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COAGULAÇÃO – Ver transcrição EXAMES E HISTÓRIA FAMILIAR ESTUDO DA COAGULAÇÃO São os exames feitos normalmente para triagem e diagnostico. -Tempo de Tromboplastina Parcial: Anormal: >10% do Normal – os valores de referência variam com o laboratório. Esse exame avalia a via intrínseca (fatores XI, IX, VIII, V, X, XII e XIII). -Tempo de Protrombina: -11´´- 12´´ -RNI: 1-1.2. Atualmente, não se realiza nenhum estudo e controle de tto sem se utilizar o RNI, pois a normalidade do TP varia muito de acordo com a tromboplastina utilizada pelo laboratório. Esse exame avalia a via extrínseca (via comum (V, II, X e XIII) e ...) -Tempo de Trombina: 18´´- 20´´. Avalia fibrinogênio. Avaliado na CIVD, púrpura trombocitopenica trombótica, que são condições em que ocorre consumo de trombinogênio. (Os valores normais são fornecidos pelo laboratório. Dependem do material usado) -Contagem de Plaquetas: 140.000 a 400.000/µl -Tempo de Sangramento padronizado: < 10´ Utiliza-se uma lâmina de bisturi com 1 mm de profundidade e 1 cm de comprimento para realizar 3 cortes na face anterior do antebraço e realiza-se a média do tempo para parar de sangrar. O tempo médio é de 10 minutos. -Dosagem de Fibrinogênio: 250-400mg/dl -Dosagem dos fatores de coagulação devem sempre estar acima de 50% de sua atividade. Abaixo disso já dizemos que há alteração. Temos a lesão vascular e 3 caminhos do sistema de coagulação. O primeiro é chamado de hemostasia primária, que depende de vasos e plaquetas – tem-se a adesão plaquetária (alterada na doença de Von Willebrand), reação de liberação e ativação de GPIIbIIIa, que leva a agregação plaquetária e formação da rolha plaquetária temporária. Essa via permite estancar o sangramento em 10 minutos. contudo é necessário que ocorra a coagulação propriamente dita para que se forme o coágulo sobre essa rolha de fibrina. Se isso não ocorre, esse paciente, depois de 12-24 horas, irá voltar a sangrar, pois esse é o tempo que dura o tampão plaquetário. Isso é o que ocorre na hemofilia – o tempo de sangramento é normal e sua queixa inicialmente é de dor articular devido a hemartroses. Esses pacientes tem que entrar imediatamente em tratamento com uso de fatores de coagulação VIII ou IX. O outro caminho é através da ativação do sistema de contato, que dá a ocasião para que ocorra a VIA INTRÍNSECA, que depende dos fatores de contato, que são: fator XII, calicreína e trombinogênio de alto peso molecular. A via extrínseca tem o fator tissular (fator III) e o fator VII. Essas vias culminam com a ativação do fator X, que, jutno com o fator V, forma o complexo pretrombinico, que transforma o fibrinogênio em fibrina (essa é a via comum). O tempo de tromoplastina parcial ativado avalia a VIA INTRÍNSECA – se houver qualquer alteração de fator de coagulação na alça inicial ou na via comum, haverá TTPa alterado. O tempo de protrombina avalia a via EXTRÍNSECA, e se houver alteração dos fatores VII (não há deficiencia de fator tissular) e da via comum, o TP estará alterado. Por isso não temos como avaliar o paciente com apenas um estudo de coagulação – é sempre necessário associar TTPa e o TP, pelo menos. Há a formação do coagulo de fibrina, que é instável e requer a presença de fator XIII para estabilizá-lo e torna-lo insolúvel. O fator XIII não participa da via intrínseca e nem da via extrínseca. Deficiência de fator XIII são raras e o paciente apresenta quadros de hemofilia desde crianças, deficiência de cicatrização cirúrgica. A doença de VW, além de ter deficiência de fator VIII (pois o fator de VW carrega o fator VIII – sem ele o fator VIII é destruído e o paciente tem deficiencia de fator VIII), o fator de VW é importante para a adesão e agregação plaquetária, havendo alteração da fase de hemostasia também. Se tivermos um paciente com historia de hemorragia, tempo de sangramento aumentado e contagem de plaquetas normais deve-se investigar distúrbios de fator VIII – TTPa (avalia fator VIII, IX e XI). Se for anormal, isso é indicativo de DVW. Existem exames mais difíceis de serem realizados para estudar a agregação das plaquetas induzidas pela ristocetina, que é um atb que induzia alteração de agregação plaquetária – quando utilizada, induz a agregação, que será alterada. É uma doença muito difícil de ser feito diagnostico. a dificuldade maior é fazer o dx, pois depende do estudo dos