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CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 1 www.pontodosconcursos.com.br Aula 1 – Administração Senado Olá Pessoal! Agradeço a confiança e espero retribuir ajudando-os a conseguir gabaritar as questões de administração. Precisei fazer uma alteração na programação das aulas. Segue abaixo a nova programação. Aula 0- 21/02 evolução da administração Aula 01 – 02/03 Lei no 8.112/90 e suas alterações. Lei 9.784/99. Aula 02- 09/03 Fundamentos da Administração;Abordagem sistêmica; processo decisório; planejamento e estratégia; ética e responsabilidade; Aula 03 –16/03 administração de operações e da qualidade; funções e habilidades do administrador; empreendedorismo cultura e ambiente organizacional; mudança e inovação; controle de processos e gestão da qualidade; administração de projetos Aula 04 – 23/03 Liderança e poder; motivação; comunicação; clima organizacional; estilos de administração; recrutamento e seleção; treinamento e desenvolvimento; avaliação de desempenho. Aula 05 –30/03 Lei no 8.666/93 e suas alterações Aula 06 - 06/04 Análise organizacional; instrumentos de pesquisa; layout; análise de processos; distribuição do trabalho; fluxogramas; formulários; manuais; estrutura e projeto organizacional; estruturas organizacionais e departamentalização Aula 07 – 13/04 organogramas; sistemas de informações gerenciais; poder; reengenharia; mudança organizacional; controle organizacional; planejamento e controle de projetos; projeto, desenvolvimento implantação e documentação de sistemas Aula 08 – 20/04 Administração Pública: Constituição da República – Títulos III, IV, VI e VII; princípios constitucionais relativos à administração pública; probidade administrativa; discricionariedade administrativa e atuações do Ministério Público e do Poder Judiciário CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 2 www.pontodosconcursos.com.br Hoje abordaremos então a lei 8.112/90 e a lei do processo administrativo genérico na administração pública federal, a lei 9.784/99. Sem mais delongas, passemos à aula. Sumário 1. Administração de pessoal no Serviço Público: Lei 8.112/90.. . . ............................................ 3 1.1 Formas de Provimento de Cargo Público . . . ........................................................................ 4 1.2. Concurso Público, Posse, Exercício, Estágio Probatório e Vacância . ................................. 8 1.3 Remoção e Redistribuição (art. 36 e 37). . . ........................................................................ 11 1.4. Substituição (art. 38). . . ..................................................................................................... 13 1.5 Direitos e Vantagens . . . ...................................................................................................... 14 1.5.1.Vencimento e Remuneração (art. 40 a 48). . . .................................................................. 14 1.5.2. Vantagens (art. 49 a 76) . . . ............................................................................................. 15 1.6 Férias. . . .............................................................................................................................. 17 1.7. Licenças e Afastamentos (art. 81 a 96) . . . ......................................................................... 18 1.8 Concessões (art. 97 a 99) . . . ............................................................................................... 21 1.9. Direito de Petição (art. 104 a 115) . . . ................................................................................ 21 1.10. Regime Disciplinar (art. 116 a 141). . . ............................................................................ 22 1.11. Processo Administrativo Disciplinar – PAD (art. 143 a 182). . . ..................................... 28 1.12. Seguridade Social (art.183 a 230) . . . ............................................................................... 36 2. Lei nº 9.784/1999: processo administrativo na Administração Pública Federal. . . . ........... 39 2.1 Abrangência e Aplicação . . . ............................................................................................... 39 2.2 Princípios. . . . ...................................................................................................................... 39 2.3. Direitos e deveres dos administrados.. . . ........................................................................... 41 2.4. Início do processo e legitimados a sua instauração. . . ....................................................... 42 2.5. Impedimento e suspeição. . . ............................................................................................. 43 2.6. Forma, tempo e lugar dos atos do processo . . . .................................................................. 44 2.7. Intimação do Interessado . . . .............................................................................................. 44 2.8. Instrução e Decisão . . . ..................................................................................................... 46 2.9. Desistência e extinção do processo. . . ............................................................................... 48 2.10. Recurso Administrativo . . . .............................................................................................. 49 2.11. Contagem de prazos. . . . ................................................................................................... 50 4. Lista de Questões . . . ............................................................................................................. 52 5. Gabarito . . . ........................................................................................................................... 58 6. Questões Comentadas . . . ...................................................................................................... 59 7. Bibliografia . ........................................................................................................................ 69 CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 3 www.pontodosconcursos.com.br 1. Administração de pessoal no Serviço Público: Lei 8.112/90. A lei 8.112/90 institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das Autarquias e Fundações Públicas Federais. Esta lei se aplica aos ocupantes de cargo efetivo e no que couber aos ocupantes de cargos em comissão, mas não alcança os ocupantes de cargos políticos, eletivos e vitalícios. A lei regulamenta os art. 37 a 41 da Constituição no que diz respeito aos servidores civis da União. Os art. 20 e 3o da lei estabelecem conceitos importantes: Cargo Público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público. Ensinam Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino que são os titulares de cargos públicos de provimento efetivo e de provimento em comissão. São agentes administrativos sujeitos a regime jurídico-administrativo,de caráter estatutário, ou seja, de natureza legal, e na contratual. Estão sujeitos ao regime contratual os empregados públicos, regidos pela CLT –Consolidação das leis do trabalho. Cargos públicos devem ser criados por lei. O art 50 lista os requisitos básicos para investidura em cargo público I - a nacionalidade brasileira; II - o gozo dos direitos políticos; III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; V - a idade mínima de dezoito anos; VI - aptidão física e mental. § 1o As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei.§ 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso. § 3o As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei. CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 4 www.pontodosconcursos.com.br É importante ressaltar que a nomeação para cargo efetivo depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e complexidade do cargo. A nomeação para cargo em comissão independe de aprovação prévia em concurso público, visto ser um cargo de livre nomeação e exoneração. Se o ocupante de cargo em comissão não for ocupante de cargo efetivo ficará vinculado ao RGPS (Regime Geral da Previdência Social), conforme arto 40 da CF/1988. 