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Teoria Geral e Crítica do Processo - 2° bimestre

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Teoria Geral e Crítica do Processo – Simone Daudt 
2° Bimestre 
Lei Processual no Tempo 
 
1) Conflito de leis no tempo: Surge quando duas ou mais normas 
processuais sucessivas regulam o mesmo fato surgindo a questão de 
qual das normas deverá ser aplicada. 
 
• Princípio da territorialidade: - artigo 1°, CPC; 
 - artigo 1°, CPP. 
• Princípio da lei no tempo: - Não retroage: garante a segurança 
jurídica. > Artigo 5°, XXXVI, CF; 
 > Artigo 6°, LICC. 
EXCEÇÃO: norma de direito material penal para beneficiar o réu. 
 
 - Aplicação imediata da lei nova: é 
usada assim que entrar em vigor, atingindo o processo no curso em que 
estiver. * Valido para CPP e CPC. 
2) Processos pendentes: A lei nova atinge o processo no ponto em que 
este se achar no momento em que ela entrar em vigor, sendo 
resguardados os atos processuais já praticados. 
3) Nulidade dos atos processuais: Vale a lei da data em que os atos foram 
praticados, disso decorrem duas conseqüências: 
a) Mantém-se a validade dos atos praticados na vigência da lei antiga 
ainda que a nova lei considere atos nulos. 
b) Mantém-se a nulidade dos atos praticados na vigência da lei antiga 
ainda que a nova lei os considere validos. 
4) Prazos processuais em curso: Os prazos iniciados sob o regime de uma 
lei regulam esta até o seu termino. 
5) Provas: Vale a lei do dia em que o ato a provar se realizou, assim como 
vigora a lei do dia da prática do ato em juízo. 
6) Ação: Vigora a lei do dia do surgimento do direito e não do seu ingresso 
em juízo. 
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EXCEÇÃO: “ABOLITIO CRIMINIS
7) Recursos: tem a validade a lei do dia em que nasce o direito de recorrer
Direito processual sob a perspectiva extra
 
1) Tradição civil: família Romano
dos países europeus, América latina, Japão, África e alguns países 
árabes. 
Caracteriza
direito. Sendo ela a regra geral e a
caso concreto; as decisões nesses países utilizam as leis para 
seus fundamentos.
2) “Common Law”: é utilizada especialmente nos países de língua inglesa, 
a fonte do direito nesses países são os precedentes judicias, ou seja, 
usam as decisões judiciais anteriores para julgar e fundamentar as 
pretenções. 
3) Direito Socialista:
decisões. EXEMPLO: URSS.
4) Outras Famílias: 
• Muçulmano: 
• Extremo Oriente:
5) Perspectivas para a unificação do direito processual:
A) Código modelo de cooperação para a Ibero 
sugestão). EXEMPLO: artigo 331, CPC.
B) Acordos, convenções e tratados valem para os países que os 
assinarem. 
 
ABOLITIO CRIMINIS” 
tem a validade a lei do dia em que nasce o direito de recorrer
 
Direito processual sob a perspectiva extra nacional
família Romano-Germânica, a qual predomina na maioria 
dos países europeus, América latina, Japão, África e alguns países 
Caracteriza-se pela codificação das leis como fonte principal do 
. Sendo ela a regra geral e absoluta que tem incidência no 
caso concreto; as decisões nesses países utilizam as leis para 
seus fundamentos. 
LEGISLATIVO 
 
SOCIEDADE 
é utilizada especialmente nos países de língua inglesa, 
a fonte do direito nesses países são os precedentes judicias, ou seja, 
usam as decisões judiciais anteriores para julgar e fundamentar as 
Direito Socialista: Quando o Estado tem uma participação maior nas 
decisões. EXEMPLO: URSS. 
 
