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Avaliação da Bacia e Parto

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P7M1
Termos desconhecidos
Apgar: consiste na avaliação por um pediatra de 5 sinais objetivos do recém-nascido,
atribuindo-se a cada um dos sinais uma pontuação de 0 a 2
1- Compreender o mecanismo e os fatores que favorecem o parto vaginal.
Anatomia da pelve
A pelve/bacia é dividida em duas porções: a pelve maior e a pelve menor/pelve obstétrica,
sendo estas separadas por uma linha inominada. A pelve é formada por quatros ossos e
três articulações sendo eles:
Sacro: Localizado entre os ossos ilíacos e articulado a eles por meio da articulação
sacroilíaca. Juntamente com a vértebra L5 constitui o ângulo sacrovertebral. Sua fase
anterior é voltada para a pelve, é côncava e apresenta variações anatômicas de acordo com
a bacia. cóccix: É formado pela fusão de quatro vértebras rudimentares e está unido ao
sacro por meio da articulação sacrococcígea, que apresenta grande mobilidade durante o
parto. E dois ilíacos: Cada osso ilíaco é formado pela fusão dos ossos ílio, ísquio e púbis,
processo se finda 15/16 anos de idade. Na face lateral externa, a ossificação desses três
ossos gera uma depressão articular denominada acetábulo, que é o ponto de articulação da
pelve com os membros inferiores.
● Ílio é está na região mais superior da pelve, é o maior dos ossos pélvicos e possui
uma crista e quatro ângulos(espinhas).
● Ísquio é o osso póstero inferior, encontra-se medialmente à espinha isquiática, ponto
de reparo importante na avaliação da descida fetal durante o trabalho de parto.
● O Púbis é o osso anterior do quadril possui ramos inferior e superior que sustenta o
corpo púbis, que se articular com o púbis contralateral (sínfise púbica).
A bacia menor é limitada lateralmente pelas fossas ilíacas internas, posteriormente pela
coluna vertebral e anteriormente com os músculos da parede anterior do abdome. Para o
estudo da bacia consideram-se os diâmetros transversal (biespinha, da linha espinha ilíaca
anterossuperior ao lado posto e mede 24cm e bicrista, que vai do ponto mais alto da crista
ilíaca até o lado oposto medindo 28cm) e anteroposterior(diâmetro de baudelocque vai da
fosseta situada abaixo do processo espinhoso da sétima vértebra lombar (L5) até a borda
superior da sínfise púbica e mede 20cm).
O estreito superior apresenta 6 tipos de diâmetros. O de menor interesse é o diâmetro
promonto suprapúbico (conjugata vera anatômica) e mede 11 cm. O de maior interesse
mede de 10,5/11cm é o diâmetro promontopúbico mínimo. É que constitui o verdadeiro
diâmetro útil, pois por ser mais curto pode impedir a passagem da apresentação. Estreito
médio: É delimitado no sentido posteroanterior pela concavidade do osso sacro. o
sacromediopúbico (anteroposterior), que vai do meio da concavidade do osso sacro (S4/S5)
até o meio da face posterior da sínfise púbica, medindo 12 cm. o bi-isquiático (transverso),
que se estende de uma espinha isquiática à outra, mede 10,5 cm e é o ponto de maior
estreitamento do canal de parto. os transversos podem ser máximo, que medem entre
13/13/5 cm e se estendem do ponto mais afastado da linha inominada de um lado à linha
do lado oposto e médio que se estende na mediana da conjugata vera anatômica e mede
12 cm. Os oblíquos/insinuação, variam em primeiro e segundo, medem 12cm, vão de uma
eminência iliopectínea de um lado à articulação sacroilíaca contralateral. O estreito inferior:
É delimitado, no sentido posteroanterior, pela ponta do cóccix e estende-se pela borda
inferior do grande ligamento sacroisquiático, pela face interna da tuberosidade isquiática e
pela borda inferior do ramo isquiopúbico, até atingir a borda inferior da sínfise púbica. Existe
o diâmetro sagital posterior de 7,5cm. o diâmetro cóccix-subpúbico, que se estende da
ponta do cóccix à borda inferior da sínfise púbica e mede 9,5 cm, é de interesse obstétrico
e, na fase final da expulsão fetal após a retropulsão do cóccix, amplia-se em 2 a 3 cm,
recebendo o nome de conjugata exitus. E o diâmetro transverso se situa entre as duas
faces internas da tuberosidade isquiática, mede 11 cm e é chamado de bituberoso.
