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Resumo de Direito Constitucional para Concurso

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Resumo de Direito Constitucional 
para Concurso 
Retirado do Blog "Segredos de Concurso" – Autor Danilo Nascimento. 
 
 
O que é o Direito Constitucional
 
Para um bom resumo de Direito Constitucional, é preciso, antes de tudo, saber o 
que é Direito Constitucional. 
O Direito Constitucional é o ramo do Direito que expõe, interpreta e sistematiza 
os princípios e normas fundamentais do Estado. Tem por objeto o estudo do 
Poder, sua organização, estruturação, limitação. 
Conforme nos ensina o professor Miguel Reale (2002): 
“O Direito Constitucional tem por objeto o sistema de regras referente à 
organização do Estado, no tocante à distribuição das esferas de 
competência do poder político, assim como no concernente aos direitos 
fundamentais dos indivíduos para com o Estado, ou como membros da 
comunidade política.” - Miguel Reale. 
No conceito do professor José Afonso da Silva (2002), Direito Constitucional é o 
ramo do Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e 
normas fundamentais do Estado. Seu conteúdo científico abrange as seguintes 
disciplinas: 
 Direito constitucional positivo ou particular: é o que tem por objeto o 
estudo dos princípios e normas de uma Constituição concreta, de um 
Estado determinado, compreende a sistematização e crítica das normas 
jurídico-constitucionais desse Estado, configuradas na Constituição 
vigente, nos seus legados históricos e sua conexão com a realidade 
sociocultural. 
 Direito constitucional comparado: é o estudo das normas jurídico-
constitucionais positivas (não necessariamente vigentes) de vários 
Estados, preocupando-se em destacar as singularidades e os contrates 
entre eles ou grupo deles. 
 Direito constitucional geral: delineia uma série de princípios, conceitos e 
instituições que se encontram em vários direitos positivos, ou um grupo 
deles, para classificá-los e sistematizá-los numa visão unitária; é uma 
ciência que visa generalizar os princípios teóricos do direito constitucional 
particular e, ao mesmo tempo, constatar pontos de contato e 
independência do direito constitucional positivo dos vários Estados que 
adotam formas semelhantes de governo. 
No Direito atual, os poderes do Estado são estatuídos em função dos 
imperativos da sociedade civil, isto é, em razão dos indivíduos e dos grupos 
naturais que compõem a comunidade. Por outras palavras, o social prevalece 
sobre o estatal. Esta é a orientação seguida na Constituição de 1988, que está 
vigente no Brasil. 
De outro lado, se prevalecem à atenção dispensada aos órgãos estatais, 
segundo a forma de Estado adotada (Federação, ou Estado unitário) ou a forma 
de governo vigente (Presidencialismo, ou Parlamentarismo, por exemplo) os 
direitos individuais são tratados com grande amplitude. Não se determinam 
apenas os direitos de cidadania, mas também os direitos sociais, desde os que 
protegem a vida até os relativos à comunicação (Miguel Reale, 2002). 
Essa é a disciplina que estuda de maneira aprofundada e sistematizada as 
normas jurídicas, tendo como seu objeto de estudo a Constituição Federal. A 
Constituição é a norma de maior importância dentro do ordenamento jurídico 
brasileiro, todas as leis lhe devem obediência, por isso encontra-se sempre no 
topo da hierarquia das leis e demais atos normativos. 
DICA: anote o nome dos professores que vamos citando neste resumo de 
Direito Constitucional. Eles são referências para você aprofundar seus estudos. 
 
 
 
 
O que é uma Constituição
 
Constituição é a organização jurídica fundamental do Estado. Segundo o 
professor José Afonso da Silva (2002): 
“É um sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regula a 
forma de Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e exercício 
de poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua ação, os 
direitos fundamentais do homem e as respectivas garantias. Em síntese, a 
Constituição é o conjunto de normas que organiza os elementos 
constitutivos do Estado.” - José Afonso da Silva. 
Outro conceito é dado por Fábio Tavares Sobreira (2014): 
“As normas constitucionais são dotadas da característica da supra 
legalidade, uma vez que possuem grau máximo de eficácia ou de 
positividade, fator que as diferencia das demais normas que compõem o 
ordenamento jurídico. As normas infraconstitucionais devem guardar uma 
relação de compatibilidade vertical com as normas constitucionais, ou 
seja, os atos inferiores à Constituição devem estar em conformidade com 
ela, sobre pena de serem inconstitucionais.” - Fábio Tavares Sobreira. 
A Constituição da República Federativa do Brasil é a Lei fundamental e suprema 
do país, foi promulgada em 5 de outubro de 1988, isto é, a Assembleia 
Constituinte, formada por deputados e senadores eleitos pela população 
brasileira, escreveu e aprovou uma nova Constituição, que também pode ser 
chamada de Carta constitucional. 
Em sentido político, a Constituição de 1988 pode ser considerada o auge de todo 
o processo de redemocratização brasileiro. Ela é a sétima versão na história da 
República. A promulgação da Constituição de 1988 marcou o início da 
consolidação da democracia, após anos da ditadura militar. 
 
