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contabilidade setor publico 1

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Mauridete de Oliveira Dias
Contabilidade 
do setor público
Sumário
03
CAPÍTULO 1 – Contabilidade Aplicada ao Setor Público ...................................................05
Introdução ....................................................................................................................05
1.1 Processo de evolução da contabilidade do setor público da Lei nº 4.320 às NBCASP ......05
1.2 Campo de aplicação da contabilidade do setor público ...............................................09
1.3 O sistema contábil do setor público e seus subsistemas ................................................12
1.4 Órgãos de controle interno e externo conforme previsto pela Constituição de 1988, 
 SCI, TCU, MP e Legislativo ........................................................................................15
Síntese ..........................................................................................................................20
Referências Bibliográficas ................................................................................................21
Capítulo 1 
05
Introdução
A contabilidade brasileira busca atualmente o processo de convergência com a contabilidade 
adotada no exterior. Todas as empresas brasileiras sofreram mudanças na contabilização para 
que as normas contábeis sejam o mais semelhante possível às de outros países, buscando a re-
dução ou eliminação de diferenças nas práticas, procedimentos e políticas contábeis. 
Da mesma forma que as empresas privadas, as entidades do setor público também estão se 
adequando à contabilidade internacional. Mas você sabe dizer quais são as entidades do setor 
público e quais são as mudanças ocorridas na contabilidade aplicada ao setor público? E sabe 
também como são contabilizados os bens, direitos e deveres dos entes públicos? Quais são as 
formas de publicidade e transparência do controle social do patrimônio?
A contabilidade aplicada ao setor público, anteriormente regimentada pela Lei nº 4.320/1964 e 
complementada pela Lei da Responsabilidade Fiscal, foi alterada para acompanhar a contabili-
zação dos demais países, sendo hoje normatizada pelas Normas de Contabilidade Aplicadas ao 
Setor Público (NCASP). Na compreensão dessas mudanças, esta disciplina se divide em quatro 
tópicos, para que possam ser tratados os principais assuntos relacionados à contabilidade apli-
cada ao setor público.
Neste capítulo, você estudará a evolução da contabilidade no setor público, sua aplicação e os 
mecanismos e órgãos de controle, analisará as alterações da legislação aplicável à contabili-
dade e à transparência pública, observando as normas relativas ao controle interno e externo e 
principalmente às necessidades de geração de informações gerenciais, podendo, assim, respon-
der às perguntas descritas anteriormente.
1.1 Processo de evolução da contabilidade do 
setor público da Lei nº 4.320 às NBCASP
Como dito anteriormente, a contabilidade brasileira está atualmente em processo de convergência 
e harmonização com a contabilidade adotada em outras regiões. Mas você sabe o que mudou 
e por quais motivos? 
Assim como a contabilidade societária, a contabilidade pública vem buscando a redução ou 
eliminação de diferenças nas práticas, procedimentos e políticas contábeis. As principais mudan-
ças estão relacionadas à busca pela transparência nas divulgações das contas públicas e na bus-
ca pela padronização entre municípios, estados, Distrito Federal e União, em seus procedimentos 
contábeis orçamentários que, a partir de 2015, possuem maior transparência e comparação das 
informações aos usuários da contabilidade do setor público.
O grande marco na definição de procedimentos contábeis aplicados ao setor público brasileiro 
é a Lei nº 4.320/1964, que efetuou as padronizações na estrutura, com a criação das inspeto-
Contabilidade Aplicada ao 
Setor Público 
06 Laureate- International Universities
Contabilidade do setor público
rias gerais de finanças, como órgãos do sistema de administração financeira, contabilidade e 
auditoria.
A referida lei previa a existência de dois sistemas de informações: do orçamento e da contabi-
lidade, dispondo de procedimentos que englobam desde a elaboração do orçamento até sua 
execução. Ela permite gerar informações, por meio do sistema contábil da execução orçamen-
tária da composição patrimonial, dos custos dos serviços industriais, por meio de relatórios de 
balanços gerais e resultados econômicos e financeiros (Lei nº 4.320/1964, art. 85). Os dois 
sistemas foram substituídos na Norma NBC T 16.2, reestruturando-os em quatro subgrupos: or-
çamentário, patrimonial, custos e de compensação.
Segundo a norma, esses subsistemas contábeis devem ser integrados entre si de forma que sir-
vam de apoio à gestão pública na análise do desempenho da administração, na avaliação da 
eficiência, das metas estabelecidas pelo planejamento, entre outras ferramentas que o sistema 
disponibiliza.
O artigo 83 da lei ainda dispôs acerca da transparência das informações públicas:
A Contabilidade evidenciará perante a Fazenda Pública, a situação de todos quantos, de 
qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens a 
ela pertencentes ou confiados os fatos ligados à administração orçamentária, financeira, 
patrimonial e industrial (BRASIL, 1964).
Outra exigência da lei é que, nos registros das entidades públicas, o montante dos créditos 
orçamentários vigentes, a despesa empenhada e a despesa realizada devem estar relacionados 
à conta dos mesmos créditos e as dotações disponíveis, ou seja, as despesas deverão ser relacio-
nadas às receitas, pois há necessidade de justificar-se de onde virão os recursos disponíveis para 
as despesas (BRASIL, 1964, art. 90).