Tipos de bacia: A raça, às condições socioeconômicas, a atividade física, as
características nutricionais da infância e da adolescência, além do habitat, interferem na
formação da bacia
Basicamente, o exame da bacia se resume à avaliação dos diâmetros (pelvimetria) e da
morfologia pélvica (pelvigrafia). Deve-se ser realizada preferencialmente próximo ao termo
para incluir as modificações gravídicas. a pelvimetria externa se resume à medida do
diâmetro bituberoso do estreito inferior; e a pelvimetria interna, à medida da conjugata
diagonalis para o estreito superior. A pelvigrafia externa avalia o ângulo subpúbico e a
interna, o arco anterior do estreito inferior além do diâmetro cóccix-subpúbico, que
aumentará cerca de 1,5 cm se a retropulsão do cóccix ocorrer de forma satisfatória.
Fatores que favorecem o parto vaginal
Até a 28 semana de gestação as contrações predominantes são do tipo A e depois disso
torna-se mais frequente a ocorrência de contrações do tipo B, popularmente conhecidas
como Braxton Hicks. Essas provocam distensão do segmento inferior do útero e pequeno
grau de encurtamento cervical, justificando a diminuição do volume do abdome nessa fase
(queda do ventre), além de não provocar dor esses tipo de contração não apresenta um
ritmo de incidência.
O diagnóstico do trabalho de parto é feito através da constatação de contrações uterinas
regulares e que modificam a cervical progressiva, quando a dilatação atinge 2 cm. As
contrações iniciam na parte superior do útero e progridem para o segmento inferior, à
medida que progridem também reduzem a sua intensidade.
● Na fase da dilatação → 2-3 contrações em um intervalo de 10 minutos.com
intensidade de 30mmHg.
● Na fase expulsiva → 5 contrações em um intervalo de 10 minutos, intensidade de 50
mmHg.
Após a expulsão fetal o útero terá contrações indolores que resultaram na impelidação da
placenta, elas ocorrem para auxiliar na dequitação e hemostasia. Tal fenomenos é chamado
de miotamponamento determina a laqueadura viva dos vasos uterinos e faz com que o
útero fique devidamente contraído.
Aspectos químicos envolvidos no parto
● A progesterona consolida ligações de cálcio no retículo sarcoplasmático reduzindo a
fração livre disponível de cálcio intraccelular e elevando o limiar de excitabilidade da
fibra miometrial. Assim o útero torna-se quiescente.
● Na forma reversa do processo, ou seja, as prostaglandinas também modulam o fluxo
de cálcio via alterações na permeabilidade da membrana celular, levando ao
aumento intracelular de cálcio e favorecendo a contração de fibras.
● Nesse processo é importante mencionar também o papel do estrogênio como
principal responsável pelo aumento da concentração dessas proteínas de conexão,
conexinas.
● As células miometriais são células musculares de baixa sensibilidade a estímulos
dolorosos, a excitabilidade, dotadas de capacidade elástica, a tonicidade e a
capacidade contrátil.
● A Ocitocina formada por nove aminoácidos, é produzida hipotálamo e armazenada
na neuro-hipófise e na gestão também é produzida pela decídua. Participou da
expulsão do feto e da dequitação. Funcionamento químico ao se ligar a um receptor
de membrana nas células miometriais ativa a formação do trifosfato de inositol,
segundo mensageira, que libera cálcio armazenado no retículo sarcoplasmático e
deflagra as contrações uterinas. É inativada pela enzima ocitocinase. Tem
concentração sérica máxima por volta da 36 semana.
● Também é descrita a teoria da gangorra, teoria da prostagladinica e teoria fetal.
Mecanismos de parto:
Atitude: consiste na relação das diversas partes fetais entre si. Assim, a atitude fetal
depende da disposição dos membros e da coluna vertebral.
Situação: pode variar entre longitudinal (cefálica ou pélvica), transversa(córmicas ou dorsal)
e oblíqua.
Apresentação: a região fetal que ocupa a área do estreito superior e nela vai se insinuar.
Apresentação de bregma Apresentação de fronte
Apresentaçãode face (mento)
Posição e variedade de posição: A finalidade da posição é identificar a melhor localização
para ausculta cardíaca fetal durante o trabalho de aprto, pode-se dizer que a posição é fetal
esquerda (primeira posição) ou direita (segunda posição).
