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Escola Politécnica da Depto. de Engenharia Mecânica PMC-496 - Projeto Auxiliado por Computador (CAD/CAE) II Aluno: Fábio Pavan da Silva NUSP 942391 Professor: Marcos Barreto 07/12/ 1998 11.1.ATUADORES PNEUMÁTICOS Os atuadores pneumáticos convertem energia de pressão contida no ar comprimido em trabalho mecânico (pressão e vazão em força e velocidade). Estão divididos em dois grupos: - Os que produzem movimentos lineares; - Os que produzem movimentos rotativos. 11.1.1.LINEARES Os atuadores lineares são conhecidos como cilindros. As forças desenvolvidas pelo cilindro dependem de seu diâmetro e da pressão. Nos cilindros pneumáticos não existe a possibilidade de posicionamento infinito (em qualquer posição desejada). A figura 1, abaixo, indica a denominação das principais partes que compõem um cilindro pneumático: Figura 1 – Cilindro 1 – Mancal 2 – Guarnição de limpeza da haste 3 – Guarnição “U” Cup 4 – Haste 5 – Êmbolo 6 – Cabeçote traseiro 7 – Camisa 8 – Tirantes com porca parlok 9 – Tampa de fixação do mancal 10 – Válvula de controle de fluxo do amortecimento 11 – Colar do amotecedor dianteiro 12 – Cabeçote dianteiro As funções das principais partes são: Êmbolo: Proporciona a força oriunda do ar sob pressão; Haste: Transmite a força exercida pelo êmbolo até o ponto de aplicação; Camisa: É uma parte importante , devendo ser lisa, perfeitamente circular e com parede de espessura adequada para não permitir deformação com o manuseio e batidas sofridas em serviço; Tampas: Fecham as extremidades do cilindro, proporcionam meios de apoio e montagem; Guarnições: Previnem vazamentos; Tirantes: São usados para manter o conjunto, prendendo as tampas. As dimensões dos cilindros pneumáticos são da ordem de : - Diâmetro: 6 a 320mm; - Curso: 1mm até 2m; - Força: 2 a 50.000N; - Velocidade avanço: 0,02 a 1m/s . Alguns tipos diferentes de cilindros pneumáticos estão disponíveis: A – Cilindro de simples ação ou de simples efeito: Recebe esta denominação porque o ar comprimido age somente de um lado, permitindo exercer a força em um único sentido. Este tipo de cilindro possui somente um orifício por onde o ar entra e sai do seu interior, comandado por uma válvula. O retorno do pistão para sua posição normal , em geral , é efetuado por ação de mola (figura 2) ou força externa (figura 3). Quando o ar é exaurido , o pistão (haste +êmbolo) volta para a posição inicial. As principais características desse cilindro são: - Posição definida mesmo sem energia; - Força de avanço reduzida (aproximadamente 10%) devido à mola; - Maior comprimento; - Cursos limitados; - Baixa força de retorno (aproximadamente 10% da força de avanço) - A mola é peça adicional de desgaste. Figura 2 e 3 –Cilindro de simples ação Tais cilindros são utilizados para fixação, extração, acionamento de comportas e escotilhas, etc . B – Cilindro de dupla ação O cilindro de dupla ação utiliza o ar comprimido para produzir trabalho em ambos os sentidos de movimento (avanço e retorno). Entretanto, o fato das áreas efetivas de atuação da pressão serem diferentes devido a haste , a força de retorno é inferior a força de avanço. As principais características desse cilindro são: - Não é possível atuação de cargas radiais sobre a haste; - Haste de tamanho reduzido, para permitir uma suficiente elevada força de retorno; - Montagem simples. Figura 4 – Cilindro de dupla ação Os cilindros de dupla ação podem ser utilizados nas seguintes aplicações: Fixar, usinar, aproximar, selecionar, juntar, conformar, prensar, estampar, dobrar, vibrar, abrir e fechar escotilhas ou comportas, levantar, abaixar e bascular. 11.1.2.ROTATIVOS Os atuadores rotativos são comumente chamados de motores. Os motores pneumáticos são preferidos para instalações em ambientes úmidos, corrosivos, quentes, ácidos, explosivos, com predominância de pó, etc. Os principais tipos são: A – Motor Pneumático de Engrenagem Basicamente é constituído por um par de rodas dentadas e engrenadas, uma ligada ao eixo motor e a outra apoiada nos mancais internos. O momento de torção é gerado quando o ar comprimido atua sobre os flancos do dentes, forçando a rotação das engrenagens que podem ser de dentes retos ou helicoidais. Entre ambos existe pequena diferença: - Dentes retos – não permitem expansão do ar; - Dentes helicoidais – permitem expansão do ar. O momento de torção dos