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r PETER WRIGHT The University of Memphis MARK J. KROLL University of Texas at TYler JOHN PARNELL Texas A & M University Commerce f'IttI ADMINISTRA<;AO , ESTRATEGlCA Conceitos Tradw;ao CELSO A. RIMOLI Professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing LENITA R. ESTEVES Doutora em Tradw;ao pela Unicamp SAO PAULO EDITORA ATLAS S.A. 2009 r I © 1998 by Editora Atlas SA Led. 2000; 10. reimpressiio 2009 Traduzido para 0 portugues de: Strategic management: concepts, 4' edi~iio, de Peter Wright, Mark J. Kroll e John A. Parnell Translation copyright © 1998 by Prentice lIall, Inc. (Strategic management: Cl)ncepts) Copyright © 1998 All Rights Reserved Published by arrangement with the original publisher, Prentice Hall, Inc., a Simon & Schuster Company Composi,iio: DlAGRAN - Assessoria Editorial e Prodw;iio GrMica Dados Internacionais de Cataloga<;ao na Publica"ao (ClP) (camara Brasileira do Uvro, SP, Brasil) Wright, Peter L. Administrac;iio estrategica : conceitos / Peter Wright, Mark J. Kroll, John Parnell: tradu~iio Celso A. Rimoli, Lenita R. Esteves. - 1. ed. 10. reimpr. Sao Paulo: Atlas, 2009. Titulo original: Strategic management. Bibliografia. ISBN 978·85·224·2357·6 1. Planejamento estrategico 2. Planejamento estrategico Escudo de casos I. Kroll, Mark J. 11. Parnell, John Alan, 1964 -. III. Titulo. 99·2836 CDD·658.4012 Indice para catalogo sistematico: 1. Administra<;ao esrrategica : Empresas : Administra<;ao 658.4012 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS - Eproibida a reprodu~ao totalou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio. A violac;ao dos direitos de autor (Lei n" 9.610/98) ecrime estabelccido pelo artigo 184 do COdigo Penal. Deposito legal na Biblioteca Nacional conlonne Decreto n21.825, de 20 de dezembro de 1907. Impresso no Brasil/Printed in Brazil If Sumario Frefcido, 15 1 INTRODUGAO AADMINISTRAGAO ESTRATEGICA, 23 Que e administra<;ao estrategica?, 24 Defini<;ao de administra<;ao estrategica, 24 Modelo de administra<;iio estrategica, 25 Importancia da administra<;iio estrategica, 27 Surgimento do estudo da administra<;iio estrategica, 28 Influencias sobre a administra<;ao estrategica, 29 Teorias da evolu<;ao e da revolu<;ao, 29 Teoria da organiza<;ao industrial, 30 Teorias economicas de Chamberlin, 31 Teoria da contingencia, 32 Teoria baseada em recursos (resource-based theory), 32 Decis6es estrategicas, 33 Quem toma decis6es?, 33 Caracteristicas das decis6es estrategicas, 34 Administra<;ao estrategica: urn processo continuo, 37 Administra<;ao estrategica e cria<;ao de riqueza, 38 Editora Atlas SA Visiio geral do texto, 41 Rua Conselheiro Nebias, 1384 (Campos Elfsios) 01203-904 Sao Paulo (SF) Resumo, 44 Conceitos-chaves, 45 TeL: (0__11) 3357-9144 (PABX) www.EditoraAtlas.com.br Questoes para discussiio, 45 7 ADMINISTRA<;AO ESTRATEGlCA6 2 OPORTUNIDADES E AMEA<;AS DO AMBIENTE EXTERNO, 47 Analise do macroambiente, 47 For'las politico-Iegais, 48 For~as economicas, 52 Produto interno bruto, 52 Taxas de juros, 52 Taxas de inflat;ao, 53 Valor do d6lar, 53 For'las tecnol6gicas, 54 Fon;as sociais, 55 Scanning do ambiente, 57 Analise setorial, 59 Ameat;as de entrada, 60 Barreiras de entrada, 60 Retalia~ao esperada, 63 Intensidade da rivalidade entre os concorrentes existentes, 64 Concorrentes numerosos ou equilibrados, 64 Crescimento lento do setor, 64 Custos fixos ou de estocagem altos, 64 Ausencia de diferencia~ao ou custos de mudanc;a, 65 Capacidade aumentada via grandes incrementos, 66 Concorrentes diversos, 66 Interesses estrategicos altos, 66 Barreiras de safda altas, 67 Pressao de produtos substitutos, 67 Poder de barganha dos compradores, 67 Poder de barganha dos fomecedores, 68 Con junto de players, 71 Trocas com players cooperativos, 71 Trocas com players concorrentes, 72 Existencia de cooperac;ao e competit;ao, 73 Natureza mutante das trocas e dos papeis, 73 Processo de desenvolvimento mutuo, 73 Previsao do ambiente, 75 Analise de series temporais, 75 suMAruo Previsao por julgamento, 75 Cenanos multiplos, 76 Tecnica Delphi, 77 Resumo, 78 Conceitos-chaves, 80 Questoes para discussao, 81 Exerdcios de administrafao estrategica, 81 3 AMBIENTE INTERNO: RECURSOS DA EMPRESA, MISSAO ORGANlZACIONAL E OBJETIVOS, 85 Analise S.W.O.T., 86 Recursos humanos, 87 Conselho de administrat;iio, 88 Alta administrat;iio, 88 Administrac;iio media, supervisores e funcionanos, 89 Recursos organizacionais, 90 Recursos fisicos, 91 Missiio da organizac;ao, 92 Missao e nivel organizacional, 93 Missiio e mudanc;a, 94 Missao e estrategia, 95 Objetivos gerais e espedficos das empresas, 98 Definic;ao de objetivos gerais e espedficos, 98 Objetivos gerais e stakeholders, 99 Influencia sobre os objetivos gerais, 99 Objetivos gerais da alta administra~iio, 102 A administrac;ao serve a seus proprios interesses, 102 Administrac;ao e acionistas tern os mesmos interesses, 103 Objetivos gerais do conselho de administrac;iio, 108 Objetivos gerais dos credores, 111 Objetivos gerais conflitantes, 111 Corporate governance - Administrac;ao de sociedades anonimas, 112 Stakeholders e takeovers, 114 Visao geral, 114 Pros e contras, 116 9 8 ADMINISTRA<;:AO ESTRATEGICA Responsabilidade social e erica, 117 Responsabilidade social empresarial, 117 Etica administrativa, 120 Resumo, 122 Conceitos-chaves, 123 Quest5es para discussiio, 124 Exerdcios de administra~ao estrategica, 125 4 ESTRATEGIAS DE NfvEL EMPRESARIAL, 127 Diversificar;ao horizontal nao relacionada (diversificac;:ao por conglomerados),137 Reestrutura~ao empresarial, 127 Alternativas estrategicas, 130 Estrategias de crescimento, 132 Crescimento interno, 132 Integrar;ao horizontal, 134 Diversifica~ao horizontal relacionada, 135 Integrac;:ao vertical de empresas relacionadas, 141 Integrac;:ao vertical de empresas nao relacionadas, 143 Fusoes, 145 Alianc;:as estrategicas, 145 Estrategia de estabilidade, 146 Estrategias de reduc;:ao, 149 Reviravolta (tumaround), 149 Desinvestimento, 150 Liquidac;ao, 151 Resumo,151 Conceitos-chaves, 152 Quest6es para discussiio, 154 Exercicios de administra~iio estrategica, 155 5 ADMINISTRAc;AO DO PORTFOLIO EMPRESARIAL E QUESTOES RELACIONADAS, 157 Estruturas de portfolio empresarial, 157 Estrutura de portfolio S.W.O.T., 157 Compartimento A, 159 SUMAruO Compartimento B, 160 Compartimento C, 162 Compartimento D, 162 Compartimento E, 163 Compartimento F, 164 Compartimento G, 164 Compartimento H, 165 Compartimento I, 165 Estrutura da matriz BCG original, 166 Criar participa<;ao de mercado, 169 Manter a participa¢o de mercado, 169 Colheita, 169 Desinvestir, 169 Estrutura revisada da matriz BCG, 170 Estrutura da matriz GE, 171 Envolvimento empresarial nas opera<;oes das unidades de negocio, 173 Estrategias empresariais e retornos, 174 As aquisi~oes nao sao beneficas, 176 As aquisic;oes podem ser beneficas, 177 Motivos dos administradores para as aquisi~oes, 179 Resumo, 180 Conceitos-chaves, 181 Questoes para discussiio, 181 Exercicios de administra~{io estrategica, 182 6 ESTRATEGIAS NO NlvEL DA UNIDADE DE NEGOCIO, 185 Estrategias genericas para pequenas unidades de negocio, 186 Estrategia de nicho-custos baixos, 186 Estrategiade nicho-diferenciac;:ao, 189 Estrategia de nicho-custos baixos/diferenciac;ao, 190 Dedicar;ao aqualidade, 191 Inovar;ao de processo, 192 Inovar;ao de produtos, 193 Alavancagem por meio da pericia e da imagem da organizac;ao, 193 Estrategias genericas para grandes unidades de negocio, 194 10 ADMINISTRA~O ESTRATEGlCA Estrategia de custos baixos, 194 Estrategia de diferencia~iio, 197 Estrategia de custos baixos-diferencia~ao, 199 Estrategias rnultip}as, 200 Sele~iio de urna estrategia generica, 204 Estagios do cicIo de vida de urn setor, 206 Estrutura integrada, 208 Celula 1, 209 Celulas 2 e 6, 209 Celulas 3 e 7, 210 Celulas 4 e 8, 210 Celulas 5 e 9, 210 Estrategias genericas e 0 tamanho da unidade de negocio, 211 Cadeias de valores e reconfigurar;ao da unidade de negocio, 212 Southwest Airlines, 216 Savin Business Machines, 216 lKEA,217 Analise de valor e grupos estrategicos, 218 Estrategias genericas e analise de valor, 218 Estrategias genericas e gropos estrategicos, 219 Resumo, 221 Conceitos-chaves, 222 Questoes para discuss{io, 224 Exerdcios de administra{:Qo estrategica, 224 7 ESTRATEGJAS FUNCIONAlS, 227 Administra~ao de cornpras e materiais, 229 Adrninistra~iio de produ~a%perac;oes, 231 Estrategias de adrninistrac;ao de produc;a%perar;oes para pequenas unidades de negocio, 232 Administra~iio de produr;a%perac;oes para grandes unidades de negocio, 235 Considerac;oes de qualidade, 238 Finanr;as, 240 Pesquisa e desenvolvirnento, 241 Administrac;ao de recursos hurnanos, 243 suMAruo 11 Adrninistra~ao de sistemas de inforrna~ao, 246 Marketing, 248 Benchmarking, 252 Integra~iiodas fun~oes, 253 Design de produto superior, 253 Atendirnento superior ao cliente, 254 Velocidade superior, 257 Garantia superior, 258 Equipes transfuncionais e adrninistrac;ao de processos, 259 Resumo, 261 Conceitos-chaves, 263 Questoes para discUSSQo, 264 Exerdcios de administra{:Qo estrategica, 264 8 IMPlEMENTA<;AO DE ESTRATEGJAS: ESTRUTURA ORGANlZACIONAL, 267 Crescirnento organizacional, 267 Crescirnento vertical, 268 Crescirnento horizontal, 271 Estrutura organizational, 272 Estrutura funcional, 272 Estrutura divisional por produto, 275 Estrutura divisional geogratica, 278 Estrutura multidivisional, 279 Estrutura de unidade estrategica de negocio, 282 Estrutura marricial, 283 Estrutura horizontal, 286 AvaJiac;iio da estrutura organizacional, 289 A estrutura keiretsu e outras posslveis estruturas, 292 Resumo,295 Conceitos-chaves, 297 Questoes para discuSSQo, 298 Exercicios de administrafiio estrategica, 299 9 IMPLEMENTA<;AO DE ESTRATEGJAS: LIDERAN<;A, PODER E CULTURA ORGANIZACIONAL, 301 Lideran~a, 301 12 ADMINI!