Apresentação: occipício, bregma, naso, mento, sacro e acrômio
Posição: Direita ou esquerda
Variedade da posição: anterior, transversal, posterior ou sacro.
Insinuação: Insinuação é definida como a passagem do maior diâmetro da parte
apresentada (cabeça ou polo pélvico), perpendicular à linha de orientação fetal, pelo estreito
superior da bacia materna. Na maioria das mulheres, quando a parte fetal apresentada está
insinuada, significa que o ponto de referência ósseo fetal está no nível das espinhas
isquiáticas maternas (plano 0 de De Lee ou terceiro plano de Hodge) ou muito próximo dele.
Exceção é feita para os casos em que a gestante apresenta pelve muito profunda ou muito
rasa.
Descida: A descida ou progressão, também considerada segundo tempo do mecanismo de
parto, é o momento definido pela passagem do polo cefálico (ou da apresentação fetal em
geral) do estreito superior para o estreito inferior da pelve materna
Rotação interna: O objetivo da rotação interna é coincidir o diâmetro anteroposterior do polo
cefálico com o maior diâmetro da bacia materna. o estreito superior apresenta maior
dimensão no sentido transverso; no estreito médio, o sentido anteroposterior é maior ou
eles têm iguais proporções; e no inferior, o anteroposterior é maior.
● 45° nas anteriores (occipitoesquerda anterior e occipitodireita anterior).
● 90° nas transversas (occipitoesquerda transversa e occipitodireita
transversa).
● 135° nas posteriores (occipitoesquerda posterior e occipitodireita posterior).
Desprendimento cefálico: O desprendimento cefálico ocorre com a descida final da cabeça
fetal em posição occipitopúbica, até que seja possível a locação do suboccipício no
subpúbis materno. Por meio de duas forças antagônicas (contração uterina e resistência
perineal), o feto é impulsionado para baixo e para fora do canal de parto. Ao vencer tal
resistência, a cabeça fetal desfere movimento abrupto de extensão, externando os
diâmetros anteroposteriores do polo cefálico na sequência: suboccipitobregmático (9,5 cm),
suboccipitofrontal (10,5 cm) e suboccipitomentoniano (9,5 cm). Ocorre, portanto, a
exteriorização do bregma, da fronte, do nariz e do mento do feto, sucessivamente.
Rotação externa: leva o occipício a voltar-se para o lado materno que ocupava no interior do
canal de parto. A sutura sagital apresenta-se em sentido transversal ao da fenda vulvar ao
fim desse tempo.
Desprendimento do ovoide córmico: O desprendimento do ovoide córmico caracteriza-se
pela exteriorização das cinturas escapular e pélvica do feto. Após a rotação das espáduas,
o ombro anterior fixa-se no subpúbis, apresentando a inserção braquial do deltoide como
ponto de apoio, e desprende-se por movimento de abaixamento. Desprende-se então o
ombro posterior por movimento de elevação e, em seguida, completa-se a expulsão da
cintura escapular
continuar daqui
2- Explicar o início e a evolução do trabalho de parto vaginal.
Quiescência é caracterizada pela relativa ausência de resposta agentes que determinam
contratilidade uterina. Se inicia com a implantação do zigoto e perdura por quase toda
gestação. Embora algumas contrações estejam acontecendo nesse período, elas não
modificam a estrutura cervical e nem causam dilatação. Ativação prepara o útero e o canal
cervical para o trabalho de parto, dura 6/8 semanas, caracteriza-se pela descida do fundo
uterino.
A estimulação é clinicamente dividida em três períodos (dilatação, expulsão e dequitação).
● A fase da dilatação se inicia com as contrações dolorosas cuja principal ação é
modificar a cérvix. Assim, a fase começa com as modificações cervicais e terminam
com a dilatação completa do colo uterino. É composta por duas fases a do
esvaecimento do colo, que consiste na incorporação do colo a cavidade uterina,
terminando com a formação de um degrau ao centro da abóbada cervical, que
ocorre devido alterações bioquímica que levam a fragmentação, a redisposição das
fibras de colágeno e alterações na concentração de giclossominoglicanas. A
dilatação do orifício externo do colo tem como principal finalidade ampliar o canal de
parto e completar a continuidade entre útero e vagina. A bolsa das águas se forma
no polo inferior do ovo no decorrer do trabalho de parto, e sua ruptura causa a saída
parcial do seu conteúdo líquido, ocorrendo, via de regra, no período em que a
dilatação cervical é maior que 6 cm. Cervical é representada por uma curva
sigmoide dividida em fase latente (com contrações mais eficazes em termos de
coordenação e intensidade, sem, contudo, determinar modificações significativas na
dilatação cervical) e a fase ativa (aceleração, dilatação/aceleração máxima e
desaceleração).
