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TRABALHO EXPLORADORES DE CAVERNAS

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CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO NOTURNO “B”
PROFESSOR: DR. FABIO SILVA
“OS EXPLORADORES DE CARVERNA”
ANÁLISE CRÍTICA
 ALUNO: ALBERTO ANDERSON B. ALVES
PARNAIBA-PI
2018
Resenha crítica: O Caso dos Exploradores de Caverna
Introdução:
O caso narra à história em que quatro exploradores de cavernas são condenados à morte em decorrência do assassinato do quinto participante dessa organização, Roger Whetmore. Os exploradores ficaram presos dentro da caverna onde se encontravam e, após vinte dias de permanência, receberam a informação da equipe de resgate que só poderiam ser retirados do local depois de mais dez dias, aproximadamente. Observando a situação deplorável dos sobreviventes, Roger Whetmore sugere que um sorteio através de lançamento de dados, uma pessoa seja escolhida para servir de alimento ao restante da equipe1. Entretanto, ao iniciar-se tal processo, Roger Whetmore muda seu posicionamento e tenta desistir, porém seus companheiros não aceitam e lançam o dado na vez dele, que pela má sorte do destino ele perde e é morto para servir de comida aos demais. Após saírem da caverna, os quatro sobreviventes foram parar em um Tribunal de Justiça, onde foram processados e condenados à morte pela forca. Recorreram então à Suprema Corte de Newgarth em decorrência a decisão do Tribunal do Condado de Stowfield. O autor narra uma história fantasiosa, na qual os juízes e seus posicionamentos permanecem somente no plano das idéias, ou seja, ele deixa claro no epílogo da dissertação que os fatos expostos são fictícios, embora a significância que ele queira passar extrapole a ficção. Assim, datas, locais e até nomes foram criados pelo autor para exemplificar e analisar um enigma um tanto quanto complicado.
Desenvolvimento:
Foi explanado o caso pelo presidente do tribunal, bem como os pareceres e as opiniões de cinco juristas. Eles esclarecerem e justificam as ações dos quatro acusados e do possível homicídio de Roger Whetmore. Truepenny, presidente do tribunal, começa narrando a situação e as condições dos exploradores na caverna, onde obteve provas na fala dos quatro que sobreviveram. Depois de o júri ser dissolvido, alguns dos seus membros enviaram uma petição ao chefe do Poder Executivo pedindo que a sentença fosse comutada. O presidente Truepenny deixa claro aqui que nada foi feito pelo executivo, pois era esperada a decisão deste tribunal de primeira instância. Ele justifica seu voto no fato que o tribunal seguiu o único caminho que lhes restava. A lei que advoga sobre este assunto fala “Quem quer que intencionalmente prive a outrem da vida será punido com a morte”. Tal dispositivo não permite exceções, embora Truepenny deixe claro que a condição trágica dos exploradores deve ser considerada e que a clemência pode ser apropriada ao caso. Discursa também sobre a improvável denegação das petições do júri e do juiz de primeira instância pelo Poder Executivo, já que há chances de clemência, considerada a situação dos réus. Desse modo, Truepenny vota pela confirmação da sentença definida pelo Tribunal do Condado de Stowfield de pena de morte pela forca, porém reconhece que pode ser repensado o caso, assim como sua sentença, mas deixa bem claro que se isto for feito, haverá uma sobreposição da lei, ou seja, o espírito na lei, assim como seu real sentido, não vai ser seguido, graças a uma solidarizarão aos acusados. 
O ministro e juiz Foster critica a decisão do presidente, afirmando que a lei vigente deve ser condenada no tribunal de senso comum. Defende que se o Executivo adotar a saída de inocentar os exploradores, será realizada a real justiça. Foster acredita fortemente que a lei não conduza obrigatoriamente à “monstruosa conclusão” de que estes homens assassinaram Roger Whetmore. Argumenta sobre a inocência deles e, para isso, estabelece dois princípios que são por si só independentes e suficientes. O primeiro fala que o direito positivo, aquele criado e regido pelos seres humanos, não se aplica à referida situação dos membros em julgamento, consequentemente só o direito natural poderia ser aplicado, ou seja, só as leis da natureza poderiam reger as atitudes dos exploradores. Ele fundamenta seu argumento no fato de que os exploradores estavam em um limite extraterritorial, onde só o direito natural poderia ser aplicado, onde o fato de estarem presos criou um território adverso, deixando-os distantes da nossa ordem jurídica vigente. À vista dessa situação, Foster deixa claro que as decisões tomadas dentro da caverna não foram influenciadas pelo direito positivo, mas sim pelo direito natural, tornando-os inocentes do homicídio, considerada a situação de vida ou morte que se encontravam. Isso pode ser verificado, pois o direito natural dá liberdade aos exploradores para estabelecerem um contrato social regido pelas leis da natureza, onde suas atitudes só poderiam valer dentro da caverna e, assim, foi feito, quando Roger Whetmore validou seu sacrifício para salvar quatro vidas.
