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TEORIA GERAL E CRÍTICA DO PROCESSO - RESUMO

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TEORIA GERAL E CRÍTICA DO PROCESSO
CONCEITO: é o conjunto de conceitos dos quais se extraem os princípios básicos do direito processual.
INCIDÊNCIA: Em regra = processos judiciais (pode ser extra-judicial)
CRISE NO PROCESSO:
CAUSAS:
- Volume de processos, em virtude de as pessoas acreditarem que todos os acontecimentos devem ir ao judiciário. (questão de bom-senso)
- Assistência judiciária
- Número excessivo de recursos (alguns afirmam que o número não é o problema, mas sim o tempo que se leva para julgá-los).
- Baixo número de servidores
- Tempo morto do processo (Processos parados)
- Questão pública
ALTERNATIVAS
- Audiência virtual, processo eletrônico 
- Conciliação, mediação, arbitragem
- Reeducar a sociedade
Ações coletivas – Direito Ambiental, Direito do Consumidor. Não há um benefício direto para a pessoa tutelada, não há individualidade. Código de Defesa do Consumidor que regulamenta. Ver objetos tutelados
Ação popular – Lei 4717/65
*Evitar uma lesão ou anular um ato lesivo ao patrimônio público
*Qualquer cidadão pode promover, pois não depende de legitimados
Ação civil pública – Lei 7347/85
*Direito Constitucional, infração econômica, lesão ao patrimônio público
*É a preferida. Existe restrição de legitimados. Poderá propor o MP, a Defensoria Pública, a União, os Estados, o DF...
*Associações também poderão propor, desde que estejam legitimadas por um ano e possuam finalidades.
*Não existem eventuais pessoas beneficiadas nominadas (ex: ação contra a Lei Brito)
1 - FUNÇÕES DO ESTADO
Legislativo – Cria as leis, diz o que é lícito ou ilícito
Executivo – Administra o Estado, tem o poder de aprovar ou de vetar as leis
Judiciário – Julga (aplica) as prestações jurisdicionais, aplicação das normas em casos concretos
2 - FUNÇÕES DO DIREITO:
Direção de condutas = Função preventiva
* As normas não devem ser impostas, a sociedade deve ser educada para aceitar e consequentemente cumprir as Leis de uma maneira harmônica.
Tratamento dos conflitos = Função repressiva
*Quando há falha na direção de condutas, é aplicado o ordenamento jurídico. Jurisdição é estatal, este resolve as pretensões insatisfeitas
3 - EVOLUÇÃO DOS MODOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS
Vingança privada – Autotutela. Buscavam a solução de suas pretensões por meio da força. Não era justo, pois quem queria a satisfação nem sempre conseguia. Passaram a buscar um terceiro, as partes se submetiam a ele se quisessem. A decisão do terceiro não era vinculativa, este só sugeria a resolução. 
- Com o passar do tempo a vinculação ao terceiro passou a ser obrigatória, surgindo a figura do árbitro, decisões passaram a ser vinculantes, ruptura da justiça pública/privada. Criação da jurisdição estatal, autotutela foi banida, salvo em situações específicas autorizadas pela lei.
A autotutela, salvo exceções, é definida como crime, seja quando praticada por um particular (exercício arbitrário das próprias razões, art 345 CP), seja pelo próprio Estado (exercício arbitrário ou abuso de poder, art. 350).
Ex: Legítima Defesa pessoal e de terceiros, sendo proporcional a suposta agressão. Problema na maioria das vezes = equívocos. 
- Tenho uma casa na praia, amanheceu alguém morando na casa, devo contratar um advogado para reintegrar a posse (art. 1210 CC)
*Autonomia:
Autocomposição – As próprias partes resolvem as pretensões sem a participação de um terceiro. Divide-se em: Submissão, desistência e transação. 
Submissão – Quando a parte contra quem a pretensão é exigida à satisfaz
Desistência – Quando a parte que tem a pretensão renuncia ao seu direito
Transação - As partes fazem concessões mútuas compondo a pretensão
*Heteronomia – Presença de um terceiro imparcial que soluciona os conflitos:
Jurisdição estatal – Exercida por Juízes que representam o Estado na solução dos conflitos, aguarda iniciativa da parte, é inerte, provocando atuará através de um processo
Arbitragem
4) Meios de resolução de conflitos
4.1) Conciliação – Antes, durante... o andamento do processo. Participação + ativa em relação ao mediador. Não dará a decisão, entretanto irá esclarecer de uma forma mais ativa do que o mediador (quem sabe ajustam o pagamento parcelado?). Decisão segue sendo das partes. Em matéria criminal não há possibilidade de conciliação fora do processo.
Mais indicada para conflitos que não se protaiam no tempo (acidentes de veículos, relações de consumo)
4.2) Mediação – Função do mediador é intermediar as partes. Função + restrita, se mantém fora do conflito. Ideia = partes chegarem a um consenso.
A mediação assemelha-se à conciliação. Distinguem-se somente porque a conciliação busca sobretudo o acordo entre as partes, enquanto a mediação objetiva trabalha o conflito, surgindo o acordo como mera consequência
Mais indicada para conflitos que se protaiam no tempo (relações de vizinhança, de família ou entre empresas)
4.3) Arbitragem – Terceiro imparcial, escolhidos pelas partes. Se não chegarem a um consenso, o árbitro decide. Só se admite em matéria civil.
Questões sobre a Lei da Arbitragem:
1) Quais os requisitos para buscar a arbitragem?
Partes têm que ter capacidade, além de direitos patrimoniais disponíveis.
2) Como é convencionada a arbitragem?
Cláusula compromissória – só com ela posso obrigar
Compromisso arbitral – não posso obrigar
3) Explique o requisito exigido nos contratos de adesão para o estabelecimento de cláusula compromissória
Art. 4º, § 2º - Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar, expressamente, com a sua instituição, desde que por escrito em documento anexo ou em negrito, com a assinatura ou visto especialmente para essa cláusula.
4) Se houver resistência de uma das partes em se sujeitar ao procedimento arbitral, existe alguma forma de obrigá-lo?
Sim, se existir previamente uma cláusula, pois tem capacidade para decidir conflitos, obrigando as partes ao cumprimento da lei, entrar com uma ação judicial pedindo ao Juiz para obrigar.
5) Quem pode ser árbitro?
Qualquer pessoa capaz e que tenha a confiança das partes
6) A sentença arbitral depende de homologação do poder judiciário?
A sentença arbitral não depende de homologação judicial. A estrangeira depende. 
7) A sentença arbitral poderá ser sempre objeto de estudo ao poder judiciário?
Não. Essa hipótese só poderá ocorrer se houver irregularidades no procedimento arbitral.
8) Quais direitos podem ser submetidos à arbitragem?
R: Direitos patrimoniais disponíveis
Ciência do Direito Processual
1) Teoria dos planos
1.1) Plano de Direito Material
Direito Subjetivo – pretensão material – ação material
Direito Subjetivo: 
- Direito do indivíduo de observar ou não determinada regra. Se optar por não seguir a regra, estará incidindo em um caso concreto.
- A partir da não observância da regra surgirá a pretensão. Alguns nunca poderão ser exigíveis, como uma dívida de jogo, por exemplo. Outros não poderão pelo transcurso do tempo.
Pretensão Material:
- Fator de exigibilidade de um direito, é preciso possuir a pretensão pois nem todos os direitos são exigíveis. Ex: Pagar até dia 10, antes disso nada poderá ser exigido.