1.1 Formas de Provimento de Cargo Público É o ato administrativo por meio do qual é preenchido cargo público, com a designação do seu titular. Conforme vimos acima, de acordo com a constituição os cargos públicos podem ser de provimento em comissão ou efetivo. O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade competente de cada Poder. Segundo o STF, as formas de provimento são classificadas como Originária ou Derivada. A forma de provimento originário ocorre quando não há vínculo anterior com a Administração. Já a Derivada ocorre quando anteriormente existia um vínculo com a Administração. A única forma de provimento originária é a NOMEAÇÃO. Vejamos a lista de todas as formas de provimento: I - nomeação; II - promoção; III - readaptação; IV - reversão; V - aproveitamento; VI - reintegração; VII - recondução. Vejam esta questão da FGV CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 5 www.pontodosconcursos.com.br (FGV/FIOCRUZ/2010/GESTÃO DO TRABALHO) De acordo com a Lei 8.112/90, são formas de provimento de cargo público, exceto: (A) nomeação. (B) promoção. (C) remoção. (D) recondução. (E) readaptação Pessoal, fácil! Óbvio que remoção não é forma de provimento. Quando um servidor é removido por interesse da administração ele leva o cargo com ele, portanto não há que se falar em provimento. Portanto o gabarito é a alternativa C. Para não esquecer, as formas de provimento são: nomeação, promoção, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução. I- Nomeação (art. 9 e art.10) Pode ocorrer em caráter efetivo ou em comissão, conforme visto acima. Se o servidor nomeado não tomar posse, o ato de provimento será tornado sem efeito. A convocação do candidato habilitado em concurso público para cargo efetivo será efetuada através de EDITAL,publicado em jornal de grande circulação e de correspondência dirigida pra o endereço fornecido pelo mesmo. II- Promoção (Parágrafo único art. 10) Só ocorre nos cargos escalonados em níveis, ou seja, nos cargos com carreiras estabelecidas. Não ocorrem em cargos isolados. É a passagem de nível do servidor, dentro da mesma carreira. III – Readaptação (art. 24) É a forma de provimento derivado que visa adaptar à um novo cargo o servidor, estável ou não, que sofreu uma limitação, física ou mental, na sua capacidade laborativa, mas que não ficou incapacitado totalmente. O novo cargo deve ter atribuições e requisitos compatíveis com o cargo exercido anteriormente. Diz o art. 24 Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica. § 1o Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado. § 2o A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga. CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 6 www.pontodosconcursos.com.br IV – Reversão (art. 25) É o retorno à atividade de servidor aposentado. Só existem duas possibilidades para este retorno: 1. Quando a aposentadoria tiver ocorrido por invalidez, e junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria. Ou seja, não existem mais os elementos incapacitantes por ocasião da aposentadoria. 2. Por interesse da administração, desde que cumpridos os requisitos abaixo: • Tenha solicitado a reversão; • A aposentadoria tenha sido voluntária; • Estável quando na atividade; • A aposentadoria tenha ocorrido nos últimos cinco anos; • Exista cargo vago; • Possua aptidão física e mental; • Tenha menos de 70 anos; A reversão será realizada para o mesmo cargo ou cargo resultante de transformação. Este fundamento é regulamentado pelo Decreto 3.644/2000. V – Aproveitamento (art. 30,31 e 32) É o retorno à atividade de servidor posto em disponibilidade. Será realizado em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o cargo anteriormente ocupado. Disponibilidade- ocorre quando é extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade pela Administração, ou em decorrência da reintegração ou recondução, quando o cargo não puder ser provido por não estar vago. Será tornado sem efeito e cassada a disponibilidade quando o servidor não entrar em exercício no prazo legal. Disponibilidade não é forma de punição. A punição do servidor posto em disponibilidade é a sua cassação. Aposentadoria gera vacância, disponibilidade não. VI – Reintegração (art. 28) É o retorno ao serviço público do servidor estável, que havia sido injustamente demitido e que conseguiu por via administrativa ou judicial, invalidar sua demissão. Embora a CF fale somente em decisão judicial, é certo que também é possível a invalidação administrativa de tal ato, dado o poder de autotutela da Administração. CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 7 www.pontodosconcursos.com.br Segundo a CF, caso seja reintegrado o servidor demitido, e o eventual ocupante da vaga seja estável, será este ocupante reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. Se ocupante do cargo não for estável, será ele EXONERADO. VII – Recondução É o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de: 1. Inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; 2. Reintegração do anterior ocupante do cargo. Se o cargo de origem estiver ocupado, o servidor será aproveitado em outro. O servidor não aprovado em estágio probatório será exonerado, ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado. Vamos à uma questão da FGV (FGV/FIOCRUZ/2010/GESTÃO DO TRABALHO) Segundo a Lei n. 8.112 de 11 de dezembro de 1990, o retorno à atividade de servidor aposentado por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria, ou no interesse da administração, é conhecido como: (A) reversão. (B) redistribuição. (C) aproveitamento. (D) recondução. (E) readaptação Pessoal, atenção! Retorno de servidor aposentado por invalidez, quando a junta médica verificar que os motivos da invalidez não mais existem, chama-se reversão. Para não esquecer: forma de provimento derivado relativo à retorno de aposentadoria é reversão! Portanto o gabarito é a alternativa A. Vejam outra questão da FGV (FGV/TRE-PA/2011/ANALISTA JUDICIÁRIO) O retorno de servidor à atividade, quando invalidada sua demissão,corresponde à (A) reversão. (B) readaptação. (C) reintegração. (D) recondução. (E) recapacitação CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 8 www.pontodosconcursos.com.br Pessoal, o servidor foi demitido e após novo processo foi verificado que o servidor não deveria ter sido demitido. Neste caso, ele será reintegrado ao serviço público. Portanto, o gabarito é a alternativa C. 1.2. Concurso Público, Posse, Exercício, Estágio Probatório e Vacância O concurso público na esfera federal se divide em até duas etapas. Conforme assinala o art. 11, a primeira etapa é de provas ou provas e títulos e a segunda etapa curso de formação profissional, de acordo com a natureza dos cargos. O concurso pode ter validade de até dois anos, prorrogável pelo mesmo período. Ressalte-se que esta é uma faculdade da administração pública. (art. 12) Posse e Exercício (art.13 a art. 19) Posse é o momento em que o candidato nomeado em cargo efetivo ou pessoa designada para cargo em comissão aceita a nomeação e cumpre os requisitos para a investidura em cargo público. O prazo para o nomeado tomar posse após a nomeação é de 30 dias, improrrogáveis.s No ato da posse o servidor precisa comprovar possuir os requisitos para o exercício do cargo, apresentar documentos, comprovante de residência, declaração de bens e declarar cargos, empregos ou atividades. No caso de nomeação para cargo em comissão é obrigatório a apresentação de cópia do Imposto de Renda, sendo admitida a declaração de bens na falta/inexistência de declaração de IR. Pessoas estranhas ao serviço público podem ser nomeadas para cargos em comissão do grupo DAS (Direção e Assessoramento Superior), porém para as chamadas funções gratificadas (FG) somente servidores podem ser designados. Notem que neste último caso não se trata de nomeação, mas sim designação. Há uma previsão para interrupção da contagem do prazo, caso o nomeado seja servidor e esteja licenciado ( art.81) ou afastado (ART. 102) por alguns dos motivos listados abaixo: Art. 81. I - por motivo de doença em pessoa da família; III - para o serviço militar; V - para capacitação. Art. 102. CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 9 www.pontodosconcursos.com.br I - férias; IV - participação em programa de treinamento regularmente instituído ou em programa de pós-graduação stricto sensu no País, conforme dispuser o regulamento; VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, conforme dispuser o regulamento VIII - licença: a) à gestante, à adotante e à paternidade; b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo; e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento; f) por convocação para o serviço militar; Vejamos uma questão da FGV! (FVG/SENADO/2008/ANALISTA LEGISLATIVO- PROCESSO LEGISLATIVO) Analise as afirmativas a seguir: I. A nomeação se faz em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de provimento efetivo, isolado ou de carreira. II. Sob pena de