>lRA<;:AO ESTRATEGICA Cargo de lideranc;a, 304 Estilo do Hder, 305 Estilos transformacional e transacional de lideranr;a, 305 o estilo de lideranc;a na pnitica, 309 Equipe de Hderanc;a, 315 Poder, 316 Funr;ao do poder, 316 Tecnicas de utilizac;ao de poder, 317 Pericia, 318 Controle sobre a infonnac;ao, 319 Perm uta, 320 Influencia indireta, 320 Caris rna, 321 Lidar com a inceneza, 322 Cultura organizacional, 323 Evolm;iio da cultura, 323 Impacto da cultura sobre a estrategia, 325 Como os lideres moldam a cultura, 330 Resumo,333 Conceitos-chaves, 334 Questoes para discussiio, 335 Exerdcios de administrafiio estrategica, 336 10 PROCESSO DE CONTROLE ESTRArEGICO E DESEMPENHO, 339 Controle estrategico e a corporate governance, 340 o processo de controle estrategico e a alta administrac;ao, 343 Enfoque do controle estrategico, 344 Macroambiente, 345 Ambiente setorial, 346 Operac;oes intemas, 347 Padroes de controle estrategico, 347 Programa PIMS, 350 Informac;6es publicadas como fonte para 0 contrale estrategico, 351 Qualidade de produtos/servic;os, 353 Inovar;ao, 354 suMAruo 13 Panicipac;ao relativa de mercado, 355 Exercendo 0 cantrole estrategica, 356 Cantrole par meio de criterios de desempenho multinivel, 356 Controle por meio do desempenho, 357 Controle por meio de varhlveis organizacionais, 358 Organizac;iio formal, 358 Organizar;ao informal, 359 Resumo,362 Conceitos-chaves, 363 Questoes para discussiio, 364 Exerddos de administrafiio estrategica, 365 11 ADMINISTRA<;AO ESTRArEGlCA EO MERCADO MUNDIAL, 367 Visao geral das operar;6es mundiais, 368 Macroambiente, 370 ForC;as politico-Iegais, 370 For<;:as economicas, 374 Forc;as tecno16gicas, 374 Forc;as sociais, 376 Ambiente setoriaI, 379 Missao, objetivos, metas e analise S.W.O.T., 381 Estrategias de nivel empresarial, 383 Nivel de operac;6es e participac;ao de mercado, 386 Unidade de neg6cio e estrategias funcionais, 389 Estrategia de implementac;ao, 390 Resumo,392 Conceitos-chaves, 393 Questoes para discussiio, 394 Exerdcios de administrafiio estrategica, 395 12 ADMINISTRA<;AO ESTRATEGlCA EM ORGANlZA<;OES SEM FINS LUCRATIVOS, 397 Questoes estrategicas para organizac;oes sem fins lucrativos e organizac;oes Analise ambiental, 400. Tipos de organizac;oes sem fins lucrativos, 397 publicas, 399 14 ADMINISTRAQ,O ESTRATEGICA Fontes de receita, 400 Eleitores e stakeholders, 402 Missao, objetivos gerais e especificos, 404 Missao, 404 Objetivos gerais e especificos, 406 Formulac;ao de estrategias, implementa<;ao e controIe, 408 Formula<;ao e implementac;:ao de estrategias, 409 Controle estrategico, 413 Melhoria da administra<;ao estrategica, 416 Resumo,418 Conceitos-chaves, 420 Questoes para discuss{io, 420 Exerdcios de administra{:{io estrategica, 421 fndice remissivo, 423 Prefacio Esta quarta edic;ao reflete a verdade de uma das premissas basicas deste Ii· vro: as mudanc;as ambientais sao inevitaveis. De fato, as mudanc;as no ambiente de negocios e os desenvolvimentos no campo academico da administra<;ao estra tegica levaram-nos a iniciar a revisao da edic;ao anterior menos de urn ano ap6s eia ter sido lanc;ada no mercado. A nova edic;ao nao apenas contem essas mudan c;:as, mas tambem beneficia-se significativamente do feedback senslvel de flOSSOS revisores e dos adotantes da primeira, segunda e terceira edic;ao. o proximo t6pico sintetiza e econstrufdo a partir da mais recente literatura relacionada advinda de varias areas. E, virtualmente, todo conceito, teoria ou ideia eilustrado com exemplos de organizac;oes reais. Os casos trazem os traba lhos de autores capacitados e destacados, que fomeceram informac;:oes altamente agradaveis de ler sobre empresas, desde pequenos negocios locais ate gigantescas empresas globais. OBJETIVOS GERAIS DO TEXTO Nosso proposito ao escrever este livro e duplo: fomecer aos estudantes a amilise mais atual, abrangente e no estado-da-arte sobre administrac;ao estrategi ca e prove-los do entendimento desse material com ferramentas de aprendizagem inovadoras e aplicadas. Para alcanc;ar nosso primeiro objetivo geral, incorporamos a cobertura mais atualizada da literatura de planejamento estran§gico em urn texto claro e com urn estilo facil de ler. A cobertura inc1ui as contribuic;oes multidisdplinares mais rele vantes e empolgantes para a area. Administra<;ao estrategica euma disdplina relativamente nova e emprestou, e1aborou e contribuiu com conceitos para areas 16 ADMINISTRAc,:AO ESTRATEGICA de neg6cios como economia, administra~ao geral, marketing, financ;as, adrninis trac;ao de opera~6es e contabilidade, entre outras. Entretanto, nos ultimosanos, desenvolvirnentos ernpolgantes oriundos de campos diversos, como psicologia, sociologia e antropologia, tambem arnpliaram e enriqueceram a base de conheci mentos de administra~ao estrategica. Os estudantes ganharao novos insights des ses desenvolvimentos atualizados e integradores. o curso de administrac;ao estrategica e politica de neg6cios e projetado para auxiliar os estudantes a integrarem e aplicarem 0 que aprenderam em seus cursos de areas administrativas em separado, bern como ajuda-Ios a ganhar experiencia na utilizac;ao das ferramentas de analise estrategica. Para facilitar esse processo e prornover 0 aprendizado dos estudantes - 0 segundo objetivo maior deste livro -, desenvolvemos uma serie de ferramentas de aprendizado inovadoras. Este livro possui muitos materiais aplicados - exemplos de neg6cios reais cuidadosamente construidos ao longo do livr~, discuss6es provocativas sobre adrninistra~ao estra tegica conduzidas por empresas renomadas e exerdcios vivenciais para auxiliar os estudantes a pensar estrategicamente. Como a essencia do curso e a analise de cas os, 0 texto traz uma colec;ao diversificada e excelente de casos atuais que retra tam situa~6es de decisao significativas. COBERTURA NO ESTADO-DA-ARTE Alem da cobertura tradicional, 0 livro incorpora uma serie de t6picos inova dores e introduz varios capitulos unicos que dao uma vanta gem competitiva dis tintiva sobre outros livros-textos de administrac;ao estrategica. Alguns pontos dessa cobertura incluem 0 material a seguir: • As diversas teorias que influenciaram nossa abordagem aadministrac;ao estrate gica sao apresentadas no Capitulo 1. Estao inclusas teorias biol6gicas e schum peterianas da evolu~ao e da revolu~ao; teorias baseadas nas areas de organiza~ao industrial e da economia de Chamberlin; e tambem na teoria da contingencia e na teoria baseada em recursos (resource-based theory). • 0 Capitulo 3 apresenta nao apenas 0 ponto de vista tradieional, segundo 0 qual a estrategia de uma empresa deve ser direcionada pelos acionistas, mas tarnbem as perspectivas competitivas de que a estrategia deve ser direcionada pelos consumidores, ou, de modo mais amplo, pelos stakeholders.* A teoria baseada em recursos (resource-based theory) e utilizada para analisar as for~as e fraque zas das empresas. Stakeholders sao todos os grupos e institui,,6es que tern interesse na empresa e/ou podem influenciar suas atividades: acionistas, funcionarios, imprensa, grupos organizados da comu nidade etc. (N.T.) PREFACIO 17 • A estrutura de portf6lio S. W. O. T. e apresentada no Capitulo 5, juntamente com abordagens mais tradicionais. Trabalhos novos que analisam estrategias e re tomos empresariais tambem fazem parte do Capitulo 5. • 0 Capitulo 6 apresenta uma abordagem unica de estrategias de unidades de neg6cios e relaciona estrategias generieas a conceitos como gestao da qualida de total (total quality management, TQM), inova~6es em produtos/processos, alavancagem por meio da perfcia e da imagem organizacionais, participa~ao de mercado, estcigios de cicio de vida setoriais, analise de valor e grupos estra tegieos. • Vma cobertura unica sobre como as atividades funcionais podem ser integra das para auxiliar urn neg6cio a alcan~ar projeto de produto, servi~os aos clien tes, velocidade e garantias de produto/servic;o superiores fazem parte do Capitulo 7. • No Capitulo 8 e apresentada uma estrutura para auxiliar a alta administrac;ao a atingir a eficacia da estrutura da organiza~ao. • 0 Capitulo 9 oferece discuss6es inovadoras sobre como as estrategias sao im pie men tad as por meio de lideranc;a administrativa, da utiliza~ao apropriaaa do poder e da moldagem da cultura organizacional. • Vma abordagem unica de controle estrategico no Capitulo 10 apresenta pa dr6es de controle multiplos e muitas maneiras uteis e diferentes de se realizar controle estrategico. • Quest6es globais nao sao apenas integradas durante 0 desenvolvimento do tex to, mas sao amplamente cobertas no Capitulo 11. Este capitulo unico revisita os processos de administra~ao estrategica desenvolvidos nos Capitulos 2 a 10 no contexto do mercado mundial. • 0 Capitulo 12 e dedicado excIusivamente aadministra~ao estrategica em orga niza~6es que nao visam ao lucro. • As diferen~as nos process os de administrac;ao estrategica em grandes e em pe quenas empresas sao examinadas em se~6es separadas em trechos de capitulos por todo 0 livro. NOVO NESTA EDI<;AO A abordagem ao material que se segue e 0 que ha de novo na quarta edic;ao: • Embora a analise setorial tradicional seja apresentada no Capitulo 2, ela e tam