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fisiologia do sistema circulatório I

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Fisiologia da circulação
(transcrição)
(Scheila Maria)
O sistema circulatório é o grande sistema de integração do nosso corpo, sistema de distribuição e logística.
Todo o transporte entre as células é feito através do SC, que tem como veiculo o sangue.
A função fundamental é propiciar o aporte de oxigênio as células e recolher o co² de forma que possa ser eliminado. Toda a oferta de nutrientes e recaptação das excretas e produtos de metabolismo que não devem se acumular.
Sistema extremamente dinâmico, grande quantidade de energia envolvida, energia cinética que permite com que haja a integração de todas as células.
O sistema endócrino só funciona porque o circulatório esta ali para transportar os hormônios
Composto por uma bomba motriz: coração. Gera a energia cinética responsável pela movimentação do sangue e os vasos, canais que vão transportá-lo por todo o corpo.
Os principais tipos de vasos são ARTÉRIAS, VEIAS E CAPILARES.
Artéria: vasos que conduzem o sangue que se afasta do coração, vasos eferentes ou vasos de condutância (pois a função é conduzir o sangue ao leito capilar)
Veia: vasos que se dirigem ao coração, vasos aferentes, vasos de condutância (trazendo o sangue de volta) e capacitância (capacidade de acomodar uma grande quantidade de sangue). O individuo em repouso tem mais sangue no sistema venoso 60% que no arterial.
Capilares: pequenos vasos, finos, vasos onde ocorrem as trocas sangue/interstício (vasos de troca).
Sangue capilar – parede do capilar – interstício – célula (Sangue. Produtos metabólicos fazem caminho inverso)
A circulação parte do coração (bomba motriz, centro do sistema circulatório, anatomicamente uma estrutura, mas funcionalmente são duas, direito e esquerdo. Muscular, contráctil, bombeia ritmicamente, formado por 4 câmaras. As câmaras de pressão mais baixa – superiores = átrios separados pela parede muscular septo interatrial.
Comunicando os átrios com os ventrículos temos válvulas, válvulas atrioventriculares. Lado direito = válvula tricúspide, lado esquerdo = válvula mitral.
A função primordial de todas as válvulas é manter o fluxo unidirecional do sangue. Sempre manter em uma direção. 
A válvula tricúspide se abre para a passagem do sangue do átrio direito para o ventrículo direito, mas no momento que o ventrículo direito se contrai o sangue n pode voltar então a válvula se fecha para impedir o refluxo. (o mesmo ocorre no lado esquerdo).
Partindo, saindo do ventrículo direito há a artéria pulmonar, levando o sangue para fora do coração, e do lado esquerdo, saindo do ventrículo esquerdo há a artéria aorta, maior artéria do corpo. (vasos eferentes)
Vindo para o coração, veias. Do lado direito, duas grandes veias, que desembocam trazendo sangue pra o átrio direito. Veia cava superior traz o sangue da porção superior do corpo e a veia cava inferior, trazendo o sangue da parte inferior do corpo.
Voltando para o átrio esquerdo, tenho 4 veias, as veias pulmonares, trazendo o sangue de volta para o coração = vasos aferentes
Há outros mecanismos que garantem a circulação: a musculatura esquelética se contraindo ordenha o sangue pelas veias, as válvulas venosas garantem que o sangue não vai efluir. (Quando as válvulas entram em colapso = insuficiência venosa = varizes = veias dilatadas por que as válvulas são incompetentes e o sangue vai e volta). Outro mecanismo é a respiração, gera uma pressão negativa no tórax que aspira o sangue vindo das veias cavas superior e inferior.
DIVIDIR O CORAÇÃO: O sangue do lado direito trabalha a baixas pressões. As pressões do lado direito do coração são mais baixas que do lado esquerdo, que são altas pressões. 
Em situações fisiológicas normais o sangue do lado direito não se mistura com o sangue do lado esquerdo. O septo interatrial e interventricular são fechados = não passa sangue. 
Quando o sangue sob baixa pressão sai do ventrículo direito pela artéria pulmonar ele se divide para os pulmões, baixo teor de oxigênio, pressão parcial de O² baixa por que o corpo já consumiu o que pôde no seu metabolismo aeróbico. O sangue, então venoso, retorna para o lado direito do coração. 