demissão, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu patrimônio no prazo de 30 (trinta) dias contado da data de sua posse. III. A reversão do servidor pode decorrer da cessação dos motivos da aposentadoria por invalidez ou do interesse da administração, mediante determinadas condições fixadas em lei. Assinale: (A) se apenas a afirmativa II estiver correta. (B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. (C) se apenas a afirmativa III estiver correta. (D) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. Analisemos as afirmativas: Afirmativa I – Exatamente! Está certo. A nomeação para cargo efetivo, isolado ou de carreira (não importa, são efetivos) é feito em caráter efetivo. É diferente de estabilidade no cargo efetivo, adquirida após estágio probatório. Afirmativa II – Está ERRADO. A declaração de bens é requisito essencial para que o servidor se habilite a tomar posse. Afirmativa III – Exatamente! Está certo. É o conceito correto de reversão, retorno de servidor aposentado à ativa. A alternativa B é a correta. Só há posse nos casos de provimento por nomeação. Com a posse, o nomeado passa a ser servidor. CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 10 www.pontodosconcursos.com.br Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança. O prazo para entrada em exercício é de 15 dias após a posse. Estágio Probatório.(art.20) É a avaliação pela qual o servidor passa para verificar sua aptidão para o exercício do cargo. O estágio probatório tem a duração de 36 (trinta e seis) meses. A avaliação deve ser realizada observando-se os seguintes fatores: I - assiduidade; II - disciplina; III - capacidade de iniciativa; IV - produtividade; V- responsabilidade A homologação do estágio probatório deve ser realizada no prazo de quatro meses antes do final do estágio probatório. Cabe ressaltar que servidores em estágio probatório poderão ser nomeados para cargos em comissão dentro do órgão em que estejam lotados. Porém somente poderão ser requisitados para cargo em comissão em outros orgãos, durante o estágio, caso a função seja de DAS-4, DAS-5 ou DAS-6, ou equivalentes 30 dias 15 dias O servidor só será considerado estável se cumprir os quatro requisitos abaixo: 1. Aprovação em concurso público; 2. Nomeação para cargo público efetivo; 3. Três anos de efetivo exercício do cargo; 4. Avaliação especial de desempenho. O servidor estável somente perderá o cargo nas hipóteses abaixo: • Sentença judicial transitada em julgado; • Processo administrativo disciplinar, assegurada ampla defesa; • Mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da lei complementar, assegurada ampla defesa; • Excesso de despesa com pessoal. Em caso de não aprovação no estágio probatório, as hipóteses são as seguintes: Provas ou Provas e Títulos Curso de Formação Profissional Nomeaçã o Posse Exercício Estágio Probatório 36 meses CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 11 www.pontodosconcursos.com.br a) Servidor estável (ocupava outro cargo anteriormente e tinha estabilidade) RECONDUÇÃO b) Não estável EXONERAÇÃO (Não se pode falar em demissão, pois exoneração não é punição) Vacância (art. 33) São as formas através das quais o cargo público fica vago, é a maneira pela qual o servidor desocupa o cargo público. Pode decorrer de: I - exoneração; II - demissão; III - promoção; VI - readaptação; VII - aposentadoria; VIII - posse em outro cargo inacumulável; IX - falecimento 1.3 Remoção e Redistribuição (art. 36 e 37) Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no mesmo quadro funcional, com ou sem mudança de sede. O servidor permanece no mesmo cargo, podendo implicar ou não na mudança de localidade de exercício do servidor. Não é forma de provimento ou de vacância do cargo público. A remoção de ofício independe da vontade do servidor e será sempre determinada no interesse da administração. Já a remoção a pedido pode ocorrer a critério da administração ou, como nos casos abaixo, a administração pode ser obrigada a concedê-la: a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesseda Administração; b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial; CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 12 www.pontodosconcursos.com.br c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados. Redistribuição é o deslocamento de cargo, ocupado ou vago, no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo poder. Não é forma de provimento, nem de vacância. Permite à Administração readequar seus quadros às reais necessidades de serviço de seus órgãos ou entidades. Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, o servidor estável que tenha seu cargo extinto ou declarado desnecessário, não sendo redistribuído, será colocado em disponibilidade, com proventos proporcionais. Alternativamente, poderá ser mantido sob responsabilidade do SIPEC e ter exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento. São preceitos da Redistribuição: I - interesse da administração; II - equivalência de vencimentos; III - manutenção da essência das atribuições do cargo; IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou entidade Vejamos uma questão da FGV (FVG/SENADO/2008/ANALISTA LEGISLATIVO- PROCESSO LEGISLATIVO) O deslocamento de cargo efetivo, ocupado ou vago, no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, constitui: (A) redistribuição. (B) reintegração. (C) remoção. (D) recondução. (E) aproveitamento Fácil, não! A alternativa correta é a letra A. É a própria definição de redistribuição contida na lei. Reintegração é o retorno ao serviço público do servidor estável, que havia sido injustamente demitido e que conseguiu por via administrativa ou judicial, invalidar sua demissão. Letra B errada. CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 13 www.pontodosconcursos.com.br Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no mesmo quadro funcional, com ou sem mudança de sede. Veja que quem é deslocado é o servidor, o cargo vai junto, mas continua no mesmo órgão ou instituição. Letra C errada. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado decorrente de inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo ou reintegração do anterior ocupante do cargo. Letra D errada! Aproveitamento é o retorno à atividade de servidor posto em disponibilidade. Letra E errada! Vamos a outra questão, desta vez da CESPE (CESPE/ STF/2008/TECNICO JUDICIÁRIO- ADMINISTRATIVO) Enquanto na redistribuição o interesse da administração configura uma modalidade, na remoção o interesse da administração configura um preceito pressuposto. A afirmativa é ERRADA! Inverteram as bolas: na redistribuição o interesse da adminsitração é um preceito, na remoção é uma modalidade. A outra modalidade da remoção é o interesse do servidor. Lembrem-se pode ser a pedido ou de ofícioa remoção. Outra da CESPE. Eles gostam de falar em Redistribuição! (CESPE/ STF/2008/TECNICO JUDICIÁRIO- ADMINISTRATIVO) Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável deve ser imediatamente redistribuído, sendo vedada sua colocação em disponibilidade, já que tal opção feriria o interesse público. A afirmativa é ERRADA! O servidor estável pode ser posto em disponibilidade. 1.4. Substituição (art. 38) A substituição se dá em funções de confiança ou cargos em comissão por serem cargos de DIREÇÃO, CHEFIA E ASSESSORAMENTO. Para estes cargos os seus titulares terão substitutos indicados no regulamento interno, ou, no caso, de omissão, previamente indicados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade, para substituírem os titulares em seus impedimentos (férias, licenças, etc.). Os substitutos poderão escolher entre a remuneração do substituído ou a sua nos 30 primeiros dias. Após 30 dias o servidor substituto fará jus a gratificação da função que está substituindo. Somente servidores podem ser indicados como substitutos. Note-se que a pessoa estranha ao serviço público, uma vez nomeada e empossada, também é servidora, porém não efetiva e não estável. Vejam esta questão da CESPE CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 14 www.pontodosconcursos.com.br (CESPE/ TRE BA/2009/ANALISTA JUDICIÁRIO- ADMINISTRATIVO) Os substitutos dos servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e dos ocupantes de cargo em natureza especial devem ser indicados no regimento interno ou, no caso de omissão, designados previamente pela chefia imediata do substituído. A afirmativa é ERRADA! Como vimos, os substitutos serão indicados no regulamento interno, ou, no caso, de omissão, previamente indicados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade. Outra da CESPE. (CESPE/ STF/2008/TECNICO JUDICIÁRIO- ADMINISTRATIVO) O servidor substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de natureza especial, nos casos de afastamentos ou impedimentos legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição, que excederem o referido período. A afirmativa é ERRADA! Os substitutos optam pela gratificação que for mais vantajosa nos primeiros 30 dias, e após isto recebem a gratificação do cargo que estão substituindo. 