● A fase da expulsão se inicia com a dilatação completa e funda com saída do feto. É
nessa fase que ocorre a maioria dos fenômenos mecânicos do parto. A descida do
polo cefálico pelo canal de parto é em duas fases: A primeira caracteriza-se pela
dilatação completa do colo uterino e pela apresentação acima do plano +3 de De
Lee, enquanto a segunda apresenta a cabeça rodada e em um plano inferior a +3 de
De Lee. A duração do período de expulsão está condicionada à proporção
cefalopélvica e à eficiência contrátil do útero e da musculatura abdominal.
● A terceira fase é a dequitação, na primeira hora ocorrem os fenômenos de
miotamponamento, trombotamponamento, pela indiferença mioterina e contração
uterina fixa.
Por fim, acontece a Involução retorno ao estado pré-gravídico.
Condutas de assistência ao parto no primeiro momento.
Item A: deve-se realizar a certificação de um início de trabalho de parto via observação da
paciente.
Item B: exame físico inicial, que engloba análise geral materna, exame físico especial,
exame obstétrico para avaliar o padrão das contrações, palpação obstétrica, exame vaginal
e vitalidade fetal.
● O exame obstétrico avalia o feto, o canal de pato e a dinâmica uterina.
● O exame vaginal vai identificar anomalias na pelve materna, o colo uterino para
compreender a quantidade de dilatação, o tipo de apresentação, identificar se existe
sangramento vaginal e avaliar a integridade das membranas amnióticas, verificando
a presença de mecônio.
Item C: exames laboratoriais verificar o tipo sanguíneo ABO/fator Rh, para caso seja
necessário instituir a profilaxia anti-D no pós-parto.
Item D: da posição da parturiente.
Item E: diz respeito à necessidade de analgesia. cada parto deve considerar o limiar da dor
como um fator individual.
Item F: sinais vitais maternos como pulso, pressão arterial e temperatura, compreende o
exame físico geral.
Item g: A alimentação durante o trabalho de parto é preferencialmente com líquidos
adocicados, gelatinas e sorvetes de frutas.
Item H: avaliação contínua da parturiente via atenção às contrações uterinas, dilatação do
colo do colo, descida da apresentação fetal, condição das membranas e monitoramento da
frequência cardíaca fetal. Assim, o ministério da saúde recomenda o uso do partograma
como ferramenta para registro dos parâmetros maternos e fetais durante a assistência,
possibilitando acompanhar a sua evolução, documentar, diagnosticar alterações e indicar a
tomada de condutas apropriadas para a correção dos desvios, evitando intervenções
desnecessárias.
Item I: Avaliação das contrações uterinas, podendo ser realizada por palpação abdominal
ou por tocodinamômetro externo.
Condutas de assistência ao parto no segundo momento.
Item A: inicia com a dilatação completa do colo de útero. Nesse momento as contrações
estão mais intensas e frequentes, 5 em cada 10min + maior monitoramento fetal para
impedir o sofrimento fetal.
Item B: Identificação da melhor posição para parturiente.
Item C: força expulsiva/puxos, podem ser espontâneos ou encorajar quando a dilatação
está completa. A orientaçãoé a realizar uma inspiração profunda e realizar um puxo de
aproximadamente 10 segundos concomitantemente a contração.
Alerta vermelho: Manobras adicionais como as de Kristeller (compressão do fundo uterino)
e Olshausen (dedo introduzido no reto materno para tentar auxiliar na saída do polo
cefálico) são proscritas por aumentarem o risco de traumatismos maternos e fetais.
Condutas de assistência ao parto no terceiro momento
Item A: Esperar o tempo da dequitação, que pode variar em casa mulher, de forma geral
isso pode demorar de 5 minutos a 15 minutos.
Item B: Quando a placenta chega no introito vaginal a mulher deve exercer uma pequena
pressão abdominal para a expulsão.