Como estratégia para que fosse possível a maior transparência nas contas públicas, a lei exige 
a evidenciação dos resultados ao final dos exercícios financeiros, em que se podem verificar, por 
exemplo, as alterações efetuadas no patrimônio público, por meio da demonstração das varia-
ções patrimoniais, que apresentem os resultados das movimentações resultantes ou independen-
tes da execução orçamentária, indicando o resultado patrimonial do exercício (BRASIL, 1964). 
Os resultados do exercício que contrapõem receitas e despesas também são apresentados nos 
balanços orçamentário e financeiro. A partir da Norma NBC T 16.6, de 2008, ampliam-se essas 
demonstrações, incluindo o balanço patrimonial, a demonstração do fluxo de caixa e ainda a 
demonstração das mutações do patrimônio líquido, inserida pelo Tesouro Nacional em 2012.
Com a Lei nº 4.320/1964, tornou-se obrigatório que o exercício financeiro coincida com o ano 
civil. O artigo 6 afirma que “todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos 
seus totais, vedadas quaisquer deduções”, enquanto o artigo 3 constata que esta “compreenderá 
todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei” (BRASIL, 1964, grifo 
do autor).
Você sabe quais são as orientações da Lei nº 4.320/1964 para a elaboração do or-
çamento? Como deve ser contabilizado, controlado e evidenciado o orçamento? Para 
saber responder a essas perguntas, você tem acesso à Lei nº 4.320/1964 pelo site: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4320compilado.htm>
NÓS QUEREMOS SABER!
07
Outro fato histórico relevante para a contabilidade do setor público foi a implantação da Secre-
taria do Tesouro Nacional, criada em 10 de março de 1986, por meio do Decreto nº 92.452, 
que assumiu, a partir dessa data, o direcionamento da contabilidade aplicada ao setor público, 
iniciando pelo Plano de Contas Único da União, que entrou em vigor em 1987 e que padroniza 
o plano único para todos os entes da federação, proporcionando a comparabilidade entre as 
demonstrações contábeis e a consolidaçãodas demonstrações de todas as entidades públicas 
da federação.
Na busca pela transparência das contas públicas, o legislativo brasileiro aprovou, na Consti-
tuição de 1988, a obrigatoriedade da Lei Orçamentária Anual (LOA), que deve ser aprovada 
pelos entes da federação, a partir do planejamento orçamentário. Por meio da LOA, é possível 
a “fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das 
entidades da administração direta e indireta”, como os poderes da União, seus fundos, órgãos, 
autarquias, inclusive especiais, as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público (BRASIL, 
1988, art. 70).
Na Figura 1, é possível visualizar os principais fatos que levaram à contabilidade como é hoje, 
que se iniciam com a Lei nº 4.320/1964, passando pela implantação da Secretaria do Tesouro 
Nacional (1986), que cria o Plano de Contas Único Federal (1987), pela aprovação das NCASP 
(2008 e 2010), do MCASP (2009) e finalizando com a tradução das Ispas (2011). 
É importante destacar a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, que estabeleceu limi-
tes para a dívida pública consolidada, a necessidade de garantias, determinou regras para ope-
rações de crédito e ainda a destinação dos restos a pagar e gastos com pessoal, para que exista 
equilíbrio nas finanças públicas e se aumente a transparência da gestão fiscal (BRASIL, 2000). A 
Figura 1 ainda apresenta a regulamentação das NBC T SP Portaria MF nº 184 em 2008, a ela-
boração dos Manuais de Contabilidade Pública (2009) e a aprovação da NBC T 16.11 (2010).
Decreto 6.976/09
Portaria
MF 184/08 NBC T SP
Lei
4320/64
LRF MCASP IPSAS
Traduzidas
Plano de Contas
Único Federal 
MDF 
1964 1986 1987 2000 2008 2009 2010 2011
Figura 1 – Evolução da legislação e transparência da contabilidade pública.
Fonte: Dantas, 2009.
No setor público, a legislação brasileira iniciou o processo de convergência às Normas Interna-
cionais com a Portaria CFC nº 37, de 2004, pela formação do Grupo de Estudos para elaborar 
as Normas de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NCASP) alinhadas às Normas Inter-
08 Laureate- International Universities
Contabilidade do setor público
nacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (International Public Sector Accounting 
Standard – IPSAS) editadas pelo International Public Sector Accounting Standards Board (Iasb) em 
1997. A primeira medida adotada foi a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), Lei Complementar 
nº 101/2000, que trata da escrituração e consolidação das contas.
Você pode saber mais sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal no site da Secretaria do 
Tesouro Nacional, que oferece acesso ao texto completo da lei e a material explicativo 
adicional. Acesse em: <http://www.tesouro.fazenda.gov.br/web/stn/lei-de-responsabi-
lidade-fiscal>
NÃO DEIXE DE LER...
