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GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO Marcelo Rocha Jeanne Louize Emygdio © Copyright 2017 da Dtcom. É permitida a reprodução total ou parcial, desde que sejam respeitados os direitos do Autor, conforme determinam a Lei n.º 9.610/98 (Lei do Direito Autoral) e a Constituição Federal, art. 5º, inc. XXVII e XXVIII, “a” e “b”. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Ficha catalográfica elaborada pela Dtcom. Bibliotecária – Andrea Aguiar Rita CRB) Reitor Prof. Celso Niskier Pro-Reitor Acadêmico Maximiliano Pinto Damas Pro-Reitor Administrativo e de Operações Antonio Alberto Bittencourt Coordenação do Núcleo de Educação a Distância Viviana Gondim de Carvalho Redação Dtcom Análise educacional Dtcom Autoria da Disciplina Marcelo Rocha, Jeanne Louize Emygdio Validação da Disciplina Marcio Mori Designer instrucional Milena Rettondini Noboa Banco de Imagens Shutterstock.com Produção do Material Didático-Pedagógico Dtcom Sumário 01 Sistemas de informação no ambiente de negócios .......................................................... 7 02 O papel das pessoas, das organizações, os sistemas de informação e a carreira ...14 03 Componentes de uma Empresa e Tipos de Sistemas de Informação Empresariais ..21 04 Sistemas que abrangem toda a empresa e sua função .................................................29 05 Vantagem competitiva com os sistemas de informação ..............................................36 06 Infraestrutura de TI: hardware ..............................................................................................43 07 Infraestrutura de TI: software ...............................................................................................50 08 Abordagem de banco de dados para gerenciamento de dados, telecomunicações e redes ....................................................................................................57 09 Vulnerabilidade dos sistemas e uso indevido ...................................................................64 10 Tecnologias e ferramentas para a segurança ..................................................................70 11 Sistemas e aplicações integradas ......................................................................................77 12 Comércio eletrônico e internet .............................................................................................84 13 Tomada de decisão, sistema de informação e sistemas de apoio à decisão ...........91 14 Sistemas inteligentes de apoio à decisão .........................................................................98 15 Sistemas de gestão do conhecimento ............................................................................ 105 16 Resolução de problemas e desenvolvimento de sistemas ......................................... 112 17 Valor empresarial dos sistemas, gerenciamento de mudança e abordagens de desenvolvimento de sistemas ........................................................... 119 18 Formatar, projetar sistemas e gerência de projetos ..................................................... 126 19 Questões éticas e sociais relacionadas aos sistemas da informação ..................... 133 20 Dimensões morais dos sistemas de informação ......................................................... 139 Sistemas de informação no ambiente de negócios Marcelo Rocha Introdução A economia moderna obriga todos a adequarem seus processos e modo de trabalho às tec- nologias de computação disponíveis. A evolução dos meios de comunicação digitais lança desafios diários de adequação e mudança. Práticas comerciais tradicionais vêm sendo substituídas por práticas baseadas em sistemas de informação. Com a internet rápida e as novas tecnologias, é necessário adequar-se a uma nova forma de lidar com clientes e fornecedores. Nesta aula, conceituaremos e contextualizaremos os sistemas de informação, abordando o uso no ambiente de negócios e os desafios e oportunidades das novas tecnologias. Bons estudos! Objetivos de Aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender os conceitos sobre como os sistemas de informação estão transfor- mando o ambiente de negócios e objetivos organizacionais; • entender o que é um sistema de informação. 1 Os sistemas de informação e a transformação do ambiente de negócios e o impacto nos objetivos organizacionais. Atualmente, temos uma economia conectada e nossa adaptação a este novo cenário é inadi- ável. As corporações fazem investimentos em plataformas tecnológicas de hardware e software, voltados a prover suporte à mobilidade e conectividade. EXEMPLO Nas grandes redes de varejo, as reposições de estoque eram determinadas por levan- tamentos e balanços periódicos semanais ou mensais. No entanto, atualmente, essas empresas têm processos automatizados. Grandes redes possuem interação tal que, ao efetivar a venda de um artigo tão simples quanto um sabonete, já enviam a seus fornecedores a informação para reposição de estoque, em nível de detalhamento que considera: item, peso, tipo, sabor, cor e outros aspectos relevantes para o consumidor. – 7 – TEMA 1 A mobilidade traz o desafio de grandes mudanças. A forma de comunicação determinada pelo e-commerce tradicional das lojas virtuais padronizadas e com acesso via computador tra- dicional fixo em mesas, agora encontram nos dispositivos portáteis seu maior veículo de venda. Vale lembrar que a mais significativa parcela de consumidores, composta por jovens e mulheres, praticamente eliminou o uso de laptop e o substituiu por dispositivos móveis, como tablets e espe- cialmente o telefone celular. Figura 1 – Sistemas de informação agilizam e modernizam corporações Fonte: Wichy/Shutterstock.com Novas áreas de marketing são criadas pela revolução nos meios de comunicação. Obviamente, os meios tradicionais de televisão, revistas e jornais ainda terão sobrevida, mas não podemos igno- rar as mídias eletrônicas e, em especial, as redes sociais como meio de marketing e vendas. FIQUE ATENTO! A velocidade da mudança é o fator mais crítico em sistemas de informação e pode significar a vida ou a morte das corporações. É mandatório manter as pessoas trei- nadas e atualizadas em tecnologia da informação, de forma a fazer o melhor uso possível das tecnologias disponíveis nas empresas. É preciso considerar também a força dos sistemas de informação no seguimento da legisla- ção. Estes sistemas geram a oportunidade de rápida adequação corporativa às novas regras legais, pois a conformidade com todos os requisitos legais é estratégico e mandatório. Veja, por exemplo, as leis Sarbanes & Oksley, ou ainda as novas práticas de Manifestação de Destinatário e SPED Fiscal. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 8 – 1.1 As novas tecnologias Quando falamos em evolução de sistemas de informação, temos que observar muitas áreas. No entanto, para fins práticos, daremos ênfase àquelas que atendem a um maior número de solu- ções no mercado e oferecem maior retorno. Tomemos por base a plataforma Google, o que há alguns anos era um buscador de grande sucesso na internet, tornou-se uma plataforma de busca mundialmente aceita por pessoas e cor- porações. Diante do sucesso e com a visão de diversificação, se transformou em uma plataforma para desenvolvimento web, busca de imagens, e-mail, tradução e até mesmo de browser (Chrome). A plataforma de negócios foi diversificada com o AdWords (Sistema no qual anunciantes inserem anúncios pagos que serão exibidos nos resultados de busca do Google), por exemplo, recurso considerado líder no mercado de marketing digital. Com a aquisição de produtos de sucesso, o Google invadiu a área de mídia, com o Youtube, e também criou uma bem-sucedida plataforma de e-books.SAIBA MAIS! As modernas tecnologias estão revolucionando o ambiente de negócios, veja neste interessante artigo sobre as agências bancárias do futuro, disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/10/1825548-agencia-do-futuro- sera-mais-cafeteria-do-que-banco-preve-gigante-do-setor.shtml>. Outra tecnologia em crescimento no mercado é a computação em nuvem – que é um novo nome para práticas antigas. Esta tecnologia é viabilizada pela maior oferta de banda larga con- fiável e pela popularização dos dispositivos móveis. Mobilidade e acesso irrestrito são fatores preponderantes para geração de vantagem competitiva. Por exemplo, é impensável para moder- nas corporações que seus representantes não tenham acesso aos seus sistemas de informação corporativos onde e quando necessário. SAIBA MAIS! Você sabia que o Facebook mais uma vez investe na novidade e cria plataforma de e-commerce entre usuários? Esta plataforma vem a concorrer diretamente com sites brasileiros de sucesso, como o Mercado Livre ou OLX. Ainda na esfera de operação em nuvem, vemos o crescimento vertiginoso do trabalho remoto. Neste tipo de operação, os profissionais deixam os edifícios corporativos para trabalhar em escri- tórios virtuais, seja em suas próprias residências ou escritórios de coworking (espaços com infra- estrutura completa de escritório que podem ser locado por hora, dia, mês ou outro período, de acordo com a necessidade do cliente). GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 9 – Figura 2 – Novas tecnologias surgem na internet a cada dia Fonte: Carlos Castilla/Shutterstock.com Podemos destacar ainda, dentro do universo de computação em nuvem, os modelos de co-criação que oportunizam o trabalho virtual em equipes localizadas em diferentes partes do mundo de forma sinérgica e produtiva. FIQUE ATENTO! Estar atento às mudanças e manter a mente aberta é fundamental para vislum- brar oportunidades no mercado digital. É preciso verificar com atenção as novas soluções do mercado digital, buscando evitar modismos e focando em soluções sólidas já validadas pelo mercado. 2 Os objetivos organizacionais dos sistemas de informação A adoção de sistemas de informação traz objetivos mensuráveis que devemos conhecer, para nos certificar de que houve efetivo retorno de investimento. Alguns itens devem dar especial atenção quanto à efetiva geração de retorno. Vamos conhecê-los? GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 10 – 2.1 Excelência operacional A excelência operacional é fator determinante para o sucesso das empresas. Devemos apos- tar nas novas tecnologias para acelerar processo, reduzir custos, cortar desperdícios, ampliar a comunicação com clientes, tornando-a mais eficaz e, por fim, maximizar o lucro. Figura 3 – O e-commerce está revolucionando as relações entre cliente e fornecedor Fonte: Myimagine/Shutterstock.com A excelência operacional é fator determinante para a competitividade, em um mercado moderno, suportado por soluções de tecnologia 2.2 Novos produtos, serviços e modelos de negócio Devemos atentar para a dinâmica de mercado e adequar nossos produtos às necessidades de nossos clientes. Uma efetiva comunicação permitirá modificar produtos, tornando-os mais persona- lizados e, consequentemente, retornando e fidelizando clientes. Além disto, uma parceria eficaz com fornecedores permite o planejamento a longo prazo, com redução de custos para ambas as partes. EXEMPLO Empresas como a OLX estão revolucionando o mercado de anúncios de compra e venda, conectando clientes e fornecedores com agilidade e baixo custo. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 11 – 2.3 Sistemas de informação para tomada de decisão Renovar a estrutura tecnológica permite a criação de dashboards de informação gerencial diferenciados, tornando a tomada de decisão mais assertiva e as mudanças de rumos mais efica- zes. Já não se aceita decidir com base no “feeling” ou “experiência” dos gestores. É preciso decidir com base em sistemas de informação empresarial efetivos no cruzamento de informação de mer- cado, verificação de tendências e estatísticas de consumo, gerando suporte à decisão eficaz. 2.4 Sistema de gestão corporativos e a sobrevivência dos negócios É necessário ter em mente que a sobrevivência dos negócios está relacionada aos moder- nos sistemas de gestão corporativos. Os tempos modernos pedem medidas ágeis de direcio- namento estratégico. Figura 4 – Excelência operacional é resultado da adoção de sistemas de informação Fonte: rangizzz/ Shutterstock.com Veja o case de um certo banco que iniciou a emissão de cartões de crédito virtuais no Brasil. Este modelo já existe em outros países, onde um número de cartão virtual é gerado a cada compra associada à conta do cliente do banco, gerando segurança nas transações on-line. É acertado dizer que os bancos que não buscarem soluções que propiciem segurança similar tendem a perder uma enormidade de clientes. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 12 – 3 Conceito de sistema de informação Um sistema de informação pode ser definido como um conjunto de componentes inter-rela- cionados que coletam, processam, armazenam e distribuem informação. O nível de especialização do sistema será definido pela sua aplicação, seja ele sistema de ges- tão administrativa, de suporte à cadeia logística com interfaceamento com fornecedores, sistemas de comércio eletrônico conectado diretamente aos clientes, sistemas de gestão empresarial com dashboards de suporte a tomada de decisão e tantos outros. FIQUE ATENTO! Visualizar o futuro em Sistemas de Informação passa necessariamente por obser- var as melhores práticas de mercado e ouvir o que dizem os clientes. Os modernos sistemas de informação voltados ao comércio eletrônico não se prendem à atividade de vendas: eles vão além e “leem” os clientes, buscando identificar gostos e preferências, tendências de consumo e produtos que podem estar no universo de necessidades dos clientes. Fechamento Durante seus estudos sobre Sistemas de informação no ambiente de negócios, foi possível efetuar um olhar macro sobre a tecnologia da informação e as modernas organizações. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • compreender como os sistemas de informação estão transformando o ambiente de negócios e objetivos organizacionais; • entender o que é um sistema de informação. Referências LAUDON, Kenneth; LAUDON, Jane. Sistemas de Informações Gerenciais. Tradução de Célia Taniwaki. 11. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. BRANT, Danielle. Agência bancária do futuro será mais cafeteria do que banco, prevê empresa. Folha de São Paulo, São Paulo, 24 out. 2016. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ mercado/2016/10/1825548-agencia-do-futuro-sera-mais-cafeteria-do-que-banco-preve-gigante- do-setor.shtml>. Acesso em: 26 out. 2016. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 13 – LEADERSHIP Realce O papel das pessoas, das organizações, os sistemas de informação e a carreira Marcelo Rocha Introdução Os sistemas de informação vão muito além da tecnologia, eles afetam a forma de trabalho, os processos e as pessoas dentro das organizações, gerando o trinômio de aspectos organizacio- nais, humanos e tecnológicos. Uma das consequências da ação dos sistemas de informação, como agentes de transforma- ção, é a mudança radical nas carreiras tradicionais do mercado, como contadores, economistas e engenheiros. Além disso, também surgem novas áreas de atuação que demandam profissionais cada vez mais qualificados. Nesta aula investigaremos as dimensões e as carreiras relacionadas a sistemas de infor- mação. Bons estudos! Objetivos Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender os conceitos sobre as dimensões dos sistemas de informação; • entender a relação dos sistemasde informação e a carreira. 1 As dimensões dos sistemas de informação Quando pensamos em uma organização de negócios enxergamos produtos, estoques, logística de distribuição e de suprimentos e tantos outros aspectos operacionais. No mundo empresarial, os processos de negócio determinam a forma de operação. Sistemas podem ser destinados a diferentes áreas do mundo empresarial, por exemplo, encontramos os sistemas de gestão empresarial responsáveis pela administração, contabilidade, finanças, estoques, logística e recursos humanos. Estes sistemas estão enraizados na organiza- ção e são o sustentáculo da administração moderna. Por exemplo, os sistemas compostos de har- dware que dão suporte ao software e que utilizam estruturas de armazenamento de comunicação e redes. Existem ainda os sistemas que utilizam a internet como base de suporte aos negócios. FIQUE ATENTO! A adoção de sistemas de informação não transforma organizações, muito menos gera resultados, sem que haja uma transformação cultural tanto da corporação quanto das pessoas envolvidas. – 14 – TEMA 2 Sistemas de informação em sua concepção clássica são compostos de entradas, processa- mento e saídas de dados, onde sempre encontraremos o ser humano como ator principal. 1.1 O ser humano como centro de todas as organizações É simples entender a relevância do ser humano para as organizações. Organizações sur- gem das mãos dos seres humanos, são geridas e operadas por seres humanos e geram produtos que serão consumidos por seres humanos. Sem exceções! Para entender melhor esta afirmação, acompanhe o exemplo a seguir. EXEMPLO Empresas como Google e Microsoft, dentre outras, adotam horários flexíveis, espa- ços de lazer, espaços para soneca, permissão para animais de estimação no escritó- rio, como forma de estimular os colaboradores e humanizar o ambiente de trabalho. Figura 1 – A inteligência humana Fonte: agsandrew/Shutterstock.com O ser humano é o ator principal de todos os negócios, sejam clientes, colaboradores ou fornecedores. 1.2 Entender entradas, processamento e saída dos sistemas de informação e suas interações com os seres humanos Para entender como ocorre a entrada, o processamento e a saída de dados, imagine uma empresa de entrega de encomendas. Basicamente, essa empresa recebe um produto e deve entre- gá-lo em algum lugar. Para tanto, a organização conta determinados agentes; acompanhe: GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 15 – • cliente – agente que inicia o processo demandando a entrega; • empresa – agente que recebe a encomenda e tratará a logística de distribuição da ori- gem até o destino; • destino – agente recebedor da mercadoria. Nos três agentes, identificamos claramente o ser humano como o centro de todo o processo, demandando, operando e sendo o recebedor do produto final. O recebimento de um produto gera uma entrada no sistema, determinando onde será esto- cado até a entrega e a previsão de rota de entrega, a partir do CEP e data. A entrega se inicia com caminhões onde o motorista dispõe de um computador que determina a sequência para efetuar as entregas, permitindo ainda que o cliente saiba em tempo real onde se encontra seu produto. Neste cenário, podemos perceber que os clientes, funcionários e destinatários necessitam conhecimentos sistêmicos novos, adequados às modernas tecnologias de gestão de entregas. 1.3 Sistemas de processamento e sistemas de informação gerencial (SIG) Os Sistemas de Informação Gerencial (SIG) dão suporte à gestão estratégica corporativa. Os SIG coletam as informações detalhadas dos sistemas de suporte do dia e dia e as consolidam em informações gerenciais. FIQUE ATENTO! Sistemas de informação gerencial (SIG) são extremamente úteis e estão no centro das atenções da alta administração. Desta forma, permitem um melhor planejamento estratégico, como também a melhor visu- alização das necessidades de investimentos, de novos nichos de mercado e novos produtos que podem ser descontinuados. Os SIG ainda coletam informações de mercado e agregam às informações internas da empresa. EXEMPLO Empresas como SAP, Oracle e JDEdwards provêm aplicativos de SIG integrados aos seus Sistemas de Gestão Empresarial, denotando assim a importância do tema para seus clientes. Nenhuma empresa de sistemas de gestão empresarial entrega seus sistemas sem a opção de um SIG. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 16 – Figura 2 – Os Sistema de Informações Gerenciais Fonte: Scanrail1/Shutterstock.com 1.4 Dimensões dos sistemas de informação • Organizações - Sistemas de informação (SI) fazem parte das organizações e aderem à sua história e cultura. Interagem entre si e se conectam com outros sistemas externos às empre- sas, gerando um cenário de globalização das operações. Os SI ainda se especializam em diferentes níveis hierárquicos, havendo sistemas para atender às demandas operacionais, de chão de fábrica; sistemas de apoio à administração e sistemas de informação gerencial (SIG). Entendemos então que diferentes posições hierárquicas demandam diferentes siste- mas de informação e, consequentemente, diferentes níveis de conhecimento técnico. • Pessoas - Uma empresa é tão boa quanto as pessoas que a compõem. Devemos ter atenção ao nível de especialização necessário para dar suporte a cada área da empresa e o apropriado uso de seus sistemas, por exemplo, os sistemas de gestão empresarial que demandam vultosos investimentos e constante suporte operacional, porém são inúteis se os administradores não forem apropriadamente orientados quanto a sua utilização. SAIBA MAIS! Para aprender sobre o mercado de trabalho para área de tecnologia, leia o texto “As melhores profissões de tecnologia para jovens”, disponível em: <http://exame.abril. com.br/carreira/as-melhores-profissoes-de-tecnologia-para-jovens/>. • Tecnologia - A infraestrutura tecnológica é composta por hardware, software, armaze- namento, redes de comunicação, internet, intranet e outras tecnologias. O Centro de Processamento de Dados – conhecido como Data Center – concentra as tecno- logias e permite o controle de disponibilidade dos SI. O Data Center gera ainda uma série de novas oportunidades profissionais com especializações dedicadas à sua operação. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 17 – 2 Os impactos dos sistemas de informação na carreira profissional Atualmente para um profissional manter-se no mercado de trabalho precisa entender e ter habilidades com sistemas de informação. Por exemplo, o contador é um consultor, analisando resultados e tendências e provendo suporte ao negócio. Outro exemplo são os almoxarifes. Essa profissão será descontinuada, uma vez que há a preferência por profissionais de logística, que dominam a interação da cadeia de suprimentos e a otimização do uso dos estoques. Outra área bastante conectada às técnicas de comércio eletrônico e redes sociais é a de marketing. FIQUE ATENTO! As novas oportunidades de carreira geradas pelos sistemas de informação agre- gam valor aos profissionais e têm reflexo no aumento da faixa salarial em profis- sões tradicionais, mas que atualmente necessitam de conhecimento tecnológico. 2.1 As carreiras de Tecnologia da Informação Neste tópico de estudo, você conhecerá algumas áreas de trabalho que surgiram ou moder- nizaram-se em função dos sistemas de informação. Vamos lá?! Figura 3 – As carreiras profissionais Fonte: Monkey Business Images/Shutterstock.com • Data Center – nesta área trabalham profissionais especializados em dar suporte con- tínuo à infraestrutura, operando servidores, sistemas de backup, paradas operacionais, eventos críticos de suporte às falhas. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 18 – • Internet – aqui, trabalham profissionais especializados em web design, criando e dandosuporte a sites da internet. SAIBA MAIS! Leia o artigo “Prepare-se: Sete carreiras de TI que seguirão quentes até 2020”. Você verá que o texto detalha com bastante riqueza técnica algumas carreiras em alta no mercado de Tecnologia da Informação e a perspectiva de crescimento a médio prazo. Disponível em: <http://computerworld.com.br/carreira/2015/03/02/7- carreiras-de-ti-que-seguirao-quentes-ate-2020>. • Comércio eletrônico – esta área é composta por profissionais especializados em estra- tégias de vendas no mundo virtual. Devem adaptar as técnicas de vendas tradicionais às lojas virtuais e gerar desejo de compra através da internet. • Fábrica de software – Centros especializados em desenvolvimento de software. Os profis- sionais destas fábricas geram código de programação a partir de especificação técnicas. Figura 4 – A carreira em Sistemas de Informação Fonte: violetkaipa/Shutterstock.com • Segurança da Informação – Sistemas de informação devem ter garantida a Disponi- bilidade, Integridade e Confidencialidade das informações que contêm. Esta área tem desafios diários, em função das mais diversas técnicas de invasão criados diariamente por pessoas mal-intencionadas com intenção de invasão e roubo de informações. Antes de finalizar seus estudos sobre o papel das pessoas, das organizações, os sistemas de informação e a carreira, leia com atenção os principais temas abordados até aqui. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 19 – Fechamento Nesta aula, você teve a oportunidade de: • observar os sistemas de informação sob as perspectivas da organização, sistemas e pessoas; • ver como os sistemas interagem com as organizações e as pessoas que a compõem; • conhecer os diferentes tipos de sistemas, como os sistemas de suporte à operação, sistemas administrativos e sistemas de informação gerencial; • identificar algumas das perspectivas de carreira geradas pelos sistemas de informação; • compreender como os sistemas impactam as profissões tradicionais de forma direta ou indireta. Referências LAUDON, Kenneth C, LAUDON, Jane P. Sistemas de Informação Gerenciais. 11º ed. Pearson, 2014. Revista Exame. As melhores profissões de tecnologia para jovens. Disponível em: <http://exame. abril.com.br/carreira/as-melhores-profissoes-de-tecnologia-para-jovens/>. Acesso em: 25 out. 2016. Computerworld. Prepare-se: sete carreiras de TI que seguirão quentes até 2020. Disponível em: <http://computerworld.com.br/carreira/2015/03/02/7-carreiras-de-ti-que-seguirao-quentes- -ate-2020>. Acesso em: 25 out. 2016. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 20 – Componentes de uma Empresa e Tipos de Sistemas de Informação Empresariais Marcelo Rocha Introdução Para compreendermos a aplicabilidade dos sistemas de informação, é necessário entender- mos com profundidade a estrutura organizacional, as funções primárias corporativas e o universo que circunda as corporações. Uma vez compreendidos os elementos e funções que determinam o funcionamento de uma empresa, é importante então identificar os diversos tipos de sistemas e as suas funções primárias e de que forma atendem a cada tipo de usuário. Assim, nesta aula, você ampliará seus conhecimentos sobre os componentes de uma empresa e tipos de sistemas de informação empresariais. Bons estudos! Objetivos Ao final deste tema, você será capaz de: • compreender os conceitos de organização, processos de negócios, administração, ambiente de negócios e o papel dos sistemas de informação em uma empresa; • identificar o que são sistemas sob a perspectiva funcional, grupos de usuários e rela- cionamento entre sistemas. 1 Definições de organização, processos de negócio, administração, e ambiente de negócios Nesta seção de estudos, conheceremos os componentes básicos de uma organização de negócios. Acompanhe. 1.1 Organização e componentes das empresas Uma empresa é uma organização que busca gerar lucro por meio da prestação de serviços ou oferta de produtos (LAUDON e LAUDON, 2014). É necessário assim, qualificarmos os diferentes componentes que compõem uma empresa, conheça quais são eles: • consumidores; • insumos; • fornecedores; – 21 – TEMA 3 • máquinas e equipamentos; • infraestrutura; • processos; • funcionários e contratados. Uma empresa é como um organismo vivo, onde cada órgão é importante, sendo alguns essenciais. Ela pode ter equipamentos deficientes, infraestrutura precária ou mesmo processos mal-acabados, mas nunca sobreviverá sem clientes. FIQUE ATENTO! Fique atento ao próximo tema de estudo, onde aprofundaremos alguns conceitos destes componentes, em especial os processos de negócio, um dos principais res- ponsáveis pelas diversas fases de um produto ou serviço. 1.2 Processos de negócio Um processo de negócio determina basicamente, quais etapas devem ser executadas e em que ordem, para, desta forma, resultar em um determinado produto ou serviço. EXEMPLO Pensando na fabricação de um automóvel, o processo geral de produção é com- posto por: desenho do modelo, manufatura de componentes e montagem do auto- móvel. Esta é uma visão macro do processo. Alguns processos de negócio são abrangentes e atingem várias áreas de uma empresa. Veja o exemplo de um pedido de um cliente para a compra de um automóvel e alguns dos processos que serão ativados por este pedido: • contabilidade – verificação de crédito; • planejamento de produção; • manufatura; • logística de entrega; • faturamento. Estes são alguns exemplos para entendermos a complexidade do processo. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 22 – 1.3 Administração – Funções Empresariais Básicas Podemos identificar quatro funções empresarias básicas, encontráveis em todos os tipos de organização. Veja a seguir: 1. manufatura e/ou produção; 2. vendas e Marketing; 3. Recursos Humanos; 4. finanças e contabilidade. Figura 1 – Base de empresas sólidas Fonte: Jimmy Tran/Shutterstock.com Dificilmente encontraremos uma organização que não possua estes quatro elementos bási- cos, indispensáveis ao seu funcionamento. 1.4 Ambiente de Negócios e Processos de Negócio Por fim, encontramos os processos de negócio, que permeiam toda a organização. Quão mais bem estruturados, revistos e otimizados os processos, maiores as possibilidades de sucesso de uma organização. Considerando as funções empresárias básicas, podemos citar alguns processos de negócio: 1. Manufatura e/ou produção a) Montagem do produto b) Verificação de qualidade c) Produção de componentes. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 23 – 2. Vendas e Marketing a) Prospecção de clientes b) Divulgação de características aos clientes c) Venda do produto. 3. Recursos Humanos a) Contratação b) Avaliação de desempenho c) Férias. 4. Finanças e contabilidade a) Pagamento de fornecedores b) Avaliação de crédito c) Relatórios financeiros. Como vimos, cada função básica é composta de vários processos. 2 O papel dos sistemas de negócios dentro de uma empresa Veremos a seguir detalhes da atuação dos sistemas nas organizações. 