- Pretensão Material pode ser satisfeita ou insatisfeita. Desta, surge a ação material
Ação Material:
- Direito do indivíduo de buscar a satisfação de sua pretensão. Se não quiser pagar voluntariamente, deve-se buscar o processo ou outros meios.
1.2) Plano de Direito Processual
Direito a tutela jurisdicional – Direito de buscar a justiça/invocar a prestação jurisdicional
- Como o Estado restringe o uso da ação material, considerando inclusive até crime, ele garante o acesso à tutela jurisdicional, ou seja, garante o acesso à justiça, a fim de se fazer a pretensão material
Pretensão da tutela jurisdicional
- Expectativa de um direito, isto é, é a resposta do Estado à pretensão ou suposta pretensão material do autor
Ação Processual 
- Veículo através do qual a tutela jurisdicional é prestada para a realização do direito material.
2) Direito Material é diferente de Direito Processual
DireitoMaterial ou Substancial: Confirmação de normas as quais disciplinam as condições sociais referentes a bens e utilidades da vida. São normas abstratas que trazem comandos genéricos os quais disciplinam condições consideradas relevantes para a vida em sociedade. São as normas que regulam as relações entre pessoas ou pessoas e bens. Regula a vida em sociedade.
Ex: CC, CP. Trazem normas, requisitos mínimos para determinado contrato.
Direito Processual – Conjunto de normas e princípios que regem o processo. São meios para buscar o Direito Material reclamado. Também estabelece a organização do poder judiciário. Ex: prazos, etapas, recursos. Regula a vida em um processo. 
- O direito processual é, assim, do ponto de vista de sua função jurídica, um instrumento a serviço do direito material 
Ex: CPC, CPP (obrigações das partes, obrigações dos Juízes)
*Processo independe de ter ou não ter direito
*A Constituição estabelece a estrutura básica do judiciário
Misto = CLT (Material + Processual)
3) Fases da evolução do Direito Processual
1ª Fase – Sincretismo
Não existia distinção entre Direito Material e Direito Processual. O Processo era considerado como uma parte integrante do Direito Material
2ª Fase – Autonomista, Conceitual
Grandes discussões científicas a respeito da autonomia da ação. É criada a divisão entre Direito Material e Direito Processual, pois se chegou a conclusão de que nem sempre quando o Estado é acionado está presente o Direito Material.
 3ª Fase – Instrumental
Como fazer de fato o processo servir a sociedade. Mecanismos de tornar o processo efetivo.
4ª Fase – Pós-Instrumental (?)
- Considerada por alguns juristas como a fase referente a uma implementação instrumental para provas mais eficazes.
- Questões não só individuais, mas preocupações com o todo. (Direitos Humanos, processos coletivos)
- Deixa de lado em parte a burocracia em prol da efetividade.
*Para os que dividem em três, isto faz parte da terceira fase.
4) Enquadramento do Direito Processual
Não há mais divisão física entre público e privado
Ex: Civil, Penal, do Trabalho
O DIREITO PROCESSUAL SOB PERSPECTIVA CONSTITUCIONAL
1) Processo e Constituição
Existe na Constituição princípios que norteiam o processo, estrutura os órgãos do poder judiciário. Diversas garantias processuais (ampla defesa, contradição) vêm estabelecidas na Constituição Federal.
2) Direito Processual Constitucional
a) Princípios da organização judiciária:
Não posso escolher a comarca, existem ações que começam no STF/STJ, mas só aquelas que são previstas
Estruturam o poder judiciário em todo o território nacional
Distribui diferentes funções nos diferentes órgãos que compõem o judiciário
Trata-se de normas constitucionais. Estabelece suas competências e garantias.
Princípio da desconcentração
Ocorre a divisão entre as funções nos órgãos que compõem o poder judiciário
Ler art. 102, I, CF e art. 105, II, CF. Foro privilegiado
Existe para tentar desafogar
Princípio da Territorialidade
A jurisdição compreende todo o território nacional, mas cada Juiz só tem competência para atuar dentro de um limite territorial fixado por lei, fora deste não podem agir. Exceção: imóveis em mais de uma comarca.
Ex: Juiz de SM pode analisar um caso de reintegração de posse em Porto Alegre? Não, só se estivesse dentro do limite fixado por lei. Questões relativas a imóveis = Comarca em que está situado
Em caso de penhora, se o imóvel estiver localizado em POA, deve-se solicitar ao Juiz de SM para expedir uma carta precatória. Cumprindo a precatória, volta para SM.
Situações excepcionais podem acontecer.
Princípio da adequação
Diretamente ligado ao da desconcentração. Estabelece as divisões dos órgãos que compõem o poder judiciário em razão das matérias objetos de litígios
Justiça especializada (Direito do Trabalho, questão eleitoral, crimes militares) – adequo em razão da matéria a justiça competente
Princípio do duplo grau de jurisdição
Garante o reexame da matéria por órgão de instância superior, desde que seja só o que é de fato de Direito. Aqui, não se garante o direito de recorrer.
Alguns processos podem começar no STF, entretanto não haverá duplo grau de jurisdição, não tendo garantias.
Críticas:
Subir processos sem necessidade
Contribui para a morosidade, prejudica a celeridade
Não existe uma comprovação de que a justiça só é feita em instâncias superiores, tendo em vista que as decisões mais justas seriam aquelas conduzidas pelo Juiz do processo, que tem o conhecimento das partes.
Pontos positivos:
Não se pode ficar a mercê de um único Juiz
Nas instâncias superiores, a tendência é pegar pessoas mais experientes
Mais segurança
Nem sempre é bom o Juiz ter contato com as partes, pois trará uma carga maior.
B) TUTELA CONSTITUCIONAL DO PROCESSO
Constituição Federal protege o processo
b.1) Acesso à justiça
Justiça gratuita, isenção de custos (Defensoria Pública Estadual e Federal)
Receber a justiça num prazo convincente e de forma adequada
A Assistência Jurídica integral a que se refere a Constituição Federal de 1988, é o direito de acesso da população carente a toda e qualquer questão envolvendo o Direito, incluindo-se aí informações, consultoria, processos e procedimentos judiciais e extrajudiciais.
b.2) Devido processo legal
Garante o julgamento - processo adequado, justo -, assegurando-se o contraditório, a ampla defesa e todos os recursos a ela inerentes. Compõe o devido processo legal, a presunção de inocência, o juiz natural, o direito de permanecer calado, o princípio da igualdade processual, entre outros.
C) JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL
Controle de Constitucionalidade
a) Preventivo – Legislativo e executivo, que deveriam impedir a lei que afronte a Constituição antes de sua vigência. Nem sempre é “sem querer” que aprovam lei inconstitucional.
b) Repressivo – Judiciário, lei em vigor.
b.1) Controle concentrado – Realizado pelo STF através de ADIn, os efeitos serão para todos.
b.2) Controle difuso – É o que podemos realizar, como por exemplo, entrar com uma ação contra uma empresa em virtude do aumento da alíquota. 
- É individual, isto é, se o Juiz entender que o aumento é inconstitucional os efeitos serão gerados somente para quem ajuizou a ação. Aqui, não é possível ajuizar uma ADIn. Também, só subirá ao STF em grau de recurso.
Remédios Constitucionais
- São todas as ações previstas na Constituição. (Habeas Corpus, Mandado de Segurança, Ação Popular, Ação Civil Pública, Habeas Data, Mandado de Injunção).
Habeas Corpus
- É o direito de responder em liberdade. É uma garantia constitucional em favor de quem sofre violência ou ameaça de constrangimento ilegal na sua liberdade de locomoção, por parte de autoridade legítima.