bern questionada no sentido de que as press6es para eficacia e inovac;ao na em presa durante as duas ultimas decadas tern crescido tanto que a analise de urn unieo setor pode nao refletir tudo 0 que impacta 0 desempenho de uma empre 18 ADMINISTRA<;AO ESTRATEGICA sa. Mais que isso, 0 desempenho de uma empresa pode ser determinado por suas intera-;aes competitivas e cooperativas com outras empresas ao longo de setores diversos. Assim, 0 que e novo neste capitulo sao as trocas entre conjun tos de empresas que pertencem a setores diferentes. • Caixas de "insights estrategicos" e exemplos atualizados. • No Capitulo 6, a amilise da cadeia de valor e apresentada como uma serie de relac;oes de agenciamento. Uma relac;ao de agenciamento existe quando uma parte (urn agente) age em nome de outra (a principal) para aumentar 0 valor dos recursos ou das atividades desta ultima. • No Capitulo 7, tern lugar uma cobertura expandida de equipes transfuncionais e de administrac;ao de processos. • No Capitulo 8, e apresentada uma cobertura expandida da avaliac;ao da estru tura organizacional. • 0 Capitulo 9, Hderanc;a, poder e cultura sao descritos com foco em cada urn dos componentes da implementac;ao estrategica. • No Capitulo 10, sao abordados os mais recentes desenvolvimentos a respeito de controle estrategico. FERRAMENTAS DE APRENDIZADO ESPECIAIS DESTE LIVRO A teoria foi consistentemente relacionada com a pnitica em todD 0 livro. Os conceitos de administrac;ao estrategica sao ilustrados com exemplos reais de em presas renomadas. Para conduzir 0 aprendizado dos alunos, foi colocada no livro uma serie de fer ramentas especiais para auxiliti-Ios a entender e aplicar os conceitos apresentados. Cada capitulo do livro fomece as ferramentas de aprendizado descritas a seguir: • Urn modelo de administrac;ao estrategica auxilia a retratar visualmente os im portantes estagios do processo de administrac;ao estrategica. Este modelo e apresentado e explicado no Capitulo 1 e reaparece no inido de cada capitulo subseqiiente com a parte a ser discutida em cada urn deles realc;ada. Serve tambem como mapa para os estudantes em cada capitulo. • Os conceitos-chaves sao mostrados em negrito quando aparecem pela primeira vez, sendo imediatamente definidos. Ha uma !ista de conceitos-chaves com as respectivas definic;6es ao final de cada capitulo. • Caixas de insight estrategico em cada parte de capitulo deste livro ilustram aplicac;oes bem e malsucedidas dos conceitos administrac;ao estrategica em empresas como Southwest Airlines, IBM, Coca-Cola, Sears, Roebuck & Company. Cada caixa ilustra urn ponto importante do texto. PREFAClO 19 • 0 item Resumo ajuda a refon;ar os principais conceitos que 0 estudante apren deu em cada capitulo. • Quest5es para discussiio no fmal dos capitulos testam a retenc;ao e 0 entendi mento dos estudantes a respeito de importantes assuntos do capitulo e podem ser utilizadas como ferramenta para revisao e discussao em classe. • Exerdcios de administraflio estrategica, unitos para este livro, estao ao final de cad a capitulo. Esses exerdciosvivenciais ofere cern aos estudantes a oportuni dade de aplicar seus conhecimentos adquiridos no capitulo em situac;oes reais de administra-;ao estrategica. AGRADECIMENTOS Estamos profundamente em divida com muitas pessoas, em fun-;ao de sua assistencia e apoio a este projeto. Gostariamos de agradecer especialmente nossos revisores das primeira, segunda, terceira e quarta edic;oes deste livro. Esses cole gas foram particularmente capazes e merecem cnMito considenivel por suas su gestoes uteis e extensivas. Sao eles: William P. Anthony, Florida State University B. R. Baliga, Wake Forest University Robert B. Brown, University of Virginia William J. Carner, University of Texas at Austin Peng Chan, California State University, Fullerton Edward J. Conlon, University ofNotre Dame HallI Copur, Rhode Island College George B. Davis, Cleveland State University Louis R. Desfosses, State University ofNew York, Brockport Pierre E. Du Jardin, Bentley College Kamal Fatchi, Witchita State University Lawrence K. Finley, Western Kentucky University Philip C. Fisher, University ofSouth Dakota Len Frey, Nicolls State University Joseph J. Geiger, University of Idaho Manolete V. Gonzalez, Oregon State University Donald Harvey, California State University, Bakersfield Marilyn M. Helms, University of Tennessee at Chattanooga Stevan R. Holmberg, The American University Tammy G. Hunt, University ofNorth Carolina at Wilmington 20 21 ADMINISTRAt:;AO ESTRATEGlCA William Jackson, Stephen F. Austin State University Michael J. Keeffe, Southwest Texas State University Daniel G. Kopp, Southwest Missouri State University Augustine Lado, Cleveland State University Don Lester, Chichton University William Litzinger, University ofTexas, San Antonio James Logan, University ofNew Orleans Michael Lnbatkin, University ofConnecticut John E. Merchant, California State University, Sacramento Omid Nodoushani, University ofNew Haven Tim Pett, University ofMemphis Bevalee Pray, Union University Elizabeth Rozell, Missouri Southern State College Hael Y. Sammour, East Texas State Daniel A. Sauers, Louisiana Tech University Charles W. Schilling, University of Wisconsin, Platteville Louise Sellaro, Youngstown State University Jeffery C. Shuman, Bentley College Carl L. Swanson, University ofNorth Texas James B. Thurman, Ph.D., George Washington University Howard Tn, University ofMemphis Philip M. Van Auken, Baylor University Robert P. Vichas, Florida Atlantic University Richard J. Ward, Bowling Green State University Marion White, James Madison University Carolyn Y. Woo, Purdue University David C. Wyld, Southeastern Louisiana University Agradecimentos espedais sao devidos ao nosso editor, David Shafer, bern como anossa editora de produ9io, Cynthia Regan, por supervisionar este projeto do inicio ao fim. Estamos profundamente agradecidos ao professor Charles "He mingway" Pringle pela qualidade que ele imprimiu ao desenvolvimento das duas primeiras edic;oes deste livro. Seu brilho permaneceni e nos guiana nas revisoes subsequentes. Administradores em cada uma das Ulliversidades apoiaram bastante nosso trabalho. Gostariamos de agradecer particularmente adecana Donna Randall e ao diretor de administrac;ao Robert Taylor, da University of Memphis; ao presi dente George F. Harnrn, ao vice-presidente de assuntos academicos Bill Baker e ao decano Jim Tarter, da University of Texas at Tyler. PREFAOO Por fim, mas certamente nao menos importante, 0 apoio, a paciencia e a compreensao de membros especiais das familias William, Mahin e Teresa Wright; Nghi Kroll; e Denise Pamell- nao foram apenas tlteis, mas essenciais para tomar este livro uma realidade. SOBRE OS AUTORES Peter Wright e professor de administrac;ao e detem titulo University of Memphis Endowed Chair of Excellence in Free Enterprise Management (catedra de excelencia em administrac;ao da livre iniciativa, University of Memphis). Obteve seu MBA e seu Ph.D. em administrac;ao na Louisiana State University. Tern atuado como consultor em muitas empresas e foi presidente e pro prieta rio de uma empresa industrial de comercio internacional. Os trabalhos do professor Wright sao amplamente pubUcados em peri6dicos, como Harvard Business Re view, Strategic Management Journa~ Academy ofManagement Journal. Journal of Management, Journal of Business Research, Journal ofBanking and Finance, Long Range Planning, British Journal ofManagement, Journal of the Academy of Mar keting Science, Business Horizons, Planning Review e Managerial Planning, entre outros. Algumas de suas publica<.;oes academicas tern sido publicadas em veiculos da mfdia, como The CBS Television Evening News, The Washington Post, Business Week, The Economist, Wall Street Journal e Smart Money. Mark J. Kroll eprofessor catedratico do Departamento de Administrac;ao e Marketing na University ofTexas at Tyler. Obteve seu MBA na Sam Houston State University e seu DBA em administra<;iio na Mississippi State University. Seus arti gos sobre t6picos de administrac;ao estrategica tern sido publicados em muitos pe ri6dicos, inc1uindo 0 Academy of Management Journal, Academy of Management Review, Journal ofBusiness Research e Journal ofthe Academy ofMarketing Science. Escreveu tambem sobre divers os casos que tern sido publicados em varios livros de administrac;ao estrategica e no Case Research Journal. 0 professor Kroll presta servic;os de consultoria a diversas empresas e leciona 0 que ha de mais modemo em cursos de gradua~ao e de p6s-graduac;ao. John A. Parnell e professor e chefe do Marketing and Management De partment at Texas A & M University Commerce. Obteve seu MBA na East Carolina University, seu Ed.D. na Campbell University e seu Ph.D. na Univer sity of Memphis. Atuou tres anos como presidente e proprietario de uma empresa de mala direta, eautor de mais de 100 artigos de peri6dicos, publicou casos e apresentou trabalhos em congressos. Seus trabalhos tern sido publicados em pe ri6dicos importantes, como Administration and Society, British Journal ofManage ment, Human Resource Management Review, International Journal ofOrganizational Analysis e International Journal ofValue-Based Management. 0 professor Parnell leciona 0 que h::i de mais modemo em administrac;ao estrategica nos niveis de gra duac;ao e de p6s-graduac;ao. ---, ..... ', ...".,-""''-'''--.: -----.•'-~--'--~--.--~-.-~.-'---".-';-~--'-- MODELO DE ADMINISTRA<;:Ao ESTRATEGICA Cap. 2 Cap. 3. Caps. 4 e 5 a:;I"''i::''':,'O'iU, G Q§ @ ~ . 