1.5 Direitos e Vantagens 1.5.1.Vencimento e Remuneração (art. 40 a 48) Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes. A remuneração não pode ser inferior ao valor do salário mínimo. Subsídio é uma forma de remuneração caracterizada por ser em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação,adicional, abono ou prêmio. Os agentes púbicos que recebem subsídio são: o membro de Poder, o detento de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais. O art. 49 menciona que além do vencimento poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens: indenizações, gratificações e adicionais. As indenizações não se incorporam ao vencimento para qualquer efeito, enquanto as gratificações e adicionais incorporam-se, nos casos e condições previstos em lei. CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 15 www.pontodosconcursos.com.br 1.5.2. Vantagens (art. 49 a 76) As indenizações são: ajuda de custo, diárias, transporte e auxílio moradia. As gratificações são: natalina (130), retribuição pela função de confiança e encargo de curso ou concurso. Os adicionais são: insalubridade, periculosidade, atividades penosas, serviço extraordinário (horas extras), serviço noturno, adicionais de férias, e outros relativos ao local ou natureza do trabalho. Vamos a outra questão da FGV. (FVG/SENADO/2008/ANALISTA LEGISLATIVO- ADMINISTRADOR) Constituem indenizações as parcelas relativas a: (A) diárias, ajuda de custo e transporte. (B) transporte, ajuda de custo e atividade insalubre. (C) serviço extraordinário, diárias e função de direção. (D) ajuda de custo, diárias e adicional noturno. (E) transporte, periculosidade e insalubridade. Ficou Fácil! Basta entender o quadro acima. A alternativa correta é a letra A. Indenizações são verbas que não se incorporam à remuneração. O transporte citado não é auxílio-transporte,lembrem-se! Vamos esmiuçá-las um pouco: Ajuda de custo É concedida ao servidor que é deslocado no interesse da administração em caráter permanente com mudança de residência, para compensar despesas com instalação, não podendo ultrapassar 3 meses de Remuneração. Caso o servidor não retorne ao exercício em 30 dias (assumindo o posto para o qual foi deslocado) deverá restituir o valor integralmente. Diárias São concedidas ao servidor que é deslocado em caráter transitório para cobrir os custos de alimentação, pousada e locomoção urbana. Caso o servidor não se desloque ou receba diárias a mais, deverá restituí-las no prazo de 5 (cinco) dias. Se não houver necessidade de pernoite, o servidor fará jus à meia diária. Embora, não ache que seja objeto de concurso, é importante ressaltar que meia diária não significa que seja 50% do valor da diária. O órgão pode estabelecer que o valor da diária é de R$ 300,00 e que meia diária seja R$ 200,00. CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 16 www.pontodosconcursos.com.br Indenização de Transporte Não confundir com auxílio-transporte. Esta é uma indenização ao servidor que utilizar seu transporte particular (carro, moto, etc) para execução de serviços externos. Auxílio-Moradia É devido ao servidor que tenha se mudado do local de residência para ocupar cargo em comissão ou função de confiança do grupo Direção e de provEspecial, de Ministro de Estado ou equivalentes. Este valor tem como limite 25% do valor do cargo ocupado e a cada período de 12 anos, o servidor receberá no máximo por 8 anos. Gratificação Natalina É o 130 do servidor, pago até o dia 20 de dezembro, proporcionalmente aos meses em que esteve em exercício. Retribuição pelo exercício de função de confiança É o adicional pago aos servidores que exercem funções de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial. Gratificação por encargo de curso ou Concurso É devida ao servidor que em caráter eventual atuar como instrutor em cursos, participar de banca de examinadora, participar na preparação e logística de concursos públicos, quando tais atividades não estiverem incluídas entre suas atividades. Não gera incorporação, nem se soma para efeitos de teto remuneratório. O valor máximo da hora aula para esta gratificação é de 2,2% do maior vencimento básico da Administração Pública federal, nos seguintes casos de atuação como instrutor ou participação em banca examinadora, comissão de para exames orais, elaboração de provas, etc. Já em caso de participação em logística de preparação e realização de concurso, aplicação de provas, etc., o valor máximo da hora aula para esta gratificação será de de 1,2% do maior vencimento básico da Administração Pública federal. Insalubridade, Periculosidade e Atividades penosas A insalubridade é devida aos servidores que trabalhem habitualmente em locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas ou radioativas. Por exemplo: o técnico de raio-x, enfermeiras em um hospital com emergência e internação. CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 17 www.pontodosconcursos.com.br A periculosidade é devida aos servidores que coloquem em risco sua integridade física em razão do desempenho de suas funções. O adicional de penosidade é pago aos servidores que trabalhem em zonas fronteiriças ou localidades cujas condições de vida o justifiquem, entendendo-se assim localidades com IDH (índice de desenvolvimento humano) inferior a 0,533. Não se pode acumular o recebimento dos adicionais de insalubridade e periculosidade. Se houver eliminação das condições insalubres ou perigosas, cessa o direito de recebimento destes adicionais. Serviço Extraordinário É a chamada “hora extra” e deve ser paga com adicional de 50% sobre o valor da hora de trabalho do servidor. São permitidas somente em situações excepcionais e limitadas à duas horas adicionais por dia. Adicional Noturno Fará jus ao adicional noturno o servidor que desempenhe atividade no período compreendido entre 22 horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte. O valor da hora de trabalho deverá ser acrescido de 25%. Para contagem do tempo total deverá considerar-se a hora noturna com duração de 52 minutos e trinta segundos. Sendo assim, o servidor que trabalhar durante todo este período (22h às 5h) receberá por 8 (oito) horas de trabalho, com um adicional de 25%. Adicional de Férias É o valor adicionado ao salário do servidor por ocasião do período de férias. Corresponde a 1/3 do valor do salário. Vamos a uma questão (CESPE/ TRE BA/2009/ANALISTA JUDICIÁRIO- ADMINISTRATIVO) As diárias são devidas ao servidor que se ausenta a serviço da sede da repartição para outro ponto do território nacional em caráter eventual ou transitório. Se o deslocamento em caráter eventual ou transitório se der para o exterior, o servidor fará jus ao recebimento de ajuda de custo A afirmativa é ERRADA! Nos deslocamentos eventuais para o exterior o servidor faz jus á diárias. A ajuda de custo é paga para deslocamentos no interesse da administração em caráter permanente. 1.6 Férias O servidor faz jus a 30 dias de férias anuais. Para o primeiro período aquisitivo são exigidos 12 meses de exercício. Após o primeiro período as férias podem ser agendadas independentemente do cumprimento de novo período de 12 meses. CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 18 www.pontodosconcursos.com.br O período de gozo das férias pode ser fracionado em até 3 períodos, cada um deles nunca inferior a 10(dez) dias. O servidor que trabalha diretamente com raio-x ou substâncias nociva fará jus a gozo de 20 dias de férias a cada seis meses. Vejam esta questão da FGV (FGV/FIOCRUZ/2010/GESTÃO DO TRABALHO) Analise as afirmativas a seguir sobre a administração de pessoal no serviço público, em conformidade com a Lei n. 8.112/90: I. A gratificação natalina não será considerada para cálculo de qualquer vantagem pecuniária. II. Somente será permitido serviço extraordinário para atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo de 4 (quatro) horas por jornada. III. As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim requeridas pelo servidor e no interesse da administração pública. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta (B) se somente a afirmativa II estiver correta (C) se somente a afirmativa III estiver correta (D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas (E) se todas as afirmativas estiverem corretas Analisemos as afirmativas I. Perfeito. Uma vez paga a gratificação natalina (13o) não há incidência deste valor sobre qualquer outra parcela. II. Errado. Somente são permitidas horas extraordinárias até o limite de duas horas diárias. III. Certo. Conforme vimos as férias podem ser parceladas em até três etapas, preservado o interesse da administração. Bem, desta forma estão corretas as afirmativas I e III. Acontece que esta resposta não existe dentre as alternativas da questão. Inicialmente a banca afirmou que o gabarito era a alternativa D. Após protestos a questão foi anulada, por absurdo que era. Portanto o gabarito:ANULADA 1.7. Licenças e Afastamentos (art. 81 a 96) Licença por motivo de doença na família Concedida ao servidor por motivo de doença do cônjuge, filhos, pais, padrastos, enteados, ou pessoa que viva às suas expensas. É precedida de exame médico oficial e é vedada a realização de outra atividade remunerada durante o período da licença. O prazo máximo da licença é de 150 dias. A licença será concedida com remuneração por 60 dias. O servidor poderá solicitar a prorrogação da licença por mais 90 dias, CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 19 www.pontodosconcursos.com.br porém sem remuneração. Ambos os prazosreferem-se a um período de 12 meses, contados de forma consecutiva ou não. (FGV/TRE-PA/2011/ANALISTA JUDICIÁRIO) Marilda da servidora pública federal com estabilidade, requereu licença para acompanhar seu enteado, Antônio, em um tratamento para leucemia que envolve transplante de medula óssea. Com base nessa situação específica e na Lei 8.112/90, é correto afirmar que (A) a Administração Pública pode conceder licença remunerada a Marilda por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, a cada período de 12 (doze) meses. (B) Marilda não tem direito à licença pois não se trata de seu filho, mas de seu enteado. (C) Marilda pode se licenciar sem remuneração por um período de até 120 (cento e vinte) dias, consecutivos ou não, a cada período de 12 (doze) meses. (D) a licença por motivo de doença em pessoa da família inclui, além do enteado, o padrasto e a madrasta do servidor. (E) o período de 12 meses a que alude a lei coincide com o ano civil. Analisemos as alternativas: A: ERRADO. A licença com remuneração é de até 60 dias, consecutivos ou não, a cada período de 12 meses. B: ERRADO. A licença para tratamento de pessoa da família pode ser concedida para acompanhar cônjuge, companheiro, pais, padrasto, madrasta, filho, enteado ou pessoa que viva às expensas do servidor, conforme art. 83 da lei 8.112/90. C: ERRADO. A Licença sem remuneração pode ser de até 90 dias, consecutivos ou não, dentro do período de 12 meses. Note que o período sem remuneração pode ser somado ao período com remuneração, podendo assim alcançar o total de 150 dias. D: Perfeito, como comentado acima, estes estão incluídos no rol de pessoas que podem ser acompanhadas pelo servidor em caso de doença. E: ERRADO. O período de doze meses citado no art. 83 da lei 8.112/90 NÃO coincide com o ano civil, sendo portanto uma inferência em relação aos últimos doze meses, para efeitos de contagem. Portanto, o gabarito é a alternativa D. Licença por motivo de afastamento do cônjuge Concedida ao servidor cujo cônjuge foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para exercício de mandato eletivo. Se o cônjuge deslocado for servidor, poderá Sr solicitado exercício provisório em outro órgão da união na localidade onde o cônjuge tiver sido lotado. Licença para o serviço militar CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 20 www.pontodosconcursos.com.br Concedido ao servidor convocado para o serviço militar. Concluído o serviço militar o servidor terá 30 dias sem remuneração para reassumir o cargo. Licença para atividade política Concedida ao servidor candidato a cargo eletivo. Poderá o servidor solicitar licença a partir do momento em que for escolhido em convenção partidária para concorre a cargo eletivo. Até o momento do registro da sua candidatura esta licença será sem remuneração. Após o registro da candidatura até o 100 dia após as eleições a licença será remunerada, respeitando-se o limite de três meses. Licença para Capacitação Após cada qüinqüênio de efetivo exercício o servidor poderá requer uma licença de 90 dias para realizar curso de capacitação, desde que haja interesse da administração. Este período não é acumulável. Licença para tratar de interesses particulares Concedida ao servidor para tratar de interesses particulares, por até 3 anos consecutivos. A concessão da licença é ato discricionário da administração. Portanto poderá ser concedida e interrompida, a critério da administração. Licença para o Desempenho de Mandato Classista É a licença concedida ao servidor eleito para cargo de direção Ito em federação, confederação e associação de classe de âmbito nacional, sindicato ou conselho de classe, ou ainda para participar de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para prestar serviços aos seus membros. Afastamento para servir a outro órgão ou entidade O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outros órgãos ou entidades dos poderes da união, dos estados e dos municípios. A cessão pode ocorrer em razão de exercício em cargo em comissão ou casos previstos em leis específicas. Afastamento para exercício de Mandato Eletivo O servidor eleito para mandato federal, estadual ou distrital ficará afastado do cargo e receberá os proventos do cargo para o qual foi eleito. Se for investido no mandato de prefeito, ficará afastado do cargo e poderá optar pela remuneração. Se for investido em cargo de vereador, poderá exercer as duas atividades desde que haja compatibilidade de horários. Afastamento para estudo ou missão no exterior Concedida pelo Presidente da República ou chefe dos outros Poderes, para que o servidor ausente-se do país para estudo ou missão no CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 21 www.pontodosconcursos.com.br exterior. A licença não poderá ser superior a 4 anos. Terminado este período o servidor somente poderá solicitar novo afastamento após decorrido igual período ao do afastamento anterior. Afastamento para Participação em Programa de Pós-graduação Stricto Sensu no País O servidor estável poderá solicitar afastamento para cursar programas de mestrado e doutorado no país, desde que haja interesse da administração. O afastamento para programas de mestrado só poderá ocorrer após 03 (três) anos de exercício no órgão e para o doutorado após 04 (quatro anos), desde que não tenham se afastado para tratar de interesses particulares ou para licença capacitação nos dois anos anteriores à solicitação. Depois de concluído o programa para o qual foi liberado, o servidor deverá permanecer por igual período no órgão. 1.8 Concessões (art. 97 a 99) Ao servidor estudante será concedido horário especial, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição. O servidor poderá ausentar-se do serviço pelos motivos e prazos abaixo, sem desconto: I - por 1 (um) dia, para doação de sangue; II - por 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor; III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de : a) casamento; b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos. Também será concedido horário especial ao servidor Portador de necessidades especiais, sem necessidade de compensação. Há também a previsão para que, em caso de mudança, o servidor estudante obtenha matrícula em instituição congênere, na localidade para onde foi transferido. 1.9. Direito de Petição (art. 104 a 115) É o direito do servidor de pleitear, junto à administração, com o objetivo de obter uma informação ou esclarecimento de uma situação. CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 22 www.pontodosconcursos.com.br O requerimento deverá ser encaminhado à autoridade competente para decidi-lo por intermédio da chefia a que estiver imediatamente subordinado o servidor. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado. Os prazos aqui são de 5 dias para despacho e 30 dias para decisão. Ainda haverá possibilidade de recurso hierárquico (ao superior da autoridade que expediu o ato e para quem foi solicitada reconsideração). O prazo para interposição de pedido de reconsideração e de recurso é de 30 dias após a ciência da decisão. 