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A Terceira Fase da Escola dos Annales, a Inovação em História

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A Terceira Fase: 1968/1988?
A Nouvelle Nouvelle Historie
Geração que mais se aproxima ao nosso contexto historiográfico atual.
Após 1968 Braudel não dirigirá mais a Revista sozinho: conta com um comitê de jovens historiadores.
Europa ocidental do Antigo Regime é objeto/período privilegiado de pesquisa: considerando uma continuidade em relação aos fundadores e a Braudel (medievalistas e modernistas).
Nouvelles Nouvelles Annales: expressão ligada ao manifesto de Febvre (1946), e nesse sentido procura não transformar as instituições controladas pelos Annales em “majestosos túmulos” mas manterem-nas “em face do vento” da história.
Fragmentação intelectual: ao contrário da 1ª e da 2ª fase, a 3ª geração não tem uma figura central. Devido aos métodos, problemas, objetos serem variados torna-se difícil explicar de forma sumarizada o que marcou essa geração. 
Vantagem da fragmentação: descentralização, pluralidade de ideias e perspectivas, diálogos com outras disciplinas aumentou.
A influência da Antropologia
História se aliou à antropologia: interessando-se pelos aspectos simbólicos e culturais da sociedade devido à interrogações do presente.
Redução da importância da Economia: devido presença de novas exigências e da História Total.
A História cultural ganhou o lugar da história econômico-social: gestos cotidianos e costumes são abordados na perspectiva de “longa duração”.
A dimensão cultural se tornou mais importante: história mais descritiva e menos quantitativa.
Surge a “história do presente”: da relação da história presente-passado surge uma ideia de história imediata, “história do presente”. Compreendida como radicalização dos aspectos do programa dos fundadores.
Associação da História com novas disciplinas: psicanálise, antropologia, linguística, literatura, semiótica, mitologia comparada, climatologia, paleobotânica.
Novas técnicas utilizadas: computadores, dendro tecnologia, carbono 14, análises matemáticas, modelos.
A História em migalhas:
A História é escrita no plural: “as estruturas mentais” tornam-se o interesse central da pesquisa histórica; são plurais, múltiplas, heterogêneas, dispersas. 
“Descontinuidade”: a história produz abordagens múltiplas de uma sociedade sem centro, sem sujeito e sem futuro.
As polêmicas de Le Roy Ladure: o computador, o evento, a história imóvel, novas técnicas…
Posição peculiar de Le Roy Ladurie: falará da “imobilidade” ao invés do tempo longo e estruturas; sugere a retirada do homem da história ao invés da descentralização do homem; contrapõe uma “ciência capaz de previsões” a um estudo “cientificamente conduzido”.
Computador: instrumento de pesquisa fundamental do historiador (escreve uma apologia ao computador).
Disputa da narrativa: a Escola perderia sua hegemonia paras os americanos se não passasse a utilizar em massa o computador.
O evento: a história contemporânea busca transcender o evento ou recuperá-lo, porém o tempo não foi suprimido (mesmo as estruturas, maios logicamente construídas têm suas fases de desequilíbrio). A extração do evento jamais poderá ser total, pois uma estrutura é também movimento e passagem a uma outra.
História Imóvel: na história do Antigo Regime, por exemplo, apesar das modificações que surgiram, elas não alteram as propriedades do modo de produção do Regime (meio parcelar, meio senhorial, que dominava o mundo agrário do período). Por mais que as inovações tenham repercussão, elas representarão mudanças num futuro histórico e não de imediato.
História sem os homens: não pretende explicar a história humana, mas sim a história do clima, tratando fatos sociais como “coisas”, inserir os homens quantificados em um ambiente geo-histórico e biológico.
As teses de Le Goff e Nora
Faire de l’Histoire (texto-manifesto que conta com três volumes): reflete a complexidade da nouvelle histoire, obra coletiva.
Novos Problemas (primeiro volume): o quantitativo e o conceito em história, a história e as ideologias, o marxismo e a nouvelle histoire; o problema do evento e de seu retorno, a documentação histórica.
Novas Abordagens (segundo volume): alianças interdisciplinares da a história (com a arqueologia, a economia, a demografia, o estudo das religiões, da literatura, da arte, das ciências, da política).
Novos Objetos (terceiro volume): o clima, o inconsciente, o mito, as mentalidades, a língua, o livro, os jovens, o corpo, a cozinha, a opinião pública, o filme, a festa.
Na apresentação da obra é trabalhado o “espírito” da nouvelle nouvelle histoire: não busca elaborar visões globais, sínteses totais da história, mas ampliar o campo da história e multiplicar seus objetos.
Presente como objeto: busca produzir um conhecimento do “imediato”, surge uma ideia de “história do presente”. Objetos que jamais foram tematizáveis pelo historiador entram em campo de pesquisa.
“História da história”: a história se interessa sobre sua própria trajetória.
Fazer a história que o presente exige: o historiador se interroga sobre sua profissão, sobre seus antecessores, sobre as obras clássicas e transitórias, sobra as condições teóricas, técnicas, sociais e institucionais dentro das quais ele produz conhecimento das sociedades passadas.
Paul Veyne: o desafiante interno
Invenção de conceitos (mais análise e menos narração): os conceitos e documentos são o que distinguem a história do romance. A verdadeira narração exige análise.
História problema: “na história, as questões interessam mais do que as respostas, é mais importante ter ideias do que conhecer verdades.” “A verdade não é o mais elevado dos valores do conhecimento” (Veyne, 1976, p61-62).
A repercussão de Michel Foucault
Influência pela obra história sobre novos assuntos: como a loucura, a sexualidade, o crime, mas, principalmente, pelas hipóteses e conceitos que apresentou na Archéologie du Savoir (1969).
Archéologie du Savoir: para Foucault, a história existe para usar documentos, interrogá-los, com a finalidade de “reconstruir”, a partir deles, o passado que desapareceu atrás deles.
História-monumento: a história nova tenderia à Arqueologia, à descrição intrínseca do “monumento”. A história tradicional, memorizava os “monumentos” do passado, transformando-os em “documentos”; a história nova transforma documentos em “monumentos”.
A manifestação da crise e a necessidade de um Tournant Critique
Resistência à Escola: dada pelos dos professores de história do ensino secundário, onde a nouvelle histoire foi mal compreendida e mal trabalhada com os alunos, o que levou a um acréscimo da “ignorância” histórica na população adolescente. 
1988 – Um Tornant Critique
História e Ciências Sociais: A Crise da Interdisciplinariedade
Crise: em 1988, a Escola parece não confiar mais em seus sócios e falam de uma “crise das ciências sociais”. Crie esta que a história não passa, quem passa por essa incerteza são as ciencias sociais, que não tem mais grandes sistemas de interpretação da sociedade (marxismo, estruturalismo, funcionalismo, todos eles em crise).
Resposta à crise:
1-repensar os “novos métodos”: qual deve ser a escala de análise, a dimensão do objeto de pesquisa? Como deve ser escrita a história?
2-repensar as “novas alianças”: construir novas alianças interdisciplinares; saber como as outras ciências fazem uso da história.
Fragmentação: a Escola repensa suas relações com as ciências sociais devido ao resultado que chegou-se com a interdisciplinariedade. A história chegou à fragmentação, produção de “migalhas” de conhecimento sobre “objetos-migalha”.
Ponto de resolução da crise: como praticar a interdisciplinariedade sem que a história perca sua identidade?

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