0 . . lOb·· d Er------1~~-, Recursos, Missao rgamzaclona e letlvos a mpresa Cap. 6 Cap. 7 Cap.S Cap. 9 Cap. 10 1 Introdu~ao it Administra~ao Estrategica Os administradores nao enfrentam maior desafio que 0 da administrac;ao estrategica. Conduzir uma organizac;:ao complexa em ambiente dinamico e de mudanc;:as rapidas requer os melhores julgamentos. As questoes de administra c;:ao estrategica sao invariavelmente ambiguas e desestruturadas e 0 modo como a administrac;:ao responde a elas determina se a organizac;:ao sera bem-sucedida ou nao. A administrac;:ao estrategica e desafiadora porque vai muito alem de estabe lecer objetivos e posteriormente dar ordens aos membros da organizac;:ao para se aterem a esses objetivos. A direc;:ao estrategica de uma organizac;:ao depende de uma serie de considerac;:oes. Entre elas estao a avaliac;:ao pela alta administrac;:ao das oportunidades e ameac;:as do ambiente extemo e a analise pela administrac;:ao dos pontos fortes e fracos da empresa. Os executivos seniores sao autorizados a determinar a missao e os objetivos gerais da empresa no contexto das oportunida des ou ameac;:as extemas e dos pontos fortes ou fracos intemos. Simultaneamen te, a equipe da alta administrac;:ao deve levar em contaos desejos competitivos dos varios stakeholders (ou pUblicos interessados) da organizac;:ao, porque seu apoio e essencial para uma implementac;ao de estrategias bem-sucedidas. Stakehol ders incluem nao apenas os administradores e funcionarios, mas tambem os pro prietarios da empresa (acionistas), fomecedores, clientes, credores e membros da comunidade. Este Iivro focaIiza a administrac;ao estrategica. As questoes e processos discu tidos sao reais e relevantes para todos os tipos de organizaC;oes - grandes ou pe quenas, intemacionais ou domesticas, diversificadas ou com apenas urn produto, e que visam e nao vis am ao lucro. 0 conteudo desta obra deve provocar urn insight agudo sobre administrac;ao estrategica e uma avaliac;ao de seu papel vital para a melhoria da eficacia organizacional. . 24 25 ADMlNlSTRAQ,O ESTRATEGlCA QUE EADMINISTRAt;AO ESTRATEGICA? Defini~io de administra~o estrab~gica Como a palavra estratigia ou alguma varias:ao sua e utilizada em todo 0 li vro, sua definis:ao deve ser clara. Estrategia refere-se aos pIanos da alta admi nistrac;:ao para alcans:ar resultados consistentes com a missao e os objetivos gerais da organizac;:ao. Pode-se encarar estrategia de tres pontos de vantagem: (1) a for mulac;:ao da estrategia (desenvolvimento da estrategia); (2) implementac;:ao da estrategia (colocar a estrategia em ac;ao); e (3) controle estrategico (modificar ou a estrategia, ou sua implementac;:ao, para assegurar que os resultados desejados sejam alcans:ados). Administra~ao estrategica e um termo mais amplo que abrange nao so mente a administrac;:ao dos estagios ja identificados, mas tambem os escigios ini dais de determinac;:ao da missao e os objetivos da organiza<;ao no contexto de seus ambientes extemo e intemo. Desse modo, administrac;:ao estrategica pode ser vista como uma serle de passos em que a alta administrac;ao deve realizar as tarefas a seguir: 1. analisar oportunidades e amea<;as ou limitac;:oes que existem no am biente extemo; 2. analisar os pontos fortes e fracos de seu ambiente intemo; 3. estabelecer a missao organizacional e os objetivos gerais; 4. formular estrategias (no myel empresarial, no myel de unidades de negocios e no myel funcional) que permitam aorganizac;:ao combinar os pontos fortes e fracos da organizac;:ao com as oportunidades e ameac;:as do ambiente; 5. implementar as estrategias; e 6. realizar atividades de controle estrategico para assegurar que os obje tivos gerais da organizac;:ao sejam atingidos. Embora os vanos passos desse processo sejam discutidos seqiiencialmente neste livro, na realidade eles sao altamente inter-relacionados. Cada escigio do processo de administrac;:ao estrategica deve ser considerado em conjunc;:ao com os demais porque uma mudanc;:a em um ponto qualquer afetara outros estagios do processo.1 Esses estagios sao discutidos seqiiencialmente no livro apenas para tor- na-Ios mais faceis de serem entendidos. 1. SINGER, A. E. Strategy as moral philosophy. Strategic Management Journal, n.lS, p. 191-213, 1994. l I 111 1 f i t ! i 1 1 .~ :11 INTRODUQ,O 'A ADMINISTRAQ,O ESTRATEGICA Em sentido mais amplo, administrac;:ao estrategica consiste em decisOes e ac;:oes administrativas que auxiliam a assegurar que a organizac;ao formula e man tem adaptac;:oes beneficas com seu ambiente. Desse modo, os administradores es trategicos avaliam suas empresas derlvando pontos fortes e pontos fracos. Manter urn ajuste compativel entre 0 negodo e seu ambiente e necessano para a viabili dade competitiva. Como tanto 0 ambiente quanta a organizac;:ao modificam-se com a passagem do tempo, esse processo constitui um interesse constante para a administrac;:ao. Modelo de administra~o estrategica Para auxiliar a visualizac;:ao do processo de administrac;:ao estrategica, um modelo esquematico e apresentado na Figura 1.1. No alto da figura, 0 modele comec;:a com a anaIise ambiental de oportunidades e amea~as. No estagio se guinte, 0 ambiente interno da organiza~ao (recursos, missao e objetivos da or ganiza~ao) e ligado ao ambiente externo por urna seta de duplo sentido. Essa seta significa que a missao e os objetivos gerais sao determinados no contexto das oportunidades e ameac;:as ambientais, bem como de pontos fortes e fracos da em presa (seus recursos). A organizac;:ao e afetada por forc;:as ambientais extemas. Mas as organiza~oes tambem causam impactos sobre seu ambiente extemo.2 A legislalfao federal, por exemplo, e influenciada pela atividade de lobistas; 0 ambiente ecol6gico pode ser melhorado por meio de ac;oes de responsabilidade social empresarial; 0 comportamento do consumidor pode ser influenciado via propaganda e promoc;Oes de venda; varejistas grandes e economicamente pode rosos podem afetar as at;Oes de fomecedores; e estrategias de prelfo e melhorias no produto certamente influenciam as atividades dos concorrentes.3 A missao e os objetivos gerais de aquisic;:Oes conduzem a formulac;:ao de es trategias aos mveis empresarial, de unidade de negocios e fundonal. Entretanto, os pontos fortes e fracos atuais e potenciais da organizac;:ao (recursos da empresa nos niveis empresarial, de unidade de negocios e funcional) tambem influenciam a missao e os objetivos da empresa. Isso edemonstrado pela seta de dois sentidos entre 0 ambiente intemo e a formulac;:ao de estrategias. No nivel corporativ~, os 2. BARNEY, J. B. Types of competition and the theory of strategy: toward an integrative framework. Academy ofManagement Review. n. 11, p. 791-800, 1986; CHILD, J. Organizational structure, environment and performance: the role of strategic choice. Sociology, n. 6, p.1-22, 1972; SCHUMPETER A. The theory of economic development. New York: Oxford University Press, 1934. 3. LONGENECKER, J. G., PIUNGLE, C. D. The illusion of contingency theory as a general theory. Academy ofManagement Review, n. 3, p. 682, 1978. 26 27 ADMINISTRA<;:AO ESTRATEGlCA tomadores de decisao sao 0 chief executive officer (CEO)4, outros altos administra dores e 0 conselho de administrar;ao. A maioria das decisoes estrategicas no ni vel de unidade de negocios e seus executivos-chaves (ou executivas-chaves) e os tomadores de decisao no nivel funcional sao os chefes de areas funcionais (administradores de departamentos, como produr;ao, finanr;as, marketing e pes quisa e desenvolvimento - P&D). Em algumas organizar;oes, em vez de areas funcionais, ha centros de processos essenciais (como centro de manuseio de ma teriais, em lugar de departamentos funcionais de compras e produr;ao). A seta seguinte retrata a ideia de que a formular;ao de estrategias coloca a implementar;ao de estrategias em curso. Especificamente, as estrategias sao implementadas por meio da estrutura organizacional, suas lideranr;as, sua distri buir;ao de poder e sua cultura. Depois, a seta final, mais abaixo, indica que 0 desempenho estrategico real da organizar;ao e avaliado. Ate 0 grau em que 0 de sempenho nao consiga alcam;ar os objetivos da<>rganizar;ao, 0 controle estrate gico e realizado para modificar alguns ou todos os esragios do modelo para melhorar 0 desempenho. 