Em 2004, a Secretaria do Tesouro Nacional passou a normatizar a área da contabilidade públi-
ca, os padrões contábeis, orçamentários e patrimoniais do Governo Federal, com o objetivo de 
evoluir para a consolidação das contas públicas (BRASIL, s. d.).
Visando à disponibilização de informações contábeis transparentes e comparáveis, compreen-
síveis a analistas financeiros, investidores, auditores, contabilistas e demais usuários, indepen-
dentemente de sua origem e localização, o Ministério da Fazenda publicou a Portaria MF nº 
184/2008. Essa medida estabeleceu diretrizes para que fosse possível a convergência das práti-
cas contábeis do setor público brasileiro às normas internacionais de contabilidade.
Aprovadas pelo Conselho Federal de Contabilidade, entraram em vigor em 2009, no Brasil, as 
Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas Aplicadas ao Setor Público (NBC T 16), por meio 
das Resoluções CFC nº 1.128 a no 1.137, todas de 21 de novembro de 2008. As normas são 
consideradas uma verdadeira revolução na contabilidade do setor público brasileiro, pois apenas 
a partir delas fica determinado o patrimônio público como objeto da Casp e ficam estabelecidas 
as alterações nas mensurações de procedimentos contábeis, do sistema de informação contábil 
e das demonstrações contábeis obrigatórias. Ou seja, foram alterados desde o planejamento e 
execução até a evidenciação das contas contábeis públicas. 
As Normas de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCASP) são estruturadas de forma 
que abordem os aspectos contábeis específicos da gestão governamental (NBC T 16), conceitu-
ação, seu objeto e campo de aplicação (NBC T 16.1), o patrimônio e sistemas contábeis (NBC T 
16.2), o planejamento e seus instrumentos sob o enfoque contábil (NBC T 16.3), as transações 
no setor público (NBC T 16.4), os registros contábeis (NBC T 16.5), as demonstrações contábeis 
(NBC T 16.6), a consolidação das demonstrações contábeis (NBC T 16.7), o controle interno 
(NBC T 16.8), depreciação, amortização e exaustão (NBC T 16.9), e a NBCT 16.10 trata da 
avaliação e mensuração de ativos e passivos em entidades do setor público.
Em 2011, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) editou a Resolução CFC nº 1.366, apro-
vando a NBC T 16.11 – Sistema de Informação de Custos do Setor Público, que estabelece a 
conceituação, o objeto, os objetivos e as regras básicas para mensuração e evidenciação dos 
custos no setor público.
A contabilidade pública passa a ser regulamentada pela Secretaria de Orçamento Federal, ór-
gão pertencente à Secretaria do Tesouro Nacional que, desde 2009, elabora o Manual Técnico 
de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, composto dos manuais da receita nacional e da 
despesa nacional. O manual é dividido em oito partes que tratam dos procedimentos contábeis 
orçamentários e patrimoniais específicos, além de regulamentarem o plano de contas aplicado 
ao setor público e as demonstrações contábeis aplicadas ao setor público.
09
1.2 Campo de aplicação da contabilidade do 
setor público
Você sabe quem é obrigado a observar as normas aplicadas ao setor público? Quais seus obje-
tivos e sua função? 
Conforme a NBC T 16.1 (CFC, 2012), a contabilidade aplicada ao setor público tem como fun-
ção social “refletir, sistematicamente, o ciclo da administração pública para evidenciar informa-
ções necessárias à tomada de decisões, a prestação de contas e a instrumentalização do controle 
social”, ou seja, a contabilidade deve proporcionar informações aos usuários que esclareçam as 
medidas de gestão pública e controle patrimonial. 
A administração pública possui um ciclo financeiro diferenciado das empresas privadas, que 
engloba processos, também chamados de ciclo orçamentário, e dura dois ou mais exercícios. 
Este abrange desde a elaboração, a discussão, a aprovação do projeto de lei de orçamento, sua 
programação e execução, até o controle e avaliação da execução.
O campo de aplicação da contabilidade pública é considerado pela NBC T 16.1 como um 
“espaço de atuação do Profissional de Contabilidade que demanda estudo, interpretação, iden-
tificação, mensuração, avaliação, registro, controle e evidenciação de fenômenos contábeis, 
decorrentes de variações patrimoniais”, para entidades do setor público e/ou “entidades que re-
cebam, guardem, movimentem, gerenciem ou apliquem recursos públicos, na execução de suas 
atividades, no tocante aos aspectos contábeis da prestação de contas” (CFC, 2012). 
Entidades do setor público são consideradas pela NBC T 16.1 como os “órgãos, fundos e pes-
soas jurídicas de direito público ou que, possuindo personalidade jurídica de direito privado, 
recebam, guardem, movimentem, gerenciem ou apliquem recursos públicos, na execução de 
suas atividades” (CFC, 2012). 
Têm ainda a obrigatoriedade de cumprir a contabilidade pública “pessoas físicas que recebam 
subvenção, benefício, ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público” (CFC, 2012, p. 5). 