Habeas Data 
- É uma ação constitucional que pode, ou não, ser impetrada por pessoa física ou jurídica (sujeito ativo) para tomar conhecimento ou retificar as informações a seu respeito, constantes nos registros e bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público, bem como o direito à retificação de tais dados quando inexatos.
Mandado de Segurança
É uma classe de ação judicial que visa resguardar Direito líquido e certo, não sendo amparado por um Habeas Corpus ou por um Habeas Data, que seja negado, ou mesmo ameaçado, por autoridade pública ou no exercício de atribuições do poder público.
Para que seja considerado liquido e certo, o Direito deve ser expresso em Lei e as provas de sua existência devem acompanhar o pedido ao juiz, sob pena de indeferimento, já que no Mandado de Segurança não há espaço para a produção de provas. É aquele que pode ser provado simplesmente por documentos
Mandado de Injunção
-É quando falta norma regulamentadora a fim de garantir a eficácia dos direitos fundamentais previstos na Constituição.
-Ex: STF constata a ausência de norma, solicitando a criação desta. Se não houver criação, não ocorre nada, apesar de ser obrigatório.
PRINCÍPIOS DO PROCESSO CIVIL
Princípios: Flexibilidade ao sistema possibilitando uma interpretação mais ampla. Informam, orientam. Um mesmo princípio pode ter diferentes interpretações.Regras: Não há uma interpretação ampla. Disciplinam condutas estabelecendo o que é lícito ou ilícito. Estrutura rígida, não há possibilidade de interpretação flexível.
1) PRINCÍPIOS INFORMATIVOS – Orientam/informam todos os demais princípios do processo civil
a) Princípio lógico 
- Todo o processo seguirá uma sequência lógica e cronológica de atos. Estes, também deverão seguir uma sequência lógica
b) Princípio econômico 
- O processo deve se realizar da forma menos onerosa possível. A economia se refere a redução de atos, a eficiência dos atos, aos custos e ao tempo de processo.
- A primeira vertente diz respeito a organizar e estruturar a máquina estatal, a fim de que as necessidades da sociedade sejam alcançadas de maneira mais satisfatória
- Já, a segunda vertente prevê a regulação dos agentes públicos, buscando que esses tenham o melhor desempenho possível com o intuito de atingirem os melhores resultados. 
Ex eficiência dos atos: Provimentos urgentes, antecipação de tutela.
c) Princípio Instrumental
- Ligado à fase atual do processo. Estabelece que o processo é um instrumento que serve à sociedade e deve satisfazer os direitos materiais. A satisfação não é mais só de interesses individuais. Torna o processo uma satisfação dos direitos materiais.
d) Princípio político
- Garante o acesso do cidadão através do processo para a satisfação de direitos individuais ou coletivos. É o agir das pessoas no poder judiciário.
e) Princípio da isonomia
Formal: previsão de igualdade perante a Lei.
Material: Juiz promover a igualdade processual entre as partes. Analisar se ambas as partes estão representadas por um advogado. Todavia, não pode auxiliar uma das partes, pois, caso auxilie, não poderá mais conduzir o processo.
f) Princípio da efetividade
- Trata da supremacia do interesse coletivo/público sobre o particular
- Justiça social
Ex: Recuar o pátio de uma propriedade em prol da construção de uma avenida.
2) PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO CIVIL
a) Jurisdição e Juiz
a.1) Princípio do Juiz Natural
- Garante o julgamento por autoridade competente e imparcial e veda a criação de tribunais de exceção – criados após a ocorrência do fato -. Somente uma pessoa poderá conduzir o processo.
-Juiz em regime de exceção, varas especializadas, tribunais especiais e foros privilegiados não afrontam o princípio
a.2) Princípio da Inércia da Jurisdição
-Aguarda a inciativa das partes para agir, só atuará se for provocada. Não atua voluntariamente (de ofício). Inerte mas não inócua.
Regra geral:
Em matéria Cível – Iniciativa é da parte interessada
Exceções: Se ninguém ajuizar o inventário, Juiz poderá atuar sem provocação das partes (de ofício).
Justiça do Trabalho – Execuções da sentença iniciam de ofício
Em matéria Penal – Iniciativa é do MP
a.3) Princípio da Independência
Juiz é livre para julgar, não pode sofrer pressão externa, tampouco hierárquica.
Afronta = súmula vinculante, só pode ser criada pelo STF. Juiz é obrigado a aplicar.
a.4) Imparcialidade
Juiz não pode ter interesse pessoal em beneficiar ou prejudicar as partes envolvidas no litígio.
Suspeição: É quando se desconfia da imparcialidade.
Ex: Amigo, inimigo, já foi advogado de uma das partes
Impedimento: Nulidade do processo. 
Ex: Uma das partes é da família do Juiz
a.5) Inafastabilidade do poder judiciário
-Todas as pretensões poderão ser submetidas à análise do poder judiciário.
Crítica = Onipresença do judiciário, interferência em todas as questões da sociedade
a.6) Gratuidade judiciária
Assistência jurídica gratuita: Ser assistido por um profissional, sem ter que realizar o pagamento
Justiça gratuita: Isenção do pagamento das custas do processo
-Pode ser advogado privado, não precisa ser público
a.7) Princípio da aderência do território
-Estabelece a área de atuação do Juiz, o qual deve exercer a jurisdição no limite territorial fixado por lei.
Ex: Lotado na comarca de SM, não pode ir a POA. Se quiser uma diligência fora dos limites territoriais fixados por lei, deverá solicitar uma carta precatória ou rogatória se for para o exterior.
-Exceção: Imóvel: parte está em uma comarca/Estado, parte está em outro (a). Neste caso, é possível escolher o local de propositura da ação.
a.8) Princípio da indeclinabilidade
-Juiz não pode se eximir de julgar alegando lacuna ou obscuridade da lei, devendo nesses casos julgar de acordo com os costumes, analogias e princípios gerais do direito
a.9) Princípio da independência da jurisdição cível e criminal
-Um mesmo fato que tenha incidência tanto em matéria cível quanto em matéria criminal. Neste caso, se tivermos 2 ações tramitando sobre o mesmo fato, não precisamos esperar o julgamento de uma para propor a outra.
-Prazo para propor a ação civil = 3 anos. Divergência na doutrina quanto ao início do prazo: contado a partir da época do fato ou do trânsito em julgado da ação penal? 
-Entrar com a ação civil mesmo que ela fique suspensa, não pode prescrever
EXCEÇÃO: Não tem incidência absoluta. Juiz da ação civil pode sobrestar a ação até que se manifeste a justiça criminal.
- Sentença penal condenatória = Faz coisa julgada no cível, n qual só será discutido o valor da indenização 
- Caso o agente venha a ser absolvido no processo penal, ainda pode ter a reparação do dano em matéria civil.
- Não é adequado esperar para entrar com a ação civil depois da penal julgada porque poderá prescrever para buscar a pretensão.
a.10) Princípio da perpetuação da jurisdição
-Só é aplicado a situações de competência relativa, nunca será aplicado em situações de competência absoluta. Estabelece que uma vez estabelecida a competência ela não se modifica mais, independentemente de situações fáticas posteriores
Competência absoluta: Quando a matéria é apreciada pela competência específica. Ex: justiça militar e justiça eleitoral.
Ex: Em Santa Maria, há um único Juiz especializado em determinado assunto. NUNCA UMA JUSTIÇA INCOMPETENTE SE TORNARÁ COMPETENTE. Será declarada a nulidade se não julgado em justiça competente.