0 estagio de controle e demonstrado pela linha de feed back que conecta 0 controle estrategico a outras partes do modelo. Mais detalhes sobre 0 modelo de administrar;ao estrategica sao fornecidos nos proximos nove capitulos. No inicio de cada capitulo, a parte do modelo a ser examinada esta realc;ada. Nos Capitulos 11 e 12, 0 modelo completo e revisitado -,! segundo enfoques especiais, respectivamente organizar;oes intemacionais e orga ,': nizar;6es que nao visam ao lucro. ! i ),1 4. Chief executive officer (CEO) nao possui tradw;ao direta em portugues e designa a pessoa que esta no topo da piramide da organiza~ao, sendoresponsavei por seu desempenho perante 0 conselho de administra~ao e os acionistas. (N.T.) INTRODU<;:AO AADMINISTRA<;:AO ESTRATEGlCA Cap_ 2 Macroambiente Ambiente Setorial Cap. 3 Recursos, Missao Organizacional, Objetivos da Empresa ~ .. .c "0 ~ Cap. 10 Caps. 4 e Cap. 6 Cap. 7 Cap. 8 Cap. 9 Formulavao de Estrategias de Unidades de Negocio Estrutura Organizacional Formula-;:ao de Estrategias Funcionais Lideran-;:a, Poder e Cultura Organizacional Processo de Controle Estrategico e Desempenho Figura 1.1 Modelo de administrafQO estrategica. Importancia da administra~ao estrategica Eventos correntes cobertos por publicar;oes de negocios como Fortune, Busi ness Week e Wall Street Journal envolvem conceitos de administrar;ao estrategica. Assim, 0 entendimento do mundo dos negocios requer familiaridade com 0 pro 28 29 ADMIN1STRAQ,.O ESTRATEGICA cesso de administrat;ao estrategica. A. medida que a concorrencia domestica e ex tema se intensifica, e durante os periodos em que a influencia do govemo nos neg6cios aumenta, a compreensao da administrac;ao estrategica toma-se ainda mais essencial. Empregados, supervisores e a media gerencia devem estar familiarizados com a administrac;ao estrategica. Uma apreciat;ao da estrategia de sua organiza t;aO ajuda-os a manter suas atividades de trabalho mais pr6ximas da administra t;ao da organizac;ao, aumentando desse modo 0 desempenho no trabalho e as oportunidades de promoc;ao e tomando-as mais eficazes. Surgimento do estudo da administra~io estrab~gica Durante os anos 1950, a Ford Foundation e a Carnegie Corporation financia ram uma analise de curriculo e ensino de escolas de administrac;ao. A partir dessa pesquisa, surgiu 0 relat6rio Gordon-Howell, que conc1uiu que a educat;ao formal em administrac;ao nas universidades deveria ser estendida e conclufda com uma disciplina mestra que integrasse os conhecimentos dos estudantes de disciplinas como contabilidade, financ;as, marketing, administrac;ao e economia.5 A maioria das escolas aceitou as conclusoes desse relat6rio e desenvolveu uma disciplina mestra que tomou-se conhecida como "Politica de Neg6cios". o impulso inicial da disciplina politica de neg6cios foi integrar as areas fun cionais dentro da empresa de modo que se pudesse a1canc;ar uma administrac;ao consistente. Essa administrac;ao visava capitalizar seus pontos fortes enquanto re duzia a enfase de seus pontos fracos, em relac;ao as oportunidades e ameac;as apresentadas pelo ambiente extemo da organizac;ao. Com 0 tempo, os parametros dessa disciplina mestra expandiram-se e pass a ram a incluir analises mais formais do macroambiente da empresa, do ambiente setorial, da missao, dos objetivos gerais, da formulac;ao de estrategias, da imple mentac;ao de estrategias e do controle estrategico. Essa concepc;ao expandida do· escopo da disciplina passou a ser referida como administra¢o estrategica, em oposic;ao ao termo mais restrito poUtica de neg6cios.6 Em administrac;ao estrategica, pode-se argumentar que 0 executivo ideal do futuro sera um Hder, nao um mere administrador.7 Esse executivo ideal devera ser um escudeiro fiel dos vanos publicos interessados na empresa. Ele ou ela sera um visiomirio, urn participante de equipes e urn tecnico de perspectiva global e capaz de capitalizar sobre a diversidade. S. GORDON, R. A., HOWEll, J. E. Higher education for business. New York: Columbia University Press, 1959. 6. LEONTIADES, M. The confusing words of business policy. Academy ofManagement Review. n. 7, p.46,1982. 7. O'REIllY, B. Reengineering the MBA. Fortune, p. 37-47, 24 Jan. 1994. INTRODUQ,.O AADMINISTRAQ,.O ESTRATEGICA INFLuENCIAS SOBRE A ADMINISTRAc;AO ESTRATEGlCA Como campo de estudo, a administrac;ao estrategica e ecletica, formando-se sobre varias estruturas te6ricas. Esta sec;ao examina algumas das diversas raizes que influenciaram a abordagem deste livro aadministrac;ao estrategica. Teorias da evolu-;io e da revolu~o Charles Darwin, 0 naturalista, propos a teoria da mudanl;a evolucionaria das especies bio16gicas.8 Em sua forma mais bcisica, a teoria de Darwin sugere que as mudanc;as ambientais fon;am as especies em direr;ao a mutac;oes ou transforma r;oes incrementais, porem condnuas. Uma especie que nao possa adaptar-se as exigencias ambientais e prejudicada, podendo extinguir-se. Essa perspectiva de mudanc;a evoludonaria tem influenciado muitos pensa dores de administrac;ao.9 Como resultado, acreditam que as organiza~oes sao in fluenciadas pelo ambiente; que a mudanl;a ambiental e gradual, exigindo uma mudanc;a organizacional concomitante; e que as organizat;Oes eficazes sao aque las que mais se adaptam as exigencias ambientais. As empresas que nao conse guem ou nao se adaptam amudanl;a extema gradual serao superadas por seus concorrentes e forc;adas a sair do neg6cio_ Uma visao diferente da mudanc;a ambiental foi proposta por certos histo riadores naturais e pelo economista Joseph Schumpeter.10 Segundo esse ponto de vista, a mudanc;a ambiental nao e gradual, ocorrendo de maneira revolucio mlria e abrupta. Historiadores naturais dessa escola de pensamento acreditam que as especies podem existir de forma inalterada durante um periodo de tempo bastante longo. Entao, como resultado de mudanc;a ambiental repentina e revo lucionaria, especies antigas podem ser destruidas e novas especies criadas. As especies resultantes existirao por muitas decadas ou seculos, ate que 0 ambiente mais uma vez modifique-se abruptamente, induzindo ao aparecimento de espe des ainda mais novas. Do mesmo modo, nas ciencias sociais, Schumpeter propos que um ambiente economico e caracterizado por periodo relativamente longo de estabilidade, pon tuado por rapidos period os de mudanc;a descondnua e revoluciomlria. Essas revo Iw;oes sao geradas pelo advento de empresas empreendedoras com novas tecno 8. GOULD, S. J. Ever since Durwin. New York: Norron, 1977. 9. GIOIA, D. A., PITRE, E. Multiparadigm perspectives on theory building. Academy ojManagement Reriew,n. 15, p. 584-602, 1990. 10. ELDREDGE, N., GOULD, S. J. Punctuated equilibria: an alternative to Phyletic gradualism. In: SCHOPF, J. M. (Ed.). Models in paleobio.logy. San Francisco: Freeman, Cooper, 1972. p. 82 115; Schumpeter, A. The theory of economic development. 31 30 ADMlNISTRA<;AO ESTRATEGICA logias. Os novos setores industriais criados por esses novos neg6cios empreendedo riais destr6em as empresas e os setores industriais existentes, tomando-os obsoletos. Alguns pontos de vista sobre a mudan~a revoluciomiria sao mais moderados e propoem que pelo menos algumas das empresas existentes poderiam ser capa zes de se adaptar a uma mudan~a ambiental abrupta.11 Essas organizat;oes adap tativas permitiriam as empresas inovadoras absorver os custos e riscos de se criarem novos produtos e servi<;os e depois imitariam as adapta.;oes bem-sucedi das.12 Mesmo Schumpeter, em 1950, mudou sua posi<;iio anterior (1934) argu mentando que algumas empresas existentes poderiam sobreviver a mudant;a revolucionaria.13 Ele acreditava que a sobrevivencia pudesse ser conseguida pela imita.;ao dos produtos ou servi<;os revoluciomirios de empresas novas ou proati vamente, pela cria<;lio de novos produtos ou servi.;os. Teoria da organiza~o industrial A organiza.;ao industrial, urn ramo da microeconomia, enfatiza a influencia do ambiente setorial sobre a empresa. Esta impHcito na teoria da organiza<;ao in dustrial a premissa da mudan.;a evolucionana. Uma empresa deve adaptar-se as for<;as particulares de seu setor para sobreviver e prosperar (essas fon;as sao dis cutidas em detalhe no pr6ximo capitulo) e desse modo seu desempenho finance i ro e determinado pelo setor em que ela compete. Setorescom estruturas ou for~as favoraveis ofere cern a oportunidade de altos retomos, enquanto 0 oposto e verda deiro para empresas que atuam em setores com for<;as menos favoniveis. 14 A teoria da organiza<;lio industrial edeterministica porque pressupoe que a sobrevivencia da organiza<;ao depende de sua habilidade de adaptar-se as for<;as setoriais. As estrategias, recursos e competencias de uma organiza<;lio sao 0 refle xo do ambiente setorial. 15 Como 0 foco dessa area de estudo eem for.;as setoriais, I Ii ~ \, as organiza<;oes dentro de urn setor sao vistas como possuindo estrategias, recur sos e competencias seme)hantes. Por essa razao, empresas concorrentes em urn 11. TUSHMAN, M. L., NEWMAN, W. H., ROMANELLI, E. Convergence and upheaval: managing the unsteady pace of organizational evolution. California Management Review 29, n. 1, p. 29-44, 1986; UTTERBACK D., ABERNATHY, W. J. A dynamic model of product and process innovation. Omega, n. 3, p. 639-656,1975. 12. BARNEY. Types of competition and the theory of strategy; NELSON, R. R., WINTER, S. G. An evolutionary theory ofeconomic change. Cambridge, Mass. Harvard Unity Press, 1982; NOOOUSHANl, O. The end of entrepreneurial age. Human Systems Management, n. 10, p. 19-31, 1991. 13. SCHUMPETER, J. A. Capitalism, sodalism and democracy. New York: Harper & Row, 1950. 14. PORTER, M. E. The contributions of industrial organization to strategic management. Academy ofManagement Review, n. 6, p. 609-620,1981. 