A partir do VD, será bombeado em direção artéria pulmonar. Entre o VD e a artéria pulmonar há a válvula semi lunar ou sigmoide pulmonar ou válvula pulmonar. (tanto a válvula pulmonar como a aórtica são semilunares ou sigmoides) 
As três são válvulas tricúspides. São três folhetos que se abrem e o sangue passa e depois se fecham para que este não volte. 
Do VD a válvula pulmonar se abre, o sangue é ejetado pela artéria pulmonar e vai para uma circulação de baixa pressão que é chamada circulação pulmonar.
A artéria pulmonar se ramifica ate chegar o nível dos capilares pulmonares que estão em íntima relação com os alvéolos pulmonares que são câmaras de ar. Ao passar por esse alvéolos realizam as trocas gasosas = hematose. A hematose ocorre devido a diferença das pressões parciais, ocorre a entrada de O² e saída de CO²
Essa circulação que começa na artéria pulmonar, passa pelos pulmões, torna no sangue oxigenado e retorna ao átrio esquerdo através das veias pulmonares = circulação pulmonar, baixa pressão, trânsito pequeno [artéria pulmonar (sangue venoso) – veias pulmonares (4, duas superiores e 2 inferiores = sangue arterial)].
Do átrio esquerdo passa para o VE através da válvula mitral e do VE já tenho sangue sobre alta pressão 
A resistência dos vasos pulmonares do lado direito é baixa, por isso as pressões são baixas. Já a resistência dos vasos sistêmicos é alta, então o coração esquerdo bombeia contra alta resistência gerando alta pressão.
Através da válvula aórtica o sangue sai do VE para a aorta. A válvula se abre e o sangue passa, depois se fecha e então este vai para a circulação sistêmica.
As artérias vão gradativamente se ramificando, diminuindo seus calibres e se espalhando para a intimidade dos tecidos, capilares sistêmicos = grande circulação ou circulação sistêmica.
Ao nível dos capilares sistêmicos ocorrerão todas as trocas necessárias e o sangue retorna para as veias
A medida que o sangue vai progredindo e os vasos se ramificando e diminuindo o calibre existirá um atrito cada vez maior entre o fluxo e a parede do vaso que vai consumindo a energia e isso se traduz em uma queda de pressão ao longo do sistema. Então quando o sangue chega nas veias, a pressão já esta menor.
Então o sistema venoso e a pequena circulação são de baixa pressão e a grande ou sistema de alta pressão
A circulação pulmonar e a sistêmica são conectadas em série. Qualquer interrupção em qualquer ponto reflete em toda a circulação. Se eu promover uma obstrução a nível da aorta, a pressão aumenta no ventrículo esquerdo que vai se transmitir para átrio esquerdo – veias pulmonares – circulação pulmonar – VD – AD – veias sistêmicas (sequencialmente)
Segmentos da circulação estão em paralelo. A aorta e os ramos individualmente estão se comunicando em paralelo, porém a circulação sistêmica – grandes vasos – coração – circulação pulmonar, estão posicionadas em série. 
CORAÇÃO: Então o coração é um sistema muscular que tem automatismo, tem um sistema elétrico próprio, é um órgão automático, tem a capacidade de gerar seus próprios potenciais de ação que vão percorrer seus músculos, seu sincício funcional levando aos seus mecanismos de excitação e contração fazendo com que o coração se contraia automaticamente, sem estímulos externos. O coração não precisa de nervos motores como a musculação esquelética.
O que o coração sofre é modulação do SNC. Existe o simpático que estimula, aumenta a frequência cardíaca e a força de contração e o parassimpático, que tem efeito contrário.
Emoção: sistema nervoso se comunicou com o coração através do sistema nervoso autônomo e modulou aquela reação.
O que faz com que o coração funcione é a presença de células automáticas e de células especializadas em condução = sistema excito-condutor cardíaco. 
O primeiro elemento que compõe o sistema excito-condutor é uma estrutura que fica junto da desembocadura da veia
cava superior, átrio direito = nó sinusal ou nó sinoatrial, ou NS
O NS é o marca passo natural do coração, estrutura responsável pela geração rítmica dos batimentos cardíacos. As células do nó sinusal, as células P (passemaker) são as células de todo nosso coração que tem a maior concentração de canais IF. Portanto são as que despolarizam com mais frequência (não são as únicas automáticas, mas são as que despolarizam mais frequentemente). Por isso o nó sinusal comanda o tempo cardíaco, pois a frequência das outras células é menor, então não dá tempo assumirem o ritmo. Seu automatismo é inibido, pois antes que despolarizem espontaneamente já recebem o potencial gerado pelo nó sinusal.