Muçulmano: Caracterizado a partir da religião. 
Extremo Oriente: A partir dos costumes do direito a força.
Perspectivas para a unificação do direito processual: 
modelo de cooperação para a Ibero - América (apenas uma 
sugestão). EXEMPLO: artigo 331, CPC. 
Acordos, convenções e tratados valem para os países que os 
Jurisdição 
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tem a validade a lei do dia em que nasce o direito de recorrer. 
nacional 
Germânica, a qual predomina na maioria 
dos países europeus, América latina, Japão, África e alguns países 
se pela codificação das leis como fonte principal do 
bsoluta que tem incidência no 
caso concreto; as decisões nesses países utilizam as leis para 
é utilizada especialmente nos países de língua inglesa, 
a fonte do direito nesses países são os precedentes judicias, ou seja, 
usam as decisões judiciais anteriores para julgar e fundamentar as 
cipação maior nas 
A partir dos costumes do direito a força. 
América (apenas uma 
Acordos, convenções e tratados valem para os países que os 
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1) Teorias: 
1.1) Teoria de CHIOVENDA: a jurisdição é uma atividade substitutiva, 
pois o estado, através do juiz, atua em SUBSTITUIÇÃO a vontade 
das partes, e secundária, pois a jurisdição só é acionada caso as 
partes não tenham obtido êxito na solução de suas controvérsias de 
forma primária. 
*CRÍTICAS: por considerar a jurisdição uma atividade secundária 
não explica as situações que envolve o procedimento necessário nos 
quais as partes não conseguem obter o resultado pretendido sem 
que haja uma prestação jurisdicional. EXEMPLO: processos penais, 
interdição, separação consensual, entre outras; 
1.2) Teoria de ALLORIO: Segundo essa teoria, a jurisdição caracteriza-se 
por produzir coisa julgada, tornando-se imutável (artigo 485, CPC). 
*CRÍTICA: - Não deixa de ser um processo jurisdicional; 
 - A coisa julgada é produzida nos processos de 
conhecimento, sendo que em processos de execução e 
cautelares não há coisa julgada; 
1.3) Teoria de CARNELUTTI: Para esta teoria a atividade jurisdicional 
tem como característica a justa composição da lide, só existindo 
jurisdição para compor um conflito. 
*CRÍTICA: - Nem sempre quando a jurisdição é acionada existe um 
conflito, às vezes trata-se de situações de procedimento necessário 
em que a atividade jurisdicional é exigida 
 - Não é só a atividade que serve para resolver conflitos, 
muitas vezes a composição pode ocorrer em tribunais arbitrais, de 
mediação, promotorias especializadas, entre outras; 
1.4) Teoria de MICHELLI: Segundo essa teoria, a jurisdição caracteriza-
se por ser uma atividade imparcial, pois o juiz coloca-se numa 
posição equidistante, tomando uma posição estranha dentro da 
relação. 
2) Conceito: É a atividade estatal exercida através de um agente 
regularmente investido na função que atua quando solicitado para 
resolver a questão apresentada em juízo, que poderá ser uma lide ou 
não. 
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3) Características da Jurisdição: 
1°- Inércia: Só atua se for provocada; 
2°- Coisa julgada: Sendo a única apita a produzir i sto; 
3°- Substitutividade: Pois o juiz atua em substitui ção à vontade das 
partes; 
4°- Imparcialidade: A atividade jurisdicional é exe rcida com 
imparcialidade sob pena de nulidade. 
4) Escopos: 
*Sociais: 
• Educar a sociedade: Destina-se a informar os indivíduos a 
respeito do que não pode ser feito, assim como, orientar como 
buscar a tutela jurisdicional; 
• Pacificar a justiça: Através da composição dos litígios, tornando 
harmônica a vida em sociedade; 
*Jurídicos: Manter íntegro o ordenamento jurídico, através da aplicação 
das normas de direito material; 
*Políticos: 
• Afirmação do poder estatal: A fim de sustentação do Estado; 
• Culto as liberdades públicas: Representa a limitação do poder 
estatal, que não é absoluto, sob pena de contrariar o Estado 
Democrático de Direito; 
• Garantia de participação: Através da jurisdição garante-se ao 
jurisdicionado participar nos destinos da sociedade como, por 
exemplo, na ação popular e na ação civil pública. 
5) Princípios: REVER-LOS 
* Investidura; 
* Aderência ao Território; 
* Inevitabilidade; 