Portanto, entidades não governamentais que recebem ou movimentam recursos públicos,como 
organizações sociais, órgãos de classe, organizações da sociedade civil de interesse público (Os-
cip) e entidades do sistema S (Senai, Senac, Sebrae), devem observar as normas de contabilidade 
pública, integralmente ou, em alguns casos, apenas para fins de prestação de contas:
(a) Integralmente, as entidades governamentais, os serviços sociais e os conselhos profissionais;
(b) Parcialmente, as demais entidades do setor público, para garantir procedimentos suficientes 
de prestação de contas e instrumentalização do controle social público. (CFC, 2012, p. 6).
10 Laureate- International Universities
Contabilidade do setor público
Empresas de economia
mista, sistema em “S”,
autarquias
Empresas LTDA
capital aberto
cooperativa
(recursos
privados para
�ns privados)
Funções
institutos S&A
3º Setor
Sociedade
civil
2º Setor
Iniciativa
privada
1º Setor
Estado
Entidades ambientais entidades �lantrópicas
associações de classe clubes de servidores
(recursos privados para �ns públicos)
Fundações
publicas
conselhos
regionais
Governo federal
Governo estadual
Governo municipal
(Recursos
Públicos para
�ns públicos)
Figura 2 – Entidades que devem observar as normas de contabilidade pública
Fonte: Elaborada pelo autor, 2015.
NÃO DEIXE DE VER...
Compreenda quais são as entidades públicas e a obrigatoriedade da contabilidade 
aplicada ao setor público assistindo ao vídeo A importância do orçamento, disponível 
em: <http://www12.senado.gov.br/orcamentofacil>. 
A contabilidade aplicada ao setor público (Casp) é “o ramo da ciência contábil que aplica, no 
processo gerador de informações, os Princípios de Contabilidade e as normas contábeis direcio-
nados ao controle patrimonial de entidades do setor público” (CFC, 2012, p. 6). 
Com a função da instrumentalização do controle social, a Casp, segundo o Conselho Federal de 
Contabilidade (2012, p. 5), tem o “compromisso fundado na ética profissional, que pressupõe 
o exercício cotidiano de fornecer informações que sejam compreensíveis e úteis aos cidadãos 
no desempenho de sua soberana atividade de controle do uso de recursos e patrimônio público 
pelos agentes públicos”.
 Sendo assim, seu objetivo é fornecer aos usuários do setor público informações acerca 
dos resultados alcançados e do patrimônio público em seus aspectos de natureza orçamentária, 
econômica, financeira e física, bem como suas mutações. 
O patrimônio público é conceituado como:
O conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis, onerados ou não, adquiridos, formados, 
produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público, que seja 
portador ou represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à prestação de 
serviços públicos ou à exploração econômica por entidades do setor público e suas obrigações 
(CFC, 2012, p. 5-6). 
11
Essas informações têm como intuito o apoio ao processo de tomada de decisão, a adequada 
prestação de contas e o necessário suporte para a instrumentalização do controle social (CFC, 
2012, p. 6). A mudança de foco da contabilidade aplicada ao setor público é percebida pela 
alteração do seu objeto, estabelecido pela NBC T 16.1, que passa a ser, a partir desta, o patri-
mônio público. A Figura 3 demonstra essa mudança de foco.
Nova CASP: Foco na Contabilidade Patrimonial
1. Objeto X Objetivos da Contabilidade:
São objetos da Contabilidade
Pública:
• Patrimônio
• Orçamento
• Atos Administrativos
NBC T 16.1 - Conceituação,
Objeto e Campo de Aplicação
Item 5 - O objeto da Contabilidade
Aplicada ao Setor Público é o
patrimônio público.
O Objetivo da CASP é fornecer informações sobre os resultados alcançados e os
aspectos de natureza orçamentária, econômica, �nanceira e física do
patrimônio da entidade do setor público e suas mutações
Figura 3 – Mudança do objeto e objetivos da contabilidade aplicada ao setor público a partir das normas brasi-
leiras (NBCT)
Fonte: Nascimento, 2013.
O Código Civil (BRASIL, 2002), em seu art. 98, define bens públicos como “bens de domínio 
nacional às pessoas jurídicas de direito público interno”. Todos os demais são considerados par-
ticulares. De acordo com o artigo 99, os bens públicos são classificados por meio de categorias, 
que são:
i – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
ii – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento 
da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
iii – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como 
objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens 
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito 
privado (BRASIL, 2002).
A Norma Brasileira de Contabilidade Técnica NBCT 16.10 – Avaliação e Mensuração de Ativos 
e Passivos em Entidades do Setor Público – determinaram que, a partir de 2010, os bens de uso 
comum que absorveram ou absorvem recursos públicos, ou aqueles eventualmente recebidos 
em doação sejam incluídos no ativo não circulante da entidade pública que o administra ou 
controla. Esses ativos e passivos não eram componentes do balanço patrimonial das entidades 
anteriormente a essa data. Sua mensuração deve ser efetuada, sempre que possível, pelo valor 
de aquisição, produção e construção.
A contabilidade passa a ser provedora de informações de planejamento, orçamento, controle 
e gestão financeira, refletindo a situação patrimonial da entidade. As informações extraídas da 
contabilidade proporcionam demonstrativos que expõem, com transparência, as decisões geren-
12 Laureate- International Universities
Contabilidade do setor público
ciais e a prestação de contas dos gestores públicos, transmitindo para a sociedade a realidade 
patrimonial.
