai contratar as empresas especificas como por exemplo; ela vai ter que contratar uma empresa de vigilância para fazer a segurança, porque ela não pode, ela é uma terceirizada, não tem esta finalidade especifica. Esses trabalhadores, os vigilantes, o pessoal da limpeza, o da alimentação vão prestar serviço no estabelecimento do TOMADOR. Esses trabalhadores quando ingressar com ação na Justiça Trabalho, vão acionar primeiro quem? Vão acionar o seu empregador. Porém a INTERMEDIADORA e o TOMADOR serão chamados para responde de forma subsidiária. O fato de existir a QUARTEIRIZAÇÃO NÃO vai eximir a reponsabilidade do TOMADOR.
VIGILÂNCIA			 INTERMEDIADORA
	 ALIMENTAÇÃO			 LIMPEZA
		
	 TRABALHADOR			 TOMADOR
A VIGILÂNCIA É UMA TERCEIRIZAÇÃO OBRIGATÓRIA!
Duração: até 180 dias, podendo ser prorrogado até 90 dias, art. 10 §§ 1 e 2 da lei.
Este prazo é da Lei de Contrato de Trabalho e NÃO da Terceirização.
Art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe vínculo de emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho temporário.
§ 1º O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá exceder ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não. 
§ 2º O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou não, além do prazo estabelecido no § 1o deste artigo, quando comprovada a manutenção das condições que o ensejaram. 
Percebemos então que o prazo é 180 + 90 dias. Mudou? Mudou, antes eram 3 meses, e agora passou para 180 dias, podendo ser prorrogado por mais 90 dias.
Atividades terceirizadas – o Art. 5 –A permiti a terceirização de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal.
Art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal.
DIREITOS DOS TERCEIRIZADOS – art. 12 da lei 6019/74. 
Art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes direitos:
a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa tomadora ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário mínimo regional;
b) jornada de oito horas, remuneradas as horas extraordinárias não excedentes de duas, com acréscimo de 20% (vinte por cento);
c) férias proporcionais, nos termos do artigo 25 da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966;
d) repouso semanal remunerado;
e) adicional por trabalho noturno;
f) indenização por dispensa sem justa causa ou término normal do contrato, correspondente a 1/12 (um doze avos) do pagamento recebido;
g) seguro contra acidente do trabalho;
h) proteção previdenciária nos termos do disposto na Lei Orgânica da Previdência Social, com as alterações introduzidas pela Lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973 (art. 5º, item III, letra "c" do Decreto nº 72.771, de 6 de setembro de 1973).
§ 1º - Registrar-se-á na Carteira de Trabalho e Previdência Social do trabalhador sua condição de temporário.
§ 2º - A empresa tomadora ou cliente é obrigada a comunicar à empresa de trabalho temporário a ocorrência de todo acidente cuja vítima seja um assalariado posto à sua disposição, considerando-se local de trabalho, para efeito da legislação específica, tanto aquele onde se efetua a prestação do trabalho, quanto a sede da empresa de trabalho temporário.
O empregado sendo terceirizado ou não, tem os mesmos direitos trabalhistas. Porque a legislação abriu este tópico, este parágrafo e acrescentou este dispositivo para falar dos direitos? Para ressaltar e proibir algumas diferenças que infelizmente, haviam e ainda existem entre trabalhadores contratados diretamente pelo Tomador e trabalhadores Terceirizados. A legislação veio proibir esta diferença.
 O art. 4 C confere certa igualdade entre os terceirizados e os empregados da empresa tomadora de serviço, no tocante a:
a) alimentação garantida aos empregados da contratante, quando oferecida em refeitórios;
b) direito de utilizar os serviços de transporte;
c) atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da contratante ou local por ela designado; (lembrando que é tratamento ambulatorial, não é plano de saúde)
d) treinamento adequado, fornecido pela contratada, quando a atividade o exigir.
II - sanitárias, de medidas de proteção à saúde e de segurança no trabalho e de instalações adequadas à prestação do serviço. (a legislação tomou cuidado neste aspecto para que o Tomador não diferencie quanto a medida de saúde e segurança).
QUARENTENA
Outra preocupação da Lei do Trabalho Temporário diz respeito a QUARENTENA. Como a Terceirização permite que tanto como as atividades meio quanto as atividades fim, facilitaram a vida do empregador, o que eles pensaram? Que muitos empregadores poderão demitir seus empregados, para contrata-los posteriormente como terceirizados, por isso colocaram uma cláusula chamada QUARENTENA.