O segundo argumento disserta sobre a legítima defesa. Foster diz que os quatro exploradores mataram e usaram Roger Whetmore como alimento, pois estavam protegendo a própria vida. Usando um variado agregado de casos jurisprudenciais para justificar sua opinião, onde, em todos, os réus foram absolvidos da sentença por estarem protegendo o direito que é dado a eles à vida, defende fortemente que os réus não são culpados. Argumenta que as causas da legítima defesa não se concilia com que é dito na lei, mas sim com seu propósito, ou seja, sair da caverna com vida. Foster, então, deixa seu voto, afirmando que os réus não são culpados do crime de homicídio contra Roger Whetmore e, desse modo, o caso dever ser reavaliado, assim como a sentença de primeira instância deve ser reformada e os réus, absolvidos.
Cabe salientar inicialmente que o juiz Tatting inclina-se para ambos os lados, pois apesar de mostrar críticas à decisão do tribunal de primeira instância, traz pensamentos que corroboram a culpa do homicídio de Roger Whetmore aos outros quatro exploradores. Ele declara, antes de expor suas ideias, que o fator emocional atinge muito na análise do caso, dito que a situação dos exploradores, nunca antes vivida nas mesmas condições, é comovente e deve ser considerada, já que a salvação deles custou muitos recursos e a vida de operários que morreram no resgate. Segue deixando críticas fortes ao modelo de Foster, afirmando que seu primeiro argumento cai, pois não há como o direito positivo vigente e atuante da sociedade parar de atingir os exploradores porque estavam com alguns metros de rocha os separando do exterior ou porque estavam famintos. Ele diz que não é possível estabelecer em que momento o direito positivo não é mais efetivo e quando o direito natural passou a vigorar, afirmando que estas ideias são do imaginário de Foster, são fantasiosas. Não há como conferir validade aos exploradores de aplicar o direito natural quando bem entenderem. Ele derruba, logo em seguida, o segundo argumento, quando diz que não há um caso de legítima defesa aqui, já que quando alguém “ataca” para proteger sua própria vida, tal atitude é feita sem intenção clara, ou seja, por impulso de salvar-se. Desse modo Tatting deixa evidente que os quatro exploradores fizeram todo o processo intencionalmente, pois houve o planejamento de como aconteceria o suposto “sacrifício”, a escolha do uso de dados é um exemplo claro. Derruba também a análise jurisprudencial dizendo que os casos anteriores expostos não são perfeitamente análogos ao dos exploradores, pois este possui alguns aspectos únicos, trazendo para a pauta alguns procedentes que Foster deixou de considerar.
Quanto à decisão do Juiz Handy, são abordados múltiplos aspectos, principalmente acerca do direito, suas aplicações e seu seguimento pela sociedade, ou seja, a observância das normas. No entanto, discute como tema principal a importância da análise de qualquer caso tomando sempre o senso comum em um plano primáriode visualização e, simplesmente, deixando a teoria abstrata jurídica para um segundo momento, tarefa essa muito bem realizada pelo público geral. Traz para a pauta um dado alarmante sobre o caso. Este dita que 90% da opinião pública vai de encontro à conclusão de que os acusados deveriam ser perdoados ou deixados sob uma pena simbólica. Assim, ele considera uma tarefa do tribunal seguir a opinião destes, pois é completamente razoável e decente considerar as experiências psicológicas desgastantes dos acusados. Todavia, em um segundo momento ele é contraditório e confuso, porque expõe possíveis pontos que podem superar seus argumentos como “a opinião pública é fantasiosa e caprichosa; ou que esta se baseia em meias verdades, sem ouvir testemunhas e sem ter provas; ou até que as leis foram esquecidas, assim como os dispositivos jurídicos que regram o julgamento”.
Em seguida o autor expõe possíveis modos dos exploradores escaparem da punição: pela decisão do juiz, onde se diz que não houve crime praticado; por uma decisão do representante do ministério público, não requerendo que o processo seja instaurado; por absolvição do júri; ou por perdão da pena pelo executivo. É exposto certa indignação de Handy quando não são observados fatores emocionais e pessoais, sendo considerado apenas estruturas formais e rígidas, por parte dessas quatro instâncias jurídicas no momento da decisão. Isso quer dizer que o juiz não compreende uma circunstância onde pelo menos uma delas não se comova com a situação emocional dos réus. Ressaltando que deve ser evitado que a decisão fique na mão do chefe do executivo, já que ele tem princípios muito rígidos e o clamor popular tem um efeito contrário nele, Handy fala que a melhor solução seria que o destino desses homens ficasse fora do tribunal e fora das mãos do presidente. Ele diz que a decisão deveria ser do júri popular, pois estes consideram o emocional dos réus. Handy deixa seu voto declarando que se a decisão fosse dele, se reuniria com o executivo examinaria conjuntamente o caso, parte por parte, prova por prova. Ele aponta que os réus são inocentes da prática do crime e que a sentença deve ser reconsiderada.