* Indelegabilidade; 
* Juiz Natural; 
* Inércia. 
6) Diferença entre as Funções Jurisdicionais e Legislativas: A primeira atua 
diante de fatos; a sentença se caracteriza por ser lei no caso concreto. 
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Já na segunda atuaem hipóteses abstratas criando normas genéricas 
aplicáveis aos fatos futuros que venham a se adequar a descrição 
contida na norma elaborada. 
7) Diferença entre as Funções Jurisdicionais e Administrativas: A primeira é 
exercida com imparcialidade, produzindo coisa julgada, também sendo 
substitutiva, pois há um terceiro, estranho à relação, que decidirá a 
questão. Já a segunda é parcial, pois o agente está diretamente 
interessado no resultado da atividade que exerce, sendo que seu ato é 
passível de modificação ou revogação a qualquer tempo, ademais de 
não ser uma atividade substitutiva, uma vez que é o próprio agente do 
órgão que julgará o processo. 
8) Espécies de Jurisdição: 
a) Jurisdição Contenciosa e Voluntária: Diz respeito ao modo como o 
juiz se manifesta no processo. Contenciosa quando há conflito, as 
partes se vêem como adversárias, cabendo ao juiz decidir a lida 
dizendo qual das partes tem razão. Voluntária ocorre quando não há 
um conflito entre as partes, que não se vêem como adversárias, o 
juiz é incumbido de aplicar a tutela jurisdicional; 
b) Jurisdição Civil e Penal: Diz respeito à matéria. Tudo o que não cabe 
a jurisdição penal cabe, por exclusão, a jurisdição civil, também 
chamada de extra penal. 
A jurisdição civil costuma-se dividir em jurisdição civil 
propriamente dita (Stricto Sensu), sendo regida pelo CPC e 
legislações específicas, e jurisdição Trabalhista, que é 
regulamentada pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT); 
c) Jurisdição Comum e Especial: Relacionado com a matéria a que 
versa o litígio. Na jurisdição comum se conhecem todas as 
controvérsias pelo caráter geral, excluídas aquelas que a lei reserva 
jurisdição especial, assim como jurisdição estadual (particulares) e 
federal (quando uma parte for a União, suas autarquia, entre outras). 
Já na especial, somente se conhece expressamente indicadas na lei, 
tal como a jurisdição trabalhista, a eleitoral e a militar; 
d) Jurisdição de Direito e Equidade: Quanto à forma de decidir o litígio. 
Jurisdição de direito é aquela em que o juiz estabelece a norma do 
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caso concreto em conformidade com a lei. Já a jurisdição de 
equidade é aquela em que o juiz recebe o poder de reformular a 
regra do caso concreto segundo a sua própria consciência, é 
excepcional, só podendo ser utilizada nas situações previstas em lei, 
tais como: 
• Artigo 127, CPC; 
• Artigo 25, lei 9099/95; 
• Artigo 11, II, lei 9307/96; 
• Artigo 1109, CPC; 
• Na área penal, é a individualização da pena; 
e) Jurisdição Inferior e Superior: Diz respeito quanto à hierarquia do 
órgão julgador em relação a outro. 
9) Diferenças entre Instância e Grau de Jurisdição: Instância é o termo 
ligado a organização judiciária, enquanto que o grau de jurisdição é 
relacionado com o número de análises. Os órgãos de 1° instância são 
inferiores aos de 2° instância, que por sua vez, sã o inferiores aos de 3° 
instância. Na maioria das vezes o 1° grau de jurisd ição é exercido em 1° 
instância, e os respectivos seguem a mesma ordem, porém existem 
exceções como: 
• Mandado de Segurança (MS) contra a governadora, 1° vez que é 
analisada a sentença, porém, é feita diretamente pela 2° 
instância; 
• Turmas recursais → turmas de juízes de 1° instância. 
10) Limites de Jurisdição: 
10.1)Limites Internacionais: Diz respeito as normas internas de cada 
Estado, respeitando os limites territoriais, a soberania e a competência 
da cada Estado (artigos 88 e 89, CPC). 
*De caráter pessoal: Garante imunidade de jurisdição a certas pessoas 
com o objetivo de garantir a soberania dos estados, como exemplos 
têm-se os agentes diplomáticos e chefes de estados estrangeiros; 
10.2)Limites Internos: Não há categoria de direitos que não possa ser 
apreciada, os limites internos são regulados pela fixação de 
competência de cada órgão (artigos 91 a 124, CPC). 
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Noções de competência: 
 