São avanços importantes da Constituição de 1988: 
 SUS como sistema único de saúde no país; 
 Voto facultativo para cidadãos entre 16 e 17 anos; 
 Maior autonomia para os Municípios 
 Garantia de demarcação de terras indígenas; 
 Lei de Proteção ao Meio Ambiente; 
 Garantia de aposentadoria para trabalhadores rurais sem precisarem ter 
contribuído com o INSS; 
 Fim da censura às emissoras de rádio e TV (peças de teatro, jornais, 
revistas, entre outros); 
 Redução do mandato presidencial de cinco para quatro anos. 
 
A Classificação das Constituições
 
Há diversas formas doutrinárias de se classificar as Constituições, sendo nesse 
momento apresentado quatro formas de se analisar suas características (Marcus 
Vasconcellos, 2011): 
 Quanto à origem: será outorgada quando imposta por um ditador ou um 
grupo de pessoas, sem a participação do povo (caso da Constituição 
brasileira de 1824); considera-se democrática (promulgada) quando 
elaborada com participação popular, na forma da democracia direta 
(plebiscito ou referendo) ou de democracia representativa, em que o povo 
escolhe os seus representantes – Assembleia Constituinte – e estes 
elaboram a Constituição. 
 Quanto à forma: será escrita (ou instrumental) quando formalizada por 
um órgão específico para o desempenho dessa tarefa, sendo codificada 
num documento escrito, único e solene; considera-se não escrita as 
normas constitucionais não elaboradas em momento determinado e 
específico, tampouco estão codificadas em documento único: são 
baseadas nos costumes, na jurisprudência (decisões dos tribunais), nas 
convenções. 
 Quanto à estabilidade: será imutável quando não puder sofrer 
modificações em seu texto; considera-se rígida quando exige um processo 
especial para modificação de seu texto, mais difícil do que o processo de 
elaboração das demais leis do ordenamento; entende-se 
como flexível quando permite modificação em seu texto pelo mesmo 
processo legislativo de alteração das demais leis; e, por fim, semirrígidas 
e exige um processo mais complexo para a alteração de parte de seus 
dispositivos, mas permite a mudança de certos dispositivos por 
procedimento simples. 
 Quanto ao conteúdo: será material (ou substancial) quando for o 
conjunto de normas constitucionais escritas ou costumeiras (regras 
elaboradas pelas práticas reiteradas de conduta social), inseridas ou não 
num documento escrito, que regulam a estrutura do Estado, a organização 
de seus órgãos e os direitos fundamentais, não admitido como 
constitucional qualquer outra matéria que não tenha conteúdo 
essencialmente constitucional;e, formal (procedimental) sendo o 
conjunto de normas escritas, hierarquicamente superior ao conjunto de leis 
comuns, independentemente de qual seja o seu conteúdo, isto é, estando 
na Constituição, é formalmente constitucional – é o documento escrito e 
solene oriundo da manifestação do constituinte originário. 
A Constituição Federal Brasileira de 1988 é classificada como: Promulgada, 
Escrita, Rígida e Formal. 
A partir de agora vamos entrar mais detalhadamente na Constituição Brasileira. 
Assim você poderá ter elementos mais específicos voltados para os diversos 
concursos públicos, o nosso foco neste resumo de Direito Constitucional. 
 