Competência relativa: + branda do que a absoluta. Se o Juiz ou uma das partes não declinar, a perpetuação da jurisdição pode ser modificada. A matéria pode ser de um Juiz ou de outro
Ex: Réu vai embora para outra cidade se estabiliza a competência em Santa Maria fica aqui
a.11) Princípio da indelegabilidade: 
- É vedado ao juiz, que exerce atividade pública, delegar as suas funções a outra pessoa ou mesmo a outro Poder estatal.
-Os princípios que têm carta precatória ou rogatória não ofendem o princípio da indelegabilidade, pois são exceções.
PROCESSO E PROCEDIMENTO
1) Devido Processo Legal
Estabelece que, algum ato praticado por autoridade, para ser considerado válido, eficaz e completo, deve seguir todas as etapas previstas em lei. Não é estático.
2) Impulso oficial
Art. 2o (Novo CPC) -  O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial do Juiz (por ofício), salvo as exceções previstas em lei.
-Deve ser lido junto com o princípio da inércia
3) Boa - fé processual
-Todos os envolvidos no processo devem agir com boa –fé.
Ex: expor os fatos em juízo conforme a verdade
Pena = Litigância de má-fé. Pagamento de uma multa.
-O usual é perder a ação, mas não significa que, se observada a má-fé, sempre irá perder
4) Publicidade
O princípio da publicidade fundamenta-se no fato de que a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.  Portanto, salvo as ressalvas legalmente estabelecidas e as decorrentes de razões de ordem lógica, todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário deverão ser acessíveis ao público em geral, e não apenas às partes envolvidas, sob pena de nulidade.
Entretanto, a publicidade não é absoluta. Com a vigência da atual Constituição Federal, as regras de processo devem ser interpretadas e aplicadas de modo que resguardem a proteção do direito à intimidade, como incurso no art. 5º, inc. X, o qual considera “invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas [...]”.
-Vem sendo analisadaprincipalmente a partir do direito à intimidade. Este, se não violado, prevalecerá a publicidade dos atos.
5) Contraditório
Significa que todo o acusado terá o direito de resposta contra a acusação que lhe foi feita, utilizando, para tanto, todos os meios de defesa admitidos em direito.
Em matéria penal – Contraditório pleno, não existe condenação com base na revelia. Defesa não é opção, é obrigatória.
Em matéria cível – Defesa é facultativa
Ampla Defesa - Como extensão do contraditório, a ampla defesa se trata, por sua vez, de garantia constitucional, por meio da qual, os sujeitos parciais do processo têm assegurado o uso de todos os meios processuais disponíveis para a defesa de seus interesses.
6) Ônus da prova
-Estabelece que, em regra geral, a parte autora tem a obrigação de comprovar as suas alegações.
-Autor = fato constitutivo. Réu = fato desconstitutivo
-Uma prova que seria do autor, Juiz poderá determinar que o réu a faça. Nas relações de consumo o réu precisa provar pela insuficiência técnica.
- Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
7) Comunhão das provas
-Estabelece que as provas pertencem ao juízo, independentemente de quem as realizou. Todos os que fazem parte do processo poderão se utilizar de determinada prova.
8) Identidade física do Juiz
- Determina que o magistrado que presidiu e concluiu a instrução probatória fica vinculado ao processo, devendo, assim, ser o prolator da sentença, exatamente porque estará em melhores condições para analisar a questão, uma vez que colheu as provas.
-Caso o Juiz venha se aposentar, ou está em licença saúde, ou foi promovido, os substitutos assumirão o processo
9) Prejuízo
O ato não precisa ser repetido se não causar prejuízo à parte, só precisa ser repetido se causar prejuízo à parte.
Ato feito de forma errada:
Não causa prejuízo: não precisa ser repetido
Causa prejuízo: Na esfera penal, sempre será repetido
10) Livre convencimento
-O Juiz é livre para decidir, poderá escolher as provas que julgue ser as mais pertinentes para o seu convencimento, desde que devidamente fundamentadas.
-Não é obrigatório a utilização da perícia
11) Imutabilidade da sentença
- Publicada a sentença, o Juiz não pode modificá-la, exceto: em embargos de declaração e para corrigir pequenos erros.
-Fora isso, somente pode mudar sentença transitada e julgada por ação rescisória, situações excepcionais.
12) Duplo Grau de Jurisdição
-Garante a possibilidade de reanálise da matéria por uma instância superior. Regra geral – Recorrer é voluntário.
EXCEÇÃO – Só não é voluntário nos casos de remessa oficial.
13) Adstrição do Juiz ao pedido
-Juiz deve ficar limitado ao que for pedido
Ex: Se a parte entrar com pedido de danos materiais, o Juiz não poderá, além disso, dar danos morais, sob pena de nulidade
14) Verdade material e formal
Material: Buscar a “verdade absoluta” ou chegar o mais próximo da verdade. O Juiz é obrigado a buscar a verdade – Aplicada no Processo Penal
Formal: O processo se contenta com o que estiver exposto nos autos, os quais foram produzidos pelas partes – Direito Civil (poderá também ser material)
Ex: Confissão
Penal: Analisará a confissão, a pessoa foi coagida?
Civil: Será o suficiente
15) Persuasão racional
-Convencer tecnicamente de que determinada resposta é mais convincente, é livre para decidir, mas deve ser racionalmente.
Exceção: Íntima convicção – Jurados no Tribunal do Júri, não precisam agir com base na razão.
16) Oralidade
Ligado à identidade física
- O Juiz deve se valer das provas orais, sempre que possível
17) Licitude das provas e livre admissibilidade
Livre admissibilidade – O Juiz poderá admitir todas as provas lícitas, sendo livre para deferir ou indeferir as provas, caso indefira terá que fundamentar, pois feriria a ampla defesa.
Licitude – É a possibilidade de se produzirem provas, desde que por meios lícitos
Civil: Posso gravar uma conversa, pois é lícito. Nunca se admite provas ilícitas.
Penal: Tem sido admitido ilícito se beneficiar o réu (grampo de telefone)
AÇÃO E DEFESA
a) Princípio do acesso à justiça
-Garantia Constitucional
-Garante a todos o acesso à justiça e compreende a assistência jurídica integral. Também, deve garantir a duração razoável do processo
b) Princípio da demanda – lado ativo em relação à inércia
-Lido junto com o da inércia, é do cidadão o direito de movimentar ou não o poder judiciário
Exceção: Abertura de inventário (será de ofício)
Penal – Não pode demandar, será o MP
c) Ampla Defesa
- Assegura o direito de utilizar todos os meios e recursos lícitos para se defender.
a) Processo Civil: citado por cobrança de aluguel: 1ª opção: contestação. 2ª opção: não fazer nada e o Juiz decretar a revelia, presumindo-se verdadeiras as alegações do autor, podendo ser condenado. Defesa é opcional.
b) Processo Penal: Tentativa de homicídio é citada e não comparece, o Juiz tem que nomear um defensor para apresentar a defesa. Defesa é obrigatória
*Revelia: No CP não é dada revelia. Quando a citação se dá por edital, o Juiz precisa nomear um advogado.
d) Princípio da estabilidade objetiva da demanda
-Referente ao objeto
- Realizada a citação, o autor não poderá trocar de pedido ou causa de pedir, salvo consentimento do réu
Ex: Esquece de pedir coisas ou pode retirar somente se o réu autorizar, do contrário há estabilidade. Para garantir a ampla defesa e impedir que o processo seja infinito
e) Princípio da estabilidade subjetiva da demanda
-Agentes da ação (autor e réu)
- Feita a citação a demanda se estabiliza entre os sujeitos citados, os quais formam a demanda, só sendo permitida a substituição nos casos previstos em lei.