1) Conceito: É o poder (dever) atribuído a um órgão jurisdicional para 
desenvolver aquela parcela de atividade, a competência é atribuída ao 
órgão e não a figura física do juiz que ocupa aquela função; 
2) Critérios para determinar a competência: 
1°- Em relação a matéria: Dependendo da matéria que versa o conflito, 
terá competência uma justiça especializada ou comum; 
2°- Pessoa: Para determinar a competência é necessário analisar as 
pessoas envolvidas na ação; 
3°- Funcional: Serve de base para a divisão de cada órgão da justiça em 
tipos diferentes; 
4°- Territorial: Estabelece a competência em todo o território do país, 
fixando-a a partir de diferentes critérios; 
3) Competência Absoluta e Relativa: A primeira é aquela que não pode ser 
modificada, existe apenas um órgão competente para analisar aquela 
ação, qualquer ato decisório praticado por um juiz incompetente é nulo. 
Já a segunda é aquela competência que pode ser modificada se não for 
obedecida no prazo legal à exceção de incompetência. 
Observação: 
*1°- Prevenção ocorre quando há duas ou mais ações conexas 
tramitando perante juízes que tem a mesma competência territorial, 
considerando-se prevento aquele que despachar primeiro uma das 
ações; 
*2°- Chama-se perpetuação de jurisdição a estabiliz ação da 
competência do juízo. 
 