 
 
 
 
A Constituição Brasileira
 
Os princípios fundamentais apresentam a estrutura básica do Estado brasileiro – 
são suas vigas mestras. Estão previstos no Título I da Constituição Federal de 
1988 e compreendem: forma de governo, forma de Estado, regime político, 
fundamentos, separação dos poderes, objetivos fundamentais e princípios de 
relações internacionais. 
O artigo 1º da Constituição Federal de 1988 assim está redigido: “A República 
Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e 
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; os 
valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político”. As colunas 
básicas da Constituição Federal são: a Federação (forma de Estado) e a 
República (forma de governo). 
Vamos passar a analisar cada um deles, de forma bem simplificada, aqui em 
nosso Resumo de Direito Constitucional… 
Forma de Estado da Constituição Brasileira: Federação 
A Federação Brasileira é a forma mais íntima, perpétua e indissolúvel, que passa 
a constituir uma só pessoa de direito público. É formada pela união indissolúvel 
dos Estados, Municípios e Distrito Federal. Dessa formação surge a também a 
União. 
Isso porque, em um Estado federado, há repartição territorial do poder, gerando 
vários entes autônomos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal). 
 
 
De acordo com o professor José Afonso da Silva (2006): 
“O modo de exercício do poder político em função do território dá origem 
ao conceito da forma de Estado.” - José Afonso da Silva. 
Ainda, nas palavras de Pontes de Miranda (1999): 
“É uma forma de organização fundada na independência recíproca das 
províncias, que se transformaram em Estados-membros, elevando-se à 
categoria de Estados próprios, unicamente ligados pelo vínculo da mesma 
nacionalidade e da solidariedade dos grandes interesses da representação 
e da defesa exterior. É uma união de Estados que, no que se congregam, 
estatuem uma só pessoa de direito, ao qual se subordinam, através da 
União, conservada a sua autonomia.” - Pontes de Miranda. 
A forma federativa possui quatro características básicas (Marcus Vasconcellos, 
2011): 
 Descentralização política: em sua organização política, a República 
Federativa é formada pela União (ente central) e pelos Estados, Distrito 
Federal e Municípios (entes descentralizados). 
 Autonomia dos entes federativos: capacidade de autogoverno (o povo 
do respectivo ente federado escolhe os seus representantes); capacidade 
de autoadministração (há uma repartição de competências 
administrativas); capacidade de auto-organização (cada ente federado 
tem a liberdade, dentro dos limites constitucionais, de estabelecer a 
própria estrutura por meio de constituições estaduais e leis 
orgânicas); capacidade legislativa (cada ente federado tem poder para 
elaborar as próprias leis, dentro das regras de “repartição de 
competências” estabelecidas na CF). 
 Não se admite o direito de separação ou secessão. Um estado-membro 
não pode desligar-se dos demais entes federados. 
 Existência de um órgão legislativo que represente os estados-
membros na União. No caso, o Senado Federal, que representa os 
Estados e o Distrito Federal. 
Regime Político da Constituição Brasileira: Democracia 
(República) 
O parágrafo único da Constituição Federal deixa explícita a ideia de democracia 
como regime político adotado no Brasil: “Todo o poder emana do povo, que o 
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta 
Constituição”. 
Nesse sentido, o povo é a fonte primária de todo o poder. A democracia repousa 
na ideia de que o poder pertence ao povo, consagrando a soberania popular. A 
forma de governo tem como finalidade organizar politicamente um Estado, 
portanto são características básicas (Fábio Tavares Sobreira, 2014): 
 Representatividade: o povo escolhe seus representantes; 
 Eletividade: a escolha é feita através de voto, de eleições; 
 Periodicidade: o representante exerce mandato temporário (4 anos); 
 Responsabilidade: dever de probidade administrativa; 
 Soberania Popular: o poder emana do povo e por ele é exercido. 
São espécies de Democracia: 
1. Direta, na qual o povo decide diretamente as matérias, sem a existência 
de intermediários; 
2. Representativa, em que o povo elege seus representantes, que, em nome 
do povo, tomas as decisões; 
3. Semidireta (ou participativa), que é uma combinação das anteriores, pois 
há uma democracia representativa com mecanismos de democracia direta, 
por meio de plebiscito, referendo e iniciativa popular. 
No Brasil, adota-se a democracia semidireta. Apenas a fim de complementação, 
seguem algumas definições: 
 Plebiscito: A população é consultada sobre o que se deve fazer sobre 
certo assunto; 
 Referendo: A população é questionada sobre matéria legislativa já pronta; 
 Iniciativa Popular: Ocorre quando a população apresenta à Câmara dos 
Deputados projeto de lei. 
Fiquem atentos a esses conceitos, eles caem em vários concursos públicos. A 
depender do concurso que vá fazer, e da profundidade que exigem, o ideal é que 
você entenda melhor cada um deles (num concurso para juiz, por exemplo, é 
melhor ir muito além desse resumo de Direito). 
 