Item C: Revisa-se o canal de parto à procura de eventuais lacerações para sutura.
Item D: Referente ao puerpério imediato que compreende a primeira hora após o parto,
recomenda-se a infusão de 10UI de ocitocina diluídas em 500ml de soro fisiológico ou
glicosado de 5% nas primeiras 6 horas pos dequitação ou 10 unidades de ocitocina
intramuscular.
3- Conhecer os indicadores de vitalidade neonatal.
Avaliação rápida de quatro situações referentes à vitalidade do concepto, sendo
feitas as seguintes perguntas:
● Gestação a termo?
● Ausência de mecônio?
● Respirando ou chorando?
● Tônus muscular bom?
O RN a termo com boa vitalidade deve ser secado e posicionado sobre o abdome
da mãe ou ao nível da placenta por, no mínimo, um minuto, até o cordão umbilical
parar de pulsar (aproximadamente três minutos após o nascimento), para só então
realizar-se o clampeamento. Após o clampeamento do cordão, o RN poderá ser
mantido sobre o abdome e/ou tórax materno, usando o corpo da mãe como fonte de
calor, garantindo-se que o posicionamento da criança permita movimentos
respiratórios efetivos. O contato pele a pele imediatamente após o nascimento, em
temperatura ambiente de 26C, reduz o risco de hipotermia em RNs a termo que
nascem com respiração espontânea e que não necessitam de ventilação, desde que
cobertos com campos pré aquecidos. Nesse momento, podem-se iniciar a
amamentação. A Organização Mundial da Saúde recomenda que o aleitamento
materno seja iniciado na primeira hora de vida, pois está associado à menor
mortalidade neonatal, ao maior período de amamentação, à melhor interação
mãe-bebê e ao menor risco de hemorragia materna.
- Laqueadura do cordão umbilical: Fixar o clamp à distância de 2 a 3 cm do
anel umbilical, envolvendo o coto com gaze embebida em álcool etílico 70%
ou clorexidina alcoólica 0,5%.11 Em RN de extremo baixo peso utiliza-se soro
fisiológico. Verificar a presença de duas artérias e de uma veia umbilical, pois
a existência de artéria umbilical única pode associar-se a anomalias
congênitas.
- Prevenção de oftalmia gonocócica pelo método de Credé: Retirar o vérnix da
região ocular com gaze seca ou umedecida com água, sendo contraindicado
o uso de soro fisiológico ou qualquer outra solução salina. Afastar as
pálpebras e instilar uma gota de nitrato de prata a 1% no fundo do saco
lacrimal inferior de cada olho. A seguir, massagear suavemente as pálpebras
deslizando-as sobre o globo ocular para fazer com que o nitrato de prata
banhe toda a conjuntiva.
- Antropometria: Exame físico simplificado, incluindo peso, comprimento e os
perímetros cefálico, torácico e abdominal.
- Prevenção do sangramento por deficiência de vitamina K: Administrar 1mg de
vitamina K 1. Por vía intramuscular ou subcutânea ao nascimento
- Detecção de incompatibilidade sanguínea materno-fetal. Coletar sangue da
mãe e do cordão umbilical para determinar os antígenos dos sistemas ABO e
Rh. Não é necessário realizar o teste de Coombs direto de rotina. No caso de
mãe Rh negativo, deve-se realizar pesquisa de anticorpos anti-D por meio do
Coombs indireto na mãe e Coombs direto no sangue do cordão umbilical.
- Realização da sorologia para sífilis e HIV. Coletar sangue materno para
determinar a sorologia para sífilis. Caso a gestante não tenha realizado
sorologia para HIV no último trimestre da gravidez ou o resultado não estiver
disponível no dia do parto, deve-se fazer o teste rápido para anti-HIV o mais
breve possível e deve-se administrar a zidovudina profilática antes do parto,
caso o teste seja positivo.
- Identificação do RN. O Estatuto da Criança e do Adolescente regulamenta a
identificação do RN mediante o registro de sua impressão plantar e digital e
da impressão digital da mãe. Essa identificação é feita no prontuário.
Pulseiras devem ser colocadas na mãe e no RN, contendo o nome da mãe, o
registro hospitalar, a data e hora do nascimento e o sexo do RN.