Ex: Falecendo uma das partes, chama-se a sucessão da pessoa, então há mudança
f) Princípio da eventualidade ou da concentração
- As partes têm obrigação de produzir de uma só vez todas as alegações e requerimentos nas fases processuais correspondentes, ainda que as razões sejam excludentes e incompatíveis umas das outras.
Pena = Preclusão para quem não observar o princípio
Exceção: não apresenta provas quando pede inversão do ônus da prova em relação de consumo
FONTES E INTERPRETAÇÃO
1) Fontes materiais e formais
Materiais – Justificam o motivo da criação da norma
Formais: Leis – CF, CPC, CPP, CDC
2) Métodos de interpretação
Gramatical – Busca definir elementos linguísticos do texto para a realização da interpretação.
Lógica – Reconstituir a vontade do legislador, a época em que a lei foi criada
Sistemático – Nenhuma lei é isolada, considera o Direito como um todo
LEI PROCESSUAL NO TEMPO
Não retroatividade
- Não retroage, não prejudicará direito adquirido.
Aplicação imediata da lei nova
Regra geral: Assim que entrar em vigor, a norma atingirá processos que existam e que estejam em andamento (incidência imediata para norma processual)
Art. 14.  A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
Observações: Se um ato hoje é nulo, mas na época era válido, será mantida a validade
Prazo de recurso ou prazo em andamento: EXCEÇÃO – Será mantido o prazo no dia em que nasceu o direito de recorrer, independentemente do que a lei nova dispuser
Prazo que não está em curso: direito de recorrer no momento em que for cientificado da decisão
DIREITO PROCESSUAL SOB A PERSPECTIVA INTERNACIONAL
a) Civil Law 
Principal fonte = Lei
Pirâmide invertida
Ex: Brasil, Itália, grande parte dos países europeus, países da américa latina
b) Common Law
Principal fonte = precedentes, “cases”. Usam-se os casos em que foram eleitos os precedentes. É obrigatório o uso dos precedentes pelo Juiz.
- Não significaque não exista lei escrita, ela existe mas em geral só é aplicada depois de confirmada pelos tribunais.
-Há diferenças, os Estados são autônomos para regular seus precedentes e leis estaduais. Maior segurança jurídica, porque conforme o “case” já há a resposta para a pretensão
- Aplicar a common law no Brasil seria complicado, pois quem elaboraria seriam as cortes máximas (STF, STJ), todavia essas ocupações são políticas, portanto elaborar precedentes refletiria os interesses políticos e não seriam tão justas.
Ex: Inglaterra (origem), EUA, Canadá
Pirâmide
c) Outros sistemas
Direitos muçulmanos
Cuba – Família de direito socialista
JURISDIÇÃO
1) Teorias – Surgem para tentar explicar o conceito de jurisdição
a) Chiovenda
A jurisdição caracteriza-se por ser uma atividade substitutiva e secundária
Substitutiva: Não é alvo de crítica. O juiz age em substituição à vontade das partes, ou seja, é um terceiro imparcial o qual resolve a pretensão em detrimento à vontade das partes. Juiz pacificará a decisão posta a ele.
Secundária*. Só será acionada em segunda mão, pois primariamente as partes não conseguem resolver os seus conflitos, isto é, falham.
*Crítica: Nem sempre quando a jurisdição é acionada ela está exercendo uma atividade secundária pois há situações de procedimento judicial necessário
Ex: Processos penais, como a tentativa de homicídio. Não existe a opção de resolver extrajudicialmente.
Cível: Divórcio consensual – é necessário uma ação judicial ou ir junto com um advogado a um tabelionato. Aqui, o procedimento legal se faz necessário.
Interdição: Não pode averbar. Ainda que todos concordem deve ocorrer um procedimento judicial. Médico pode atestar, todavia quem decide é o juiz, ninguém além dele pode interditar uma pessoa. Por que se resguarda ao judiciário? Para preservar a pessoa que foi interditada.
b) Carnellutti
A jurisdição caracteriza-se por ser o órgão responsável pela justa composição da lide (conflito)
Críticas:
a) É só a jurisdição que compõem lides?
Não, existem outros meios, como os tribunais arbitrais, por exemplo. Desta forma, o autor ignora outros meios de resolução de conflitos
b) Sempre que busca a atividade jurisdicional existe a lide?
Não, como no caso do divórcio consensual, por exemplo
c) Allorio
A atividade jurisdicional se caracteriza por formar a coisa julgada, seja ela material ou formal. Só existe coisa julgada na atividade jurisdicional.
(Coisa julgada material – Juiz profere uma decisão com análise do mérito e contra ela não cabe mais recursos. Não pode mais mover uma ação idêntica a anterior.
Coisa julgada formal: Relaciona-se a alguma formalidade. Juiz extinguirá o processo sem resolver o mérito. Poderá mover uma nova ação)
Problema:
Será que todos os atos jurisdicionais fazem/formam coisa julgada?
Não. Em processos cautelares, não há coisa julgada, o juiz pode alterá-los a qualquer momento
A jurisdição é a única apta para produzir coisa julgada, mas nem todas as produzem.
d) Michelli
Jurisdição caracteriza-se pela atividade exercida com imparcialidade.
Obs: Não é só na jurisdição que será imparcial. Ex: árbitro, mediador, conciliador
Durante um tempo se questionava a imparcialidade do juiz em processos de interesse do Estado.
Ex: Juiz Federal em questão envolvendo a União
Hoje isso está superado, pois existem garantias constitucionais
2) Conceito de jurisdição
É uma das funções do Estado mediante a qual este se substitui aos titulares dos interesses envolvidos em disputa para de forma imparcial buscar a pacificação de um conflito ou resolver uma situação jurídica. A jurisdição é poder e dever. Jurisdição é a única atividade em que pode existir coisa julgada
3) Características:
Atividade substitutiva: juiz age em substituição à vontade das partes
Coisa julgada: inerente à jurisdição, não existe em outra esfera
Imparcialidade
Inércia – aguarda a inciativa das partes
4) Diferenças entre função jurisdicional/administrativa e função jurisdicional/legislativa
	Jurisdicional
	Administrativa
	* Atua em substituição à vontade das partes
* É imparcial
* Existe coisa julgada
	* Não há atividade substitutiva
* É parcial. Responderá de acordo com o interesse do órgão envolvido
* Não existe coisa julgada
* É passível de modificação. Entretanto, nem todos os atos são passíveis de modificação. Só será revisado se houver irregularidades/ilegalidades
* Uma das partes envolvidas analisará o pedido. Um dos agentes do Estado decidirá.
	Jurisdicional
	Legislativa
	* Atua no caso concreto
* A sentença é lei entre as partes envolvidas. Se não houver recurso = transitado em julgado
	* Atua em hipóteses abstratas. A lei regulamenta situações hipotéticas/abstratas
* Leis são comandos criados para todos, direcionadas a um grupo indeterminado
* Normas de caráter hipotético e genérico. Não existe sentença
5) Escopos (objetivos)
a) Social: educar a sociedade, dizendo o que é lícito ou ilícito bem como a forma para satisfazer as suas pretensões. Judiciário não deve ser distante da sociedade
Segurança jurídica: pacificar a justiça resolvendo os litígios e mantendo íntegro o ordenamento jurídico
b) Jurídico: garantir o cumprimento das normas, mantendo íntegro o ordenamento jurídico
c) Político: é a afirmação do poder estatal. O Estado consegue se auto afirmar, buscar quem não cumpre as obrigações.