15. BAIN, J. S. Industrial organization. New York: Wiley, 1968; SCHERER, F. M., ROSS, D. Industrial market structure and economic peiformance. Boston: Houghton-Miffein, 1990. INTRODU<;AO AADMINISTRA<;AO ESTRATEGICA mesmo setor operam de modo relativamente homogeneo. Uma empresa deve de senvolver estrategia ou competencia operacional superiores, mas sua singularida de tera vida curta. Empresas com menor sucesso podem imitar a empresa de alto desempenho comprando os recursos, competencias ou talento administrativo que fizeram a empresa lfder tao lucrativa.16 Desenvolvimentos recentes na teoria da organiza~ao industrial tern proporcionado notoriedade as estrategias empresa riais, que poderiam nao apenas afetar as estrategias das empresas rivais mas tam bern modificar a estrutura do setor.17 As areas de estudo rapidamente examinadas - teorias da evolm;ao e revolu <;ao e teoria da organiza<;ao industrial - aurnentam a compreensao sobre como fon;as ambientais basicas podem afetar as organiza~oes. As teorias a seguir ado tam uma perspectiva ate certo ponto diferente por foca1izarem nao apenas 0 am biente, mas tambem 0 status competitivo das empresas. Tais ideias complementam as teorias discutidas. Teorias economicas de Chamberlin o economista Edward Chamberlin, representando outro ramo da microeco nomia, apresentou suas ideias em um contexto de mudan<;a ambiental evolucio nana. PropOs que uma empresa poderia distinguir-se claramente de seus concor rentes: Uma classe geral de produtos se diferendara se existir qualquer base significativa para distinguir os hens (ou servic;os) de urn vendedor para outro. Onde existir essa diferencia<;iio, mesmo sendo pequena, os compradores juntar-se-ao aos vendedores nao aleatoriamente, C..) mas de acordo com suas preferencias.18 A diferencia<;lio pode existir por determinado tempo por causa de prote~oes legais como marcas registradas ou patentes, ou em fun<;iio de estrategias, compe tencias e recursos unicos, que nao podem ser facilmente duplicados pelos concor rentes. A premissa de que os compradores juntar-se-ao aos vendedores, nao aleato riamente, mas de acordo com suas preferencias, enfatiza a necessidade de a em 16. LADO, A., BOYD, N., WRIGHT, P. A competency-based model of sustainable competitive advantage: toward a conceptual integration. Journal of Management, n. 18, p. 77-91, 1992; BARNEY, J. Strategic factor markets: expectations, luck and business strategy. Management Sdence, n. 42, p. 1231-1241, 1986; BARNEY, J. B. Firm resources and sustained competitive advantage. Journal ofManagement, n. 17, p. 99-120, 1991. 17. SETH, A., THOMAS H. Theories of the firm: implications for strategy research. Journal of Management Studies, n. 31, p. 165-191, 1994. 18. CHAMBERIlN, E. H. The theory of monopolistic competition. Cambridge, Mass. : Harvard University Press, 1956. p. 231. 32 33 ADMINISTRA<;AO ESTRArEGlCA presa estruturar de modo compativel entre seu status competitivo (seus pontos fortes e fracos em rela~ao aos dos concorrentes) e as oportunidades e amea~as em seu ambiente. Essa enfase no ajuste entre a empresa e seu ambiente reflete-se nas recentes teorias da contingencia. Teoria da contingencia A teoria da contingencia tambem existe dentro do contexto da mudan~a am biental evoluciomiria. Sua premissa basica e que recursos financeiros mais altos estao associados a empresas que desenvolvem urn ajuste mais benefico com seu ambiente. Diferentemente das teorias de mudan~as evolucionarias e revoluciona rias e da organizac;ao industrial anteriores, que eram estruturadas segundo urn alto nivel de abstrac;ao, a teoria da contingencia pode ser utilizada para visualizar a interac;ao ambiental em qualquer nivel de amilise - setorial, de grupos estrategi cos (discutidos no Capitulo 6), ou empresa individual. 19 E, enquanto as teorias anteriores eram determirusticas, os teoricos da contingencia viam 0 desempenho organizacional como urn resultado conjunto das forc;as ambientais e das ac;6es estrategicas das empresas. As empresas podem tomar-se proativas ao escolher atuar em ambientes cujas oportunidades e ameac;as correspondam a seus pontos fortes e fracos. 20 Se 0 ambiente setoria! modificar-se de modo desfavoravel para as empresas, elas poderiam talvez abandonar esse setor e realocar seus recursos e competencias em outros mais favoraveis. Assim tanto Chamberlin quanto os teoricosda contingencia veem as organi za~6es como empresas heterogeneas que podem escolher seus ambientes opera cionais. 0 desempenho organizacional e determinado pela correspondencia entre as oportunidades e ameac;as do ambiente e os pontos fortes e fracos da empresa. Teoria baseada em recursos (resource-based theory) A teoria baseada em recurs os (resource-based theory) coloca mais peso nas escolhas proativas das empresas. Embora as oportunidades e ameac;as ambientais sejam considerac;6es importantes, os recursos unicos da empresa encerram as va riaveis-chaves que permitem a ela desenvolver e sustentar uma vantagem compe titiva estrategica. "Recursos" incluem todos os ativos tangiveis e intangiveis de 19. DOOLEY, R. S., FOWLER, D. M., MILLER, A. The benefits of strategic homogeneity and strategic heterogeneity: theoretical and empirical evidence resolving past differences. Strategic Management Journal, n. 17, p. 293-305, 1996. 20. HREBINIAK, 1. G., JOYCE, J. F. Organizational adaptation: strategic choice and environmental determinism. Administrative Science Quarterly, n. 21, p. 41-65, 1985. INTRODU<;AO AADMINISTRA<;AO ESTRArEGlCA uma empresa (como capital, equipamentos, empregados, conhecimento e infor ma~ao).21 Como se pode inferir, a teoria baseada em recursos focaliza, em pri meiro lugar, empresas individuais e depois 0 ambiente competitivo. Se uma empresa utilizar seus recursos para obter vantagens competitivas sustentadas, esses recursos devem servaliosos, raros e objetos de imita~ao imper feita e nao devem possuir substitutos relevantes.22 Recursos valiosos sao aqueles que contribuem significativamente para a eficiencia e a eficacia da empresa. Recursos raros sao aqueles possuidos por poucos concorrentes. Recursos imper feitamente imitaveis nao podem ser completamente duplicados pelos rivais. E re cursos que nao possuem substitutos estrategicos relevantes permitem quea empresa atue em uma situac;ao menos competitiva. A teoria baseada em recursos pode ser estruturada no contexto de mudan~a evolucionaria ou revolucionaria.23 Uma empresa que possua vantagens unicas dentro de urn ambiente evolucionario pode continuar a competir eficazmente realizando melhorias incrementais sobre sua base de recursos. Altemativamente, os recursos que proporcionam a empresa vantagem competitiva dentro de urn ambiente revolucionario nao se tomam irrelevantes em cenarios recem-criados. As ideias que foram examinadas tern influencias filosoficas importantes no campo da administra~ao estrategica. Como ficara evidente, essas teorias formam o arcabou~o conceitual do restante do livro. DECISOES ESTRATEGlCAS Quem toma decisoes? o CEO e 0 responsavel final pela administra~ao estrategica de uma organiza c;ao. Porem, exceto em empresas menores, 0 CEO conta com varios outros indi viduos, incluindo 0 conselho de administrac;ao, os vice-presidentes e varios administradores de linha e de assessoria. Depende do tipo de organiza~ao para se saber quem sao essas pessoas. Por exemplo, empresas com processo decisorio centralizado geralmente possuem menos administradores envolvidos nas deci s6es estrategicas do que empresas descentralizadas. Empresas que sao organiza 21. BARNEY, J. B. Looking inside for competitive advantage. Academy ofManagement Executive, n. 19, p. 49-61, 1995. 22. Ibid. 23. RUMELT, R. Towards a strategic theory of the firm. In: LAMB, R. (Ed.). Competitive strategic management. Englewood Cliffs, N. J.: Prentice Hall, 1984. p. 556-570; RUMELT, R., WENSLEY, R. In search of the market share effect. In: CHUNG, K. (Ed.). Academy of Management Proceedings, p. 2-6, 1981; WINTER, S. Schumpeterian competition in alternative technological regimes. Journal ofEconomic Behavior CIJId Organization, n. 5, p. 287-320, 1984. 34 35 ADMIN!STRA<;AO ESTRATEGICA das segundo fun~6es (prodUl;ao, marketing, finan~as, recursos hurnanos) geraI mente envolvem 0 vice-presidente das areas funcionais nas decisoes estrategicas. Empresas com estruturas divisionais por produto (por exemplo, divisao de utensi liDS domesticos, divisao de cortadores de grama e divisao de ferramentas ma nuais) geralmente incluem administradores divisionais junto ao CEO. Organi za\=6es muito grandes geralmente utilizam assessorias de planejamento estrategi co de nivel empresarial para assistir ao CEO e a outros altos administradores na tomada de decisoes de administrac;ao estrategica. Os insumos para as decisoes estrategicas podem ser gerados de muitas ma neiras. Por exempIo, urn empregado do departamento P&D pode assistir a uma conferencia em que a id€iia de um novo produto ou processo produtivo que pare~ relevante para a empresa seja discutida. Ao retomar da conferencia, 0 empregado pode relatar a ideia a sua supervisora, que, por sua vez, passa-Ia-a para seu chefe. Eventualmente, essa ideia pod era ser discutida com os administradores de marke ting e de produ~ao da empresa. Amedida que caminha de uma area para outra, a ideia toma-se cada vez mais clara e especifica. Por fun, pode ser apresentada a alta administra~o em urn relat6rio formal. 0 CEO podeni adotar ou rejeitar a ideia. Pode-se dizer, na verdade, que essa decisao foi tomada apenas pelo CEO? De certo modo, a resposta e siro, porque eresponsabilidade do CEO decidir qual altemativa a empresa ira adotar. Porem, de uma perspectiva mais ampla, a resposta e nao, pois a maioria das decisoes estrategicas resulta de urn fluxo de in sumos, de decis6es e de ac;6es de muitas pessoas. A alta administra~o e a respon savel final pela decisao final, mas a decisao e0 auge das ideias, da criatividade, das informac;oes e das analises de outras pessoas. Caracteristicas das decisoes estrab~gicas Alem de envolver mais de uma area da organizac;ao, as decisoes estrategi" cas geralmente requerem a obtenc;ao e alocac;ao de recursos dimensionados (humanos, organizacionais e ffsicos). E depois, as decisoes estrategicas envoI vern um longo periodo de tempo, algo entre alguns anos ate uma dtkada. Em conseqiiencia, as decisoes estrategicas sao orientadas para 0 futuro, com rami ficac;5es a longo prazo. Em outras palavras, as decisoes estrategicas requerem comprometimento.24 j 24. GHEMAWAT, P. Commitment: the dynamic of strategy. New York: The Free Press, 1991. INTRODU<;AO AADMINISTRA<;AO ESTRATEGlCA Decisoes Estrategicas As decis5es estrategicas, por sua propria natureza, sao caracterizadas por risco e incerteza consideniveis. Mudans;as rapidas e amplamente imprevislveis podem transfor mar rapidamente mesmo os pIanos mais bem concebidos em estrategias ineficazes. A maioria dos tomadores de decisao re conhece claramente esse perigo e aprende a conviver com ele. Eis alguns exemplos: • Projetar e produzir grandes aeronaves comerciais custa cerca de $ 5 bilhoes antes de os lucros das vend as serem realizados. A Boeing correu esse risco enorme com seu novo aviao 777. 