O art. 5-C e D - O empregado que for demitido NÃO poderá ser contratado por empresa prestadora de serviços e atuar como empregado terceirizado da sua antiga empregadora, no prazo de 18 meses. Impede que uma empresa force seus trabalhadores a se tornarem pessoas jurídicas (PJ) para contratá-los como empresa e não arcar com as obrigações trabalhistas. Evita a substituição de empregados por terceirizados.
A QUARENTENA vai estabelecer um prazo mínimo de 18 meses.
Sabemos que é real esta possibilidade de contratar, então o empregador vê esta facilidade, pois, ele sabe que o custo de um empregado é maior do que o custo de um terceirizado. Porque? Porque agora ele não pertence mais a uma categoria, não tem piso, não tem condições mínimas de trabalho. Então para diminuir custos ele demite o empregado e o contrata novamente, por gostar da mão de obra do mesmo, como terceirizado. Porém ele não poderá voltar na condição de terceirizado e nem na condição de intermediador antes de decorrer o prazo de 18 meses. A QUARENTENA foi um aspecto positivo da Lei.
QUESTÕES
Banca: IADES A respeito de terceirização no direito do trabalho e considerando as Súmulas do Tribunal Superior do Trabalho, assinale a alternativa correta.  
a) A contratação de trabalhadores por empresa interposta é legal e forma vínculo direto do trabalhador com o tomador dos serviços.
b) A contratação de trabalhadores por empresa interposta é legal e não forma vínculo direto do trabalhador com o tomador dos serviços, salvo se presentes a pessoalidade e subordinação.  
c) A contratação irregular
de trabalhador, mediante empresa interposta, gera vínculo de emprego entre o trabalhador e os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional. 
d) Forma vínculo de emprego entre o trabalhador e o tomador a contratação de serviços de vigilância e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. 
e) O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade solidária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial.  
QUESTÃO DISCURSIVA: 
Uma empresa prestadora de serviço de terceirização de mão de obra para a administração pública fechará as portas por problemas de caixa. A decisão afetará milhares de empregados da prestadora lotados em diversos órgãos do governo federal, entre ministérios, agências reguladoras, autarquias e fundações. Conforme denúncia veiculada em jornal de grande circulação, empregados da empresa lotados em vários órgãos da administração direta e indireta não receberam o salário no mês passado.
Poderá ser a administração pública responsabilizada? Caso positivo, de que forma?
Aqui encerra o Trabalho Temporário, porém a professora achou por bem fazer um paralelo com a Cooperativa de trabalho.
Muitos confundem Cooperativa de Trabalho com Terceirização, porém não é a mesma coisa.
Cooperativa de Trabalho- é a sociedade constituída por trabalhadores que se obrigam reciprocamente a contribuir com bens ou serviços para o exercício de atividades laborativas ou profissionais, com proveito comum, autonomia e autogestão. É regida pelas leis 12.690/12 e a Lei 5.764/71.
Temos aí a união de esforços, é como se eu trabalhasse de forma independente, de forma autônoma e para potencializar a minha produção, eu vou me unir a outros trabalhadores que tenham a mesma função.
A cooperativa NÃO é uma intermediadora, ou uma simples fornecedora de mão de obra, ela é diferente da Terceirização. A Intermediadora é uma simples fornecedora de mão de obra. Já a cooperativa tem o proposito de unir esforços e potencializar a produção. O cooperado é autônomo, é independente, não é empregado como o Terceirizado.
O Art.7º da Lei 12690 diz: A Cooperativa de Trabalho deve garantir aos sócios os seguintes direitos, além de outros que a Assembleia Geral venha a instituir:
I - retiradas não inferiores ao piso da categoria profissional e, na ausência deste, não inferiores ao salário mínimo, calculadas de forma proporcional às horas trabalhadas ou às atividades desenvolvidas; 
II - duração do trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) horas semanais, exceto quando a atividade, por sua natureza, demandar a prestação de trabalho por meio de plantões ou escalas, facultada a compensação de horários;
III - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
IV - repouso anual remunerado;
V - retirada para o trabalho noturno superior à do diurno;
VI - adicional sobre a retirada para as atividades insalubres ou perigosas;
VII - seguro de acidente de trabalho.
Apesar da Lei ter dado uma garantia mínima a este cooperado, porém ele não é empregado.
CONTRATOS DE TRABALHO
CONCEITO: é o acordo expresso ou tácito em que o TOMADOR contrata uma pessoa física para prestar serviço com PESSOALIDADE, SUBORDINAÇÃO, HABITUALIDADE e mediante salário.