O NS é a estrutura responsável pelo ritmo cardíaco normal. A frequência de despolarização de uma célula P é em torno de 100 potenciais por minuto. Porém a frequência cardíaca é extremamente variável. Aqui entra a modulação do SNA. As células isoladamente possuem capacidade de gerar esse valor de frequência, porém sofrem estímulos externos. EX: estímulo do simpático através da noroepinefrina aumenta a disponibilidade de canais IF e aumenta a frequência cardíaca, a frequência de despolarizações. Por outro lado o estímulo do parassimpático através da acetilcolina diminui a frequência cardíaca
Quem faz com que a frequência cardíaca seja variável é a modulação através do SNA, mas tem capacidade de se despolarizar espontaneamente numa média de 100/min.
As células P estão em íntimo contato com células transicionais que estão ligadas diretamente as células contrácteis do miocárdio através dos discos intercalares
O impulso no nó sinusal vai despolarizar as células atriais uma atrás da outra através dos discos intercalares, onda de despolarização que se assemelha a uma onda concêntrica como uma pedra na água.
A onda de despolarização vai progredir para o átrio direito, para o septo interatrial depois átrio esquerdo.
Além dessas células contrácteis que vão transmitir o potencial de ação ainda existem feixes de células especializadas em condução = feixes internodais. Capacidade maior de condução e menor de contrair-se. Geralmente são 3, 3 feixes internodais.
As células que compõem os feixes internodais em sua maior parte são as células de Purkinje. As células de Purkinje em todo o nosso coração são as células que conduzem o impulso com maior velocidade, portanto são células de maior diâmetro, fundamentalmente elétricas, com pouquíssimos sarcômeros no interior, pouca capacidade contráctil. 
A partir dos 3 feixes internodais (anterior, médio e posterior) o impulso vai em altíssima velocidade.
O potencial de ação que se originou no nó sinusal vai percorrer com duas velocidades, uma mais lenta, do átrio despolarizando célula à célula contráctil e a outra (como uma auto pista), ultra rápida, 3 feixes vão conduzir o impulso do nó sinual direto para uma outra estrutura entre os átrios e ventrículos = nó átrio ventricular (nó AV). É transmitido em alta velocidade de um nó para outro
Na estrutura do coração existe um esqueleto/tecido fibroso no qual os músculos estão inseridos. Os elementos principais desse esqueleto são dois anéis que ficam no lado esquerdo e direito = anéis fibrosos cardíacos: mitral, esquerdo, no qual está inserido a válvula mitral e o tricúspide do lado direito. 
Esses anéis fibrosos, toda a musculatura atrial e ventricular converge para eles e está inserido neles de forma que o potencial que é transmitido célula a célula nos átrios não passa direto para os ventrículos, esbarra nos anéis que são isolantes. O único caminho fisiológico NORMAL do potencial passar do átrio para o ventrículo é através do nó AV.
As celular P são pequenas, com diâmetros pequenos, grande capacidade de gerar potencial, mas pouca capacidade de condução. As células automáticas, de resposta lenta, tem uma condução lenta. Mas quando chegam nas células de Purkinje, nos feixes internodais pegam a autopista (6 faixas), indo em altíssima velocidade até o nó AV que é constituído também de células lentas. Vem em 3 pistas de 6 faixas e então convergem pra uma só, o impulso sofre então um retardo = condução decremental.
Existe uma decremento, uma quebra na velocidade da condução. Esse retardo é essencial para o funcionamento do coração, pois a contração dos átrios e ventrículos não é simultânea. Se o impulso passasse em alta velocidade, teríamos átrios e ventrículos contraindo simultaneamente. O retardo é de cerca de 0,12 segundos.
A constituição principal de todo sistema excito-condutor, exceto as células de resposta lenta, são células de Purkinje. Tem Purkinje em cima e em baixo. Vão pelos feixes até a intimidade muscular. A última célula a se despolarizar antes da primeira muscular é Purkinje.
Partindo do nó atrioventricular vem um feixe calibroso que penetra no septo interventricular = feixe de His.