Ação: 
 
1. Classificação da ação: 
1.1. Civil: 
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a) Conhecimento: É aquela em que o juiz conhece os fatos, avalia-os a 
luz das normas existentes e determina as conseqüências 
estabelecidas pelas normas abstratas ao caso concreto, é uma ação 
que há a ampla produção probatória; 
a.1) Declaratória: É aquela que busca a declaração judiciária sobre 
a existência ou não de uma relação jurídica incerta e controvertida, 
ou seja, é para determinar se algum fato vai ou não acontecer; 
a.2) Condenatória: Busca uma declaração sobre a situação jurídica 
deduzida e a imposição do comando ao réu para que cumpra a 
obrigação de que foi reconhecido devedor, como exemplos pode-se 
citar as ações de indenização e cobrança. 
Observação: Desde 2005, com o advento do cumprimento de 
sentença, deixou de existir as ações puramente condenatórias; 
a.3) Constitutiva: São aquelas que visam uma sentença que crie, 
modifique ou extinga uma relação jurídica controvertida, assim como 
a dissolução de sociedade empresarial ou até a dissolução de um 
contrato; 
b) Execução: É aquela em que a lei permite a utilização de maios 
coercitivos para a exigência do comando contido numa sentença ou 
em título que a lei atribua força executiva; 
c) Cautelar: É aquela que visa assegurar o eficaz desenvolvimento de 
resultado das ações, caracteriza-se pela provisoriedade, a qual evita 
que o direito posto em juízo seja prejudicado. Exige dois requisitos: 
1°- Fumus boni iuris: É a fumaça do bom direito, cabe ao autor 
demonstrar indícios de que tem direito a sua pretensão; 
2°- Periculum in mora: Deve demonstrar os riscos e prejuízos que 
eventual demora ocasionará. Como exemplo, o Arresto (“pré-
penhora”); 
d) Mandamental: É aquela que busca uma ordem, um mandamento 
judicial, assim como o MS, retificação de registro civil, entre outros; 
e) Executivas latu sensu: São aquelas que a sentença contém uma 
condenação, declaração ou constituição e também um comando de 
execução, por exemplo, a ação de despejo. 
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Observação: Alguns autores enquadram a Ação Mandamental e a 
Executiva latu sensu, dentro da condenatória. 
1.2. Penal: 
a) Pública: Vista como regra geral. 
• Incondicionada: É privativa do Ministério Público e independe 
de qualquer representação do ofendido; 
• Condicionada: Depende da representação do ofendido para 
que o MP proponha a ação. 
b) Privada: 
• Exclusivamente Privada: É aquela de iniciativa do 
ofendido, somente se procede mediante queixa, como 
exemplo, crimes contra a honra; 
• Subsidiária da pública: é quando o MP não promove a 
ação penalpública no prazo legal, podendo o ofendido ou 
quem tenha qualidade para representá-lo, para ajuizar a 
ação. 
1.3. Trabalhista: 
→ Divisão: 
A) Dissídio individual: Quando o interesse tutelado diz respeito a uma 
pessoa; 
B) Dissídio coletivo: É quando os interesses tutelados dizem respeito a 
uma coletividade, por exemplo, uma ação envolvendo sindicatos. 
2. Pressupostos processuais: São requisitos para o desenvolvimento regular 
do processo. 
2.1. Pressuposto de Existência: Para existir; 
a) Petição inicial: Pedido; 
b) Juiz investido de jurisdição: No local certo; 
2.2. Pressuposto da Validade do processo: São os pressupostos de 
desenvolvimento valido e regular do processo conforme a exigência 
legal, ausência de pressuposto implica na extinção do processo. 
2.2.1. Pressuposto Processual positivo: O que tem que ter; 
a) Subjetivos: Diz respeito aos sujeitos envolvidos no processo 
a.1) Relativo ao juiz: Competência (absoluta) e Imparcialidade 
(o juiz não pode estar impedido de atuar no processo); 
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a.2) Relativo as partes: 
1°- Capacidade de ser parte: Contempla a capacidade de direito 
(artigo 1° do CC) e entes despersonalizados previst os em lei 
(artigo 12 do CPC); 