4- Discutir a prática obstétrica humanizada e o funcionamento da casa de
parto
A prática obstétrica humanizada é o modelo contrário a violência obstétrica que seriam
práticas de maus-tratos, desrespeito, condutas, rotinas prejudiciais a mãe a o neonato e
sem evidências científicas. A violência está assentada em um modelo que protagonizada
práticas médicas intervencionistas, pautadas por valores como rapidez, controle,
planejamento racionalização, submissão das mulheres a relações de dominação, consiste
de formal geral em um discurso dissimétrico marcado sobretudo por um saber médico
institucionalizado que desconsidera as expectativas da gestante, nesse momento, mas
também como afeta suas futuras lembranças, sentimentos e sua saúde. A violência contra a
mulher durante a gestação, parto e pós-parto foi denominada como violência obstétrica pela primeira
vez na Venezuela, em 2007. Em 2012, a Organização Não Governamental (ONG) Rede Parto
do Princípio produziu um dossiê, “Parirás com Dor”, para a Comissão Parlamentar Mista de
Inquérito (CPMI) de Violência Contra as Mulheres, Senado Federal, no qual traz a
tipificação das modalidades de violência obstétrica no Brasil. e definiu violência como são
todos aqueles praticados contra a mulher no exercício de sua saúde sexual e reprodutiva, podendo
ser cometidos por profissionais de saúde, servidores públicos, profissionais técnico-administrativos
de instituições públicas e privadas, bem como civis, conforme se segue. A prática obstétrica
humanizada vem sendo construída no Brasil via reconhecimento de conceitos e
implementação de diretrizes, programas e medidas legais:
● Em 1983, é lançado o programa de assistência integral à saúde da mulher PAISM, incia
a mudança no modelo de assistência ao pré-natal, parto puerpério.
● Em 1990, o Programa de humanização do pré-natal e nascimento (PHPN) adota o
atendimento humanizado à gestação, parto e nascimento.
● Em 1996 OMS estabelece práticas para um parto seguro, tal movimentação foi possível
devido a organização de movimentos feministas, pesquisadores e organismos nacionais
e internacionais discutem o protagonismo feminino, direitos reprodutivos e novas
evidências no cuidado.
● Em 2004, foi lançado a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher
(PNAISM),]
● Em 2005 é publicado o Pacto Nacional pela redução da mortalidade materna e neonatal
com objetivo de ofertar melhor qualidade de vida de mulheres e crianças.
● Em 2011, a rede cegonha propõe a restauração dos ambientes de maternidade.
● Em 2016, foram lançadas as Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal:
Relatório de Recomendação, uma importante ação da Coordenação Geral de Saúde das
Mulheres (CGSM) do Ministério da Saúde, com o objetivo de qualificar o modo de nascer
no Brasil. Foi elaborado por um grupo multidisciplinar, Grupo Elaborador da Diretriz
(GED), composto por diversos atores envolvidos com a assistência à mulher durante a
gestação e parto, como médicos de várias especialidades, enfermeiras obstétricas e
gestores da CGSM, e foi submetido à consulta pública, para um amplo debate com a
sociedade
Nessa perspectiva, o parto deve ser visto como um processo fisiológico, natural e feminino
e o profissional que acompanha a gestante deve oferecer meios para que ela se torne
protagonista desse evento, garantindo a criação de laços familiares e uma transição com
boas qualidades físicas e emocionais para o bebê. A humanizaçãoda assistência ao parto
implica, prioritariamente, que a atuação do profissional respeite os aspectos de sua
fisiologia, reconheça aspectos sociais e culturais da família e ofereça suporte emocional
facilitador. Assim, o projeto de lei 2285 de 2022, traz alguns artigos e justificativas
importantes:
● Criação do plano de parto em conjunto com a gestante, a gestante será orientada
sobre as rotinas, as tecnologias disponíveis e os procedimentos de assistência ao
parto e ao recém-nascido e as respectivas implicações para o seu bem-estar físico e
emocional e do nascituro, art 8.
● Receber atenção à saúde adequada e humanizada, livre de procedimentos invasivos
ou dolorosos desnecessários, contraindicados ou humilhantes, art 3.
● Garantia de proteção integral à gestante, à parturiente e à puérpera; art 2
● A partir dessas premissas, identificam-se como relevantes e essenciais para o parto
humanizado alguns conceitos como: cuidado respeitoso e acolhedor; apoio durante
o trabalho de parto; autonomia da gestante para fazer as escolhas sobre como se
dará o nascimento de seu filho; ambiente que proporcione o suporte necessário;
métodos farmacológicos e não farmacológicos para alívio da dor; práticas e
condutas baseadas em evidências científicas; abolição de intervenções
desnecessárias ou contraindicadas; e valorização do contato mãe-bebê.