2.1 Tecnologia da Informação aprimorando os processos de negócio Os processos de negócio são autônomos e não dependem necessariamente de sistemas de informação para sua execução, porém imaginem a montagem de um automóvel sem a utilização de relações de componentes e planos de montagem digitais. Os sistemas de informação são fundamentais e utilizados na agilização de inúmeros proces- sos, como por exemplo: automação industrial, novos fluxos operacionais, paralelismo de opera- ções, criação de novos modelos de produtos, dentre outros. EXEMPLO Empresas como Youtube, Facebook, Google e diversas outras têm processos de ne- gócio totalmente apoiados em sistemas de informação e não existiriam sem eles. GESTÃO DE SISTEMASDA INFORMAÇÃO – 24 – 2.2 As diferentes hierarquias É interessante observar que as corporações são compostas de diferentes hierarquias, cada uma demandando sistemas de informação específicos para sua atuação. Trabalhadores de produ- ção, por exemplo, necessitam de sistemas de suporte à operação, que facilitem e agilizem as ativi- dades cotidianas de manufatura de produtos ou execução de serviços. Já os trabalhadores admi- nistrativos necessitam de sistemas que apoiem e automatizem tarefas diárias, como execução da folha de pagamento ou fechamento contábil. Por sua vez, os trabalhadores do conhecimento, como os engenheiros, arquitetos ou cientistas, necessitam de sistemas especialistas que supor- tem atividades de criação de novos produtos. E, por fim, os trabalhadores de gestão, necessitam de sistemas que consolidem informações sobre as operações diárias da empresa dando suporte à tomada de decisão. Figura 2 – Sistemas especializados dão suporte a funções especializadas Fonte: Kzenon/Shutterstock.com FIQUE ATENTO! Os diferentes sistemas de informação são listados como tendo funções indepen- dentes, mas é fundamental que possuam integração e comuniquem-se para que os dados de um sejam o ponto de partida do processamento do outro. 3 Os sistemas e suas interações entre usuários Os sistemas de informação dependem de fatores múltiplos corporativos, e outros que orbi- tam o universo corporativo. O entorno da empresa é composto de um sem número de atividades que orbitam o universo corporativo. Bancos para prover capital, os clientes, sem os quais não há negócios, tecnologias emergentes, insumos, fornecedores, mão de obra temporária, empresas de treinamento, consultorias de todo tipo para engenharia, tecnologia da informação ou marketing. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 25 – Tomando o exemplo da indústria automobilística, temos a infraestrutura industrial que é res- ponsável por centralizar a produção e entrega dos automóveis, e ela está inserida em um universo que é composto de novas tecnologias emergentes, clientes e concorrentes, concessionárias, insti- tuições financeiras, órgãos reguladores governamentais, tendências internacionais, fornecedores e tantos outros. Figura 3 – Empresa e o ambiente externo Fonte: filip robert /Shutterstock.com 4 As interações entre sistemas Existem inúmeros tipos de sistemas, como sistemas especialistas de suporte à produção, suporte ao desenvolvimento de novos produtos, suporte à administração, suporte à tomada de decisão e informações gerenciais, suporte aos negócios eletrônicos, marketing digital e gestão de recursos humanos. Temos na base da cadeia produtiva os sistemas de gestão empresarial e os sistemas de suporte a produção. Estes dois tipos de sistemas vão permitir às empresas executar duas de suas funções primárias, que são: produzir e administrar suas finanças. O processo produtivo está na base de tudo, porém depende diretamente da função primária de vendas e marketing. Estes processos estão suportados em parte pelos sistemas de gestão empresarial e em parte pelos sistemas de comércio eletrônico e de marketing digital. Listas téc- nicas utilizadas no processo produtivo serão insumo para as atividades de marketing e vendas. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 26 – FIQUE ATENTO! Os sistemas de gestão empresarial atuam como a base de todo o processo produ- tivo, recebendo insumos dos sistemas e suporte à produção e ainda cuidando de todo o planejamento e gestão corporativa, como a gestão de estoques, insumos, fornecedores, logística e distribuição, planejamento de produção, contabilidade e todos os fatores que afetam à empresa, integrando e dinamizando a administração. SAIBA MAIS! O mercado de sistemas de gestão empresarial é amplo e está em constante mutação. Manter-se informado sobre estes sistemas é fundamental para a carreira na área de tecnologia da informação. Um passo adiante e encontraremos os sistemas de gestão empresarial (SIG), utilizados pelos gestores para suporte a decisão e monitoração de produção. Estes sistemas recebem insumos de todos os outros sistemas com dados detalhados de produção, sendo consolidados, dados financeiros para planejamento de capital, dados de vendas e tendências de mercado, informação sobre resultados de campanhas de marketing, além de informações de mercado e dados compa- rativos com concorrentes e dados sobre a gestão de recursos humanos. Tudo isto consolidado em modernos dashboards (quadros consolidados de informação gerencial) que permitem rápidas análises através de gráficos. Figura 4 – Engrenagens empresariais e sistemas integrados Fonte: Yevhen Tarnavskyi/Shutterstock.com Por fim, não podemos esquecer do ser humano, que é gerido pelos sistemas de gestão de recursos humanos, que processam avaliações, treinamentos e folha de pagamento. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 27 – Fechamento Durante seus estudos, você observou de forma estruturada e sequenciada os componentes de uma empresa e os tipos de sistemas de informação empresarias. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • desenvolver conhecimento sobre organização, processos de negócio e o ambiente corporativo; • acompanhar exemplos de alguns processos de negócio; • conhecer o universo que orbita em torno das empresas, além de detalhar como cada tipo de sistema de informação atende a um tipo específico de usuário; • compreender a interação entre diferentes tipos de sistemas; • compreender de forma estruturada como gerenciar os diversos componentes que inte- ragem e determinam o funcionamento de empresas e sistemas de informação. Referências LAUDON, Kenneth C, LAUDON, Jane P. Sistemas de Informação Gerenciais. 11 ed. Pearson. 2014. Terra Economia. Internet muda mercado da venda de carros. Disponível em: <https://economia. terra.com.br/e-commerce/internet-muda-mercado-da-venda-de-carros,a57b779440a95195c67cf efb36b158d8ls7nxbi5.html>. Acesso em: 02 nov. 2016. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 28 – Sistemas que abrangem toda a empresa e sua função Marcelo Rocha Introdução Neste tema, estudaremos os sistemas que abrangem toda a empresa e atuam em diferentes departamentos e funções empresariais. Você terá a oportunidade de conhecer sobre os sistemas de gestão empresarial (ERP), intra- net e a extranet e sua aplicabilidade e importância nas corporações. Conceituaremos também os sistemas de e-commerce, e-business e e-government e como estes estão revolucionando a forma de fazer negócios na moderna economia. Por fim, identificaremos a estrutura de tecnologia da informação (TI) e os serviços que ela oferece. Mantenha-se concentrado e bons estudos! Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender os conceitos de aplicativos integrados, intranet e extranet, e-business, e-commerce e e-government; • identificar a organização e seus departamentos de sistemas de informação. 1 Definições relevantes envolvendo sistemas de informação: aplicativos integrados, intranet e extranet, e-bussines, e-commerce e e-government Historicamente, vimos a informatização das empresas num movimento que automatizou processos manuais, substituindo papel e caneta por computador e teclado. Como consequên- cia, diversos sistemas foram desenvolvidos para atender finanças, logísticas, recursos humanos e outros. Isto também demandava uma estrutura de hardware, software e recursos humanos espe- cializados no suporte de cada sistema. 1.1 Aplicativos Integrados (ERP) – Sistemas de Gestão Empresarial Sistemas de gestão empresarial (ERP - Enterprise Resource Planning) foram criados no intuito de integrar e automatizar processos de negócios. Eles abrangem áreas como manufatura, finan- ças, logística, planejamento de produção, gestão de qualidade, vendase distribuição. – 29 – TEMA 4 FIQUE ATENTO! Os sistemas ERP trazem como grande diferencial não só a automação de proces- sos e eliminação de processos manuais, mas também as melhores práticas de mercado estão embarcadas neste tipo de sistema. Os sistemas ERP trazem oportunidades de trabalho para especialistas em sistemas ou negó- cios. As funções tradicionais de economista ou contador são substituídas por consultores de negócio e de estratégia contábil, por exemplo, requerendo novos perfis destes profissionais. EXEMPLO O click de um cliente num site de uma grande rede varejista, gera entradas na gestão de estoques, validação de crédito, logística de entrega do produto, relacionamento com o cliente, contabilização, planejamento de produção e gestão de qualidade. Os sistemas ERP são as grandes estrelas das corporações e abrangem quase todos os pro- cessos empresarias. 1.2 Sistemas de Gestão da Cadeia de Suprimentos – Suply Chain (SCM) Os sistemas de Gestão da Cadeia de Suprimentos – Suply Chain (SCM) têm como objetivo principal otimizar a logística de produção em relação a insumos, produção e entrega. Figura 1 – Sistemas de Gestão da Cadeia de Suprimentos Fonte: FabriCO GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 30 – Esses sistemas vão além dos muros das empresas e abrangem fornecedores, distribuidores e empresas de logística. Eles beneficiam as empresas ao otimizar fluxos, reduzir estoques e otimi- zar as comunicações entre as partes envolvidas. 1.3 Sistemas de Gestão de Relacionamento com Clientes – Customer Relationship Management (CRM) Os Sistemas de Gestão de Relacionamento com Clientes – Customer Relationship Manage- ment (CRM) – otimizam a gestão de relacionamento e retenção de clientes. Também identificam preferências e hábitos de consumo, gerenciam a comunicação com clientes e administram as ofertas de novos produtos. 1.4 Intranet Intranet é o termo utilizado para qualificar sistemas internos das empresas que atendem a seus colaboradores utilizando a forma de acesso habitual da internet, através de navegadores (browsers) e formato de página web. Figura 2 – A intranet Fonte: AF studio/Shutterstock.com A intranet disponibiliza serviços internos, como: consulta a comprovante de pagamento, ser- viços de recursos humanos, quadros de avisos, dentre outros. Trazem as facilidades de interação intuitiva dos sites de internet para o ambiente corporativo. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 31 – 1.5 Extranet Extranet é o conceito utilizado para referir-se aos aplicativos desenvolvidos no mesmo for- mato da intranet, porém disponível para acesso externo. Estas aplicações, em geral, atendem a fornecedores, clientes e parceiros comerciais. EXEMPLO As universidades possuem extranets para atender a demandas de professores (for- necedores) e alunos (clientes), ou pessoas interessadas em seus cursos (produtos para clientes potenciais). 1.6 E-business e E-commerce Os conceitos de e-business e e-commerce nasceram com o crescimento de aplicações na inter- net voltadas para comércio. Encontramos o e-commerce como termo que conceitua as aplicações (sites) voltados para comercialização dos produtos de uma empresa com seus clientes finais. Já, o e-business conceitua as aplicações que dão suporte aos processos de negócio interempresariais. 2 Os sistemas de informação dentro do contexto organizacional Implantar sistemas de informação demanda altos investimentos e contratação de produtos e servi- ços. Além de software e hardware, consultorias são contratadas para implantação e suporte aos sistemas. 2.1 Profissionais da área de Tecnologia da Informação A seguir, acompanhe a lista com os profissionais da área de Tecnologia da Informação. • Programadores – são os responsáveis pelo desenvolvimento de programas; são conhecedores de técnicas de programação e linguagens. • Analistas de sistemas – são especialistas em ambiente de negócio, interagem com os usuários finais, compreendendo os processos de negócio e traduzindo estes processos em especificações entregues aos programadores. • Supervisores e coordenadores – são os responsáveis por gestão de projetos, gestão de pessoas, priorização, e alocação de recursos. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 32 – Figura 3 – Equipe de TI Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock.com • Gerentes de Sistemas – atuam na esfera de planejamento operacional, são responsá- veis por interagir com a alta direção e traduzir as prioridades empresariais em priorida- des para a área de sistemas. • CIO Chief Information Officer –, também conhecido como Diretor de Informática, atua na alta administração e deve prover visão de mercado para determinar a priorização de investimentos corporativos em sistemas de informação. • CSO Chief Security Officer – é o executivo responsável por determinar o direciona- mento dos investimentos em segurança da informação, priorizando as áreas críticas de acordo com as diretrizes da alta direção. FIQUE ATENTO! As profissões de CIO e CSO estão entre as mais bem remuneradas do mercado de TI, e exigem formação técnica e gerencial, além de atualização contínua. • Usuários Finais – são aqueles que utilizam os sistemas de informação e provêm infor- mação técnica detalhada sobre os processos de negócio para que os analistas de sis- temas possam especificar o funcionamento das aplicações. SAIBA MAIS! Veja no artigo “O que mercado e profissionais de TI devem esperar para 2016” as perspectivas do mercado de TI, em face aos desafios impostos pela crise econômi- ca. Disponível em: <http://computerworld.com.br/o-que-mercado-e-profissionais- -de-ti-devem-esperar-para-2016>. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 33 – 2.2 Serviços prestados pelos Sistemas de Informação Para o perfeito funcionamento dos sistemas de informação, diversos serviços especializados são necessários para suporte a estes sistemas. Acompanhe quais são eles. • Plataformas computacionais (grande porte, laptops, tablets, celulares, BYOD, internet, VPN Virtual Private Network) – os sistemas de informação demandam redundância de servidores, redes e espaços físicos, servidores, storage, sistemas de backup, ambiente climatizado, manutenção periódica, testes de disponibilidade, teste de invasão. Além disso, provêm plataformas computacionais para os usuários finais como laptops, tablets celulares, internet segura e VPN. • Telecomunicações – infraestrutura de redes segura para usuários, clientes e fornecedores. FIQUE ATENTO! A infraestrutura de telecomunicação é uma função primordial dos sistemas de infor- mação, em especial dos sistemas que atendem empresas de varejo e demandam acesso ininterrupto a seus ambientes de e-commerce, como redes bancárias e gran- des grupos varejistas. • Storage – infraestrutura de armazenamento de dados com disponibilidade e backup garantindo que os dados estejam disponíveis e íntegros. • Desenvolvimento de sistemas – novas demandas por sistemas ou ajustes em siste- mas existentes são constantes; por isso, é necessário prover este serviço de forma continua para adequação dos sistemas às novas realidades de mercado. SAIBA MAIS! As novas tecnologias vêm transformando a TI tradicional, vejam no artigo “Razões que farão de 2016 o ano da nova TI” os desafios e oportunidades oriundos destas transformações tecnológicas. Disponível em: <http://computerworld.com.br/razo- es-que-farao-de-2016-o-ano-da-nova-ti>. • Suporte ao usuário final – os sistemas demandam apoio aos usuários na sua utiliza- ção e entendimento de suas funcionalidades, além de readequar as práticas manuais às práticas automatizadas. • Padronização de Tecnologia da Informação – padronizar os recursos tecnológicos é essencial para permitir uma maior agilidade de reposição de mão de obra, através deprocedimentos, sistemas e equipamentos padronizados. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 34 – • Treinamento – é necessário treinar os usuários finais em um ciclo que inclui treina- mento e reciclagem. A reciclagem nas ferramentas existentes e o treinamento em novos recursos demandam profissionais especializados, além de disponibilidade de tempo para os usuários finais. Em tempo, o modelo de EAD corporativo vem crescendo em todos os setores da economia. Figura 4 – Datacenter Fonte: White78/Shutterstock.com Fechamento Nesta aula, você teve a oportunidade de observar diferentes tipos de sistemas com abran- gência corporativa, identificando sua aplicabilidade e interoperabilidade. Vimos a importância dos sistemas de gestão empresarial ERP e sua interação com outros sistemas de gestão, como CRM e SIG, além de internet e extranet. Abordamos ainda as diversas profissões existentes no segmento de TI, e observamos que elas continuam a existir, seja dentro das empresas ou de forma terceirizada. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • conhecer os diversos tipos de sistemas e sua abrangência corporativa; • compreender aspectos das diferentes profissões ligadas a área de sistemas de informação; • conhecer a infraestrutura necessária para suportar os sistemas de informação. Referências LAUDON, Kenneth C, LAUDON, Jane P. Sistemas de Informação Gerenciais. 11 ed. Pearson. 2014. Computerworld. Razões que mercado e profissionais de TI devem esperar para 2016. Dispo- nível em: <http://computerworld.com.br/o-que-mercado-e-profissionais-de-ti-devem-esperar- -para-2016>. Acesso em: 13 nov. 2016. Computerworld. Razões que farão de 2016 o ano da nova TI. Disponível em: <http://compute- rworld.com.br/razoes-que-farao-de-2016-o-ano-da-nova-ti>. Acesso em: 13 nov. 2016. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 35 – Vantagem competitiva com os sistemas de informação Marcelo Rocha Introdução Numa economia consolidada encontraremos os diversos segmentos empresarias compe- tindo entre si, como indústria, comércio e serviços. Essa diversidade de segmentos comerciais concorre entre si, por exemplo, açougues, farmácias, padarias, lojas de móveis, lavanderias, mer- cados e supermercados disputam a atenção do consumidor. A livre concorrência é uma das características principais das economias ocidentais, gerando necessidade de foco em estratégias de mercado e criação de vantagem competitiva. Durante essa aula, examinaremos as vantagens competitivas e como elas podem alavancar os negócios, além de compreender os conceitos de alinhamento estratégico de TI aos negócios. Bons estudos! Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • reconhecer os tipos de vantagens competitivas; • compreender os conceitos de estratégias e modelo. 1 As vantagens competitivas geradas através dos sistemas de informação Neste tópico, vamos investigar como os sistemas de informação podem alavancar os negó- cios através da geração de vantagem competitiva. 1.1 O que é vantagem competitiva? Vantagem competitiva é um diferencial que uma empresa possui que agrega valor ao seu produto e o torna melhor e atrativo para seus clientes. EXEMPLO Tomemos, por exemplo, uma pizzaria que adota um aplicativo para internet para receber pedidos dos clientes. Certamente, esta será uma vantagem competitiva sobre os concorrentes que não adotam este recurso, contando que outros fatores sejam equivalentes, como preço, tempo de entrega, qualidade de insumos e outros. – 36 – TEMA 5 1.2 O papel dos sistemas de informação. Sistemas de informação suportam atividades empresariais de ponta a ponta, determinando, por muitas vezes, a sobrevivências dos negócios. Eles influenciam o processo de produção, gerando produtos mais homogêneos, com melhor qualidade e agilidade. Sistemas de vendas n-line aproximam clientes dos produtos, facilitam as vendas, otimizam processos, reduzem custos administrativos, propiciando ainda entrada de dados para sistemas de informação gerencial que darão suporte, qualidade e agilidade ao processo de tomada de decisão. 1.3 Por que algumas empresas se saem melhor que outras? Não existe uma resposta precisa para essa pergunta, mas os fatores preponderantes, quando falamos em vantagem competitiva, são o pioneirismo e a qualidade. Figura 1 – Vantagens competitivas Fonte: Lightspring/Shutterstock.com É imprescindível investir em pesquisa, planejamento e equipes de implantação especializadas para tirar o melhor proveito dos sistemas de informação, garantido melhor qualidade e soluções inovadoras que destacam o pioneirismo no mercado. A geração de vantagem competitiva estará sempre relacionada aos investimentos apropriados em gestão e mudança de foco, sempre que necessário. Investir em sistemas de informação sem alinhamento com o plano estratégico corporativo pode resultar em prejuízos e retrabalho. FIQUE ATENTO! O investimento em tecnologia e sistemas de informação deve estar em sintonia com o plano estratégico da empresa. Dessa forma, aumenta-se a possibilidade de obtenção dos resultados esperados e da produtividade. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 37 – 1.4 As forças do mercado Entre as diversas abordagens que analisam as forças que influenciam os mercados, encon- tramos o modelo proposto por Michael Porter, professor de Harvard e autor de diversos livros. Figura 2 – Forças do mercado Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock.com Veremos a seguir o detalhamento das forças determinantes do modelo proposto por Porter; acompanhe. • Produtos entrantes: estes produtos trazem o frescor da novidade e, por muitas vezes, características inovadoras que impactam os produtos existentes e exigem mudança de rumos nas empresas já estabelecidas, exigindo mudança no produto ou mesmo na estratégia de marketing. • Produtos substitutos: os produtos substitutos são novidade no mercado e chamam a atenção. Podem ter características novas e inovadoras ou preço mais atraente, o que tem muita força em tempos de crise econômica. • Concorrência: a concorrência está na raiz do funcionamento do mercado capitalista e raramente deixará de existir. As forças dos concorrentes exigem mudanças de estraté- gia, revisão de produtos e abordagem de marketing. A concorrência muitas vezes vem associada a Produtos Entrantes e Substitutos, descritos anteriormente • Fornecedores: a identificação e retenção de fornecedores confiáveis e de qualidade determina a manutenção do ciclo produtivo e estabilidade de preços. Esta retenção enfrenta as forças oriundas da concorrência em busca dos mesmos fornecedores. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 38 – • Saiba mais: Veja no artigo “5 forças de Porter em 10 minutos” uma análise deta- lhada das forças determinadas pelo modelo de Porter e como elas se relacionam e competem entre si. Disponível em: https://robertogentile.wordpress.com/tag/ ameaca-novos-entrantes/>. • Clientes: a identificação, aquisição e manutenção de clientes determina a estabilidade da produção e consequentemente a possibilidade de manter preços e volumes produ- zidos. Os clientes são suscetíveis às mudanças de mercado determinadas pela concor- rência, novos produtos, produtos substitutos e estratégias de marketing. • Fique atento: Após conhecer as forças determinantes do modelo proposto por Porter, em detalhes, conheceremos as principais estratégias e modelos utilizados pelas orga- nizações. A ideia é entender como os sistemas de informação podem ser utilizados como agentes transformadores. 2 Principais estratégias e modelos utilizados pelas organizações Uma vez que compreendemos as variáveis que afetam nosso negócio, as forças do mer- cado e os benefícios diferenciais oferecidos pelas vantagens competitivas, devemos então buscar entender comoos sistemas de informação poderão ser agentes transformadores que permitirão enfrentar concorrentes e vencer no mercado. 2.1 Alinhando estratégico de TI aos objetivos de negócio Nada é mais importante e determinante para o sucesso do que o alinhamento estratégico de TI ao alinhamento estratégico dos negócios. Equipes de TI tendem a ser centralizadoras e focadas em tecnologia, gerando assim a expres- são “tecnologia pela tecnologia”. Este termo denota a paixão dos técnicos pela tecnologia em si, distanciando esta dos interesses do negócio. FIQUE ATENTO! O alinhamento estratégico da TI com os objetivos corporativos só se torna possível com o devido comprometimento da alta direção e é em muito facilitado pela Gover- nança de TI, que conheceremos mais à frente. Os investimentos em tecnologia da informação devem ser efetuados à luz do planejamento estratégico corporativo, focando nas metas estabelecidas pela empresa. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 39 – 2.2 Governança de Tecnologia da Informação Governança de TI é determinada por um conjunto de práticas, processos e procedimentos que visam monitorar e medir as ações de tecnologia da informação dentro das empresas. Figura 3 – Governança de TI Fonte: Tashatuvango/Shutterstock.com. (Adaptado). A Governança de TI identifica os objetivos estratégicos corporativos e monitora o departamento de TI para certificar que suas ações e investimentos estejam alinhados com o planejamento estraté- gico. Esse é um processo cíclico, que coleta e avalia as informações do período anterior, a fim de deter- minar correções nos próximos períodos, seja em procedimentos ou investimentos em tecnologia. 2.3 O impacto da internet na economia global O surgimento da internet e dos dispositivos móveis trouxe ao mercado diversas alternativas de abordagem comercial, permitindo que empresas tradicionais reformulassem suas estratégias de vendas, e que novas empresas ingressassem no mercado. Temos ainda empresas tradicionais que se transformaram através do uso da tecnologia e da internet. EXEMPLO Walmart revolucionou suas vendas através da internet. Assim como a Apple se tornou líder de vendas de música on-line, com a criação do Itunes. Empresas como Paypal identificaram novos nichos de mercado e ganham mercado onde antes ape- nas operadores de cartão de crédito tinham lucro. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 40 – 2.4 Principais estratégias competitivas Quando pensamos em vantagem competitiva e diferenciais de mercado temos que tomar cuidado com a abrangência de nossa abordagem. Quadro 1 – Estratégias competitivas Estratégia Descrição Exemplo Liderança em custos Use sistemas de informação para produzir produtos e serviços a um preço menor que a concorrência e, ao mesmo tempo, aumentar a qualidade. Walmart Diferenciação de produto Use sistemas de informação para diferenciar produtos e facilitar a criação de novos produtos e serviços. Google, eBay, Apple Foco em nichos de mercado Use sistemas de informação para facilitar uma estratégia focada em um único nicho de mercado; especialize-se. Decolar, OLX, Paypal Relacionamento com clientes Use sistemas de informação para desenvolver laços mais fortes com clientes e fornecedores e conquistar lealdade. Amazon, Wine, Evino Fonte: Adaptado de LAUDON e LAUDON, 2014. É razoável considerar que não podemos liderar o mercado em todas as suas potencialida- des, portanto devemos observar as principais estratégias existentes. 2.5 Concorrência em escala global Agora, vamos manter o foco na economia global, que transforma mercados, faz emergir gigantes e naufragar corporações. SAIBA MAIS! Veja, no artigo “Economia Global”, como as soluções de tecnologia da informação foram alavancadas de maneira que permitiu o surgimento da moderna economia globalizada. Disponível em: <http://alunosonline.uol.com.br/geografia/economia-global.html>. Hoje, é possível importar produtos diretamente da Europa, China, Estados Unidos ou Japão, gerando concorrência em custos e qualidade, abrindo portas para novos entrantes e exigindo novas estratégias de sobrevivência para enfrentar esta concorrência globalizada. Esta concorrên- cia não está só ligada aos clientes, mas também a seleção de novos fornecedores globais. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 41 – Fechamento Nesta aula, tivemos a oportunidade de conhecer como as vantagens competitivas determi- nam o posicionamento de uma empresa no mercado. Foi possível observar também os diferentes tipos de vantagens competitivas, assim como conhecermos as forças de mercado que atuam sobre as empresas. Nesta aula, você teve oportunidade de: • conhecer o que são e como gerar vantagens competitivas para alavancar os negócios; • compreender diversas estratégias de mercado, sua aplicação e diferenciação em fun- ção de diferentes nichos de mercado. Referências LAUDON, Kenneth C, LAUDON, Jane P. Sistemas de Informação Gerenciais. 11º ed. Pearson. 2014. Blog Roberto Gentille. 5 forças de Porter em 10 minutos. Disponível em: <https://robertogentile. wordpress.com/tag/ameaca-novos-entrantes/>. Acesso em: 10 nov. 2016. Aluno Online Uol. Economia Global. Disponível em: <http://alunosonline.uol.com.br/geografia/eco- nomia-global.html>. Acesso em: 10 nov. 2016. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 42 – Infraestrutura de TI: hardware Jeanne Louize Emygdio Introdução Uma maior competitividade empresarial pode ser alcançada quando uma empresa mantém processos de negócios otimizados, pessoas capacitadas e engajadas, além de uma infraestrutura de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) capaz de apoiar a execução eficiente de suas atividades. Nesta aula, você conhecerá um pouco do universo de recursos tecnológicos de hardware disponíveis no mercado e seu funcionamento de forma isolada ou compartilhada por redes inova- doras baseadas em TICs. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender os conceitos de componentes de infraestrutura e tipos de computador; • entender os conceitos de tecnologias de armazenamento, entrada e saída e tendências. 