dois tipos permanece constante, porém o sistema helicoidal é mais silencioso. Figura 5 – Motor de engrenagens Tais motores trabalham numa faixa de potência de até 70 Kw e numa faixa de rotação de 1000 a 3000 rpm. Podem ser utilizados em acionamento de transportadores e bobinadeiras, bombas, torres giratórias, etc . B – Motor de palhetas Na alimentação, o ar comprimido é admitido pela tampa traseira do cilindro, sendo dirigido para o interior deste. A câmara do cilindro é limitada pelas faces do rotor e pelas tampas. O torque é desenvolvido pela expansão que sofre o ar comprimido, exercendo pressão contra a superfície das palhetas, que deslizam nas ranhuras do rotor acoplado ao eixo de transmissão. Com a expansão o rotor é obrigado a girar. Ao adquirir velocidade, as palhetas são mantidas encostadas contra a parede interna do cilindro pela ação de força centrífuga, criando sucessivas câmaras onde o ar atua. Chegando a um certo ponto da revolução, o ar é exaurido para a atmosfera e as palhetas são forçadas a voltar para o interior da ranhura do rotor. As principais características desses motores são: - Possibilidade de rotação à direita, à esquerda ou operação reversível; - As perdas por vazamento são inevitáveis, por isso o rendimento é limitado; - Reduzidos custos de manutenção, boa confiabilidade; - Deve ser lubrificado. Figura 6 – Motor de palhetas A faixa de potência de trabalho vai de 50w até 20Kw, e a faixa de rotação é de 200 até 80.000 rpm. Podem ser utilizados em ferramentas pneumáticas, aparelhos de elevação, agitadores, máquinas especiais entre outras. C – Motor de Turbina Formado por uma pequena turbina que utiliza toda a energia cinética transmitida pelo ar comprimido. A potência é obtida pelo aproveitamento da velocidade de circulação do ar. Sua gama de rotação é muito alta chegando a atingir de 250.000 a 400.000 rpm. Devido à alta velocidade, é difícil o ajustamento com as velocidades encontradas, por esta razão é geralmente empregado é geralmente empregado em trabalhos leves com equipamentos odontológicos e retíficas com altas velocidades. Figura 7 – Motor de turbina D – Motores de Pistão Podem ser de dois tipos: - Pistões Axiais; - Pistões Radiais. `=> Motores de pistões axiais Esse tipo de motor possui de 5 a 7 pistões, dispostos axialmente no interior de um bloco de cilindro, unidos a uma placa oscilante e a um eixo ranhurado que liga todo o conjunto com um sistema planetário de engrenamento. O ar comprimido admitido atua nas extremidades dos pistões que possuem movimento alternativo no interior do bloco de cilindros. A pressão atuante nos pistões faz com que estes reajam contra a placa oscilante, provocando rotação em todo o conjunto (bloco, placa oscilante e eixo ranhurado). Este conjunto transmite para o engrenamento planetário, transferindo um maior torque ao eixo de transmissão. => Motores de pistões radiais Figura 8 – Motor de pistões radiais Constituído de uma carcaça, onde existem de 4 a 6 cilindros (1) providos de pistões (2), posicionados radialmente e que estão ligados a um virabrequim através de bielas (3). O ar comprimido é distribuído aos cilindros por uma válvula rotativa (4), sendo conduzido por meio de canais (5).Noscilindros, o ar sofre expansão, pressionando os pistões para o seu ponto inferior e causando a transmissão do movimento. 11.1.3.A PNEUMÁTICA NA AUTOMAÇÃO As aplicações dos sistemas pneumáticos na automação abragem praticamente todas as atividades industriais conhecidas. Desde os simples mecanismos criados para a substituição de tarefas manuais, repetitivas e enfadonhas, melhorando a produtividade do processo e a qualidade do produto, até os sistemas de manipulação e robôs, nas modernas células flexíveis de manufatura, todos tem encontrado boas soluções na pneumática. A transição do trabalho manual para a produção plenamente automatizada, quer seja em empresas grandes, médias, ou pequenas, ocorre, na maioria das vezes através da Automação de Baixo Custo. Neste contexto a pneumática tem ampla contribuição a dar. Dessas, destacam-se a mecanização de tarefas manuais, a automatização ou semi- automatização de máquinas simples dos mais diversos tipos, a modernização de máquinas ferramentas e a construção de dispositivos que executam automaticamente sequências de tarefas simples ou mais complexas. As características que irão justificar o uso da pneumática em uma aplicação