2°- Capacidade processual: É a capacidade para o processo, a 
capacidade de estar em juízo; 
3°- Capacidade postulatória: A lei estabelece que a pessoa que 
possui é o advogado; 
b) Objetos: 
b.1) Intrínsecos: 
b.1.1) Petição inicial apta: Para ser considerada apta, deverá 
preencher os requisitos exigidos em lei, como por exemplo 
indicar o juízo dirigido, os fatos e fundamentos, indicar os 
pedidos, qualificação das partes, valor da causa, as provas com 
que o autor pretendo demonstrar o alegado, entre outros. Caso 
algum dos requisitos não existir, será exigido que se arrume ela, 
caso contrário, será indeferida (artigo 295 do CPC); 
b.1.2) Citação válida: É o ato pelo qual o réu, ou interessado, é 
chamado ao processo para defender, se quiser fazer-lo. 
Somente será válida se observada a forma exigida pela lei: 
- Correio; 
- Oficial de justiça; 
- Edital; 
b.2) Extrínsecos (negativos): São aqueles que não podem 
existir numa relação jurídica processual, sob pena de acarretar 
na extinção do processo sem análise de mérito. 
b.2.1) Litispendência: Ocorre quando uma ação for idêntica a 
outra, considera-se idêntica a ação que tenha as mesmas 
partes, mesmo pedido e causa de pedir. 
b.2.2) Coisa julgada: Caracteriza-se pela decisão judicial que 
não cabe mais recurso. 
Observação: Existe Coisa Julgada formal e material. Na primeira, não se 
analisa os fatos, somente as características para a existência. Já na segunda, 
analisa-se os fatos, a legitimidade das partes. 
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b.2.3) Perempção: É a perda do direito de demandar em razão 
do processo ter sido extinto por três vezes pelo abandono. 
Observação: O autor poderá usar a matéria das três ações anteriores para sua 
defesa. 
b.2.4) Convenção de arbitragem: Se as partes convencionam a 
solução da controvérsia através da arbitragem, eventual ação 
judicial deverá ser extinta a fim de preservar o pacto entre as 
partes. 
3. Ausência de pressupostos: 
3.1. Existência: Ocasiona a inexistência do processo; 
3.2. Validade: Acarreta na extinção do processo sem a análise de mérito, 
exceto nos casos de impedimento do juiz e de incompetência do 
mesmo, com isso será remetido para outro juiz. 
4. Condições da ação: 
4.1. Legitimidade das partes: Tem legitimidade aquele que tem o direito, 
pois ninguém pode pleitear, em nome próprio direito alheio, salvo se 
autorizado por lei. Quem tem legitimidade para sofrer (legitimidade 
passiva) a ação é aquele que tem a obrigação de satisfazer a 
pretensão; 
Observação: - Legitimidade ordinária: Quem tem o direito, tem a 
legitimidade; 
- Legitimidade extraordinária: Quando a lei atribui legitimidade a outra 
pessoa para demandar a pretensão em nome de outrem. 
4.2. Interesse: Para que exista, é preciso o desatendimento a uma 
pretensão, logo, o interesse será necessário; 
4.3. Possibilidade jurídica do pedido: A situação afirmada pelo autor deverá 
ser, em tese, protegida pelo ordenamento jurídico para que possa ser 
possível a apreciação do juiz. 
Observação: 
 A ausência de qualquer pressuposto da ação acarreta na extinção sem a 
resolução do mérito. 
5. Elementos da ação: Servem para identificar a ação a fim de evitar os 
pressupostos extrínsecos; 
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a. Partes (quem?): Dizem respeito à identificação da parte 
passiva ou ativa, podendo ser sozinha ou litisconsórcio (mais 
de um autor ou mais de um réu) 
b. Pedido (o que?): Diz respeito ao objeto da ação, o que está 
postulado. Temos pedido imediato, que é o pedido da 
prestação judicial, e o pedido mediato, e o bem tutelado ou 
com uma utilidade que o autor pretende, sempre tem que ser 
expresso, claro e preciso; 
c. Causa de pedir (por quê?): Refere-se aos fundamentos da 
ação. Têm-se dois: 
1°- De fato: É a descrição dos fatos ocorridos que servem 
para fundamentar o pedido; 
2°- Jurídicos: A base legal que autoriza a sua pretensão. 
 