Esses demonstrativos são elaborados de forma a proporcionar acessibilidade da informação aos 
usuários, para que possam acompanhar, por meio de estatísticas, desde o processo orçamentário 
até a análise dos resultados.
Segundo as orientações estratégicas para a contabilidade aplicada ao setor público, no Brasil, o 
patrimônio como objeto da contabilidade colabora para: a melhoria das informações que inte-
gram as demonstrações contábeis e os relatórios necessários à consolidação das contas nacio-
nais; a implementação de procedimentos e práticas contábeis que permitam o reconhecimento, 
a mensuração, a avaliação e a evidenciação dos elementos que integram o patrimônio público. 
Também possibilita a avaliação do impacto das políticas públicas e da gestão, nas dimensões 
social, econômica e fiscal, segundo aspectos relacionados à variação patrimonial (BRASIL, 2015, 
p. 5).
1.3 O sistema contábil do setor público e seus 
subsistemas
O sistema contábil público, conforme a Norma Brasileira de Contabilidade NBCT 16.2 – 
Patrimônio e Sistemas Contábeis, representa “[...] a estrutura de informações sobre identifica-
ção, mensuração, avaliação, registro, controle e evidenciação dos atos e dos fatos da gestão 
do patrimônio público [...]” (CFC, 2012, p. 11). Ele vem para orientar e suprir o processo de 
decisão, a prestação de contas e a instrumentalização do controle social. 
A relação entre o patrimônio público e os sistemas contábeis, seguindo as Normas Internacio-
nais de Contabilidade, é encontrada na NBCT 16.2, a qual estabelece que o patrimônio deve 
ser portador ou representar “um fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à prestação de 
serviços públicos” (CFC, 2012, p. 6). 
A estrutura do sistema contábil é elaborada de forma a ser possível classificar, registrar e con-
trolar as operações que ocorreram em decorrência da arrecadação e aplicação dos recursospúblicos de diversas fontes. O sistema tem como objetivo servir de instrumento de informação 
a seus usuários para que possam visualizar os resultados alcançados das medidas de gestão 
tomadas (NBCT 16.2).
Sistema
Integrado de
Administração
Financeira
(SIAFC)
Entrada
(PCASP) Processamento
Saída
(Demonstrativos)
RREO
RGF
DCASP
Figura 4 – Processo do sistema de informação contábil.
Fonte: Dantas, 2009.
13
Na Figura 4, você vê ilustrada a entrada dos dados, seguindo o Plano de Contas (PCASP), sendo 
processado pelo Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFC), proporcionando como 
saída relatórios para os usuários e estatísticas que permitem análises da situação patrimonial da 
entidade pública.
Esses relatórios, extraídos do sistema de informação contábil, vêm para atender à Lei de Res-
ponsabilidade Fiscal, para assegurar a transparência das informações oferecidas pela entidade 
pública (BRASIL, 2000, art. 48). A adoção de um sistema integrado de administração financeira 
e controle busca atender a um padrão de exigência internacional de qualidade.
A nova contabilidade pública, em consonância com a contabilidade internacional, promove 
comparação entre países, mas também entre estados e municípios. Amparada pela legislação, 
que determina os procedimentos contábeis, assegura maior responsabilidade fiscal e punição 
aos infratores, trazendo maior transparência de suas informações. 
Contabilidade
“Criativa”
Consolidação das
Contas Públicas (STN)
Inserção do país
nos padrões
internacionais
Comparabilidade
Novo Modelo de
Contabilidade
Implantação de
Sistema de Custos
E�ciência do Gasto
Manual de Estatísticas
de Finanças Públicas
(GFSM)
Contabilidade
Patrimonial
Lei de
Responsabilidade Fiscal
Punições
(Lei de Crimes Fiscais)
Figura 5 – A contabilidade como centro de informações patrimoniais.
Fonte: Dantas, 2009.
O sistema contábil controla a evidenciação dos atos e dos fatos da gestão do patrimônio público 
e está estruturado nos seguintes subsistemas de informações: orçamentário, financeiro, patrimo-
nial, custos e compensação, definidos pela NBC T 16.2 (CFC, 2012). São complementados pelo 
Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (BRASIL, 2012).
a) Subsistema de Informações Orçamentárias – “[...] registra, processa e evidencia os 
atos e os fatos relacionados ao planejamento e à execução orçamentária” (CFC, 2012, 
p. 10). São eles:
I) Orçamento;
II) Programação e execução orçamentária;
III) Alterações orçamentárias; e
IV) Resultado orçamentário (BRASIL, 2012, p. 13).
b) Subsistema de Informações Patrimoniais – “[...] registra, processa e evidencia os 
fatos financeiros e não financeiros relacionados com as variações do patrimônio público, 
14 Laureate- International Universities
Contabilidade do setor público
subsidiando a administração com informações” (CFC, 2012, p. 11). Veja a seguir:
I) Alterações nos elementos patrimoniais;
II) Resultado econômico; e
III) Resultado nominal (BRASIL, 2012, p. 13).
c) Subsistema de Custos – “[...] registra, processa e evidencia os custos da gestão dos 
recursos e do patrimônio públicos, subsidiando a administração com informações” (CFC, 
2012, p. 12). Inclui-se:
I) Custos dos programas, dos projetos e das atividades desenvolvidas;
II) Bom uso dos recursos públicos; e
III) Custos das unidades contábeis (BRASIL, 2012, p. 13).