são: - Grande velocidade – o que permite obter dispositivos de montagem automática com alta repetibilidade. No entanto as forças aplicadas são limitadas; - Meio limpo – é utilizada, por exemplo, na indústria têxtil e alimentícia, onde não pode haver contaminação durante o processamento; - Não sensível as variações de temperatura – alta confiabilidade; - Custo relativamente baixo e fácil manutenção. A seguir são listadas várias tarefas, executadas por dispositivos pneumáticos, as quais, isolada ou combinadamente, constituem importantes ferramentas para a automatização de processos industriais. Figura 9 – Manipulador de peças de cinco eixos, com elementos pneumáticos Figura 10 – Encaixotamento ordenado, com atuadores lineares e garras pneumáticas Figura 11 – Furação automática de pequenas peças Figura 12 – Colocação rápida de frascos em pacotes, com atuadores lineares e ventosas Esquema , diagrama de passo e circuito de um dispositivo de fresagem. As modernas exigências de flexibilidade na programação de posições e de velocidades, exigidas nas máquinas CNC e nas células flexíveis de manufatura podem ser também atendidas combinando-se os comandos binários da pneumática tradicional com os acionamentos servopneumáticos ou da pneumática proporcional, que são muito rápidos, possuem boa precisão de posicionamento além das vantagens próprias dos componentes pneumáticos, quais sejam, construção modular e compacta, durabilidade, e flexibilidade de usos. As operações de manipulação de ferramentas, matéria prima e de peças acabadas ou semiacabadas são perfeitamente realizadas com os atuadores pneumáticos, inclusive na forma de robos pneumáticos. Em máquinas CNC para pequenos esforços, como por exemplo na indústria moveleira, a própria usinagem também é feita com acionamentos servopneumáticos. 11.2.ATUADORES HIDRÁULICOS Os atuadores hidráulicos convertem a energia contida no fluido hidráulico em trabalho mecânico. Podem ser lineares ou rotativos. 11.2.1.LINEARES Os cilindros hidráulicos seguem a mesma classificação dos cilindros pneumáticos, apresentando no entanto parâmetros diferentes destes. Os cilindros hidráulicos desenvolvem maior força, mas com velocidades menores. A – Cilindro de simples ação Neste cilindro a força age em uma única direção. O retorno é feito por mola ou por aplicação de força externa. Seu funcionamento é o mesmo do cilindro de simples ação pneumático. B – Cilindro de dupla ação No cilindro de dupla ação hidráulico o fluido hidráulico age dos dois lados do êmbolo, permitindo atuação de força tanto no avanço como no retorno. A força no retorno é menor que a de avanço devido a área da haste. Seu funcionamento é idêntico ao cilindro de dupla ação pneumático. 11.2.2.ROTATIVOS Os atuadores rotativos são os motores. Neles o fluido hidráulico “empurra” o motor desenvolvendo torque e movimento rotativo contínuo. Como ambos os pórticos dos motores podem, as vezes, ser pressurizados (bi-direcionais), a maioria dos motores hidráulicos é drenado externamente. Os motores hidráulicos são caracterizados de acordo com o deslocamento (quantidade de fluido que o motor aceitará por revolução), torque e limite de pressão máxima. Os principais tipos de motores hidráulicos são: A – Motor de engrenagens Seu funcionamento é o mesmo do motor de engrenagens pneumático, utilizando no entanto, fluido hidráulico na realização do movimento. São limitados à pressões de operação de até 140 bar. B – Motor de palhetas Num motor de palhetas, o torque se desenvolve pela pressão nas superfícies expostas das palhetas retangulares, que deslizam nas ranhuras de um rotor acoplado ao eixo. Existe ainda o motor de palhetas balanceado que devido à sua construção, permite o balanceamento das cargas laterais. C – Motor de pistões => Radiais: Apresentam os pistões dispostos radialmente. Trabalham com altas vazões e altas pressões. =>Axiais: Apresentam os pistões em linha. A transmissão do movimento pode ocorrer utilizando placa inclinada ou eixo inclinado. Os motores de pistões são os mais eficientes e geralmente tem capacidade tanto para altas velocidades, como para altas pressões. Devido à favorável proporção de alta força e baixo peso, esses motores são os mais usados em aplicações aero-espaciais. Os motores de pistão em linha (axiais) estão sendo cada vez mais utilizados em aplicações de máquinas-ferramenta assim como em equipamento móbil. 