Limitação do poder estatal: não é absoluto, sempre que houver ilegalidade a jurisdição poderá reprimir esse ato
Participação do cidadão nos destinos da sociedade: Ação popular, ação civil pública.
6) “Espécies” de jurisdição
Existem para fins didáticos, pois a jurisdição é una e exercida em todo o território nacional.
a) Comum (estadual ou federal) e especial
Levará em conta a matéria que envolve o processo
b) De direito e de equidade
De direito (regra geral) – Juiz decide conforme a lei 
De equidade (exceção) – Juiz decide de acordo com sua consciência. Necessita situação legal que autorize
Ex: arbitragem poderá ser de direito ou de equidade, dependendo da vontade das partes
c) Cível e penal
Penal = + especial
Tudo que não é de penal é de cível
Cível = “Extra-penal”
d) Inferior e superior
Diz respeito à estrutura hierárquica da organização do poder judiciário
Instância é diferente de grau de jurisdição
Instância: Termo ligado à organização judiciária
Grau de jurisdição: Refere-se ao número de análises de matérias submetidas à jurisdição
1º grau de jurisdição sendo realizado por órgão de instância superior
Ex: Foro privilegiado
Duplo grau de jurisdição é possível ser realizado por órgão de 1ª instância
Ex: recurso do juizado especial cível – irão para as chamadas turmas recursais (Juízes de 1ª instância)
e) Contenciosa e volunária
	CONTENCIOSA
	VOLUNTÁRIA
	* Quando existe conflito/litígio
* As partes do processo são vistas como adversárias
Ex: divórcio litigioso
	* É quando não existe conflito mas precisa do processo
* As partes não são vistas como adversárias, mas como interessadas
Ex: Interdição, divórcio consensual
7) Limites da jurisdição
Internacional: 
- Conflitos fora do território. Maioria das vezes se resolve naquele Estado em que se pode tornar efetiva
Internos:
 - Restrições à competência do juiz. Não há limites para a jurisdição
Competência concorrente:
Art. 21.  Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único.  Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.
Art. 22.  Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:
I - de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos;
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílioou residência no Brasil;
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.
Competência exclusiva: 
Art. 23.  Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
8) Noções de competência
a) Conceito: É o poder/dever de um órgão a fim de executar uma parcela de atividade jurisdicional atribuída em virtude da lei. A competência é do órgão, e não da figura física do Juiz. Ela se caracteriza por ser uma parcela da jurisdição. Logo, mudando o Juiz, não é alterada a competência do órgão
b) Classificação/critérios para definir a competência
Matéria: sobre o que versa o litígio?
Valor da causa:
Funcional ou em razão da função: Diz respeito à estrutura hierárquica dos órgãos do poder judiciário
Territorial: Diz respeito à localização geográfica
Competência absoluta: 
- Não pode ser modificada, podendo ser alegada a qualquer tempo e grau de jurisdição
- Existe um Juiz competente e só ele pode apreciar a questão. Qualquer ato praticado por juiz incompetente será nulo
- Inderrogável
- Não preclui prazo
Competência relativa:
- Prorrogação de competência: quando juiz incompetente se torna competente em razão da não arguição/alegação da exceção da competência. Prorroga-se a competência do juiz, este se torna competente
- Pode ser modificada
- Se o réu não se insurgir contra o Juiz, este se tornará competente
- Uma vez estabelecida, se perpetua até o final
Ex: se houver dois juízes competentes, o primeiro que despachar o processo se tornará o prevento. No novo CPC será a partir da data em que se ajuizar a ação.
AÇÃO
- Direito de fazer uma pretensão
- Diz respeito à autonomia da ação, sob certas condicionantes
1) Condições da ação
- Dá-se após o acionamento do Estado
- Não servem para acionar, mas sim para que o processo se desenvolva adequadamente/validamente
Legitimidade para a causa:
Ordinária: + comum, é a regra geral. 
- Estabelece que quem pleiteia no seu nome é o titular do direito
Art. 6o Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei.
Ex: Tenho um amigo que tem um crédito a receber, não posso ajuizar uma ação por ele, salvo se a lei assim permitir.
Exceção – É possível através de uma procuração. Estou agindo em nome de terceiros, representando.
Extradordinária: É a exceção. Terceiro pleiteia em nome próprio direito alheio
Ex: Quando o MP pode atuar buscando direitos de terceiros
- Ação popular, ação civil pública
- Ação revocatória
- Sindicatos podem atuar em substituição a seus associados, em nome desses. Êxito da ação reverte para os associados
Interesse de agir (processual)
- Deve haver a insatisfação, ou seja, o interesse deve ser necessário
- Se não houver a insatisfação, o interesse não se faz necessário
Possibilidade jurídica do pedido
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual.
- Diz em tese que o pedido deve ser respaldado pelo sistema jurídico em um primeiro momento, deve ser um pedido aparentemente possível
Ex: Se alguém me deve, em tese, posso cobrar. Todavia, se decorrente de uma dívida de jogo, não posso cobrar juridicamente
Novo CPC:
- Não se extinguiu a possibilidade jurídica do pedido, mas essa será verificada ao longo do processo, sem resolver o mérito (encerra antes de analisar o objeto da ação)
2) Elementos da ação
Para que servem? Para poder afirmar que existe litispendência e coisa julgada. 
- A litispendência se caracteriza através do ajuizamento de duas ações que possuam as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.
- Não se tolera, em direito processual, que uma mesma lide seja objeto de mais de um processo simultaneamente 
- Demonstrada, pois, a ocorrência de litispendência ou de coisa julgada (isto é, verificada a identidade de partes; de objeto e de causa petendi) entre dois processos, o segundo deverá ser extinto, sem apreciação do mérito
a) Partes 
- Quem?
- Referem-se ao polo ativo e ao polo passivo da ação. Existem casos em que há 2 ou + autores e/ou 2 ou + réus. Isso se chama litisconsórcio
Ativo: 2 ou + autores
Passivo: 2 ou + réus
- O litisconsórcio se caracteriza pela reunião de duas ou mais pessoas assumindo simultaneamente a posição de autor ou de réu.
b) Causa de pedir
- Por quê entrar com a ação?
b.1) Fundamentos de fato:
- Alegações do que aconteceu. Contar a história de acordo com a versão do autor
b.2) Fundamentos jurídicos:
- É analisar o que está previsto na lei que ampara a pretensão
- Utiliza-se também a doutrina e a jurisprudência
- Todos os dispositivos legais que podem ter incidência no caso concreto
c) Pedido
- O que pretendo com a ação?
- São os requerimentos esperados a partir da insatisfação de uma pretensão
c.1) Imediato:
- É a prestação jurisdicional postulada/requerida
c.2) Mediato
- É o bem ou a utilidade que o autor pretende
Ex: condenação (imediato) do réu ao pagamento de 5 mil reais (mediato)
*Quando o imediato se confunde com o mediato?
- Ações declaratórias
- Declaração de inexistência de débito
Cumulação do pedido
Simples: É quando são realizados pedidos autônomos, independentes entre si
Ex: Acidente de trânsito. Indenização por dano material (sempre depende de provas) e moral
Eventual – se divide em sucessiva e alternativa:
Sucessiva: É quando um ou mais pedidos dependem da procedência do anterior
Alternativa: É quando há um ou mais pedidos se improcedentes os anteriores
Obs: Não se confunde com pedido alternativo
Art. 288. O pedido será alternativo, quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo.