O Sistema de Informação de Custos do Setor Público (SICSP) possui norma própria e única por 
sua peculiaridade, a NBC T 16.11, enquanto os demais estão incluídos na NBC T 16.2. O SICSP 
tem por objetivo:
a) mensurar, registrar e evidenciar os custos dos produtos, serviços, programas, projetos, 
atividades, ações, órgãos e outros objetos de custos da entidade;
b) apoiar a avaliação de resultados e desempenhos, permitindo a comparação entre os 
custos da entidade com os custos de outras entidades públicas, estimulando a melhoria do 
desempenho dessas entidades;
c) apoiar a tomada de decisão em processos, tais como comprar ou alugar, produzir internamente 
ou terceirizar determinado bem ou serviço;
d) apoiar as funções de planejamento e orçamento, fornecendo informações que permitam 
projeções mais aderentes à realidade com base em custos incorridos e projetados;
e) apoiar programas de redução de custos e de melhoria da qualidade do gasto (CFC, 2012, 
p. 46).
O SICSP é obrigatório em todas as entidades do setor público e também determina que nesse 
sistema seja obrigatória a adoção do princípio da competência.
d) Subsistema de compensação – “[...] registra, processa e evidencia os atos de gestão 
cujos efeitos possam produzir modificações no patrimônio da entidade do setor público, 
bem como aqueles com funções específicas de controle, subsidiando a administração com 
informações” (CFC, 2012, p. 10). Cita-se:
I) Alterações potenciais nos elementos patrimoniais;
II) Acordos, garantias e responsabilidades (BRASIL, 2012, p. 13).
Dividido em partes, o sistema contábil, abastecido de informações, proporciona resultados que 
direcionam para informações sobre o patrimônio público. Sua estrutura estará contida no Plano 
de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP).
15
Sistema orçamentário
É representado pelos fatos de natureza orçamentária, tais como: 
previsão da receita, �xação da despesa, descentralizaçao de
créditos e empenho da despesa orçamentária e extra-
orçamentária.
Sistema patrimonial
Registra os fatos não �nanceiros ou extra-caixa, tais como:
bens móveis, bens imóveis, estoques, operações de crédito,
inscrição e baixa da dívida ativa.
Sistema de custos
Está relacionado com os registros, processos e evidenciação dos
custos da gestão dos recursos e do patrimônio públicos.
Sistema de compensação
É representado pelos atos práticados pelos administrados que não
afetam o patrimônio de imediato, mas que poderão vir a afetá-
lo. Compreende, apenas, as contas como função precípua de
controle.
Figura 6 – Subsistemas do sistema de informação contábil.
Fonte: Adaptado de Dantas, 2009.
Os subsistemas contábeis devem ser integrados entre si e a outros subsistemas de informações, 
de modo a subsidiar a administração pública sobre:
(a) desempenho da unidade contábil no cumprimento da sua missão;
(b) avaliação dos resultados obtidos na execução dos programas de trabalho com relação à 
economicidade, à eficiência, à eficácia e à efetividade;
(c) avaliação das metas estabelecidas pelo planejamento;
(d) avaliação dos riscos e das contingências (CFC, 2012, p. 11).
Assim como as empresas privadas possuem um sistema para lançamento de escritu-
ração da contabilidade, as entidades públicas também têm a sua. Você já pensou em 
pesquisar sobre as informações do sistema contábil do seu município? Muitos municí-
pios já dispõem de portal de transparência, nos quais é possível visualizar informações 
da gestão pública.>
NÓS QUEREMOS SABER!
1.4 Órgãos de controle interno e externo 
conforme previsto pela Constituição de 1988, 
SCI, TCU, MP e Legislativo
O controle interno das contas públicas tem por objetivo servir de suporte ao sistema de informação 
contábil, para “minimizar os riscos e dar efetividade às informações da contabilidade”, com o 
intuito de contribuir no alcance dos objetivos da entidade pública (CFC, 2012, p. 33).
16 Laureate- International Universities
Contabilidade do setor público
A função do controle externo e interno, pela Constituição Federal de 1988, está na fiscalização 
contábil e patrimonial (BRASIL, 1988). Sua abrangência é delineada pela estrutura do Sistema 
de Controle Interno (SCI).
Sua fiscalização envolve as áreas “contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial 
da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, 
economicidade, aplicaçãodas subvenções e renúncia de receitas” (BRASIL, 1988, p. 70). A fis-
calização é determinada pela Constituição de 1988 mediante controle externo pelo Congresso 
Nacional, e o sistema de controle interno por cada um dos poderes.