1 Definições teóricas: componentes de infraestrutura, tipos de computador, tecnologias de armazena- mento, entradas e saídas As definições teóricas e conceituais deste estudo serão apresentadas por tópicos acom- panhados de exemplos elucidativos. O primeiro tema de estudo será os componentes de infraestrutura. Vamos lá?! 1.1 Componentes de infraestrutura Atualmente, cinco elementos específicos compõem uma infraestrutura de Tecnologia da Informação (TI): hardware, software, tecnologias de gestão de dados, tecnologias de rede e telecomunicações e serviços de tecnologia (LAUDON; LAUDON, 2014). Veja no quadro 1 os conceitos destes elementos. – 43 – TEMA 6 Elemento Conceito Exemplos Hardware Tecnologia para processamento computacional, armazenamento, entrada e saída de dados. Mainframes, computado- res pessoais e dispositivos móveis. Software São organizados em duas categorias: Softwares de Sistema, que acessam todo o hardware, sim- plificando a interação humana; e os Softwares Aplicativos, que permitem a utilização do com- putador em tarefas relacionadas às atividades de negócios dos usuários. Softwares de Sistema: GNU/ Linux, Windows. Softwares Aplicativos: Micro- soft Word, ERP para Gestão Acadêmica. Tecnologia de Gestão de Dados Softwares de organização e disponibilização de dados aos usuários. Microsoft Access, PostgreSQL. Tecnologia de redes e teleco- municações Viabilizam conectividade de dados, voz e vídeos a todos os usuários conectados. Redes Lan, Redes Wan. Serviços de Tecnologia Serviços prestados porequipes técnicas a uma organização, para apoiar o funcionamento da infraestrutura de TI, a operacionalização dos re- cursos tecnológicos e a otimização dos proces- sos informatizados. Implantação de ERPs, Treina- mentos. Quadro 1 – Elementos de uma infraestrutura de TI. Fonte: elaborado pela autora, 2016. A seguir, você irá conhecer os principais tipos de computador. 1.2 Tipos de computador A diversidade dos recursos de TICs permite que um considerável número de processos de negó- cios seja informatizado, em busca de maior produtividade, controle, integração e compartilhamento de informações e conhecimentos. Acompanhe a seguir algumas opções de hardware disponíveis. • Computador pessoal (PC), laptop ou notebooks – tecnologia para realização de ativi- dades individuais ou em grupos pequenos. Geralmente, são compostos por memória, disco rígido, driver de CD-ROM, DVD, placa de som, interface de rede, monitor de alta resolução e outros periféricos. • Estação de trabalho (workstation) – similar ao computador pessoal, se difere pela capacidade de processamento gráfico e matemático superior. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 44 – • IPhone, BlackBerry ou Dispositivo Android – dispositivos móveis com considerável capacidade computacional. • Servidor – computador otimizado especificamente para suportar uma rede de compu- tadores, por meio da qual os usuários podem compartilhar arquivos, softwares, dispo- sitivos ou outros recursos. FIQUE ATENTO! É possível configurarmos diversos tipos de servidores, tais como: servidor de arqui- vos, servidor de aplicações, servidor de base de dados, servidor de e-mail e servidor de páginas web. • Mainframe – computador de alto desempenho e grande capacidade, capaz de proces- sar enormes quantidades de dados com extrema velocidade. • Supercomputadores – computadores sofisticados, voltados às tarefas que necessi- tam de cálculos complexos e extremamente rápidos, como análise de estruturas de engenharia, experimentos científicos e trabalhos militares. • Computação em grade (grid computing) – combinação da capacidade disponível de computadores geograficamente distantes e unidos em uma única rede, para a reso- lução de problemas complexos com a mesma velocidade dos supercomputadores e a um preço reduzido. • Computação cliente/servidor – o processamento é dividido entre clientes e servidores conectados em uma mesma rede de arquitetura em camadas. A Figura 1 ilustra a con- figuração de uma arquitetura de duas camadas; observe. Figura 1 – Computação cliente/servidor de duas camadas. Fonte: Wor Sang Jun/Shutterstock.com GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 45 – Agora, acompanhe a Figura 2 e perceba como esta ilustra a configuração de uma arqui- tetura de N camadas. Figura 2 – Computação cliente/servidor de N camadas. Fonte: martin951/Shutterstock.com Em ambos os casos, a interação do usuário é realizada a partir de uma estação cliente, enquanto o servidor provê os serviços solicitados. 1.3 Tecnologias de armazenamento, entradas e saídas Os dispositivos periféricos são tecnologias que compreendem os recursos de armazena- mento, entradas e saídas de dados. Entre as tecnologias de armazenamento mais conhecidas e utilizadas encontram-se: • discos magnéticos: discos rígidos utilizados nos PCs, servidores e mainframes; uni- dades de estado sólido (Solid State Drivers – SSDs) utilizadas em PCs leves, como os smartphones; unidades flash USB; • discos ópticos: utilizam tecnologia a laser para armazenagem compacta de grande volume de dados, som e imagem. São exemplos mais conhecidos: O CD-ROM (compact disk-read only memory), sua versão regravável, o CD-RW (CD-ReWritable) – ambos com capacidade até 660MB; o DVD (digital video disk) e o DVD-RW, com capacidade de 4,7GB; • SANs (storage areas network): tecnologia que conecta inúmeros dispositivos de arma- zenamento por meio de uma rede de alta velocidade independente e dedicada, rapida- mente acessível e compartilhada por múltiplos servidores. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 46 – FIQUE ATENTO! A utilização de redes SANs proporciona maior desempenho, armazenamento cen- tralizado de dados e maior confiabilidade para as aplicações críticas. Observe a figura 3 e conheça um modelo de configuração de uma Rede SAN. Usuário Usuário Usuário Usuário Usuário Servidor Unidade de disco Servidor SAN Unidade de disco Biblioteca de fitas Unidade de disco Figura 3 – Modelo de uma Rede SAN. Fonte: LAUDON e LAUDON, 2014, p.151. Os dispositivos de entrada e saída são acionados pelo sistema operacional através de chips controladores (TANEMBAUM, 2013) que, por sua vez, são acionados por softwares denominados drivers de dispositivos. Acompanhe alguns exemplos de dispositivos de entrada: • teclado: tecnologia para entrada de dados numéricos ou de texto; • mouse, touch pads ou track balls: tecnologias com capacidade de apontar e clicar. Controlam a posição do cursor na tela do monitor, selecionam comandos e até mesmo desenham quando acessadas em aplicações gráficas; • tela sensível ao toque: dispositivo que permite a interação do usuário com o compu- tador através do toque dos dedos sobre a superfície especial de um monitor de vídeo. EXEMPLO O scanner, utilizado para conversão de imagens, figuras e documentos para o for- mato digital, é um exemplo de dispositivo de entrada, isso porque ele funciona a partir da leitura óptica que analisa, processa e digitaliza um arquivo. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 47 – Agora acompanhe alguns exemplos de dispositivos de saída: • monitores: telas de painel plano ou tubo de raios catódicos (CRT - cathod ray tube); • impressoras: dispositivos que permitem cópia impressa da informação de saída, podendo ser de impacto (matriz de pontos) ou sem impacto (laser, jato de tinta e trans- ferência térmica). SAIBA MAIS! Leia o artigo “Do mainframe à nuvem: inovações, estrutura industrial e modelos de negócios nas tecnologias da informação e da comunicação” e amplie seus conhecimentos sobre este tema. O arquivo está disponível em: <http://www.scielo. br/pdf/rausp/v48n1/09.pdf>. No próximo tópico, você irá conhecer as principais tendências em infraestrutura de TI. 2 As tendências envolvendo infraestrutura de TI O avanço das pesquisas científicas pode gerar várias tendências tecnológicas para a área de hardware, como: a produção de recursos de dimensões cada vez menores (nanotecnologia), de capacidade computacional cada vez maior (computação quântica) e a multiplicidade de arranjos computacionais em rede que podem ser acessados por meio de plataformas móveis digitais. A virtualização é a técnica que apresenta um conjunto de recursos computacionais de forma unificada ou transparente para os usuários. Quando utilizada para prover recursos computacionais sob demanda na internet, passa a integrar outra tendência, a da computação em nuvem. FIQUE ATENTO! Questões de segurança das informações, armazenamento e disponibilidade repre- sentam algumas desvantagens deste modelo computacional. Existem três modelos principais de recursos computacionais sob demanda: Infraestrutura, como serviço (IaaS), Plataforma, como um serviço (PaaS), e Software, como um serviço (SaaS). SAIBA MAIS! Você sabia que a computação verde ou TI verde, os processadores de alto desempenho e a computação autônoma são outras três tendências importantes relacionadas à proteção ambiental e às capacidades computacionais de autopreservação? Para aprender mais sobre este tema, consulte a obra de Kenneth Laudon e Jane Laudon, Sistemas de Informações Gerenciais, 2014. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 48 – Além das motivações provenientes do campo científico, o comportamento do mercado con- sumidor tambéminfluencia a adoção de TICs nas empresas, o que caracteriza uma tendência denominada consumerização de TI. Sua adoção amplia a complexidade na gestão e na segurança das informações empresariais. EXEMPLO O uso intensivo do Facebook no mundo motivou a adoção da rede social em âmbito empresarial, tendo em vista, as possibilidades das empresas se relacionarem direta- mente com seus consumidores, potenciais clientes e novos parceiros de negócios. Estamos a caminho de uma revolução tecnológica que irá transformar nossos hábitos diá- rios: a IOT (Internet of things ou internet das coisas, em tradução livre). Essa revolução promete interligar os equipamentos eletrônicos que utilizamos em nossas casas à internet, a partir de ino- vações técnicas de sensores wireless, inteligência artificial e nanotecnologia. Fechamento Ao finalizar seus estudos deste tema, você pôde ampliar seus conhecimentos sobre assun- tos relativos à infraestrutura de hardware. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • compreender os elementos que compõem uma infraestrutura de TIC e os tipos de computador; • entender os conceitos de tecnologias de armazenamento, entrada e saída e tendências. Referências LAUDON, Kenneth; LAUDON, Jane. Sistemas de Informações Gerenciais. Tradução de Célia Taniwaki. 11. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. TANEMBAUM, Andrew Stuart. Organização estruturada de computadores. Tradução Daniel Vieira; Revisão Técnica Wagner Luiz Zucchi. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2013. TIGRE, Paulo Bastos; NORONHA, Vitor Branco. Do mainframe à nuvem: inovações, estrutura industrial e modelos de negócios nas tecnologias da informação e da comunicação. R.Adm., São Paulo, v.48, n.1, p.114-127, jan./fev./mar. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rausp/v48n1/09.pdf>. Acesso em: 18 out. 2016. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 49 – Infraestrutura de TI: software Jeanne Louize Emygdio Introdução Nesta aula, você irá conhecer os recursos de software que podem ser utilizados em uma empresa para conferir agilidade na execução das tarefas diárias. Os softwares podem prover acesso seguro e eficiente aos recursos de hardware e dispositivos instalados na rede corporativa; viabilizar o compartilhamento de dados, documentos e recursos multimídia, além facilitar a cria- ção de diversos canais de relacionamento com os clientes, fornecedores e parceiros de negócios, através de redes de colaboração e produtividade. Objetivos Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender os conceitos de software de sistema operacional, software aplicativo e ferramentas de produtividade para PCs (Personal Computers); • conhecer os conceitos de software para web, software para integração empresarial e tendências. 1 Definições teóricas: software de sistema operacional, software aplicativo, software para web e software para integração empresarial Ao longo deste estudo serão apresentadas as definições teóricas sobre softwares, acompa- nhadas de exemplos elucidativos para auxiliar a compreensão. Iremos começar pelo Software de Sistema Operacional. Vamos lá?! 1.1 Software de Sistema Operacional (SO) Também conhecido como software básico, o sistema operacional é o responsável por pos- sibilitar a interação humana com os recursos de hardware disponibilizados para a realização de diversas tarefas, pois opera com acesso completo a todo o hardware (TANEMBAUM, 2009). A figura 1 ilustra a área de atuação de um sistema operacional. – 50 – TEMA 7 Figura 1 – Área de atuação de um Sistema Operacional Navegador Web Reprodutor de música Leitor de e-mail Programa de interface com o usuário Modo usuário Software Hardware Modo núcleo Sistema operacional Fonte: TANEMBAUM, 2009, p.19. Segundo Laudon e Laudon (2014), este software atua de maneira similar a um gerente-geral do sistema de computador, administrando simultaneamente a realização de múltiplas tarefas. EXEMPLO Um sistema operacional é capaz de realizar a alocação de memória para dados e programas; o gerenciamento de dispositivos periféricos, como impressoras e moni- tores; a coordenação de tarefas em execução para provisão de recursos de proces- samento, além do controle de acesso aos recursos e aplicações. Os sistemas operacionais são projetados para simplificar a interação humana com o hardware, tornando-a de fácil operação e compreensão. Para tanto, a maioria utiliza interfaces grá- ficas de usuário (GUI – Graphical User Interface) que fazem uso extensivo de ícones, botões, barras e caixas para execução das tarefas. FIQUE ATENTO! Tecnologias de interface mais modernas têm sido aplicadas para a utilização de dispositivos móveis, por permitirem ações de gerenciamento, a partir da movimen- tação dos dados, em gestos especiais sobre as telas, eliminando a utilização de teclados e mouses. São as chamadas tecnologias multitoque (multitouch). Os principais sistemas operacionais para PCs e servidores são identificados e caracterizados no quadro 1; acompanhe. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 51 – Quadro 1 – Principais sistemas operacionais para PCs e servidores Sistema Operacional Características Windows 8 SO proprietário, voltado para PCs tradicionais e dispositivos móveis. Utiliza interface multitoque. Windows Server 2012 SO proprietário, utilizado em servidores. Unix SO proprietário de alta portabilidade, aplicável em PCs, estações de trabalho e servidores. Suporta processamento multitarefa, multiusuário e rede. GNU/LINUX SO de código aberto, de alta portabilidade, constituindo uma alternativa confiá- vel aos sistemas operacionais Unix e Windows. OS X SO proprietário para Macintosh. Possui interface multitoque, altamente visual e de fácil operação por parte do usuário. Android SO livre, voltado para dispositivos móveis, mais utilizado no mundo (900 mi- lhões de usuários em 2013). Fonte: adaptado de LAUDON e LAUDON, 2016. O sistema operacional Chrome OS, da Google, e o iOS, da Apple, são concorrentes do sistema Android para o mercado de dispositivos móveis. SAIBA MAIS! No trabalho de conclusão de curso “Uma avaliação do processo de portabilidade do sistema Android para uma plataforma embarcada”, você poderá conhecer um pouco mais sobre os conceitos e desafios do processo de portabilidade de sistemas operacionais. Disponível em: <www.tcc.sc.usp.br/tce/disponiveis/97/970010/ tce-18042012-102015/?&lang=br>. 1.2 Software aplicativo Os softwares aplicativos são criados para realizar tarefas específicas que otimizam as ativi- dades rotineiras dos usuários, podendo ser adquiridos individualmente ou em formato de pacotes de software. Você pode conferir os tipos mais conhecidos de aplicativos e alguns exemplos no quadro 2. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 52 – Quadro 2 – Exemplos de softwares aplicativos Tipo de software aplicativo Características Exemplo Software de processamento de texto Armazena textos em formato digital permitindo aos usuários a edição, formatação e impressão. Microsoft Word. Software para edição eletrônica Utilizados para a produção de peças gráficas e editoriais. Adobe InDesign. Planilhas eletrônicas Organização de dados em blocos ou tabelas para realização de cálculos. Microsoft Excel. Softwares gerenciadores de bancos de dados Gerenciam maior volume de dados do que as planilhas, possuem recursos de programação e menus intuitivos para a criação de pequenos sistemas de informação. PostgreSql. Recursos gráficos de apresentação Criação de apresentações gráficas incluindo gráficos e recursos de multimídia como som, animação, fotos e clipes de vídeo. Microsoft PowerPoint. Suítes de software Pacotes de software que reúnemos principais aplicativos de produtividade, tais como, processadores de texto, planilhas eletrônicas, softwares gerenciadores de bancos de dados e recursos gráficos de apresentação. Microsoft Office e o Libre Office. Navegadores web Permitem a exibição de páginas da web, sendo a principal interface de acesso à internet e aos sistemas em rede baseados nesta tecnologia. Mozilla Firefox e Google Chrome. Linguagens de programação Permitem aos usuários desenvolverem seus próprios aplicativos de maneira customizada. Linguagens C, C++, PHP, Java, Ruby e Phyton. Fonte: adaptado de LAUDON e LAUDON, 2016. As linguagens de programação exigem conhecimentos técnicos avançados para serem utili- zadas com precisão. 1.3 Softwares para web e de integração empresarial Os Serviços para web (Web Services) compreendem um conjunto de elementos de software acoplados que compartilham informações entre si, baseando-se em linguagens e padrões de comunicação universais da web (como a XML – eXtensible Markup Language), que facilitam a integração entre sistemas. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 53 – FIQUE ATENTO! A organização de um conjunto de serviços para web, com vistas ao desenvolvimen- to de um aplicativo de software útil à empresa, denomina-se Arquitetura Orientada a Serviços (SOA – Service-Oriented Architecture). A linguagem HTML (Hypertext Markup Language), segundo Laudon e Laudon (2014, p.162, grifos nossos), “é uma linguagem de descrição de página que define como os elementos de texto, gráficos, sons, vídeos e imagens deverão ser organizados em uma página da web de forma a estabelecer links dinâmicos com outras páginas e objetos”. Com o desenvolvimento da Web 2.0 e a disseminação dos dispositivos móveis, houve aumento na demanda de compartilhamento elementos multimídia, exigindo também maior portabilidade e velocidade de processamento das aplicações, o que resultou em um aprimoramento da linguagem para o HTML5. 2 As tendências envolvendo desenvolvimento de software Em relação ao desenvolvimento de software, duas tendências se destacam: o uso crescente de Software de Livre/Código Aberto e o uso de ferramentas baseadas em nuvem. O Software Livre/Código Aberto (SL/CA) é um software desenvolvido de forma colabora- tiva por desenvolvedores ao redor do mundo e pode ser distribuído gratuitamente sob licenças específicas. FIQUE ATENTO! O ganho financeiro nesta tendência baseia-se nos serviços prestados sobre os softwares, tais como, treinamento, implantação e consultorias. As licenças de Software Livre, em geral, garantem quatro liberdades essenciais: de execução, de modificação, de distribuição de cópias do programa original e de distribuição de cópias das versões modificadas. SAIBA MAIS! No documento intitulado “Software Livre, Cultura Hacker e Ecossistemas de Colaboração”, você irá conhecer um pouco mais sobre os aspectos gerais que caracterizam o movimento mundial de Software Livre/Código Aberto. Acesse o texto disponível em: <https://www.ufmg.br/proex/cpinfo/educacao/docs/10f.pdf> GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 54 – As ferramentas e serviços baseados em nuvem oferecem diversas inovações na forma de aquisição ou compartilhamento de softwares. O Software como Serviço (SaaS), por exemplo, subs- titui a compra de pacotes de software para instalação nos PCs individuais por compras de licenças ou pacotes de licenças para uso remotos destes softwares que, juntamente com os dados por eles utilizados, são armazenados em grandes datacenters. EXEMPLO A utilização de Apps (pequenos programas de software voltados para dispositivos móveis) é capaz de transformar os dispositivos móveis portáteis em ferramentas de computação de uso geral, exigindo maiores cuidados com a privacidade e segu- rança de dados. A Figura 2 ilustra a forma de utilização do App Google Maps. Figura 2 – App Google Maps utilizado a partir de um celular Fonte: Roman Pyshchyk/Shutterstock.com Vários tipos de Apps podem ser encontrados na loja da Google Play na internet. Fechamento Nesta aula, você teve a oportunidade de: • compreender os principais tipos de software e acompanhar vários exemplos práticos de aplicação; • conhecer os conceitos de software para web e software para integração empresarial; • conhecer as tendências em software mais relevantes do momento. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 55 – Referências EVANGELISTA, Rafael. Política e Linguagem nos debates sobre Software Livre. In: AGUIAR, Vicente Macedo de (ORG). Software Livre, Cultura Hacker e Ecossistema da Colaboração. São Paulo: Momento Editorial, 2009. Disponível em: <https://www.ufmg.br/proex/cpinfo/educacao/ docs/10f.pdf>. Acesso em: 18 out 2016. LAUDON, Kenneth; LAUDON, Jane. Sistemas de Informações Gerenciais. Tradução de Célia Taniwaki. 11ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. PRADO, Luiz Fernando Pereira do. Uma avaliação do processo de portabilidade do sistema ope- racional Android para uma plataforma embarcada. Disponível em: <http://www.tcc.sc.usp.br/tce/ disponiveis/97/970010/tce-18042012-102015/?&lang=br>. Acesso em: 17 out 2016. TANEMBAUM, Andrew S. Sistemas Operacionais Modernos. Tradução Ronaldo A. L. Gonçalves, Luís A. Consularo, Luciana do Amaral Teixeira. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 56 – Abordagem de banco de dados para gerenciamento de dados, telecomunicações e redes Jeanne Louize Emygdio Introdução A criação dos bancos de dados digitais otimizou a recuperação e o relacionamento de diver- sas informações para apoio aos processos estratégicos de tomada de decisão empresariais. O que antes realizava-se a partir de leitura e síntese de grandes volumes de informações em papel, hoje realiza-se em questões de minutos, por essa eficiente tecnologia da informação. Durante esta aula, você conhecerá as formas de organizarmos e utilizarmos os bancos de dados, além dos benefícios que sua adoção proporciona às empresas. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender o que são entidades e atributos; • entender os conceitos de organização de dados e relacionamentos; • identificar os conceitos de rede, tendências e principais tecnologias. 1 Os conceitos de: entidades, atributos, organização de dados e relacionamentos. Segundo Laudon e Laudon (2014, p.183), um banco de dados pode ser conceituado como “um conjunto de arquivos relacionados entre si, com registros sobre pessoas, lugares ou coisas”. A criação de um banco de dados depende da organização das informações que se deseja manter em categorias genéricas que representam uma pessoa, lugar ou coisa e suas caracterís- ticas específicas. Às entidades genéricas, dá-se o nome de entidades e às suas características, dá-se o nome de atributos. EXEMPLO Se um médico deseja manter em bancos de dados informações de seus pacientes e um histórico dos atendimentos realizados a eles, deverá ser construído inicialmente um banco de dados de duas entidades, uma denominada PACIENTE, irá armazenar atributos como: nome, endereço (rua, número, bairro, cidade, CEP, país), telefone e data de nascimento; a outra, denominada CONSULTA, irá armazenar a data em que o pa- ciente se consultou, o diagnóstico obtido e os remédios prescritos. – 57 – TEMA 8 O tipo de banco de dados mais utilizado é o relacional. Nele, os dados são organizados em tabelas bidimensionais denominadas relações, compostas de colunas (que representam os atribu- tos ou campos) e linhas (que representam os registros ou tuplas). Cada tabela armazena informa- ções de uma entidade e seus atributos. Para evitar a redundância, no armazenamento dos dados, cada registro possui um campo-chave, denominado de chave primária.A chave primária se cons- titui de um conjunto mínimo de atributos que permitem identificar de forma única uma tupla de uma tabela, o que garante a unicidade da informação mantida e facilita a recuperação dos dados. Observe a representação da tabela PACIENTE, seus registros e atributos na Tabela 1: Número_ Paciente- Nome_Paciente Endereço_Paciente Telefone_ Paciente Nascimento_ Paciente 8259 João Carlos Nacimento Rua das Flores, 33 - Centro. BH - MG. CEP.: 30500-000 (31) 3456-3344 01/10/1970 5260 Maria José de Oliveira Rua Olinto Chaves, 100 - Bandeiran- tes. BH - MG. CEP.:34500-000 (31) 4356-2345 20/07/1980 8361 Ana Laura Pains Rua Castigliano, 1020 - Jardim das Colinas. BH - MG. CEP.: 30897-000 (31) 2345-9876 10/05/2010 Campo-Chave (Chave primária) Linhas (Registros ou Tuplas) Colunas (Atributos ou campos) Tabela 1 – Exemplo de uma tabela de banco de dados relacional Fonte: elaborada pela autora, 2016. Observe agora a representação da tabela CONSULTA, seus registros e atributos na Tabela 2: Data_Consulta Diagnóstico Consulta Prescrição_Consulta Número_Paciente 20/01/2014 Enxaqueca Cloridrato de Naratriptana 50mg 8361 20/07/2014 Enxaqueca Associar Neosaldina à prescrição anterior 8361 01/08/2016 Sintomas de depressão Amitril 50mg 8259 Chave primária Chave estrangeira Tabela 2 – Representação da tabela consulta Fonte: elaborada pela autora, 2016 GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 58 – Observe que o campo Número_Paciente é uma chave estrangeira. Chave estrangeira é um campo, ou conjunto de campos provenientes de outra tabela a partir da relação estabelecida entre elas. No exemplo em questão, o campo Número_Paciente é campo chave da tabela PACIENTE e permite aos usuários localizarem nela informações correlatas ao paciente que se consultou. O instrumento conceitual utilizado para apoiar a compreensão das relações entre as enti- dades de um banco de dados relacional denomina-se Modelo de Entidade/Relacionamento (ER). Segundo Pearson (2014) os conceitos básicos e simbologia são: • entidade: algo do mundo real com existência independente. Representada por um retângulo; • relacionamento: Ações de interação entre as entidades. Representado por um losango; • atributos: propriedades que descrevem uma entidade. São representados por elipses. FIQUE ATENTO! O nome dos atributos que representam chaves primárias deve vir sublinhados den- tro das elipses. Os atributos compostos devem ser apresentados por elipses de linha dupla. As entidades se ligam aos atributos e a outras entidades por linhas retas. Sua relação com as outras entidades possuem ainda um indicador de cardinalidade. As entidades podem estabelecer relacionamentos do tipo um para um, um para muitos e muitos para muitos. EXEMPLO A relação entre as entidades Paciente e Consulta é do tipo um para muitos, pois cada pa- ciente pode realizar várias consultas, mas cada consulta foi realizada por apenas um pa- ciente. Para cada registro na tabela PACIENTE, pode haver muitos registros correlatos na tabela CONSULTA que constituirão ao todo o histórico de atendimento de cada paciente. A Figura 1 ilustra como o Modelo ER deve ser usado para representar a relação paciente/consulta. Figura 1 – Modelo básico de Entidade e Relacionamento Número Nome Endereço Telefone Nascimento PACIENTE 1 CONSULTA N Número_ paciente Data Diagnóstico Prescrição Fonte: elaborado pela autora, 2016. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 59 – SAIBA MAIS! A partir da leitura do capítulo 10 do livro “Sistemas de Banco de Dados”, intitulado “Dependência funcional e normalização em um banco de dados relacional”, você poderá aprofundar seus estudos conhecendo as dependências funcionais, anomalias de atualização em relações redundantes e os processos de normalização que auxiliam na criação de bons projetos de bancos de dados relacionais. ELMASRI, Ramez; NAVATHE, Shamkant B. Sistemas de Bancos de Dados. Tradução: Daniel Vieira. 6ª ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2011. Após a definição dos arquivos e dados essenciais para a empresa, é necessária a escolha de um software específico que será utilizado para criação, armazenamento, organização e acesso aos dados de maneira a centralizá-los e a estabelecer uma fonte única e consistente de infor- mações para toda a empresa. Este software denomina-se sistema de gestão de banco de dados (Database Management System – DBMS). Além disso, mantém a visão lógica e física dos dados de forma independente, para simplificar a ação dos usuários sobre os dados. Comportam três tipos de linguagem: • DCL (Data Control Language): controle dos dados para atribuição e remoção de privilé- gios de acesso dos usuários; • DDL (Data Definition Language): definição dos dados, criação, alteração e exclusão de tabelas e visões dos dados para os usuários; • DML (Data Manipulation Language): manipulação dos dados que permite especificar operações de consultas e alterações dos dados. A linguagem SQL (Structed Query Language) é formada pelas três linguagens acima (PEARSON, 2014). FIQUE ATENTO! O SQL é uma linguagem padrão que permite realizar todas as funções específi- cas da DCL, da DDL e da DML, simplificando as atividades de um administrador de banco de dados, que poderá utilizá-la praticamente em todos os bancos de dados existentes, devido a sua alta portabilidade. Entre os DBMS mais conhecidos para suporte a bancos de dados relacionais estão: o Mysql, Oracle e o Microsoft SQL Server. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 60 – 2 Definições envolvendo rede e as principais tecnologias relacionadas Atualmente existem diversas tecnologias inovadoras para a extração de informações de ban- cos de dados de forma a melhorar o desempenho empresarial e a tomada de decisões, tais como: data warehouses, data marts, Hadoop e plataformas analíticas. O OLAP (On-line Analytical Processing, processamento analítico on-line, em tradução livre), per- mite a análise multidimensional dos dados por meio de sua organização em dimensões, de acordo com cada aspecto da informação e das demandas empresariais. Posteriormente, os dados são orga- nizados em cubos, que, quando aninhados, permitem visões cada vez mais complexas dos dados. O Data Mining (mineração de dados) possibilita percepções sobre os dados corporativos que não são possíveis com o OLAP, tais como, a descoberta de padrões e relacionamentos ocultos em grandes bancos de dados, permitindo análises preditivas para apoio ao processo decisório e possíveis consequências. O Text Mining (mineração textual) e o Web Mining (mineração na web) são ferramentas que possibilitam às empresas extrair elementos chaves de conjuntos de big data não estruturados, descobrir padrões e relacionamentos, além de resumir informações. SAIBA MAIS! O vídeo “Big data” oferece alguns exemplos para facilitar a compreensão desta tendência e para motivar maiores estudos relacionados. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=kwCyxKYqDSM >. Quando esta mineração textual ocorre sobre os dados que trafegam na internet, as empresas podem compreender o comportamento do consumidor, avaliar a eficiência de um site ou o sucesso de uma campanha de marketing. O Google Trends e o Insight for Search são exemplos destas ferramentas. FIQUE ATENTO! Uma tendência importante é a criação de plataformas analíticas especializadas e de alta velocidade que combinam tecnologias de bancos de dados relacionais e não relacionais. Estas tecnologias são otimizadas para realizar análises sobre grandes conjuntos de dados (big data), em velocidades de 10 a 100 vezes maiores do que ocorre em sistemas tradicionais. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 61 – A Figura 2 ilustra uma infraestrutura contemporânea de inteligênciaempresarial baseada neste tipo de plataforma. Figura 2 – Infraestrutura contemporânea de inteligência empresarial Dados operacionais Dados externos Dados de áudio/vídeo Dados gerados por máquinas Dados da web Dados históricos Data Warehouse Data Mart Plataforma analítica Extrai, transforma armazena Usuários eventuais - Consultas - Relatórios - Paineis Usuários avançados - Consultas - Relatórios - Olap - Data mining (Mineração de dados) Cluster Hadoop Fonte: LAUDON e LAUDON, 2014, p. 196. Ilustrações: Amelisk/Shutterstock.com (Adaptado) Os bancos de dados empresariais podem ser disponibilizados via web, para acesso dos usu- ários ou para o atendimento de algum tipo de demanda. Por exemplo, caso um paciente queira consultar via internet todas as consultas que realizou em uma determinada clínica e as prescri- ções médicas que recebeu, poderia acessar o portal de informações desta clínica e, após informar uma senha de acesso, consultar através de um sistema interno, as informações que deseja. A infraestrutura tecnológica da clínica pode ser organizada em servidores distintos para aplicativos web (onde estaria o portal da clínica), aplicações (onde estaria o sistema de consultas), bancos de dados (onde estaria o DBMS e os dados a serem consultados) de forma que todas as transações (tarefas) necessárias para o atendimento ao cliente fossem realizadas com alto grau de segurança. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 62 – Fechamento Você conheceu, nesta aula, vários aspectos importantes sobre os bancos de dados e que norteiam as atividades de modelagem para a criação de sistemas de informações eficientes no armazenamento, processamento e recuperação de dados. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • compreender o que são os objetos do mundo real que podem ser informatizados (enti- dades) e suas características (atributos), bem como as simbologias existentes para representá-los e às suas relações; • entender como organizar, relacionar e administrar estes dados a partir de DBMS; • identificar as principais estruturas em rede por onde estes dados possam ser arma- zenados e disponibilizados aos usuários e sistemas, além das principais tendências e tecnologias. Referências BIG DATA. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=kwCyxKYqDSM ELMASRI>. Acesso em 08 nov. 2011. ELMASRI, Ramez; NAVATHE, Shamkant B. Sistemas de Bancos de Dados. Tradução: Daniel Vieira. 6ª ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2011. LAUDON, Kenneth; LAUDON, Jane. Sistemas de Informações Gerenciais. Tradução de Célia Taniwaki. 11ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. PEARSON. Banco de dados. 1ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 63 – Vulnerabilidade dos sistemas e uso indevido Jeanne Louize Emygdio Introdução A interconexão de sistemas de informação geograficamente distantes e, atualmente, o acesso a eles por meio de tecnologias móveis, constituem benefícios provenientes do surgimento e avanço das redes de telecomunicações ao mesmo tempo em que estabelecem ambiente favo- rável à ocorrência de diversas ameaças a estes sistemas capazes de comprometer sua utilização e a própria sobrevivência das empresas. Nesta aula, você estudará sobre a vulnerabilidade dos sistemas, bem como a diversidade de circunstâncias que podem comprometer a segurança dos dados. Bons estudos! Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender por que os sistemas são vulneráveis; • entender os conceitos de Software mal-intencionado, hackers e cibervandalismo, crimes de informática e ciberterrorismo; • identificar as ameaças internas: funcionários. 1 Fragilidades (vulnerabilidades) dos sistemas As vulnerabilidades relacionadas aos sistemas de informação resultam de múltiplos fatores, como os técnicos, organizacionais, ambientais, de má administração de recursos ou ainda pelo conjunto destes fatores. EXEMPLO Erros de programação em softwares; hardware configurado incorretamente, danifica- do por uso indevido ou por atividades criminosas; ausência de políticas de segurança para uso adequado dos recursos de TI e que permitem acessos não autorizados aos sistemas e plataformas de hardware; enchentes, incêndios e queda de energia são fa- tores que representam fortes ameaças aos sistemas de informação organizacionais. Em sistemas do tipo cliente/servidor multicamadas, existem diversas vulnerabilidades que são exploradas pelos usuários da camada cliente, com o objetivo de danificar os serviços em execução. Os danos mais comuns provocados pelos usuários são: a introdução de códigos-fonte (pro- gramas) maliciosos nos sistemas alterando seu funcionamento, vandalismo em sites empresa- – 64 – TEMA 9 riais, danos a bases de dados, interceptação de mensagens para alteração de seu conteúdo ou roubo de segredos corporativos. Geralmente estes danos são mais críticos quando a plataforma envolve conexões em rede com parceiros e utilização de tecnologias móveis (tablets, celulares e smartphones), cuja portabilidade facilita o roubo e a violação de dados sobre segredos comerciais. Observe as principais ameaças à arquitetura cliente/servidor, ilustradas na Figura 1. Figura 1 – Vulnerabilidades em arquitetura cliente/servidor Cliente (Usuário) Linhas de comunicação Servidores corporativos Sistemas corporativos Hardware Sistemas operacionais Software Banco de dados Acesso não autorizado Erros Escuta clandestina Sniffing (farejamento) Alteração de mensagem Roubo e fRoubo e fraude Radiação Hacking Malware Roubo e fraude Vandalismo Ataques de recusa de serviço Roubo de dados Cópia de dados Alteração de dados Falha de hardware Falha de software Fonte: LAUDON e LAUDON, 2014, p.256. A utilização de redes corporativas via internet potencializa tais ameaças, em função de sua abertura e dimensão, o que facilita a ação de hackers. FIQUE ATENTO! A maioria dos serviços de telefonia baseados em tecnologia para web (VOIP) não utiliza criptografia para garantir a privacidade das conversas que trafegam na rede, podendo estas, serem lidas na íntegra em caso de interceptação por terceiros. O uso de redes sem fio (wireless ou wi-fi) sem adoção de técnicas seguras de criptografia representa também séria ameaça à segurança dos dados domésticos e corporativos. SAIBA MAIS! A leitura do artigo “Implementação de segurança em redes wi-fi com a utilização de VPN” contribui para a compreensão das vulnerabilidades relacionadas e técnicas de segurança adequadas. O artigo está disponível em: <http://revista.srvroot.com/ linkscienceplace/index.php/linkscienceplace/article/viewFile/72/34>. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 65 – O uso de e-mails, ferramentas de mensagens instantâneas e programas de compartilha- mento de arquivos ponto a ponto podem facilitar a disseminação de vírus e o acesso direto às redes, que até o uso destas tecnologias eram consideradas seguras. 2 Exemplos de vulnerabilidade: software mal-intencionado, hackers, cibervandalismo, crimes de informática e ciberterrorismo. As ameaças aos sistemas de informação em formato de programas de software mal-intencio- nados são conhecidas por malware, sendo os mais populares: os vírus, worms e cavalos de Tróia. Os vírus são programas que se anexam a softwares ou dados existentes nos computadores e que se tornam ativos a partir do acesso dos usuários a estes recursos em suas atividades diárias. Uma vez ativos, passam a executar os comandos danosos que carregam, geralmente, sem conhe- cimento ou permissão do usuário. Os worms, similares aos vírus, se diferenciam pela capacidade de autorreplicação em diversos computadores quando disseminados por mensagens dee-mail, potencializando ataques que podem paralisar redes inteiras. Os cavalos de Tróia são programas que abrem brechas para que os vírus e worms sejam disseminados. EXEMPLO O Storm, um cavalo de Tróia, originado em 2007, ainda não foi completamente er- radicado, espalha-se por spam, via e-mail, apresentando-se como um falso anexo. Infectou mais de 10 milhões de computadores e conectou-os a uma rede zumbi, ligada a atividades criminais. Os malwares podem entrar em nossos computadores a partir do acesso que realizamos a sites não conhecidos da internet, dos cliques que executamos em anúncios virtuais, da abertura de anexos de e-mails provenientes de destinatários desconhecidos, do uso de pen-drives de terceiros ou do recebimento de arquivos via bluetooth. FIQUE ATENTO! Outros tipos de malware muito disseminados são os que aproveitam falhas de de- senvolvimento das aplicações web, como por exemplo: os ataques por SQL Injec- tion, para inserção de código-fonte malicioso; os spywares que monitoram as ações dos usuários e os keyloggers que monitoram as teclas utilizadas no teclado do computador para roubo de senhas bancárias e de aplicações críticas. Os softwares mal intencionados são desenvolvidos por pessoas com alto conhecimento téc- nico que pretendem explorar as falhas em sistemas para os mais diversos fins. Quando os fins são benéficos, como por exemplo, para a descoberta de falhas graves em sites e sistemas de computa- GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 66 – dor para realização de medidas de correção, são denominados hackers. Quando os fins são maléfi- cos, são identificados como crackers. Popularmente, tais denominações são bastante confundidas. Acompanhe no quadro 1 as principais práticas realizadas por estes especialistas: Quadro 1 – Atuação de hackers e crackers Práticas Descrição Spoofing Uso de disfarces para coleta de dados privativos. Exemplo: sites bancários clonados (disfarça- dos) por técnica denominada phishing; redes wi-fi falsas (e aeroportos, hotéis ou cafeterias), disfarçadas de redes confiáveis por técnica denominada evil twins (gêmeos do mal); sites fal- sos acessados por redirecionamento provocado por uma técnica denominada pharming. Sniffing Monitoramento de informações transmitidas por rede. DoS Sobrecarga de um servidor de rede ou de web com milhares de falsas comunicações ou requisições de serviço de forma a inutilizar a rede. DDoS Ataque distribuído de DoS a partir de inúmeros computadores zumbis organizados em uma rede de robôs (botnet). Fonte: elaborado pela autora, 2016. De acordo com as práticas apresentadas observa-se que os computadores podem ser alvos de crimes cibernéticos, nas ações relacionadas no Quadro 2; acompanhe. Quadro 2 – Computadores como alvos de crime Ações • Violar a confidencialidade de dados computadorizados protegidos. • Acessar um sistema de computador sem autorização. • Transmitir intencionalmente um programa, código de programa ou comando que deliberadamente danifique um computador protegido. Fonte: Adaptado de LAUDON e LAUDON, 2014, p.264. Por outro lado, podem ser utilizados como instrumentos por meio dos quais os especialistas realizam seus crimes, como nas ações relacionadas no Quadro 3. Quadro 3 – Computadores como instrumentos de crime Ações • Cópia não autorizada de software ou de material com propriedade intelectual registrada como artigos, livros, músicas e vídeos. • Usar e-mail para ameaças ou assédio. • Tentar interceptar comunicações eletrônicas intencionalmente. Fonte: Adaptado de LAUDON e LAUDON, 2014, p.264. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 67 – As atividades destes especialistas se expandiram e atingindo ações de roubo de mercado- rias, informações, danos em sistemas e cibervandalismo (dano intencional a sites e sistemas cor- porativos), caracterizando crimes de informática passíveis de penalidades. FIQUE ATENTO! O roubo de identidade é um crime comum, realizado para obtenção de crédito, mer- cadorias ou serviços em nome da(s) vítima(s). Este crime já foi praticado contra as empresas PayPal, Amazon.com, Walmart e diversos bancos. As vulnerabilidades da internet criam oportunidades para o surgimento de cibercriminosos globais, capazes de promover guerras cibernéticas contra nações inteiras, ameaçando a infraes- trutura social mundial cujas práticas diárias dependem do uso da internet. 3 Os funcionários como ameaça interna aos sistemas Embora se possa pensar que as maiores ameaças aos sistemas de informação originam-se fora das organizações, a maior delas origina-se a partir das ações das pessoas que têm vínculos formais com as empresas, como os usuários ou os próprios especialistas da área. SAIBA MAIS! Assista ao filme Snowden, para conhecer a história do ex-analista de sistemas da CIA – Agência Central de Inteligência Americana, Edward Snoweden, que denunciou publicamente o governo americano por espionar vários países a partir do roubo de dados digitais privados. Ações conscientes ou desatentas podem ser relacionadas como causadoras de sérios danos à integridade de sistemas de informação em organizações. Entre elas, relacionam-se: • anotação de senhas em locais de fácil acesso no ambiente de trabalho; • compartilhamento de senhas de acesso para colegas ou desconhecidos que se fazem passar por funcionários; • uso indevido da internet e e-mails para fins pessoais durante o expediente de trabalho; • não cumprimento das normas de uso dos recursos de TI da empresa. Quanto às falhas provenientes dos especialistas da área, destaca-se em primeiro lugar a ausência de políticas de uso dos recursos de TI, seguida de configurações, falhas em servidores, aplicações e bancos de dados, além da ausência de infraestrutura de software e hardware seguros. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 68 – Fechamento Ao final desta aula, foi possível conhecer o amplo e diversificado contexto de ameaças aos sistemas de informação, bem como o perfil das pessoas envolvidas em tais práticas que, ao opor- tunizarem a modernização de crimes há muito conhecidos, adquiriram também caráter criminal passível de penalidades legais. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • compreender as situações que tornam os sistemas vulneráveis como, as falhas técni- cas no desenvolvimento das aplicações; falhas organizacionais na ausência de normas de segurança para utilização dos recursos de TI, além do baixo índice de adoção de técnicas de criptografia na transmissão de dados em rede; • entender os tipos de vulnerabilidades, a dimensão e os tipos de crimes cibernéticos realizados em nível mundial; • identificar que os funcionários se tornam ameaças internas aos sistemas quando não são devidamente orientados quanto ao uso seguro dos recursos tecnológicos à sua disposição. Referências LAUDON, Kenneth; LAUDON, Jane. Sistemas de Informações Gerenciais. Tradução de Célia Taniwaki. 11ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. MATOS, Fábio Hugo Souza; RAGNINI, Diogo Fontana; OLIVEIRA, Paulo de Tarso Carvalho de; ALMEIDA, Fabrício Moraes de. Implementação de segurança em redes Wi-Fi com a utilização de VPN. Revista Científica Interdisciplinar, nº 1, v.2, 2015, p.133-164. Disponível em: <http://revista.srvroot.com/links- cienceplace/index.php/linkscienceplace/article/viewFile/72/34>. Acesso em out. 2016. Snowden. Direção: Oliver Stone. Los Angeles: Disney/Buena Vistta, c2016. (135MIN). GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 69 – Tecnologias e ferramentas para a segurança Jeanne Louize Emygdio Introdução Ao mesmo tempo em que se proliferam as ameaças aos recursos tecnológicos que utili- zamos, desenvolvem-se variados sistemas, métodos e técnicas de proteção para garantir maior privacidade e segurança em nossas transações digitais, sejamelas pessoais ou profissionais. Nesta aula, iremos tratar de abordagens eficientes para prover a segurança de nossos dados, arquivos e sistemas, como também para garantir a confidencialidade em nossas comunicações realizadas no espaço cibernético. Você conhecerá ainda elementos de software, hardware e proce- dimentos perspicazes para atender a estes fins. Bons estudos! Objetivos Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender os conceitos de controle de acesso, firewalls, sistemas detecção de inva- são e software antivírus; • entender os conceitos de segurança em redes sem fio, criptografia e infraestrutura de chave pública. 1 Definições sobre controle de acesso Tendo em vista o vasto número de ameaças aos sistemas de computação, as empresas passaram a utilizar diversas ferramentas e tecnologias para prover a segurança aos seus recursos de Tecnologia da Informação (TI). A primeira providência refere-se à gestão da identidade de seus usuários e sua respectiva autenticação para acesso aos recursos tecnológicos. Tais ações são realizadas por softwares de gestão de identidade, por meio dos quais os usuários são cadastrados e recebem atribuições de privilégios de acesso a sistemas, dispositivos de hardware, arquivos etc. Cada usuário recebe uma identidade digital única que deverá ser protegida por uma senha segura. FIQUE ATENTO! As senhas seguras devem mesclar o uso de caracteres, números e símbolos espe- ciais como “*”, “@”, “|”, “&” etc., para dificultar sua descoberta quando utilizada em rede. No entanto, sistemas de senhas excessivamente rigorosas podem levar os usuários a adotarem práticas inseguras, como a de anotar as senhas em locais de fácil acesso por outros funcionários, possibilitando roubo por engenharia social. – 70 – TEMA 10 A autenticação é a ação de reconhecer se o usuário que tenta acessar o recurso tecnológico é realmente quem se diz ser. A forma mais comumente utilizada é o fornecimento da identidade digital e da senha do usuário em telas de login dos sistemas. Os dados informados são conferidos com os dados previamente cadastrados e sendo similares, obtém-se o acesso. EXEMPLO Os sistemas bancários disponibilizados para acesso via internet solicitam os dados dos clientes que são cadastrados no ato da abertura de suas contas bancárias. Um recurso adicional de segurança reside no cadastramento do macaddress (identifi- cação física única) do computador doméstico do cliente, evitando-se desta forma acessos por dispositivos não autorizados. Atualmente, novas formas de autenticação têm sido utilizadas, como por exemplo, a auten- ticação por tokens que são dispositivos físicos pequenos similares a um cartão de identificação, projetados para provar a identidade de um usuário, exibindo senhas atualizadas periodicamente. Outra técnica utilizada é a autenticação biométrica, que compara dados exclusivos de uma pes- soa, tais como impressões digitais, imagem da retina, face ou voz para autorizar o acesso. A figura 1 ilustra a utilização desta técnica para acesso a locais restritos: Figura 1 – Exemplo de autenticação por biometria Fonte: Andrea Danti/Shutterstock. A autenticação por smart card ocorre a partir do uso deste dispositivo de dimensão similar a de um cartão de crédito, contendo um chip formatado com a permissão de acesso e outros dados do usuário, sendo muito utilizado em sistemas de pagamento eletrônico. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 71 – 2 Modalidades de controle de acesso: firewalls, siste- mas de detecção de invasão e softwares antivírus No aspecto de proteção ao uso dos recursos tecnológicos por meio da internet, as ferramen- tas essenciais são os firewalls, os sistemas de detecção de intrusão e os softwares antivírus. Os firewalls (muros de fogo - em tradução literal) são elementos mistos de software e har- dware, geralmente instalados entre as redes internas privadas das empresas e as redes externas e não confiáveis, com o objetivo de proteger as redes privadas de acessos indevidos, a partir do controle do tráfego de dados que entra e sai de uma rede. FIQUE ATENTO! Os firewalls examinam as credenciais de cada usuário, identificando nomes, endere- ços de IP, aplicativos e outras características de tráfego de entrada, impedindo que co- municações não autorizadas entrem ou saiam de uma rede, caso as regras de aces- so estabelecidas pela organização não se identifiquem com os dados analisados. Empresas de grande porte geralmente utilizam servidores específicos para instalação de firewalls, de forma a aumentar a segurança prevenindo acessos diretos a recursos da rede privada. A figura 2 ilustra este tipo de estrutura de rede: Figura 2 – Exemplo de firewall corporativo Internet Firewallexterno Firewall interno Servidor Web Sistemas corporativos Banco de dados Regras Fonte: LAUDON e LAUDON, 2014, p. 276. (Adaptado). Imagens: VladFree/Shutterstock.com A combinação de técnicas de inspeção, como a filtragem de pacotes estáticos, a inspeção de pacotes SPI (Stateful Packet Inspection), a tradução de endereços IP (Network Address Translation) e a filtragem de aplicação proxy é utilizada para fornecer a proteção de firewall. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 72 – Já os sistemas de detecção de intrusão (SID) são ferramentas que monitoram continuamente as redes corporativas, uma parte mais sensível de uma rede, ou ainda, uma estação específica de trabalho. FIQUE ATENTO! Os SID baseados em uma estação (SDIE) geralmente monitoram processos, siste- mas de arquivo e CPU, já os SID baseados na rede (SDIR) observam todos os dados trocados entre todas as estações, ou seja, todo o tráfego de rede. Os SID softwares efetuam varreduras para detecção de tráfego de rede suspeito, tentativas de acesso a arquivos e bancos de dados e ataques em curso a partir do exame de eventos em tempo real. EXEMPLO Os sistemas de registro de logs são responsáveis pelo armazenamento de ocorrên- cias em aplicações (de uma estação ou de toda a rede) em uma série de arquivos, que, quando submetidos a sistemas de análises para comparação de padrões per- mitem a detecção de intrusões (ou de tentativas). Na árvore de diretórios do GNU/ Linux encontramos o caminho /var/logs onde arquivos deste tipo são armazenados. Os softwares antivírus previnem, detectam e removem malwares (softwares maliciosos), incluindo vírus, worms, cavalos de Tróia, spyware e adware, desde que estejam continuamente atualizados, pois só eliminam ameaças conhecidas. Sua ação se caracteriza por escaneamento contínuo do computador pessoal, servidor, redes corporativas, tablets, celulares e outros dispositi- vos móveis onde esteja instalado. A figura 3 ilustra este tipo de ação, verifique: Figura 3 – Tela de escaneamento de softwares antivírus Fonte: Rawpixel.com/ Shutterstock.com GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 73 – Entre os softwares antivírus mais conhecidos do mercado encontram-se o Norton da Syman- tec, o AVG e o Avast (ambos gratuitos), além do CM Security (para mobiles). Alguns softwares instalam um firewall juntamente com o antivírus. SAIBA MAIS! Confira uma reportagem imperdível sobre os principais antivírus para Android base- ada em testes abrangentes realizados pelo laboratório do Olhar Digital, disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=OJIDHRcVVy4>. Acompanhe no tópico a seguir, os recursos mais avançados em segurança da informação para redes sem fio. 3 Abordagem de segurança em redes sem fio: criptografia e infraestrutura de chave pública A segurança em redes sem fio deve ser provida a partir da utilização do padrão WPA2 (wi-fi pro- tected access 2) que utiliza chaves de criptografia longas e modificadas continuamente, o que difi- culta sua descoberta. Sua utilização pode ser associada a um sistema de autenticaçãocriptografado. SAIBA MAIS! O artigo “O gestor da segurança da informação no espaço cibernético governamen- tal: grandes desafios, novos perfis e procedimentos” irá agregar aos seus conhe- cimentos uma visão sobre a carreira instigante de um profissional de segurança. Acesse o link disponível em: <http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/ bjis/article/view/5216/3668>. A criptografia é o processo de transformar textos comuns ou dados em um texto cifrado, que só poderá ser lido pelo remetente e o destinatário desejado. Os dados são criptografados por meio de um código secreto (chave criptográfica) que também será utilizado para descriptografá-lo, no momento de leitura da mensagem. Acompanhe a seguir, alguns métodos de criptografia existentes: Quadro 1 – Métodos criptográficos Método Descrição SSL – Security Socket Layer e TLS – Transport Layer Security Estabelecem conexão segura entre dois computadores (clientes e servidores). SHTTP – Secure Hipertext Transfer Protocol Protocolo para criptografar dados que fluem pela internet. Há recurso de geração de sessões seguras embutido nos navegadores. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 74 – Método Descrição Chave simétrica Remetente e destinatário compartilham uma chave compartilhada via internet, o que a expõe a invasores. Chave pública Combina chaves compartilhadas e privadas, matematicamente rela- cionadas, o que oferece maior segurança. Certificado digital Arquivo de dados de autenticação, fornecido uma autoridade certifi- cadora. Fonte: Adaptado de LAUDON e LAUDON, 2014. Durante as transações em comércio eletrônico a segurança tem sido amplamente garantida pelo uso da criptografia de chave pública, em conjunto com uma autoridade certificadora. Fechamento Ao concluirmos esta aula, você passou a conhecer o resultado do esforço de diversos hackers que empregam alta inteligência para o desenvolvimento de sistemas, dispositivos e técnicas, e que consequentemente, atribuem maior segurança no acesso e utilização da internet, das redes digitais organizacionais, dos nossos computadores pessoais e dos diversos sistemas públicos utilizados em nossa sociedade. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • compreender os conceitos de controle de acesso, atribuição de permissões e autenti- cação dos usuários; • compreender a constituição e o funcionamento dos firewalls, dos sistemas detecção de invasão e dos softwares antivírus, além de conhecer alguns dos mais relevantes disponíveis no mercado; • entender a inteligência aplicada aos conceitos de segurança em redes sem fio, cripto- grafia e infraestrutura de chave pública. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 75 – Referências Digital Plus. O melhor antivírus para Android de 2016 - Olhar Digital. Disponível em: <https://www. youtube.com/watch?v=OJIDHRcVVy4>. Acesso em 17 nov. 016. LAUDON, Kenneth; LAUDON, Jane. Sistemas de Informações Gerenciais. Tradução de Célia Taniwaki. 11ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. VIANNA, Eduardo Wallier; FERNANDES, Jorge Henrique Cabral. O gestor da segurança da infor- mação no espaço cibernético governamental: grandes desafios, novos perfis e procedimentos. BJIS, v.9, n.1, 2015. Disponível em: http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/bjis/article/ view/5216/3668. Acesso em: 17 nov. de 2016. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 76 – Sistemas e aplicações integradas Jeanne Louize Emygdio Introdução Com a evolução dos sistemas de informação e a necessidade cada vez maior de compartilha- mento de dados entre os diversos setores de uma empresa, suas unidades e parceiros de negócios, percebeu-se a importância da adoção de sistemas integrados que simplificassem os processos administrativos, melhorando a eficiência operacional e a qualidade das decisões gerenciais. Nesta aula, abordaremos os sistemas integrados, apresentaremos os exemplos mais encontrados de uti- lização, os principais benefícios de sua adoção, bem como os desafios mais críticos que impactam em uma utilização adequada e eficiente. Vamos lá?! Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • entender os conceitos de sistemas integrados, como eles funcionam e seu valor empresarial; • compreender os conceitos de aplicações integradas: desafios, oportunidades e software integrado. 