 
 
 
 
 
Princípios Fundamentais – Artigo 1º da Constituição
 
Embora este seja apenas um resumo de Direito Constitucional, acho 
imprescindível que o conteúdo tenha um olhar mais atento aos cinco primeiros 
artigos da Constituição Federal. Eles são fundamentais para entender Direito 
Constitucional no Brasil. Por isso, vamos lá! 
São fundamentos da República Federativa do Brasil, previsto na Constituição: 
1. A soberania; 
2. A cidadania; 
3. A dignidade da pessoa humana; 
4. Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
5. O pluralismo político. 
Explico cada um desses fundamentos. 
A Soberania é o poder político que detém o Estado para, internamente, impor a 
própria vontade e impedir a imposição de vontades externas. É um poder 
supremo e independente. Suas características são: unicidade (em um Estado 
não concorre mais de uma soberania); indivisível (apenas as funções do Estado 
é que são divisíveis); e, indelegável (não pode ser entregue a outro Estado). 
A Cidadania consiste no direito do cidadão de participar da vida política do 
Estado, bem como de usufruir dos direitos fundamentais do Estado. 
A Dignidade da pessoa humana determina que todos, independentemente de 
qualquer situação, têm de ser tratados de forma digna. A ideia central parte do 
disposto no inciso III do artigo 5º da CF, que determina que ninguém será 
submetido a tratamento desumano ou degradante. 
Os Valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa referem-se ao direito do 
trabalhador de escolher livremente seu trabalho, sendo-lhe garantida, ainda, uma 
remuneração digna, que assegure a ele e a sua família uma vida com um 
mínimo de decência. Já os valores da livre-iniciativa vinculam-se à ideia de que o 
empresário tem o dever de oferecer condições dignas de trabalho para seustrabalhadores. 
O Pluralismo político garante a todas as pessoas liberdade para a formação de 
opinião e para a conscientização acerca dos aspectos políticos de nossa 
República. 
Conclui-se que os fundamentos da República Federativa do Brasil são normas 
de eficácia plena, ou seja, são aquelas que não necessitam de nenhuma 
integração legislativa infraconstitucional, pois são dotadas de todos os elementos 
necessários à sua imediata e integral aplicação. Produzem todos os efeitos 
essenciais desde a entrada em vigor da Constituição. Nesse sentido, o professor 
José Afonso da Silva (2002) afirma: 
“São as que receberam do constituinte normatividade suficiente a sua 
incidência imediata. Situam-se predominantemente entre os elementos 
orgânicos da Constituição. Não necessitam de providência normativa 
ulterior para sua aplicação. Criam situações subjetivas de vantagem ou de 
vínculo, desde logo exigíveis.” - José Afonso da Silva. 
 