Os controles interno e externo das contas públicas são determinados pela Lei nº 4.320/1964 pelo 
Ministério dos Poderes (MP), ou seja, os poderes executivo, legislativo e judiciário. A execução 
orçamentária, segundo a lei, deve submeter-se ao controle interno e ao controle externo. O 
poder executivo fica responsável por três tipos de controle, enquanto ao poder legislativo fica 
atribuído o controle externo. O poder executivo deve prestar contas, anualmente, ao poder legis-
lativo, observados os prazos constitucionais (BRASIL, 1988, art. 75).
Para o controle da execução da despesa, a Lei de Responsabilidade Fiscal (2000) estabelece que 
a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deverá dispor sobre a aprovação de normas que propor-
cionem controle de custos e avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos 
do orçamento. Após a execução da despesa, o controle interno tem como função verificar os 
procedimentos de controle e a avaliação, fiscalizando as atividades. 
O controle externo, segundo a Constituição Federal de 1988, será exercido pelo Congresso Na-
cional, por meio do Tribunal de Contas da União (TCU). Assim também os poderes legislativo, 
executivo e judiciário deverão apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional 
(BRASIL, 1988, art. 74).
O controle externo, exercido pelo poder legislativo, desdobra-se em duas vertentes: o controle 
político, realizado pelo Congresso Nacional (TCU), e o controle técnico, que tem como função a 
fiscalização contábil, financeira e orçamentária.
PODER
EXECUTIVO
Controle
interno
Controle
interno
Controle
interno
Controle
externo
PODER
JUDICIÁRIO
CONTROLE INTERNO INTEGRADO
PODER
LEGISLATIVO
TRIBUNAL DE
CONTAS
Figura 7 – Controle interno de responsabilidade dos três poderes e controle externo pelo Tribunal de Contas da 
União.
Fonte: Elaborada pelo autor, 2015.
O Tribunal de Contas da União (TCU) adotou o serviço de gestão de informações estratégicas 
para o controle externo, a partir de 2007, com as NCASP, que auxilia na abordagem sistemática 
17
da análise dos dados existentes nas bases da Administração Pública (BRASIL, 2007). Ele foi subs-
tituído pelo Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi), que 
é um sistema de auditoria contínua implantado pelo TCU.
Os cinco instrumentos utilizados para a fiscalização dos controles externos estão no regimento 
interno do Tribunal de Contas da União, nos artigos 238 a 243. São eles: levantamento, audito-
ria, inspeção, acompanhamento e monitoramento.
Você sabe quais são os instrumentos de transparência da gestão fiscal e con-
trole social? A Secretaria do Tesouro Nacional disponibiliza um arquivo de fá-
cil compreensão sobre esses instrumentos. Acesse em: <https://www.tesouro.
fazenda.gov.br/documents/10180/318974/CPU_Instrumentos_de_Transparencia_da_
Gestao_Fiscal_e_Controle_Social_STN_versaofinal/21bb9867-a722-4e26-ae90-
279c0652d962>
NÓS QUEREMOS SABER!
Conforme o item 2 da NBC T 16.8, a abrangência do Controle Interno sob o enfoque contábil 
engloba o conjunto de recursos, métodos, procedimentos e processos que são adotados pela 
entidade pública com a finalidade de:
a) salvaguardar os ativos e assegurar a veracidade dos componentes patrimoniais;
b) dar continuidade ao registro contábil em relação ao ato correspondente;
c) propiciar a obtenção de informação oportuna e adequada; 
d) estimular adesão às normas e às diretrizes fixadas;
e) contribuir para a promoção da eficiência operacional da entidade;
f) auxiliar na prevenção de práticas ineficientes e antieconômicas, erros, fraudes, malversação, 
abusos, desvios e outras inadequações. (CFC, 2012, p. 33).
O sistema de controles tem por objetivo o controle social, que se consolida no Brasil a partir das 
Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCSP). O controle social, por 
sua vez, tem como propósito aumentar a transparência da gestão pública, disponibilizando as 
informações contábeis aos usuários, que incluem a sociedade, proporcionando fiscalização das 
atividades com o dinheiro público. 
Com a Lei de Responsabilidade Fiscal de 2000 e hoje, com a transparência das informações for-
necidas no site do Tesouro Nacional, a partir de 2015, será possível dispor a consolidação das 
contas públicas em âmbitos municipal, estadual e federal.
A divulgação das informações relativas aos orçamentos e sua execução permite a visualiza-
ção das prestações de contas, relatório da gestão fiscal, processos licitatórios em andamento, 
convênios, receitas e despesas orçamentárias.
As NBCSP regulamentam hoje os controles internos, por meio da NBC 16.8. A norma vem para 
garantir que o setor público registre todos os ativos e passivos e, assim, cumpra na íntegra a Lei 
de Responsabilidade Fiscal e a Lei nº 4.320/1964, nos capítulos que tratam do setor público, 
para que seja possível a consolidação das contas públicas e, portanto, a contabilidade aplicada 
ao setor público possua transparência e seja comparável à Contabilidade Pública Internacional 
(BRASIL, 2015).