Dessa maneira, as casas de parto surgem na contramão de um modelo
intervencionista de assistências ao parto incapaz de promover a participação ativa
da mulher no processo de escolha da via de parto. A criação dos Centros de Parto
Normal (CPN), foi uma das iniciativas do Ministério da saúde para a mudança de
modelo de atenção ao parto no Brasil, sendo o primeiro CPN inaugurado em São
Paulo, em 1998, e desde então, foi sendo ampliado e consolidado como um espaço
seguro para as gestantes de risco habitual, especialmente, com a instituição da
Rede Cegonha (RC). As casas são equipadas com camas, banheiras, materiais
para auxiliar nos partos e para uma situação de emergência ambulância para
remoção da paciente para uma unidade hospitalar caso for preciso, é necessário
que a casa de parto ofereça um plano de transferência para o atendimento de maior
complexidade. Os profissionais que atuam em casas de parto são totalmente
especializados neste tipo de assistência assistida na obstetrícia. Os profissionais
das casas de parto prestam uma assistência com ações desenvolvidas com práticas
inovadoras que resultam no bem-estar da grávida e do bebê, além desses cuidados.
As casas de parto geralmente consistem em um ambiente com luz suave, atmosfera
calma, recepção calorosa. Na parede, fotos de mães sorridentes, crianças
consoladas, pais felizes, o ambiente agradável, sem o cheiro típico de hospital. A
equipe de enfermeiros e parteiras ouvem e respondendo às perguntas dos pais
preocupados com o próximo horário e organizando oficinas que explicam desde o
parto até a preparação para o dia seguinte.
Durante o acompanhamento do trabalho de parto, estudo transversal, amostra de
952 partos:
● 99,9% apresentaram partograma no prontuário.
● 97,3% tiveram a ausculta intermitente da frequência cardíaca fetal
● 55,5% das mulheres respeitou-se o intervalo de 04 horas para a realização
do toque vaginal para avaliação da dilatação cervical
● 97,4% utilizaram métodos não farmacológicos de alívio da dor como banho
morno, massagens, respiração, música, 80% foram estimuladas a se
movimentar no trabalho de parto por meio da deambulação, bamboleio, uso
da banqueta e bola.
● 92,3% não foi utilizada ocitocina intravenosa para aceleração do trabalho de
parto
● 97,8% não foi realizada a amniotomia.
Nesse sentido, uma pesquisa realizada com 36 gestantes, sete maternidades
públicas dos municípios da macrorregião Centro-Oeste de Minas Gerais, período de
2014-2015 mostrou que a escolha da via de parto é muito mais que desejar,
depende do acesso às orientações durante o período pré-natal e envolve aspectos
familiares e culturais. Assim, a escolha do parto é complexo porque a medida que as
narrativas evoluem, emergem questões da subjetividade dos sujeitos, que fogem destes
critérios técnicos estabelecidos por protocolos assistenciais em relação à determinação do
tipo de parto e na perspectiva do médico, a mulher em trabalho de parto exige cuidados e outras
habilidades que não são apenas técnicas, seu comportamento é imprevisível e foge às regras que
estão nos protocolos das maternidades. O que é proposto pelas casas de parto é um
atendimento personalizado, com ênfase no cuidado, na informação e na educação. A
escolha da via de parto é feita de forma horizontal considerando as expectativas da
gestante.
Além disso, a escolha de parto também deve ser ponderada levando em conta dados
estatísticos, sabe-se, por exemplo, quando comparada ao parto normal, a chance de morbidade
materna severa se eleva 2 vezes entre mulheres submetidas à cesariana intraparto e 2,3 vezes
em caso de cesárea eletiva. Há evidências de que os bebês nascidos pela via abdominal têm
um risco aumentado de problemas relacionados às características da imunidade e do
metabolismo. E causas de óbito materno por síndrome hipertensiva e infecção podem estar
associadas à realização de cesariana.
SciELO - Brasil - Every birth is a story: process of choosing the route of delivery Every birth is a
story: process of choosing the route of delivery
https://www.scielo.br/j/reben/a/8bjVWVQyjMc5wcy4xHXr9CD/?lang=pt
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