Separação dos Poderes: Artigo 2º da Constituição
 
Conforme dito anteriormente, o poder é uno e indivisível. No entanto dividem-se 
em suas funções. Para Marcus Vasconcellos (2011) constitui um sistema de 
freios e contrapesos (“checks and balances”), com a existência de um equilíbrio 
entre essas funções como uma garantia do povo contra arbítrios, desmandos e 
abusos. 
A fim de evitar a concentração do poder nas mãos de uma única pessoa ou 
órgão, foi necessário dividir as funções estatais (legislativa, executiva e 
judiciária). Os Poderes não podem ser independentes; devem harmonizar-se 
entre si. 
No entanto, para Fábio Tavares Sobreira (2014) cada um dos poderes exerce 
sua função típica e, excepcionalmente, as funções dos outros Poderes. Trata-se 
da “interpenetração dos Poderes”, ou seja: tanto o Legislativo quanto o Judiciário 
exercem atipicamente funções administrativas (executivas) quando, por 
exemplo, preenchem os cargos de suas secretárias, concedem férias a seus 
funcionários, etc (arts. 51, IV e 96, I, alínea “f”, ambos da CF). 
A separação dos Poderes, portanto, não impede que, além de sua função típica 
(preponderante), cada um dos Poderes exerça tipicamente funções 
aparentemente atribuídas com exclusividade a outro. A regra 
é indelegabilidade de funções de um Poder para o outro. Quando admite 
a delegação, a Constituição Federal o faz de forma expressa, a exemplo do 
artigo 68 (leis delegadas). 
De acordo com o artigo 2º da CF: “são Poderes da União, independentes e 
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. Vejamos cada um 
dos Poderes: 
 Poder Legislativo: legislar (elaborar normas gerais e impessoais) e 
controlar a atividade político-administrativa. Por exemplo, o Congresso 
Nacional julga anualmente as contas prestadas pelo Presidente da 
República). O principal papel do Poder Administrativo é elaborar leis, bem 
como realizar o controle político do Poder Executivo. No âmbito Federal, o 
Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, composto da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Por possuir duas Casas, o 
Legislativo é bicameral. Nos Estados, Municípios e Distrito Federal, o 
Poder Legislativo é unicamente composto por uma Casa, respectivamente 
a Assembleia Legislativa, a Câmara Municipal e a Câmara Distrital. Para 
entender o funcionamento do Poder Legislativo, os artigos 44 a 75 da CF 
explicitam os procedimentos adotados e seguidos por este. 
 Poder Executivo: executar as leis (administrar). Cumpre a esse Poder o 
exercício das chefias de Estado, de Governo e da Administração Pública 
Federal. A chefia de Estado tem por objetivo a função de representação do 
Estado Federal (República Federativa do Brasil) na comunidade 
internacional e da unidade do Estado, em nível interno. A chefia de 
Governo refere-se ao comando da máquina estatal e à fixação das metas 
e princípios políticos que irão ser imprimidos ao Poder Público. No âmbito 
estadual e do Distrito Federal, será exercido pelo Governador e no âmbito 
municipal, pelos Prefeitos. O Poder Executivo tem como atribuição 
principal a realização da função administrativa, ou seja, aprimorar, em 
nível infralegal, os comandos normativos. Para entender o funcionamento 
do Poder Executivo, os artigos 76 a 91 da CF explicitam os procedimentos 
adotados e seguidos por este. 
 Poder Judiciário: julgar e aplicar a lei diante da situação concreta. É 
composto do conjunto de órgãos do Poder Público que têm a função típica 
de aplicar a lei para solucionar litígios. Ao Poder Judiciário incumbe 
tipicamente a função jurisdicional, que consiste na solução de conflitos de 
interesses, através do devido processo legal. São princípios da jurisdição: 
inércia, indeclinabilidade, indelegabilidade, inafastabilidade, do juiz natural, 
do devido processo legal, entre outras. São órgãos do Poder Judiciário: o 
Supremo Tribunal Federal, Conselho Nacional de Justiça, Superior 
Tribunal de Justiça, Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais, 
Tribunais e Juízes do Trabalho, Tribunais e Juízes Eleitorais, Tribunais e 
Juízes Militares, bem como Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito 
Federal e Territórios. Para entender o funcionamento do Poder Executivo, 
os artigos 92 a 110 da CF explicitam os procedimentos adotados e 
seguidos por este. 
Este é outro ponto fundamental, que precisa de aprofundamento. A separação 
entre os poderes é um ponto chave no Direito Constitucional Brasileiro. Se for 
possível, não perca a oportunidade de se aprofundar para além do que trazemos 
neste resumo. 
 
Objetivos fundamentais: Artigo 3º da Constituição
 
Os objetivos fundamentais são os pontos a serem almejados pela República 
Federativa do Brasil. Devem constituir uma preocupação constante, até serem 
alcançados. São eles: 
1. Construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
2. Garantir o desenvolvimento nacional; 
3. Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais 
e regionais; 
4. Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, 
idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
Cada um desses pontos bem que pode ser cobrado em uma redação do seu 
concurso, não é mesmo? Que tal escrever sobre cada um deles? 
Princípios de Relações Internacionais: Artigo 4º da 
Constituição
 
A República Federativa do Brasil não é um Estado isolado do mundo. Mantém 
com outros Estados e organizações internacionais relações de ordem 
econômica, social, cultural, política. Tais relações são norteadas pelos seguintes 
princípios: 
1. Independência nacional; 
2. Prevalência dos direitos humanos; 
3. Autodeterminação dos povos; 
4. Não-intervenção; 
5. Igualdade entre os Estados; 
6. Defesa da paz; 
7. Solução pacífica dos conflitos; 
8. Repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
9. Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 
10. Concessão de asilo político. 
O parágrafo único do artigo 4º da CF: “A República Federativa do Brasil buscará 
a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, 
visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações”. 
Esses são outros pontos que passamos superficialmente aqui em nosso resumo 
de Direito Constitucional. Como nos outros casos já citados, aprofundar é muito 
importante! 
 