Processo: 
 
1- Conceito: É o instrumento através do qual as pretensões são exercidas, 
é um conjunto de atos voltados a uma finalidade que é a prestação 
jurisdicional. 
*É diferente de Procedimento = Sequência, a ordem de atos a serem 
observados no processo, ou seja, como os atos são desencadeados; 
*É diferente de Autos = São a materialidade dos documentos nos quais 
se corporificam nos atos dos procedimentos. 
2- Classificação: É igual a da ação. 
2.1- Conhecimento: É aquele em que há a ampla cognição judicial, o 
juiz analisa os fatos, avalia as provas e resolve a pretensão; 
2.1.1- Declaratório: É aquele em que se busca uma mera declaração 
judicial a respeito da existência de uma relação jurídica; 
2.1.2- Condenatório: 
2.1.2.1- Meramente Condenatório: Aquele que busca uma sentença que 
declare e condene (até 2005 → lei que obriga, após a declaração, a 
fazer → obrigação de cumprimento de sentença); 
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2.1.2.2- Mandamental: É aquele em que a sentença concede uma 
ordem judicial, um mandamento (MS, HC, entre outros); 
2.1.2.3- Executiva Latu Sensu: São aquelas em que a sentença declara, 
condena e executa no mesmo processo, como exemplos, a ação de 
despejo; 
2.1.3- Constitutivo: É aquele que declara e extingue, modifica ou 
constitui uma relação jurídica, como exemplo, a separação; 
2.2- Execução: São aquelas em que pode se utilizar meios coercitivos 
para a satisfação da pretensão, a faze cognitiva é restrita; 
2.2.1- Execução de título extrajudicial: Quando a parte possui um 
documento que a lei atribui força executiva, pode-se citar cheque e nota 
promissória; 
2.2.2- Cumprimento de sentença: Quando se tem uma sentença 
transitado em julgado e assim inicia sua faze de exigência, caso o 
demandado não cumpra espontaneamente; 
2.3- Cautelar: É aquele que conserva os meios para que o processo 
seja eficiente, garante a prestação da tutela eficaz e tempestiva. 
Podendo ser antes do processo principal, ou durante seu transcorrer. 
*Diferente da antecipação de tutela: É um pedido liminar (urgente) que 
antecipa total ou parcialmente os efeitos da sentença, os requisitos são: 
• Prova inequívoca; 
• Verossimilhança das alegações; 
• Perigo de dano irreparável ou de difícil reparação. 
3- Natureza jurídica: Tenta explicar a natureza jurídica do processo; 
3.1- Contrato: Para essa teoria o processo sé era um acordo de vontade 
entre as partes de se sujeitar a um árbitro; 
3.2 Quase-contrato: Estabeleceu que a diferença entre o contrato e o 
processo é que neste o réu poderia ser conduzido a força caso se 
negasse em comparecer; 
3.3- Serviço público: Aqui pensa-se que não há relação jurídica 
processual, apenas a prestação de um serviço público; 
3.4- Relação jurídica:Com o processo existe um vínculo entre os 
particulares e com o juiz que integra a relação jurídica processual. 
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 Com a formação de uma relação jurídica surgem três sujeitos, 
juiz, réu e autor, cujo objeto é a prestação jurisdicional. 
4- Características: 
a- Autonomia: Independe da relação com o direito material; 
b- Caráter público: Porque a justiça é pública; uma vez acionada a 
jurisprudência, esta será obrigação do Estado; 
c- Triangularidade: Com a citação, a relação processual passa a ser 
triangular entre autor, réu e juiz. 
d- Complexidade: Pois há uma série de atos a serem realizados, ônus 
impostos as partes, provas a serem produzidas. 
e- Unidade: É único; tudo num só processo; 
f- Progressividade: O processo não fica parado, estático, ele progride. 
5- Sujeitos do processo: Vários na relação processual, mesmo sem serem 
partes. 
a- Estado-juiz: O juiz é o agente do Estado que exprime a vontade 
deste, caracterizando-se pela imparcialidade. 
Poderes: Decidir, instrumento (determinar se faz ou não uma prova), 
cautelar, dirigir as audiências, administrar sua audiência; 
Deveres: Imparcialidade, fundamentar suas decisões, fazer progredir 
o processo, entre outras; 
b- Partes: 
b.1- Autor: É aquele que demanda a pretensão insatisfeita, 
ocupando o pólo ativo da relação; 
b.2- Réu: É aquele que sofre o pedido, em outras palavras, a quem 
a pretensão está sendo dirigida, ocupando o pólo passivo da relação. 
Poderes: De fazer as alegações que entender desde que comprove. 
Incumbe ao autor comprovar os fatos constitutivos de seus direitos, e 
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ao réu os fatos modificativos, impeditivos ou extintivos do direito do 
autor. 
Deveres: Lealdade processual, agir com boa-fé, não alterar a 
verdade dos fatos, não usar o processo para conseguir objetivo 
ilegal, não interpor recursos meramente protelatórios, entre outros; 
Observações: 
- Litisconsórcio: Ocorre quando duas ou mais pessoas litigam no pólo 
ativo e/ou passivo da relação jurídica. 
• Litisconsórcio Facultativo: Opcional; 
• Litisconsórcio necessário: Quando a lei exige, ou pela 
natureza jurídica da ação o juiz tenha que decidir de forma 
uniforme para todas as partes. 
- Intervenção de terceiros: Quando terceiros chamados a um 
processo ou demonstram interesse de participação nesse processo. 
As formas de intervenção de terceiros podem ser: oposição, 
nomeação a autoria, denunciação da lide e chamamento ao 
processo; 
c- Advogado: Como regra geral, só ele tem capacidade postulatória, 
salvo em exceções (JEC em causas com no máximo 20 salários 
mínimos); 
d- Ministério Público: Podendo ser parte nas ações penais públicas e 
civis, ou interveniente, quando atua como fiscal da lei, por exemplo, 
nas causas em que há o interesse de menores, pátrio poder, 
separação, interdição, tutela, demanda coletiva pela posse rural, e 
outras definidas em lei. 
6- Auxiliares da justiça: Escrivão (chefe de secretaria), oficial de justiça (faz 
as diligências), distribuidor, contador, perito, intérprete, entre outros.

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