Segundo a NBC 16.8, o controle interno deve ser exercido em todos os níveis e em todas as 
entidades do setor público, para que se possa preservar o patrimônio público e para que haja 
controle da execução das ações que integram os programas, ocorrendo, assim, a observância 
18 Laureate- International Universities
Contabilidade do setor público
das leis, regulamentos e diretrizes estabelecidas, que determinam os procedimentos e princípios 
contábeis.
O controle interno é dividido em três categorias. A primeira, operacional, está relacionada às 
ações de controle interno que permitem atingir os objetivos da entidade. A categoria contábil 
possibilita a verificação dos atos e fatos, dando veracidade e fidedignidade aos registros e às de-
monstrações financeiras das entidades públicas. Por último, a categoria normativa, relacionada 
ao controle normativo, que propicia atividades que estejam sempre em observância à regula-
mentação pertinente (CFC, 2012, p. 33-34).
O Siafi é o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal. Ele é 
o principal instrumento de controle interno utilizado para registro, acompanhamento e 
controle da execução orçamentária, financeira e patrimonial do Governo Federal. Leia 
mais em: <https://www.tesouro.fazenda.gov.br/siafi>
NÃO DEIXE DE LER...
A estrutura de controle interno abrange o ambiente de controle, mapeamento e avaliação de ris-
cos, bem como procedimentos de controle, informação e comunicação, além do monitoramento. 
“O ambiente de controle deve demonstrar o grau de comprometimento em todos os níveis da 
administração com a qualidade do controle interno em seu conjunto” (CFC, 2012, p. 34).
Visando ao mapeamento de riscos, para que seja possível identificar eventos, ou seja, circuns-
tâncias, fatos imprevisíveis ou condições que afetariam a qualidade da informação contábil, o 
controle interno avalia identificando os riscos pela análise de sua relevância:
(a) a avaliação da probabilidade de sua ocorrência;
(b) a forma como serão gerenciados;
(c) a definição das ações a serem implementadas para prevenir a sua ocorrência ou minimizar 
seu potencial; e
(d) a resposta ao risco, indicando a decisão gerencial para mitigar os riscos, a partir de uma 
abordagem geral e estratégica, considerando as hipóteses de eliminação, redução, aceitação 
ou compartilhamento (CFC, 2012, p. 34).
Os procedimentos de controle são medidas e ações estabelecidas que servem para “prevenir 
ou detectar os riscos inerentes ou potenciais à tempestividade, àfidedignidade e à precisão da 
informação contábil” (CFC, 2012, p. 34). Esses procedimentos devem acontecer antes das ocor-
rências, como omissões, inadequações e intempestividade da informação contábil e também na 
identificação das informações que estejam sendo registradas, ou que já ocorreram e que não se 
apresentem com fidedignidade.
A norma ainda estabelece a importância do monitoramento das ações do controle interno, para 
que este seja realizado de forma a atingir seus objetivos, identificando, armazenando e comuni-
cando toda informação relevante.
19
Com este capítulo concluído, você aprendeu que:
•	 a Lei nº 4.320/1964 foi um grande marco para a contabilidade aplicada ao setor público 
brasileiro, padronizando a estrutura e criando órgãos do sistema de administração 
financeira, contabilidade e auditoria. Ela criou também dois sistemas de informações: do 
orçamento e da contabilidade;
•	 os dois sistemas foram substituídos na Norma NBC T 16.2, reestruturados em quatro 
subgrupos: orçamentário, patrimonial, custos e de compensação;
•	 a busca pela transparência nas contas públicas resultou na aprovação da Lei Orçamentária 
Anual (LOA), que permite a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e 
patrimonial da União;
•	 a contabilidade pública passou a ser regulamentada pela Secretaria do Tesouro Nacional 
a partir de 2009, por meio das NBCASP e do Manual Técnico de Contabilidade Aplicada 
ao Setor Público;
•	 o campo de aplicação da contabilidade pública é considerado pela NBC T 16.1 (CFC, 
2012) como um espaço de atuação do profissional de contabilidade que demanda estudo, 
interpretação, identificação, mensuração, avaliação, registro, controle e evidenciação de 
fenômenos contábeis, decorrentes de variações patrimoniais, para entidades do setor 
público; e de entidades que recebam, guardem, movimentem, gerenciem ou apliquem 
recursos públicos, na execução de suas atividades;
•	 segundo as NBCSP de 2008, o objeto da contabilidade é o patrimônio público;
•	 o sistema contábil, segundo a NBC T 16.2, controla e evidencia os atos e os fatos da 
gestão do patrimônio público, além de estar estruturado nos seguintes subsistemas de 
informações: orçamentário, financeiro, patrimonial, custos e compensação (CFC, 2012);
•	 a execução orçamentária deve submeter-se ao controle interno do Ministério dos Poderes 
(MP), ou seja, os poderes executivo, legislativo e judiciário, por determinação da Lei nº 
4.320/1964. Já o controle externo submete-se ao poder legislativo, juntamente com o 
Tribunal de Contas da União (TCU).
20 Laureate- International Universities
Síntese
BRASIL. Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Lei de Responsabilidade Fiscal. Diá-
rio Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, 4 de maio 2000. Seção 1, p. 1.
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Síntese
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Referências
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Bibliográficas
22 Laureate- International Universities
Contabilidade do setor público

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