Direitos e Garantias Fundamentais: Artigo 5º da 
Constituição
 
Se você não está muito atento a essa altura do texto, mantenha o foco, pois 
agora entramos num dos pontos mais importantes deste resumo: os Direitos e 
Garantias Fundamentais. Isso cai muito em concursos! Muito mesmo! 
Os direitos fundamentais também são chamados de direitos humanos. São os 
direitos de todos os homens e mulheres. Sua finalidade é proteger o ser 
humano, por isso são essenciais à vida em sociedade. 
No entendimento de Fábio Tavares Sobreira (2014), os direitos fundamentais 
correspondem aosdispositivos de conteúdo declaratório que têm por fim o 
reconhecimento da existência do direito nele exprimido. As garantias 
fundamentais, por outro lado, são os mecanismos de efetivação dos direitos 
individuais (caráter instrumental), possuindo conteúdo assecuratório. As 
garantias abrangem os remédios constitucionais (Habeas Corpus, Habeas Data, 
Mandado de Segurança, Mandado de Injunção e Ação Popular), mas não se 
exaurem neles. 
A Constituição Federal de 1988 é a mais abrangente de todas, mas mesmo 
assim não foi exaustiva ao mencionar, em seu artigo 5º, um rol de 78 incisos 
referentes aos direitos fundamentais. Por isso, fala-se em direitos explícitos, 
expressamente previstos, e em direitos implícitos, que daqueles decorrem. Hoje, 
devido aos vastos dispositivos constitucionais, fica difícil identificar algum direito 
implícito. 
As características dos Direitos e Garantias Fundamentais são (Marcus 
Vasconcellos 2011): 
 Universalidade: destinam-se a todos, independentemente da condição 
econômica ou social; 
 Historicidade: resultam de uma evolução cultural da humanidade; 
 Limitabilidade: os direitos e garantias fundamentais não são absolutos, 
pois encontram limites em outros direitos; 
 Irrenunciabilidade: não se admite a renúncia a direitos fundamentais; 
 Inalienabilidade: os direitos fundamentais não podem ser negociados. 
Em todo o rol previsto no artigo 5º da CF, estão inseridos princípio da igualdade, 
princípio da legalidade, proibição à tortura, liberdade de pensamento, proibição 
da censura, inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da 
imagem, sigilo das comunicações, liberdade de profissão, direito ao acesso à 
informação, liberdade de locomoção, liberdade de associação, direito de 
propriedade, direito do consumidor, extradição, assistência jurídica, entre outros. 
 
Nacionalidade em Direito Constitucional
 
Vamos a mais um tópico importante deste resumo de Direito Constitucional: a 
Nacionalidade. 
Para Marcus Vasconcellos (2011), nacionalidade é o vínculo jurídico-político que 
liga uma pessoa a um Estado – é a qualidade de nacional. Constitui um direito 
fundamental, e cada Estado é soberano para definir suas regras. Basicamente 
são duas as formas de aquisição da nacionalidade: a originária e a secundária. 
 Primária: decorre do nascimento em determinado Estado. Essa forma 
obedece aos critérios de territorialidade (decorre do local do nascimento) e 
a ascendência (decorre dos laços de consanguinidade). A CF dispõe em 
seu artigo 12, inciso I, que são brasileiros natos aqueles nascidos na 
República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que 
estes não estejam a serviço de seu país. 
 Secundária: tem natureza bilateral, porque decorre de uma convergência 
de vontades, ou seja, quando um estrangeiro pede e o Estado concede ou 
não. A CF dispõe em seu artigo 12, inciso II, que são brasileiros 
naturalizados (a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade 
brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas 
residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; e, (b) os 
estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República 
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem 
condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. 
A nacionalidade é o pressuposto da cidadania. No entanto, apenas a presença 
da nacionalidade não torna o indivíduo cidadão. Para tanto é necessário o 
alistamento eleitoral. 
 