3) Classificação da ação
a) Cível
a.1) Conhecimento:
- Juiz conhecerá os fatos, verificará tudo o que está sendo alegado
- É aquele em que o juiz conhece, avalia os fatos e ainda determina as consequências jurídicas em razão desses fatos. Permite-se a mais ampla cognição judicial, bem como a realização de todos os meios de prova
a.1.1) Declaratória: O interesse do autor é a declaração sobre a existência ou inexistência de uma relação jurídica incerta ou controvertida
Ex: declaração de paternidade, inexistência de débito
a.1.2) Constitutiva: Busca-se uma sentença que constitua, modifique, ou que venha a extinguir relação jurídica, independentemente de qualquer prestação do réu
Ex: divórcio, rescisão de um contrato
a.1.3) Condenatória: Pede-se uma declaração ou a constituição de uma relação jurídica com a consequente condenação
a.1.4) Mandamental: O pedido principal é uma ordem judicial
Ex: Mandado de segurança, ações de retificação de registro
a.1.5) Executiva em sentido amplo (lato sensu): Ações que têm caráter de condenar e de executar na mesma ação
Ex: Ações de despejo e ações possessórias
a.2) Execução
- Busca preservar que o processo principal seja efetivo. Assegura e garante o eficaz desenvolvimento das ações de conhecimento e executivas. Caracteriza-se, ainda, pela provisoriedade e pela urgência.
b) Penal
b.1) Pública (regra geral)
b.1.1) Condicionada – Depende da representação do ofendido ao MP
Ex: Estupro
b.1.2) Incondicionada – Independe de qualquer manifestação. Ação é do MP e ele moverá a ação se for adequada, independentemente da vontade das partes
Ex: Furto, tentativa de homicídio
b.2) Privada (exceção)
- O ofendido deve mover a ação
b.2.1) Exclusivamente privada – Exclusividade de quem sofrer a ofensa
Ex: crimes contra a honra, salvo se houver lesão corporal, aí será pública
b.2.2) Privadasubsidiária da pública – Todas as ações penais públicas em que o MP não oferece a denúncia
c) Trabalhista
c.1) Dissídios individuais
- Tratam de conflitos oriundos da relação de trabalho
c.2) Dissídios coletivos
- Resguardam direitos de classes, grupos ou categorias
PROCESSO
1) Conceito
- Instrumento que busca a satisfação de pretensões. É uma sequência de atos e intenções coordenadas. O processo não se confunde com procedimento.
Procedimento: Orienta-nos como fazer. É a partir dele que saberemos as etapas subsequentes relativas ao processo. Estabelece os atos processuais definindo a ordem e a sequência lógica dos mesmos.
Autos: É o conjunto da materialidade dos documentos
b) Pressupostos processuais
b.1) Existência
Petição inicial
Órgão investido de jurisdição
b.2) Validade
b.2.1) Subjetivos
RELATIVOS AO JUIZ:
* Competência: 
Relativa: Pode ser modificada (não pode ser considerada pressuposto processual)
Absoluta: Nunca pode ser modificada. Ex: matéria eleitoral, crimes militares. Juiz incompetente NUNCA poderá se tornar competente
* Imparcialidade:
- Serve a todos que participam do processo
Suspeição: + branda que o impedimento, diz respeito a situações que podem comprometer a imparcialidade, há uma desconfiança quanto à imparcialidade do Juiz. Depende de provas e não de mera alegação.
- É usual o Juiz concordar e declinar o processo, ou realizar o declínio antes da parte se manifestar
- Se as partes tomarem ciência quanto à imparcialidade do Juiz e não fizerem a alegação 15 dias após a citação, irá precluir. Caso queiram alegar já no decorrer do processo, deverão justificar o motivo de não terem alegado no início (é difícil conseguir). 
Impedimento (é o pressuposto processual): É mais forte do que a suspeição, podendo ser alegado a qualquer momento e grau de jurisdição. O impedimento acarretará na nulidade de todos os atos decisórios. Não preclui.
RELATIVOS ÀS PARTES:
- Diz respeito às capacidades
a) Capacidade de ser parte
- É mais ampla que a capacidade civil, englobando entes despersonalizados
Ex: Massa falida, condomínio*
*Pode ser constituído e ganhar personalidade jurídica (não serve para o exemplo). Todavia, caso seja uma mera reunião de pessoas em uma mesma área, terá capacidade de ser parte (seve para o exemplo).
b) Capacidade de estar em juízo ou capacidade processual
- Refere-se à necessidade de estar representado ou assistido em razão de eventual incapacidade (não apenas referente à idade)
c) Capacidade postulatória
- É outorgada aos advogados, como regra geral apenas o advogado pode postular em juízo.
EXCEÇÕES: Impetrar habeas corpus, juizado especial cível até 20 salários mínimos
Art. 36. A parte será representada em juízo por advogado legalmente habilitado. Ser-lhe-á lícito, no entanto, postular em causa própria, quando tiver habilitação legal ou, não a tendo, no caso de falta de advogado no lugar ou recusa ou impedimento dos que houver.
* No novo CPC, encontra-se ainda a legitimidade.
b.2.2) Objetivos
b.2.2.1) Positivos (intrínsecos)
- Precisam estar presentes
Petição inicial apta:
- Deverá atender a todos os requisitos previstos em lei. Se não observados, o Juiz solicitará uma emenda. Caso não seja emendada, será indeferida
Art. 282. A petição inicial indicará:
I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida;
II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido, com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII - o requerimento para a citação do réu.
Art. 283. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.
Citação válida:
- Garante o contraditório
- É o ato através do qual é dado ciência ao réu de que contra ele existe uma ação. Somente com a citação válida é que se tem a triangularização do processo
- Formas: através do correio, oficial de justiça, por edital (em caráter excepcional), meios eletrônicos em alguns processos eletrônicos.
- Requisitos: resumo do processo, sob pena de nulidade.
*No novo CPC, encontra-se ainda o interesse processual.
b.2.2.2) Negativos (extrínsecos)
- Não podem estar presentes
Litispendência: 
- 2 ou + ações iguais (mesmas partes, mesmo pedido, mesma causa de pedido) em andamento. A outra ação idêntica será extinta, sem resolução do mérito.
Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição.
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:
V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada;
Coisa julgada:
Material: É o pressuposto.
- Existe decisão judicial resolvendo o mérito da ação, o que impede a propositura de outras.
Formal: 
- Juiz extingue o processo sem resolver o mérito, o que não impede a propositura de outras ações idênticas.
Perempção:
- Penalização ao autor que deu causa à extinção do processo por três vezes, não podendo intentar uma nova ação, sendo garantida a possibilidade de alegar em defesa o seu direito.
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:
III - quando, por não promover os atos e diligências que Ihe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
Art. 268. Salvo o disposto no art. 267, V, a extinção do processo não obsta a que o autor intente de novo a ação. A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das custas e dos honorários de advogado.
Parágrafo único. Se o autor der causa, por três vezes, à extinção do processo pelo fundamento previsto no no III do artigo anterior, não poderá intentar nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito.