multimeros do fator de von wilebrand, que tem de 200-10.000 kD. O FVW quando é produzido deve ser clivado. .... Se o TTPa é normal, não se trata de DVW. Nesses casos, deve-se fazer estudos da função plaquetária para avaliar se há disfunções plquetárias. Se temos um TTPa normal, significa que a via intrínseca está normal. Se temos TP anormal, significa que a via extrínseca está anormal. Se a via intrínseca está normal, a via comum está normal também, então o defeito está na alça superior, a via extrinseca, que é o fator VII e fator III. Paciente com TTPa anormal, pode indicar alteração da alça superior da via intrínseca ou da via comum. Se tiver uma TP normal, a via comum está normal, então o defeito está na intrínseca que é ..., mas apenas fator VIII e IX podem causar doença (fator XI pode também, mas é muito raro – hemofilia C). Paciente com TTPa alterado e TP alterado – provavelmente isso é alteração da via comum. Nesses casos, pesquisar fator X, V, protrombina e fibrinogênio. DISTINÇÃO CLÍNICA ENTRE: Doenças de vasos ou plaquetas (hemostasia primária- “doenças purpúricas”) Doenças da coagulação ACHADOS 1 (púrpura trombocitopênica) 2 (doenças da coagulação) Petéquias Característica Raras Hematomas profundos dissecantes Raros Característicos Equimoses superficiais Característica: pequenas e múltiplas Comum: grande e solitária (não há múltiplas) Hemartrose Rara Característica Sangramento tardio Raro Comum (inicialmente o sangramento é mínimo, mas depois sangra mais) Sangramento superficial: cortes- arranhões Profuso e persistente no início Mínimo Sexo + comum em mulheres 80-90%: homens e hereditárias Historia familiar Rara Comum HISTÓRIA FAMILIAR Positiva Doenças hereditárias Recessivas ligadas ao sexo Recessivas autossômicas Dominantes autossômicas Hemofilia A- fator VIII Outros fatores Doença de Von Willebrand Hemofilia B- fator IX Trombocitopatias hereditárias Negativa Doenças adquiridas Defeitos da coagulação Defeitos da hemostasia Defeitos combinados Fatores de coagulação dependentes da vitamina K Trombocitopenia C.I.D. Trombocitopatias a drogas PÚRPURAS PÚRPURAS TROMBOCITOPÊNICAS PRODUÇÃO DIMINUÍDA-(Megacariócitos diminuídos): -Congênita: PT com ausência de rádio (Fanconi) -Adquirida: -Aplasia -Neoplasias e Antineoplásicos -A.Megaloblástica -Alcool -Tiazídicos DESTRUIÇÃO AUMENTADA: -Congênita: Neo natal: -Mãe com PTI (púrpura trombocitopênica idiopática – os Ac passam através da placenta para a criança) -Incompatibilidade -Adquirida: -PTI (Imunológica): -Primárias (Idiopática) -Secundárias SUBTIPOS DE ACORDO COM O TEMPO DE DIAGNÓSTICO: -Recente: até 3 meses - Aguda: Em crianças; 80% resolve dentro de um ano -Persistente: 3 a 12 meses -Crônica: > de 12 meses FASES DA DOENÇA: -Doença recém diagnosticada: dentro dos 3 meses do diagnóstico. - Aguda: Em crianças: 80% resolve dentro de um ano -PTI persistente: -de 3 a 12 meses do diagnóstico.-Inclui pacientes que não tiveram remissão espontânea ou que não mantiveram a remissão, após resposta completa, pós suspensão do tratamento. -PTI crônica: durando mais de 12 meses -PTI grave: -Presença de sangramento que exija intervenção imediata. -Ocorrência de novos sangramentos que requeiram aumento de dosagem dos medicamentos ou tratamento adicional com outras drogas FISIOPATOLOGIA: -3 grupos de células fundamentais: -Macrófagos e células dendríticas não reconhecem a plaqueta como próprias e ele vai encaminhar essas células para o sistema imunológico e as células T e B irão reconhecer como corpo estranho, sendo produzidos anticorpos contra as plaquetas -T -B -O que leva à produção de autoanticorpos? -Proliferação de células t induzindo a falha na manutenção da tolerância de autoantígenos? Púrpura Trombocitopênica Imunológica(PTI) Consenso de Vincenza 2007 -Blood 2009 12/3 PTI PRIMÁRIA (IDIOPÁTICA): -Doença autoimune caracterizada por trombocitopenia isolada(<100.000/ul), na ausência de outras causas ou doenças que possam estar associadas a trombocitopenia. O diagnóstico permanece como de exclusão. Nenhum parâmetro clínico ou laboratorial está disponível atualmente para o estabelecimento acurado do diagnóstico. -O principal problema clínico é o risco aumentado de sangramento, embora este possa não estar sempre presente PTI SECUNDÁRIA: -Todas as trombocitopenias imune-mediadas, com exceção da PTI primária*. *PTI deve ser seguido pelo nome da causa ou doença associada entre