O feixe de His já é um feixe que conduz em altíssima velocidade e é em sua constituição células de Purkinje, o que garante a velocidade de condução no feixe de His. Se bifurca e envia dois ramos que descem pelo septo e sobem pela parede livre do ventrículo (ramo direito e ramo esquerdo). O conjunto feixe de His + ramos = conjunto de His-Purkinje. 
O ramo esquerdo se divide em dois e levam o impulso até a intimidade das células contrácteis de forma que essa ramificação é tão intensa. A grande maioria das células contrácteis musculares fazem sinapse elétrica com as células Purkinje, pois estas que vão entregar o impulso para as células musculares que estão em sinapse elétrica umas com as outras e vão se despolarizar
Os átrios se despolarizam, depois se repolarizam, os ventrículos se despolarizam e depois repolarizam.
O nó sinusal não é a única célula naturalmente automática. As células do no AV também tem automatismo, são também células de resposta lenta, mas se despolarizam com menor frequência, cerca da metade do automatismo da célula P. A célula do nó AV tem 50 potenciais por minuto.
As células que compõe o feixe de His e seus ramos (purkinje) são células de resposta rápida, mas tem uma instabilidade.
O potencial da célula de Purkinje é assim: DESENHO
Não são todas igual, algumas tem um automatismo maior. Quanto mais próximo do nó AV, maior a frequência de despolarização automática. A medida que se afasta do nó AV em direção as células de purkinje terminais diminui o automatismo.
Existem muitas células automáticas no coração, é fácil de entender o motivo: Se o nó sinusal é o marca passo natural e se todos os impulsos que nascem lá, despolarizam o átrios e só chegam no ventrículo através do nó AV, o que acontece se adoecer o nó AV? As outras células que tem automatismo abaixo do ponto de lesão irão assumir, vão passar a se despolarizar.
Bloqueio atrioventricular total (BAVT): Há uma lesão que impede que o potencial dos átrios chegue aos ventrículos. O coração continua batendo com frequência dependendo da altura da lesão. EX: se a lesão é no próprio nó AV, uma parte consegue assumir. Em destruição completa, as células do His assumem, ou se tiverem lesionadas também, as células de Purkinje terminais logo abaixo assumem. E quanto mais baixo, menor a frequência pois quanto mais se afasta do nó AV, menor o automatismo = mecanismos de defesa do coração. 
O coração tem propriedades exclusivas:
Automatismo
Cronotropismo = capacidade de ajustar a sua frequência de acordo com as necessidades fisiológicas. O coração não tem uma frequência fixa, a frequência varia imensamente a cada minuto. Na verdade, temos uma variabilidade interbatimento. Se você analisar os batimentos sequencialmente, o tempo de um batimento para o outro e depois para o outro varia na ordem de milissegundos. Essa variabilidade é fisiológica, é um cronotropismo normal. Simpático e Parassimpático estão em equilíbrio perfeito. Estudos mostram que quando perde essa variabilidade, riscos de arritmias e morte súbita. Então o cronotropismo é essa capacidade que o coração tem e que depende da modulação do SNA.
Inotropismo: capacidade de ajustar a força de contração. Lembrar
que na musculatura esquelética a força de contração é ajustada de acordo sua necessidade. Um estímulo do SNS aumenta a força de contração, SNP diminui. O aumento da frequência cardíaca através do fenômeno de escada (Treppe).
Droga inotrópica positiva = medicação que aumenta a força de contração do coração. Inotrópico negativo = diminui a força de contração. Cronotrópico positivo = aumenta a frequência cardíaca. Cronotrópico negativo = diminui a frequência cardíaca
Dromotropismo: condutibilidade do potencial elétrico, capacidade que as células e o sistema excito-condutor tem de conduzir o potencial. Quanto mais rápido, maior o Dromotropismo. Drogra dromotrópica negativa: bloqueia, diminui a condução. Droga que aumenta a velocidade de condução = droga dromotropica positiva.
Lusitropismo: relaxamento do músculo cardíaco. Tem gasto de energia, bombas iônicas de recaptação, bomba de cálcio. Para que o coração relaxe precisa de energia. Quando se compromete a oferta de O² o relaxamento fica comprometido, relaxa mais lentamente, o coração fica mais duro. Droga que faz com que o coração relaxe mais rápido = lusitrópico positivo. Se o fenômeno compromete o relaxamento = efeito lusitrópico negativo.

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