11.2.3.A HIDRÁULICA NA AUTOMAÇÃO O ar comprimido é compressível o que torna difícil realizar posicionamento exato utilizando sistemas pneumáticos. Além disto, as forças desenvolvidas na pneumática são limitadas. Assim quando deseja-se realizar automação de processos e máquinas que exijam altas forças ou posicionamento exato recorre-se a hidráulica. Como exemplos podemos citar: máquinas injetoras, prensas, máquinas para cunhagem e furação, tornos automáticos, máquinas operatrizes com avanço rápido e trabalho lento, etc. 11.3.BOMBAS E VÁLVULAS COMO ATUADORES EM PROCESSOS INDUSTRIAIS As válvulas utilizadas em processos industriais podem ser de 4 tipos: De bloqueio: São as que trabalham em condições de abertura ou fechamento total das passagens do fluido, bem como em posições intermediárias de abertura, fixadas através de comando externo. Sua operação pode ocorrer manualmente ou por dispositivos mecânicos, elétricos, pneumáticos, hidráulicos ou combinados. Alguns exemplos são: - Válvulas borboleta – O princípio de funcionamento constitui-se na rotação de um disco, em torno de um eixo perpendicular à direção de escoamento do fluido. São leves, compactas, com capacidade para grandes vazões de líquidos ou gases. São adaptáveis a comando remoto; - Válvulas esfera – Utilizada para bloqueio em linhas de uso geral, é caracterizada pela forma esférica do elemento de vedação. Oferece ótima estanqueidade, mesmo em alta pressão. Têm acionamento rápido. - Válvulas gaveta – Sua principal característica é a baixa perda de carga quando aberta. São empregadas em processos onde não há frequentes aberturas e fechamentos. Têm acionamento lento. - Válvula solenóide – Combinação de um solenóide (eletromagnético) com seu núcleo e uma válvula contendo um orifício no qual um disco de vedação é posicionado para interromper ou permitir a passagem de fluido. A válvula é aberta ou fechada pelo movimento do núcleo magnético De controle: Apresentam capacidade inerentepara a modulação de características do fluxo, como vazão, pressão e temperatura, sem intervenção manual. Um exemplo: - Válvulas de controle – Regulam a vazão de um fluido ( líquido, gás ou vapor), por meio do posicionamento relativo de uma peça móvel, que obtura a área livre de passagem do fluido; o deslocamento da peça móvel é promovido por um atuador em resposta a um sinal externo de comando, permitindo abrir, fechar ou manter em qualquer posição de seu curso, proporcionalmente ao sinal de comando. Auto-operadas: Apresentam o elemento sensor integrado internamente ao corpo da válvula. Alguns exemplos são: - Válvulas termostáticas – Destinam-se a medir, comparar e controlar a temperatura de processos, nos valores pré-ajustados. São compostas de um sensor primário de temperatura (bulbo termostático), o atuador térmico e o elemento final de controle (válvula). - Válvulas reguladoras de pressão – Mantêm a pressão a jusante da válvula constante . - Válvulas de alívio e segurança – Utilizada para proteger equipamentos, evita o aumento da pressão além de um certo limite. Ela utiliza a energia do próprio fluido para sua operação. Operam com vapor/gás e líquido. Combinadas: São as que devido à sua forma construtiva, podem apresentar, durante seu funcionamento, características de mais de um grupo. Como exemplo pode-se citar a válvula de controle de fluxo com retenção incorporada. Existe uma grande variedade de bombas que podem ser utilizadas em processos industriais. Algumas delas são: - Bombas Centrífugas Horizontais – São indicadas para bombeamento de líquidos limpos ou turvos e encontra aplicação preferencial em abastecimentos de água, na circulação de condensados, óleos térmicos etc. - Bombas Químicas – São bombas centrífugas especiais para bombeamento de produtos agressivos, orgânicos e inorgânicos, nas indústrias químicas e petroquímicas, em circuitos auxiliares de refinarias, nas indústrias de papel e celulose, açúcar e álcool, alimentícias, fibras sintéticas, etc. - Bomba de Processo – Indicada para instalações de refinarias, químicas e petroquímicas, na indústria de borracha e sintéticos, alimentação de caldeiras, circulação de água, etc. - Bomba Centrífuga Vertical com Rotor Tubular KVP – É apropriada para indústria química, alimentícia, bebidas, refinarias de petróleo, siderúrgicas, etc Cópias pedidas a diney777@gmail.com
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