1.10. Regime Disciplinar (art. 116 a 141) O art. 116 lista os deveres do servidor público, que para efeitos de concurso é bom listar: I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; II - ser leal às instituições a que servir; III - observar as normas legais e regulamentares; IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; V - atender com presteza: a) ao público em geral, prestando asinformações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo; VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; X - ser assíduo e pontual ao serviço; XI - tratar com urbanidade as pessoas; XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando- se ao representando ampla defesa. Já o art. 117 apresenta as proibições irei listar as proibições por tipos de penalidades aplicáveis a cada uma delas. Punidos com pena de Advertência: I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato; II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição; CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 23 www.pontodosconcursos.com.br III - recusar fé a documentos públicos; IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço; V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político; VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. Punidos com pena de Suspensão: XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias; XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho Punidos com pena de Demissão: X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; XV - proceder de forma desidiosa; XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares Cabe ressaltar que agir de forma desidiosa é agir com negligência, desleixo, preguiça no serviço público. CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 24 www.pontodosconcursos.com.br O parágrafo único deste artigo observa que a participação em gerência não constitui infração quando for exercida nos conselhos de administração e fiscal de empresa em que a União participe ou quando o servidor estiver afastado para interesses particulares, observada a legislação sobre conflito de interesses. Vejam esta questão da CESPE. (CESPE/ TRE BA/2009/ANALISTA JUDICIÁRIO- ADMINISTRATIVO) O servidor em gozo de licença para tratamento de assuntos particulares pode participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, bem como exercer o comércio. A afirmativa é CERTA! É a exceção tratada no art. 117 da lei 8112. Somente se estiver em gozo de licença para assuntos particulares pode o servidor participar de gerencia de empresa particular. O art. 132 tipifica os casos passíveis de demissão: I - crime contra a administração pública; II - abandono de cargo; III - inassiduidade habitual; IV - improbidade administrativa; V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; VI - insubordinação grave em serviço; VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; XI - corrupção; XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 25 www.pontodosconcursos.com.br O Art. 136 complementa: A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível. Vejamos uma questão da CESPE sobre o assunto acima (CESPE/ TRE BA/2009/ANALISTA JUDICIÁRIO- ADMINISTRATIVO) É proibido ao servidor retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da sua repartição. A afirmativa é CERTA! Esta é uma proibição punida com pena de advertência. Acumulação Ao servidor é proibida a acumulação remunerada de cargos públicos, excetos quando houver compatibilidade de horários nos seguintes casos: I. Dois cargos de professor; II. Um cargo de professor com outro técnico ou científico; III. Dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. Também não podem ser acumulados dois cargos em comissão, a não ser em caráter de interinidade (substituição). Quando investido em cargo em comissão o servidor que acumula licitamente dois cargos, ficará afastado dos dois cargos. Excepcionalmente pode-se acumular o cargo em comissão com um deles caso haja compatibilidade de horários. Responsabilidades O servidor responde civil, administrativa e penalmente por seus atos irregulares. Tais esferas são independentes e suas sanções poderão cumular-se. Importante notar que a responsabilização decorre de atos omissivos ou comissivos ( por ação do agente público), doloso ou culposo, ou seja, com intenção e sem intenção. CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 26 www.pontodosconcursos.com.br Em caso de prejuízo ao erário o servidor deverá reparar o prejuízo. Também é importante frisar que apesar das esferas de responsabilização serem independentes, há casos em que o trânsito em julgado interfere nas outras esferas. Por exemplo, a absolvição por negativa de autoria ou por inexistência do fato, acaba absolvendo-o nas outras esferas,em função da maio amplitude da investigação penal. Também a condenação penal, por atos do exercício da função, acarreta em condenação nas outras esferas. Já a absolvição penal por insuficiência de provas ou por ausência de culpabilidade, não interfere nas demais esferas, conforme pronunciamento do STF, na súmula 18. Penalidades Art. 127. São penalidades disciplinares: I - advertência; II - suspensão; III - demissão; IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;V - destituição de cargo em comissão; VI - destituição de função comissionada A advertência será aplicada por escrito. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e das demais proibições que não tipifiquem penalidade de demissão. O servidor que se recusar a se submeter a inspeção médica será punido com suspensão de 15 dias. A suspensão poderá ser convertida em multa, de 50% por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço. CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 27 www.pontodosconcursos.com.br PENALIDADES Prazo para aplicação das penalidades Prazo para recorrer das penalidades Direito de Petição Prazo para o cancelamento do registro das penas ADVERTÊNCIA • Descumprimento dos deveres (art. 116) • Desrespeito às proibições (art. 117 – incisos I ao VIII e XIX) 180 dias 120 dias 3 anos SUSPENSÃO OU MULTA (conversão da suspensão –servidor recebe 50%) • Desrespeito às proibições ( art. 117 – incisos XVII e XVIII) • Reincidência em pena de advertência 2 anos 120 dias 5 anos DEMISSÃO • Desrespeito às proibições (art. 117- incisos IX ao XVI). • Ato infracional previsto no art. 132 5 anos 5 anos ------ CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA CASSAÇÃO DE DISPONIBILIDADE • Aplicável nos mesmos casos de demissão • Aplicável quando o servidor não retornar o exercício no prazo legal 5 anos 5 anos ------ DESTITUIÇÃO DE FUNÇÃO DE CONFIANÇA DESTITUIÇÃO DE CARGO EM COMISSÃO • Aplicável nos mesmos casos das penas de suspensão e demissão 5anos 120 dias ------ Para aplicação de uma penalidade ao servidor, deve-se sempre assegurar o contraditório e a ampla defesa do servidor. Por isto, o ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar. O prazo para aplicação das penalidades refere-se ao prazo de prescrição descrito no art. 142. Este prazo começa a contar da data em que o fato se tornou conhecido. A contagem do prazo é interrompida com a abertura de sindicância e processo administrativo disciplinar. Encerrados estes procedimentos o prazo reinicia-se da contagem em que foi interrompido. CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 28 www.pontodosconcursos.com.br Se por fim a penalidade prescrever, a autoridade que der causa a esta prescrição será responsabilizada civil, penal e administrativamente, conforme os art. 121 a 126. O prazo para recorrer das penalidades está disciplinado no art. 110, referente ao direito de petição. O prazo para cancelamentos dos registros das penas está disciplinado pelo art. 131. Decorridos os prazos previstos deverão ser retirados dos registros funcionais dos servidores as anotações de advertência e suspensão, caso nenhuma outra infração tenha sido cometida no período. Ressalte-se que nos casos de prescrição da pena, será impossível a aplicação da pena administrativa, porém os fatos deverão ser registrados nas fichas funcionais dos servidores. (art. 170) 1.11. Processo Administrativo Disciplinar – PAD (art. 143 a 182) CARACTERÍSTIC AS SINDICÂN CIA PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR PROCEDIMENTO SUMÁRIO PENALIDADES Advertência e Suspensão até 30 dias Qualquer penalidade, sendo obrigatória a instauração nos casos de suspensão maior que 30 dias, demissão, cassação e destituição Demissão; cassação e destituição em decorrência de abandono de cargo, inassiduidade habitual e acumulação ilegal COMISSÃO Conforme regulamento Próprio 03 (três) servidores estáveis 02 (dois) servidores estáveis DURAÇÃO 30 dias + 30 dias 60 dias + 60 dias 30 dias + 15 dias FASES Se