0 777 e projetado para transportar328 passa geiros, com um percurso de 8.045 kIn. A fase de projeto iniciou em 1986 quando os planejadores da Boeing investigaram as ideias de muitos passageiros, pilotos e mecarucos sohre um.novo tipo de aero nave. Como colocou Dean Thornton, Hder da Boeing Commercial Airplane Group: "0 777 periodicamente me deixa apreensivo. E uma (...) aposta. Ha urn grande risco envolvido' em fazer coisas totalmenie diferentes." • A American Airlines, a maior empresa aerea do hemisferio ocidental, confronta assim como as priucipais empresas aereas - uma serie de desafios: custos constan temente crescentes, economias nacio nais instaveis, volumes de trMego do mestico incerto e amea.;;as protecionis tas no tnI.fugo intemacional. Em face dessas ameas;as, 0 CEO Robert Crandall sugeriu que "deve-se aceitar a n~o, nos niveis seniores de qualquer grande empresa, de que raramente se sabe qual sera 0 resul tado de qualquer decisiio. C..) A maioria das pessoas em grandes empresas rara mente tem certeza a respeito do que deve fazer. C..) Se tudo 0 que deve ser feito estivesse claro, esses empregos nao se riam tao dificeis". • Muitas empresas desenvolvem "cren.-;:as Msicas" ou "objetivos-chaves" para guiar os tomadores de decis5es estrategicas em tempos turbulentos. Por vanos anos, a IBM baseou-se em tres cren.;;as basi cas: a busca da excelencia, prover 0 melhor servic;:o aos consumidores e respeito pelo individuo. Entretanto, quando um executivo vindo de fora da empresa, Louis V. Gerstner Jr., tomou-se CEO da IBM, estabeleceu novos prin cipios para a Big Blue, que enfatiza yam 0 mercado, a tecnologia e a visao empreendedora. Varios altos ad~nis tradores notaram que modificar a filo sofia basica, planejada para guiar os tomadoresde decisao por meio da incerteza, seria necessario sea em presa desejasse ver 0 fruto de seu tra balho. Gerstner colocou asperamente: "Tratando-se de uma cultura orientada para resultados, nos nao chegamos hl ainda, falta muito. c..) Ha ainda um longo caminno a percorrer.» FONTES: ROBINSON, E. A. America's most admired companies. Fortune, p. F2, 3 Mar. 1997; CARLEY, W. M. GE and Pratt to build engine fur Boeing Jumbo Jet. WaU Street Jour nal Interactive Edition, 9 May COLE, J., SMrI'H C. S. Boeing loses contest to become China's partner in building plane. WaU Street Journal Interactive Edition, 2 May 1996; ZIEGLER, B. mM is growing again; "fires are out", chief says. Wall Street Journal Interactive Edition, 1 May 1996; HAYES, 1.. Gerstner is struggling as he tries to change ingrained mM culture. Wall Street JoU17Ull, 13 May 1994. Al,A8 (cita9ioda p. AI); MAIN,J. Bettingon the 21st centurejet. Fortune, p. 102-117 da p. 102),20 Apr. 1992; MOREAU, D. From big bust to Big Blue: mM and itsvigorous rebirth. Kiplinger's Personal Finance Magazi ne,p. 34-35,Juiyl99S; SAGER,J. We won'tstop until we find ourwayback,p. 116-118 (ci ta9io da p. 116),1 May 1995. 36 37 ilDMINISTRA<;:AO ESTRATEGICA Estrategia no Setol' AutomobiJistico: Avanfos Europeus e Japoneses Contrariamente a cren~ popular, os primeiros carros do mundo mais viaveis niio foram fabricados nos EUA, mas na Franc;a e na Alemanha. De fato, as monta doras nesses dois paises dominaram a fabricac;ao de carros ate que Henry Ford comec;ou a produzir carros com tecnicas de Ijnha de montagem. Por volta de 1920, a Ford sozinha produzia quase a metade dos carros no mundo. A lideranr;a ameri cana na produc;ao'de catros c6Iitinuou por vanas decadas. Entretanto, na decada de 1950 qs mon tadoras americanas tomapnn-se compla centes. Produziam rotineiramente carros grandes e pesadQs com mOtores potentes. Seguindo sua politica· de "obsolesrencia planejada",' as montadoras .americanas introduzi:ram 1lll1rlanr;as'cosmetk:as anuais nesses carros, projetadas paradeixar claro quais as consumidores que estavam dirigindo os rnodeIos mais recentes. En quanto as empresas: automobilisticas arne ricanas . concentravam sua atenr;aoem estilos e vendaS~:'as .m()lltadoras euro peias desenv()lviam urn g:Jnjuhte magni fico deavanr;os tecnologicoi, incluinde freies a disco, sistemas de diret;iio de coraa e pInhae; tra~o :<:iiaIlteira,. Chassi monobloco e SisttixiIaSde injet;iio. Por volta de 1970, as exponar;Oes de auto moveis europeus eram 2Svezes maiores que as dos.EUA. Quando 0 pritneiro clIoque do petr61eo atingiuos EUA, eril1974, as montadoias amencanal> descObriram~sedespreparadas. Os consumidoresamerieaooscome.;aram .. a escolher modelos' europeus mais econ6 micos e, de modo crescente, os veiculos japoneses pequenos e ccooomicos. ,Irri tadas, as montadoras de, Petroit com~ ram a fabricar carros menores. Mas sua atitude poderia ser resumida pelo co ment3rio de Henry Ford II: "Minicarros significam minilucros." La peIo final dos anos 1970, os consu midores americanos estavam comprando carros japoneses em numeros recordes. Esses carros nao eram apenas mais econo micos, mas a maioria dos compradores sentia que eles possuiam maior qualidade que os carros produzidos nos EUA. Assus tadas, as montadoras americanas busca ram protec;ao govemamental. Sob uma inJunt;iio do governoamericano, os japo neses concordaram ''voluntariamente'' com restrir;ao as 'importar;Oes no inicio dos anos 1980. Entretanto, essaS restrir;5es ironicamente motivaram as moniadoras japonesas a coilstruir plantas produtivas nos EUA, a fim de evitar as restn<;Oes.Ernbora elas inicialmente apenas montassem os carros nos EUA, atualmente a Honda, Toyota e Nissan tern estabelecido centros de P&D, de engenharia e de projeto nos EUA. De fato, por volta de 1990 a Honda produzia carros'totalmente planejados e construi dos nos EUA -principalmente par ame ricanos. Mais de 1.000.000 de carros japoneses foram produzidos nos EUA em 1990, emcompara~ao com cerca de 1.000, OIrO anos antes. 0 Accord, da Honda, come-;ou a competir com. 0 Ford Taurus pelo titulo de carro mais vendido nosEUA. No inicio dos anos 19900 setor auto mobilistico dos EUA havia declinado para seu ponto maisbaixo, oSfentando perdas recordes. Entretanto, programas de corte de custos, melhoramentos na quaJidade, novos modelos atrativos e uma economia mais' forte resultaram no ressurgimento dos lucros no final de 1992. ! ¥ 4 i ~. 11 ~ ! INTRODU<;:AO AADMlNISTRAQ,O ESTRATEGICA Mas alguns anaHstas acreditam que essa mudan~ na Big Three 25 esta apenas pela metade. Quando 0 iene fez subir 0 pre~o dos carros na metade da decada de 1990, a Big Three respondeu com au mento no prer;o de seus carros em vez de ganhar participar;ao de mercado. Como re suItado, os fabricantes japoneses realiza ram avan<;os significativos no segmento de caminhoes leves, anteriormente dorni nado pelos american os. A Big Three - particularmente a GM come<;ou a experimentar 0 sucesso co mercializando seus veiculos no Japao. Entretanto, 0 sucesso total da Big Three pode tambem estar ligado ao lucrativo mercado europeu, no qual as barreiras comerciais estao caindo e a Ford e a GM possuem cerca de um terr;o do mercado. Entretanto, a maioria dos analistas acre dita que a qualidade - 0 modo como 0 consumidor a percebe - determinara, por fim, os vencedores e os perdedores do setor. -;. FONTES: ROBINSON, E. A. America's most admired companies. Fortune, p. F2, 3 Mar. 1997; Japan car imports rise 24% on gains in overseas plants. AP-Dow Jones News Service, 8 May 1996; BOITANO, M. M. Jap~ current account fall seen hurting GOP. Dow Jo nes News Service, 13 May 1996; SENDER, H. On the chin: no one rules Endaka more than Japan's carmakers. Far Eastern Economic Review, p. 40-41, 8 June 1995; UPDIKE, E. Japan's auto shock. Business Week, p. 44-47, 29 May 1995; SIMISON, R. L., LAYIN D., MITCHELL, J. With auto prices up, Big Three get a major opportunity. Wall Street Journal, p. AI, A16, 4 May 1994; MITCHEll, J., TEMPliN, N. Ford's Taurus passes Honda's Accord as best-selling car in a laclduster year. Wall Street Journal, 7 Jan. 1993; INGRASSIA, P., APPEAL, T. Worried by Japanese, thriving GM Europe vows to get leaner. Wall Street Journal, 21 July 1992; KERWIN, K., TREECE, J. B., PETERSON, T., ARMSTRONG L., MULER, K. L. Detroit's big change. Business Week, 29 June 1992; CORDTZ, D. The first hundred years: how the U. S. auto companies blew their stranglehold on the industry. Finantial World, p. 54-56, 22 Aug. 1989. ADMINISTRA<;AO ESTRATEGICA: UM PROCESSO CONTINUO Uma vez que a estrategia planejada seja implementada, freqiientemente ira requerer modifica~oes amedida que as condi~6es ambientais ou organizacionais modificam-se. Essas mudan~as sao sempre diffceis, ou mesmo imposslveis de pre ver. Na verdade, e rara a situa«;ao em que a alta administra~ao ecapaz de desen volver um plano estrategico de 10ngo prazo e implemenui-Io por varios anos sem qualquer necessidade de modifica~ao. Consequentemente, uma estrategia pretendida (0 que a administra.