Art. 442 CLT - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego.
Parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela.
O contrato de trabalho é um acordo. Este acordo pode ser expresso ou tácito.
			 ESCRITO
 EXPRESSO
ACORDO		 VERBAL
		TÁCITO – É o ajuste não expresso.
Sabemos que o contrato expresso não é só aquele que é escrito. Expresso significa que o ajuste foi externado/exteriorizado/ajustado pelas partes, e esta exteriorização pode ser de forma escrita ou verbal.
O contrato Tácito é o ajuste não expresso, sem que tenha havido qualquer manifestação expressa das partes, dependendo apenas de um comportamento. 
Ex.: uma empregada doméstica desenvolvendo atividades para certo Tomador. O marido desta empregada doméstica ficou desempregado e passou a leva-la para o trabalho de carro, e a empregadora que ficou sabendo desta situação, aproveitou o momento em que ele ia deixá-la, pedia para que ele prestasse alguns serviços, como: lavasse o muro, cortasse a grama, limpasse o quintal, e para cada serviço que era realizado, ela lhe dava um determinado valor. Passado um período, chega uma notificação da Justiça do Trabalho a empregadora. Era o trabalhador buscando a compensação do vínculo.
Tinha ONEROSIDADE? TINHA. 
Tinha HABITUALIDADE? Basta comprovar 3 dias na semana.
Tinha SUBORDINAÇÃO? SIM. Era a empregadora que dizia o que tinha que ser feito e como ser feito.
Neste caso houve o preenchimento de todos os requisitos.
Eles não ajustaram o contrato, pois nenhuma parte tinha esta intenção no momento. Porém preenchia os requisitos, e é isto que o Legislador quer dizer como contrato Tácito.
CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE TRABALHO:
1. PRIVADO – ele é privado porque os sujeitos são particulares e o interesse é privado. O empregado tem interesse na contraprestação e o empregador tem interesse na prestação de serviço. 
2. CONSENSUAL – o contrato é consensual, claro se é um ajuste, uma convenção, precisa de um consenso, da manifestação de vontade das partes, e esta manifestação pode ser expressa ou tácita.
3. BILATERAL – é realizado entre as partes sem intermediadores. Bilateral não quer dizer que são duas partes. Se houver um contrato de uma banda? São por exemplo 6 empregados.
4. SINALAGMÁTICO – significa que os direitos e deveres são recíprocos/iguais. O empregado tem direito de receber a contraprestação, porém tem o dever de prestar serviço. O empregador tem o direito a prestação de serviço e o dever de remunerar o empregado. 
5. ONEROSO – o contrato não pode ser gratuito, não pode ser voluntário, senão, não é contrato de trabalho. Tem que ter remuneração
6. DE TRATO SUCESSIVO – significa que os direitos e as obrigações se renovam. O contrato não é de prestação única. Ex.: vc contrata uma pessoa para a instalação de um central de ar. A pessoa instala e pronto. Acabou. O contrato de trabalho não é assim, pois a cada dia de prestação renova-se o direito da contraprestação e o dever de prestar o serviço. Princípio da Continuidade da relação de emprego.
ELEMENTOS DO CONTRATO
São os mesmos vistos no contrato civil: SUJEITO, OBJETO, FORMA, CONSENTIMENTO, CAUSA.
Só que nós vamos adaptar. Vamos começar pelo sujeito:
SUJEITO- tem que ser capaz.
Quando é que o trabalhador tem capacidade para celebrar e desenvolver um contrato de trabalho?
De 14 até 16 anos incompletos, a capacidade é só na condição de APRENDIZ.
A partir de 16 anos, pode celebrar contrato de trabalho, salvo nas atividades em ambientes insalubres, perigosos e no período noturno, como dispõe o Art. 7º XXXIII CF - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.
Também nas atividades elencadas na Convenção 182 da OIT
A partir de 18 anos é capaz para celebrar qualquer contrato de trabalho. Em regra. Porque? Porque existem legislações específicas que dispõe regras de capacidade diferenciada. Ex.: Lei do Vigilante, para ser vigilante tem que ter 21 anos. Peão de rodeio, para ser peão de rodeio tem que ter 21 anos. Jogador de futebol.
Art. 439. É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários. Tratando-se, porém, de rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao menor de 18 (dezoito) anos dar, sem assistência dos
seus responsáveis legais, quitação ao empregador pelo recebimento da indenização que lhe for devida.

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