Direitos Políticos em Direito Constitucional
 
Os direitos políticos resumem-se no conjunto de direitos que regulam a forma de 
intervenção popular no governo, ou seja, possibilitam o exercício da soberania 
popular. Surgem diante de um Estado Democrático. No Brasil, a soberania 
popular está embasada no artigo 1º, inciso I, onde aparece como um dos 
fundamentos do Estado Democrático de Direito, e no artigo 2º, parágrafo único, 
ambos da CF. 
A democracia pode ser direta, quando o povo exerce, em nome próprio, o poder; 
indireta ou representativa, quando o poder é outorgado a representantes eleitos; 
e semidireta ou participativa, quando o Estado adota as duas formas. 
De acordo com o artigo 14 da CF, o Brasil adotou a democracia semidireta ou 
participativa. Ou seja, a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal, 
pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, 
mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular. São instrumentos por meio 
dos quais se garante ao povo, direta ou indiretamente, o exercício do poder, o 
direito de participar na vontade do Estado (Fábio Tavares Sobreira 2014). 
O Estado é a pessoa jurídica que tem como elementos básicos soberania, povo, 
território e governo. Representa a ideia de uma sociedade politicamente 
organizada em um limite territorial, com vistas ao bem-estar de todos. 
 
Organização do Estado em Direito Constitucional
 
A organização de um Estado guarda relação com a “forma de Estado”, que 
consiste na existência, ou não, de uma divisão territorial do poder ou, em outras 
palavras, de como é a organização política e a administrativa de um Estado. 
Conforme Manoel Gonçalves Ferreira Filho (2008), o Estado é composto por três 
elementos, a saber: o território, o povo e a soberania. O Estado é uma 
associação humana (povo), radicada em base especial (território), que vive sob o 
comando de uma autoridade (poder) não sujeita a qualquer outra (soberana). 
Para Marcus Vasconcellos (2011), o sistema federativo brasileiro apresenta as 
seguintes características: 
 Indissolubilidade do pacto federativo: não se admite o direito de 
secessão, ou seja, uma unidade federada não pode ser desligada das 
demais formando um Estado independente. 
 Representação senatorial: o Senado é o órgão de representação do 
Estado na formação da vontade geral da União. 
 Existência de guardião constitucional: o Supremo Tribunal Federal 
(STF) tem a missão de impor o respeito à Constituição Federal. 
 Não Intervenção: A regra geral é que um ente federal não pode intervir 
em outro. As hipóteses de intervenção estão previstas nos artigos 34 e 36 
da CF. 
 Capacidade de auto-organização dos entes federados: por meio de 
constituição estadual e lei orgânica municipal ou distrital. 
 Rigidez constitucional. 
 Repartição constitucional de rendas e competências. 
 
 
 
Finalizando o Resumo de Direito Constitucional
 
Chegando ao fim do nosso Resumo de Direito Constitucional, gostaria que você 
lembrasse de algumas coisas. 
A Constituição Federal é a Carta Magna, ou seja, a norma superior que deve ser 
observada e respeitada por todos, estando no topo de todas as outras normas 
existentes no Brasil. Tudo que não está em consonância aos seus termos, será 
considerado inconstitucional. Por isso é tão importante estudá-la. 
Como vimos, essa norma suprema trata sobre os direitos e garantias 
fundamentais, sobre a organização do Estado, sobre princípios que devem ser 
observados por todos, caracterizando-se como um norte para todas as relações 
pessoais, jurídicas e negociais do país. 
Se você quer ter solidez no seu entendimento do Direito, é bom iniciar com uma 
boa propriedade do Direito Constitucional. Tentamos lhe ajudar com isso neste 
resumo de Direito Constitucional. 
 
	Resumo de Direito Constitucional para Concurso
	Retirado do Blog "Segredos de Concurso" – Autor Danilo Nascimento. 
	O que é o Direito Constitucional/
	O que é uma Constituição/
	A Classificação das Constituições/
	A Constituição Brasileira/
	Forma de Estado da Constituição Brasileira: Federação
	Regime Político da Constituição Brasileira: Democracia (República)
	Princípios Fundamentais – Artigo 1º da Constituição/
	Separação dos Poderes: Artigo 2º da Constituição/
	Objetivos fundamentais: Artigo3º da Constituição/
	Princípios de Relações Internacionais: Artigo 4º da Constituição/
	Direitos e Garantias Fundamentais: Artigo 5º da Constituição/
	Nacionalidade em Direito Constitucional/
	Direitos Políticos em Direito Constitucional/
	Organização do Estado em Direito Constitucional/
	Finalizando o Resumo de Direito Constitucional/

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