1 A geração de valor através dos sistemas integrados Os sistemas integrados informatizam os processos de negócios de uma empresa em todos os níveis operacionais e gerenciais. A partir de seu uso, as empresas se tornam mais flexíveis e produtivas passando a gerenciar, de maneira mais eficiente e coordenada, os processos, grupos de processos e recursos. O resultado é a maior satisfação dos clientes em função do aumento da qualidade no seu atendimento. A Figura 1 a seguir ilustra a abrangência de um sistema integrado conhecido como “Enterprise Resource Planning” (ERP) ou “Sistema de Planejamento de Recursos”, largamente utilizado em empresas de médio e grande porte. – 77 – TEMA 11 Figura 1 – Abrangência de um ERP Fonte: ananaline/Shutterstock.com Esses sistemas são constituídos por um conjunto de módulos de software integrados, com- partilhando um banco de dados central que distribui dados e informações por meio dos diferentes processos de negócios e áreas funcionais da empresa. EXEMPLO Os sistemas de gestão do relacionamento com o cliente – “Customer Relatioship Management” (CRM) – capturam e integram dados do cliente provenientes de toda a organização, consolidando-os e analisando-os para, posteriormente, distribuir os resultados para vários sistemas e canais de interação com o cliente espalhados por toda a empresa, podendo resultar em aumento de vendas. Acompanhe alguns dos benefícios provenientes da adoção de sistemas integrados: • fornecimento de informações globais sobre a empresa; • elevação da eficiência operacional; • melhoria na tomada de decisão; • aplicação de práticas e dados padronizados de forma a estruturar uma condução uni- ficada dos negócios nas diversas unidades operacionais das grandes empresas que, muitas vezes, encontram-se espalhadas pelo mundo; • realização de análises globais de desempenho da organização a partir da utilização de ferramentas analíticas. Estas ferramentas permitem avaliar, por exemplo, qual uni- GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 78 – dade operacional e qual produto são mais lucrativos, ou qual o cálculo de custos para a empresa como um todo; • a gestão global de RH permite correlacionar investimentos no treinamento e na qua- lidade dos empregados. Assim, é possível realizar avaliações de custos empresariais para distribuição de serviços aos empregados e mensurar a eficiência das operações de recrutamento, compensação e treinamento. FIQUE ATENTO! A adoção de sistemas integrados representa o estabelecimento de um vínculo de longo prazo com uma empresa fornecedora, fato que estabelece como premissa essencial o estudo prévio de viabilidade sobre as soluções disponíveis no mercado e sua correlação com as práticas empresariais adotadas na organização. As visitas técnicas para demonstração dos sistemas e o contato com os clientes efetivos dessas empresas podem oferecer maior segurança durante a escolha e minimizar gastos e aborrecimentos por escolhas indevidas. Um sistema integrado é desenvolvido em torno de milhares de processos de negócios prede- finidos e que refletem as melhores práticas do mercado (LAUDON e LAUDON, 2014). O Quadro 1 ilustra alguns processos de negócios suportados por sistemas integrados. Quadro 1 – Processos de negócios suportados por sistemas integrados Processo Abrangência Financeiros e contábeis Inclui contas a pagar e a receber, ativos fixos, gerenciamento e previsão de caixa, contabilidadede custos de produto, contabilidade por centro de custos, relatórios financeiros. Processos de recursos humanos Inclui gestão de pessoal, folha de pagamentos, recrutamento e seleção de funcionários, gestão de desempenho. Processos de produção e manufatura Inclui seleção de fornecedores, gestão de estoques, compras, expedição, pla- nejamento e programação da produção, controle de qualidade e distribuição. Processos de venda e marketing Inclui processamento de pedidos, cotações, contratos, definição de preços, faturamento e planejamento de vendas. Fonte: adaptado de LAUDON e LAUDON, 2014. No contexto educacional, outros processos-chave podem ser enumerados, como os que se relacionam à gestão de processos seletivos, gestão acadêmica, portais acadêmicos, gestão de bibliotecas, gestão de EaD, entre diversos outros. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 79 – SAIBA MAIS! Amplie seus conhecimentos sobre implantação de ERPs em ambientes organizacionais através da leitura do artigo “Adoção, seleção e implantação de um ERP livre” (CORREA, 2015) cuja contribuição abrange a definição de um modelo norteador a essas práticas, concebido como resultado de uma rica pesquisa científica. O artigo pode ser encontrado no endereço: <http://www.scielo.br/pdf/ prod/v25n4/0103-6513-prod-0103-65130309T6.pdf>. É importante ressaltar que a implantação de um software desta magnitude é permeada por inúmeros desafios a serem enfrentados e superados pelas organizações para que possam, em longo prazo, usufruir das oportunidades oriundas desse processo, conforme você verá na próxima seção. 2 Os desafios e oportunidades envolvendo aplicações integradas Entre os principais desafios para a implantação de sistemas integrados em uma organização, podemos relacionar: alto custo para aquisição das soluções; reengenharia de processos de negó- cios; engajamento dos recursos humanos; e custos de mudança. As aplicações integradas envolvem partes complexas de software que são muito caras para com- pra e implementação. Quanto maior a estrutura de uma empresa, maior a complexidade para adoção das aplicações, adequação aos processos de negócios, customizações e capacitação dos usuários. FIQUE ATENTO! São diversos os casos em que a implementação de sistemas integrados em empresas consumiu mais tempo que o planejado e cujos benefícios percebidos após a conclusão ficaram em torno de 50% aquém do esperado, o que evidencia a importância de um planejamento cuidadoso para sua adoção. As aplicações integradas exigem mudanças tecnológicas profundas além de alterações fundamentais no funcionamento de uma empresa, pois, como os processos de negócios nesses sistemas são feitos com base em padrões gerais, as empresas deverão rever seus processos par- ticulares para que estes operem em concordância com o software adquirido. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 80 – Figura 2 – Trabalho em equipe para reengenharia de processos Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock.com A seguir, observe a complexidade de um sistema CRM, ilustrado na Figura 3, com vistas a apoiar processos de negócios nas áreas de vendas, atendimento e marketing: Figura 3 – Processos de negócios abarcados por um sistema CRM Dados do cliente Vendas Gestão de conta Gestão de indicações Gestão de pedidos Planejamento de vendas Vendas de campo Analítica de vendas Marketing Gestão de campanha Gestão de promoções de canal Gestão de eventos Operações de marketing Planejamento de mercado Analítica de marketing Atendimento Gestão da satisfação do cliente Prestação de serviços Planejamento de serviços Call center e help desk Gestão de devoluções Analítica de serviços Fonte: adaptado de LAUDON e LAUDO, 2014. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 81 – A aquisição de um software que possua esta configuração por uma empresa que deseje, por meio dele, usufruir de benefícios que ainda não possua, deverá basear-se na definição de novas funções e responsabilidades para seus usuários. FIQUE ATENTO! Com a evolução das tecnologias da informação e a popularização dos dispositivos móveis, as informações relativas a um cliente podem também ser adquiridas por WhatsApp, Facebook, Twitter, sites (como o Reclame Aqui – <www.reclameaqui. com.br>) ou outras mídias sociais, além dos meios convencionais, como o telefone fixo, e-mail, SACs ou correspondências via correio. Dessa forma, os funcionários deverão engajar-se na proposta de mudança buscando compreen- der quais informações deverão ser inseridas no sistema e de que forma, para que sejam úteis a todas as demais áreas que delas dependam, tendo em vista o caráter operacional e analítico que deverão suprir. SAIBA MAIS! Um caso de sucesso de implantação de um ERP realizado pela empresa TOTVS que unificou os processos do Projeto Tamar pode ser assistido a partir do seguinte link: <https://www.youtube.com/watch?v=yw9Io_ilHJ0>. Não perca! O desafio que se apresenta às organizações quando percebem a necessidade de substituir uma solução integrada pode ser melhor avaliado quando se compreende o volume de atividades que sua implantação demanda. Tal decisão pode ser motivada por diversos fatores. EXEMPLO O sistema não apresenta interfaces amigáveis, sendo sua operação muito complexa para os usuários; o suporte ao cliente não atende às expectativas e não soluciona problemas diários; as customizações foram realizadas de forma precária e afetam a integridade dos dados e informações compartilhados. Tais ocorrências geram profunda desmotivação nos usuários durante a utilização do sistema e, posteriormente, poderão afetar sua credibilidade para a aquisição de futuras soluções, o que também tenderá a aumentar os custos de mudança. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 82 – Fechamento Ao concluirmos esta aula, você passou a perceber a complexidade inerente à tomada de decisão quanto à aquisição de um sistema integrado e a necessidade de todos os membros de uma organiza- ção comprometerem-se com a mudança para que os benefícios possam ser sentidos e aproveitados. • Nesta aula, você teve a oportunidade de: • entender os conceitos de sistemas integrados a partir do conhecimento dos sistemas ERP e CRM; • entender como os sistemas integrados funcionam a partir de sua implantação em diversas áreas organizacionais, interligando-as por meio das funcionalidades e dos dados que compartilham; • entender o valor empresarial dos sistemas integrados a partir dos benefícios operacio- nais e gerenciais que proporcionam; • compreender os desafios e oportunidades envolvendo esses softwares de acordo com o nível de planejamento e gestão de sua implantação e uso. Referências LAUDON, Kenneth; LAUDON, Jane. Sistemas de Informações Gerenciais. Tradução de Célia Taniwaki. 11ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. CORREA, Juliano; SPINOLA, Mauro de Mesquita. Adoção, seleção e implantação de um ERP livre. Production, v. 25, n. 4, p. 956-970, out./dez. 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/prod/ v25n4/0103-6513-prod-0103-65130309T6.pdf>. Acesso em: nov. 2016. Software de gestão TOTVS unificou processos do Projeto Tamar. Case Projeto Tamar 35 anos. TOTVS. [S.I.] 2014. Disponível em: <https://youtu.be/yw9Io_ilHJ0>. Acesso em: 06 dez. 2016. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 83 – Comércio eletrônico e internet Jeanne Louize Emygdio Introdução O comércio eletrônico, ou e-commerce, constitui uma criativa combinação de novos modelos de negócios suportados por plataformas inovadoras de tecnologia da informação e comunicação (TIC) que têm revolucionado o mundo dos negócios em dimensão global. Nesta aula, você verá a história do comércio eletrônico, principais conceitos, modelos de negócios e aspectostecnológicos relacionados. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender os conceitos de comércio eletrônico e internet; • identificar as categorias do comércio eletrônico. 1 O surgimento e a consolidação do comércio eletrônico e da internet Comércio eletrônico (ou e-commerce) é o termo utilizado para representar as transações comerciais que são realizadas na internet por meio de diferentes tipos de tecnologias digitais. Seu surgimento deu-se no ano de 1995 com a primeira publicação de anúncios virtuais pela empresa “Netscape.com”, o que despertou o interesse de outras empresas a fomentarem esse tipo de atividade. O comércio eletrônico apresentou, desde então, um crescimento exponencial frequente, interrompido (para algumas empresas) no ano de 2001, com o estouro da bolha de comércio eletrônico na bolsa de valores, e desacelerado no período entre 2008 e 2009. A partir do ano de 2011, o e-commerce se fortaleceu provocando grandes transformações nos negócios e na sociedade. A figura a seguir apresenta os principais fatos na linha do tempo dessa tendência. – 84 – TEMA 12 Figura 1 – Histórico do comércio eletrônico Netscape.com publica o primeiro anúncio digital. 2001 Estoura a bolha do comércio eletrônico no mercado de ações. Recessão Retomada do crescimento Crescimento exponencial de vendas no varejo eletronico. A partir de 2001 despontam algumas empresas que sao importantes ate hoje. 2013 155 mi. de compradores online. 39 mi. consultando os sites. 259 mi. de internautas. 85 mi. de domicílios com banda larga. 143 mi. de norte-americanos utilizando a internet via dispositivos móveis. Cresce comércio eletrônico entre empresas e colaboração entre parceiros. 1996 a 20071995 2008-2009 2011 Fonte: elaborada pela autora, 2016. A evolução do e-commerce se sustentou em função do surgimento e da popularização das tecnologias móveis, como os smartphones; da evolução da própria web, que passou de estática para interativa e colaborativa (web 2.0); do surgimento dos meios de conexão sem fio à internet, como o wi-fi e a telefonia móvel 3G/4G, além do surgimento de softwares e sites de redes sociais, como plataformas para comércio eletrônico, marketing e a propaganda. São exemplos destas pla- taformas o Facebook, Twitter e o Linkedin. FIQUE ATENTO! O comércio eletrônico atual, caracterizado como sócio-móvel-local, baseia-se no envolvimento das empresas com seus clientes, futuros clientes potenciais e clien- tes críticos, em várias conversas online. Da interação entre empresas e clientes surge o marketing social, que fortalece as marcas das empresas que estão mais capacitadas a ouvir, discutir, interagir, ter empatia e envolver-se com seus clientes. Dentre os setores que transformaram-se, é possível citar os de livros, música, viagens aéreas, propaganda e marketing, telecomunicações, filmes, televisão, joias e artigos de luxo, imóveis, hotéis, pagamento de contas e software (LAUDON; LAUDON, 2014). GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 85 – EXEMPLO Uma loja de departamentos estadunidense famosa utiliza o comércio eletrônico para manter uma posição de domínio no varejo e, atualmente, além de milhares de produ- tos oferecidos para venda, passou a oferecer serviços variados aos clientes, como os de instalação de equipamentos, manutenção e limpeza de móveis e equipamentos domésticos e os serviços para pets, como adestramento, dog walker e pet sitter. Dentre os modelos de negócio que emergiram, destacam-se os de entretenimento online, que oferecem TV, filmes, músicas, esportes e e-books. Estes negócios são formalizados a partir de acordos com os principais proprietários de direitos autorais em Hollywood e Nova York e os distribuidores de internet, como Amazon e Google. Figura 2 – Negócios em comércio eletrônico Fonte: Maxx-Studio /shutterstock.com Outros modelos de negócios inovadores em e-commerce são lojas virtuais (e-tailers), correto- ras de transações, provedores de conteúdo, provedores de comunidade virtual, provedores de ser- viços e portais. Os principais modelos de receita provenientes do e-commerce são a propaganda, vendas, assinaturas, Free/Fremium, taxa por transação e afiliação. FIQUE ATENTO! Os celulares se tornarão os dispositivos mais comuns de acesso à internet. Atu- almente, metade de todos os usuários de celulares acessa a rede a partir desses dispositivos, o que tende a direcionar o e-commerce para plataformas cada vez mais móveis. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 86 – O desenvolvimento do comércio eletrônico foi possível graças às características particulares da internet como canal comercial. Acompanhe no quadro a seguir os aspectos tecnológicos que suportam o e-commerce. Quadro 1 – Características da web que favorecem o e-commerce Dimensão tecnológica Descrição Significado empresarial Ubiquidade Internet disponível a qualquer tempo e em qualquer lugar. Mercado se estende para além das fronteiras tradicionais (marketspace); custos de compra reduzidos; maior conveniência para os clientes. Alcance global Tecnologia de alcance mundial. Comércio pode atravessar fronteiras nacionais e culturais harmoniosamente e sem modificações. Padrões universais Padrões de desenvolvimento específicos para a internet. Troca de dados e informações entre sistemas torna-se simplificada; comu- nicação facilitada; esforço necessário para encontrar os produtos adequados é reduzido para o cliente. Riqueza Formatos diversos para envio de mensagens. Marketing mais rico com texto, voz e imagem. Densidade da informação A tecnologia reduz os cursos de informação e eleva a qualidade. Informação se torna abundante, barata e precisa. Personalização/ Customização Entrega de mensagens persona- lizadas para pessoas ou grupos de pessoas é facilitada pela tecnologia. Personalização de mensagens e cus- tomização de produtos e serviços com base em características individuais. Tecnologia social Tecnologia suporta a criação de conteúdos e redes sociais. Criação de modelos de negócios diver- sificados. Conteúdos criados e com- partilhados pelos próprios clientes para seus amigos em diversos formatos. Fonte: adaptado de LAUDON e LAUDON, 2014. A internet favoreceu o estabelecimento de um marketplace digital global por onde as pessoas geram e compartilham grande volume de informações de forma direta, instantânea e gratuita, o que transformou a forma de condução de negócios nesse contexto. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 87 – FIQUE ATENTO! As tecnologias que suportam o e-commerce permitem a interação com o usuário, desta forma, cada consumidor pode tornar-se um coparticipante no sentido de le- var os produtos até o mercado. Como você já deve ter notado, os mercados digitais são flexíveis e eficientes por trabalharem com custos de transação e busca reduzidos. Os preços variam dinamicamente de acordo com as características de demanda dos consumidores, da situação de oferta dos vendedores ou, ainda, por CEP, para atribuir valores mais altos a camadas mais ricas da sociedade. Veja que esses mer- cados permitem oportunidades de vendas diretamente aos clientes do varejo, eliminando interme- diários, como distribuidores ou lojas de varejo (processo conhecido com desintermediação), o que permite às empresas obterem maiores lucros mesmo vendendo a preços mais baixos. Você pode concluir que esses mercados são mais transparentes do que os tradicionais. SAIBA MAIS! Conheça um modelo de negócios inovador em e-commerce a partir da leitura do artigo “Ambiente interno para inovação em uma Empresa de E-commerce”. Disponível em: <http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1809203916303217>.As mercadorias digitais podem ser adquiridas e entregues por meio de uma rede digital tendo o custo de entrega extremamente baixo. Como exemplos dessas mercadorias, você tem as músi- cas, os vídeos, softwares e livros. 2 As categorias de comércio eletrônico É importante você saber que as transações de comércio eletrônico podem ser classificadas de acordo com a natureza dos seus participantes. Na categoria Empresa-Consumidor (Business to Consumer – B2C), por exemplo, os produtos e serviços são vendidos no varejo diretamente a compradores individuais. Diversos fornecedores de produtos e serviços têm aderido a este tipo de e-commerce. EXEMPLO A Amazon.com atua com serviços de varejo no Brasil, comercializando e-books e livros para compradores individuais. A inovação trazida pela empresa consiste na família de dispositivos Kindle que consistem em leitores de e-books (e_readers) com acesso wi-fi para internet, acesso direto ao site da Amazon para a compra de filmes por streaming e seriados de televisão. A última versão do Kindle é um tablet em cores com tela de 7”. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 88 – Na categoria Empresa-Empresa (Business to Business – B2B), veja que a venda de bens e ser- viços ocorre entre as empresas. Este processo é complexo, requer bastante intervenção humana e consome recursos significativos. Cerca de 80% do e-commerce nesta categoria baseia-se no intercâmbio eletrônico de dados (Electronic Data Interchange – EDI), que permite a troca de docu- mentos-padrão de transações, como faturas, pedidos de compra e notificações de expedição. A figura a seguir ilustra o uso de EDI para automatizar transações em e-commerce na categoria B2B para reposição contínua de estoque. Veja: Figura 3 – O EDI na automatização de transações em e-commerce Sistemas do fornecedor Sistemas da empresa Reposição contínua Dados de expedição Dados de pagamento Solicitações de produto/ estoque Fonte: adaptado de LAUDON e LAUDON, 2014. Na categoria B2C, você observa a relação comercial entre consumidores para venda de bens e serviços. Como exemplo de sites para a venda de bens, podemos citar o da eBay, o Mercado Livre e a OLX. Para a venda de serviços, você tem como exemplo os sites FreeLancer.com e Workana. SAIBA MAIS! Assista à entrevista sobre as práticas de e-commerce que transformaram a Netshoes em uma empresa de destaque nesta área no Brasil e no mundo. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=oa6xW0MWYxM> (NETSHOES). Outra forma de você identificar as transações de e-commerce ocorre segundo o tipo de plata- forma utilizada pelos participantes de uma transação. O comércio móvel (m-commerce) caracte- riza uma tendência de crescimento irreversível do uso de dispositivos móveis para as transações de comércio eletrônico. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 89 – Fechamento Ao concluir esta aula, você passa a perceber as inúmeras possibilidades e perspectivas para o comércio eletrônico em nível mundial, que tenderá a avançar de forma paralela aos avanços das TICs, beneficiando-se de suas inovações. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • conhecer os conceitos de comércio eletrônico a partir do acompanhamento de sua evolução sustentada pelas inovações em TICs, como os dispositivos móveis e a com- putação em nuvem, que permitiram novas formas de comercializar músicas, livros e filmes, por exemplo; • identificar as categorias de comércio eletrônico que caracterizam as relações entre empresas e consumidores, acompanhando exemplos populares de empresas e negó- cios gigantes de e-commerce. Referências LAUDON, Kenneth; LAUDON, Jane. Sistemas de Informações Gerenciais. Tradução de Célia Taniwaki. 11ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. COSTA, Renato Machado; MELO, Pedro Lucas de Resende; CARDOSO, Marcos Vinícius; FERREIRA, Carlos Eduardo Coelho. Ambiente interno para inovação em uma empresa de e-commerce. In: ScienceDirect. Revista de Administração e Inovação – RAI. São Paulo, v. 9, n. 2, p. 05-30, abril/jun. 2012. Disponível em: <http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1809203916303217>. Acesso em: 05 jan. 2017. NETSHOES: a gigante do e-commerce. Canaltech. [CT Entrevista] 3 out. 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=oa6xW0MWYxM>. Acesso em: 05 jan. 2017. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 90 – Tomada de decisão, sistema de informação e sistemas de apoio à decisão Jeanne Louize Emygdio Introdução Os processos decisórios organizacionais podem ser dinamizados a partir da adoção das tec- nologias da informação e comunicação (TICs) que possibilitam o acesso e o cruzamento de dados das mais diversas origens, permitindo aos gestores uma visão ampla e clara sobre as vantagens, ameaças e perspectivas no entorno de seu contexto de atuação. Nesta aula, você estudará os mecanismos que levam à tomada de decisão e os aspectos das tecnologias digitais que permeiam essas ações. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender a importância do valor empresarial na tomada de decisão; • identificar quais são os tipos de decisão, processo, qualidade, sistemas e tecnologias de apoio à decisão; • conhecer quais são os sistemas de apoio à decisão. 1 Processo de tomada de decisão À medida que os sistemas de informação são implantados nas empresas, desde os níveis hierárquicos mais elevados até os mais elementares, a possibilidade de alcance de melhorias na tomada de decisão individual ou em grupo aumenta significativamente, já que a visão sistêmica de cada setor passa a ser ampliada e tanto as decisões-chave quanto as mais rotineiras passam a ser aperfeiçoadas e concebidas com maior qualidade. Desta forma, você pode perceber que o investimento em sistemas de informação reverte-se em benefícios para a empresa, seja na forma de redução de custos operacionais ou no aumento do faturamento a partir de sua adoção, o que permite a você compreender o valor empresarial de uma decisão aperfeiçoada. EXEMPLO Uma pequena fábrica norte-americana identificou uma série de decisões-chave que poderia impactar o investimento em novos sistemas. Por exemplo, observou-se que o aperfeiçoamento das decisões de um gerente de contas gerou um aumento no fatura- mento da empresa de US$ 100.000 (por decisão), resultando em um valor anual acu- mulado de US$ 1.200.000. Esse gerente decide 12 vezes ao ano sobre o direcionamen- to do atendimento aos clientes mais valiosos da empresa (LAUDON; LAUDON, 2014). – 91 – TEMA 13 Para cada nível hierárquico existem diferentes necessidades de informação de suporte às suas decisões, que por sua vez, caracterizam-se em três formas: • decisões não estruturadas: dependem do bom senso do responsável, capacidade de avaliação e perspicácia na definição do problema. Não há procedimentos claros ou predefinidos para tomá-las; • decisões estruturadas: repetitivas e rotineiras, com procedimentos predefinidos; • decisões semiestruturadas: possuem características dos dois tipos precedentes. Observe agora a figura a seguir que ilustra a relação dessas decisões aos níveis hierárquicos das empresas. Figura 1 – Tipos de decisões por grupos-chave em uma empresa Características de decisão Não estruturada Exemplos de decisão Decidir entrada ou a saída dos mercados Aprovar o orçamento de capital Decidir metas de longo prazo Determinar a elegibilidade de horas extras Repor estoques Conceder créditos a clientes Determinar ofertas especiais para os clientes Formular um plano de marketing Desenvolver um orçamento departamental Projetar um novo site corporativo Semiestruturada Estruturada Gerência sênior Gerência de nível médio Gerência operacional Equipes e funcionários Fonte: adaptada de LAUDON e LAUDON, 2014. O processode tomada de decisão organizacional ocorre em quatro estágios nos quais um conjunto de atividades pode ser executado de forma automatizada por algoritmos computacio- nais e em alta velocidade ou de forma não automatizada. Conheça os estágios: • inteligência: descobrir, identificar e entender os problemas organizacionais (Por quê? Onde? Qual o seu efeito?); • concepção: identificação e investigação das várias soluções possíveis para o problema; • seleção: escolher uma das alternativas de solução; • implementação: tornar efetiva a alternativa escolhida e monitorar seu funcionamento. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 92 – SAIBA MAIS! O filme “O homem que mudou o jogo” (Direção de Bennett Miller. Título original: Moneyball. EUA, 2011) baseia-se na história real do gerente de um time de beisebol azarão que, a partir de análises sobre dados históricos relacionados ao beisebol, resolve adotar estratégias inovadoras e transforma o time em um dos favoritos na temporada de 2002. Confira! Caso uma solução escolhida não se apresente, na prática, adequada à resolução do pro- blema, os estágios do processo decisório poderão ser reexecutados. FIQUE ATENTO! Para a execução automatizada do processo de tomada de decisões, seus estágios são capturados por algoritmos computacionais que, através de uma lógica precisa, estabelecem os passos a serem seguidos para a tomada de decisão. Um exemplo desse sistema são os utilizados nos pregões da bolsa de valores americana cujas operações são executadas em 30 milissegundos. O cuidado a ser tomado relaciona- -se ao bom funcionamento desses sistemas de forma a evitar prejuízos às empresas. Para que se avalie o nível de qualidade das decisões e do processo de tomada de decisão de uma empresa, veja que várias dimensões podem ser levadas em consideração. Acompanhe-as no quadro a seguir: Quadro 1 – Dimensões da qualidade para avaliação da tomada de decisão e dos processos decisórios organizacionais Dimensão da qualidade Descrição Precisão A decisão reflete a realidade. Abrangência A decisão reflete uma consideração completa dos fatos e das circunstâncias. Imparcialidade A decisão reflete fielmente as preocupações e os interesses das partes envolvidas. Velocidade (eficiência) A tomada de decisão é eficiente com respeito ao tempo e outros recursos, incluindo as partes afetadas, como os clientes. Coerência A decisão reflete um processo racional que possa ser explicado a outros e ser compreendido por eles. Obediência A decisão é o resultado de um processo conhecido e os descon- tentes podem recorrer a uma autoridade superior. Fonte: adaptado de LAUDON e LAUDON, 2014. É importante ressaltar para você que essas avaliações se estendem aos sistemas de infor- mação, adotados nas empresas, e que impactam diretamente na melhoria desses aspectos. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 93 – 2 Os sistemas de apoio à decisão Os sistemas que apoiam a tomada de decisão em seus diversos níveis e tipos baseiam-se em uma infraestrutura de inteligência e análise empresarial que disponibiliza dados e ferramentas analíticas para apoiar a tomada de decisão. Esses termos se referem à integração de todos os fluxos de informação produzidos na orga- nização em um conjunto coerente de dados que, posteriormente, são submetidos a ferramentas de modelagem, análise estatística e de mineração de dados para ganharem sentido e agregarem qualidade às tomadas de decisão. FIQUE ATENTO! O ambiente de inteligência empresarial é composto por recursos de software, hardware e gerenciamento. Há seis elementos que constituem um ambiente de inteligência empresarial. Veja: • dados do ambiente empresarial, estruturados e não estruturados, oriundos de fontes diversas, incluindo big data; • infraestrutura de inteligência empresarial composta de banco de dados transacionais, armazém de dados corporativos e data marts interligados ou plataforma analítica; • conjunto de ferramentas de análise empresarial que possibilitam a execução de téc- nicas de predição apoiadas em análises estatísticas, técnicas de mineração de dados, dados históricos e suposições sobre perspectivas futuras de previsão de tendências e padrões de comportamentos; geração de relatórios e monitoramento de desempenho. FIQUE ATENTO! As ferramentas de análises permitem a modelagem de eventos e de comporta- mentos futuros, como a probabilidade de um determinado cliente responder a uma oferta de compra. • usuários e métodos gerenciais; • plataformas de entrega que disponibilizam o resultado das análises aos usuários, em diversos formatos e dispositivos; • ferramentas de visualização de dados para interface com os usuários em múltiplos formatos. Acompanhe na figura a seguir a ilustração de um ambiente de inteligência empresarial. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 94 – Figura 2 – Ambiente de inteligência empresarial Dados do ambiente empresarial Ferramentas de análise empresarial Infraestrutura de inteligência empresarial Usuário e métodos gerenciais Interface com o usuário Plataforma Dados do ambiente empresarial • Call center • Site • Dispositivos móveis • Dados de mídia social • Parceiros, Fornecedores e Governo • Bancos de dados • Datawarehouses • Data Marts • Plataformas analíticas • Relatórios • Painéis • Scorecards • Desktop • Móvel • Portal • Mídia Social • Modelos • Mineração de dados • O LAP • Ferramentas de consultas e relatórios • Análise de BIG DATA • Estratégia empresarial • Gestão de desempenho • Balanced Scorecard • Previsões • SIG • SAD • SAE Fonte: adaptada de LAUDON e LAUDON, 2014. Veja que os sistemas de inteligência empresarial disponibilizam seis funções analíticas: • relatórios de produção: predefinidos para atender às demandas setoriais; • relatórios parametrizados: flexíveis à organização e seleção de informações relevantes; • painéis/scorecards: ferramentas visuais de apresentação de dados de desempenho definidos pelos usuários; • consultas/pesquisas/relatórios: liberdade de criação personalizada; • drill/down: ferramentas que permitem visão alternada de dados entre nível detalhado e alto nível. • previsões/cenários/modelos: os sistemas incluem recursos de previsão linear, análise de cenários alternativos e análise de dados a partir do uso de ferramentas estatísticas padrão. Acompanhe, na figura a seguir, um modelo de painel do Google usado para a apresentação de resultados analíticos de monitoramento de acesso a sites na internet. Figura 3 – Modelo para apresentação de resultados analíticos 20.000 Visitas diárias Tipos de tráfego Tempo no site por país 10.000 1 de jan 8 de jan 15 de jan 22 de jan 20.000 25,79% feed País/território Estados Unidos Reino Unido Índia Canadá Alemanha França 67.445 18.948 8.882 6.371 5.845 5.243 00:01:54 00:01:37 00:00:58 00:01:02 00:00:32 00:00:38 Visitas Tempo médio no site 24,90% orgânica 23,05% referência 14,85% direto 7,35% e-mail 10.000 Fonte: GOOGLE ANALYTICS, 2016. (Adaptado). Saiba que as funções analíticas auxiliam os gestores a compreenderem rapidamente as informações e a agirem com maior chance de êxito. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 95 – EXEMPLO As análises de big data são a base para o movimento de criação das “cidades inte- ligentes”, fazendo uso intensivo de tecnologia digital e de dados armazenados para permitir melhores decisões sobre o funcionamento das cidades e sobre o atendi- mento das demandas de seus moradores em relação ao transporte, à saúde, edu- cação, dentre outros. Existem aplicações que oferecem percepções de negócios a partir de componente de locali- zação geográficados dados originários de telefones celulares, sensores, dispositivos digitalizado- res e dados de mapas. As análises de localização, realizadas por meio deles, formam a base para os sistemas de informações geográficas (Geographic Information Systems<IT> – GIS). SAIBA MAIS! A partir da leitura do artigo “Cidades inteligentes como nova prática para o gerenciamento dos serviços e infraestruturas urbanos: a experiência da cidade de Porto Alegre”, você compreenderá como a TI pode apoiar as tomadas de decisão públicas contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/urbe/v7n3/2175-3369-urbe-2175-336900 7003AO01.pdf>. Destacam-se ainda os Sistemas de Apoio à Decisão em grupo (SADG), altamente interativos e estimulantes à colaboração para a tomada de decisão em grupos. Fechamento Ao concluir esta aula, você passou a conhecer a complexidade de um processo decisório organizacional e o suporte que as TICs proporcionam aos gestores nesta questão. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • compreender o valor da otimização dos processos de tomada de decisões por níveis hierárquicos e o seu resultado na redução de custos operacionais e no aumento do faturamento; • identificar os tipos de decisões relacionadas aos níveis hierárquicos, as etapas do pro- cesso decisório e as métricas de qualidade aplicáveis à sua avaliação; • conhecer os diversos sistemas e as tecnologias de apoio à decisão tanto individual quanto em grupo. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 96 – Referências GOOGLE. Portal Empresarial. Seção Analytics. [201-]. Disponível em: <https://www.google.com/ analytics/>. Acesso em: 13 jan. 2017. LAUDON, Kenneth; LAUDON, Jane. Sistemas de Informações Gerenciais. Tradução de Célia Taniwaki. 11. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. O HOMEM que mudou o jogo. Direção de Bennett Miller. Título original: Moneyball. EUA, 2011. Filme. WEISS, Marcos Cesar; BERNARDES, Roberto Carlos; CONSONI, Flávia Luciane. Cidades inteligen- tes como nova prática para o gerenciamento dos serviços e infraestruturas urbanos: a experiência da cidade de Porto Alegre. Urbe – Revista Brasileira de Gestão Urbana (Brazilian Journal of Urban Management), set./dez. 2015. 7(3), p. 310-324. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/urbe/ v7n3/2175-3369-urbe-2175-3369007003AO01.pdf>. Acesso em: 13 jan. 2017. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 97 – Sistemas inteligentes de apoio à decisão Jeanne Louize Emygdio Introdução A complexidade dos processos decisórios representa um desafio crescente para as empre- sas, especialmente em função da necessidade de realização de análises complexas sobre bases de dados gigantescas e em um período de tempo curto, para que as decisões possam levar as empresas a patamares cada vez maiores de eficiência e competitividade. Nesta aula, você estudará as formas pelas quais a inteligência artificial (IA) pode auxiliar os seres humanos a resolverem questões complexas no processo de tomada de decisão. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender os conceitos de sistemas inteligentes; • identificar quais são os tipos de sistemas inteligentes. 1 Os sistemas inteligentes no processo de decisão A inteligência artificial contribui com técnicas inteligentes que permitem ao homem simular seu próprio raciocínio e comportamento em sistemas com base em computador (tanto software como hardware) de forma a reduzir o tempo de estudo e detecção de informações relevantes para os negócios em grandes massas de dados. Figura 1 – A inteligência artificial e a simulação do raciocínio humano Fonte: Giovanni Cancemi/Shutterstock.com – 98 – TEMA 14 Outra vantagem é a de reunir, nestes sistemas, conhecimentos sobre domínios específi- cos, individuais ou coletivos e compartilhá-los dentro do contexto empresarial, proporcionando aumento do conhecimento global além de maior agilidade e qualidade nas decisões. A análise sobre grandes conjuntos de dados permite a descoberta de padrões e comporta- mentos que podem servir de base para o desenvolvimento de aplicações para diagnósticos médi- cos, para o delineamento de novas estratégias mercadológicas, para a realização de investimentos na bolsa de valores ou para o desenvolvimento de diversos equipamentos domésticos mais inte- ligentes, por exemplo. Dentre os maiores desafios da IA para a simulação do raciocínio humano encontram-se: o reconhecimento da linguagem humana, a identificação de objetos e a tomada de decisões fundamentadas. Segundo Laudon e Laudon (2014), as técnicas inteligentes aplicadas nos contextos empresa- riais e que serão detalhadas na próxima seção são: • os sistemas especialistas; • a estratégia de raciocínio com base em casos; • os algoritmos genéticos; • as redes neurais; • os sistemas de lógica difusa; • os agentes inteligentes. 2 Tipos de sistemas inteligentes Sistemas especialistas são construídos para reproduzir o comportamento de um especia- lista humano na resolução de problemas do mundo real. Para tanto, o domínio de conhecimento deste especialista é moldado em regras para a elaboração de uma base de conhecimentos, sobre a qual o sistema atuará. Quando uma nova demanda de solução para problemas relacionados surge, ele se utiliza de um mecanismo de inferência para pesquisar a coleção de regras e apresen- tar as conclusões para as questões propostas. FIQUE ATENTO! Estas regras, que podem variar em número de 200 a milhares, possuem interconexão e entrelaçamento muito mais complexos do que as regras de sistemas de software tradicionais, pois visam a resolução de problemas muito específicos que dependem de profissionais raros ou onerosos para serem mantidos em uma empresa. Entre os benefícios no uso desses sistemas encontram-se: decisões melhores, menos erros, custos mais baixos, redução do tempo em treinamento, elevação da qualidade e do atendimento. Por outro lado, sua aplicação é direcionada a problemas cujas soluções são limitadas e previa- mente conhecidas, não sendo, portanto, úteis à solução de problemas semiestruturados enfrenta- dos pelos gerentes. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 99 – SAIBA MAIS! Você poderá acompanhar o processo de criação de um sistema especialista de apoio ao diagnóstico médico assistindo ao vídeo disponível no endereço: <https:// www.youtube.com/watch?v=iNl8YeI6_K0>. A estratégia de raciocínio baseado em casos proporciona uma ampliação funcional dos sis- temas especialistas, uma vez que permite a captura de perícia e conhecimentos coletivos desen- volvidos por uma organização. Os conhecimentos capturados passam a ser representados em forma de casos e, assim como ocorre com os sistemas especialistas, são armazenados em uma base de conhecimentos para uso posterior. Sempre que a empresa apresentar uma demanda de solução de problemas, o sistema efetuará uma pesquisa na base de conhecimentos para localizar soluções aplicadas a casos semelhantes ocorridos no passado e apresentá-las como solução para a nova demanda. Acompanhe na figura a seguir a representação do raciocínio baseado em casos. Figura 2 – Tipos de decisões por grupos-chave em uma empresa 1. 2. 3. 4. 5. O usuário descreve o problema O sistema procura casos semelhantes no banco de dados O sistema faz perguntas adicionais ao usuário para limitar a pesquisa O sistema encontra o caso que mais se ajusta e recupera a solução O sistema modifica a solução para ajustá-la da melhor forma ao problema NÃO SIM 6. O sistema armazena o problema e a solução bem-sucedida no banco de dados Bem-sucedida? Banco de dados de casos Fonte: LAUDON e LAUDON, 2014, p. 381. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 100 – Os sistemas dediagnóstico médico e os de call center são exemplos de aplicação desta técnica. Os sistemas de lógica difusa (nebulosa, ou “fuzzi”), assim como seu nome sugere, baseiam-se em regras que buscam alcançar a imprecisão do raciocínio humano, bem distante das regras tradi- cionais “se-então”. Os fenômenos ou processos particulares são linguisticamente descritos e, depois, representados em um pequeno número de regras flexíveis, com valores aproximados ou subjetivos. EXEMPLO O sistema de metrô de Sendai, no Japão, utiliza controles com lógica difusa para acelerar de forma tão suave que torna-se praticamente imperceptível para os pas- sageiros, mesmo para aqueles que encontram-se de pé. Pela capacidade de lidar com problemas imprecisos, esses sistemas são adequados ao uso em lavadoras de roupa, geladeiras, ar-condicionado, injeção eletrônica e elevadores. Acompanhe, na figura a seguir, a estrutura de um processo gerenciado por um controlador de lógica difusa, em que são evidenciados seus componentes básicos: a interface de “fuzzyficação”, a base de conhecimentos, a base de dados, o procedimento de inferência e a interface de “defuzzyficação”. Figura 3 – Gerenciador de lógica difusa Controlador Fuzzy Base de Dados Base de Conhecimento Interface de Fuzzificação Procedimento de Inferência Interface de Defuzzificação Sensores Processo Atuadores Fonte: MATTIELLO et al, 2015, p. 113. As redes neurais utilizam-se do hardware e software sob os quais são construídas, imitando o mecanismo de processamento do cérebro humano de forma a manipular volumes gigantescos de dados com o objetivo de estabelecer padrões de funcionamento sob as mais diversas circuns- tâncias. Estes padrões são estabelecidos a partir da filtragem dos dados, da busca por relações entre eles e da construção e refinamento de modelos. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 101 – Vale destacar que estas redes são capazes de aprender com os próprios erros, o que des- perta a preocupação dos cientistas quanto ao desenvolvimento da inteligência artifi cial sem os devidos mecanismos éticos limitadores. FIQUE ATENTO! De acordo com Laudon e Laudon (2014), é possível treinar uma rede neural alimen- tando-a com dados de treinamento para os quais as entradas possam produzir um conjunto conhecido de saídas ou conclusões, o que auxilia o computador a “aprender” uma solução correta, por exemplo, e até mesmo a efetuar as correções necessárias em modelos previamente estabelecidos. As redes neurais são aplicáveis na ciência e nos negócios para lidar com problemas de clas- sifi cação de padrões, previsão e análise fi nanceira, controle e otimização. EXEMPLO A Visa International utiliza redes neurais para auxílio na detecção de fraudes com cartões de crédito, a partir do monitoramento do uso dos cartões e de mudanças nos padrões de compra dos clientes. Acompanhe na imagem a seguir como uma rede neural foi treinada para distinguir entre as compras legítimas e as fraudulentas. Figura 4 – Funcionamento de uma rede neural Resultados Compra válida Compra fraudulenta Dados • Idade • Renda • Histórico de compras • Frequência de compras • Valor médio da compra Camada de entrada Camada oculta Camada de saída Uma rede neural utiliza regras “aprendidas” a partir de padrões em dados para construir uma camada oculta de lógica. A camada oculta então processa as entradas, classificando-as com base na experiência do modelo. Nesse exemplo, a rede neural foi treinada para distinguir entre compras com cartão de crédito fraudulentas e legítimas. Fonte: adaptada de LAUDON e LAUDON, 2014, p. 382. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 102 – Estas redes são ainda aplicáveis no campo da medicina para a realização de exames de doenças coronárias, diagnósticos de epilepsia, mal de Alzheimer e para gerar padrões de reconhe- cimento de imagens patológicas. SAIBA MAIS! A leitura do artigo “Mapeamento digital de solos por redes neurais artificiais” irá auxiliá-lo a perceber formas de aplicação desta tecnologia para estudo dos solos. O artigo encontra-se disponível no endereço: <http://www.scielo.br/scielo.php?scrip- t=sci_arttext&pid=S0100-06832013000200004>. Alguns desafios ainda precisam ser vencidos para melhor utilização dessas redes, como: torná-las capazes de explicar porque chegaram a uma determinada solução para um problema e torná-las eficientes no processamento de arquivos de treinamento muito pequenos ou muito grandes. Geralmente, as redes neurais são utilizadas como apoio às decisões, não substituindo os profissionais das áreas onde são empregadas. Os algoritmos genéticos utilizam técnicas que baseiam-se em métodos inspirados na biolo- gia evolucionária, como herança, mutação, seleção e cruzamento, para a localização de soluções de problemas dinâmicos e complexos. Seu processamento, em alta velocidade, envolve centenas ou milhares de variáveis ou fórmulas, e o exame de grande volume de soluções alternativas. Apli- cam-se à otimização de projeto de turbinas a jato para aeronaves ou em softwares de gestão da cadeia de suprimentos para otimização dos modelos de programação e produção. Os agentes inteligentes compreendem programas de software autônomos que auxiliam as empresas a navegar por grandes volumes de dados, inclusive da internet, para localizar e utilizar informações consideradas importantes. A partir do uso de uma base de conhecimento embutida, estes softwares executam tarefas específicas, repetitivas e até mesmo previsíveis, relacionadas a um usuário, processo de negócio ou software aplicativo. FIQUE ATENTO! Os agentes inteligentes utilizam base de conhecimento embutida ou aprendida para a realização de tarefas ou a tomada de decisões como: apagar e-mails indese- jados ou programar compromissos. São utilizados em aplicativos para sistemas operacionais, sistemas de e-mail, softwares de computação móvel e ferramentas de rede. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 103 – Fechamento Ao concluir esta aula, você passou a conhecer as tecnologias surpreendentes que podem ser utilizadas como ferramentas de apoio à decisão nos mais diversos campos da atividade humana. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • compreender os conceitos de sistemas inteligentes e sua importância nos processos decisórios; • identificar quais são os tipos de sistemas inteligentes, como os sistemas especialistas e os sistemas de lógica difusa, além de suas principais características e aplicações. Referências ARRUDA, Gustavo Pais de; DEMATTÊ, José Alexandre M.; CHAGAS, César da Silva. Mapeamento digital de solos por redes neurais artificiais com base na relação solo-paisagem. Revista Brasileira de Ciência do Solo, vol. 37, n. 2, Viçosa, mar./apr. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-06832013000200004>. Acesso em: 08 fev. 2017. FERREIRA, Luiz Antonio Menozzi. Sistemas especialistas: uma abordagem de apoio ao processo de diagnóstico médico. Monografia (TCC – Bacharelado em Sistemas da Informação) – UFSCAR – SP, 2012. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=iNl8YeI6_K0>. Acesso em: 08 fev. 2017. LAUDON, Kenneth; LAUDON, Jane. Sistemas de Informações Gerenciais. Tradução de Célia Taniwaki. 11ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. MATIELLO, Caciano D.; BORSOI, Beatriz T.; LINARES, Kathya C.; FAVARIM, Fábio. Controle de atitude para veículos aéreos não tripulados do tipo quadricóptero: PID vs lógica fuzzi. In: Computer on the beach 2015. 2015. Florianópolis. p. 111-120. Disponível em: <http://siaiap32.univali.br/seer/ index.php/acotb/article/view/7017/3954>. Acesso em: jan. 2016. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 104 – Sistemas de gestão do conhecimento Jeanne Louize Emygdio Introdução As práticas de gestão do conhecimentovisam descobrir, gerar e organizar os conhecimen- tos organizacionais, de forma que seu tratamento longitudinal suportado pelas tecnologias de informação e comunicação (TICs) direcione as empresas a níveis mais altos de excelência para perceberem maiores oportunidades de inovar em processos, produtos e serviços. Nesta aula, você estudará as tecnologias aplicáveis a estas práticas e que promovem suporte à eficiência dos processos de negócios e às tomadas de decisão. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender os conceitos dos sistemas de gestão integrada do conhecimento; • conhecer os conceitos dos sistemas de trabalhadores do conhecimento. 1 Conceito de sistemas de gestão do conhecimento Dentro de uma empresa, esta gestão é uma tarefa que baseia-se no tratamento de três tipos de conhecimento: o estruturado, o semiestruturado e o tácito. O conhecimento estruturado se encontra registrado em forma textual, como em relatórios, apresentações, processos de negócios, patentes, regras formais etc. O conhecimento semiestru- turado se encontra distribuído em e-mails, mensagens de voz, troca de ideias em salas de bate- -papo, vídeos, fotos digitais e mensagens em murais. O conhecimento tácito é aquele encontrado na mente dos funcionários, sendo difícil sua “externalização”. FIQUE ATENTO! O conhecimento tácito é um conhecimento implícito, utilizado pelas pessoas para realizarem seu trabalho e darem sentido ao seu mundo. Baseia-se nas habilidades individuais, construídas ao longo da experiência. Segundo Laudon e Laudon (2014), a gestão do conhecimento se refere ao conjunto de pro- cessos criados em uma organização com o objetivo de capturar, desenvolver, armazenar, apli- car e transferir o conhecimento de forma que a empresa aumente continuamente a capacidade de aprender com seu ambiente, agregando conhecimento aos seus processos de negócios e à – 105 – TEMA 15 tomada de decisões. O suporte tecnológico tende a otimizar e simplifi car estes processos, ocor- rendo por meio dos sistemas de gestão do conhecimento. Acompanhe na fi gura a seguir os três pilares que sustentam a gestão do conhecimento empresarial. Figura 1 – Pilares da gestão do conhecimento empresarial Gestão do conhecimento Tecnologias ProcessosPessoas Fonte: elaborada pela autora, 2017. Os sistemas de gestão do conhecimento reúnem os sistemas de gestão integrada do conhe- cimento e os de trabalhadores do conhecimento. Os sistemas de gestão integrada do conhecimento lidam com os três tipos de conhecimento previamente elencados. São sistemas de uso geral que abrangem toda a empresa. Agregam recur- sos de busca de informações, armazenagem dos dados estruturados e não estruturados, meca- nismos de localização do conhecimento técnico dos funcionários e ferramentas de apoio (portais, mecanismos de busca, ferramentas de colaboração e sistemas de gestão do aprendizado). FIQUE ATENTO! Os sistemas de gestão integrada do conhecimento abrangem os sistemas integra- dos de gestão de conteúdo, sistemas de rede de conhecimento, ferramentas de colaboração e sistemas de gestão do aprendizado. Já os sistemas integrados de gestão de conteúdo apoiam as empresas na organização de seus conteúdos estruturados e semiestruturados. Possuem recursos para capturar, armazenar, recu- perar, distribuir e preservar o conhecimento através de repositórios de documentos, apresentações, relatórios e melhores práticas. A fi gura a seguir ilustra a forma de funcionamento destes sistemas. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 106 – Figura 2 – Sistemas integrados de gestão de conteúdo Criar/Capturar Etiquetar Armazenar/Recuperar Gerenciar/Revisar Distribuir/Publicar Repositório Unificado Usuários • Relatórios/apresentações • Melhores práticas • Memorandos • Slides em Power Point • E-mails • Gráficos • Vídeos • Notícias Fonte: LAUDON e LAUDON, 2014, p. 386. Alguns sistemas permitem conexão externa para acesso a notícias e pesquisa, comunicação via e-mail, mensagens instantâneas, grupos de discussão e videoconferência. Similares, os siste- mas de gestão de ativos digitais são utilizados em empresas na área de publicação, propaganda, trasmissão e entretenimento em função da necessidade de controle sobre dados especiais. EXEMPLO A cidade de Denver (EUA) implementou um sistema denominado Alfresco (Open Source e plataforma web), que substituiu 14 sistemas de gestão de documentos utilizados por mais de 70 gabinetes do Governo. Sua implementação aumentou a segurança, o compartilhamento de documentos e a capacidade de auditar contra- tos digitalizados e registros financeiros. Os sistemas de rede de conhecimento são úteis para a localização de profissionais quali- ficados para demandas específicas. Listam os especialistas da organização e seus perfis, con- tendo detalhes sobre sua experiência profissional, projetos, publicações e grau de instrução. A lista on-line possui ferramentas de busca que facilitam a descoberta do profissional mais qualificado para a demanda. Alguns recursos destas redes são incluídos em produtos integrados de gestão de conteúdo, redes sociais e software de colaboração. As ferramentas de colaboração, como o bookmarking social, permitem aos usuários o com- partilhamento de conteúdos pesquisados na internet. Os usuários gravam a referência para seus sites favoritos em páginas de um site público e etiquetam essas referências com palavras-chave. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 107 – As etiquetas são utilizadas para organizar e localizar os documentos e, quando estruturadas em listas, podem ser compartilhadas com outras pessoas para auxiliá-las na busca de informações de interesse. FIQUE ATENTO! As ferramentas de colaboração oferecem recursos adicionais para o compartilhamento e a gestão do conhecimento, agregando características sociais ao uso tecnológico. Segundo Laudon e Laudon (2014, p. 387), “[...] as taxonomias criadas pelos usuários para as referências compartilhadas e para a etiquetagem social são denominadas folksonomias.” SAIBA MAIS! A leitura do artigo “As folksonomias entre os conceitos e os pontos de acesso: as funções de descritores, citações e marcadores nos sistemas de recuperação da informação” proporcionará maior compreensão sobre estes conceitos. O artigo se encontra disponível no endereço: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_art- text&pid=S1413-99362011000200007&lang=pt>. Por fim, os sistemas de gestão do aprendizado (LMS – Learning Management System) são utilizados para oferecer treinamento para os funcionários, além de gerir e avaliar seu aprendizado. Hoje no mercado, é possível realizar cursos de maneira restrita ou pública, através de diversas pla- taformas de cursos on-line, que, abertos e massivos, são conhecidos como Massive Open Online Courses (MOOCs). EXEMPLO A Coursera, da Darden School of Business da Universidade de Virgínia, oferece um amplo leque de capacitações. Há diversas parcerias com instituições de ensino renomadas e os alunos podem escolher se desejam participar do curso como ou- vintes ou pagantes. Acompanhe na imagem a seguir uma visão geral dos sistemas de gestão integrada do conhecimento. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 108 – Figura 3 – Sistemas de gestão integrada do conhecimento Sistemas de gestão integrada do conhecimento Ferramentas de colaboração • Bookmarking Social • Sistemas de gestão do aprendizado Sistemas integrados de gestão de conteúdo Sistemas de gestão de ativos digitais Sistemas de rede de conhecimento Fonte: elaborada pela autora, 2017. Os sistemas especializados para trabalhadores do conhecimento (engenheiros e cientistas, projetistas de produtos, analistas fi nanceiros, por exemplo) são utilizados para auxiliar nacriação de novos conhecimentos que atribuam maior qualidade aos processos de negócios e aos proces- sos decisórios. Os sistemas para trabalhadores do conhecimento oferecem ferramentas específi cas, como recursos gráfi cos, ferramentas analíticas, ferramentas de gestão de comunicação e de documen- tos. Dependem de grande poder computacional tanto para administração dos recursos quanto para realização de cálculos complexos. O acesso às bases de dados externas também é oferecido, já que os trabalhadores precisam conectar-se ao conhecimento do mundo externo. Possuem inter- faces amigáveis para redução do tempo de aprendizagem (LAUDON; LAUDON, 2014). GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 109 – Figura 4 – Requisitos dos sistemas de trabalhadores do conhecimento Trabalhadores do conhecimento Engenheiros, Projetistas, Cientistas, Analistas Financeiros. Interface Interface amigável Bases de dados Base externa de conhecimento Software Elementos gráfi cosElementos gráfi cos VisualizaçãoVisualização ModelagemModelagem SimulaçãoSimulação Gerenciamento de documentosGerenciamento de documentos ComunicaçõesComunicações Base de dados Base interna de conteúdo Plataforma de hardware: estação de trabalho do conhecimento Fonte: adaptada de LAUDON e LAUDON, 2014, p. 388. Entre as principais aplicações nesta área encontram-se os “Sistemas de Projeto Assistido por Computador” (CAD) e os “Sistemas de Realidade Virtual para Simulação e Modelagem e Estações de Trabalho Financeiras”. Os sistemas CAD possibilitam a geração de projetos gráfi cos tridimensionais com aparência real, que podem, através de rotação, ser vistos em todos os ângulos permitindo a redução de erros e de tempo de produção dos projetos. SAIBA MAIS! Assista ao vídeo “Confi ra como o 3D vem revolucionando a arquitetura e elaboração de projetos” para compreender os benefícios da aplicação prática desta tecnologia. O vídeo pode ser acessado no endereço: <http://olhardigital.uol.com.br/video/ confira_como_o_3d_vem_revolucionando_a_arquitetura_e_elaboracao_de_ projetos/22523>. Não perca! GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 110 – Os sistemas de realidade virtual utilizam softwares gráficos interativos para criação de simu- lações geradas por computador e capazes de fazer com que os usuários se sintam como parti- cipantes de atividades reais em uma dimensão paralela. Os sistemas podem utilizar acessórios, como roupas, capacetes, óculos especiais com telas de vídeos, sistemas de áudio, luvas senso- riais e equipamentos dotados de sensores que registram e retransmitem os movimentos humanos para o computador de forma a manter a interação. Fechamento Ao concluir esta aula, você passou a conhecer os sistemas inovadores de gestão do conhe- cimento, capazes de agregar maior poder às tomadas de decisões empresariais e maior compe- tência às práticas de negócios. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • compreender os conceitos de sistemas de gestão integrada do conhecimento, como os sistemas de gestão do conteúdo e as redes de conhecimento. • conhecer os conceitos dos sistemas de trabalhadores do conhecimento, seus requisi- tos e exemplos, como os sistemas CAD e os de realidade virtual. Referências LAUDON, Kenneth; LAUDON, Jane. Sistemas de Informações Gerenciais. Tradução de Célia Taniwaki. 11ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. OLHAR DIGITAL. Site oficial. Seção matérias. Confira como o 3D vem revolucionando a arquitetura e elaboração de projetos. Disponível em: <http://olhardigital.uol.com.br/video/confira_ como_o_3d_vem_revolucionando_a_arquitetura_e_elaboracao_de_projetos/22523>. Acesso em: jan. 2017. STREHL, Letícia. As folksonomias entre os conceitos e os pontos de acesso: as funções de descritores, citações e marcadores nos sistemas de recuperação da informação. Perspectivas em Ciência da Informação. v. 16, n. 2, p. 101-114, abr/jun 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-99362011000200007&lang=pt>. Acesso em: jan. 2017. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 111 – Resolução de problemas e desenvolvimento de sistemas Jeanne Louize Emygdio Introdução As empresas competitivas avaliam frequentemente seu desempenho operacional com o objetivo de identificar problemas e apresentar soluções relacionadas o mais rápido possível, de forma que sua posição no mercado não seja comprometida. Nesta aula, você vai estudar de que forma as empresas podem resolver seus problemas a partir do desenvolvimento ou da adoção de sistemas de software. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • identificar o problema e buscar meios de resolução; • compreender os conceitos sobre desenvolvimento, avaliação e implementação de soluções. 1 Identificação de problemas A implantação de sistemas de informação nas empresas geralmente é motivada por três circunstâncias: • pelo monitoramento das práticas dos concorrentes e a observação das tecnologias que eles empregam para o desenvolvimento de seus produtos ou a prestação de seus serviços; • pela necessidade de resolução de problemas empresariais para alcance de maior efici- ência em termos de desempenho; • pela frequência das atividades de pesquisa e desenvolvimento que permitem maior percepção sobre a adoção de tecnologias de ponta para informatização ou automa- ção das atividades organizacionais com vistas à maior competitividade e aumento do potencial inovador. Nesta aula, focaremos na utilização das tecnologias para a resolução de problemas empresa- riais, ou seja, nas situações em que a empresa enfrenta no dia a dia e que poderiam ser resolvidas a partir do desenvolvimento de sistemas de informação. – 112 – TEMA 16 FIQUE ATENTO! Os sistemas de informação podem ser desenvolvidos de maneira customizada para uma empresa; podem ser adquiridos e, posteriormente, ajustados para atender às demandas; ou ainda, podem ser obtidos de repositórios de projetos em software livre disponíveis na internet e customizados por equipes internas ou profi ssionais específi cos e terceirizados. Quando uma empresa identifi ca um problema e tem perspectivas de resolvê-lo por meio do uso da tecnologia, quatro passos fundamentais devem ser executados: 1) defi nição e com- preensão em detalhes do problema; 2) estudo de viabilidade; 3) escolha da melhor solução; e 4) implementação. Acompanhe! Figura 1 – Desenvolvimento de uma solução de sistemas de informação Defi nir e entender o problema. •Defi nir o problema. • Identifi car suas causas. • Identifi car os obje- tivos de solução. • Identifi car os requisitos de informação. Estudo de viabilidade. • Identifi car soluções alternativas. Escolher a melhor solução •Avaliar as alternativas. •Escolher a melhor solução. Etapa de análise de sistemas Implementação •Criar especifi cações de projeto detalhadas. • Adquirir hardware. • Desenvolver ou adquirir softwere. •Testar o sistema. •Preparar treinamento e documentação. •Converter o sistema. •Avaliar a solução de sistema. Fonte: adaptado de LAUDON e LAUDON, 2014. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 113 – Observe que as atividades de compreensão do problema, estudo de viabilidade para identifica- ção de soluções alternativas e escolha da melhor solução são realizadas em uma etapa denominada de análise de sistemas, que é complexa e demanda um esforço conjunto de analistas de sistemas, gestores e especialistas das áreas para que uma solução consensual seja encontrada para os pro- blemas identificados, uma vez que eles podem ser de natureza humana, organizacional e tecnoló- gica, conforme você poderá acompanhar na imagem a seguir. Figura 2 – Natureza dos problemas empresariais H um an os •Quaisfatores huma- nos contribuíram para o problema? •Necessidade de capacitação dos funcinários? Perfil inadequado para a função? O rg an iz ac io na is •Quais fatores organizacionais contribuíram para o problma? •Processos de negó- cios defados? Falta de otimização? Redundância? Te cn ol óg ic os •Quais fatores tecno- lógicos contribuíram para o problema? •Sistemas ultrapas- sados? Requisitos mal especificados? Problemas de infraestrutura? Fonte: elaborada pela autora, 2017. Fonte imagens: Kalinin Ilya /shutterstock.com. Sashkin /shutterstock.com. Wichy /shutterstock.com Uma vez que o problema foi devidamente definido e analisado, é possível tomar decisões sobre o que deve e pode ser feito. Diversas perguntas devem ser realizadas e respondidas, como: • quais são os objetivos da empresa em encontrar uma solução? Redução de custos? Aumento das vendas? Melhoria no relacionamento com clientes, fornecedores ou funcionários? • os gerentes dispõem de informações essenciais para a tomada de decisões? • quais dados são necessários para atingir esses objetivos? FIQUE ATENTO! Uma vez que a natureza dos problemas empresariais pode ser mista, diversas ques- tões devem ser levantadas para a sua solução dentro dos três aspectos: humano, organizacional e tecnológico, de forma que o sistema de informação a ser desen- volvido atenda, de maneira adequada, à complexidade do problema identificado. A atividade realizada pelos analistas de sistemas nessa fase é denominada de especificação de requisitos e, explicando de forma básica, ela define quem precisa de qual informação, quando, onde e como. Segundo Laudon e Laudon (2014), a especificação de requisitos define, de forma clara, os objetivos do sistema a ser modificado ou do novo sistema a ser desenvolvido e para o qual deverão ser descritas em detalhes as funções que ele deverá desempenhar. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 114 – 2 Desenvolvimento, avaliação e implementação de soluções através de sistemas É importante destacar que, de acordo com a natureza dos problemas empresariais, nem sempre a solução reside no desenvolvimento ou na aquisição de um novo sistema de informação ou na modificação de sistemas existentes, já que, ajustes na administração, treinamento adicional dos funcionários ou refinamento dos processos organizacionais existentes podem resolvê-los. A atividade que permite a análise destas questões para a tomada de decisão correta é denominada de estudo de viabilidade, que é realizada tendo-se por base os detalhamentos obtidos na etapa de definição do problema. Acompanhe no quadro a seguir as subatividades que a compõem. Quadro 1 – Dimensões do estudo de viabilidade ES TU DO D E VI A BI LI DD A E Viabilidade Financeira Viabilidade Técnica Viabilidade Organizacional Define se cada alternativa de solução é um bom in- vestimento. Investiga se a tecnologia neces- sária para o sistema está dispo- nível e pode ser administrada pela equipe de TI da empresa. Define se a organização é ca- paz de acomodar as mudan- ças introduzidas pelo sistema. Relação custo x benefícios. Fonte: elaborado pela autora, 2017. Ao optar-se pelo desenvolvimento ou a implementação de um sistema de informação deve- -se ter em mente que o próximo passo consiste na construção de especificações de projeto. EXEMPLO A Linguagem de Modelagem Unificada (UML – Unified Modeling Language) é uti- lizada como padrão para a modelagem de sistemas por conter um conjunto de modelos que permitem o detalhamento (especificação) do projeto de sistemas sob os aspectos estruturais e comportamentais. O projeto de sistemas define de que forma a solução escolhida deverá ser concretizada e, para tanto, deverá conter especificações que abordem todos os componentes organizacionais, humanos e tecnológicos, previamente analisados. Observe a representação dos elementos de um projeto de sistema na imagem a seguir. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 115 – Figura 3 – Elementos que compõem um projeto de sistemas Procedimentos manuais Processamentos Banco de dados Interface com o usuário Entradas Mudanças organizacionais Saídas Treinamentos e Guias Conversão Segurança e controle Projeto de sistemas Fonte: elaborada pela autora, 2017. A gestão de projetos de sistemas é uma atividade complexa e que tem ganhado importância ao longo do tempo, já que sua eficiência tende a gerar resultados cada vez mais satisfatórios na construção de soluções em software no mundo todo. EXEMPLO Há ampla utilização do Project Management Body of Knowledge (PMBOK), um refe- rencial para a realização das etapas cruciais para a gestão de projetos e dos modelos de avaliação de maturidade na gestão de projetos, como o Capability Maturity Model (CMM) e o Capability Maturity Model Integration (CMMI), ambos desenvolvidos pelo Instituto de Engenharia de Software (SEI) e o Departamento de Defesa dos EUA. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 116 – Nas últimas etapas da implementação de sistemas, as seguintes atividades devem ser realizadas: • seleção e aquisição de hardware apropriado para a aplicação envolvendo computadores e elementos de rede; • desenvolvimento e programação do software, que poderá ocorrer de forma interna pelos desenvolvedores da empresa, adquirido de fonte externa por terceirização (outsorcing) ou provedor de serviços de aplicação (software as a service – saas) ou um fornecedor de pacotes de software aplicativos ou ainda por repositórios de software livre; SAIBA MAIS! Conheça aspectos imperdíveis do desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis assistindo ao vídeo “A indústria de aplicativos no país”. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=xNXmIYV_zus>. • testes para avaliar a qualidade do software produzido ou adquirido e sua condição para implantação. Um plano de testes é estabelecido entre analistas e usuários para validação em todo o sistema, envolvendo: testes de unidade (programas), testes de sistema (funcio- namento global), testes de aceitação (aprovação para utilização em ambiente de produção); FIQUE ATENTO! Quando houver confirmação de que o sistema atende às especificações previs- tas, a partir da execução correta do plano de testes, ele é formalmente aceito para implantação. • treinamento dos usuários e especialistas em sistemas de informação e elaboração dos manuais dos usuários. Vale destacar aqui que todos os artefatos produzidos, desde a especificação de requisitos, constituem a documentação do sistema e não apenas os manuais dos usuários; • conversão do sistema antigo para o sistema novo, o que pode ocorrer de três formas dis- tintas: em paralelo (por um determinado período até a eliminação completa do sistema antigo); direta (substituição automática); e por abordagem em fases (módulo a módulo); • produção e manutenção, que implicam duas atividades distintas: a) um período de ava- liação do sistema no ambiente real de funcionamento para avaliação das necessidades de revisões ou alterações; e b) as mudanças em hardware, software, procedimentos para corrigir erros, atender a novas necessidades (requisitos) ou melhorar a eficiência do processamento. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 117 – A gestão de projetos de sistemas requer experiência para a articulação adequada dos recur- sos necessários à sua execução de forma eficiente, dentro de prazos e condições financeiras rigidamente delimitados. SAIBA MAIS! Você poderá aprofundar-se neste assunto a partir da leitura do artigo “Satisfa- ção de gerentes conduz à maturidade na gestão de projetos? Um estudo de caso no SERPRO”. Disponível em: <https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo;jsessioni-d=BA56C1CCB6931CC77DF073A5B1578F6D.dialnet02?codigo=5078020>. Saiba que o Instituto de Gestão de Projetos (PMI) oferece uma gama de certificações para profissionais de projetos, que são diferenciais para quem deseja seguir carreira nesta área. Fechamento Ao concluir esta aula, você passou a conhecer os aspectos de atendimento às demandas empresariais por meio das tecnologias da informação. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • identificar os problemas empresariais e sua natureza humana, organizacional ou tecno- lógica, além dos meios para sua resolução partindo-se do estudo e detalhamento do pro- blema, passando pela definição da especificação de requisitos e estudos de viabilidade; • compreender os conceitos sobre desenvolvimento de sistemas em todas as suas eta- pas, a importância da gestão de projetos, avaliação e implementação de soluções. Referências LAUDON, Kenneth; LAUDON, Jane. Sistemas de Informações Gerenciais. Tradução de Célia Taniwaki. 11ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. SANTOS, Fábio Brito; PASSOS, Francisco Uchoa. Satisfação dos gerentes conduz à maturidade na gestão de projetos: um estudo de caso no SERPRO. Revista de Gestão e Projetos – GeP. São Paulo, v. 2, n. 1, p. 143-173, jan./jun. 2011. Disponível em: <https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo;jsessio- nid=BA56C1CCB6931CC77DF073A5B1578F6D.dialnet02?codigo=5078020>. Acesso em: jan. 2017. YOUTUBE. Canal TV Brasil. A indústria de aplicativos no país – Brasilianas.org. 23 set. 2014. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=xNXmIYV_zus>. Acesso em: 10 fev. 2017. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 118 – Valor empresarial dos sistemas, gerenciamento de mudança e aborda- gens de desenvolvimento de sistemas Jeanne Louize Emygdio Introdução A adoção de sistemas de informação requer ampla análise no entorno da realidade empresa- rial, dos impactos provenientes dessa inovação, seus riscos e benefícios. Nesta aula, você estudará as estratégias mais utilizadas pelas empresas para o alcance desses fatores. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • conhecer os conceitos de estudo de caso; • entender os conceitos de gerenciamento de mudança; • compreender os conceitos sobre ciclo de vida, prototipagem, soluções de compra e desenvolvimento. 1 O gerenciamento da mudança A implantação de sistemas de informação acarreta grandes mudanças nas empresas, devendo ser planejada e gerenciada com habilidade. Além das mudanças em aspectos tecnológi- cos, como de software e hardware, os maiores impactos se relacionam às mudanças em proces- sos de negócios e no trâmite de informações, que podem ocasionar alterações na hierarquia de poder para a tomada de decisões. Para lidar com a complexidade desse processo de maneira eficiente, saiba que as empresas costumam tratar cada demanda como um projeto. Os projetos compreendem um conjunto de atividades necessárias ao alcance de um objetivo empresarial específico e devem ser estrutura- dos tendo por base cinco variáveis principais: escopo (delimitação), tempo (período de execução), custo (estimativa de investimento), qualidade (resultados obtidos), risco (ameaças ao projeto). FIQUE ATENTO! Segundo Laudon e Laudon (2014), os projetos de sistemas de informação podem abranger o desenvolvimento de sistemas novos, a melhoria/otimização de siste- mas em uso ou a modernização da infraestrutura de TI da empresa. – 119 – TEMA 17 Figura 1 – Aspectos da mudança organizacional Fonte: Sentavio/Shutterstock.com Acompanhe no quadro a seguir os custos e benefícios que são esperados em projetos de sistemas de informação. Quadro 1 – Custos x benefícios em sistemas de informação Custos de implementação Custos operacionais Benefícios tangíveis Benefícios intangíveis (melhorias) • Hardware • Telecomunicações • Software • Pessoal • Tempo de processa- mento operacional • Manutenção • Equipe de operação • Tempo do usuário • Custos de formação continuada • Custos de infraestrutura • Maior produtividade • Custos operacio- nais reduzidos • Força de trabalho reduzida • Custos de infraes- trutura reduzidos • Aproveitamento de ativos • Gestão de recursos • Planejamento organizacional • Qualidade e exatidão das informações • Satisfação dos stakeholders • Processos decisórios • Aprendizagem organizacional • Imagem corporativa Fonte: adaptado de LAUDON e LAUDON, 2014, p. 423. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 120 – Em função do número de demandas internas, as empresas precisam lidar com diversos pro- jetos por meio de estudos de casos, que serão estudados e analisados para selecionar aquele que apresente perspectivas de proporcionar benefícios mais relevantes aos negócios. Segundo Laudon e Laudon (2014), geralmente, as empresas elaboram um plano de sistemas de informação que estabelece relação entre os sistemas já utilizados, suas estratégias e plano de negó- cios, descrevendo como cada solução atende às metas estabelecidas. Além disso, o plano contém decisões-chave da administração quanto: à aquisição de hardware e telecomunicações; à (des)centrali- zação de autoridade sobre dados e elementos de hardware; e às mudanças organizacionais essenciais. FIQUE ATENTO! Requisitos de gestão, treinamento de funcionários, processos de negócios, autoridade e estrutura ou prática de gestão são questões de grande relevância que devem constar no plano de sistemas no aspecto relativo às mudanças organizacionais essenciais. O estudo de caso para um novo sistema de informação deve demonstrar a viabilidade de execução de cada solução proposta em forma de projeto, como ela se encaixa nos aspectos do plano de sistemas de informação da empresa e as decisões gerenciais necessárias à sua adoção. Este trabalho meticuloso pode aumentar as perspectivas de sucesso na execução dos projetos. FIQUE ATENTO! O atendimento às demandas de uma empresa ocorre por meio da estruturação de estudos de caso, a partir dos quais são analisadas de forma particular e minuciosa cada solução existente, especificada na forma de um projeto. Após as análises, a solução mais viável será escolhida para que o projeto seja executado. As características de um projeto (como tamanho, estrutura, nível de conhecimento técnico esperado e requisitos) determinam o grau de risco para a sua execução. Para lidar com esses desafios, é necessária uma ação conjunta de todas as atividades da empresa com vistas a adotar e gerenciar a inovação (o novo sistema). Perceba que é preciso, então, contar com o envolvimento dos usuários e o apoio da gerência. Essas iniciativas todas compreendem o processo de gestão da mudança organizacional. SAIBA MAIS! Rua, Tavares e Silva (2015), com seu artigo “Gestão de Mudanças Organizacionais e Estudo de Caso de Sucesso na Indústria de Mineração”, acrescentam novas percepções sobre o tema estudado. O artigo pode ser lido no endereço: <https://www. linkedin.com/pulse/gest%C3%A3o-de-mudan%C3%A7as-organizacionais-e-estudo- caso-sucesso-marcia-rua>. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 121 – O envolvimento dos usuários é importante, pois possibilita maiores oportunidades de custo- mização do sistema atendendo às reais necessidades da empresa, melhor atendendo às priorida- des, controlando melhor os resultados que, consequentemente, terão uma reação mais positiva ao término do projeto. SAIBA MAIS! Assista ao vídeo “Gestão de Mudanças Organizacionais” para refletir sobre a importância dos fatores humanos nesse processo. O vídeo pode ser assistido no endereço: <https://www.youtube.com/watch?v=ELUsFtM80eI>. O apoio da alta gerência favorece a definição de prioridades equitativas visando o atendi- mento de demandasglobais, atenuando os conflitos de comunicação entre especialistas de TI e usuários. Favorece também o fornecimento de financiamentos, recursos e a implementação das mudanças necessárias. EXEMPLO Existem frameworks que reúnem as melhores práticas para governança e gestão dos serviços de TI e que apoiam a gestão de riscos, sendo esses os mais relevantes: o ITIL – Information Technology Infrastructure Library; o COBIT – Control Objectives For Infor- mation end Relatet Technology; e o PMBOOK – Project Management Body of Knowledge. As ferramentas tecnológicas para gestão de projetos oferecem recursos para a gestão de riscos, como os “Gráficos de Gantt”, usados para a representação do tempo, duração das tarefas e recursos humanos alocados, e os “Diagramas PERT”, que exibem a organização das tarefas e suas inter-relações. 2 Definições centrais: ciclo de vida, prototipagem, soluções de compra e desenvolvimento O desenvolvimento de sistemas pode ocorrer por meio de vários métodos, que você pode verificar no quadro a seguir. Quadro 2 – Métodos de desenvolvimento de sistemas Método Características Vantagens Desvantagens Ciclo de vida de sistema tradicional • Desenvolvimento em estágios for- mais (cascata). • Análise rigorosa e formal de requisitos. • Especificações predefinidas. • Controles rígidos. • Cada estágio depende da conclusão do estágio anterior. • Revisão de requisitos dis- pendiosa e lenta. • Volume de documentação. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 122 – Método Características Vantagens Desvantagens Prototipagem • Montagem de um sistema experi- mental – modelo preliminar. • Construção de inter- faces mais eficientes. • Maior probabilidade de atender a todos os requisitos. • Negligências em documen- tações e testes. • Falta de refinamento oca- siona problemas de armaze- namento de grande volume de dados e de acesso a maior número de usuários em ambiente de produção. Desenvolvi- -mento pelo usuário final • Utilização de ferra- mentas para PC. • Agilidade no desenvolvimento. • Maior envolvimento e satisfação do usuário. • Administração de transações e aplicações com requisitos de lógica e atualização é complexa para os usuários. • Riscos organizacionais pela falta de metodologia formal, testes e documentação. Pacotes de software de aplicativos • Componentes de software pré- -programados e pré-testados. • Atendem a funções universais das organizações. • Economia de tempo e dinheiro. • Permitem customização. • Custos elevados em custo- mizações extensas. • Se não permitir customi- zação, a empresa deverá adaptar-se ao sistema. Terceirização • Contratação de uma empresa externa (nacional ou estrangeira). • Redução de gas- tos com pessoal especializado. Custos elevados em caso de terceirização internacional. Fonte: adaptado de LAUDON e LAUDON, 2014. No próximo quadro, você verifica as principais responsabilidades atribuídas aos fatores humanos em projetos. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 123 – Quadro 3 – Responsabilidades humanas no desenvolvimento de sistemas Método Características Funções dos usuários Funções dos especialistas de TI Ciclo de vida de sistemas tradicional • Divisão formal de trabalho. • Fornecer informações. • Rever trabalho dos técnicos. • Análise, projeto e implementação. Prototipagem • Maior interação. • Fornecem informações. • Interagem intensa- mente com o protótipo para o refinamento de requisitos e aprovação. • Elencam requisitos. • Produzem protótipo rapidamente. • Acompanham interações dos usuários e refinam o protótipo. • Refinam o desenvolvimento. Desenvolvi- mento pelo usuário final • Pouca ou nenhuma. • Desenvolvem consul- tas, relatórios, sites e imagens gráficas. • Consultados apenas se o usuário desejar. Pacotes de software aplicativos • Contato com suporte técnico das aplica- ções adquiridas. • Contato com os analistas das aplicações adquiridas e apoio aos usuários.Terceirização (outsourcing) • Fornecem informa- ções para a equipe interna. Fonte: adaptado de LAUDON e LAUDON, 2014. Atualmente, novos métodos têm sido adotados pelas empresas com vistas à otimização das tarefas e entregas e à redução dos fracassos relacionados aos prazos e investimentos. EXEMPLO O “Scrum” é um processo ágil de desenvolvimento de software que utiliza uma abor- dagem interativa e incremental para a criação de soluções complexas e com grande interação entre os stakeholders. A escolha entre os métodos exige cautela para que os benefícios esperados não sejam supe- rados por problemas provenientes de análises inadequadas dos riscos inerentes a cada solução. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 124 – Fechamento Até aqui, você pôde compreender a complexidade dos processos de mudança organizacional para a acomodação de sistemas de informação. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • conhecer os estudos de caso e sua abrangência relacionada aos projetos de sistemas de informação e aos processos de mudança organizacional; • entender os conceitos de gerenciamento de mudança e a importância do fator humano neste processo; • compreender os conceitos relacionados aos processos de desenvolvimento de software, como a prototipagem e o outsourcing. Referências LAUDON, Kenneth; LAUDON, Jane. Sistemas de Informações Gerenciais. Tradução de Célia Taniwaki. 11. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. RUA, Márcia; TAVARES, Suzi; SILVA, Wanderlei Marinho. Gestão de Mudanças Organizacionais e Estudo de Caso de Sucesso na Indústria de Mineração. Revista Mundo Project Management, ano 11, n. 63, jun-jul, 2015. Disponível em: <https://www.linkedin.com/pulse/gest%C3%A3o-de-mu- dan%C3%A7as-organizacionais-e-estudo-caso-sucesso-marcia-rua>. Acesso em: fev. 2017. YOUTUBE. Gestão de Mudanças Organizacionais – O fator humano na liderança de projetos. 4 set. 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ELUsFtM80eI>. Acesso em: fev. 2017. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 125 – Formatar, projetar sistemas e gerência de projetos Jeanne Louize Emygdio Introdução O termo “engenharia de software” foi mencionado pela primeira vez em 1969 em uma con- ferência da OTAN, como possível solução para a “crise do software”, caracterizada por proble- mas recorrentes relacionados ao desenvolvimento de sistemas em nível global, como atrasos nas entregas, requisitos não atendidos, custos acima do previsto e baixa confiabilidade nas soluções (SOMMERVILLE, 2011). Nesta aula, veja os aspectos da engenharia de software e da gestão de projetos que contri- buem para atenuar os efeitos de crises como aquela. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender os conceitos de metodologias estruturadas; • entender os conceitos de gerenciamento de projetos. 1 Definição importante: as metodologias estruturadas A partir dos anos 1970, a dissociação entre as indústrias de software e hardware promoveu um acirramento da demanda de sistema que, deixando de ser fornecido como parte integrante do hardware, passou a constituir um negócio promissor sob as perspectivas de popularização dos computadores pessoais. No entanto, a ausência de técnicas formais para o desenvolvimento de sistemas cada vez mais complexos, que funcionassem adequadamente e pudessem ser valida- dos, contribuiu para o agravamento da referida crise. O esforço para a resolução desses problemas resultou no desenvolvimento de diversas meto- dologias,entre as quais destacaremos as estruturadas. Caracterizadas por sua ênfase na mode- lagem de processos e por sua forma de execução top-down, partindo do nível mais abstrato para o nível mais baixo de detalhe, são utilizadas para documentar, analisar e projetar sistemas de informação (LAUDON; LAUDON, 2014). – 126 – TEMA 18 FIQUE ATENTO! A modelagem de processos para a construção de sistemas é uma técnica que apoia a identificação dos requisitos do usuário, provendo visões gráficas estrutura- das e detalhadas que facilitam a compreensão dos aspectos de negócios. A modelagem de sistemas compreende a identificação formal das necessidades do usuário. Por meio de ferramentas específicas, é possível representar as funções que um sistema deverá executar, as interações entre as funções, os processamentos que deverá realizar, os dados que deverão ser fornecidos ao sistema (entradas), seu fluxo, como os fluxos deverão ser apresentados aos usuários (saídas), quais serão os usuários do sistema etc. SAIBA MAIS! O artigo “Gerenciando a engenharia de requisitos como um processo de negócio” contribui para uma reflexão sobre a adoção dos princípios de gestão de processos de negócios na engenharia de requisitos. Disponível em: <https://goo.gl/wgHjdP>. A ferramenta primária utilizada na análise estruturada é o diagrama de fluxo de dados (DFD), que oferece um modelo lógico do fluxo de informações, segmentando um sistema em módulos de níveis de detalhe administráveis e sucessivamente desdobráveis. Segundo Yourdon (1990), os DFDs compreendem processos, depósitos de dados, fluxos e terminais. Figura 1 – Diagrama de fluxo de dados ESTUDANTE Carta de confirmação 3.0 Confirmar matrícula 2.0 Matricular estudante 1.0 Verificar disponibilidade Opções aceito/ rejeitado Arquivo de estudantes Detalhes do estudante Matrícula no curso Detalhes do curso Arquivo de cursos Consulta cursos abertos Matrícula Cursos requisitados Fonte: adaptada de LAUDON e LAUDON, 2014, p. 416. Analisando a imagem, os processos representam as funções individuais que o sistema executa e que transformam dados em saídas; estão identificados pelos números 1.0, 2.0 e 3.0. Os fluxos (setas direcionadas) são as conexões entre os processos e representam as informa- ções exigidas como entrada e as geradas como saídas. Os depósitos de dados representam as coleções de dados que serão mantidas fisicamente e estão identificados por “Arquivo de cursos” GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 127 – e “Arquivo de estudantes”. Os terminadores representam indivíduos, departamentos, sistemas ou organizações externas com as quais o sistema se comunica. Na imagem, estão representados pela entidade “Estudante”. Outra ferramenta de modelagem gráfica utilizada na análise estruturada é o diagrama estru- tural, que representa a estrutura hierárquica do software. Partindo do que se considera a primeira função principal do sistema, o diagrama mostra cada nível do projeto, sua relação com outros níveis e sua localização na estrutura geral. Há decomposição da função principal em subfunções e estas em níveis mais baixos de detalhamento. Figura 2 – Diagrama Estrutural Processo de folha de pagamento Obter entradas válidas Calcular remuneração Escrever saídas Obter entradas Validar entradas Calcular remuneração bruta Calcular remuneração líquida Atualizar arquivo mestre Escrever cheques, relatórios e arquivos de saída Fonte: adaptada de LAUDON e LAUDON, 2014, p. 417. Em função da complexidade de um sistema, a análise estruturada pode utilizar-se de outras ferramentas de modelagem, como dicionário de dados, especificações de processos, diagramas de entidade e relacionamento e os diagramas de transição de estado. 2 Definição de gerenciamento de projetos Por projeto, compreende-se um conjunto de atividades que caracteriza um esforço temporá- rio, empregado para a criação de um produto, serviço ou para um resultado único, tangível ou não (PMI, 2013). EXEMPLO Demanda de desenvolvimento de portal virtual de negócios, por webdesigner pro- fissional, para uma rede de supermercados que permita consulta, aquisição, paga- mento e liberação de entrega dos produtos. Prazo: até quatro meses. Investimento: R$ 1.500,00. Benefícios esperados: agilidade e comodidade para os clientes; dife- rencial competitivo para a rede. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 128 – Em função da natureza exclusiva dos projetos, suas atividades podem ser novas para a equipe executora, exigindo um planejamento cuidadoso com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos envolvidos e a gestão primorosa dos riscos e aspectos de qualidade de forma a alcançar os resultados esperados. Os elementos que constituem o cenário básico de um projeto devem ser gerenciados com eficiência para que o sucesso seja alcançado. São eles: • o escopo do projeto: compreende os objetivos a serem atingidos em sua conclusão, baseando-se nos requisitos do cliente, claramente identificados e validados; • o tempo: refere-se à duração necessária à execução de um projeto. • o custo: calcula-se com base no tempo previsto para a conclusão do projeto multipli- cado pelo custo diário de recursos humanos empregados (LAUDON; LAUDON, 2014); FIQUE ATENTO! Em projetos de sistemas, os custos incluem despesas de hardware, software e espaço de trabalho. • os recursos: abrangem todos os elementos necessários à execução de um projeto, como financeiros, humanos, materiais, infraestrutura e comunicação; • a qualidade: relaciona-se ao grau de satisfação que o resultado de um projeto alcança em relação ao escopo estabelecido para ele; EXEMPLO A qualidade relacionada a sistemas de informação indica o grau de melhoria do desempenho organizacional e da tomada de decisão, a precisão e a pontualidade da informação gerada pelo novo sistema, além da facilidade de uso. • os riscos: compreendem as ameaças ao sucesso de um projeto, que podem ocorrer em cada um dos elementos previamente descritos; FIQUE ATENTO! As práticas de gerenciamento de projetos foram reavaliadas e revisadas ao longo do tempo por especialistas da área que, trabalhando de forma colaborativa, forma- lizaram guias norteadores de grande importância para a formalização da profissão. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 129 – • o gerenciamento de projetos: caracteriza-se pela aplicação de conhecimentos, habili- dades, ferramentas e técnicas para a execução das atividades previstas com vistas ao atendimento de seu escopo (PMI, 2013). SAIBA MAIS! Assita ao vídeo “Gestão de projetos inovativos”, que apresenta relevante relato de experiência nesta área. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=zGxm- cxodq5k>. O PMBOK constitui-se num guia do conhecimento em gerenciamento de projetos, divulgado pelo Project Management Institute (PMI) e que engloba padrões mundialmente reconhecidos para a profissão. De acordo com o PMBOK, foram mapeados 47 processos de gerenciamento, estrutu- rados em cinco grupos: iniciação (definição de um novo projeto ou uma nova fase em um projeto existente); planejamento (definição de escopo e linha de ação); execução; monitoramento e con- trole (detecção de mudanças necessárias); e encerramento. Este é o ciclo de vida de um projeto. Figura 3 – Ciclo de vida de um projeto Processos de monitoramento e controle Processos de iniciação Processos de planejamento Processos de execução Processos de encerramento Fonte: PMI, 2013, p. 42. Os mesmos processos foram ainda agrupados em dez áreas do conhecimento que represen- tam “[...] conjuntos completos de conceitos, termos e atividades que compõem um campo profis- sional, campo de gerenciamento de projetos, ou uma área de especialização” (PMI, 2013, p. 60). No quadroa seguir, veja uma correlação simplificada dos grupos de processos executados por cada área de conhecimento do PMBOK e os artefatos mais relevantes concebidos. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 130 – Quadro 1 – Grupos de processos x Áreas do conhecimento – PMBOK Áreas de conhecimento Grupo de processos de gerenciamento de projetos Iniciação Planejamento Execução Monit. e controle Encerra-mento Gestão da inte- gração Termo de abertura Plano de gestão Orientação e gestão Atividades e mudanças Projeto ou fase Gestão do escopo Estrutura analíti- ca do projeto Validação e controle Gestão do tempo Cronograma Cronograma Gestão do custo Orçamento Custos Gestão da qua- lidade Plano de gestão Garantia Qualidade Gestão dos recursos humanos Plano de gestão Mobilizar, desenvolver e gerir Gestão da co- municação Plano de comunicação Gestão Controle Gestão dos riscos Identificação e plano de res- postas Controle Gestão das aquisições Plano de aquisições Condução Controle Encerra-mento Gestão das partes interessadas Identificação das partes Plano de gerenciamento Gerência de engajamento Controle de engajamento Fonte: adaptado de PMI, 2013, p. 61. Atualmente, pesquisas interdisciplinares entre as áreas de Ciência da Informação e Ciência da Computação têm delineado o estado da arte referente às práticas de gestão da informação e do conhecimento (GIC) aplicadas em apoio às técnicas de engenharia de software voltadas à modelagem conceitual de sistemas, com perspectivas de avanços significativos na qualidade e eficiência dos sistemas produzidos. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 131 – Fechamento Ao término desta aula você passou a compreender a importância da engenharia de software e da gestão de projetos para a concepção de soluções em tecnologias da informação. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • compreender os conceitos de metodologias estruturadas, como os DFDs e os diagra- mas hierárquicos; • entender os conceitos de gerenciamento de projetos, o PMBOK e as perspectivas para a área. Referências CARDOSO, José Henrique de Melo; OLIVEIRA, Adicinéia, Aparecida de; ALENCAR, Fernanda. Gerenciando a engenharia de requisitos como um processo de negócio: uma revisão sistemática. Revista de Sistemas e Computação. Salvador, v. 2, n. 2, p. 142-157, jul/dez 2012. Disponível em: <https://goo.gl/wgHjdP>. Acesso em: mar. 2017. LAUDON, Kenneth; LAUDON, Jane. Sistemas de Informações Gerenciais. Tradução de Célia Taniwaki. 11ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. PMI – Project Management Institute. Guia PMBOK – Um guia do conhecimento em gerencia- mento de projetos. 5ª ed. Pennsylvania: Project Management Institute Incorporation, 2013. SOMMERVILLE, Ian. Engenharia de Software. Tradução de Ivan Bosnic e Kalinka G. Oliveira Gon- çalves. 9ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. YOURDON, Edward. Análise Estruturada Moderna. Tradução de Dalton Conde de Alencar. Rio de Janeiro: Campus, 1990. YOUTUBE. Gestão de Projetos Inovativos. Canal Endeavor Brasil. 27 ago. 2012. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=zGxmcxodq5k>. Acesso em: mar. 2017. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 132 – Questões éticas e sociais relacionadas aos sistemas da informação Jeanne Louize Emygdio Introdução O surgimento da internet de banda larga associado à sua natureza global são fatores favo- ráveis ao fomento da pirataria em mesma escala. Enquanto indivíduos e organizações trabalham para desenvolver a propriedade intelectual e precisam ser recompensados por isso, outros grupos acreditam que a internet deva promover a livre troca de conteúdos e ideias. Tais situações caracte- rizam dilemas éticos que permeiam a sociedade da informação na atualidade. Você estudará agora de que forma o avanço das tecnologias da informação suscitam discussões relacionadas às questões éticas sobre seu uso, instaurando mudanças históricas em nossa sociedade. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender as questões éticas e sociais relacionadas aos sistemas da informação. 1 A correlação existente entre as questões éticas e sociais e os sistemas de informação Os seres humanos se baseiam em critérios ou princípios para conduzirem suas ações e com- portamentos, de acordo com as noções do bem e do mal estabelecidas por esses princípios que, em conjunto, denominam-se ética. O desenvolvimento das tecnologias da informação e da comunicação, paralelamente ao desenrolar do processo de globalização, promoveu o rompimento de barreiras políticas, culturais, econômicas e sociais, além do surgimento de uma sociedade altamente conectada por meio das tecnologias digitais, denominada cibersociedade (COLOMBO, 2006). As inter-relações estabelecidas pela nossa sociedade no espaço virtual, ou ciberespaço, susci- tam novas nuances para as questões éticas, que devem ser repensadas e adaptadas para alcançar os comportamentos adotados nessa dimensão virtual. EXEMPLO As tecnologias desenvolvidas para reunir, integrar e distribuir informações na inter- net, como os agentes móveis ou as mídias sociais, promovem preocupações sobre o uso ético de informações relacionadas aos clientes, à proteção da privacidade pessoal e da propriedade intelectual. – 133 – TEMA 19 É possível propor um modelo de raciocínio que abranja e explique os impactos tecnológicos sobre as questões éticas, sociais e políticas no entorno do uso das tecnologias da informação e comunicação e que devem ser tratadas de forma específica dentro de cada um destes domínios (LAUDON; LAUDON, 2014). Figura 1 – Raciocínio ético na sociedade da informação Direitos e deveres sobre a informação Direitos e deveres sobre a propriedade Qualidade do sistema Qualidade de vida Prestação de contas e controle Questões políticas Questões sociais Questões éticas Indivíduo Sociedade Políticos Tecnologia e sistemas de informação Fonte: adaptada de LAUDON e LAUDON, 2014. Para os autores, as questões éticas apresentam cinco dimensões morais, a saber: 1) direitos e deveres relacionados às informações e sobre a propriedade; 2) qualidade do sistema; 3) quali- dade de vida; 4) prestação de contas; e 5) prestação de controle. FIQUE ATENTO! Ao utilizarmos um sistema de informação, em qualquer esfera, seja ela particular, empresarial, pública, acadêmica etc., devemos refletir sobre as atitudes éticas e sociais responsáveis que devem ser tomadas ali, tendo em vista especialmente os impactos relacionados no modelo de raciocínio supramencionado. A análise sobre as escolhas éticas na sociedade da informação baseia-se em três conceitos bási- cos que devem ser aplicados sobre os sistemas, instituições, organizações e sobre quem os administra: • responsabilidade: característica de pessoas que realizam escolhas éticas e são capazes de arcar com as consequências (custos, deveres e obrigações) provenientes de seus atos; GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 134 – • prestação de contas: característica dos sistemas e das instituições sociais que funcio- nam sob mecanismos de identificação de ações oriundas de sua utilização; • obrigação de indenizar: característica de sistemas políticos sustentados por leis que per- mitem às pessoas repararem danos causados por outras, por sistemas ou organizações. O acionamento de um processo legal é um recurso disponível para alcançar essas ações. SAIBA MAIS! O artigo “Ética da informação em redes sociais virtuais: um caso controverso de serviço de informação socialmente institucionalizado” permite a compreensão das questões éticas na WEB 2.0. O documento pode ser acessadoa partir do endereço <http://periodicos.ufpb.br/index.php/pgc/article/view/15564 >. Um processo de cinco estágios pode ser utilizado para nortear as análises sobre as esco- lhas éticas. Quadro 1 – Estágios para análises das escolhas éticas Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3 Estágio 4 Estágio 5 Identificar e descrever os fatos para detectar erros e soluções Definir conflitos ou dilemas e identifi- car valores de or- dem mais elevada envolvidos Identificar os interessa- dos e seus desejos Identificar alter- nativas razoáveis equilibrando as consequências para todos Identificar as potenciais con- sequências das suas opções Fonte: adaptada de LAUDON e LAUDON, 2014. Ainda como apoio às escolhas éticas cabíveis a um administrador, em circunstâncias mais com- plexas, sempre será possível lançar mão de valores de ordem superior, conhecidos por princípios éticos eletivos enraizados em diversas culturas no curso da história e representados na figura a seguir. Quadro 2 – Princípios éticos eletivos Regra fundamental • Fazer aos outros o que gostaria de receber Imperativo categórico de Immanuel Kant • Se uma ação não é correta para todos, não é para ninguém. Regra da mudança de Descartes • Se uma ação não puder ser repetida, não deve ser realizada nunca. Princípio utilitário • Realize a ação que produza o maior valor. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 135 – Princípio da aversão ao risco • Realize a ação que cause o menor dano ou que pos- sua o menor custo potencial. Tudo tem um preço • Pressupor que todos os objetos tangíveis e intangí- veis pertençam a alguém, salvo declaração contrária. Fonte: adaptada de LAUDON e LAUDON, 2014. Vale ressaltar que os gerentes e administradores devem ser sensíveis aos impactos positivos e negativos dos sistemas de informação para a empresa, funcionários e clientes. Deverão estabe- lecer o que constituirá uma conduta ética e legal apropriada para a organização, já que os sistemas de informação podem também ser usados como instrumentos de condutas inapropriadas. EXEMPLO Uma empresa de tecnologia efetuou pagamentos de ordem superior a US$ 4 bilhões para autoridades alemãs e norte-americanas para ações de suborno mantidas por décadas. Os pagamentos foram autorizados por executivos da empresa com o ob- jetivo de influenciar potenciais clientes e governo, não tendo sido registrados nos sistemas contábeis de relatórios oficiais (LAUDON; LAUDON, 2014). As associações de profissionais criam códigos de conduta como forma de regulamentação parcial das profissões, estabelecendo neles as qualificações e competências necessárias para a participação em seus quadros de associados. São exemplos dessas associações: “Association of Information Technology Professionals” (AITP – Associação dos Profissionais de Tecnologia da Informação); Sociedade Brasileira de Computação (SBC). FIQUE ATENTO! As evoluções tecnológicas geram impactos que rompem com o equilíbrio entre os indivíduos, as instituições sociais, políticas, econômicas e culturais, motivando de- bates relevantes no sentido de adequarem-se as legislações, os hábitos e os costu- mes à nova realidade estabelecida. Cinco principais tendências tecnológicas têm gerado tensões éticas relevantes em nível mun- dial, segundo Laudon e Laudon (2014), e podem ser observadas no quadro a seguir. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 136 – Quadro 3 – Tendências tecnológicas e impactos éticos Tendência Impactos Capacidade computacional dobra a cada 18 meses. Os computadores são cada vez mais necessários em funções críticas nas organizações. Custos de armazenamento em rápido declínio. Facilidade para a criação e manutenção de bancos de dados detalhados sobre os indivíduos. Análise de dados sendo estrategicamente aprimorada. Possibilidade de geração de perfis detalhados de com- portamento dos indivíduos a partir de seus dados indi- viduais. Avanço das estruturas de redes. Simplificação nos processos de acesso e cópia de da- dos remotos. Aumento do número de dispositivos móveis. Monitoramento pode ser realizado sem consentimento ou conhecimento do usuário. Fonte: adaptado de LAUDON e LAUDON, 2014. No Brasil, a aprovação do Marco Civil da Internet, por meio do Projeto de Lei n. 2.126/11, do Poder Executivo, representou uma ação de vanguarda na legislação sobre o tema, uma vez que o projeto define regras claras a respeito dos direitos, deveres e princípios para uso da rede no Brasil. A Lei, que entrou em vigor em 24 de novembro de 2014, baseia-se em três princípios (OMCI, 2017): • neutralidade: tratamento isonômico sobre qualquer pacote de dados; • privacidade: garantia do direito de inviolabilidade e sigilo das comunicações dos usuários; FIQUE ATENTO! O princípio da privacidade estabelece de forma intrínseca que toda a troca de infor- mações entre os indivíduos no meio digital seja protegida por mecanismos que ga- rantam acesso apenas aos remetentes e destinatários, sendo ilegal o fornecimento desses dados a empresas estrangeiras. • liberdade de expressão: a retirada de conteúdos veiculados na internet fica restrita à Justiça. SAIBA MAIS! Aprofunde seus conhecimentos sobre a guerra cibernética. Acesse: <http://www. senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/defesa-nacional/razoes-para-a- implementaao-da-estrategia-nacional-de-defesa/inimigos-invisiveis-a-guerra- cibernetica.aspx>. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 137 – O avanço das tecnologias de análises de dados para BIG DATA proporcionou recursos pode- rosos de definição de perfis individuais extremamente detalhados. A tecnologia NORA (nonobvious relationship awareness – detecção de relações não óbvias) é capaz de recuperar informações sobre as pessoas em diversas fontes de dados e relacioná-las para encontrar conexões ocultas que auxiliem na identificação de criminosos ou terroristas. Fica em evidência que as discussões éticas no entorno do uso de tecnologias da informação ainda terão um longo ciclo de vida. Fechamento Você pôde compreender como a sociedade se transforma em função dos avanços das tecno- logias da informação associados ao contexto altamente conectado e globalizado em que vivemos. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • compreender as questões éticas e sociais relacionadas aos sistemas da informação, tendo por base um modelo de raciocínio ético da sociedade da informação, os concei- tos e as estratégias de análise para a tomada de decisões éticas no entorno desses sis- temas, os princípios éticos eletivos, as tendências tecnológicas e seus impactos éticos sobre a sociedade. Referências BRASIL. Câmara dos Deputados. PL 2126/2011. Disponível em: <http://www.camara.gov.br/pro- posicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=517255>. Acesso em: 11 abr. 2017. ______. Senado Federal. Inimigos invisíveis: a guerra cibernética. Revista Em Discussão!, s.d. Dispo- nível em: <http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/defesa-nacional/razoes-para- -a-implementaao-da-estrategia-nacional-de-defesa/inimigos-invisiveis-a-guerra-cibernetica.aspx>. Acesso em: 12 abr. 2017. COLOMBO, Luís Augusto Beraldi. Comenius, a Educação e o Ciberespaço. Bragança Paulista, SP. Edita Comenius, 2006. FARIAS, Huga Carla Alves de; LIMA, Aluísio Bruno Ataíde; BELLINI, Carlo Gabriel Porto; PEREIRA, Rita de Cássia de Faria. Ética da informação em redes sociais virtuais: um caso controverso de serviço de informação socialmente institucionalizado. Perspectivas em Gestão & Conhecimento. João Pessoa, v. 3, n. 2, p. 244-258, jul./dez. 2013. Disponível em: <http://periodicos.ufpb.br/index. php/pgc/article/view/15564>. Acesso em: abr. 2017. LAUDON, Kenneth; LAUDON, Jane. Sistemas de Informações Gerenciais. Tradução de Célia Taniwaki.11ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. OMCI – Observatório do Marco Civil da Internet. Site Oficial. Disponível em: <http://omci.org.br/>. Acesso em: abr. 2017. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 138 – Dimensões morais dos sistemas de informação Jeanne Louize Emygdio Introdução As tecnologias da informação e comunicação (TICs) provocam diversos dilemas éticos em nossa sociedade a partir de sua adoção como instrumento viabilizador do processo de globalização, como ferramentas “otimizadoras” das rotinas empresariais e de apoio às nossas atividades pessoais diárias. Há, no entorno destas questões éticas, dimensões morais a serem compreendidas e estuda- das: direitos e deveres sobre a informação, direitos e deveres sobre a propriedade, prestação de contas e controle, qualidade dos sistemas e de vida. Nesta aula, você estudará em detalhes essas dimensões morais. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender os conceitos sobre direitos da informação e propriedade intelectual; • entender os conceitos sobre prestação de contas, obrigações, controle, qualidade dos sistemas e de vida. 1 Definição de direito de informação e propriedade intelectual O direito à privacidade é mundialmente assegurado aos indivíduos por meio das Constitui- ções Federais e diversos estatutos legais. Por privacidade entendem-se os direitos dos indivíduos de não serem incomodados, vigiados nem de sofrerem interferência do Estado, organizações ou terceiros em suas atividades pessoais ou profissionais. As TICs ameaçam estes direitos por “[...] tornarem a invasão de privacidade barata, lucrativa e efetiva.” (LAUDON; LAUDON, 2014, p. 112). Veja o caso das informações que trafegam pela inter- net. Para que elas sejam transmitidas de um emissor a um receptor, devem ser repassadas por inúmeros equipamentos, tornando-se vulneráveis à coleta, armazenamento, análise, sistematiza- ção e divulgação, na maioria das vezes, sem conhecimento nem consentimento do emissor. – 139 – TEMA 20 EXEMPLO A utilização da tecnologia de cookies permite que as empresas construam perfis deta- lhados dos clientes com os históricos de suas compras, comportamento, preferências etc. A partir daí, as empresas elaboram estratégias de marketing, vendas, relaciona- mento e comercialização dos dados coletados. Por esta razão, somos muitas vezes surpreendidos com mensagens de boas-vindas personalizadas e sugestões de com- pra de produtos similares às nossas aquisições anteriores em sites revisitados. Figura 1 – Método de identificação de internautas por meio de cookies Windons 8 Internet Explorer 10 jdoe123@aol.com 1 2 3 4 Cookie 931032944 já comprou na loja Bem-vindo, Jane Doe! 1. O servidor Web examina o navegador Web do usuário e identifica o sistema operacional o nome do navegador, o número da versão, o endereço na internet e outras informações. 2. O servidor transmite um minúsculo arquivo de texto, denominado cookie, com informações sobre a identificação do usuário. O navegador recebe e armazena esse arquivo no disco rígido do computador do usuário. 3. Quando o visitante volta ao site, o servidor requisita o conteúdo de todos os cookies depositados anteriormente no computador do usuário. 4. O servidor Web lê o cookie, identifica o visitante e recupera os dados sobre ele. Usuário Servidor Fonte: LAUDON e LAUDON, 2014, p. 116. Além dos cookies, outros recursos têm sido utilizados para o monitoramento dos usuários on-line, como: Web beacons, pequenos softwares que acumulam o histórico de cliques dos inter- nautas durante sua navegação na internet e no envio de e-mails; Spywares, pequenos softwares que, entre outras funções, solicitam a exibição de banners de anúncios não solicitados pelo usuá- rio em função de suas ações na internet. SAIBA MAIS! O filme “O jogo da imitação” (2015) baseia-se na história real do esforço de Alan Turing para construir uma máquina capaz de decifrar mensagens criptografadas pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial, o que nos permite compreender a gênese do monitoramento de informações de terceiros e do desenvolvimento dos computadores para este fim. Em função da preocupação pública sobre o rastreamento das pessoas no universo digital, algumas iniciativas de prevenção e regulamentação têm sido adotadas, como: GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 140 – • opção de retirada: a coleta de informações ocorre até que o consumidor determine especificamente que seus dados não sejam mais coletados; • opção de adesão: qualquer empresa é proibida de coletar dados dos consumidores até que eles especifiquem o consentimento; • autorregulação: criada pela indústria on-line para oferecer garantias de privacidade aos consumidores digitais. Através da formalização da “Aliança de Privacidade” on-line, foram estabelecidas diretrizes de privacidade a serem seguidas por empresas asso- ciadas, que deverão exibir em seus sites um selo de confiança quanto ao respeito à navegação privada; • iniciativas empresariais isoladas: inclusão de opções de retirada de rastreamento nas configurações dos navegadores (Internet Explorer, Mozilla Firefox), redução de tempo de retenção de dados rastreados (Google); • regulamentação governamental: os EUA mantêm oito leis federais sobre privacidade, seguindo o regime de “Práticas para a informação justa”; na Europa, adota-se um regime mais restritivo, baseado na Diretiva da Comissão Europeia sobre proteção de dados; no Brasil, o Marco Civil da internet iniciou as discussões sobre o tema. FIQUE ATENTO! Os dilemas de privacidade sobre as informações que trafegam na esfera digital deverão ser tratados a partir de esforço conjunto entre empresas de tecnologia, que suportam essas transações, indústrias on-line, que promovem o movimento dessas informações, governo e usuários geradores dessas informações (maiores prejudicados no contexto). A proteção sobre a propriedade de bens intangíveis produzidos por indivíduos e corporações (propriedade intelectual) também é afetada pela facilidade com que esses bens podem ser copia- dos e disseminados pela internet. No entanto, há legislações mundiais que obrigam o pagamento de indenizações em caso de violações comprovadas. EXEMPLO A Samsung perdeu um processo para a Apple por violação de patentes para IPho- nes, iPads e iPods em 2012, tendo que ressarci-la do valor de US$ 1 bilhão em danos. Existem três formas legais de proteção aos bens intangíveis que podem ser acompanhados na tabela a seguir. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 141 – Tabela 1 - Proteções legais à propriedade intelectual. Tipo de proteção Objetivo Aplicações Lei do segredo comercial Conceder monopólio de exploração so- bre ideias que sustentam um produto, e trabalhos adjacentes, desde que não se- jam ideias de domínio público. Proteção de fórmulas, dispositi- vos, sistemas de software etc. Lei do direito autoral Garantir proteção aos criadores de bens intangíveis contra a cópia de seu traba- lho em vida e por mais 70 anos após sua morte (indivíduos). Para organizações, a proteção é garantida por 95 anos após a criação inicial. Ponto fraco: ideias subja- centes não são protegidas. Livros, periódicos, conferências, espetáculos teatrais, composi- ções musicais, mapas, desenhos, obras de arte, filmes, sistemas de software etc. Lei da patente Garantir ao proprietário monopólio so- bre ideias que sustentam uma invenção e subjacentes. Uma patente é fornecida desde que a criação atenda aos concei- tos de originalidade, inovação e invenção. Inovações. Fonte: adaptada de LAUDON e LAUDON, 2014. As tecnologias digitais criam desafios aos regimes vigentes de propriedade intelectual por várias razões,como: facilidade de cópias de trabalhos originais, modificação e transmissão; difi- culdade na classificação de artefatos como sendo softwares, livros ou músicas; qualidade dos mecanismos de compactação que facilitam o roubo desses artefatos digitais e dificuldades para identificar trabalhos originais (LAUDON; LAUDON, 2014). SAIBA MAIS! O artigo de Correia e Jesus (2016) apresenta mecanismos e leis portuguesas utilizados no combate aos crimes digitais e incentiva novos estudos para a formulação de uma política internacional concentrada. Disponível em: <http://www. scielo.br/pdf/rdgv/v12n2/1808-2432-rdgv-12-2-0542.pdf>. A criação do iTunes Store da Apple legalizou o acesso aos recursos de entretenimento on-line como vídeos e filmes, disponibilizando-os em ambiente fechado e restrito apenas aos usuários dos seus dispositivos que poderão comprar ou alugar os itens que desejar (APPLE, 2017). Tal ini- ciativa contribui para atenuar os crimes desta ordem. Legalizar o acesso aos recursos on-line, como vídeos e filmes, ainda que disponibilizados somente para “usuários próprios” (clientes) em ambiente restrito é uma iniciativa que contribui para atenuar os crimes dessa ordem (APPLE, 2017). GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 142 – 2 Definição de prestação de contas, obrigações, controle e qualidade dos sistemas No âmbito da responsabilidade civil, também é possível encontrar dilemas morais provoca- dos pelas TICs, por trazerem complexidade ao cumprimento da lei de indenização e das práticas sociais em função da dificuldade de identificação dos responsáveis por danos resultantes da uti- lização desses recursos. Algumas situações de ordem prática exemplificam esta questão, con- forme ilustrado na figura a seguir. Figura 2 – Dilemas morais para prestação de contas Uma empresa que contrata serviços em nuvem para gerenciamento de e-mails e percebe interrupção destes serviços por três dias deve responsabilizar a terceirizada ou o provedor de acesso? Se um software utilizado em um caixa eletrônico falha, causando danos econômicos aos clientes, a responsabilidade de indenizar é da agência bancária ou da equipe produtora da TI? Uma rede social é responsável por materiais pornográficos ou preconceituosos publicados por seus usuários? Quem deve pagar a indenização? Fonte: adaptada de Jamesteohart/Shutterstock.com Tais questionamentos ajudam na compreensão da complexidade enfrentada por gerentes de TI e executivos de sistemas de informação que, em última instância são os responsáveis “[...] pelos danos causados pelos sistemas que selecionaram e instalaram” (LAUDON; LAUDON, 2014, p. 124). FIQUE ATENTO! Prestação de contas e controle envolvem a identificação dos responsáveis por da- nos aos direitos individuais e coletivos sobre a informação e a propriedade, e que po- dem ser acionados processualmente para arcar com as indenizações necessárias. As responsabilidades técnicas relacionadas às TICs delineiam nova dimensão moral para a discussão em função da gênese dos problemas que determinam o mau funcionamento e a obri- gatoriedade de padrões de qualidade mínimos para sua utilização. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 143 – Figura 3 – Aspectos da qualidade de sistemas Falhas de equipamentos e instalações por causas naturais ou não Bugs e erros de software Baixa qualidade da entrada de dados Melhora da Qualidade de vida da população instalações por causas naturais ou não Baixa qualidade da entrada de dados Fonte: elaborada pela autora, 2017. No Brasil, há instituições que trabalham no sentido de estruturar Modelos de Referência, como o MPS-BR para software, serviços e recursos humanos vinculados ao setor visando maiores garantias de qualidade e excelência (SOFTEX, 2017). FIQUE ATENTO! As ações da Softex ocorrem no sentido de alcançar reconhecimento nacional e internacional do setor de software e serviços de TIC, o que contribui positivamente para atenuar as questões morais em discussão. Outros impactos das TICs podem ser percebidos na redução do número de empregos em que as pessoas são substituídas por computadores ou por processos simplifi cados por eles, na distância ampliada entre as camadas sociais, no aumento de crimes e abusos digitais em função de sua disseminação e popularização e no aumento de problemas de saúde relacionados, como a lesão por esforço repetitivo (LER). GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 144 – Fechamento Você pôde a compreender que, paralelamente aos benefícios trazidos pela adoção das TICs, diversos problemas devem ser observados e tratados. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • estudar os direitos da informação e propriedade intelectual e as violações oportuniza- das pelas TICs; • apreender a complexidade das atividades de prestação de contas, obrigações, controle, qualidade dos sistemas e de vida, vinculadas à própria complexidade do contexto. Referências APPLE. Site oficial. Seção iTunes. Disponível em: <https://www.apple.com/lae/itunes/>. Acesso em: abr. 2017. CORREIA, Pedro Miguel Alves Ribeiro; JESUS, Inês Oliveira Andrade. Combate às transferências ban- cárias ilegítimas pela internet no direito português: entre as experiências domésticas e políticas globais concertadas. Revista Direito GV, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 542-563, mai-ago, 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rdgv/v12n2/1808-2432-rdgv-12-2-0542.pdf>. Acesso em: abr. 2017. LAUDON, Kenneth; LAUDON, Jane. Sistemas de Informações Gerenciais. Tradução de Célia Taniwaki. 11. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. O JOGO DA IMITAÇÃO. Direção de Morten Tyldum. Título original: The imitation game. EUA, 2015. Filme. SOFTEX. Site oficial. Modelos de Referência. Seção Modelos. Disponível em: <http://www.softex. br/mpsbr/modelos/#mpssw>. Acesso em: abr. 2017. GESTÃO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO – 145 –