Desse modo, com um empate de votos “dois a favor, dois contra e uma abstenção”, a decisão do tribunal de primeira estância é mantida e os réus são considerados culpados pelo assassinato de Roger Whetmore, condenados a forca.
Análise Crítica:
A referida obra é imprescindível para a introdução do estudo do Direito devido à multiplicidade de correntes (como o Positivismo, o Jusnaturalismo e o Realismo) dogmas, temas, preceitos e posições filosóficas recorrentes no campo jurídico, mostrando-se tal diversidade mais significativa que a própria análise e decisão do caso em questão. Essa exposição de posicionamentos estimula o aprendiz, dando-lhe uma noção básica da prática jurisprudencial. As pronunciações de cada juiz representam, ao longo do texto, tais correntes, proporcionando uma noção concreta, ainda que se trate de um caso fictício, de como cada linha de pensamento encaixa-se nos postulados do Direito. Seguindo a proposta do autor, arrisco-me a posicionar-me em relação ao caso. Apenas fazer uso de uma corrente jurídico-filosófica põe em risco a imparcialidade que um juiz deve adotar, qualquer que seja o julgamento. Extremismos e excessos sempre perecem por tornarem os profissionais inaptos a diferentes visões. Reduzir-se ao Jusnaturalismo subestimaria a supremacia constitucional e legislativa que rege as sociedades. Já fixar-se no Positivismo seria desconsiderar os inúmeros possíveis acontecimentos dentro de uma situação que está relacionada a certa lei, extirpando suas interpretações e julgando que não existem lacunas a serem resolvidas no Direito. Restringir-se ao Realismo seria minimamente extinguir teorias jurídicas formuladas durante anos por pessoas competentes para tal. Diante do exposto, podem-se citar exemplos de falhas nos pronunciamentos dos juízes Keen e Handy devido à extrema redução de seus argumentos a correntes, não buscando um limite entre a moral e a normatização. Meu posicionamento seria a absolvição dos réus após a interpretação e a conciliação desses dois fatores.
Conclusão: Depois de analisados o caso, os votos dos Ministros e seus argumentos, chego à conclusão de que os réus devem ser absolvidos da acusação de terem cometido crime de homicídio contra Roger Whetmore e apoio a reformulação da sentença. Baseio minha decisão nos argumentos de Foster e Handy, acima expostos. Acredito que o ato cometido pelos acusados foi fundamentado em um acordo estabelecido dentro da caverna para que quatro vidas fossem salvas, sendo este a única forma de lei estabelecida, devendo assim ser obedecido por todos. Concordo que a ação dos réus tenha sido algo frio e inaceitável, porém é necessário levar em conta o ambiente e as circunstâncias que estes homens se encontravam no momento dos fatos ocorridos. Achavam-se excluídos da sociedade civil, portanto caracterizavam o estado de natureza, fundamentado nos pensamentos do filósofo Jean Jacques Rousseau, o qual diz que no estado de natureza os desejos do homem, não passam de suas necessidades físicas, que a compaixão não é um sentimento relevante, que o homem possui um instinto natural e que este é suficiente e individualista; e nos pensamentos do filósofo Thomas Hobbes, para ele o estado de natureza é qualquer situação na qual não exista um governo que estabeleça a ordem, diz que o homem é egoísta, e que portanto a ação de um, só será limitada pela força do outro, ou seja, “o homem é o lobo do homem”. Concluo que, a morte do colega Roger Whetmore foi uma questão de sobrevivência, não havendo outras escolhas, e que o contrato celebrado entre os cinco exploradores dentro da caverna foi justo para que se decidisse quem seria o sacrificado. Ademais, após todo o esforço que foi feito para resgatá-los - os grandes gastos e horas de trabalho, sem contar as dez vidas de operários que foram perdidas – e todo o sofrimento que estes homens já passaram, acredito que a pena à eles sentenciada não é válida, precisando portanto ser reformulada. Penso que a situação em que se encontravam, justifica tal conduta que tiveram e que por isso devem ser inocentados. Acrescento também que o perdão e a liberdade à estes homens seria também uma forma de não deixar que a morte de Roger Whetmore tenha sido em vão.

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