utilizada para aplicação da pena deverá adotar as mesmas fases do PAD 1. Instauração 2. Inquérito administrativo 2.1. Instrução 2.2. Defesa 2.3. Relatório 3. Julgamento 1. Instauração 2. Instrução Sumária 2.1. Indiciação 2.2. Defesa 2.3. Relatório 3. Julgamento CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 29 www.pontodosconcursos.com.br RITO SUMÁRIO O procedimento administrativo disciplinar em rito sumário é disciplinado pelo art. 133 e aplica-se aos casos de acumulação ilegal de cargos, abandono de cargo e inassiduidade habitual. É instaurado pela administração. O servidor é indiciado em no máximo três dias após a instalação da comissão (composta por dois servidores estáveis) e terá o prazo de cinco dias para apresentar defesa escrita. Para o caso de acumulação ilegal este procedimento é instaurado quando o servidor, notificado por sua chefia imediata para apresentar opção por cargo inacumulável, não o fizer no prazo de dez dias. Após a instalação da comissão o servidor ainda terá até o último dia do prazo de defesa para apresentar opção por um cargo, o que caracterizará boa-fé e configurar-se-á então em pedido de exoneração do outro cargo. Caso contrário restará configurada a má-fé e o servidor sofrerá a pena de demissão. Os outros casos são: Inassiduidade habitual - falta ao serviço interpoladamente por sessenta dias ou mais durante o período de doze meses; Abandono de cargo - falta ao trabalho por 30 dias consecutivos ou mais. Vejam esta questão da CESPE. (CESPE/ TRE BA/2009/ANALISTA JUDICIÁRIO- ADMINISTRATIVO) O rito sumário do processo administrativo disciplinar aplica-se apenas à apuração das irregularidades de acumulação ilícita de cargos públicos, abandono de cargo e inassiduidade habitual. A afirmativa é CERTA! São os únicos casos passíveis de procedimento sumário. SINDICÂNCIA (art. 143 a 146) É o procedimento de apuração de denúncias apresentadas à administração. Conforme explícita o art. 145, da sindicância pode resultar o arquivamento do processo, a aplicação de penalidade de advertência ou suspensão até 30 dias e instauração de processo administrativo disciplinar. Se durante a sindicância ficar provado que o ilícito deverá ser penalizado com suspensão acima de 30 dias, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo administrativo disciplinar. O prazo para apuração por parte da comissão de sindicância é de 30 dias prorrogáveis por mais 30 dias. A comissão de sindicância não tem CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 30 www.pontodosconcursos.com.br um formato especificado em lei. O regimento de cada órgão poderá regulamentar sua formação. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR – PAD (art. 148 a 182) A comissão do PAD deverá ser formada por três servidores estáveis. Não poderão participar da comissão de sindicância ou comissão do PAD servidores quês sejam cônjuges, companheiros ou parentes do acusado, até o terceiro grau. O processo disciplinar tem as seguintes fases: I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão; II - inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório; III - julgamento 1. Instauração Dá-se a instauração do PAD com a publicação da portaria de designação da comissão encarregada de proceder aos trabalhos de investigação. O PAD será conduzido por comissão composta por três servidores estáveis designados pela autoridade competente, dentre eles será escolhido o presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao indiciado. 2. Inquérito Administrativo 2.1. Instrução Caso tenha havido uma sindicância prévia à instauração do PAD, seus autos o integrarão como dado informativo. Na hipótese da comissão de sindicância concluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público, independente da imediata instauração do PAD. Na fase do inquéritoa comissão promoverá a tomada de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova. Pode recorrer-se a técnicos e peritos. Será indeferido o pedido de perícia, quando a comprovação do fato independer de conhecimento especial de perito. O servidor pode acompanhar todo o processo pessoalmente ou por meio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova pericial. O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa. CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 31 www.pontodosconcursos.com.br Concluídos todos os procedimentos, a comissão, de posse de elementos comprobatórios, decidirá se o servidor deverá ou não ser indiciado.Caso entenda que não, o processo será arquivado, do contrário, formulará a indiciação do servidor. A partir da indiciação o servidor deverá ser citado para que apresente defesa escrita. Prazos para apresentação de defesa escrita: a) Se houver apenas um indiciado, 10 dias contados da data de aposição de sua ciência na cópia da citação, ou, caso se recuse a assinar, conta-se o prazo da data declarada em termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com assinatura de duas testemunhas; b) Se houver mais de um indiciado, o prazo será comum a todos, de 20 dias, contados da data de ciência do últmo citado. c) O prazo para apresentação da defesa pode ser prorrogado pelo dobro, pelo presidente da comissão, caso sejam necessárias diligências para preparação da defesa. Desta forma, se houve somente um indiciado o prazo poderá ser de 30 dias (10+20) e se houver mais de um o prazo poderá ser de 60 dias (20+40); d) O prazo para defesa, quando a citação for feita por edital, será de 15 dias, contados da data da publicação do último edital. A citação por edital ocorre quando o servidor se encontra em local desconhecido e deve ser feita no DOU e em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio conhecido do servidor. 1.2 Defesa Devido ao princípio da verdade material (o que importa é a produção da verdade), caso o indiciado não apresente sua defesa escrita no prazo estipulado, não surge nenhuma presunção legal contra o servidor e, para defender o revel, a autoridade instauradora do processo designará um servidor como defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior. Desta forma sempre haverá defesa escrita. A revelia não possui efeito de confissão. 1.3 Relatório Analisados os elementos de defesa e os autos, a comissão elaborará relatório minucioso, em que resumirá as peças principais dos autos e mencionará as provas que basearam sua decisão. O relatório deve ser conclusivo quanto à inocência ou responsabilidade do servidor. 2. Julgamento Se houver penalidade a ser aplicada, o julgamento do processo deverá ser feito pela autoridade competente para aplicar essa penalidade. CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 32 www.pontodosconcursos.com.br A autoridade não está totalmente vinculada à conclusão do relatório, uma vez que verificado que o relatório contraria as provas do auto, esta poderá agravar a penalidade, abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade. O prazo para julgamento por parte da autoridade é de 20 dias. As autoridade competentes para julgamento são descritas no art. 141, conforme a pena a ser aplicada: Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas: I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade; II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias; III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias; IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de cargo em comissão Outra questão da FGV (FVG/SENADO/2008/ANALISTA LEGISLATIVO- ADMINISTRADOR) Em relação ao servidor estatutário federal, assinale a afirmativa correta. (A) Incorpora ao vencimento, após cinco anos, as parcelas relativas às indenizações. (B) Não se considera punido quando lhe é aplicada a medida de destituição de cargo em comissão. (C) Não tem direito à interrupção da licença para tratar de interesses particulares. (D) Tem direito à recondução quando é invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial. (E) É sujeito a demissão se pratica ato de improbidade administrativa. A alternativa correta é a letra E! Evidente, se o servidor pratica ato de improbidade administrativa tem de ser demitido! A alternativa A é errada! Indenizações não são incorporadas ao vencimento! A alternativa B é errada! Destituição de cargo em comissão é punição! A alternativa C é errada! Indenizações não são incorporadas ao vencimento. A alternativa D é errada! Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado decorrente de inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo ou reintegração do anterior ocupante do cargo. A definição dada refere-se a reintegração. CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 33 www.pontodosconcursos.com.br RECURSOS O direito de recorrer é assegurado pela previsão do direito de petição, discutido acima. Os prazos já esquematizei acima, no quadro com as penalidade e os prazos para recorrer destas. Vejamos a literalidade dos art.104 a 110. Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo. Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente. Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado. Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsideração de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias. Art. 107. Caberá recurso: I - do indeferimento do pedido de reconsideração; II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos. § 1o O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades. § 2o O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade a que estiver imediatamente subordinado o requerente. Art. 108. O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo da autoridade competente. Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato impugnado. Art. 110. O direito de requerer prescreve: I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho; II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei. Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da data da publicação do atoimpugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado. Favor rever o item Direito de petição para ver a diferença entre reconsideração e recurso. CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 34 www.pontodosconcursos.com.br REVISÃO DO PROCESSO O processo disciplinar poderá ser revisto a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando aparecerem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada. Essa revisão do processo não pode ser encarada como uma segunda instância administrativa, visto que só caberá se houver fatos novos. No processo revisional o ônus da prova é do requerente, ao contrário do PAD. Caso seja deferida a revisão do processo ( o juízo de admissibilidade compete ao Ministro de Estado ou equivalente), será constituída uma comissão revisora, a qual terá 60 dias, improrrogáveis, para conclusão dos seus trabalhos. O prazo para julgamento, pela mesma autoridade que aplicou a penalidade é de 20 dias. Da revisão não pode resultar agravamento da pena. Vamos à uma questão da FGV (FGV/TRE-PA/2011/ANALISTA JUDICIÁRIO) O servidor público federal é sujeito à disciplina legal diferenciada dos trabalhadores da iniciativa privada. O regime disciplinar do servidor público federal determina que , (A) a advertência será aplicada por escrito no caso de o servidor aceitar comissão, emprego ou pensão de Estado estrangeiro. (B) a demissão será aplicada nos casos de falta injustificada por mais de trinta dias interpolados, acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, corrupção e improbidade administrativa, entre outros. (C) a demissão ou a destituição de cargo em comissão em virtude de corrupção implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário. (D) a punição para o servidor que injustificadamente se recusar a ser submetido à inspeção médica determinada por autoridade competente é a suspensão por trinta dias, que pode ser convertida em multa. (E) a responsabilidade administrativa do servidor não será afastada no caso de absolvição criminal. Analisemos as alternativas A: Esta é uma infração punida com demissão, segundo inciso XIII do art. 117. B: A falta ao serviço por trinta dias consecutivos configura abandono de cargo e a inassiduidade habitual refere-se ás faltas interpoladas que somadas passem de 60, num período de doze meses. Portanto a alternativa está incorreta. C: Perfeito, é o que diz o art. 136 da 8.112/90 D: Errado. A punição para esta infração é de até 15 dias, podendo ser convertida em multa de 50% da remuneração do período. E: Errado. Se a absolvição for motivada pela comprovação da inocência, a esfera administrativa estará vinculada. Portanto, o gabarito da questão é a alternativa C. CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 35 www.pontodosconcursos.com.br Vamos a mais uma questão da FGV! (FVG/SENADO/2008/ANALISTA LEGISLATIVO- ADMINISTRADOR) Considerando-se o regime estatutário dos servidores públicos federais, é correto afirmar que: (A) o vencimento é a retribuição pecuniária composta por uma parcela de remuneração correspondente ao cargo público e por outra relativa às vantagens pecuniárias. (B) o servidor estável só perde o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou mediante processo administrativo no qual se lhe tenha garantido ampla defesa. (C) a única condição exigida para a aquisição do direito à estabilidade consiste no decurso de 3 (três) anos de efetivo exercício pelo servidor titular de cargo efetivo. (D) em caso de reincidência de faltas punidas com advertência, o servidor está sujeito à penalidade de suspensão, que, em nenhuma hipótese, pode exceder de noventa dias. (E) não é vedada a acumulação remunerada de cargo público com emprego exercido em fundação governamental de direito privado, desde que haja compatibilidade de horários. A alternativa correta é a letra D! Vimos em aula que a reincidência de faltas punidas com advertência pode resultar em suspensão, e esta não pode ser superior a 90 dias. A alternativa A é errada. Vencimento não é remuneração. Remuneração é a soma de todas as parcelas pagas ao servidor habitualmente. A alternativa B é errada. O servidor estável pode perder o cargo em virtude de reprovação em avaliação de desempenho, que irá gerar um processo administrativo e também por declaração de excesso de pessoal. A alternativa C é errada. Além dos três anos de efetivo exercício é exigido aprovação em estágio probatório. A alternativa E é errada. Esta é flagrantemente errada. Não se pode acumular cargo com emprego, a não ser as exceções previstas na constituição. Viram como uma questão cobra conhecimentos de vários aspetos da lei? Vejam esta outra questão da FGV (FGV/FIOCRUZ/2010/GESTÃO DO TRABALHO) De acordo com a Lei n. 8.112 de 11 de dezembro de 1990, assinale a opção incorreta: (A) a posse do servidor ocorrerá no prazo de 30 dias contados da publicação do ato de provimento. (B) o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício é de 30 dias, contados da data da posse. (C) ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 meses. (D) o servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa. (E) exoneração, aposentadoria e falecimento são formas de vacância de cargo público Vamos avaliar as alternativas : A: Correto. O prazo para a posse é de 30 dias após a publicação da nomeação em Diário Oficial. CURSO ON‐LINE – PROFESSOR MARCELO CAMACHO 36 www.pontodosconcursos.com.br B: Errado. O prazo para entrada em exercício após a posse é de 15 dias. C: Pessoal esta a banca considerou correto. De fato a Lei 8.112/90 menciona que o estágio probatório é de 24 meses. Porém, a Emenda Constitucional 19 /98 alterou o prazo de aquisição de estabilidade de 24 para 36 meses. Ora se a estabilidade só é adquirida após o estágio probatório criou-se um vácuo. O entendimento do executivo, através de parecer da AGU, TCU e Ministério do Planejamento é de que o estágio probatório é de 36 meses. Em 2008, a Medida Provisória 431 prometia dar fim a esta polêmica alterando o artigo 20 da lei 8.112, passando o prazo do estágio na lei para 36 meses, porém, infelizmente, o artigo da medida provisória não foi convertido em lei. Em recente julgado, porém, o STJ, adotou o entendimento de que o estágio probatório é de 36 meses (Terceira turma, Ministro Relator Felix Fischer). Desta forma esta assertiva também estaria incorreta e poderia provocar a anulação da questão. Apesar de muitos protestos e recursos, a questão não foi anulada. D: Correto. O servidor só perde o cargo em sentença judicial que não caiba mais recursos ou em processo administrativo disciplinar, em que seja garantida ampla defesa. E: Perfeito. As forma de vacância são: exoneração, demissão, promoção, readaptação, aposentadoria, posse em outro cargo inacumulável e falecimento. Sendo assim, segundo a banca, o gabarito é a alternativa B. 1.12. Seguridade Social (art.183 a 230) Aposentadoria As regras para aposentadoria sofreram mudanças em virtude da Emenda Constitucional 41/2003 As regras atuais para aposentadoria são: I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei, e proporcionais nos demais casos; II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de serviço; III - voluntariamente: Com provento integrais: a) aos 60 (sessenta ) anos de idade, se homem, e aos 55 (cinqüenta
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