-;ao originalmente planejou) pode ser realizada em sua forma original, em uma forma modificada ou ate mesmo em uma forma completamente diferente. Ocasiona1mente, 25. Big Three euma designac;iio comum nos EUA para suas tres grandes empresas automobilisticas: General Motors, Ford e Chrysler. (N.T.) 38 39 ADMiNISTRA<;:AO ESTRATEGlCA e claro, a estrategia pretendida pela administrac;ao e implementada, mas nonnal mente a estrategia pretendida e a estrategia realizada (0 que a administrac;iio implementa na realidade) diferem.26 A razao disso e que ocorrem eventos am bientais ou organizacionais nao previstos que provocam mudanc;as na estrategia pre tendida. 0 con junto completo de possibilidades e iIustrado na Tabela 1.1. Tabela 1.1 Estrategia pretendida, estrategia realizada e resultados: conjunto de possibilidades. 1. 0 que se pretende como estrategia e realizado com as resultados desejados. 2. 0 que se pretende como estrategia e realizado, mas sem lodos os resultados desejados. 3. 0 que se pretende como estrategia e realizado em uma versao um pouco modificada por causa de exigencias au mudan~as ambientais ou intemas nao previstas. Os resultados sao os desejados. 4. 0 que se pretende como estrategia e realizado em uma versao um pouco modificada por causa de exigencias ou mudant;as ambientais ou intemas nao previstas. Os resultados sao aquem dos desejados. S. 0 que se pretende como estrategia nao e realizado. Em vez disso, uma mudan~a ambien tal ou intema requer estrategia completamente diferente. A estrategia diferenle e realizada com os resultadosdesejados. 6. 0 que se pretende como estrategia nao e realizado. Em vez disso, uma mudant;a ambien tal ou intema requer estrategia completamente diferente. A estrategia diferente e realizada com resultados aquem des desejados. ADMINISTRA<;AO ESTRATEGlCA E CRIA<;AO DE RIQUEZA o proposito principal da administrac;ao estrategica e criar riqueza para os proprietarios (acionistas) da empresa por meio da satisfac;ao das necessidades e expectativas de outros stakeholders (por exemplo, clientes, fomecedores, empre gados, 0 que e discutido no Capitulo 3). Uma das medidas de criac;ao de riqueza e o indice Tobin's Q, que mensura a avaliac;ao de mercado do valor de uma empresa ponderada pelo custo de reposic;ao de seus ativos.27 Quando 0 Indice Tobin's Q emaior (menor) que 1,0, reflete a percepc;ao po sitiva (negativa) que 0 valor dos ativos tangfveis e intangiveis da empresa reuni dos e maior (menor) que 0 custo de reposic;ao dos ativos existentes (isto e, 0 custo 26. MINfZBERG, H. Opening up the definition strategy. In: QUINN, J. B., MINTZBERG, R, JAMES, R. M. (Eds.). The strategy process. Englewood Cliffs, N. J. : Prentice Hall, 1988. p. 14-15. 27. Ver detalhes em computador em HALL, B. H. The manufacturing sector master file docu mentation: 1959-1967. Mimeo. University of California at Berkeley, 1990. INTRODU<;AO AADMlNlSTRA<;AO ESTRATEGICA que a empresa tern de incorrer para adquirir os ativos com a mesma capacidade produtiva dos atuais).28 Atualmente, muitas empresas de destaque mensuram a criac;iio de riqueza por meio do que e chamado valor adicionado de mercado (MYA - market value added). A mensurac;iio de criac;ao de riqueza tem side desenvolvida pela empresa de consultoria Stem Stewart29, de New York. 0 conceito tern urn apelo intuitivo o valor de mercado de uma empresa (valor de mercado de suas a<;:oes ordinanas, ac;oes preferenciais e obriga<;:oes a longo prazo) menos 0 valor de livro do capital investido na empresa (fatores como 0 volume investido pelos acionistas, 0 mon tante emprestado pelos bancos e lucros retidos). Se 0 valor de mercado da empre sa for maior (menor) que 0 valor de livro do capital nele investido, entao a empresa possui urn MYA positiv~ (negativo), 0 que significa que e esperado que a riqueza seja criada (destruida) pelos administradores estrategicos. Acredita-se que urn modo melhor de se mensurar 0 MYA seja dividir 0 valor de mercado de uma empresa (valor de mercado de seus titulos em maos de acionistas) pelo valor de livro do capital neles investidos. Isso poderia controlar as diferenc;as de esca1as quando 0 desempenho de uma empresa e avaliado em rela<;:ao a seus rivais meno res ou maiores. Muitas empresas importantes, como Quaker Oats, Coca-Cola e AT&T, utiIi zam uma versao urn pouco modificada do MYA para mensurar sens desempe nhos.so Enquanto empresas como Wal-Mart, Intel. Microsoft, Coca-Cola e Rubbennaid tern side criadoras de riqueza, outras, como Kmart, TWA e Morrison Knudsen, tern sido destroidoras de riqueza nos Ultimos anos. Altemativamente, uma medic;iio simples de criac;iio de riqueza recomendada e0 indice de valor do mercado-valor de livro (market-to-book ratio). Esse indice e dado pelo pre<;:o atual da ac;iio da empresa dividido pelo seu valor de livro por a<;:ao. Se os investidores virem os clientes potenciais da empresa positivamente (negativamente), entao esse indice sera maior (menor) que 1. o motivo pelo qual se discute que 0 prop6sito da administra<;:ao estrategica e criar riqueza para os acionistas por meio da satisfac;ao das necessidades de varios stakeholders e que 0 apoio de todos os stakeholders enecessario para a criar;ao de riqueza. Configura-se uma miopia maximizar a riqueza do acionista as expensas de outros gropos de stakeholders. Os ganhos financeiros dos acionistas em detri mento das necessidades monetarias dos recursos hurnanos, por exemplo, somen te alienarao os empregados, eventualmente prejudicando futuros clientes finan 28. REIMANN, B. C. Managing/or value. Cambridge, Mass. : Basil Blackwell, 1989. 29. WALBERT, 1. America's best wealth creators. Fortune, p. 64, 76, 27 Dec. 1993. 30. CORNELL, B., SHAPIRO, A. Corporate stakeholders and corporate finance. Financial Mana gement, n. 16, p. 5-14, 1987; DONALDSON, G. Voluntary restructuring: the case of General Mills, Journal a/Financial Economics, 27, p. 117-141, 1990. 40 41 ADMINISTRA<;AO ESTRATEGlCA ceiros. Embora a maximiza\ao da riqueza dos acionistas venha sendo tradicional mente proposta como urn objetivo normativo na literatura financeira, estudiosos financeiros seletos ultimamente tern discutido a importancia de ser voltado para os stakeholders.31 o professor G. Donaldson, de Harvard, por exemplo, tern argumentado que a General Mills tern agido corretamente ao dedicar bastante tempo areestrutura r;ao (em vez de faze-Ia abruptamente) visando tomar-se voltada para os stakehol ders. Os beneficios de levar mais tempo na reestruturar;ao incluem diminui\ao de pessoal via congelamento de contrata\oes e acelera\ao da aposentadoria volunta ria em vez da demissao de pessoal de uma hora para outra e a desmoraliza\ao de toda a organizar;ao; a mudanr;a de fomecedores e de canais de distribuir;ao gra dual, com notifica\oes em periodos maiores, evitando dessa forma danos para a reputar;ao da empresa; e a venda de ativos gradual em vez de sob pressao de tem po, que coloca 0 vendedor em uma posi\ao de barganha desfavoravel. 0 professor Donaldson conclui que a General Mills tambem criou mais riqueza para os acio nistas sendo voltada para os stakeholders. Diretores da McKinsey and Company, uma importante empresa de consulto ria, tambem defendem que as empresas devem ser voltadas para os stakeholders, para criar riqueza para seus acionistas.32 Alem dis so, muitas empresas possuem missoes que explicitamente afirmam suas obrigar;oes com empregados, fomece dores, clientes e a comunidade, bern como com os acionistas. Por fim, ha eviden cias empiricas de que ser voltado para os stakeholders contribui para a compe titividade e para urn crescimento no valor do pre\o das a\oes.33 Por exemplo, em presas com programas de a\ao de qualidade afirmativa apoiam seus recursos hu manos e, por sua vez, podem ganhar por meio da contribuic;ao de seus recursos humanos na redu\ao de custos e maior diferenciac;ao. Essas empresas tendem a ter recursos humanos mais comprometidos e produtivos que apresentam menor absenteismo e rotatividade - e desse modo uma redur;ao no custo da estrutura. Essas empresas tambem tendem a ter uma capacitac;ao maior em resoluc;ao de problemas e sao mais criativas. Em conseqiiencia, estao mais capacitadas para au mentar sua diferenciac;ao. Custos menores e maior diferenciac;ao impactam posi tivamente 0 prec;o das a\oes. 31. DONALDSON. 1990. 32. COYNE, K. P., FERGUSON, R. W. Real wealth. The McKinsey Quarterly, n. 4, p. 69-80, 1991. 33. WRIGHT, P. FERRIS, S. P., HIllER, J. S., KROLL, M. Competitiveness through the management of diversity: the effect on stock price valuation. Academy ofManagement Journal, ll. 38, p. 272 87,1995. INTRODU<;AO AADMINISTRA<;AO ESTRATEGlCA VISAO GERAL DO TEXTO Esta apresenta\ao do processo de administrac;ao estrategica inicia com uma analise do ambiente extemo em que a empresa atua. Todas as empresas estao afe tas a dois niveis no ambiente extemo. 0 mais amplo dos dois e 0 macroambiente, que se compoe de forc;as politico-Iegais, economicas, tecnologicas e sociais, que afetam todas as organizac;oes. Mas cada organizac;ao tambem possui urn ambien te extemo mais especifico, conhecido como ambiente setorial, em que ela atua. 0 setor define 0 conjunto de clientes, fomecedores e concorrentes e assim por dian teo 0 primeiro passo da administrac;ao estrategica e a analise desses dois niveis do ambiente extemo. 0
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