parênteses: (Induzida a droga) (Associada a lupus) (Associada a HIV) etc... PÚRPURAS TROMBOCITOPÁTICAS HEREDITÁRIAS: -Bernard-Soulier : GPIb -Doença de Glanzmann: GPIIb/IIIa -Doença dos grânulos: -Densos(ADP-ATP-Ca++-Serorotina) -Alfa ( plaqueta cinzenta) - Doença de Von Willebrand ADQUIRIDAS: -Drogas Antiplaquetárias HEMOFILIAS -Herança ligada ao sexo -Preponderância: Homens A: Fator VIII 75% B: Fator IX 25% -Herança autossômica: C: Fator XI -Homens e mulheres -Rara X: XHY: hemofílico XHX:portadora XH0: Sindrome de turner XHX: Lionização extrema História familiar:70% Novas Mutações: 30% -Classificação: Quantidade do fator -Discreta: >5% de fator. Só haverá sangramento quando for submetido a trauma, cirurgia, procedimentos dentários -Moderada: 1-5% Mínimos traumatismos Hemartrose ocasional Sangramentos profundos -Grave : <1% Hemorragia espontânea Hemartrose de repetição Hematomas-Hemorragia SNC Alto risco cirúrgico *Qual o pior hemofílico? DIAGNÓSTICO: -Triagem : KPTT anormal e TP normal -Dosagem dos fatores TRATAMENTO: -Desmopressina: Hemofilia A moderada-leve -Reposição: A: Plasma fresco congelado Crioprecipitado Concentrado do fator B: Plasma fresco ou estocado Concentrado do fator COMPLICAÇÕES: -Lesão articular definitiva -Inibidores -Thickening of synovium with deposition of calcium is shown in (A) and (A1); -increased intercondylar notch is shown in (B); -increased density and decreased interarticular space are shown in (A), (B), and (C); - lipping along the borders of the joint surfaces is shown in (C). DOENÇA DE VON WILLEBRAND Apesar de ser a doença de coagulação mais comum, é a mais difícil de se estabelecer o diagnóstico. -Doença hereditária mais comum da coagulação. -Deficiência do Fator de VW: Parte macromolecular do F VIII: VIII-Ag ou VIII-RCof -Plasma e plaquetas: adesividade plaquetária -Produzido nas células endoteliais e em megacariocitos DIAGNÓSTICO: -TS -KPTT -Estudos especiais: -RIPA:Ristocetin Induced Platelet Aggregation e outros Tipo 1: Clássica 75 a 80% dos casos: autossomica dominante Tipo 3: Mais grave: 5% dos casos: autossomica recessiva Tipo 2B: Dificuldade de diagnóstico: diferencial com o tipo plaquetário da doença. TRATAMENTO: -Desmopressina(DDAVP) -Crioprecipitado de F VIII -Concentrado de F VIII COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA (C.I.D.) -Causada por geração ampla e anormalmente contínua de trombina; -Altamente relevante na evolução de pacientes com sepsis -Exemplo de interação multifatorial entre processos inflamatórios e coagulação; -Indica a transição entre processos localizados, compensados e adquiridos da coagulação e respostas mal adaptadas; -Identificação de marcadores biológicos Circulantes, que indicam a geração de trombina, pode indicar o tempo de disseminação e ser uma arma para o tratamento. MECANISMOS DE MANUTENÇÃO DA GERAÇÃO DE TROMBINA -Ativação da via intrínseca; -Redução dos anticoagulantes naturais: PC/AT; -Aumento das superfícies fosfolipídicas com carga negativa: -Exposição do endotélio vascular; -Formação de micropartículas celulares; -Lipoproteinas circulantes CAUSAS Sepsis ou infecção grave Qualquer microorganismo, inclusive SARS Trauma - Lesão tecidual grave (ex: grandes queimaduras) -Traumatismo craniano -Embolia gordurosa Destruição de órgãos Pancreatite grave Neoplasias -Tumores sólidos -Neoplasias hematológicas (LMA-M3) Obstétricas -Descolamento prematura de placenta -Placenta prévia -Feto morto retido -Embolia de líquido amniótico Vasculares -Hemangioma gigante (Síndrome de Kassabach- Merrit) -Aneurisma de grandes vasos (Ex: aorta) Hepatopatias Reações imunológicas ou tóxicas, graves -Picada de cobra -Drogas recreacionais -Reações transfusionais -Rejeição de transplantes MARCADORES DE CID EM INSTALAÇÃO: TP Aumentando Plaquetas Diminuindo TTPA Crescente Fibrina: N- dímeros- pdf Crescente Fibrinogênio Caindo Proteína C Caindo Antitrombina Caindo *tudo que é proteção está caindo e tudo que é coagulação está aumentando TRATAMENTO: -Agressivo da causa; -Apoio a múltiplos órgãos: -Proteção circulatória; -Proteção respiratória; -Hemodiálise -Hemoderivados em sangramento ativo ou em risco de sangramento ativo: (Pós cirurgia, Pré procedimentos) *Plaquetas: se menos de 50.000/ul; *Plasma fresco congelado e Crioprecipitado para repor todos os fatores de coagulação que estão sendo consumidos.
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