Convenção de arbitragem:
Quando as partes se obrigam a resolver o litígio através da arbitragem
Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar:
IX - convenção de arbitragem;
c) Ausência de pressupostos processuais
Existência:
- Acarretam na inexistência de um processo judicial
Validade:
- Extinção do processo sem resolução do mérito
EXCEÇÃO:
- Na ausência de pressupostos relativos ao juiz, o processo será realocado a outros juízes. Se o juiz for incompetente, remetem-se os autos ao competente. Se o juiz for parcial, remetem-se os autos ao imparcial.
d) Classificação do processo (cível)
Conhecimento:
- Leva em conta a atividade preponderante a ser realizada pelo juiz
Execução:
- Busca meios coercitivos para o cumprimento de uma obrigação. Não se discute mais o mérito
Cautelar*:
- Busca assegurar meios para que o processo principal seja efetivo
*No novo CPC, não há mais a divisão referente ao processo cautelar
Características da relação jurídica processual
Relação jurídica material: Uma pessoa contra a outra. AB
Relação jurídica processual: Autor inicia uma ação contra o Estado e após contra a outra parte. AEB
a) Autonomia
- Ação não fica vinculada ao direito material tutelado, inpedende do direito material
- O direito de acionar o Estado independe da relação de direito material. A relação jurídica processual não se confunde com a relação de direito material
b) Estrutura tríplice
A E B
c) Caráter público
Uma vez que se invoca o Estado, as pretensões materiais deixam de ser apenas interesse das partes envolvidas, passando ao interesse do Estado/público. Todas as normas são de ordem pública
d) Progressividade
Movimento do processo, é uma sequência de atos, cabendo ao Juiz impulsioná-los
e) Complexidade
O autor tem direito de exercer pretensões, tendo o ônus de provar essas
Todas as partes têm direitos e deveres. Não adianta acionar o Estado e não me movimentar mais
É um conjunto de direitos e de deveres impostos às partes. Se elas não observarem, cumprirem os seus ônus, talvez não saiam exitosas nas suas pretensões
f) Unidade
Buscam um fim, que é a prestação da tutelajurisdicional
Sujeitos do processo
a) Juiz
- Representa o Estado no sentido de resguardar o ordenamento jurídico
- É o agente do Estado que exprime a vontade da Lei. Caracteriza-se pela imparcialidade. O Juiz tem poderes e deveres. Entre os poderes temos o administrativo e o jurisdicional
Poder:
Jurisdicional: Conceder liminar, declarar. Expropriatório, cautelar, condenatório
Administrativo: Poder de polícia nas audiências
Dever: Movimentar o processo, fundamentar as decisões judciais, analisar os requerimentos
b) Partes:
Polo ativo (autor) – Busca que sua pretensão, enquanto o réu é aquele contra quem as pretensões são realizadas
Polo passivo:
Litispendência: + de um autor ou réu
Litisconsórcio: É um fenômeno processual caracterizado pela pluralidade de sujeitos, em um ou em ambos os polos de um processo judicial. 
c) MP:
Fiscal da Lei
- Somente atua em casos em que a Lei exige participação. Interesse em verificar se a Lei está sendo cumprida.
- Pode apresnetar recurso em Lei que não concorda
- Quando um processo está por ele sendo cuidado, só irá cuidar do processo quando a lei exigir, emite um parecer expressando a sua opinião sobre a situação
Parte:
Parcial: Interesse contra determinada parte
d) Advogado = indispensável, salvo algumas exceções
Públicos: AGU
Privados: liberdade de contratar quem quiser
e) Demais auxiliares:
Permanentes: Participarão sempre do processo
Ex: Oficial de Justiça, Escrivão
Eventuais: Participam de alguns, não de todos
Ex: Síndico, adm judcial, tradutor, intérprete
Questões de revisão
1. João ingressou com uma ação revisional de aluguel em face da Administradora de Imóveis Só Dinheiro, onde realizou o contrato de aluguel do imóvel de propriedade de Marcos. Sustenta, na citada ação, que o valor locatício está muito alto. Em sua defesa, a ré alegou que apenas realiza a administração do apartamento onde mora o autor, mas que não é locadora do bem. Na réplica, o autor sustenta que, embora realmente conste no contrato que o locador é Marcos, tem a administradora legitimidade, pois o contrato foi firmado com Marcos dentro do escritório dessa firma. Indaga-se: a) Tem a administradora legitimidade passiva para figurar como ré na ação de revisão de aluguel? Justifique e fundamente a resposta. 
R: Não. Quem tem legitimidade é o proprietário
Obs: A mãe poderia ajuizar uma ação no nome dele, e não dela
2. Carlos ajuizou ação possessória em face de Miguel sob a alegação de que esse o teria esbulhado e que para retomar o bem teve que usar de força, conseguindo reaver a posse do bem após o esbulho. Alega então que busca, com essa ação de reintegração de posse, legalizar a existência da invasão e a retomada do bem. O magistrado, ao analisar a demanda, entendeu por bem indeferir a petição inicial por falta de interesse processual. Indaga-se: a) Agiu correto o magistrado ao entender que não há interesse processual? Justifique.
R: Sim, pois já havia reavido a posse
3. José Artigas, menor, chileno, residente e domiciliado na Cidade do Rio de Janeiro, RJ, Brasil, representado por seu pai, promove na Justiça de seu país, ações relativas a imóveis situados no Chile e, também, no Brasil. Estes imóveis requeridos por José Artigas são oriundos de herança recebida de seu avô, Mario Artigas, que era residente e domiciliado em São Paulo, SP, Brasil, quando faleceu. Em se tratando de competência exclusiva da justiça brasileira o STJ reconhecerá eventual sentença estrangeira? Explique.
R: Não, art. 89 CPC.
Art. 89. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II - proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional.
5. Mévio sofreu um acidente de trabalho. Promove ação de conhecimento e narra, como causa de pedir, que o infortúnio lhe causou o esmagamento de seu pé direito na linha de montagem da empresa, situada em Santa Maria, RS. Requereu na demanda obter o pagamento dos benefícios a que tem direito. Indaga-se: a) Onde e por quem essa demanda deverá ser julgada? Justifique.
R: Santa Maria, na Justiça do Trabalho
6. A incompetência absoluta acarreta a extinção do processo sem julgamento do mérito? Justifique.
R: Não, pois passará a Juiz competente
Art. 113. A incompetência absoluta deve ser declarada de ofício e pode ser alegada, em qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente de exceção.
§ 2o Declarada a incompetência absoluta, somente os atos decisórios serão nulos, remetendo-se os autos ao juiz competente.
7. Marieta propõe uma ação contra Mévio. Em defesa, Mévio alega a existência de convenção de arbitragem conforme cópia de termo de compromisso apresentado ao juízo. O que o magistrado deverá fazer com essa ação? Justifique.
R: Deverá ser resolvida pelo Tribunal Arbitral
8. Tibúrcia, objetivando receber de seu ex-marido, Melquisedeque, os alimentos a que tem direito seu filho, Turíbio, menor impúbere, após contratar um advogado para representá-la, Tiburcia ajuíza Ação de Alimentos em face do genitor, que vem a ser distribuída para a 4a Vara de Família da Comarca da Capital. Indaga-se: a) Indique, no caso proposto se estão presentes os pressupostos processuais e justifique a resposta.
R: A mãe não tem legitmidade. O autor, que é a criança, deveria ser representado ou assistido
Art. 6o Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei.
9. Explique as teorias de jurisdição.
10. Júlio ajuiza na comarca de Santa Maria ação condenatória contra Mariana sob o argumento de que esta deve R$30.000,00. Identifique o pedido mediato e o imediato.
R: Mediato = 30.000,00
Imediato: Ação condenatória
11. Catia propõe ação contra João objetivando receber R$1.000,00 de indenização por danos morais em razão de uma discussão num bar da cidade. Passados 06 meses e com o processo em andamento Catia se envolve, novamente, numa outra confusão com João e propõe nova ação contra ele buscando indenização por danos morais no valor de R$1.000,00. Analise e indique se a segunda ação proposta poderá prosseguir, justificando a resposta.
Sim, pois não há litispendência, uma vez que a causa do pedido (fatos) é diferente. Não há identidade dos fatos.

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